Os paradoxos de Chesterton e a defesa do fascínio cristão na atualidade
Nesta edição, apresentamos a beleza do Cristianismo, tal como vivido e comunicado por G.K. Chesterton, o escritor do século XX, e São Francisco, o santo medieval, que até hoje influenciam e cativam tanto cristãos quando não cristãos.
Diáconos: os ministros da caridade na Igreja
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No sábado, 10, na Catedral da Sé, pela imposição das mãos do Cardeal Scherer, foram ordenados sete diáconos para servir à Igreja e ao povo de Deus. “Anúncio, caridade e oração” são as palavras que resumem a missão dos diáconos, conforme disse Dom Odilo aos que receberam o diaconato:
os seminaristas Alysson de Carvalho, Romulo Barroso, Miguel Lisboa e Yago Ferreira, além do frade agostiniano Jeferson Dias, e os senhores Luiz Angelo Fortuna e Walmir Cardoso dos Santos, estes últimos como diáconos permanentes.
Páginas 12 e 13
Morre o Monsenhor Jonas Abib, fundador da Canção Nova
O Sacerdote morreu na segunda-feira, 12, em Cachoeira Paulista (SP), onde está sediada a Comunidade Canção Nova, por ele fundada em 2 de fevereiro de 1978.
Em 2008, a Canção Nova foi reconhecida pela Santa Sé como Associação Internacional Privada de Fiéis, e hoje agrega famílias e jovens em ações evangelizadoras, valendo-se também de diferentes plataformas de mídia.
Aos 85 anos, Monsenhor Jonas lutava contra um tumor e em razão da baixa imunidade havia passado por recentes internações.
No Estado de direito a lei é para todos
A esperança da Salvação nos engaja no anúncio e no testemunho do Evangelho
Jesus Cristo nos ensina a olhar a vida pela janela da misericórdia
Editorial Encontro com o Pastor Espiritualidade Liturgia e Vida Comportamento
O Senhor enviará um sinal: a Virgem conceberá e Não há solidariedade social se manter a miséria for conveniente para alguns
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Grupos, movimentos e pastorais que atuam na Arquidiocese de São Paulo organizam iniciativas solidárias em favor dos mais pobres neste Natal. Conheça algumas ações e saiba como colaborar para que ocorram.
Páginas 16 e 17
Ao O SÃO PAULO, Padre Leonir Mario Chiarello destaca a necessidade de haver respostas articuladas entre a Igreja, os governos e a sociedade.
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Assassinada em 1982, aos 20 anos de idade, ela é exemplo para os jovens que buscam viver a virtude da castidade.
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Católicos se unem em oração e para ações caritativas no Natal Superior-geral dos Scalabrinianos analisa os impactos das migrações
Mártir Isabel Cristina Mrad Campos é beatificada em Minas Gerais
Apreparação para o Natal traz à nossa re exão o tema da salvação, que é central para a nossa fé cristã. O 3º Domingo do Advento está marcado pela expectativa de celebrar “as alegrias da salvação” (Oração do dia). As palavras do profeta Isaías são um poema à alegria e esperança na salvação, que se aproxima para um povo marcado por várias desgraças: “Alegre-se a terra desértica e intransitável (...), exulte de alegria e louvores (cf. Is 35,16.10). O Natal, de muitas maneiras, proclama e canta o nascimento de Jesus, nosso Salvador.
Podemos perguntar-nos, se isso ainda faz sentido em nossos dias? Quem ainda espera “ser salvo”? Salvo de quê ou para quê? Estamos tão envolvidos por uma cultura de autossu ciência, que acabamos acreditando somente em nós mesmos e nas nossas possibilidades e capacidades, e nada além disso. Faz ainda sentido falar em “salvação eterna” em nossos dias? Para quem vive mergulhado numa mentalidade materialista, não faz nenhum sentido falar em salvação e esperar por uma salvação que vá além daquilo que o homem con-
Quem ainda pensa em ser salvo?
segue assegurar para si mesmo neste mundo. Que pensam os cristãos sobre a salvação e o que esperam dela?
Entendemos a salvação em duas dimensões, inseparáveis: a salvação plena na vida eterna e a salvação já participada neste mundo. A salvação eterna é a participação plena da glória de Deus e a vida feliz, mediante o perdão e a misericórdia de Deus, com a superação de todos os males que atingem a condição humana neste mundo. Esta dimensão da salvação “escatológica”, a realizar-se após a vida neste mundo, é promessa rme de Deus e nos faz viver na esperança da redenção. Ela é obra do amor misericordioso de Deus, que chama todos a participarem dela. Basta acolher o amor de Deus nesta vida e corresponder com ele sinceramente. A vida humana neste mundo é animada, em última análise, por essa esperança, mesmo quando não se sabe disso. Nosso coração anseia por vida plena, e não apenas por alguma experiência de vida neste mundo. Buscamos a participação no banquete da vida, e não apenas do “aperitivo” desse banquete.
Porém, quando falamos de salvação, não nos referimos apenas à salvação eterna: a fé cristã, segundo o ensinamento de Jesus e da Igreja, nos oferece as alegrias da salvação já na vida presente. Mesmo não sendo
plena neste mundo, a salvação já é participada nesta vida mediante a fé e a esperança e a acolhida do amor de Deus. São Paulo ensinou que já “somos salvos na esperança” (cf. Rm 8,24). Por isso, podemos alegrar-nos desde agora pelo dom da salvação prometida e participada. Os cristãos são pessoas marcadas pela esperança da salvação e pela certeza das promessas de Deus. Por isso, mesmo em meio às experiências de nitude, fragilidade, dor e angústia desta vida, não desanimam e sempre erguem de novo a cabeça, sabendo que não estão abandonados a si mesmos e podem con ar no amor e nas promessas de Deus salvador.
A esperança da salvação eterna, porém, não nos leva a car de braços cruzados, a olhar para o céu: “Por que cais aqui parados, olhando para o céu” (cf. At 1,9-11). Desde os primeiros dias do Cristianismo, os cristãos estão conscientes de sua missão e devem se dedicar a ela todos os dias. A esperança cristã da salvação eterna nos engaja profundamente no anúncio e testemunho do Evangelho do reino de Deus a todos, para que os sinais da salvação já se tornem realidade neste mundo e em todas as dimensões do convívio social. A vida neste mundo precisa ser levada bem a sério para ter participação nos bens da salvação. É por
aí que se compreende que a pregação da Igreja não seja apenas para “salvar as almas para o céu”. Mesmo que esse seja o objetivo nal, este passa pela realização el da missão recebida de Jesus Cristo. O cristão que acolheu os dons da salvação não ca indiferente diante dos sofrimentos e angústias do próximo, nem das injustiças e desordens na vida social. Tudo isso também precisa participar da graça da salvação.
João Batista, ainda não tendo a certeza de que Jesus era o Ungido de Deus esperado, enviou mensageiros para lhe perguntar: “És tu o que deve vir ou devemos esperar ainda outro?”. Jesus mandou relatar a João o que já estava acontecendo: “Os cegos veem, os surdos ouvem, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (cf. Mt 11,2-6). Eram os sinais de que o “dia da salvação”, prometido pelos profetas, já estava acontecendo. João Batista compreendeu e cou feliz.
O Natal é a “festa da salvação”, que Deus já manifestou em Jesus para toda a humanidade. É o momento de acolher mais uma vez esse dom precioso na vida pessoal e social. A convivência social precisa ter parte na salvação. E nós, que cremos, somos anunciadores e testemunhas dessa boa notícia para o mundo.
Dom Odilo abençoa praça revitalizada no bairro de Mirandópolis
REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.brNo domingo, 11, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Paróquia Santa Rita de Cássia, em Mirandópolis, na Região Ipiranga. A celebração marcou a reinauguração da Praça Santa Rita de Cássia, que foi revitalizada.
Concelebraram a missa os Padres Jorge Bernades, Pároco, Oscar Bailone e Paulo Suess, além do Frei José Maria Mohomed Júnior, Coordenador de Pastoral da Região Ipiranga, assistidos pelo Diácono Antônio Mendonça.
“Há seis anos, sonhei com crianças brincando numa fonte, com namorados fazendo juras de amor nas escadarias da igreja, com famílias que descem de seus
prédios para ocupar esse espaço. Era só um sonho!” E continuou, “a fonte bem no meio da praça será um sinal. As rosas ali incrustadas num mosaico nos lem-
bram de Santa Rita e são um presente para as pessoas que nos procuram!”, disse o Pároco.
Participaram da missa cerca de 500
pessoas, entre as quais o vereador George Hato e Luis Felipe Miyabara, subprefeito da Vila Mariana, que viabilizaram as obras de revitalização, as quais incluíram a recuperação do calçamento, readequação do contorno viário, implantação de novos bancos, paisagismo, instalação de um amplo playground e a Fonte das Rosas.
Após a missa solene, a comunidade se dirigiu para a praça em frente ao templo, onde Dom Odilo Scherer fez a bênção da Fonte das Rosas. “Na sequência, um grupo musical da própria Paróquia fez uma apresentação natalina e foi oferecido um coquetel. Por ocasião do Natal, foi instalada na praça uma árvore com 15 metros de altura, e um presépio.
(Com informações de GiselaVendramini)
50 ANOS DE SACERDÓCIO DE DOM MANUEL
O Cardeal Scherer participou no sábado, 10, da missa em ação de graças pelos 50 anos de ordenação presbiteral de Dom Manuel Parrado Carral, atual Administrador Apostólico da Diocese de São Miguel, da qual foi bispo de março de 2008 a 21 de setembro deste ano. quando o Papa Francisco aceitou seu pedido de renúncia, em função da idade. Dom Manuel foi ordenado presbítero em 10 de dezembro de 1972. (por Redação)
ADMISSÃO DE SEMINARISTAS ÀS ORDENS SACRAS
Espiritualidade
Uma janela voltada para Belém
DOM JORGE PIEROZAN BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SANTANAJesus é Deus que está conosco e inicia uma nova história. Por Ele, a humanidade será salva. O nome Jesus signi ca “Deus salva”... do pecado, de tudo o que diminui e destrói a vida e a liberdade.
Nos 17 primeiros versículos do capítulo primeiro, o evangelista Mateus traz a genealogia de Jesus. Agora, apresenta três personagens centrais deste nascimento: o Emanuel, Filho de Deus,
que assume a condição humana; Maria de Nazaré, esposa de José, mãe de Jesus por ação do Espírito Santo; e José, da casa de Davi, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Quero acentuar uma coisa muito importante: a obediência. José e Maria obedecem ao plano indicado por Deus. Para obedecermos a Deus, é necessário que tenhamos a abertura de espírito, a coragem de “espiar” a vida com um novo olhar; necessitamos ver o mundo por outras janelas.
Enquanto escrevo, me vêm à lembrança algumas janelas de minha infância. Lembro-me da neve. Quando meu pai cantarolava, eu sabia que estava feliz. A família unida, e em paz. E eu, olhando pela janela. Nos dias mais duros de inverno na Serra Gaúcha, as crianças só veem o mundo pela janela.
Não existe apenas uma janela pela
qual possamos ver a realidade. Há janelas que se abrem para o passado: essas não podemos modi car. Há janelas que se abrem para as surpresas. A vida é curta demais para ser gasta olhando o que não deu certo. Olhemos pela janela em que se vê a festa. Há a janela do sofrimento, mas existe a da superação. A escritora gaúcha Martha Medeiros disse: “Um dia, a gente acorda, os livros nos acordam, um anjo nos acorda, e somos avisados: não adianta mais olhar para trás. É ir em frente ou nada!”. Não há inverno que não termine.
Jesus ensina a olharmos a vida pela janela da misericórdia. Seu amor é maior que nosso pecado. Quando as limitações humanas parecem de nitivas, surge o milagre da graça de Deus. É a história do grão de trigo que passa pela solidão, frio e escuridão da terra, mas que um dia explode no milagre da vida que
se renova. O poeta Jayme Caetano Braun escreveu: “No casulo, um ser, entre silêncio e trevas, cria asas para voar”. Nas situações limites, podemos proclamar: a última palavra ainda não foi dita! Fechemos as janelas das limitações humanas. Abramos as janelas da esperança. Às vezes, nos xamos demais na janela da tristeza. Deus quer nos conduzir para outras janelas, as que se abrem para o in nito. Somos amados por Ele: nos sintamos felizes. Tantas vezes, por entre lágrimas, eu sei.
Se, neste ano, nem tudo saiu como queríamos, não desanimemos! O amor de Deus é mais forte, vai além de nossas traições. Que alegria viver com vocês mais um Natal! Não nos esqueçamos de Nossa Senhora: sua presença silenciosa amplia nossa certeza, renova a esperança e prepara nossa alma para a chegada do Salvador. Maranathá!
Estado de Direito Editorial
Opassado recente da vida pública de nosso País, marcado pela acirrada disputa eleitoral e pelas diversas tensões após a proclamação do resultado, deu proeminência ao tema do ativismo judicial, e, em particular, da judicialização da política. De fato, já faz alguns anos que, por diversos fatores, vem crescendo a atuação de magistrados e tribunais brasileiros na arena política.
Os Três Poderes que estruturam nossa República, e que deveriam atuar harmonicamente, dentro de seus respectivos limites, têm tido cada vez mais atritos, dando margem à abertura de “exceções” a garantias legais em nome da defesa da democracia.
A violação das “regras do jogo”, de fato, é muitas vezes praticada ao argumento de proteção de interesses maiores – e assim, por exemplo, um juiz de nossa Suprema Corte pôde a rmar uns
anos atrás, num evento o cial do Poder Judiciário, que, por não ser eleito e ter um grau de independência maior, não devia satisfação, depois de investido do cargo, a absolutamente mais ninguém Este tipo de independência absoluta, no entanto, que seria exercida por “alguns homens [que], em virtude de um conhecimento mais profundo das leis do desenvolvimento da sociedade (...), estão isentos de erro”, é incompatível com o Império da Lei, e tende a levar ao totalitarismo (João Paulo II, Centesimus annus, nº 44). O próprio Catecismo da Igreja Católica opta “que todo o poder seja equilibrado por outros poderes e outras competências que o mantenham no seu justo limite”, vigorando o Estado de Direito, “no qual é soberana a Lei, e não a vontade arbitrária dos homens” (nº 1904).
O apelo à legalidade, ao respeito às regras do jogo, não pode, porém, ser entendido como um revanchismo, um
amordaçamento do Judiciário. Pelo contrário, a verdadeira paci cação social exige respeito total às suas atribuições e competências próprias: seu poder-dever de dizer o direito deve ser assegurado, assim como o livre acesso dos cidadãos aos órgãos judiciais. Assim como pedia Go redo Teles Júnior, em sua célebre Carta aos Brasileiros, queremos sim “o direito de ter Juízes e Tribunais independentes, com prerrogativas que os tornem refratários a injunções de qualquer ordem” – mas no mesmo passo aspiramos também ao “direito de ter uma imprensa livre; o direito de fruir das obras de arte e cultura, sem cortes ou restrições; o direito de exprimir o pensamento, sem qualquer censura, ressalvadas as penas legalmente previstas, para os crimes de calúnia, difamação e injúria”.
Reconhecemos, sem qualquer hesitação, que o Presidente legitimamente eleito e os Magistrados da Suprema
Opinião
A Bíblia é sagrada
WAGNER BALERA
Acaba de ser aprovado, na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que veda qualquer alteração no texto da Bíblia. A matéria segue, agora, para a apreciação do Senado.
Quem, a nal, poderia marchar contra tão importante proposição?
Trata-se, aparentemente, de iniciativa de certo guardião das Escrituras que quer evitar, a todo custo, adulterações capazes de induzir os éis sobre conteúdos contrários à mensagem que o Senhor Deus transmitiu ao longo da tradição oral e escrita.
No entanto, a proposta não ganhou adesão unânime. Pelo
menos três partidos, curiosamente pertencentes a campos opostos do espectro político (se é que existe, de fato, algum espectro político digno desse nome nestas plagas...), marcaram posição contrária ao proposto.
E qual foi o principal argumento da corrente contrária a tão relevante quanto fundamental norma? A de que o Estado é laico; de que existe separação entre Estado e Igreja.
Quem faz fé nisso ignora as dis-
posições constitucionais que, desde o preâmbulo, fazem referência a Deus e, ainda por cima, garantem aos templos de qualquer culto a imunidade tributária. Esses registros seriam, obviamente, incompatíveis com a summa divisio entre Estado e Igreja. Deus só existe para os crentes e, como bem sublinhou Jesus, deve se dar a Cesar o que é de Cesar e, de imediato, revogada a imunidade dos templos.
Mas, deixando de lado as considerações acacianas, vamos ao mérito.
A Bíblia é Sagrada porque toda ela recebe inspiração divina, a partir da coerente construção dos seus distintos livros. O sagrado do Texto Sagrado emana de todas as palavras revestidas de sentido único, derivadas que são da Palavra, isto é, do Verbo divino que se fez presença entre os homens.
Corte são os mais altos funcionários, respectivamente, nos quadros administrativos e judicantes da Nação. Mas, ainda junto com Go redo, negamos que qualquer um deles seja o mais alto Poder de um País Proclamamos a soberania da Constituição
O Estado de Direito: “Eis o vínculo desta dignidade de que gozamos na República, eis o fundamento da liberdade, eis a fonte da justiça: a mente, a alma, a opinião comum e o sentimento da Nação estão assentados nas leis. (...) Somos todos, en m, escravos das leis, precisamente para que possamos ser livres” (Cícero, Pro Cluentio, 53). Concluamos ecoando o nal daquela Carta aos Brasileiros: “Fiquemos apenas com o essencial. O que queremos é ordem. Somos contrários a qualquer tipo de subversão. Mas a ordem que queremos é a ordem do Estado de Direito. A consciência jurídica do Brasil quer uma cousa só: o Estado de Direito, já”.
Nenhum dos versículos bíblicos pode carecer de sentido dentro do respectivo contexto.
Há, porém, detalhes derivados da diferente compreensão teológica de correntes de pensamento religioso que incluem ou excluem certos livros do Texto Sagrado, por entenderem que essas inclusões ou supressões asseguram a melhor harmonização do texto no seu todo considerado.
Poderia o Estado se arvorar em poder de conferir o imprimatur para só esta ou aquela versão da Bíblia, que é Sagrada? Evidentemente que não. E aqui, sim, se encontra a garantia fundamental (direito humano em sentido estrito) da liberdade
religiosa.
Todo aquele que con a na Bíblia, Palavra de Deus semeada no meio do povo, como tão elegantemente exprime certo hino litúrgico, tem o direito de escolher a edição com a qual melhor possa se aproximar, sempre mais, do Sagrado.
Fé e Cidadania Comportamento
A solidariedade do Estado de
Fratelli tutti
CRISLEINE YAMAJI
Entre os objetivos de nosso Estado democrático de direito, consta a construção de uma sociedade solidária. A solidariedade social é objetivo e princípio de nosso Estado, só que, nos dias de hoje, vem pautada por um contentamento com uma solidariedade programática, abstrata, formal, restrita ao que não incomoda. A assunção de responsabilidades e da comunhão mantêm nosso conforto e nossos muros.
Não há solidariedade social em que as pessoas deixam de ser vistas e de ver o outro por seu valor primário. Não há solidariedade em que os direitos humanos de uns vale mais do que para outros; na verdade, direitos humanos esses outros não têm. Não há solidariedade social em que a manutenção da miséria convém para alguns que usam da miséria do outro para enriquecer, explorando o outro com a informalidade de ausência de direitos sociais e previdenciários, o pagamento de salários de fome e o desespero da sobrevivência.
Ademais, não há solidariedade na divisão. A sociedade brasileira passou a apreciar a política da divisão. A desconança mútua tornou-se combustível para a eleição, para a defesa do armamentismo da
população, para um clima constante e insuportável de con ito, com um mergulho em um mar de individualismos que, somados, apesar de toda boa vontade, não formam uma casa comum.
Passamos a nos contentar, tomados pelo desânimo e pela falta de esperança, com uma sociedade do “nós” contra “eles”, dos donos da razão que se contrapõem e que se perdem em um descarte mútuo, constante, com perda de sua identidade de comunidade.
Se no nosso Estado democrático brasileiro, formalmente, não há mais espaço para esse tipo de divisionismo, podemos imaginar em nossa comunidade cristã. Há tempos, deixamos de viver uma vida comum, característica da comunidade cristã em uma igreja una, santa e católica.
Nesse contexto, coloca-se em evidência a proposta da encíclica Fratelli tutti de uma “vida ao sabor do Evangelho”. Viver o Cristianismo em sociedade, com uma construção de uma fraternidade social que não se contenta com todo esse divisionismo, com os muros que afastam a pobreza e deixam os pobres à uma distância sucientemente segura para blindar os olhos e o coração, que se contenta com a frieza de um individualismo sufocante e de uma esmola insu ciente para
Você Pergunta
viver. Não basta à conformação da nossa solidariedade constitucional ou da fraternidade social proposta pelo Papa um assistencialismo de balcão, que até despacha recursos em recursos escassos a criar dependência, mas afasta dos olhos a miséria e não cria soluções de longo prazo.
Toda essa proposta trazida pela Fratelli tutti é mais do que um discurso moral; é instrumento que deve permear uma leitura e caz da solidariedade no Estado democrático de direito, com um amor político apropriado à visão evangélica; ou seja, uma política de valorização efetiva da pessoa humana, com trabalho remunerado para uma sobrevivência digna, verdadeira esperança de futuro, uma articulação política que resulte em um desenvolvimento humano e social efetivo.
A abertura amorosa ao outro não deve permitir que ninguém seja descartado ou descartável, e deve ser um motor capaz de gerar alternativas novas e criativas para o enfrentamento corajoso dos nossos problemas sociais atuais, do individual ao coletivo, em busca do bem comum e do valor do ser humano que há muito deixaram de ser prioridade em nosso Estado.
CrisleineYamaji é advogada, doutora em Direito Civil e professora de Direito Privado. E-mail:direitosedeveresosaopaulo@gmail.com
Família e Estado
RODRIGO GASTALHO MOREIRA
A família deve ser compreendida como sendo célula vital da sociedade, primeira sociedade natural, fundada no Matrimônio (um vínculo perpétuo entre um homem e uma mulher), a quem é atribuída uma tarefa educativa que é direito dos lhos, é protagonista da vida social e deve ter a sociedade a seu serviço.
Inequívoco, é no âmbito da família que o homem recebe as primeiras noções do bem e da verdade, aprende a amar e ser amado e o signi cado de ser pessoa. De outro lado, sem famílias fortes na comunhão e estáveis no seu compromisso, os povos se debilitam e é no seu âmbito que se dá a aprendizagem das responsabilidades sociais e da solidariedade.
Deve-se, portanto, assegurar a prioridade e precedência da família em relação à sociedade e ao Estado. Na sua função procriadora, a família é mesmo condição de existência da própria sociedade. De fato, a legitimação da família está fundada na própria natureza humana e não no reconhecimento da lei civil. Ela antecede ao próprio Estado, por isso não existe em função do Estado; antes, o contrário, a sociedade e o Estado é que existem para a família.
Outrossim, nas suas relações com a família, o Estado tem o dever de se ater ao princípio da subsidiariedade, não lhe subtraindo as tarefas que pode realizar sozinha ou associada a outras famílias, e tem o dever de apoiá-la garantindo-lhe os auxílios necessários para que possa bem cumprir as suas responsabilidades.
A família, neste contexto, é compreendida como sendo a primeira escola de sociabilidade da pessoa humana. No seu âmbito, os anciãos são vistos como escola de vida e transmissores de valores e tradições, e têm direito de ser tratados com amor, sobretudo quando se encontram em situação de dependência.
Neste sentido, as leis e as instituições do Estado não devem de forma alguma lesar o direito à vida desde a sua concepção até a ocorrência da morte natural. Antes, devem defendê-lo e promovê-lo. Cumpre ressaltar, a paternidade exercida de modo responsável não signi ca ter lhos de modo desordenado nem lhes limitar o nascimento por motivos egoísticos e de comodidade pura. Em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, a paternidade responsável se exerce tanto com a deliberação ponderada de fazer crescer uma família numerosa, quanto com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento.
Por m, aos esposos cabe, com exclusividade, o juízo de valor acerca do intervalo entre os nascimentos, e não é lícito ao Estado interferir de forma direta ou indireta nesta decisão. São considerados inaceitáveis e moralmente condenáveis os programas de ajuda econômica destinados a nanciar campanhas de esterilização e de contracepção ou que estejam condicionados à aceitação de tais campanhas.
“Uma amiga de trabalho faleceu há 13 anos, mas sempre sonho com ela e a sensação é horrível quando acordo. Sempre coloco o nome dela nas missas. O que faço?”
Essa é a dúvida do Ivanildo, de Osasco (SP). Certamente, meu irmão, esta sua amiga de trabalho era uma pessoa que você estimava muito. Tanto que ela sempre está morando em sua memória e em
seu coração. É normal que de vez em quando uma das gavetas de sua memória se abra e você sonhe com a pessoa. Eu sonho sempre com meus pais falecidos.
O que não podemos, meu irmão, é fazer do sonho um problema. Sonhou, sonhou... e a vida continua.
Orar por sua amiga é um gesto bonito de fé. O amor é mais forte do que a morte. A verdade de fé que proclamamos no Credo, ao dizermos “Creio na comunhão dos santos”, é que os três
níveis de Igreja, a saber, a Igreja militante, a Igreja triunfante e a Igreja padecente, estão em comunhão na oração. Por isso, oramos pelos mortos, pedindo que a misericórdia de Deus os acolha, e na eternidade, eles intercedam por nós.
Eu só insisto com você para que não que preocupado com os sonhos com sua amiga. Tenha-a presente em suas orações e toque sua vida, porque a missão dela terminou e a sua continua. Um abraço fraterno a você.
As opiniões expressas na seção“Fé e Cidadania”são de responsabilidade do autor e não re etem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Pelo presente edital convoca-se Sr. Valério
Maschi, (endereço desconhecido) para que
de terça à sexta feira , das 13h às 16h, ao Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo, sito à Av. Nazaré, 993 – Ipiranga – São Paulo – SP (telefone 3826 5143), para tratar de assunto que lhe diz respeito.
São Paulo , 14 de dezembro de 2022
Mons. Sérgio Tani Vigário Judicial do TEI-SP
BELÉM
Congregação das Missionárias Servas do Espírito Santo completa 133 anos
FERNANDO ARTHUR COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃONa quinta-feira, 8, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São Marcos Evangelista, no Parque São Rafael, em ação de graças pelos 133 anos da Congregação das Missionárias Servas do Espírito Santo. Concelebraram os Padres Irineu Dossou, SVD, Pároco; Joseph Dillon, Vigário Paroquial; Rommanus Hami e Elizeu da Conceição.
Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém ressaltou a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a rmando que
esta
ção do Verbo, do nascimento de Jesus”. Ao dirigir-se às Irmãs da Congregação das Missionárias Servas do Espírito
Santo, Dom Cícero agradeceu a Deus a ação missionária que elas realizam. “Conquistadas por Deus, mulheres felizes, porque, assim como Maria, foram encontradas pelo Senhor, que lhes disse: ‘Alegrem-se, não tenham medo’”.
Ao m da celebração, Padre Irineu agradeceu a presença das religiosas, sobretudo na Paróquia, uma vez que cuidam da Catequese e da liturgia. “Somos a grande família de Santo Arnaldo Janssen, nosso fundador”, a rmou, exortando os éis a rezarem para suscitar vocações.
A celebração na íntegra pode ser acompanhada em: https://cutt.ly/X0dI58V
[SÉ] A Paróquia Nossa
na Bela Vista, promove, há 22 anos, uma ação caritativa chamada “Natal de Luz”, que visa a ajudar as famílias mais necessitadas do bairro. Uma equipe de paroquianos visita todas elas; outra equipe se encarrega da aquisição dos presentes (roupas, calçados e brinquedos) que serão ofertados; e uma terceira se encarrega de fazer com que essas famílias participem de encontros formativos e de oração. No sábado, 10, foi preparado um almoço em que havia 650 convidados, de 170 famílias, sendo que cada uma destas recebeu duas cestas básicas, uma delas com alimentos natalinos. Mais de 250 crianças ganharam um pacote com roupas, calçados e brinquedos e houve também jogos, canções e a presença do Papai Noel. Aconteceu, ainda, a adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida
nio
festa é mariana e cristológica, pois “Maria é preservada da mancha do pecado original em vista da encarna-[SÉ] No domingo, 11, foi aberta a 1ª exposição de presépios no Memorial Achiropita-Orione, localizado na Avenida Treze de Maio, 332/336, e vinculado à Paróquia Nossa Senhora Achiropita, na Bela Vista. As visitas podem ser feitas aos ns de semana, até o dia 8 de janeiro de 2023, mediante agendamento prévio pelo telefone (11) 3106-7235. (por Eva Yu Bertani) [SÉ] A comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, acolheu o Padre Eduardo Ribeiro, C.Ss.R., como seu novo Pároco, em missa no domingo, 11, presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e concelebrada pelo Padre Marlos Aurélio da Silva, Superior Provincial dos Redentoristas; Dom Joércio Golçalves Pereira, Bispo Emérito de Coari (AM); Monsenhor Geraldo de Paula Souza, ex-pároco e recém-nomeado Bispo Auxiliar de Niterói (RJ), e demais padres redentoristas. (por Roy Nakamoto) [SANTANA] A Paróquia Nossa Senhora de Loreto, Setor Medeiros, recebeu no sábado, 10, Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, para presidir a missa em honra da sua padroeira. Concelebraram os Padres Álvaro de Oliveira Joaquim, OSJ, Pároco, e Antônio Ramos de Moura Neto, OSJ, que atua na Diocese de Bacabal (MA). Eles foram assistidos pelos Diáconos Edson Breda, Mário José Rodrigues e Felipe Ribeiro Neto. (por Robson Francisco) Senhora Achiropita, pelo Padre Antô- Sagrado Bogaz, PODP, Pároco. (por Pascom paroquial) Flavio Modolin Fernando Arthur Pascom paroquial Robson Francisco Roy Nakamoto Eva Yu Bertani Paulo Takahachi
IPIRANGA
Dom Ângelo preside missa na festa patronal da Paróquia Imaculada Conceição
PASCOM PAROQUIAL
Unindo fé, devoção e solidariedade, os éis da Paróquia Imaculada Conceição, no Ipiranga, celebraram, entre os dias 29 de novembro e 7 de dezembro, a novena em honra da padroeira.
Com o tema “Com a Imaculada, chamados na graça para a missão!”, as missas foram presididas por padres de diferentes paróquias da Arquidiocese e, como ação concreta, arrecadaram-se mais de 200kg de alimentos não perecíveis, os quais foram destinados à composição de cestas básicas para atender as famílias assistidas pela Paróquia.
No dia 8, solenidade da Imaculada Conceição, ocorreram quatro missas, sendo uma delas presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, e concelebrada pelos Padres Boris Agustín Nef Ulloa, Pároco, e Rodrigo omaz, Vigário Paroquial, assistidos pelo Diácono Orlando Luciano da Silva.
Durante a homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga destacou a importância do dogma da Imaculada Conceição de Maria, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854, bem como o papel missionário da Mãe de Jesus e seu testemunho à Igreja.
[SÉ] A Comissão Arquidiocesana de Liturgia (CAL) esteve reunida no dia 6, na Catedral da Sé, para avaliar as atividades ocorridas neste ano e discutir os rumos para 2023, que incluem a constituição das equipes regionais de liturgia, a continuação das formações baseadas na carta apostólica Desiderio desideravi, a preparação de leitores e instruções sobre o Missal Romano. Participaram Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa e Referencial para a Liturgia da Arquidiocese; Padre Helmo Cesar Faciolli, Assistente Eclesiástico para a Liturgia Arquidiocesana; Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral e editor do folheto O Povo de Deus; Padre José Weber, compositor de músicas e cantos litúrgicos, e outros padres e leigos que representaram as regiões episcopais. (por Ruy Halasz)
[LAPA] Na Comunidade Nossa Senhora e São Joaquim, no Jardim Humaitá, que pertence à Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Leopoldina, realizou-se a missa de encerramento das atividades do ano da Associação Civil Gaudium et Spes (Ages). A celebração foi presidida por Dom Fernando José Penteado, Bispo Emérito de Jacarezinho (PR), concelebrada pelo Padre Messias Moraes Ferreira, Presidente da Ages, com a participação de professores e funcionários da entidade. (por Benigno Naveira)
[SANTANA] No domingo, 11, na Capela Bem-Aventurado Frei Cláudio Granzotto, pertencente à Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, Setor Tucuruvi, Dom Jorge Pierozan abençoou o busto do Padre Nadir Sérgio Granzotto, que foi o idealizador desta Capela. Concelebraram os Padres Alfredo Granzotto, MS, e Raimundo Edmilson Rodrigues, Pároco da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres. Além dos membros da comunidade, participaram parentes do Padre Nadir e do Bem-Aventurado Frei Cláudio Granzotto.
(por Fernando Fernandes)
[SÉ] No domingo, 11, os éis da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios, no Cambuci, comemoraram mais um passo dado na reforma das instalações paroquiais, com a inauguração do Pátio São Francisco, pelo Padre Ricardo Anacleto, Pároco.
(por Marcos Vinícius)
[BELÉM] Na quinta-feira, 8, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Tatuapé, por ocasião da festa da padroeira. Na celebração, três adultos receberam a Eucaristia pela primeira vez. Concelebrou o Padre José Mário Ribeiro, Pároco.
(por Fernando Arthur)
JUBILEU DE PRATA SACERDOTAL DO PADRE BARONTO
Na terça-feira, 13, o Padre Luiz Eduardo Baronto, Cura da Catedral da Sé, completou 25 anos de ordenação sacerdotal. Em ação de graças, aconteceu uma missa às 12h na Igreja-Mãe da Arquidiocese. “Queremos agradecer a Deus por todo o bem realizado por meio da vida e da dedicação do Padre Baronto, sobretudo neste tempo que aqui tem estado à frente da nossa Catedral. Pedimos a Deus que o abençoe, ilumine e conduza no exercício do sacerdócio”, disse o Cardeal Scherer, antes de passar a presidência da missa ao jubilando. (por Redação)
[BRASILÂNDIA]
No sábado, 10, Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, presidiu missa na Paróquia Mãe Rainha, no Parque Panamericano, Setor Jaraguá, em ação de graças pelos 34 anos de sacerdócio do Padre Cilto José Rosembach, Pároco, que foi ordenado em 10 de dezembro de 1988 na Paróquia Sagrado Coração, em Capanema (PR). Entre os concelebrantes esteve o Padre Dionísio Dennis Moorman. (Pascom regional)
[BRASILÂNDIA] No dia 4, na Paróquia São José Operário, no Jardim Damasceno, aconteceu a festa regulamentar da Sociedade de São Vicente de Paulo do Conselho Central Norte, que contou com uma missa presidida pelo Padre Gilson Feliciano, SV, assistido pelo Diácono Edson Chagas. O evento contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre confrades e consócias da Sociedade, além de paroquianos e convidados. (por Padre Gilson Feliciano, SV)
[SÉ] No dia 6, na Paróquia Santo Antônio do Pari, Setor Bom Retiro, houve a missa de envio dos novos dirigentes de 1ª, 2ª e 3ª etapas do Encontro de Casais com Cristo (ECC), pelo período de dois anos, presidida pelo Diretor Espiritual do ECC para a Região Sé, Frei Wilson B. Simão.
(por Cassiano e Norma Pasce)
[LAPA] No dia 4, um grupo de 38 ciclistas, incluindo o Padre Messias Moraes Ferreira, Pároco da Paróquia São José, Setor Pirituba, e Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Leopoldina, participou do “Pedal da Fé”. Trata-se de uma iniciativa que propôs percorrer 61km de bicicleta, partindo do Alto do Piracuama, Tremembé (SP), até o Santuário Nacional de Aparecida e, lá, agradecer a Nossa Senhora e lhe pedir proteção aos ciclistas.
(por Benigno Naveira)
[LAPA] No dia 7, na Paróquia São José, no Jardim Monte Alegre, Setor Pirituba, aconteceu a reunião de apresentação do projeto do novo templo, com a participação de Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, do Padre Messias Moraes Ferreira, Pároco, e dos arquitetos que zeram o planejamento da obra. (por Benigno Naveira)
[BELÉM] Cerca de 60 jovens receberam o sacramento da Con rmação na manhã do domingo, 11, na Paróquia Imaculada Conceição, em Sapopemba, pelas mãos de Dom Cícero Alves de França. Concelebrou o Padre Everton Augusto de Souza, Pároco, assistidos pelo Diácono Yago Ferreira. (por Fernando Arthur)
[LAPA] Na quinta-feira, 8, aconteceu a reunião das(os) secretárias(os) paroquiais da Região Lapa, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, conduzida por Dom José Benedito Cardoso, e coordenada pelo Padre Antonio Francisco Ribeiro, Assistente Eclesiástico da Pastoral das Secretárias, que falou sobre o planejamento das atividades de 2023. Dom José agradeceu o trabalho e a colaboração de todas(os) as(os) secretárias(os). (por Benigno Naveira)
Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo completa 50 anos
REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.brOs 50 anos de fundação da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo (CJPSP) foram comemorados com um ato no teatro Tucarena, em Perdizes, na segunda-feira, 12. Na ocasião, recordaram-se, também, os 74 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, celebrados no sábado, 10.
O evento foi aberto pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e contou com a presença de membros históricos da entidade fundada em 1972 pelo Cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016), então Arcebispo de São Paulo. Entre os presentes, estavam o ex-ministro da Justiça, José Gregori, e os professores Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, além do atual presidente, Antônio Funari Filho, que deram testemunho sobre a missão da Comissão.
A Comissão Justiça e Paz nasceu com o objetivo de denunciar e combater as violações de direitos humanos durante o
regime militar brasileiro e, desde então, tem participado ativamente dos principais movimentos da história.
Ao tomar a palavra, Dom Odilo recordou que a CJPSP é fruto de uma iniciativa de seu predecessor, o Cardeal Arns, inspirado nas disposições do Concílio Vaticano II, especialmente pela constituição pastoral Gaudium et spes, que ressaltou a necessidade de os membros da Igreja participarem do processo
de mudança da sociedade. Nesse sentido, em 1967, São Paulo VI criou a Pontifícia Comissão Justiça e Paz, que depois se tornou um pontifício conselho e, atualmente, integra o Dicastério para o Desenvolvimento Humano e Integral, criado pelo Papa Francisco.
O Arcebispo sublinhou que os propósitos da Comissão nunca mudaram, uma vez que a realidade social e política do País continua a requerer a presença vigi-
lante e atuante desse organismo eclesial, assim como de outras organizações da sociedade civil.
“Vemos que o papel da Comissão não está superado, nem pode ser diminuído, quando vemos que as mesmas mazelas continuam na sociedade e, por isso, é necessário a atuação da Comissão Justiça e Paz”, a rmou o Cardeal Scherer, acrescentando que, com o magistério do Papa Francisco, agrega-se um conceito para o desenvolvimento humano e superação das desigualdades e injustiças: a fraternidade universal.
“Neste momento em que se comemoram os 50 anos de vida da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, quero agradecer, em primeiro lugar, todo testemunho dado por aqueles que nela atuaram de maneira corajosa, e quero incentivar que continuem, que agreguem novos membros, novas lideranças atentos às novas realidades de nosso tempo”, concluiu.
Para assistir à íntegra do evento, acesse: https://youtu.be/vsVGG2FL5N4
Aberta mostra sobre a Amazônia, em homenagem ao Cardeal Hummes
Foi aberta na quinta-feira, 8, no campus Monte Alegre da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em Perdizes, a exposição fotográ ca “Sonhos para a Amazônia”.
Em cartaz no saguão da Biblioteca até o nal de fevereiro de 2023, a mostra é uma homenagem ao Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo entre 1998 e 2006, falecido em julho passado, e seu empenho missionário pela Igreja e os povos amazônicos.
Organizada pela Fundação São Paulo (Fundasp), a exposição reúne imagens do fotógrafo Fernando Ricci, feitas durante uma expedição realizada em 2014 para levar atendimento médico, odontológico e psicológico às populações indígenas e ribeirinhas do território do Acre, mais
precisamente pelo uxo do rio Envira.
“Foram 20 dias de expedição e mais de 5 mil imagens de comunidades ribeirinhas. Não foi fácil escolher estas 32 ima-
gens, mas é um bom panorama do que pude captar do material”, revelou Ricci. Além da observação das fotos impressas, o espaço propicia uma imersão sensorial
que remete à Amazônia, quando os visitantes entram na “caixa de experiência temática”, uma sala escura que ativa os sentidos com a presença de vegetação, aromas, projeção de imagens e sons.
A exposição também apresenta objetos do acervo pessoal de Dom Cláudio, todos recebidos durante suas viagens à Amazônia.
“Dom Cláudio cuidou da Amazônia, não somente como pastor, mas, também, como pessoa, e nos deixou três lições: precisamos conhecer mais a Amazônia, amar a Amazônia como bioma e como terra de povos originários do nosso Brasil e, ao mesmo tempo, comprometer-se com ela”, a rmou o Padre José Rodolpho Perazzolo, secretário-executivo da Fundasp.
(PorRedação–CominformaçõesdeJornaldaPUC-SP)
De São Francisco a Chesterton, uma peregrinação cristã pelo fascínio do real
Núcleo Fé e CulturaO Prof. Marcos Aurélio Fernandes, da UnB, vem nos oferecendo, nestes Cadernos Fé e Cultura, uma série de artigos sobre a mística e a espiritualidade de São Francisco de Assis e do franciscanismo. Nesta edição, propôs-nos uma interessante re exão sobre o “paradoxo de São Francisco”, remetendo-nos ao livro escrito sobre ele por Gilbert Keith Chesterton (1874-1936). Nasceu daí a ideia de fazer esta edição dedicada ao grande escritor católico inglês.
Nos últimos anos, Chesterton se consolidou como um dos pensadores católicos mais populares no Brasil. Com isso, diversas editoras se interessaram em traduzir e publicar suas obras, vem sendo promovidos cursos e encontros voltados a suas ideias. Seu nome passou a gurar entre as referências de dezenas de trabalhos acadêmicos. Contudo, é preciso reconhecer: foi, principalmente, por meio das redes sociais que Chesterton se tornou um pensador conhecido no Brasil.
Nessas redes, as páginas voltadas à divulgação de trechos extraídos dos seus livros somam mais de 100 mil seguidores. Como muitos têm acesso aos escritos do pensador inglês apenas por meio dessas publicações, Chesterton passou a ser tratado como “um grande frasista”. Mas foi, na realidade, um autor prolí co. Escreveu dezenas de livros e milhares de artigos, com os mais variados temas, incluindo contos, romances, crítica literária, ensaios, biogra as etc. Como intelectual público, muito reconhecido ainda em vida, se posicionou e escreveu sobre os problemas sociais, sendo um dos grandes propositores do distributismo, baseado na Doutrina Social da Igreja, tema do artigo, neste Caderno, de Rhuan Reis do Nascimento.
Chesterton foi o mais famoso “apologeta” cristão do século XX. Nestes tempos, carregados de cancelamentos culturais e ressentimentos, criou-se contudo uma visão distorcida da apologética cristã, como se a defesa da fé tivesse que ser movida pela raiva e por discursos agressivos, voltados ao achincalhamento de quem não compartilha uma visão
cristã de mundo. Chesterton não é assim. Sua ironia e mordacidade não é cáustica e destrutiva, mas carregada de alegria e até de um certo espírito fraterno. Seu mais famoso personagem, Padre Brown, o detetive, conseguia descobrir os criminosos porque se imaginava capaz de ser como eles. O verdadeiro defensor da fé não se considera melhor do que os outros, esforça-se para comunicar uma beleza, mesmo se precisa denunciar um erro.
Há poucos anos, o colunista Marcelo Coelho, declaradamente agnóstico, escreveu na Folha de S. Paulo: “Depois de tantos livros recentes a favor do ateísmo, ler uma defesa da religião católica pode ser desa o interessante – e acaba de ser publicado no Brasil um dos textos mais originais e vertiginosos que conheço sobre o assunto. Trata-se de Ortodoxia, escrito por G.K. Chesterton [...]
O que torna Ortodoxia fascinante é que seu autor não apela a nenhum
dogmatismo para defender o dogma. Chesterton invoca apenas a sua intuição pessoal, o seu bom senso, a sua experiência da realidade... E, como sua intuição, seu bom senso e sua experiência da realidade não são os de um homem comum, mas, sim, os de um poeta e ccionista, Chesterton acaba produzindo uma obra espantosa, tão cheia de paradoxos, encantamentos e implausibilidades quanto um romance de cção cientí ca ou um conto de literatura fantástica [...] Chesterton não se dirige aos crentes e di cilmente persuadirá os descrentes. Ele não escreve para ateus ou religiosos, mas para outro tipo de pessoas: as pessoas felizes”.
Temos, então, um o condutor pouco evidenciado que une São Francisco a Chesterton. Apesar das incontáveis diferenças entre o santo medieval e o irônico apologeta contemporâneo, ambos nos revelam um Cristianismo fascinante, um mundo inundado pela beleza do Mistério
de amor que o criou. Como no livro citado no início dessa apresentação, o paradoxo do alegre defensor da fé, num mundo que abandonou o Cristianismo por medo justamente de perder sua alegria de viver, se encontra com o paradoxo do santo apaixonado pela pobreza, que fascina um mundo magnetizado pela riqueza.
Não poderíamos deixar de agradecer a Gabriel de Vitto, do site A outra via, Rodrigo Naimeyer dos Santos e à Sociedade Chesterton Brasil pela colaboração que tornou possível este Caderno. Que o nosso encontro com a herança deixada tanto por São Francisco quanto por Chesterton represente uma ocasião para nos descobrirmos pessoas mais felizes.
Use o QRCode para acessar o Caderno Cultural na Internet, com os artigos e acesso aos links citados.
O Caderno Fé e Cultura é uma publicação quinzenal do jornal “O SÃO PAULO”, com coordenação editorial do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. Diretor responsável e editor: Padre Michelino Roberto. Coordenação editorial: Francisco Borba Ribeiro Neto. Revisão: José Ferreira Filho e Daniel Gomes. Diagramação: Jovenal Alves Pereira. Impressão: Grá ca OESP. Conselho editorial: Alexandre Gonçalves, Alline Luiza de Abreu Silva, Bruno Muta Vivas, Diogo Chiuso, Gustavo Catania, Ivonete Kuerten, João Cortese, Luís Henrique Marques, Maria Nazaré Lins Barbosa, Rodrigo Pires Vilela da Silva e Vandro Pisaneschi. Edição 07 14 de dezembro de 2022 Arte: Sergio Ricciuto ConteNo século XX, um divertido e sábio cristão feliz
Rodrigo Naimayer dos Santos*G.K. Chesterton, o mais famoso apologista do Cristianismo no século XX, era um homem cheio de ideias divertidas e paradoxais. Um homem marcado pela alegria de viver, maravilhado pelo amor de Deus que se manifesta nas coisas grandes e pequenas do cotidiano.
Gilberth Keith Chesterton nasceu em Kensington, Londres, em 29 de maio do ano de 1874. Foi educado em casa na primeira fase de sua formação. Geralmente antes de irem para uma escola, as crianças aprendiam a ler e escrever, (em mais de uma língua inclusive) e os principais elementos das matemáticas, assim como cultura literária e religiosa.
Seu pai, Edward Chesterton, tinha uma invejável cultura literária e transmitiu isso ao lho. Dessa forma, a infância de Chesterton foi preenchida com as grandes narrativas dos mais diversos gêneros, concedendo-lhe um imaginário poderoso, alimentado de poesias e trechos celebres da literatura, aprendidos de cor. Essa foi a base para uma visão de mundo singular que o acompanharia durante toda a vida.
No arco de tempo em que esteve na fase nal da escola e no início da faculdade de artes, nosso autor entra em contato com as diversas tendências ideológicas e losó cas, muitas delas sofrendo da falta de sentido. O que Chesterton encontra é um vazio existencial profundo, muito distante daquilo que tinha sido sua vida na infância o que quase extingui a chama da imaginação e da verdade.
Como Chesterton saiu desse dilema existencial? Em grande parte, a lucidez do homem está relacionada ao grande número de respostas que ele havia armazenado. Chesterton dizia que os contos de fadas e as grandes histórias nos dão uma série de respostas para perguntas que ainda não surgiram para nós. A saída do dilema existencialista, para Chesterton, se deu por meio de um duplo movimento que iria marcar todo o seu pensamento: a gratidão e a risada.
Para quem já leu o capítulo “Ética do País das Fadas” do livro Ortodoxia (São Paulo: Principis, 2020), ca patente como para o autor londrino a fonte de todo o sentimento de monotonia é se acostumar a tudo. Os contos de fadas têm o papel de renovar em nós o espírito de deslumbramento em relação ao mundo. Assim, falamos em nossos contos de maçãs douradas, pois nos esquecemos de quando cávamos encantados por elas serem vermelhas.
Esse não é nenhum processo escapista para fazer a vida suportável, mas Chesterton, de fato, crê que o mundo é deslumbrante justamente por não ser necessário. Deus é o único necessário, e o mundo é fruto da sua liberdade que quis criar sem precisar criar. Assim, todas as coisas que Deus faz existir com sua vontade criadora, são, na verdade, maravilhas salvas do mar do nada pelo amor de Deus.
Para falar de Chesterton e a risada, vale a pena falar dele como “príncipe dos paradoxos”. Gilbert sempre os fazia e muitas vezes arrancava risadas de quem lia ou ouvia, pois tinham o efei-
O convertido
Depois de um momento em que inclinei minha cabeça O mundo inteiro virou e cou de pé, E eu saí onde a velha estrada brilhava branca, Eu andei pelos caminhos e ouvi o que todos os homens disseram, Florestas de línguas, como folhas de outono por cair, Sem ser desagradáveis, mas estranhas e leves; Velhos enigmas e novos credos, não desrespeitosos Mas suaves, como os homens sorriem sobre os mortos.
Os sábios têm centenas de mapas para dar Que traçam seu cosmo rastejante como uma árvore, Eles chacoalham a razão através de muitas peneiras Que armazenam a areia e soltam o ouro: E todas essas coisas são para mim menos que pó, Porque meu nome é Lázaro e estou vivo.
to de uma verdadeira peripécia de malabarista, porém feita com as ideias. A simpatia e camaradagem de Chesterton, com grandes opositores em debate era celebre. Um homem que não se levava a sério, mas levava a sério as coisas sérias como amizade, lealdade, cavalheirismo e, para além disso tudo, a verdade.
Em 28 de junho de 1901, Chesterton se casa com Frances Blogg. Frances não era apenas a mente que organizava a agenda de nosso autor, mas era sua condente, companheira e amiga de maneira que podemos pensar que Chesterton não seria a mesma coisa sem Frances, especialmente do ponto de vista da fé, uma vez que ele, superando o ateísmo, não havia, contudo, decidido por uma religião institucional. Frances, que era ativa em sua comunidade anglicana, atrai Chesterton para uma de nição religiosa como cristão.
Em 1902, Chesterton estreia no mundo jornalístico e suas posições são instigantes e provocativas. Assinando como G.K.C, em pouco tempo haverá alvoroço para saber quem é o dono de tal sigla.
A vida de Chesterton foi marcada por grandes amizades, feitas entre correligionários e opositores. Dois grandes exemplos são Hillaire Belloc e Bernard Shawn. O primeiro será o parceiro de toda uma vida de empreitadas. Já o segundo, talvez seja uma das pessoas que mais discordava de Chesterton.
Algumas de suas obras mais conhecidas são provavelmente, Ortodoxia e O homem que era quinta-feira (Gaeiras, Portugal: Alêtheia Editores, 2013) ambas escritas em 1908. Nessa obra, ele apresenta o que seria sua loso a mediante uma provocação.
Em 1911 é publicada a coletânea de contos policiais A inocência do Padre Brown (Porto Alegre: L&PM Editores, 2010), livremente inspirado no grande amigo de Chesterton, o Padre John O´Connel. O Padre Brown, detetive do livro, utiliza seu vasto conhecimento da natureza humana obtido no confessionário, para desvendar crimes e mistérios.
Uma palavra de esperança
Quando as nossas esperanças pelos tempos vindouros são perturbadas por dúvidas e ansiedades, quando a paz nos parece caótica, lembremo-nos de que a nossa decepção é em verdade uma ilusão. O nosso resgate é que é uma realidade. Os motivos que temos para sentir gratidão estão sempre acima das forças de que dispomos para agradecermos. As coisas novas são feitas num sopro de humildade elevada à nobreza, até mesmo de um temor que é também nobre. Nós enchemos as coisas de adornos nos momentos em que mais as amamos. E nós as amamos mais quanto mais as tenhamos quase perdido.
Em 1922, ele irá publicar, no mesmo ano em que se batiza e entra formalmente para a Igreja Católica, sua celebre biogra a de São Francisco de Assis (Campinas: Ecclesiae, 2014).
Em 1925, ele publica O homem eterno (São Paulo: Principis, 2021), considerado por C.S Lewis o melhor livro de defesa do Cristianismo que já havia lido.
Chesterton morreu de insu ciência cardíaca no dia 14 de junho de 1936. Sua morte causou uma grande comoção e o Papa Pio XI em um telegrama o chamará “Defensor da fé”.
* Seminarista da etapa do discipulado da Arquidiocese de Porto Alegre. Bacharel em História
O distributismo de Chesterton
Rhuan Reis do Nascimento*Distanciando-se tanto do capitalismo quanto do comunismo, Chesterton abraçou um pensamento político e econômico alicerçado na Doutrina Social da Igreja, numa posição que nos ajuda a entender como as opções políticas dos católicos podem superar os partidarismos e polarizações de nosso tempo
Com frequência, o escritor e jornalista inglês Gilbert Keith Chesterton (1874-1936) é tratado como “um grande frasista”. De fato, de seus escritos saíram pérolas como: “Apaixonar-se por alguém é mais poético do que apaixonar-se pela poesia” ou “Há uma grande lição em A bela e a fera, que nos diz que algumas coisas precisam ser amadas antes de ser amáveis” (ambas do livro Ortodoxia, de 1910). Essas e outras frases de Chesterton, comumente encontradas em publicações de redes sociais ou em epígrafes de textos e cartas, tornaram o autor um dos intelectuais católicos mais conhecidos no Brasil.
Apesar da e ciência no que diz respeito à popularização do nome de um autor, há um grande risco de ser conhecido a partir de citações soltas. Tomemos, como exemplo, duas frases escritas por Chesterton sobre os problemas sociais de seu tempo: “O problema do comunismo é que ele apenas reforma o batedor de carteiras ao impedir a existência de bolsos” e “Aquilo a que chamamos de capitalismo deveria chamar-se proletarismo” (ambas do livro e Outline of Sanity, de 1926).
Em um contexto de polarização ideológica, é possível que um leitor, diante da primeira frase, veja Chesterton como um defensor do capitalismo. De modo parecido, um indivíduo que leia a crítica de Chesterton
ao capitalismo, exposta na segunda frase, pode, equivocadamente, lançar o autor inglês no balaio dos socialistas. Por isso, acreditamos que a propagação do pensamento chestertoniano deve ser acompanhada de um nível de aprofundamento que nos permita compreender minimamente como Chesterton via o mundo. Essa tarefa não é simples, uma vez que a obra do pensador inglês é numerosa e aborda uma grande quantidade de temas. Ainda assim, aceitamos o desa o de, por meio deste pequeno texto, apresentar as bases do ideal econômico defendido pelo autor: o distributismo.
Inspirado nos princípios apresentados pelo Papa Leão XIII na encíclica Rerum novarum (1891), o distributismo é uma teoria econômica e social que se opõe ao capitalismo e ao socialismo, e, como alternativa, defende uma sociedade composta por pequenos proprietários. Hilaire Belloc (1870-1953), historiador anglo-francês, foi o responsável pela elaboração do distributismo. Chesterton, por sua vez, foi quem mais escreveu textos e ministrou conferências sobre o tema.
Os distributistas a rmam que os problemas sociais modernos têm como base a concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos de poucos capitalistas. Desse modo, aqueles que não possuem ter-
O místico e a realidade
O Cristianismo surgiu e se espalhou em um mundo muito culto e muito cínico – em um mundo muito moderno [...] Vale a pena notar que as religiões quase sempre surgem dessas civilizações céticas [...] É uma religião muito mística. Tem sido, no entanto, a religião da parte mais prática da humanidade. Tem muito mais paradoxos do que as loso as orientais, mas também constrói estradas muito melhores [...] O cristão, repito, coloca o mistério em sua loso a. Esse mistério, por sua escuridão, ilumina todas as coisas. Uma vez que isso lhe é concedido, e a vida é vida, e o pão é pão, e o queijo é queijo – ele pode rir e lutar. O determinista [Nota do Editor: aquele para o qual tudo é determinado pela matéria] faz questão da vontade lógica e lúcida, e, à luz dessa lucidez, todas as coisas são obscuras, as palavras não têm sentido, as ações não têm objetivo. Ele fez de sua loso a um silogismo e de si mesmo um lunático ininteligível. Não se trata de uma questão entre o misticismo e a racionalidade. É uma questão entre o misticismo e a loucura. Pois o misticismo, e somente o misticismo, tem mantido os homens sãos desde o início do mundo. Todos os caminhos retos da lógica levam a algum hospício, ao anarquismo ou à obediência passiva, a tratar o universo como um relógio de matéria ou então como uma ilusão da mente. Só o místico, o homem que aceita as contradições, pode rir e caminhar sem di culdade pelo mundo
ra, capital e máquinas – a maior parte da população – são obrigados a trabalhar para um proprietário em troca de salários quase sempre insu cientes. Por esse prisma, Chesterton escreveu que o capitalismo deveria receber o nome de “proletarismo”. A nal, não se trata de um sistema no qual se verica a abundância de capitalistas, mas sim a escassez. Os proletários – compreendidos tanto como “assalariados”, quanto como “aqueles que só possuem a prole” – é que são maioria.
Da mesma forma, os distributistas negam o socialismo, que é compreendido como uma intensi cação do problema capitalista. Isso porque, diante de uma sociedade empobrecida pela concentração da propriedade em poucas mãos, os socialistas pretendem centralizá-la ainda mais, só que nas mãos do Estado. Assim, desejam resolver o problema da distribuição da propriedade privada proibindo a propriedade privada. Ou seja: buscam reformar o ladrão de carteiras proibindo os bolsos.
Tal como Leão XIII, os distributistas compreendem que a propriedade privada não deve ser negada, pois está em conformidade com o direito natural. Em contrapartida, sabem que a propriedade está sujeita à função social. Por isso, condenam a acumulação, que só bene cia os poucos proprietários, defendem que
a propriedade deve ser acessível, em pequenas porções, ao maior número de pessoas possível.
Na perspectiva distributista, a propriedade não é um m em si, mas uma condição para o exercício da liberdade. O homem que não possui os meios para sustentar a si e aos seus, tem a sua subsistência, e, por consequência, todas as suas escolhas sujeitas ao proprietário que o emprega ou ao Estado que o auxilia. Assim, advogar em prol da fragmentação e da difusão da propriedade é, para Chesterton, mais do que uma mera questão econômica, um imperativo para que os homens vivam de forma digna, democrática e feliz.
O livro organizado por A. Garcia da Silva e R.R. Nascimento, Distributismo: economia para além do capitalismo e do socialismo (Curitiba: Editora Appris, 2020), conta com a contribuição dos principais estudiosos do assunto no Brasil e oferece um roteiro para aqueles que quiserem conhecer as ideias econômicas de Chesterton para além de algumas frases soltas.
O Cristianismo falhou?
Eu digo, e quero mesmo dizê-lo, que a Igreja Católica continua a aconselhar os homens como Jesus os aconselhou. E que houve um colapso do capitalismo por este não ter dado ouvidos ao catolicismo; exatamente como houve uma queda de Jerusalém por esta não ter dado ouvidos a Jesus [...] O líder da Igreja Católica, a quem chamamos Vigário de Cristo, emitiu uma proclamação comumente chamada de Rerum novarum, na qual a rmou três coisas: 1) que a concentração existente de riqueza no capitalista “impunha sobre os milhões trabalhadores um jugo pouco melhor que a escravidão”; 2) que não deveríamos buscar escapar disso por meio de uma concentração ainda maior no comunismo, vez que aí se negam até mesmo as formas naturais de propriedade, liberdade e moradia; 3) que, conquanto os assalariados tenham o direito de se ajuntar e mesmo de fazer greve, sob certas condições de justiça, seria melhor se “os pobres, tanto quanto seja possível, se tornassem donos”; isto é, pequenos capitalistas ou donos de meios de produção.
[...] Desa o qualquer um a mostrar que Cristo ou o Cristianismo falharam; salvo no sentido de que tudo mais falhou, assim que falhou em ouvir-Lhe os conselhos. Se, uma vez mais, nosso Senhor os pudesse dar pessoalmente, a coisa seria certamente mil vezes mais impressionante. Mesmo, porém, quando Ele o fez, a coisa não foi inteiramente bem recebida.
Em face de São Francisco e de seu paradoxo
Marcos Aurélio FernandesEm seu livro sobre São Francisco de Assis, G. K. Chesterton escreveu um capítulo preambular que se intitula “o problema de São Francisco”. Problema é aquilo que está à nossa frente como obstáculo. Para
A resposta de Chesterton à pergunta: O que torna São Francisco tão fascinante, apesar de seu estilo de vida parecer tão pouco atrativo aos nossos olhos de hoje?
versão, quando, vestido de andrajos e cantando os louvores de Deus em francês, foi assaltado por ladrões. Estes lhe perguntaram brutalmente quem ele era, “e ele respondeu com voz forte e con ante: Sou o ser humano moderno, São Francisco é um problema. Por um lado, São Francisco o atrai, como uma gura histórica na qual se re etem virtudes humanísticas, sociais, democráticas, ecológicas. Por outro lado, São Francisco o repele, pela sua religiosidade radical, pela sua austeridade ascética, por se mostrar como um homem de sofrimento, por sua identi cação, pelos estigmas, com o Cristo Cruci cado etc. São Francisco lhe parece paradoxal. Como pode um homem ser capaz da mais profunda fome da vida feliz e, ao mesmo tempo, de uma profunda sede de uma morte heroica? Nós, hodiernos, de fato, costumamos admirar e louvar as ores de jovialidade, de simpatia, de amor, de liberdade que São Francisco oferece-nos, mas receamos e repelimos o modo como elas se enraízam no chão sombrio da nossa humanidade, por uma vida de pobreza, humildade, obediência, austeridade, penitência.
O problema de São Francisco nos põe em face, pois, a um paradoxo. A palavra “paradoxo” pode ser tomada como contradição e como incongruência, inconsistência lógica. Mas a palavra “paradoxo” pode ser tomada no seu sentido originário: como o que transcende as aparências e os pareceres humanos usuais: algo de extraordinário, de maravilhoso. O nosso Guimarães Rosa disse, certa vez: “Tudo: a vida, a morte, tudo é, no fundo, paradoxo. Os paradoxos existem para que se possa exprimir algo para o qual não existem palavras” (LORENZ, G.W. Diálogo com a América Latina: panorama de uma literatura do futuro. São Paulo: E.P.U., 1973). Ora, a poesia é a linguagem do indizível. Talvez seja por isso que Chesterton nos dá uma senha para nos relacionar com São Francisco: ele era um trovador
– um trovador “de um romance novo e mais nobre”. São Francisco foi um poeta, um cantador, um trovador, um arauto... do Grande Rei. Assim, ele se compreendeu e se anunciou no início de sua con-
O mundo sem Deus e o verdadeiro Deus
Sociedade Chesterton do Brasil
A seguir, apresentamos trechos de uma carta imaginária que o Cardeal Albino Luciani (Beato João Paulo I) escreveu a G.K. Chesterton, publicada no livro Ilustríssimo amigos (São Paulo: Loyola, 1979). A carta pode ser lida no site da Sociedade Chesterton Brasil, com tradução de Sândalo Cordeiro.
Caro Chesterton [...]
Se se remove Deus, o que resta, o que se torna o homem? Em que tipo de mundo nos permitiremos viver? Mas é o mundo do progresso, ouço dizer, o mundo do bem-estar! Sim; Mas esse famoso progresso não é tudo isso que se espera: ele porta consigo também os mísseis, as armas bacteriológicas e atômicas, o atual processo de poluição, todas as coisas que, se nada for feito a tempo, ameaçam levar a humanidade inteira a uma catástrofe. Em outras palavras, o progresso com homens que se amem, considerando-se irmãos e filhos do único Deus Pai, pode ser algo maravilhoso. O progresso com homens que não
reconhecem em Deus um único Pai torna-se um perigo contínuo: sem um paralelo processo moral, interior e pessoal, ele – o progresso – desenvolve, de fato, as mais selvagens inclinações do homem, faz dele uma máquina possuída por máquinas, um número manipulador de números, um bárbaro em delírio – diria Papini – que em vez do bastão pode servir-se da imensa força da natureza e da mecânica para satisfazer os seus instintos predatórios, destruidores e orgíacos.
Eu sei: muitos pensam ao contrário de você e de mim. Pensam que a Religião seja um sonho consolador: a teriam inventado os oprimidos, imaginando um outro mundo inexistente, onde encontrar mais tarde o que hoje lhes roubam os opressores. Teriam-na organizado, tudo em proveito próprio, os opressores, para terem ainda sob os pés os oprimidos e adormecer neles aquele instinto de classe, que, sem a Religião, levaria à luta. Inútil recordar que a própria religião cristã favoreceu o despertar da consciência proletária, exaltando os pobres e anunciando uma justiça futura. Sim – respondem – o Cristianismo desperta a consciência dos pobres, mas depois a paralisa, pregando a paciência e substituindo a luta
um arauto do grande Rei! Que é que vocês têm com isso?”. Por esta resposta, levou uma surra, e cou jogado na neve, e lhe disseram: “Fica aí, pobre arauto de Deus” (CELANO, T. Primeira Vida de São Francisco 7, 16). Chesterton identi ca o arauto com o trovador, o proclamador solene, o pregoeiro, com o trovador, o cantador-poeta. E, indo adiante, identi ca o trovador com o amante. E eis aqui a senha decisiva: São Francisco foi um amante. “Um amante de Deus, e amante sincero e verdadeiro dos homens, possivelmente uma vocação mística muito rara” (Idem). Mas, nos adverte o inglês, Francisco não amou a humanidade como um lantropo. Amou os seres humanos. Do mesmo modo, não amou o Cristianismo, amou Cristo. Francisco não amou um ideário ou uma doutrina. Francisco amou pessoas: a pessoa de Jesus Cristo e as pessoas humanas que, a cada vez, ele encontrava. Era um ser humano de encontros pessoais profundos. Era um amante de amor ardente (os medievais diriam: será co).
Quando amamos, amamos antes de tudo o amor. A graça do amor, seu encanto, que merece ser cantado, está na gratuidade. São Francisco nos ensina a tornar a nossa vida um canto à gratuidade do amor. Nela está a riqueza essencial, que só os pobres do espírito podem fruir. O destino do ser humano sobre a terra hoje não depende de ele descobrir e amar esta riqueza ardentemente?
classista pela con ança em Deus e a reforma gradual da sociedade!
[...] Aquele que muitos combatem não é o verdadeiro Deus, mas a falsa ideia que se faz de Deus: um Deus que protege os ricos, que somente pede e reivindica, que seja invejoso no nosso progresso em bem-estar, que do alto espia continuamente os nossos pecados para ter o prazer de nos castigar! Você sabe, Deus não é assim: mas justo e bom ao mesmo tempo; pai também dos lhos pródigos, que quer não mesquinhos e miseráveis, mas grandes, livres, criadores do próprio destino. O nosso Deus é tão pouco rival do homem que o desejou como seu amigo, chamando-o a participar da própria natureza divina e da própria eterna felicidade. E não é verdade que Ele espera de nós exageradamente: contenta-se, ao contrário, com pouco, porque sabe bem que não temos muito.
Caro Chesterton, eu sou convicto com você: esse Deus se fará conhecer e amar sempre mais, por todos, inclusive aqueles que hoje o rejeitam; não porque são maus (são talvez melhores do que nós dois!), mas porque o veem de um ponto de vista equivocado! Eles continuam a não crer Nele? E Ele responde: Sou Eu que acredito em vocês!
Monsenhor Jonas Abib doou-se por inteiro para a todos evangelizar
FUNDADOR DA COMUNIDADE CANÇÃO NOVA MORREU NA NOITE DA SEGUNDAFEIRA, 12, AOS 85 ANOS DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.br“Padre Haroldo [J. Rahm, SJ] impôs as mãos sobre nós no m da missa, sem nada de especial. Apenas impôs as mãos para que recebêssemos o derramamento do Espírito Santo. Eu o desejei do fundo do meu coração. Não senti nada de novo naquela hora, não aconteceu nada de especial. Porém, a partir daquela noite, tudo começou a mudar na minha vida a partir da minha oração. Comecei a rezar como nunca havia rezado antes.”
Neste trecho do livro “Rein ama o carisma”, o Monsenhor Jonas Abib conta a experiência de seu primeiro contato mais profundo com a Renovação Carismática Católica, em um retiro realizado em 2 de novembro de 1971. Daquele dia em diante, passou a vivenciar seu ministério de maneira ainda mais intensa. Em 2 de fevereiro de 1978, com um grupo de pessoas, ele fundou uma comunidade de vida, que mais tarde se tornaria conhecida como Comunidade Canção Nova, à qual o Sacerdote se dedicou até a sua morte, na segunda-feira, 12, aos 85 anos, em Cachoeira Paulista (SP), onde se localiza a sede da Comunidade.
O surgimento teve como inspiração um pedido feito ao Padre Jonas pelo então Bispo da Diocese de Lorena (SP), Dom Antônio Afonso de Miranda, para que, de algum modo, fosse colocada em prática a exortação apostólica Evangelii nuntiandi, escrita por São Paulo VI, em 1976. E Padre Jonas o fez, agregando
famílias inteiras e jovens em muitos encontros de evangelização, comunidades e se valendo, ao longo do tempo, de diferentes plataformas de mídia, que hoje compõem o Sistema Canção Nova de Comunicação
Em 2007, o Papa Bento XVI conferiu o título de monsenhor ao Padre Jonas. No ano seguinte, a Canção Nova obteve o reconhecimento da Santa Sé como Associação Internacional Privada de Fiéis. A obra conta atualmente com membros no Brasil e no exterior.
Nascido em 21 de dezembro de 1936 em Elias Fausto (SP) e ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1964, Monsenhor Jonas foi pregador, músico, escritor e articulista do portal e da revista Canção Nova, além de vice-presidente da diretoria-executiva da Fraternidade Católica Internacional, órgão ligado ao Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, da Santa Sé, e membro do Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica no Brasil.
A FÉ DIANTE DA ENFERMIDADE
Desde abril de 2021, o Monsenhor
CONDOLÊNCIAS
“A Igreja Particular de Lorena, enlutada, mas grandemente agradecida pelo contributo do Monsenhor Jonas Abib, reza pelo seu descanso junto daqueles que estão ‘de pé diante do Trono do Cordeiro’, e suplica ao Pai das Misericórdias que conforte e dê serenidade aos familiares, aos lhos espirituais, aos amigos, nesta hora de dor e separação, sustentados pela fé na certeza da Ressurreição! [...] O legado deixado pelo Monsenhor Jonas seja corajosamente levado adiante por aqueles que de modo mais próximo o acompanharam, bem como o número grandioso de colaboradores que mantém esta obra que tanto bem tem feito à Igreja, inspirados no seu lema para a vida sacerdotal.”
DomJoaquimWladimirLopesDias, Bispo de Lorena (SP)lutava contra um mieloma, tumor maligno que surge nas células plasmáticas, fazendo que estas em vez de produzirem anticorpos para a defesa do organismo sintetizem uma outra proteína que é malé ca ao sistema imunológico.
Ao longo do tratamento, ele cou com imunidade baixa, enfrentou episódios de pneumonia, mas não desanimou e continuou a celebrar a missa diariamente.
Em outubro deste ano, após novos episódios de pneumonia, causados por broncoaspiração – entrada de substâncias estranhas, como alimentos e saliva, na via respiratória –, o Monsenhor voltou a ser hospitalizado. Na quinta-feira, 8, data em que completou 58 anos de sacerdócio, ele recebeu alta hospitalar e retornou para sua residência em Cachoeira Paulista (SP), onde faleceria quatro dias depois.
“A vida é caminhar, sou peregrino do amor, vou semear a esperança deste mundo que há de vir e eu não me canso de cantar”, cantarolou o Monsenhor no documentário sobre sua vida, que pode ser visto no link a seguir:
https://bityli.com/h8vxd
Na homilia de uma das últimas missas que presidiu na capela de sua residência e que foi transmitida pelas redes sociais, em 4 de setembro deste ano, o Monsenhor Jonas resumiu um pouco do itinerário da fé no Cristo que o guiou por toda a vida: “Peço ao Senhor que muitos sejam suscitados pela Palavra que eu trouxe hoje. Ela é muito simples, eu diria, que é de um caipira de Elias Fausto [remetendo-se à sua cidade natal] e depois dos bairros de São Paulo [ele estudou Teologia na capital paulista], mas assim como Jesus nasceu em Belém e depois viveu em Nazaré... Era pequeno, pequeno, pequeno, mas Ele cuidou de nós e está cuidando de mim... Eu sei que vai cuidar de mim. Ele é o Senhor! Proclame Jesus como o Senhor da sua vida e faça da sua vida aquilo que Ele quiser!”.
O velório do Monsenhor Jonas Abib foi iniciado na terça-feira, 13, no Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes. Na quinta-feira, 15, será realizado o translado do corpo para o Santuário do Pai das Misericórdias, onde haverá missa às 7h. A última missa de corpo presente será às 15h, após a qual ocorrerá o sepultamento. (Com informações da Canção Nova)
“
O Monsenhor Jonas Abib é uma referência imorredoura de homem de Deus apaixonado por Jesus Cristo. Constituiu, pela força de sua fé testemunhada, uma rica herança no caminho missionário da Igreja, fonte de inspiração. Em comunhão de preces e amizade, nos unimos aos membros todos de sua obra, iluminados pela certeza que ouviu de seu Redentor: ‘Servo bom e el, entra na alegria de teu Senhor’.”
DomWalmor Azevedo de Oliveira, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
“ Em nome da Arquidiocese de S ão Paulo, manifesto meu pesar pelo falecimento do Monsenhor Jonas Abib, ocorrido na noite desta segunda-feira, 12 de dezembro, Festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Expresso també m minha palavra de solidariedade e conforto aos seus familiares e aos membros da Comunidade Canção Nova.
Monsenhor Jonas se destacou na ação evangelizadora da Igreja Católica na América Latina, utilizando, sobretudo, os meios de comunicação social e a música. De formação salesiana, inspirou-se no exemplo de São João Bosco na evangelização da juventude, fundando, em 1978, a Comunidade Canção Nova, hoje, presente em diversas partes do mundo.
Seu lema sacerdotal, “Fiz-me tudo para todos!” (1Cor 9,22), sintetiza a vida inteiramente dedicada à Igreja a qual tanto amou e serviu.
A Arquidiocese de S ã o Paulo oferece suas ora çõ es e s ú plicas pelo Monsenhor Jonas Abib e roga a Deus que o recompense na eternidade por seu testemunho de f é , esperan ç a e caridade, cujos abundantes frutos j á podem ser vistos ”.
www.osaopaulo.org.br Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.
Promulgado o novo estatuto canônico da CNBB https://bityli.com/q4wXX
Papa abençoa as imagens do Menino Jesus para o presépio https://bityli.com/kjAEY
ACN inicia campanha de Natal 2022 https://bityli.com/di4iM
África Ocidental e Central podem atingir recorde histórico de pessoas passando fome https://bityli.com/dWqSA
Organismos, pastorais e movimentos do Regional Sul 1 rendem graças a Deus pelo ano de trabalho https://bityli.com/RpCU9
Grupo terapêutico da USP oferece suporte e apoio on-line para pessoas em luto https://bityli.com/fRH1C
Dom Odilo Pedro Scherer ordena 7 diáconos para servir à Igreja
QUATRO DOS ORDENADOS SÃO SEMINARISTAS DA ARQUIDIOCESE, UM É FRADE AGOSTINIANO E DOIS RECEBERAM O DIACONATO PERMANENTE DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.brPela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, foram ordenados no sábado, 10, na Catedral da Sé, sete diáconos para servir à Igreja e ao povo de Deus.
Receberam o primeiro grau do sacramento da Ordem os seminaristas Alysson Antunes Carvalho, Romulo Freire Barroso, Miguel Lisboa Aguiar Marcondes e Yago Barbosa Ferreira, além do frade agostiniano Jeferson Dias da Silva, e os senhores Luiz Angelo Fortuna e Walmir Cardoso dos Santos, estes últimos como diáconos permanentes.
Na assembleia de éis estavam amigos e familiares dos ordenandos, bem como paroquianos das igrejas por onde eles passaram durante seu processo de formação. Concelebraram dezenas de padres e os sete bispos auxiliares da Arquidiocese.
MINISTROS DA CARIDADE
Dom Odilo, na homilia, recordou que os diáconos – assim como os padres e bispos – agem em nome da Igreja, que os prepara e os acompanha em um detalhado processo formativo. Fazendo alusão ao 3º Ano Vocacional do Brasil, recordou que essas ordenações diaconais são fruto de um trabalho vocacional iniciado anteriormente, e ressaltou que a Igreja precisa dos ministros ordenados para prosseguir com sua missão.
“Anúncio, caridade e oração” são as três palavras que resumem a missão dos diáconos, conforme explicou Dom Odilo, destacando, ainda, que os diáconos “são os ministros da caridade na comunidade eclesial”.
O Arcebispo detalhou que compete aos diáconos “servir no anúncio da Palavra de Deus”; realizar diretamente o serviço da caridade, “mediante a assistência aos pobres, aos doentes, aos a itos e aos necessitados de toda a forma”; e serem homens de oração, pois é isso que os diferenciará de um agente social. “Vocês farão muita caridade social, mas como diáconos, como homens de Deus, deve aparecer o seu espírito de fé, de oração e de serviço agregado aos irmãos”, ressaltou.
O RITO DE ORDENAÇÃO
O rito de ordenação começou após a proclamação do Evangelho, com a apresentação dos candidatos ao diaconato, sendo chamados nominalmente para
con rmar, diante do Arcebispo, a disposição de se colocar a serviço do Reino de Deus.
Após a homilia, cada um dos candidatos ao diaconato assumiu publicamente as exigências desse ministério: ser consagrado ao serviço da Igreja; desempenhar, com humildade e amor, o ministério diaconal como colaborador da ordem sacerdotal; guardar o mistério da fé e proclamá-la por palavras e atos; guardar para sempre o celibato (o que não se aplica aos diáconos permanentes); perseverar e progredir no espírito de oração; e imitar o exemplo de Cristo. Depois, eles se ajoelharam diante de Dom Odilo e individualmente prometeram respeito e obediência ao Arcebispo e a seus sucessores.
Na sequência, foi entoada a Ladainha de Todos os Santos, após a qual ocorreu o momento central: a imposição das mãos do Arcebispo sobre a cabeça de cada um dos eleitos, comunicando-lhes o Espírito Santo; e a prece de ordenação.
Depois, estando de frente à assembleia de éis, cada um dos novos diáconos foi revestido com a estola e a dalmática, vestes que indicam o serviço desse ministério. Já de volta ao presbitério, eles receberam do Arcebispo o livro dos Evangelhos. A conclusão do rito foi com o abraço da paz aos neodiáconos, primeiro de Dom Odilo, depois dos demais bispos e padres concelebrantes.
GRATIDÃO E DISPOSIÇÃO EM SERVIR
Após a comunhão, foram lidas mensagens de agradecimento pelos recém-ordenados. Em nome dos novos diáconos permanentes, Luiz Angelo manifestou a gratidão a Deus, aos familiares, aos professores da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção e aos formadores da Escola Diaconal São José, na qual os candidatos ao diaconato permanente realizam seu processo formativo. Também agradeceu à Missão Belém e à Capelania da Santa Casa de Misericórdia, nas quais eles realizaram um período de vivência pastoral. “Rezem por nós, para que possamos servir aonde quer que o nosso ministério nos levar”, disse.
Pelos novos diáconos seminaristas falou Alysson Carvalho. Ele agradeceu aos familiares de todos, aos padres formadores do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição, aos sacerdotes que os receberam nas paróquias para os períodos de vivência pastoral, aos bispos auxiliares e ao Arcebispo Metropolitano: “Recordamos que os diáconos estão intimamente ligados ao bispo, por meio dos serviços da caridade e do altar. Somos gratos pelo senhor, Dom Odilo, con ar em nós para essa missão”.
Antes da bênção nal, o Padre José Adeildo Pereira Machado, Reitor do Seminário de Teologia Bom Pastor, fez a leitura do uso de ordens e provisão dos novos diáconos seminaristas da Arquidiocese – Alysson Antunes (Região
Ipiranga); Miguel Lisboa (Brasilândia), Romulo Freire (Santana) e Yago Barbosa (Belém) – bem como dos diáconos permanentes – Luiz Angelo (Sé) e Walmir Cardoso (Ipiranga). Já o Diácono Frei Jeferson Dias da Silva exercerá seu ministério na Ordem de Santo Agostinho (agostinianos).
Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Padre José Adeildo detalhou como será o exercício do ministério pelos novos diáconos seminaristas. “Uma vez designados para as regiões episcopais, serão encaminhados para as atividades pelo vigário episcopal. Também vão conhecer outros organismos da Arquidiocese. Eles estão às portas da ordenação presbiteral e, com essa vivência, terão em mãos aquilo que é próprio do ser padre, a realidade de uma paróquia, e, assim, vão se aprofundando, descobrindo o que signi ca fazer parte de um presbitério, e estarão mais próximos da missão que o bispo lhes pedir”, concluiu.
LEMAS DIACONAIS
Alysson Antunes Carvalho
“Amamos, porque Deus nos amou primeiro” (1Jo 4,19)
Miguel Lisboa Aguiar Marcondes
“Para servir” (Mc 10,45)
Romulo Freire Barroso
“Seja a vossa bondade reconhecida por todos os homens. O Senhor está próximo” (Fl 4,5)
Yago Barbosa Ferreira
“O Espírito do Senhor está sobre mim” (Lc 4,18)
Frei Jeferson Dias da Silva, OSA
“Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27)
Luiz Angelo Fortuna
“Inclina, Senhor, o teu ouvido e atende-me, pois eu sou pobre e indigente” (Sl 86,1)
Walmir Cardoso dos Santos
“Sou agradecido para com Aquele que me deu forças. Cristo Jesus, Nosso Senhor, que me julgou fiel, tomando-me para o seu serviço...” (1Tm 1,12a)
‘Me chamastes para caminhar na vida contigo’
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.brOrdenados no sábado, 10, na Catedral da Sé, pelo Cardeal Scherer (leia detalhes na página 12), os sete novos diáconos contaram ao O SÃO PAULO sobre o despertar da vocação ao ministério ordenado e a disposição em servir a Igreja.
Yago Barbosa: ‘O Senhor me chamava para mais perto Dele’
A forma com que a avó, Luiza Maria da Conceição Barbosa, já falecida, falava sobre as coisas da Igreja fez com que desde a infância Yago Barbosa Ferreira, 26, tivesse um olhar mais atencioso para a vida sacerdotal. Ele também se encantou pelos detalhes da Liturgia, “de maneira particular o incenso, que, aos meus olhos de criança, realmente dava o sentido do Sagrado”.
Sua vida de fé começou na Paróquia
Miguel ingressou no Seminário Propedêutico em 2015 e diz que ao longo do processo formativo, com as aprovações para o estudo da Filoso a e da Teologia, teve cada vez mais certeza do “sim” dado a Deus: “Percebi, também, passos rmes da minha vocação no do dia a dia na vida pastoral, acadêmica, comunitária e espiritual”.
O novo diácono espera exercer este ministério “fortalecido pelo dom do Espírito Santo, ajudando o bispo e o seu presbitério no serviço da Palavra, do altar e da caridade”.
Alysson Antunes: ‘Proporcionar às pessoas o encontro com o amor de Deus’
Alysson Antunes Carvalho, 26, tem formação técnica em design de interiores e é pós-graduado em Arte e Arquitetura Sacra. Ingressou no Seminário Propedêutico em 2015, e, como os demais diáconos seminaristas, se graduou em Filoso a e Teologia.
cacional, mas depois isso se transformou em uma crise interior. Nada mais fazia sentido, e, assim, fui conduzido pelo coração, crendo na inspiração divina a deixar tudo e iniciar o processo formativo pela Arquidiocese”, recorda.
Romulo ingressou no Propedêutico em 2014 e, ao longo do processo formativo, disse ter fortalecido o “sim” a Deus por meio das experiências de oração com os movimentos da Igreja e nos trabalhos pastorais e missionários.
Agora ordenado, ele diz que procurará se manter no compromisso com a oração, “que é a base para servir bem. No contato com o Senhor, que é amor, Ele há de me colocar sempre disponível a dar o melhor na tríplice função do diácono”.
Frei Jeferson Dias: ‘Uma só alma e um só coração orientados a Deus’ Nascido em família católica, Jeferson Dias da Silva, 33, era assíduo nas atividades da Capela Nossa Senhora da Concei-
rios da Sagrada Comunhão na Paróquia São Vito Mártir, na Região Sé, quando ele recebeu o convite do Pároco para se preparar ao ministério do diaconato permanente. Após re etir a respeito, ingressou na Escola Diaconal São José no segundo semestre de 2014, quando a esposa já havia falecido.
“Nossa família ainda se ressentia da falta da mãe e da esposa. Tive que conciliar meu papel de pai, com as atividades pro ssionais, as aulas na Faculdade de Teologia e a Escola Diaconal. Mas, com a graça de Deus e a compreensão e apoio de meus lhos, consegui chegar até aqui. Sou eternamente grato a eles pelo amor, suporte e compreensão”, diz o diácono permanente de 64 anos, que é pai de Bruno, 31, e de Giulio, 26.
O Diácono Luiz Angelo ressalta que irá “servir à Igreja em São Paulo e ao povo de Deus onde quer que se faça necessário”, e que, embora não lhe caiba escolher o que fará, “ caria muito feliz em servir na
Nossa Senhora das Graças, na Diocese de Santo Amaro. O ingresso no Seminário Propedêutico da Arquidiocese de São Paulo ocorreu em 2015, tendo como inspiração o Padre Marcelo Rossi, que ele via com frequência pela tevê. Com o decorrer dos anos, buscou compreender melhor o que é o sacerdócio, “até chegar ao ponto de decidir abraçar essa missão, reconhecendo que, de fato, o Senhor me chamava por esse caminho, para mais perto Dele”. O novo diácono seminarista diz que viverá seu ministério “em profunda comunhão com o nosso Arcebispo, sobretudo neste tempo em que encerramos nosso sínodo arquidiocesano”.
Miguel Lisboa: vocacionado a zelar pela vida do próximo
Na Paróquia Santo Antônio de Pádua, na Região Lapa, Miguel Lisboa Aguiar Marcondes, 25, foi coroinha, catequista e participou do ministério de música, vivências que sempre o zeram pensar em ser padre. Em 2014, porém, ele foi aprovado no vestibular de Medicina na USP. Era, então, chegada a hora de se decidir: “O testemunho de vida do padre que me enviou ao seminário e o discernimento que zemos juntos me fez perceber que o Senhor me chamava para cuidar da vida das pessoas, mas da vida espiritual delas”, recordou.
Oriundo da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, na Região Belém, ele recorda que sentiu o chamado ao sacerdócio ao participar da Catequese na Paróquia Santa Bernadette, na mesma região episcopal. Certo dia, em um encontro vocacional da Arquidiocese, “percebi que talvez o sacerdócio fosse minha vocação e que valeria a pena me dedicar a esse propósito”.
Alysson conta que, ao longo das etapas formativas, sentiu a con rmação da vocação ao vivenciar as diferentes realidades da Arquidiocese, seja nas comunidades paroquiais, seja nas visitas às famílias e aos enfermos. Agora, como diácono, ele acredita que terá “uma oportunidade muito rica de proporcionar às pessoas o encontro com o amor de Deus”.
Romulo Freire: ‘Fui conduzido pelo coração, crendo na inspiração divina’
Romulo Freire Barroso, 45, chegou a pensar seriamente sobre a vocação sacerdotal quando era missionário em uma comunidade religiosa, mas depois desistiu da ideia. Um dia, ao participar de uma missa em sua Paróquia de origem, a Santa Cruz, na Região Belém, Dom Edmar Peron, então Bispo Auxiliar da Arquidiocese, disse que o ajudaria nesse discernimento.
“Eu não queria outra experiência vo-
ção, na Diocese de Nazaré (PE): colaborava na Catequese, na Liturgia e nas festas. “Senti o forte chamado e desejo de avançar para águas mais profundas, ou seja, de fazer uma experiência vocacional.”
Jeferson, então, foi para o seminário daquela Diocese. Um ano depois, em 2014, iniciou a caminhada vocacional na Ordem de Santo Agostinho, tendo ingressado no postulantado em 2015, em Curitiba (PR). Em 2018, começou o noviciado em Lima, no Peru, e, depois, estudou Teologia em São Paulo, tendo professado os votos solenes em agosto deste ano.
A primeira missão do novo diácono será na Paróquia Santo Antônio, em Campinas (SP): “Um dos pilares da vida e carisma agostinianos justamente é o serviço à Igreja a partir do nosso ideal de vida que é ‘uma só alma e um só coração orientados a Deus’. É desta maneira que me vejo exercendo o diaconato em uma dinâmica de serviço, levando em consideração a dinâmica da comunidade e unidade que são tão caros a nós, agostinianos”.
Luiz Angelo: ‘Servir à Igreja e ao povo de Deus onde se faça necessário’
O ano era 2013. Luiz Angelo Fortuna e a esposa, Elizabeth de los Santos Fortuna, eram catequistas e ministros extraordiná-
formação dos leigos e na assistência espiritual aos doentes”.
Walmir Cardoso: um permanente desejo de ajudar os que mais precisam
Walmir Cardoso dos Santos, 42, é casado há 12 anos com Luciana Martins Cardoso, e pai de Davi Martins Cardoso, 11.
“Oexemplodeminhamãe,meusirmãos e minha esposa foram e são fundamentais para o desenvolvimento e a manutenção da minha vocação. O exercício do meu diaconato só é possível graças ao auxílio da minha esposa e do meu lho”, enfatizou.
Desde a juventude, Walmir sentia o chamado a ajudar os que mais precisam, razão pela qual, apoiado por frades agostinianos, inseriu-se nas atividades ligadas à caridade e à Catequese. Ao iniciar os estudos em Teologia, conheceu outros candidatos ao diaconato permanente e, convidado por um deles, ingressou na Escola Diaconal São José.
Walmir, que é paroquiano da Paróquia São João Clímaco, na Região Ipiranga, também é graduado em Filoso a e tem pós-graduações em Filoso a antiga, Ensino Religioso Escolar e Metodologia do Ensino de Filoso a. Ele exercerá seu ministério na comunidade paroquial, na Missão Belém e na capelania da Santa Casa de Misericórdia.
Padre Leonir Mario Chiarello
A questão migratória requer uma resposta articulada entre Igreja, sociedade e governos
FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULOEm visita canônica ao Brasil, o Superior-geral da Congregação dos Missionários de São Carlos (Scalabrinianos), Padre Leonir Mario Chiarello, foi recebido em audiência pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na Cúria Metropolitana, na sexta-feira, 9. Brasileiro, Padre Leonir foi eleito em outubro para ser o responsável pela congregação fundada em 1887 por São João Batista Scalabrini, canonizado pelo Papa Francisco em 9 de outubro.
Em entrevista ao O SÃO PAULO, o Sacerdote falou sobre o trabalho da Congregação na assistência religiosa e social aos migrantes e destacou os principais desa os do fenômeno migratório.
O SÃO PAULO - Qual foi o saldo da reunião de hoje com Dom Odilo?
Padre Leonir Mario Chiarello - Em nossa missão como direção-geral, uma das tarefas é fazer a visita canônica às nossas missões, paróquias e casas de formação. Assim, em primeiro lugar, agradecemos a Dom Odilo a possibilidade de partilhar o nosso carisma e a nossa missão aqui na Igreja em São Paulo. Ao mesmo tempo, zemos uma breve análise com os nossos coirmãos, da nossa presença nas três paróquias que temos aqui, na Casa do Migrante, no Centro de Acolhida, no Orfanato Cristóvão Colombo, o Instituto de Teologia de São Paulo (Itesp), o Centro de Comunicação e as várias atividades que realizamos, além de renovar o nosso compromisso de servir na Igreja local. Dom Odilo, de forma muito animada, agradeceu o nosso trabalho, diante da necessidade das migrações, e, em sintonia com o convite do Papa Francisco, convidou-nos a continuar o trabalho na Arquidiocese de São Paulo.
Qual a avaliação que o senhor faz do trabalho dos scalabrinianos no Brasil?
Nós estamos presentes em quase todos os estados do Brasil. São paróquias, centros de acolhida de migrantes, centros de formação, seminários, alguns orfanatos, escolas e centros de comunicação. Buscamos trabalhar na perspectiva que nos inspirou Scalabrini, numa forma articulada com a Igreja, com as associações da sociedade civil, com os governos e com os organismos internacionais. Há desa os sempre maiores, pois estão aumentando as migrações forçadas aqui no Brasil. Para citar dois exemplos: os afegãos e os venezuelanos, e poderíamos acrescentar os haitianos. Ao mesmo tempo, há uma resposta sempre mais
articulada da nossa congregação com as igrejas locais, com as dioceses, com as organizações da sociedade civil, incluindo o setor privado e com os organismos de governo.
Sobre os imigrantes afegãos, o que está sendo feito para atender o grupo que está no aeroporto de Guarulhos?
Este foi um tema que tratamos com Dom Odilo. Estamos desde 2015 na área reservada do aeroporto, onde chegam os migrantes afegãos, trabalhando em conjunto com a Caritas Arquidiocesana de São Paulo e com outras instituições da sociedade civil. Este ano, acolhemos cerca de 408 afegãos na Missão Paz, e atualmente, são 25 que estão lá. Trabalhamos na acolhida, regularização migratória, e ajudando essas pessoas a se integrarem na sociedade ou continuarem a viagem deles, buscando respeitar o projeto de vida que tenham.
Quais são as principais necessidades percebidas nos migrantes acolhidos no Brasil?
Os maiores desa os que encontram os migrantes e refugiados quando chegam a outro país são, por um lado, os fatores que os expulsam dos próprios países, uma vez que são pessoas que fogem de situações de guerra, de con ito social ou de di culdades econômicas. Há, ainda, o desa o do idioma e da comunicação, a di culdade de inserção no mercado de trabalho, discriminação, sem contar as diculdades relacionadas à regularização da documentação.
O senhor pode falar um pouco da presença Scalabriniana no mundo?
Atualmente, estamos em 34 países e trabalhamos no âmbito da evangelização, com paróquias, centros pastorais, missões; no âmbito social, com a casa de migrantes, centro para marinheiros; no âmbito de colaboração, com as igrejas locais e organismos eclesiais; no âmbito da comunicação, com meios de comunicação; e no âmbito de criar consciência e gerar conhecimento sobre o fenômeno das migrações, por meio de centros de estudos, e, também, com os institutos de formação de pessoas que trabalham nos centros de migração e no diálogo com os poderes públicos. Além desses 34 países, há bispos e conferências episcopais que pedem a nossa presença em outros países. Recentemente, abrimos novos trabalhos na Espanha e em Uganda. Fomos convidados para atuar na Índia e em outros países. A migração é um dos fenômenos que mais desa am a agenda política, social e eclesial desses países. Como dizia São Paulo VI, a mobilidade das pessoas corresponde à mobilidade da Igreja. Também o Papa Francisco nos convida a que conjuguemos em primeira pessoa singular, em primeira pessoa plural, estes quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar. É isso que recebemos como convites de várias igrejas locais e pretendemos responder de forma adequada, segundo as nossas forças, com o nosso grupo de missionários em nível mundial.
Qual é o diferencial do trabalho da congregação em relação aos tantos
outros organismos civis de apoio aos
migrantes?
A resposta que buscamos aos desaos das migrações deve ser integral. O migrante que chega a outro país muitas vezes não conhece a língua, traz uma cultura, uma religião, e nós buscamos acompanhar o seu processo de inserção e integração, a partir de uma perspectiva de Igreja. Nós somos uma congregação religiosa, acompanhamos a dimensão humanitária, acompanhamos a dimensão da regularização, a dimensão econômica e política, tendo presente a dimensão religiosa, que é um elemento inerente à nossa dimensão humana. Portanto, nas nossas missões, o aspecto de evangelização é essencial, acompanhando a religiosidade, a fé e a forma de manifestar a própria fé dos vários grupos. No caso concreto, aqui em São Paulo, pelas celebrações com as comunidades bolivianas, paraguaias, argentinas, italianas, vemos nas nossas missões e paróquias que existem várias formas de expressar a mesma fé católica, com a riqueza de cada uma das nacionalidades que chegam à nossa Igreja local.
O que representa para a Congregação a recente canonização de São João Batista Scalabrini?
A canonização de Scalabrini representa, não só para nós scalabrinianos, mas para a Igreja, e para a sociedade, um convite a re etir a perspectiva pela qual ele interpretou as migrações e a elas respondeu. Scalabrini viveu no século XIX, quando houve uma grande emigração na Europa, nós nos lembramos do Papa Pio IX e Leão XIII com a Doutrina Social da Igreja, e Scalabrini vislumbrou, diante do fenômeno das migrações, um fenômeno estrutural das sociedades modernas, que seriam caracterizadas por grandes uxos migratórios, por grandes migrações. E ele teve essa visão, constituindo os dois institutos: dos Padres Missionários de São Carlos e as Irmãs Missionárias de São Carlos, além de uma sociedade de leigos. Ele procurou a seu tempo, diante desse fenômeno estrutural, ter uma resposta estruturada entre a Igreja, a sociedade e os governos. Ao canonizá-lo, o Papa Francisco fortalece a mensagem de Scalabrini, para que a Igreja assuma cada vez mais a responsabilidade sobre as pessoas que vivem em migração. É um convite à sociedade, aos governos e organismos internacionais para trabalharem de forma articulada. Em outras palavras, Scalabrini é um santo profeta, que vislumbrou nas migrações um fenômeno da sociedade moderna, que requer uma resposta articulada entre Igreja, sociedade e governos.
(Colaborou: Fernando Arthur)Isabel Cristina é beatificada em Minas Gerais
NASCIDA EM BARBACENA (MG), ELA SE DEDICOU AOS VALORES CRISTÃOS E É REFERÊNCIA NA VIVÊNCIA DA FÉ E NA VIRTUDE DA CASTIDADE ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULONo sábado, 10, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP), presidiu a solene cerimônia de beati cação da Serva de Deus Isabel Cristina, em Barbacena (MG). Familiares e o irmão de Isabel, Paulo Roberto Mrad Campos, que esteve presente com a esposa e as lhas, levou a relíquia até o altar.
A jovem mineira foi assassinada, em 1982, aos 20 anos, com 15 facadas, em Juiz de Fora (MG), em uma tentativa de estupro. Em 2001, Isabel Cristina recebeu o título de Serva de Deus e, em outubro de 2020, o Papa Francisco reconheceu sua morte “in defensum castitatis” (em defesa da pureza), e a declarou mártir, aprovando a causa de sua beati cação.
A elevação à honra dos altares de Isabel Cristina se deu não só pelo sofrimento da morte ao se proteger dos golpes de faca, mas pela vida que levou – defendendo os valores da fé cristã, a castidade e a solidariedade aos mais pobres e sofredores.
TESTEMUNHA DE FÉ
Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG). Filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos, ela foi batizada no Santuário Nossa Senhora da Piedade, em 15 de agosto de 1962; crismada na Basílica de São José Operário, em 22 de abril de 1965; e fez a primeira Comunhão na Capela de Nossa Senhora das Graças, na mesma cidade.
Desde criança, cultivou uma intensa vida de oração e piedade, um profundo amor a Nossa Senhora e soube viver sua fé na Igreja, participando das atividades de sua Paróquia, e sendo assídua aos sacramentos.
Na juventude, Cris, como era chamada pelos amigos, se empenhava nos estudos, era boa aluna, perseverante em seus propósitos e dedicada aos seus deveres. Na escola, importava-se com as crianças mais pobres e, constantemente, manifestava sua fé com palavras de incentivo e frases como: “Sorria, Jesus te ama!”. Ela expressava que o amor é capaz de construir um mundo cheio de paz e amizade. Não se deixava abater diante dos desa os. Nos intervalos das aulas, diariamente, visitava o Santíssimo Sacramento, na Capela do Colégio Imaculada.
Moça de fé, participava do Grupo de Jovens da Sociedade de São Vicente de Paulo. Frequentava o Mosteiro da Visitação em sua cidade, reunia sua família para momentos de oração, confessava-se regularmente e participava das ações e campanhas bene centes organizadas pelos Vicentinos.
Isabel Cristina rezava constantemente o Santo Terço e, segundo testemunhas, ela morreu com o Terço de dedo nas mãos. Ela namorava, e seu namoro era puro e santo, o que foi provado pela autópsia
após a sua morte. A Beata sempre defendeu o valor da vida com convicção e coragem, e a rmou: “É preciso resistir ao mal, custe o que custar”.
Em 1982, aos 20 anos, mudou-se para Juiz de Fora, para estudar Medicina. Seu sonho era ser pediatra para ajudar as crianças carentes. Sua vida, porém, foi interrompida no dia 1º de setembro do mesmo ano, quando foi brutalmente assassinada com 15 facadas, após resistir a uma tentativa de estupro.
SINAL DE ESPERANÇA
A vida de santidade de Isabel Cristina não se resume, porém, à forma brutal pela qual foi assassinada. A Beata defendeu sua castidade e esteve sempre próxima de Deus, com uma vida intensa de oração e piedade, atenta aos ensinamentos do Evangelho.
A jovem mineira é considerada sinal de esperança para as famílias, por meio do testemunho de fé que herdou da própria família – inspirando os casais de hoje à vivência da santidade nos lares.
Aos jovens, é sinal de esperança,
porque soube ter uma vida simples, por sua atuação e participação nas atividades paroquiais, bem como pela vivência da virtude da castidade. Para as mulheres, é inspiração na luta pela garantia de seus direitos por respeito e valorização feminina.
Monsenhor Danival Milagres Coelho, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, na Arquidiocese de Mariana, a rmou que a beati cação “manifesta a presença de Deus que fala por meio do testemunho de vida dos mártires que doaram suas vidas pela causa do Evangelho, em defesa da sua fé”.
O Monsenhor complementou que a beati cação de uma leiga, mulher, jovem e brasileira é uma inspiração aos éis rumo à santidade. “O caminho de santidade se concretiza no cotidiano da vida de cada cristão, enfrentando com fé os desaos e provações da vida, pautados na coerência dos ensinamentos cristãos”, disse, mencionando que está sendo produzido um documentário com a história da Beata para torná-la mais conhecida em vista do processo de canonização.
EXEMPLO PARA MULHERES E JOVENS
Na homilia da beati cação, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis reforçou que “o martírio de Isabel Cristina nos leva também a pedir a Deus a graça de que as mulheres sejam respeitadas em sua dignidade; que cessem a exploração e os crimes sexuais contra as mulheres; que cesse o feminicídio! Não tenhamos medo de romper as cadeias da violência e da opressão”.
O Papa Francisco recordou, após a oração do Angelus, no 3° Domingo do Advento, no dia 11, que a Beata deu sua vida por ter defendido sua dignidade como mulher e o valor da castidade: “Que seu exemplo heroico inspire especialmente os jovens a darem testemunho generoso de sua fé e de sua adesão ao Evangelho”.
O túmulo da Beata Isabel Cristina está na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, local de peregrinação de éis de todo o País que buscam, sob sua intercessão, uma graça especial. Sua memória litúrgica é lembrada em 1o de setembro, data da sua morte. Na cidade, foi criado um Memorial dedicado à Mártir de Barbacena.
Piedade)Vigília Universitária de Natal mobiliza jovens em São Paulo
KÁTIA CAMPOS ESPECIAL PARA O SÃO PAULOA tradicional Vigília Universitária de Natal, promovida pelo Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade da Arquidiocese de São Paulo, foi realizada na sexta-feira, 9, na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, no bairro de Pinheiros.
Iniciou-se com a missa, presidida por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário
Episcopal para a Educação e a Universidade. Após a celebração, o Santíssimo foi exposto para adoração, houve momentos com músicas, oração, silêncio e re exão, que foram conduzidos pelo Movimento dos Focolares e a Comunidade Shalom.
Durante toda a Vigília, sacerdotes atenderam a Conssões. Foi oferecido um café no salão paroquial para um momento de confraternização com os jovens e demais participantes.
O evento contou com a participação de aproxima-
damente 250 pessoas, pertencentes a grupos de oração, movimentos, associações e comunidades, entre os quais o Movimento de Emaús, Movimento dos Focolares, Comunidade Shalom, Fraternidade O Caminho, Comunidade Famílias Novas, grupo de jovens Divino Coração da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, paroquianos da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate e demais pessoas.
Quem esteve na Vigília pôde preparar o coração para melhor viver a Celebração do Natal do Senhor, re etir e agradecer pelo ano de 2022 e entregar o ano novo a Deus.
À espera do Menino Jesus, católicos se unem na oração e na caridade
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.br“Que o Menino de Belém nos ajude a estar disponíveis, a ser generosos e solidários, especialmente
para com as pessoas mais frágeis, os doentes e quantos neste tempo se encontram desempregados ou estão em graves di culdades pelas consequências econômicas da pandemia.”
Este trecho da mensagem “Urbi et Orbi”, do Papa
Francisco, no Natal de 2020, faz lembrar que este é um tempo oportuno para que os cristãos sejam solidários com os que mais sofrem. É isso que têm feito diferentes grupos, movimentos e pastorais na Arquidiocese de São Paulo, como reportamos a seguir.
Aliança de Misericórdia anuncia a alegria do nascimento do Senhor
Missas, celebrações da vida e atendimento de Con ssões em praça pública, além de visitas a hospitais e presídios, evangelização nas ruas e nos transportes públicos. Assim será a Missão alita Kum 2022, entre os dias 15 e 18, promovida pela Aliança de Misericórdia.
Com o tema “Jesus, Príncipe da Paz”, a Missão alita Kum acontece há mais de 20 anos, com o objetivo de anunciar o verdadeiro sentido do Natal: a celebração do nascimento do Senhor.
No encerramento da Missão, no domingo, 18, acontecerá o Natal dos Pobres. “Durante a manhã e à tarde, os irmãos em situação de rua terão à disposição um banho num banheiro móvel ofertado pelo projeto ‘Anjos das Ruas’, troca de roupa, corte de cabelo, manicure, assistência médica, entre outras possibilidades, tudo para que estejam prontos para a noite especial”, explica Robson Landim, gerente de Comunicação da Aliança de Misericórdia.
Às 17h, haverá a missa na Catedral da Sé, após a qual, às 18h30, acontecerá a Ceia de Natal para mais de mil pessoas. “Dezenas de voluntários participam do Natal dos Pobres, cozinhando, preparando a decoração, servindo o jantar e par-
ticipando da limpeza do local ao nal do evento. Durante o jantar, missionários e artistas amigos da Aliança de Misericórdia passarão pelo palco para animar o momento”, detalha Landim.
“A Missão alita Kum e o Natal dos Pobres têm o intuito primordial de celebrar o Natal do Senhor, resgatando
a dignidade daqueles com quem Ele mesmo quis se parecer ao nascer pobre num presépio, numa manjedoura”, prosseguiu.
A Aliança de Misericórdia organiza também a campanha “Natal de Misericórdia”, que arrecada valores para projetos que realiza, entre eles três centros de
educação infantil, três centros da criança e do adolescente, três casas lares, um núcleo de convivência (Casa Restaura-me), um Serviço de Assistência Social às Famílias, casas de acolhida e projetos no exterior, em especial em Moçambique e na Venezuela. Doações podem ser feitas em https://aliancasocial.org/como-ajudar
Comunidade de Sant’Egidio oferecerá almoço para 400 pessoas
Semanalmente, a Comunidade de Sant’Egidio serve pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade social na região da Avenida Paulista e na zona Cerealista, em ação conjunta com as Paróquias São Luiz Gonzaga e São Vito Mártir, na Região Sé.
No dia 24, ocorrerá o Almoço de Natal da Zona Cerealista, com preparação das 8h às 13h, e distribuição até as 16h na cozinha da Paróquia São Vito Mártir (Rua Polignano A’Mare, 51). E no dia 25 haverá café da manhã, banho e almoço, com preparação das 8h às 14h, e distribuição até as 17h, na cozinha da Paróquia São
Luiz Gonzaga (Avenida Paulista, 2.378). A iniciativa tem o apoio da BibliAspa, entidade que oferece ajuda a refugiados em São Paulo.
“O tradicional Almoço de Natal de Sant’Egidio procura reunir os mais pobres, dar esperança a quem não tem esperança alguma, ser família para os que não têm família ou perderam de algum modo seus vínculos familiares, trazer para dentro das igrejas os irmãos rejeitados e marginalizados pela sociedade. Em um Natal de festa em que não são acolhidos por ninguém, as igrejas devem abrir suas portas. É importante lembrar que os próprios
pastores que presenciaram o nascimento de Jesus eram gente simples, pobre e descartada, e que Jesus nasceu em uma manjedoura, pobre entre os pobres”, explica Crisleine Yamaji, membro da Comunidade de Sant’Egidio.
Os organizadores pedem doações de roupas, roupas íntimas, meias novas, sapatos novos e usados (principalmente masculinos), alimentos não perecíveis, minipanetones, suco, café e leite. Também são bem-vindos voluntários para ajudar na preparação das refeições. Outras informações estão nas redes sociais (@santegidiopaulista) e doações em dinheiro podem ser feitas via PIX (11976830220).
Casa de Oração do Povo da Rua de portas abertas ao Cristo que vem
A Casa de Oração do Povo da Rua, mantida pela Arquidiocese de São Paulo por meio da Pastoral do Povo da Rua, intensi cará suas ações no Natal.
No dia 24, voluntários e agentes da Pastoral irão às ruas para entregar café da manhã, almoço e jantar. Na Casa, a partir das 8h, haverá a celebração do Ofício Divino das Comunidades, com um momento de re exão sobre a leitura do Evangelho do dia. Na sequência, será servido o café da manhã e acontecerá uma roda de
conversa sobre o signi cado do Natal e a importância do nascimento de Jesus. Haverá ainda o almoço, e, à noite, após um momento de oração, uma pequena ceia, antes da saída de uma pessoa vestida de Papai Noel para a entrega de brinquedos a crianças em situação de rua.
No dia de Natal, 25, novamente serão servidos o café da manhã e o almoço nas ruas, e cada pessoa receberá também um reforçado lanche, uma fruta e um refrigerante. Na Casa, haverá café da manhã e
almoço e, às 15h30, a missa de Natal vai ser presidida pelo Padre Júlio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua.
“Toda ajuda é bem-vinda, mas para as confraternizações de Natal e de Ano-Novo, precisamos muito de proteínas (frango, carne vermelha, peixe), além de refrigerantes, garra nhas de água, doces para sobremesa. Também precisamos de doações de brinquedos para as crianças e mimos para os adultos, em especial rou-
pas íntimas, xampus e condicionadores, cremes hidratantes e desodorantes, que são artigos raros para quem vive nas ruas”, detalha Ana Maria Alexandre, coordenadora da Casa.
Doações podem ser entregues no local (Rua Djalma Dutra, 3, Luz) ou feitas via depósito bancário (Bradesco – Ag: 0124 – CC: 53148-0 – CNPJ: 63.089.825.0001/44). Outras informações pelos telefones (11) 3106-5531 e (11) 99427-9070.
Dias de intensas orações e de partilha no Arsenal da Esperança
No Arsenal da Esperança, que acolhe cerca de 1,2 mil homens que anteriormente viviam nas ruas, o clima já é de espera pelo nascimento de Cristo.
Na terça-feira, 13, aconteceu, com a participação de todos os acolhidos, a oração comunitária do Tempo do Advento, que voltará a ser feita no dia 20, às 19h30. “Estaremos em oração com a Palavra de Deus, para reavivar em nós a Sua presença e con ar a Ele as pessoas que pedem oração e todos os serviços e as iniciativas da semana”, explica o Padre Simone Bernardi, missionário da Fraternidade da Esperança-SERMIG, um dos responsáveis pelo espaço.
No dia 25, haverá a missa de Natal, às 17h, presidida pelo Cardeal Scherer, seguida da distribuição de presentes aos acolhidos – um kit com chinelos, meias e cuecas.
Pastoral do Menor promove o ‘Natal Solidário’ e o ‘dos Sonhos’
A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo realiza duas campanhas neste período especial.
Uma delas é o “Natal Solidário”, que em 2022 chega à sua 3ª Edição. “Esta Campanha tem por objetivo o incentivo à leitura, o direito de ter acesso a um livro, de adquirir conhecimento que nunca lhes serão tirados e o incentivo à solidariedade”, explica Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor. Lançada em 20 de outubro, a ação busca que cada pessoa compre um livro na Paulus Editora a ser doado a uma criança, conforme a faixa etária. A meta é atingir
1,5 mil crianças e até o momento foram entregues cerca de 700 livros.
A outra iniciativa é o “Natal dos Sonhos”, cujo lançamento ocorreu em 17 de outubro, com a participação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. “A Campanha está na sua 21ª edição e tem por objetivo o resgate do lúdico, do pedagógico e o direito de brincar das crianças da cidade de São Paulo, visto que a realidade, nas quais elas estão inseridas, lhes nega até o direito de viver a sua infância”, detalha Sueli.
A meta é a que sejam arrecadados cerca de 800 mil brinquedos, com o apoio das paróquias, dos
Missão Eucarística Voz dos Pobres fará jantar para os ‘irmãos de rua’
Com atuação em favor daqueles que vivem nas ruas, a Missão Eucarística Voz dos Pobres, fundada em 1996, realizará no dia 23, às 20h, o “Natal dos Pobres”, um jantar especial para as pessoas em situação de rua, no salão da Paróquia Nossa Senhora dos Pobres, na Região Lapa.
“Durante o dia, os irmãos são buscados e levados para o jantar, em que poderão comer pratos natalinos! Uma vez, um deles falou para mim que havia dez anos não sabia o que era uma ceia de Natal e que estava muito feliz em passar aquele Natal
Missão Belém
Com o lema de ser “Uma família para quem não tem família”, a Missão Belém mantém casas de acolhida, nas quais pessoas que um dia viveram em situação de rua, especialmente no vício das drogas, acolhem os irmãos recém-saídos das ruas e que aceitam a restauração de suas vidas a partir
conosco”, recorda a Irmã Maria Madalena da Cruz, ministra-geral da vida celibatária da Voz dos Pobres e responsável pela Casa São José Moscati, na zona Oeste.
Irmã Maria Madalena destaca que muitas crianças de famílias que vivem nas ruas ou em comunidades carentes são convidadas para este jantar e, por isso, a Missão arrecada brinquedos, roupas, doces e panetones para serem doados. No Facebook da Missão (vozdospobres.ofc) estão as informações sobre como colaborar com a iniciativa.
de um itinerário de espiritualidade católica.
Um dos locais é o Edifício Nazaré (Praça da Sé, 47). Todas as doações são bem-vindas para que estes irmãos tenham um Natal mais feliz. Saiba como colaborar por meio do site http://missaobelem.org/doacao
Padre Simone comenta que, para quem está em situação de vulnerabilidade e distante de familiares e amigos, “cada gesto de atenção, de carinho e de proximidade pode ser Natal: ‘Natal é o outro’ e nós, missionários e amigos do Arsenal da Esperança, ‘podemos ser Natal’, podemos ser um pouco Jesus que nasce na vida de cada pessoa acolhida”.
Doações dos itens para os kits de Natal, bem como de produtos de limpeza e de higiene pessoal, além de descartáveis para a alimentação, podem ser feitas diretamente na sede do Arsenal (Rua Doutor Almeida Lima, 900, Mooca) ou via transferência bancária (Santander – Ag: 0133 – CC: 13-003147-6 – Associação Assindes Sermig – CNPJ: 62.459.409/0001-28) ou PIX (CNPJ: 62.459.409/0001-28).
colégios católicos, de empresários e voluntários.
No dia 19, das 10h às 15h, na Sociedade Esportiva Palmeiras, haverá um momento celebrativo, montagem do presépio vivo e uma festa para cerca de 800 crianças e adolescentes, com chegada de Papai Noel e entrega de presentes. Além do clube esportivo, a Crefisa e a Faculdade das Américas (FAM) apoiam a ação.
Brinquedos, alimentos, leite em pó, fraldas descartáveis e roupas em geral podem ser entregues até o dia 20. Outras informações pelo e-mail pastoralmenor@gmail.com ou pelos telefones (11) 3105-0722 e (11) 99824-6762.
Sefras organiza o ‘Natal Extraordinário’
Guiado pelos valores franciscanos de acolher, cuidar e defender, o Sefras – Ação Social Franciscana diariamente estende as mãos às pessoas em situação de vulnerabilidade.
Neste m de ano, uma das iniciativas é a campanha “Natal Extraordinário”, cuja meta é a de ofertar a mais de 2 mil pessoas uma ceia de Natal, que será servida em São Paulo nos espaços Recifran (dia 16), Casa de Assis (dia 17, às 11h, com os imigrantes), Chá do Padre (dia 20, às 11h30) e Casa Francisca-
na (dia 25, das 10h às 15h), bem como no Rio de Janeiro, na Tenda Franciscana. Haverá, ainda, uma festa natalina para crianças e adolescentes no espaço Criança Peri (dia 21, 9h), na periferia da capital paulista. Nessas ocasiões, serão distribuídos presentes e/ou kits de higiene pessoal.
Os interessados em colaborar com a campanha podem fazê-lo por meio do site https://bit.ly/3WaiIp1 ou via PIX (sefras@sefras.org.br). Outras informações pelo WhatsApp: (11) 3795-5220.
Missão Paz promove ações natalinas em favor de migrantes
Na Missão Paz, que realiza serviços de apoio à acolhida, documentação, aprendizagem do idioma, inserção laboral, atendimento médico e jurídico a migrantes, uma programação especial foi pensada para este Natal.
No sábado, 17, será servida a Ceia de Natal, na Casa do Migrante, e, no dia 23, haverá a entrega das sacolinhas de Natal, com brinquedos e roupas para 80
crianças de Angola, Bolívia, Colômbia, Cuba, Guiné Equatorial, Haiti, Marrocos e Peru, que foram apadrinhadas.
Doações de itens e de alimentos ainda podem ser feitas no local (Rua Glicério, 225, no bairro da Liberdade), bem como ajudas nanceiras via depósito bancário (Bradesco – Ag: 515-0 – CC: 34123-1 – CNPJ: 62.806.682/0004-24) ou PIX (CNPJ: 62.806.682/0004-24).
Fiocruz: pandemia impulsiona déficit de 1,1 milhão de procedimentos no SUS
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.brDe 2020 até maio deste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) deixou de realizar 1.102.146 procedimentos e atendimentos hospitalares, se comparado à média registrada entre 2014 e 2019, período anterior à pandemia de COVID-19.
A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores do Monitora Covid-19 e do Projeto de Avaliação do Desempenho do Sistema de Saúde (Proadess), iniciativas vinculadas ao Instituto de Comunicação e Informação Cientí ca e Tecnológica da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz). Os dados consideram os 30 grupos de procedimentos listados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS.
No período inicial da pandemia – de março a maio de 2020 –, muitos procedimentos hospitalares deixaram de ser realizados, especialmente aqueles com nalidades diagnósticas e cirúrgicas. E, apesar de nos primeiros cinco meses de 2022 haver uma recuperação, a demanda represada ainda é alta.
“O dé cit se observa pela expressiva redução da capacidade dos serviços de saúde de atenderem demandas distintas da COVID-19. Embora o maior impacto tenha se dado no ano de 2020, em 2021 houve poucas variações, e 2022 apresenta diversidade de situações, embora com algumas tendências de recuperação, como, por exemplo, dos tratamentos clínicos”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Ricardo Dantas, pesquisador em Saúde Pública, coordenador do Proadess e um dos responsáveis pelo estudo.
MAIORES DÉFICITS
Entre os procedimentos com maiores dé cits estão as cirurgias do aparelho digestivo e de órgãos anexos e parede abdominal; do aparelho geniturinário; do aparelho circulatório; das vias aéreas
superiores, da face, da cabeça e do pescoço; e tratamentos em nefrologia, o que se explica, segundo Dantas, “muito possivelmente pelo caráter eletivo de boa parte desses procedimentos em contraposição àqueles de emergência. Durante a pandemia, houve a suspensão da realização de procedimentos eletivos em função das demandas relacionadas à COVID-19. Acrescente-se o receio da população de procurar atendimento em função do risco de contaminação”.
Na nota técnica emitida pelos pesquisadores, há a ressalva de que “as ações de promoção e prevenção em saúde já vinham apresentando tendência de queda em períodos anteriores ao processo epidêmico. Os transplantes de órgãos, tecidos e células, os procedimentos com nalidade diagnóstica, os procedimentos cirúrgicos e os procedimentos clínicos tiveram uma queda signi cativa durante o processo epidêmico”.
Em todas as regiões, houve redução nos procedimentos, mas o cenário mais preocupante se deu no Nordeste, especialmente quanto às cirurgias. “A oferta hospitalar concentrada nas capitais e em municípios de maior porte populacional, associada à densidade populacional dos estados da região, pode ser uma
possível razão dessa situação complexa”, observou Dantas.
Em números absolutos, o maior dé cit ocorreu no Sudeste, com 398.729 procedimentos a menos. Nessa região, segundo Dantas, “os tratamentos clínicos estão apresentando certa recuperação, porém boa parte dos procedimentos cirúrgicos ainda não voltaram aos padrões anteriores”.
CENÁRIO PREOCUPANTE
De acordo com os pesquisadores, a demanda reprimida nos exames e diagnósticos pode levar ao agravamento de condições clínicas não atendidas a tempo: “Por exemplo, a queda dos atendimentos por glaucoma e catarata que seriam realizados por meio de cirurgias eletivas e que, no momento oportuno, evitariam o agravamento do problema, podem a longo prazo trazer impactos maiores e indiretos como a cegueira”.
Dantas apontou que possivelmente haverá no SUS “o aumento da procura de pessoas em condições mais críticas relativas a Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), como diabetes, doenças relacionadas à hipertensão, entre outras; também, situações agravadas relacionadas a cirurgias não realizadas e outros tratamentos, que podem levar à procura
de soluções mais complexas e custosas. Além, logicamente, do próprio impacto das síndromes pós-COVID, que, por sua longa duração e complexidade, podem implicar maiores custos”.
INVESTIMENTO E UNIÃO DE ESFORÇOS
Os pesquisadores apontaram, ainda, que a atual demanda represada demandará a destinação de mais recursos à saúde pública. “O investimento massivo no SUS é necessário para a identi cação de problemas que não puderam ser diagnosticados. Ainda é necessário monitorar em longo prazo os impactos indiretos da COVID-19, sobretudo em casos que não puderam ser atendidos no momento oportuno, além de solucionar demandas postergadas”, consta na nota técnica.
Na avaliação de Dantas, o melhor caminho diante deste cenário é que se adotem estratégias articuladas entre os entes federativos, “destacando princípios relevantes do SUS como a regionalização e a hierarquização; mas, fundamentalmente, são necessários investimentos na ampliação da oferta de serviços, especialmente na contratação de pro ssionais e no fortalecimento do papel dos serviços públicos”.
Questionado se os mutirões de saúde feitos por municípios e estados podem ser uma alternativa viável, Dantas observou que o dé cit é muito diverso, e que, por isso, “talvez caiba mais um mutirão de consultas e de exames para melhor avaliação das situações individuais, direcionando para uma regulação mais articulada e capaz de usar os recursos das redes de forma mais e ciente”.
Em agosto deste ano, em uma carta enviada a todos os presidenciáveis, a Fiocruz defendeu um aumento progressivo do investimento público em Saúde para 7% do PIB nos próximos oito anos. Em 2022, o orçamento do Governo Federal para a área da Saúde foi inferior a 4% do PIB.
220 pessoas concluem os cursos da Pastoral da Saúde em 2022
MARCOS RUBENS ESPECIAL PARA O SÃO PAULONo sábado, 10, a Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo realizou a missa em ação de graças, na Catedral da Sé, pelos serviços, atividades e cursos realizados em 2022. Ao todo, 220 alunos concluíram as formações: 170 no Curso da Pastoral da Saúde, oferecido nas seis regiões episcopais, e outros 50 no Curso de Pastoral Hospitalar, realizado na Paróquia Santa Generosa, na Região Sé.
A missa foi presidida por Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, tendo entre os concelebrantes o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico da Pastoral da Saúde na Arquidiocese de São Paulo.
Na homilia, Dom Rogério lembrou
os testemunhos que os agentes da Pastoral da Saúde dão e do que representam para aqueles que como “ovelhas perdidas” se deparam com o sofrimento. “Nós não podemos minimizá-los ou reduzi-los àquilo que eles vivenciam. Também
nós acolhemos as pessoas em situações de vícios e dependentes químicos, além de suas famílias, como chamados de Deus todos os dias, em todos os momentos para cura e libertação.”
Muitos dos que se formaram ma-
nifestaram a alegria pela conclusão do curso, como foi o caso da pedagoga Márcia Ramírez Paludett, que fez o curso na Região Ipiranga. “Nesta celebração, disse para Deus o sim ao meu irmão, também para escutá-lo e sentir o pedido doslhos para conseguir se libertar, pois para Deus nada é impossível!”
Adriana de Souza Alves, da Diocese de Campo Limpo, é agente de pastoral na Capela São Joaquim, do Hospital Bene cência Portuguesa. Quando ela trabalhou em uma prestadora de serviços do hospital, começou a participar das missas em seu horário de jantar e assim permaneceu, mesmo após ser desligada da empresa. Neste ano, ela decidiu fazer o curso. “Agora, pretendo, com a graça de Deus, auxiliar na visitação hospitalar ao Cristo sofredor no irmão acamado.”
Chile
Congresso fecha acordo para redigir nova Constituição
JOSÉ FERREIRA FILHO osaopaulo@uol.com.brApós três meses de debates, parlamentares chilenos chegaram a um acordo na segunda-feira, 12, sobre como será feito o processo de criação da nova Constituição do país, depois de um referendo que rejeitou, de forma esmagadora, um primeiro texto de matizes progressistas, em setembro passado.
As discussões devem durar três meses e a nova Carta Magna será escrita pelo Conselho Constitucional, que será formado por 50 pessoas eleitas por voto popular e contará com o apoio de 24 especialistas designados pelo Congresso.
O pleito para a composição do Conselho será realizado em abril do ano que vem. Os trabalhos começarão no mês seguinte. O texto deve ser concluído até 21 de outubro e votado em 26 de novembro, por meio de um plebiscito que acatará ou rejeitará a Carta, também com comparecimento obrigatório dos eleitores.
HISTÓRICO
Em outubro de 2020, 80% dos chilenos decidiram em plebiscito aposentar a Constituição de 1981, promulgada durante a ditadura militar por Augusto Pinochet.
Cerca de dois anos depois, em 4 de setembro de 2022, o novo texto – redigido por uma Assembleia Constituin-
te composta, em sua maioria, de legisladores independentes e de esquerda – foi reprovado em plebiscito, obtendo 62% dos votos contra e 38% a favor.
O acordo rmado nesta semana começou a ser discutido a pedido do presidente chileno, Gabriel Boric. Apesar de não ter apoiado abertamente a aprovação do texto, a rejeição representou uma derrota ao estadista, eleito na esteira das reivindicações populares de 2019.
Na época, milhares de pessoas foram às ruas para pedir uma reforma nos sistemas previdenciário, educacional e de saúde. As manifestações deixaram 23 mortos, além de milhares de feridos e detidos.
Fonte: CNN Brasil, Poder 360 e Folha de S.Paulo
Guiné-Bissau / Timor Leste
Liturgia e Vida
4° DOMINGO DO ADVENTO 18 DE DEZEMBRO DE 2022
‘A virgem
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
Jesus nos convida a estarmos atentos para reconhecer os sinais, pequenos e grandes, que Deus concede continuamente para orientar nossas vidas (cf. Mt 16,3). Ele repreendeu os fariseus e saduceus pois, sem reconhecerem a presença do Senhor que lhes estava bem diante dos olhos, condicionavam a sua fé em Jesus à veri cação de milagres extraordinários (Mt 26,4). Nosso Senhor lhes prometeu que o único sinal a ser dado seria “o de Jonas”, isto é, a sua Paixão, Morte e Ressurreição. No entanto, nem isso lhes serviria; não tendo sido capazes de acreditar nem mesmo diante do próprio Jesus e de suas palavras, eles não se converteriam mediante nenhum outro “sinal”. Aliás, mesmo se alguém ressuscitasse dos mortos, eles não creriam (cf. Lc 16,31), cegos e surdos que estavam aos sinais de Deus.
JMJ
Lisboa 2023:
organização promove atividades em países de língua portuguesa
A m de estimular a participação dos jovens das nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) no encontro mundial com o Papa, a Fundação JMJ Lisboa 2023 promoveu atividades em Guiné-Bissau e Timor Leste.
A comitiva do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Lisboa 2023 participou da Peregrinação Nacional a Cacheu, em Guiné-Bissau, que contou com mais de 7 mil participantes de todas as idades e de diversas localidades.
O Padre Nuno Coelho, um dos integrantes da comitiva, a rmou que esta foi uma oportunidade para “estabelecer pontes de diálogo”, ressaltando a importância desta proximidade, uma vez que é mais fácil conseguir a adesão de “pessoas que são amigas, que são irmãs”.
O Coordenador da Comissão da Adolescência e Juventude da Dioce-
se de Bissau, Frei Galeano Oliveira, ressalva que é a primeira vez que este convite é feito diretamente aos jovens do país, e que este esforço acontece, em grande parte, por se tratar de uma Jornada realizada em Portugal, nação com a qual Guiné-Bissau mantém uma relação de proximidade.
“A sua presença é um ponto alto, sensibilizou-nos muito”, referiu, adiantando que a Diocese está tentando organizar um grupo de 140 pessoas, entre jovens peregrinos, padres e voluntários, para participar da jornada de Lisboa.
Ainda em dezembro, outra comitiva do COL esteve em Timor Leste, acompanhada de jovens, sacerdotes e famílias das várias dioceses locais.
O Padre Duarte da Cunha, que integra a Direção do Acolhimento e Voluntariado, disse que o encontro de Lisboa quer dar “um sinal de esperança, pela paz”.
Peru
O sacerdote teve a oportunidade de explicar o programa e o tema da JMJ Lisboa 2023, assumindo que a organização portuguesa gostaria de poder contar com “uma boa representação de Timor Leste”.
“Participem, quer indo a Lisboa, quer vivendo a distância, mas intensamente, acompanhando o que acontecerá, os encontros, as palavras que o Papa terá para dizer aos jovens”, concluiu.
O Cardeal Virgílio do Carmo da Silva, Arcebispo de Díli, realçou a importância de “criar uma boa relação com várias culturas do mundo”, destacando a JMJ como “um momento de experiência de fé com os jovens”.
O COL informou que mais de 200 mil jovens de todo o mundo já iniciaram a inscrição no maior encontro com o Papa, com 120 países representados. (JFF)
Fonte:AgênciaEcclesiaeNova presidente propõe a antecipação das eleições
A nova presidente do Peru, Dina Boluarte, a rmou na segunda-feira, 12, que apresentará um projeto de lei ao Congresso para antecipar em dois anos as eleições gerais. O anúncio foi feito em meio a manifestações violentas no país, após a deposição do ex-líder Pedro Castillo.
Ela foi empossada depois que Castillo foi destituído pelo Congresso e preso por tentar dissolver o Poder Legislativo, em um esforço para
evitar uma votação de impeachment contra ele.
“Resolvi apresentar um projeto de lei para chegar a um acordo com o Congresso para antecipar as eleições gerais para abril de 2024”, disse Dina, durante um pronunciamento à nação.
A declaração de Dina de que apresentará o projeto de lei nos “próximos dias” ocorre depois da morte de sete pessoas durante os
confrontos, além de ter deixado 32 civis e 24 policiais feridos, exigindo que o país realizasse eleições gerais após a deposição de Castillo.
O desejo dos manifestantes, simpatizantes do presidente anterior, é impedir que Dina permaneça no poder até 2026, quando o mandato de Castillo terminaria. Alguns manifestantes também pedem que o Congresso seja fechado. (JFF)
Isso porque um dos modos pelos quais Deus confunde os soberbos é o seguinte: Ele realiza coisas grandiosas por meio de sinais aparentemente pequenos ou insigni cantes. Na Eucaristia, por exemplo, vê-se apenas um pouco de pão e vinho sobre os quais algumas palavras são pronunciadas. É um sinal muito simples por trás do qual se renova o Sacrifício de Cristo, e Ele mesmo se torna presente. Nem todos são capazes de enxergar! Na Con ssão, o sacerdote apenas estende a mão e pronuncia, in persona Christi, a fórmula da absolvição… E eis que o el arrependido é reconciliado com Deus e recupera a graça santi cante.
Assim, também, o sinal por meio do qual os pastores e magos reconheceram o Salvador era muito simples e comum: “Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12); e “viram o Menino com Maria” (Mt 2,11). Algo absolutamente normal, a não ser pelo fato de que esse Menino é Deus e a Mãe é Virgem e sem pecado. Mas isso é incompreensível para tantos!
São Mateus interpretou esse acontecimento à luz da passagem de Isaías 7,14, segundo a versão grega da Bíblia: “O próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que a virgem conceberá e dará à luz um lho e lhe porá o nome de Emanuel” (Is 7,14). Esse pequeno sinal está relacionado ao “grande sinal” do Apocalipse: “Uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1). Somente se torna capaz de ver as maravilhas de Deus quem, com o coração aberto, aprende a contemplar seus pequenos sinais.
Por isso, reconheçamos os muitos sinais que Ele nos dá! Nos sacramentos, nos Evangelhos, nas Escrituras, em toda a história da salvação, e até nos pequenos sinais da bondade divina que permeiam nosso cotidiano, como pessoas, acontecimentos e coisas simples que manifestam o amor do Senhor por nós, vejamos a bondade de Deus! Que Jesus nos conceda adorar com simplicidade, como os pastores de Belém, o sinal maravilhoso da sua Humanidade Santíssima. Que, reconhecendo-O desde já, preparemo-nos para vê-lo face a face no Céu, sem a necessidade da mediação de sinal algum.
Papa Francisco se emociona ao rezar pela Ucrânia à Imaculada Conceição
FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMAEle não conseguiu conter as lágrimas. Diante da imagem de Maria, Imaculada Conceição, o Papa Francisco chorou ao rezar pelos ucranianos na quinta-feira, 8. O ato de veneração é uma tradição em Roma: todos os anos, os Papas vão até o centro da cidade e, com a ajuda dos bombeiros, colocam uma coroa de ores nos braços de Nossa Senhora. A imagem, instalada no alto de uma coluna pelo Papa Pio IX, em 1857, olha para o alto com as mãos abertas, como se estivesse apresentando a Deus a cidade e o mundo.
muito tempo pedimos ao Senhor”, disse o Pontíce, após se recuperar. “Em vez disso, devo ainda te apresentar a súplica das crianças, dos idosos, dos pais e das mães, dos jovens daquela terra martirizada, que sofre tanto.” Francisco acrescentou que, no entanto, “todos nós sabemos que você está sempre com eles e com todos os que sofrem, assim como cou ao lado da cruz do seu Filho”.
Por causa da pandemia, Francisco cou dois anos sem homenagear publicamente a Imaculada Conceição com esse gesto – ele foi até lá, mas sozinho. Neste ano, ele conseguiu voltar. As ores visíveis, disse ele, representam as súplicas e invo-
jovens, as famílias. Não conteve a emoção quando se lembrou da Ucrânia, país em guerra desde que foi invadido pela Rússia, em fevereiro deste ano. O con ito já deixou mais de 40 mil mortos e 14 milhões de refugiados.
“Virgem Imaculada, eu gostaria hoje de te trazer o agradecimento do povo ucraniano, pela paz que há
‘Não ideologizar a Mãe’
O Papa voltou a celebrar Nossa Senhora na segunda-feira, 12, quando presidiu uma missa na Basílica de São Pedro em memória da Virgem de Guadalupe. Trata-se de uma festividade que reúne o Papa com a comunidade latino-americana em Roma. Na ocasião, ele falou sobre como Maria se manifesta de diferentes maneiras, ao longo da história humana, e sempre traz uma mensagem de “compaixão e misericórdia”, com surpresa e “amor providente”.
“A vinda do Filho em carne huma-
na é a suprema expressão do método divino em favor da salvação. Deus, que tanto amou o mundo, nos enviou seulho ‘nascido de uma mulher’”, declarou, referindo-se ao Evangelho segundo São João (3,16). “Assim, em Jesus, nascido de Maria, o Eterno entra na precariedade do nosso tempo, se faz para sempre, de forma irreversível, ‘Deus conosco’, e caminha ao nosso lado como irmão e companheiro. Ele veio para car.”
Da mesma forma, Maria se apresenta à humanidade em momentos difíceis e
Nesse sentido, o Pontí ce fez o convite a “con ar-se” à intercessão de Maria, “a única criatura humana sem pecado na história”, mas que “está conosco nessa luta” contra o mal. “Con ando-nos, consagrando-nos a Maria, dizemos: ‘Segura-me pela mão, Mãe, e guia-me: contigo terei mais força na luta contra o mal, contigo redescobrirei a minha beleza original.”
No mesmo dia, durante a oração do Angelus, no Vaticano, o Papa associou o “dom original” de Maria, que, conforme o dogma da Imaculada Conceição, foi concebida sem pecado, aos dons que todos os cristãos recebem por meio do Batismo. “Também nós, pecadores, recebemos um dom inicial que nos preencheu a vida, um bem maior do que tudo. Recebemos uma ‘graça original’. Nós falamos tanto do pecado original, mas recebemos também uma graça original, da qual nós frequentemente não somos conscientes.” cações invisíveis, às vezes “sufocadas”, que o povo faz a Ela. “Depois de dois anos, nos quais vim te homenagear sozinho no nascer do dia, hoje retorno a ti junto com o povo, o povo dessa Igreja, o povo dessa cidade. E te trago os agradecimentos e as súplicas de todos os teus lhos, próximos e distantes”, rezou. O Santo Padre lembrou as crianças, os idosos, os
continua “nos doando seu lho”. Ele pediu, entretanto, que o nome e a imagem de Maria não sejam manipulados para ns ideológicos e políticos. “Preocupam-me as propostas de tom ideológico-cultural de diferentes sinais, que querem se apropriar do encontro do povo com sua Mãe, que querem desmestiçar, maquiar a Mãe. Por favor, não permitamos que a mensagem se destile em pautas mundanas e ideológicas”, a rmou. A mensagem é simples, disse ele: “Não estou eu aqui, que sou sua mãe? E a mãe não se ideologiza”. (FD)