O São Paulo - 3434

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‘A nossa prática religiosa deve ser a busca sincera, verdadeira e humilde de Deus’

Por ocasião do 31º Dia Mundial do Enfermo, na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, na tarde do sábado, 11, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa no Mosteiro da Luz, celebração da qual tradicionalmente participam os ouvintes da rádio 9 de Julho, emissora da Arquidiocese de São Paulo.

O Arcebispo Metropolitano pediu aos fiéis

CF 2023 lança apelo à Igreja e à sociedade para o combate à fome

Pela terceira vez em sua história, a Campanha da Fraternidade trata do tema da fome, este ano com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Realizada durante a Quaresma, a CF procura despertar o espírito comunitário e cristão na busca do bem comum e educar para a fraternidade.

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que rezem pelos doentes, profissionais da saúde e demais pessoas que cuidam dos enfermos.

“Quando não temos mais a capacidade, a sensibilidade de cuidar de quem sofre, de quem está doente, de quem está mal, perdemos a humanidade”, disse na homilia.

Dom Odilo também pediu orações pelas

vítimas dos recentes terremotos que atingiram a Turquia e o norte da Síria.

Ao falar sobre o Evangelho do dia, o Arcebispo ressaltou que o povo reconhece que Cristo tem autoridade e que vem ensinar a Verdade, e indica que a prática da religião deve se dar de modo honesto, verdadeiro e humilde.

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Encontro com o Pastor

Mesmo antes do carnaval, já se pode entrar no jejum, esmola e oração

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Editorial

Eutanásia: o homicídio revestido de falsa ‘compaixão’ avança pelo mundo

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Papa Francisco lamenta a crescente perseguição aos cristãos na Nicarágua

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 68 | Edição 3434 | 15 a 22 de fevereiro de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
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Participantes da missa no Mosteiro da Luz, no sábado, 11, entre os quais os ouvintes da rádio 9 de Julho, em foto com o Cardeal Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo
CNBB
Luciney Martins/O SÃO PAULO

Quando o carnaval chegar

CARDEAL

PEDRO

Aos poucos, aproximamo-nos da Quaresma deste ano. Antes disso, porém, tem o carnaval. Enquanto uns entram na diversão, outros aproveitam para descansar, fugir do barulho, rezar e, também, para fazer um retiro ou participar de encontros de formação. Terminado o “tempo da folia”, a Quaresma chega logo e convida todos a se recolherem no ritmo ordinário da vida. E a Igreja chama seus lhos a se prepararem para a celebração da Páscoa, a maior festa do Cristianismo.

A Quaresma, nas origens cristãs, estava ligada à revisão de vida dos cristãos, para ver se estavam sendo éis ao Batismo recebido e aos compromissos cristãos assumidos; tempo de chamado intenso à conversão e reconciliação dos pecadores e de preparação próxima dos que seriam batizados na noite da Páscoa. Na Quaresma, a pregação e a catequese eram intensas, voltadas aos eixos centrais da fé e da vida cristã. Na vigília pascal, eram feitos os batizados e se renovavam as promessas do Batismo dos já batizados.

A Quaresma de hoje ainda traz essa mesma proposta, embora, na

prática, ela nem sempre seja bem compreendida e assimilada nas comunidades da Igreja. São 40 dias de exercícios intensos, conforme as três palavras que aparecem logo na Quarta-feira de Cinzas: jejum, esmola e oração. O jejum corporal voluntário, sobretudo nos dias prescritos pela Igreja para esse exercício, é pedagógico e deve ajudar a cair na conta de que a vida é mais que comida, satisfações dos sentidos e emoções corporais e psicológicas. “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” A Quaresma é um tempo marcado pela busca intensa do alimento espiritual da Palavra de Deus e do sentido da nossa vida e da nossa ação. O jejum também deve fazer pensar na fome e nas necessidades de tantos irmãos, ao nosso redor e no mundo, levando a iniciativas concretas de ajuda ao próximo.

O segundo exercício é a esmola e signi ca toda forma de doação generosa ao próximo. Também a esmola e a doação de nossos bens para a ajuda ao próximo necessitado. A Quaresma nos lembra que o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis (cf. 1Jo 4,19-21). Se queremos nos aproximar mais de Deus, devemos, também, nos aproximar do próximo. “Se alguém tem bens neste mundo e, vendo seu irmão necessitado, lhe fecha o coração, como pode estar nele o amor de Deus?” (cf. 1Jo 3,17). Neste conjunto dos

exercícios da Quaresma, insere-se a Campanha da Fraternidade (CF), que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove todos os anos no Brasil.

A CF se inicia junto com a Quaresma e se estende até o Domingo de Ramos, quando todos são convidados a fazer um gesto concreto de fraternidade, mediante a coleta da solidariedade. É uma campanha educativa, no sentido social e religioso, pois envolve amplamente os membros da Igreja e da sociedade em geral, em torno de um tema de interesse social, que tem repercussões morais e religiosas. O tema da CF deste ano é “Fraternidade e fome”, abordado pela terceira vez nos 60 anos da CF. E não podia ser mais oportuno, vista a situação de fome de tantos milhões de brasileiros. Não é apenas por causa da situação triste do povo ianomâmi, pois o tema já foi escolhido pela CNBB há dois anos. Entramos novamente no mapa da fome: que vergonha para um país que é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo! Isso apela à nossa consciência e não nos deve deixar indiferentes. Que podemos fazer para mudar isso? É hora de abraçar a CF com amor e interesse, não cedendo a preconceitos e campanhas contrárias (absurdas!) contra a CF.

O terceiro conjunto de exercícios da Quaresma é denominado pelo conceito “oração”. Quaresma é o tem-

po de avaliar e rever nossas práticas religiosas, a oração pessoal e comunitária, a frequência à Igreja e aos sacramentos, nossa relação pessoal com Deus e nossa vivência moral como um todo, que deve ser coerente com a dignidade que recebemos no Batismo. Pode acontecer que Deus seja alguém distante e até estranho para nós e organizamos nossa vida “como se Deus não existisse” ou não zesse nenhuma diferença em nossa vida. O “ateísmo prático” pode tomar conta também de nossas vidas, mesmo se aderimos formalmente à religião. Qual é o tempo que dedicamos a Deus na oração, na leitura e acolhida da Palavra de Deus, na participação das atividades da nossa comunidade de fé, onde podemos caminhar e crescer mais facilmente na vida cristã, recebida como dom precioso no Batismo?

Depois do carnaval, vem a Quaresma. Mas, mesmo antes do carnaval, já se pode entrar no jejum, esmola e oração. Uma sugestão prática, é tomar nas mãos o Catecismo da Igreja Católica, voltando a ler e estudar sobre os fundamentos de nossa fé, nosso agir moral, nossa oração e nosso conviver com os outros em sociedade. Brevemente, vale a pena retomar o sermão da montanha (cf. Mt 5,1-7.29), ou um Evangelho, por inteiro durante este “tempo favorável” que Deus nos dá: tempo de graça, de conversão e reconciliação com Deus e com os irmãos. Tempo de salvação.

2 | Encontro com o Pastor | 15 a 22 de fevereiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
ODILO
SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
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CRISMAS NA REGIÃO SANTANA

No sábado, 11, Dom Odilo Pedro Scherer presidiu missa na Paróquia Menino Jesus, no Setor Tucuruvi da Região Santana, durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a oito crismandos da Paróquia e a oito da Comunidade Anjos da Vida. Concelebraram os Padres Roberto Fernando Lacerda, Pároco; Christopher Costa Velasco e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, assistidos pelo Diácono Maurício Luz de Lima. (por Denilson Araujo)

1 ANO DE DEDICAÇÃO DA IGREJA-MATRIZ DA PARÓQUIA SANTA TEREZINHA

No domingo, 12, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu missa em ação de graças pelo aniversário de um ano de dedicação da igreja-matriz da Paróquia Santa Terezinha e da consagração do altar deste templo, no Jardim Regina, na Região Episcopal Lapa, ocorrido em 13 de fevereiro de 2022. Concelebraram os Padres Admário Gama Cambrainha, Pároco, e Hayang Lim Koo (Padre Daniel), Pároco da Paróquia Santa Mônica, Setor Pirituba. (por Benigno Naveira)

MISSA PELA PAZ NA UCRÂNIA

No sábado, 24, às 12h, na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidirá missa em memória das vítimas da invasão da Ucrânia pela Rússia, ocorrida em fevereiro de 2022. A missa, que também está sendo organizada pelo Consulado Honorário da Ucrânia em São Paulo, terá a presença de autoridades civis e religiosas, e de representantes da comunidade ucraniana em São Paulo.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:

Em 16/01/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Imaculada Conceição, no bairro da Bela Vista, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Carlos José Coltri, OFMCap., pelo período de (06) seis anos

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Pároco da Paróquia Santa Dulce dos Pobres, no bairro Jardim Felicidade, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Lucas Antônio Gobbo Custódio, CR, pelo período de (06) seis anos.

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE PÁROCO:

Em 16/01/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia São José, no bairro Jardim Europa, na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Dom Oswaldo Francisco Paulino, O.Praem, pelo período de (03) três anos.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 27/01/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no bairro da Vila Mariana, na Região Episcopal Ipiranga, o Reverendíssimo Padre Frei Adilson Gomes dos Passos Miranda, OAR, pelo período de (01) um ano

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Luiz Gonzaga, no Setor Jaçanã, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Bruno dos Reis Paula, CR, pelo período de (01) um ano.

PRORROGAÇÃO DA NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 16/01/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Vigário Paroquial da Paróquia Imaculada Conceição, no bairro da Bela Vista, na Região Episcopal Sé, do Reverendíssimo Frei José Moacyr Cadenassi, OFMCap., pelo período de (01) um ano.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE COLABORADOR PASTORAL:

Em 01/02/2023, foi nomeado e provisionado como Colaborador Pastoral da Paróquia Santo Antônio, no Setor Casa Verde, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Adriano Robson Rodrigues.

No domingo, 12, em missa na Paróquia São Domingos Sávio, no Setor Tremembé da Região Santana, Dom Odilo Pedro Scherer conferiu o sacramento da Con rmação a 16 crismandos. Concelebraram os Padres Salvador Ruiz Armas, Pároco, José Chapron Ribeiro e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho. (por Denilson Araujo)

Atos da Cúria

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL:

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia São Luiz Gonzaga, no bairro do Jaçanã, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Lucas Antônio Gobbo Custódio, CR, até que se mande o contrário.

Em 01/02/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paroquial da Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrini, no bairro Campos Elísios, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Tiago Gurgel do Vale, até que se mande o contrário.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ECÔNOMO:

Em 09/02/2023, foi nomeado e provisionado como Ecônomo da Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Jonatas Alex Mariotto, pelo período de 05 (cinco) anos.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE CAPELÃO:

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Capelão do Hospital Geriátrico Dom Pedro II, na Região Episcopal Sant’Ana, o Reverendíssimo Padre Bruno dos Reis Paula, CR, pelo período de (03) três anos.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE PASTORAL:

Em 03/02/2023, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral, ad nutum episcopi, da Paróquia São Miguel Arcanjo, no bairro do Jardim da Conquista, na Região Episcopal Belém, o Diácono Seminarista Rosenildo do Nascimento da Costa, MSC

Em 06/02/2023, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral, ad nutum episcopi, da Paróquia São José do Belém, no bairro do Belém, na Região Episcopal Belém, o Diácono Seminarista Yago Barbosa Ferreira.

POSSE CANÔNICA:

Em 18/12/2022, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia São Filipe Néri, no bairro Parque São Lucas, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Josivaldo Alves Barreto, C.O

Em 29/01/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora

da Saúde, no bairro Vila Mariana, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Frei Alcimar Fioresi, OAR

Em 26/01/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Santa Ângela e São Serapião, no bairro Vila Morais, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Christopher Costa Velasco

Em 29/01/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Sagrada Família, no bairro Jardim da Saúde, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Frei Marcos Augusto de Andrade Alexandre, OP

Em 25/01/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Santo Inácio de Loiola e São Paulo Apóstolo, no bairro Jardim da Saúde, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Claudiano Avelino dos Santos, SSP.

Em 29/01/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, no bairro da Freguesia do Ó, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Cleyton Pontes Silva.

Em 29/01/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, no bairro da Vila Albertina, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Frank Antônio de Almeida.

Em 29/01/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, no bairro Jardim Guarani, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Gutemberg Pereira.

Em 01/02/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, no bairro Jardim Sydney, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Álvaro Moreira

Gonçalves

Em 31/01/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Santos Apóstolos, no bairro de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Silvio Costa Oliveira

Em 02/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora do

Retiro, no bairro Jardim Cidade Pirituba, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Jaime Izidoro de Sena

Em 05/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Pirituba, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Francisco Antônio Rangel de Barros

Em 05/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei, no bairro do Jardim Britânia, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Genésio de Morais

Em 05/02/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Vila dos Francos, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Rafael de Araújo Nolli

Em 31/01/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Santos Apóstolos, no bairro de Itaberaba, na Região Episcopal Brasilândia, ao Reverendíssimo Padre Alécio Ferreira Silva

Em 03/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no bairro da Vila Mariana, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Frei Adilson Gomes dos Passos Miranda, OAR.

Em 04/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, no bairro da Vila Hamburguesa, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre Flávio Heliton da Silva.

Em 02/02/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Santa Domitila, no bairro São Domingos, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre Fabrício Mendes de Moraes.

Em 05/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz, no bairro Vila Ida, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre Geraldo Raimundo Pereira.

Em 29/01/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Santa Mônica, no bairro Jardim Santa Mônica, na Região Episcopal Lapa, ao Reverendíssimo Padre Hayang Lim Koo (Pe. Daniel).

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Benigno Naveira Denilson Araujo
Denilson Araujo

A eutanásia e os efeitos da ‘cultura da morte’

Em 1995, a vida da jovem canadense Christine Gauthier sofreu uma reviravolta drástica e inesperada: ela contava então 25 anos e servia como voluntária na tropa de artilharia das Forças Armadas de seu país, quando um acidente de treinamento numa trincheira a tornou paraplégica. Sua vida poderia parecer arruinada, mas Christine não entregou os pontos, e passou a se dedicar ao esporte paralímpico, por meio do qual obteve bastante sucesso: foi cinco vezes campeã mundial de paracanoagem e teve uma boa participação representando seu país na Paralimpíada Rio 2016. De volta à rotina da vida ordinária, porém, Christine tinha um obstáculo bastante incômodo: sua casa tem dois andares, e toda vez que subia ou descia as escadas ela precisava desmontar a cadeira de rodas e se arrastar pelos degraus. Como não tinha recursos para arcar sozinha com a instalação de um elevador para de cientes, ela resolveu recorrer ao governo do país ao qual servira como militar e como atleta paralímpica –mas qual não foi sua humilhação quando, após muitas tentativas frustradas, foi in-

formada por um funcionário do Serviço de Assistência aos Veteranos que a ajuda com o elevador estava fora de questão, mas que, com base na lei de eutanásia daquele país, poderiam oferecer-lhe a morte assistida por um médico.

Um exemplo assim extremo de desvalorização da vida humana pode parecer um caso isolado – mas essa mentalidade materialista, infelizmente, vem se tornando cada vez mais comum nos países do Ocidente que se abriram à eutanásia. Nos Países Baixos, uns anos atrás, o governo encomendou um estudo sobre a implantação do regime de tolerância à morte assistida – e o famoso Relatório Remmelink concluiu que, naquele ano, a maioria das mortes em decorrência de eutanásia (mais precisamente, 5.981 pessoas) ocorreu sem o consentimento do paciente. No estado americano do Oregon, há várias doenças terminais que simplesmente não dão direito a tratamento no serviço público de saúde, mas que recebem gratuitamente a “assistência médica para a morte”. No Canadá, apenas no ano passado, mais de 10 mil pessoas decidiram dar

m à própria vida, com a chancela o cial do governo e dos médicos... Trata-se, verdadeiramente, de uma “cultura da morte”, que, rejeitando qualquer sentido mais profundo e transcendente à sua existência, acredita que a vida só tem valor “na medida em que proporciona prazer e bem-estar” (João Paulo II, Evangelium vitae, nº64). O homem moderno, especialmente o que mora “nos países desenvolvidos”, que testemunharam nas últimas décadas os “contínuos progressos da Medicina”, acabou caindo na ilusão de que é dono e senhor de cada aspecto de sua existência, verdadeiro senhor da vida e da morte (Ibidem).

Ao contrário da tão esperada libertação e paz, no entanto, esta pretensão de “decidir a própria vida com plena e total autonomia” só conduz a desordens e descon anças entre os membros da sociedade. Aqueles mesmos médicos que, pelo juramento de Hipócrates, davam aos pacientes a segurança de que somente atuariam para lhes defender a vida, agora terão sempre sobre seus conselhos a suspeita de estarem agindo para minimizar

Opinião

custos... Os lhos, que eram instruídos a dar ouvidos ao pai que os gerou, e a não desprezar a mãe que envelhece (cf. Pr 23,22), agora têm uma alternativa fácil e aparentemente “misericordiosa” para suprimir aquele de quem não se pode suportar o sofrimento.

É preciso reconhecer que existem circunstâncias em que o sofrimento atinge a vida de uma pessoa e de sua família com grande profundidade, sem que seja muito possível enxergar ali uma lógica ou um sentido imediato. Este é um dado da vida que atinge crentes e não crentes: mas nós, cristãos, recebemos, da Cruz e da Ressurreição de Cristo, os motivos para a verdadeira esperança, que nos permite con ar que existe um sentido até mesmo nas situações mais absurdas.

Com essa rme convicção, podemos dar aos a itos aquilo que eles verdadeiramente desejam, em seu sofrimento: não a morte por uma injeção, mas a vida, pela “companhia, solidariedade e apoio na provação”, e pela “ajuda para continuar a esperar, quando falham todas as esperanças humanas” (Idem, nº67).

Crianças indígenas em situação de vulnerabilidade

RODRIGO GASTALHO MOREIRA

Com 301 povos e 271 línguas diferentes, a população indígena brasileira vive realidades diversas que envolvem desde grupos isolados até os que residem em áreas urbanas. Mais recentemente, tem surgido uma discussão sobre a desnutrição crônica de crianças indígenas. Conforme pesquisas, a prevalência de desnutrição crônica era de 30%. Os números variam entre etnias. No caso das crianças ianomâmis, a taxa chega a 70%.

A discussão sobre a desnutrição infantil nas comunidades indígenas e as formas de lidar com ela têm colocado ao Sistema de Garantia de Direitos o desa o de repensar suas lógicas de compreensão sobre a infância e as condições de vida dos povos indígenas.

Pois o problema vai muito além. Cumpre destacar, crianças e adolescentes indígenas são vulneráveis a diversos tipos de violência, incluindo a violência sexual. Há uma violação constante do direito à identidade e ao autorreconhecimento, algo que muitas crianças e adolescentes indígenas passam quando convivem nos espaços urbanos, especialmente nos estados do Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Há, também, um dé cit dos indígenas à educação escolar, principalmente a partir do fundamental e do ensino médio, além de uma séria situação de

violência sexual e suicídio de adolescentes e jovens, localizados nas regiões de expansão do agronegócio e de invasão dos territórios indígenas, como no Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pará.

Ainda, a invisibilidade dos povos indígenas favorece a produção de violências contra crianças e adolescentes indígenas. Isso também ocorre no próprio atendimento da rede de proteção que, na maioria das vezes, não considera a identidade indígena para realizar um atendimento intercultural. Assim, surgem duas violências institucionais: a primeira, de negação da

identidade; a segunda, de realizar um atendimento de citário.

Há, ainda, o caso da hipervisibilidade das crianças indígenas, quando os problemas sociais que as afetam ganham a atenção da mídia, da sociedade e do próprio governo, e passam a ser tratados como uma “prioridade”, com intervenções que podem afastá-las do convívio com seu grupo étnico – como divulgado recentemente que crianças ianomâmis estão sendo retiradas de seus pais e encaminhadas para adoção.

Portanto, são muitos e multifaceta-

dos os fatores que devem ser avaliados ao se analisar a situação de vulnerabilidade das crianças e jovens indígenas. Em muitas comunidades, o aumento do consumo abusivo de bebidas alcoólicas tem sido um fator relevante no aumento da violência, afetando as mulheres e os idosos indígenas das comunidades.

As condições de ocupação e insegurança do território indígena também podem intensi car diferentes formas de violência – a exemplo da presença de civis, madeireiros clandestinos e mesmo de equipes das políticas compensatórias de grandes obras.

Por m, temos o desa o de cuidar para que, conforme estabelecido por lei, o atendimento ocorra por meio da escuta especializada, com respeito aos modos de vida culturalmente diferenciados de povos indígenas e de comunidades tradicionais, para que não produza um efeito de desorganização social ou con itos internos. É preciso pensar em formas de atendimento que consigam ser legitimados por lideranças internas – especialmente as indígenas – e reconhecê-las como parte da rede de proteção para alinhar em sua estrutura a relação com os direitos indígenas, como o direito à autonomia.

é formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),compós-graduaçãoemTeologiaAplicada pelaUniversidadedeOxford,ReinoUnido.

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Editorial As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO
Arte: Sergio Ricciuto Conte RodrigoGastalhoMoreira

Direitos das crianças

SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO

Numa época em que tanto se preza e se luta pelos direitos, gostaria de fazer um apelo em nome daquelas que ainda não sabem fazer por si mesmas: as crianças.

Crianças nascem absolutamente dependentes, inaptas à vida e ao mundo. Precisam de cuidados e estímulos para sobreviver e aprender a viver. Nascem marcadas por instintos e, graças a essa condição, superpreparadas para aprender e, mais do que isso, sedentas de aprendizagem. São solo virgem, são argila que precisam de mãos artesãs dispostas, são vidas a serem formadas e transformadas em pessoas de bem, lúcidas, sensatas. Têm direito a isso.

Elas têm o direito de ser cuidadas segundo suas necessidades e não segundo seus desejos imaturos. Têm direito a ser introduzidas por seus pais a uma rotina apropriada para a fase em que se encontram e, assim, aprender bons hábitos. Têm direito a conviver com adultos que se responsabilizem por elas e cuidem delas, decidindo sobre tudo aquilo que elas ainda não têm critérios e condições para decidir: o que e em que horário devem comer, em que horário vão dormir, tomar banho, acordar, assistir TV. Se vão brincar com eletrônicos e por quanto tempo... Que as protejam, especialmente de seus próprios desejos ainda insensatos, exatamente porque são sujeitos em formação, não conhecem consequências. Têm direito a ter pais que estejam preparados para amar, sabendo que o amor é exigente. Que amar pressupõe se doar, fazer o melhor e não o mais fácil, ensinar o bem, mesmo que custe, e não se acomodar esperando que aprendam com o tempo, enfim: acompanhar, corrigir, incentivar, elogiar, preparar.

Você Pergunta Comportamento É pecado brincarmos o carnaval?

Têm direito de brincar com pessoas e não somente com telas. Aliás, não somente de brincar, mas também de brigar, se desentender, disputar, conviver – com todas as alegrias, dores e afetos que isso possibilita. Têm direito de ter nos pais e cuidadores o suporte necessário para enfrentar e superar as frustrações, di culdades, as situações novas, sem serem poupadas delas, a nal, adultos conscientes sabem que elas serão fontes ricas de aprendizagem. Elas têm o direito de viver as pequenas frustrações e descobrir que conseguem superá-las sem desmanchar, embora muitas vezes a gritaria e choradeira pareça o m dos tempos. Têm direito a descobrir seu potencial criativo, sua capacidade de superação, sua força de vencer os pequenos obstáculos e, assim, aprender que são capazes de enfrentar a vida sem desmoronar. Têm direito a ser iniciadas no caminho das virtudes, na trilha de aperfeiçoamento que tão preciosa é se queremos que se tornem pessoas de bem.

Têm direito de brincar na terra, de sujar as mãos, de andar descalças, de brincar de massinha, de sujar e ajudar a limpar, de brincar e organizar, de experimentar, vivenciar.

Têm direito de aprender a respeitar os limites porque são colocados com autoridade – despertando a virtude da obediência. Têm direito de ser corrigidas e orientadas com muito amor, o que se re ete em carinho e rmeza. Têm direito de ser conhecidas e educadas a partir do que são: com suas características próprias, com suas tendências positivas e as negativas, com suas qualidades e suas limitações. Têm direito a ser educadas para aproveitar bem suas potências e aprender a lutar contra suas di culdades, e isso somente se realiza quando os pais se dedicam a um convívio rico não

somente em qualidade, mas também em tempo. Têm direito de se sentir pertencentes a uma família que as forje a partir de seus valores e princípios. Têm direito a um processo educativo que as ajude a ganhar autoestima, autonomia, capacidade de amar e servir aos demais. Têm direito a ser educadas nos bons hábitos e virtudes e assim, aprender, com o tempo, a “enxergar” os outros, a saber que todos têm seus quereres, necessidades e direitos. Aprenderão a abrir mão daquilo que puderem em benefício do bem comum. Aprenderão critérios para ser capazes de escolhas acertadas, sensatas, lúcidas – que preservem a vida delas e dos demais. Escolhas responsáveis, que visem não somente ao benefício próprio, mas sim ao da comunidade com a qual convivem. Aprenderão a lutar pelo que vale a pena uma vez que, desde pequenas, foram ensinadas a discernir o bem do mal, a verdade da mentira, a beleza da feiura.

Elas têm direito de aprender os valores e princípios que construírão um caráter reto, rme, que saberá conduzir as decisões e trilhar um caminho rumo a grandes ideais.

Têm o direito de ser formadas para uma vida cheia de sentido, em que sejam adultos que fazem a diferença e deixam rastros de bem.

Pais, não neguem esses direitos a seus lhos em nome de facilidades, comodismos ou de uma vida corrida. Não percam a oportunidade de crescer e ajudar seus lhos a crescer por entrarem em modismos que pregam a falta de autoridade, a igualdade entre pais e lhos, a vida leve e fácil.

Formar pessoas não é tarefa fácil, mas é tarefa edi cante. Coragem!

PADRE CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br

Para responder a esta pergunta, precisamos, antes de tudo, lembrar o que é o pecado. Pecado é fechar o coração para Deus e para o irmão. É deixar-se guiar pelos critérios humanos e não pela Palavra de Deus. Pecar é desrespeitar a ordem inscrita por Deus no mundo. É desfocar a imagem de Deus impressa em cada pessoa humana pela violência, pela injustiça, por todos os tipos de escravidão, pelo desrespeito ao próprio corpo e ao corpo do outro.

A alegria, o divertimento, o encontro com os amigos, a participação numa grande celebração da vida que acontece no carnaval não é nem pode ser pecado. Deus é um pai amoroso que ama e conhece cada um de seus lhos pelo nome e ama a todos em conjunto. Qual o pai que não gosta de ver seus lhos felizes, não é mesmo? Deus é o pai por excelência. Nossa alegria, quando espontânea, quando pura, é alegria de Deus também. Nosso divertimento, quando não fere, não desrespeita, não avilta o outro, é bênção de Deus que nos refaz das canseiras da luta pela vida. O encontro de amigos, a festa partilhada, a música, a dança, antecipam a grande festa de amor e comunhão que acontecerá no nal dos tempos, quando Deus for tudo em todos.

Por tudo isso, ca aqui um recadinho. Quem gosta aproveite os dias de carnaval. Pule, dance, cante. Mas, atenção! No nal desses dias, ainda que o corpo esteja cansado, o coração tem que estar em paz. O rosto e o olhar devem estar cheios de luz. Nada mais gostoso neste mundo, nada mais bonito do que essa luz, fruto da certeza de que não se perdeu a comunhão com Deus e com o próximo.

Há os que não gostam de carnaval, ou porque, até com certa razão, veem nele ocasião de pecado ou porque acham vazios e sem sentido os pulos, os gritos, a cantoria, as fantasias. Destes, uns preferem o sossego de um sítio, de uma praia, ou mesmo do convívio familiar. Outros fazem dos dias de carnaval dias de silêncio e oração. Tudo bem! Para quem gosta e para quem não gosta... vivam o carnaval com alegria!

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Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudiólogaeeducadora.Mantém o site www.simonefuzaro.com.br. Instagram: @sifuzaro

Loredana Vigini, missionária italiana, é recordada em missa

FERNANDO

ARTHUR

COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

Na quinta-feira, 9, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, na Mooca, em sufrágio de Loredana Vigini, 53, missionária italiana morta no dia 4 por complicações decorrentes de um atropelamento que sofrera no começo deste mês.

Entre os concelebrantes da missa esteve o Padre Eduardo Binna, Pároco da Paróquia Santa Cruz, que está responsável por acompanhar, representando a Arquidiocese de São Paulo, o corpo da missionária até a Itália. Também participaram da missa membros da Missão Belém, com quem Loredana teve muito contato.

Na homilia, ao falar sobre o Evangelho da ressurreição de Lázaro, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém recordou que esta passagem traz a certeza de que quem crê em Deus não morre. “Imagino a Loredana como uma semente que foi lançada à terra. Essa semente vai morrer, e desta semente nasce uma árvore”, a rmou.

Dom Cícero destacou que somente quem tem os olhos xos em Jesus teria a coragem de sair de seu país para ser missionária em terra estrangeira, como fez Loredana. O Prelado exortou os éis

a pedirem a Deus o dom da fé, para que, assim como Loredana, tenham “os olhos xos Nele”. E completou: “Somos convidados a anunciar ao mundo, muitas vezes tão marcado pela sombra da morte, que quem vive e crê Nele não morre”.

Ao nal da celebração, Padre Gianpietro Carraro, fundador da Missão Belém, recordou a memória de Loredana e como a conheceu na Itália: “Viveu com entusiasmo e com amor a Jesus”.

VIDA DEDICADA À IGREJA

Nascida em Trieste, na Itália, em 5 de

outubro de 1969, Loredana Vigini ingressou, em 1990, como missionária na Comunidade Missionária de Villaregia, uma associação pública de éis voltada à missão ad gentes. Em 1998, concluiu a graduação em Teologia. Em seu país natal, colaborou com as iniciativas de animação missionária, incluindo a participação em encontros em paróquias e escolas.

Em 2008, com o apoio da Diocese de Trieste, Loredana foi enviada em missão ao Brasil, tendo atuado inicialmente em Belo Horizonte (MG), na formação das lideranças, acompanhada pela Comuni-

dade Missionária de Villaregia. Retornou à Itália em 2011, quando iniciou um projeto artístico-cultural missionário na cidade de Tergestina, com a criação de o cinas e espetáculos para apoiar as atividades missionárias e educar os jovens para a solidariedade. Em 2012, para se dedicar integralmente ao serviço da evangelização missionária e da formação dos jovens e adultos alcançados pelo projeto, deixou a Comunidade Missionária Villaregia e fundou a Semente Viva, uma associação privada de éis reconhecida pela Diocese de Trieste.

Voltou ao Brasil em 2017, passando a se dedicar à formação de catequistas e animadores bíblicos no método de Bibliodrama Pastoral, em comunhão e colaboração com a Comissão Episcopal de Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nos anos seguintes, assessorou eventos de catequese de âmbito regional e nacional.

Loredana Vigini publicou dois livros no Brasil, pela editora Ave Maria: “Bibliodrama Pastoral na catequese. Hardware expressivo e experiência para comunicar o texto sagrado às crianças”, em 2017; e “Bibliodrama Pastoral na catequese. Manual Geral do Método. 140 ferramentas para um encontro expressivo e experiencial com um texto bíblico. Para jovens e adultos”, em 2019.

Ano Pastoral em âmbito regional será aberto em 4 de março

Em 4 de março, às 15h, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa, acontecerá a missa de abertura do Ano Pastoral, presidida por Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém.

Espírito Santo sobre nós e sobre o nosso labor”, ressaltou, a rmando que “é o Espírito Santo que dá vida e santi ca a Igreja;” e que Ele é a fonte de água por quem o Pai reanima os homens.

[LAPA] Na manhã do domingo, 12, na Área Pastoral São João Batista, no Jardim Rizzo, que pertence à Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Butantã, houve a apresentação e nomeação do Padre José Carlos de Freitas Spínola como Vigário Paroquial, durante missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e concelebrada por Dom Fernando José Penteado, Bispo Emérito de Jacarezinho (PR), Padre Antônio Francisco Ribeiro, Pároco, assistidos pelo Diácono Antônio Geraldo de Souza. (por Benigno Naveira)

Dom Cícero, em carta-convite enviada ao povo de Deus na Região Episcopal, exortou os éis a participarem da celebração, na qual, “juntos, invocaremos o

O Bispo Auxiliar pediu aos éis que levem 1kg de alimento não perecível como gesto concreto da Campanha da Fraternidade.

(porCentroPastoraldaRegiãoBelém)

[IPIRANGA] Durante missa celebrada no sábado, 11, na Paróquia Nossa Senhora de Sião, Setor Ipiranga, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, deu posse ao Padre José Lino Mota Freire como novo Pároco e apresentou o Frei José Maria Mohomed Júnior como Vigário Paroquial. Além dos paroquianos de Sião e dos éis das paróquias em que ambos os sacerdotes já exerceram seu ministério, a celebração contou com a presença de muitos clérigos, entre eles o Padre Celso Paulo Torres, que foi Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Sião por nove anos e, aos 41 anos de sacerdócio, parte para novos desa os pastorais. (por Karen Eufrosino)

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[BRASILÂNDIA] No domingo, 12, Dom Carlos Silva, OFMCap., deu posse ao Padre Jose Miguel Portillo, CSSp (à esquerda do Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia), como Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, Setor Perus, onde já estava atuando como Vigário Paroquial. A missa teve entre os concelebrantes o antigo Pároco, Padre Mark Brendan Foley, CSSp, além dos Padres Niall Colgan, CSSp, e George Boran, CSSp. Também participou o Irmão Matthew Broeren, CSSp. Ao nal da missa, houve uma confraternização para os paroquianos e convidados. (por Mila Cristian)
BELÉM
Pascom Paroquial Benigno Naveira
Moreira
Caroline Dupin
Beatriz

Eleita a nova diretoria da Associação Civil Gaudium et Spes

Em assembleia geral ordinária realizada na sexta-feira, 10, na sede do Instituto Ages – Associação Civil Gaudium et Spes, localizada na Vila Leopoldina, foi eleita a nova diretoria da Ages da Região Lapa.

A assembleia foi conduzida pelo atual presidente, Padre Messias de Moraes Ferreira, que foi reeleito por aclamação para esta função.

Foram ainda eleitos outros diretores para o mandato de fevereiro de 2023 a fevereiro de 2025: Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidente de honra; José Martins Piva, vice-presidente; Francisco Donizete Pereira, primeiro-secretário; Vanessa Pereira de Castro, vice-secretária; José Rubens Raimundo, primeiro-

-tesoureiro; Marina Luz, vice-tesoureira. Além deles, foram eleitos os membros do conselho scal: Padre Edilberto Alves da Costa, Padre João Carlos Deschamps e Benigno Naveira.

Após a nomeação, Padre Messias cumprimentou sua diretoria e os conselheiros e falou dos programas desenvolvidos. Depois, os coordenadores zeram relatos de suas áreas de atuação.

Fundada em 12 de maio de 1982, a Ages é uma entidade da Pastoral do Menor da Região Lapa, a qual tem como preocupação responder à situação de abandono, violência, risco social e pessoal de meninos e meninas da região Oeste da cidade de São Paulo. Busca também promover a construção e a conquista da cidadania, especialmente de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social.

Dom Rogério tem encontro com agentes de comunicação de paróquias

PATRICIA MIDÕES

COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

[SÉ] Na manhã do domingo, 12, Dom Rogério Augusto das Neves deu posse ao Padre Roberto Silva (foto) como novo Pároco da Paróquia Nossa Senhora Achiropita, e apresentou o novo Vigário Paroquial, o Padre Atalmir Gabriel Jonas da Silva. Entre os concelebrantes da missa estiveram os Padres Antônio Sagrado Bogaz, antigo Pároco, e Claudinei Niedzwiecki, representando o diretor provincial da Congregação Orionita. Ao nal da missa, Dom Rogério recebeu da comunidade um quadro pintado pelo Padre Bogaz e uma arte em madeira feita pelos acolhidos do projeto social Casa de Acolhida Rainha da Paz, mantido pela Paróquia em Campos do Jordão (SP). No dia anterior, houve a missa em gratidão aos trabalhos dos Padres Bogaz e Edson Teixeira de Lima, até então Vigário Paroquial, que agora serão Párocos em outras igrejas sob os cuidados dos Orionitas: Paróquia Santo Antônio, na Granja Viana, e Paróquia São Pedro Apóstolo, em Guararapes, respectivamente. (por Eva Yu Bertani)

No sábado, 11, agentes paroquiais da comunicação se reuniram com Dom Rogério Augusto das Neves na Paróquia São Paulo da Cruz-Calvário, Setor Pinheiros.

Na ocasião, foram comunicadas novas propostas estruturais e estratégicas para uma comunicação mais efetiva entre as pastorais da Igreja, a comunidade regional e a Arquidiocese de São Paulo.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé lembrou que nenhuma empresa ou estratégia de marketing tem a capacidade da Igreja Católica de se comunicar com milhares de pessoas ao mesmo tempo presencialmente. “Há 2 mil anos, comunicamos o Evangelho”, ressaltou. Como resultado do encontro, um novo secretariado foi formado, para que sejam atingidos os objetivos da reestruturação da comunicação regional em 2023.

[IPIRANGA] No sábado, 11, a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Vila Mariana, comemorou a festa da padroeira, com um Terço seguido da celebração eucarística presidida pelo Padre André Flávio Mariano, OMV, Pároco, e concelebrada pelos Padres Afonso Gorniak, OMV, Vigário Paroquial, e Kauê Iago Ribeiro, OMV, com assistência do Diácono José Mário Garcia Corral. Após a missa, foi realizada uma procissão pelas ruas do bairro. (por Diácono Permanente José Mário Corral) [IPIRANGA] Os religiosos dehonianos Alex Simão Baptista, Mário Henrique da Costa Nunes e Mateus de Almeida Brito professaram seus votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência no Santuário São Judas Tadeu, no sábado, 11, durante missa presidida pelo Padre Eli Lobato dos Santos, SCJ, Superior Provincial da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. No domingo, 12, eles foram ordenados diáconos pela imposição das mãos de Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga. O lema escolhido pelos religiosos é “Ele me amou e por mim se entregou” (Gl 2,20). (por Departamento de Marketing e Comunicação do Santuário)

[SÉ] A Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Jardim Paulistano, Setor Jardins, deu seus primeiros passos para apoiar a Missão Belém. Na quinta-feira, 9, o Conselheiro-geral para a Evangelização da Missão Belém, Padre Paulo Gomes da Silva Júnior, reuniu-se com o Pároco, Padre Eduardo Ribeiro, C.Ss.R, e com alguns paroquianos para explicar os trabalhos da Missão e entender como a Paróquia pretende apoiar a iniciativa. Padre Eduardo ofereceu as instalações da Paróquia para receber eventos, como alguns encontros e retiros espirituais, que fazem parte da rotina da Missão Belém. (por Rogério Nakamoto)

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[IPIRANGA] A Comunidade de Nossa Senhora de Guadalupe, Setor Vila Mariana, agora tem missas dominicais às 10h, no terreno em que está sendo construída a futura matriz paroquial. A primeira missa foi celebrada no domingo, 12, presidida pelo Frei José Maria Mohomed Júnior, Coordenador Regional de Pastoral e responsável pela articulação da nova comunidade. (por Karen Eufrosino)
LAPA
BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO Benigno Naveira
Comunicação do Santuário São Judas Tadeu
Corral
Paulo Takahashi
José Mário
Karen Eufrosino

Dom Cícero: A Virgem de Lourdes nos ensina que Deus é maior que a doença

FERNANDO ARTHUR COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

No sábado, 11, a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa, celebrou sua padroeira. A missa solene das 15h foi presidida por Dom Cícero Alves de França, e concelebrada pelo Padre Laurício José Pipper, com assistência do Diácono Nelson Carlos Moreira e do Diácono Seminarista Yago Barbosa Ferreira.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém ressaltou a

atuação de Maria no primeiro sinal de Jesus, no casamento em Caná da Galileia. “O primeiro milagre que temos que pedir é o dom da fé”, a rmou. O Prelado também recordou a aparição de Nossa Senhora em Lourdes, em 1858.

Ao nal de sua homilia, Dom Cícero exortou os éis a não perderem a fé, mesmo em meio às di culdades. “A Virgem de Lourdes nos ensina, portanto, que a dor e a doença não são maiores do que Deus, e que não podemos passar por elas com sofrimento, mas com fé.”

[IPIRANGA] Será inaugurado e abençoado, no sábado, 18, após a missa das 9h, o memorial com 45 painéis, contendo fotos históricas da Paróquia Santuário São Judas Tadeu. A iniciativa faz parte das comemorações do ano jubilar, em recordação dos 25 anos em que a Paróquia foi elevada à dignidade de Santuário. Os painéis carão expostos numa área do subsolo da igreja nova, que passou por uma ampla reforma. Para que novos projetos de obras sejam executados, a colaboração dos éis devotos e paroquianos é fundamental. Na secretaria paroquial, há envelopes nomeados “Santuário sempre em construção”, para que sejam depositadas as doações espontâneas. Outras doações podem ser feitas por meio do PIX, cuja chave é o CNPJ 63.089.825/0115-02.

(por Departamento de Marketing e Comunicação do Santuário)

[BRASILÂNDIA] No sábado, 11, aconteceu a missa anual de abertura dos trabalhos da Pastoral da Criança da Região Episcopal Brasilândia. A Eucaristia foi presidida pelo Padre Reinaldo Torres na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, e concelebrada pelo Padre Gilberto dos Santos Martins, Assessor Regional da Pastoral da Criança. Participaram diversos líderes e agentes desta Pastoral, que foram estimulados a não esmorecer, mesmo diante das di culdades.

[SÉ] No domingo, 12, Dom Rogério Augusto das Neves presidiu missa em ação de graças pelo aniversário natalício e também pelos 31 anos de ordenação sacerdotal do Cônego Aparecido Silva, Vigário-geral Adjunto da Região Sé e Pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento, no Paraíso. (por Arnaldo Alves Pinto Junior)

[IPIRANGA] O Padre Benedito Vicente de Abreu tomou posse como Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, Setor Imigrantes, no domingo, 12, em missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, e concelebrada por padres atuantes na Região, com expressiva participação dos éis tanto da Paróquia quanto das comunidades em que o Padre Vicente exerceu seu ministério. (por Karen Eufrosino)

[SÉ] Na quinta-feira, 9, Dom Rogério Augusto das Neves visitou o Colégio São Mauro, no bairro do Cambuci, tendo sido recebido pelos Padres João Paulo Rizek e Jacinto Oliveira, Capelão do Colégio, além de membros do corpo diretivo e pelos alunos. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé exortou os estudantes a “aproveitar a oportunidade que Deus lhes dá de aprender tantas coisas” e, aludindo ao fato de ter sido recebido pelo coral dos estudantes, a rmou que a música é altamente formadora e que o próprio fato de cantar em um coral “é um aprendizado que serve para a vida. Como na vida, você não precisa ser o melhor cantor. Sabendo trabalhar no conjunto, tudo ca bonito”. (por Padre João Paulo Rizek)

[IPIRANGA] Na quinta-feira, 9, foram completados três anos que a Comunidade Canção Nova assumiu a Paróquia Santa Cândida, no Setor Ipiranga. Em missa no dia 9 de fevereiro de 2020, o Cardeal Scherer, Arcebispo de São Paulo, deu posse ao Padre Anderson Marçal como Pároco e apresentou o Padre João Gualberto como Vigário Paroquial. Entre os concelebrantes esteve o Padre Jonas Abib, fundador da Canção Nova, que naquela ocasião fez sua última aparição pública na capital paulista. Ele morreria em dezembro de 2022, aos 85 anos de idade. Ao longo destes três anos, a Paróquia tem passado por reformas em suas instalações e por transformações na composição paroquial. O templo está aberto diariamente. (por Comunicação da Comunidade Canção Nova)

[BELÉM] Na manhã do domingo, 12, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São José, no Belenzinho, durante a qual apresentou o Diácono Seminarista Yago Barbosa Ferreira como Assistente Pastoral da Paróquia. Concelebrou o Padre Marcelo Maróstica Quadro, Pároco. (por Fernando Arthur)

[BRASILÂNDIA] O Setor São José Operário realizou no sábado, 11, na Paróquia Santos Apóstolos, uma formação com o tema “A Pastoral do Dízimo e a crise econômica”, ministrada pelo Padre Wagner Aparecido Scarponi. A proposta foi de re etir sobre a importância do dízimo nas comunidades e entender como lidar com as crises, sendo ressaltada que esta é uma pastoral da partilha. (por Nyna Teixeira)

[BELÉM] No domingo, 12, na Paróquia São Benedito das Vitórias, na Vila Formosa, 24 crianças receberam a primeira Eucaristia, em celebração presidida pelo Padre Pierre Rodrigues da Costa, Pároco. (por Karina Oliveira)

[BELÉM] Os éis da Área Pastoral Nossa Senhora das Flores, no Parque das Flores, participaram no domingo, 12, da missa de despedida e de envio do Padre Peter Kumar, SVD. A missa teve entre os concelebrantes o Vigário Paroquial, Padre Romanus Hami, SVD. Participaram membros de diversas pastorais e movimentos das quatro comunidades que compõem a Área Pastoral. (por Rafaela Vitória)

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[SÉ] No sábado, 11, ocorreu mais uma edição do Batuca-Bresser, um des le de carnaval realizado pelo Arsenal da Esperança desde 2014, mas que foi interrompido nos anos mais agudos da pandemia de COVID-19. Crianças, famílias e outras pessoas da região Bresser-Mooca e de outros locais da cidade participaram do evento, bem como os acolhidos pelo Arsenal da Esperança e os éis das Paróquias Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários e Nossa Senhora de Casaluce, do Setor Brás. (por Padre Simone Bernardi)
BELÉM
Pascom paroquial Luciney Martins/O SÃO PAULO Karen Eufrosino Arsenal da Esperança (por Gisele Lima) Gisele Lima Luiz Ivanov

Em missa no Mosteiro da Luz, Dom Odilo exorta os fiéis à atenção com os enfermos

9 DE JULHO

FERNANDO ARTHUR

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Na memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, no sábado, 11, os ouvintes da rádio 9 de Julho, da Arquidiocese de São Paulo, participaram, no Mosteiro da Luz, da missa que acontece semanalmente, desta vez presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo.

Ao saudar os éis no início da missa, Dom Odilo também recordou que naquela data se celebrava o Dia Mundial do Enfermo, e, assim, exortou os éis a recordarem os doentes, pro ssionais da área da Saúde e todos os que cuidam dos enfermos. Ele também pediu orações pelas vítimas e pelos feridos dos terremotos que ocorreram naquela semana na Turquia e na Síria.

A celebração, transmitida pela própria rádio e pela Rede TV!, foi concelebrada pelo Padre Luiz Carlos Ferreira

Tose Filho, secretário episcopal. Além dos éis leigos, também participaram as Monjas Concepcionistas da Imaculada Conceição que moram no Mosteiro da Luz e cuidam dele.

PRATICAR A FÉ HONESTAMENTE

Na homilia, Dom Odilo recordou a continuação do Evangelho do “Sermão da Montanha”, proclamado nos dois domingos anteriores. O Cardeal ressaltou que Jesus faz uma revisão das prescrições religiosas do tempo e do povo. “Jesus se apresenta como aquele que é o Mestre dos Mestres”, a rmou, ressaltando que o povo reconheceu que Cristo tem autoridade e que vem ensinar a Verdade.

“O que Jesus ensina, aqui, é praticar a religião honestamente, verdadeiramente”, a rmou Dom Odilo, frisando que muitas vezes haja quem distorça as verdades da fé e os mandamentos de Deus. O Arcebispo destacou que Jesus ensina

a fazer o bem, e fazê-lo de coração reto e sincero.

“A nossa prática religiosa deve ser a busca sincera, verdadeira e humilde de Deus. Nem sempre conseguimos fazer isso, pois as fraquezas humanas são tantas, mas a nossa busca e o nosso esforço devem ser verdadeiros”, exortou.

‘CUIDA BEM DELE’

Ainda na homilia, Dom Odilo recordou a mensagem do Papa Francisco para o 31º Dia Mundial do Enfermo, que tem como título “Cuida bem dele”, referindo-se à parábola do Bom Samaritano.

“Cuidemos bem dos doentes, usemos todo o sentido humano verdadeiro. Cuidar de quem sofre é humano”, frisou, a rmando que desprezar quem sofre é perder a humanidade.

“Quando não temos mais a capacidade, a sensibilidade, de cuidar de quem sofre, de quem está doente, de quem

Espiritualidade

O naufrágio e o reencontro

DOM ROGÉRIO

DAS

No dia 13 de janeiro de 2012, um navio de cruzeiro, chamado Costa Concordia, navegava na costa da Isola del Giglio, região da Toscana, na Itália, quando a embarcação abalroou rochas subaquáticas e logo depois naufragou. Depois de se chocar contra as rochas, o navio encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio. Teve seu casco quebrado, virou parcialmente submerso. O acidente ocorreu a cerca de 40 quilômetros do continente. Dados iniciais davam conta de que entre os 3,2 mil passageiros e 1,02 mil tripulantes do cruzeiro cerca de mil passageiros eram de na-

cionalidade italiana, enquanto cerca de 500 eram alemães e 160, franceses. Entre os hóspedes estavam cerca de 46 brasileiros. Após os salva-vidas retirarem os primeiros três corpos, constataram que mais de 70 pessoas estavam desaparecidas. O saldo nal foi de 32 pessoas mortas, todas por afogamento.

Muitos passageiros foram levados para o porto de Santo Stefano, ondecaram abrigados em escolas, igrejas e outros edifícios públicos. A Defesa Civil montou uma grande tenda em que os náufragos eram identi cados antes de serem levados, de ônibus, para hotéis da região. Um dos passageiros do Costa Concordia disse à imprensa italiana que, por volta das 21h30 (18h30 no horário de Brasília), “todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa”. O navio, que partira de Civitavecchia, na região de Roma, faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas pelas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo.

O Costa Concordia, de 290 metros, pesando 112 mil toneladas, tinha 58 suítes e balcão, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas. O comandante Francesco Schettino foi condenado, em fevereiro de 2015, a 16 anos de prisão efetiva pelos homicídios, abandono do navio e naufrágio, pena con rmada por um tribunal de recurso em maio de 2016.

Talvez muita gente tenha recordações dessa tragédia. A nal, havia brasileiros. Mas o que valeria a pena também recordar é que, nos dias que se seguiram, conforme os sobreviventes brasileiros iam chegando de volta ao Brasil, uma coisa parecia contraditória: eles tinham visto fracassar o sonho de uma viagem de lazer, tinham perdido tudo o que levaram, viram um plano de deleites e prazeres se transformar, de uma hora para outra, num verdadeiro “ lme de horror”. Devem ter passado muito medo, insegurança, sentimento de perda, talvez alguns traumas por presenciarem a morte de muitos ocupantes da mesma embarcação etc. Porém, dentre os que chegavam ao Brasil, segundo as entrevis-

está mal, perdemos a humanidade.”

Ao nal da celebração, Dom Odilo pediu a intercessão de Nossa Senhora de Lourdes pelos enfermos. “A enfermidade pode ser um momento de Deus em sua vida”, ressaltou, destacando que muitas pessoas, em momentos de enfermidade, tiveram uma experiência de Deus e Dele se aproximaram.

MISSA COM OS OUVINTES

A missa com a presença dos ouvintes da rádio 9 de Julho é um encontro de fé e devoção, e ocorre semanalmente, aos sábados, às 16h, sendo transmitida ao vivo em AM 1.600 kHz e pelo site www.radio9dejulho.com.br, diretamente do templo fundado por Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o Mosteiro da Luz. Foi iniciada há 17 anos, por iniciativa do então diretor-geral da rádio, o Monsenhor Dário Bevilacqua.

(Texto escrito sob a supervisão de Daniel Gomes)

tas dos meios de comunicação, não havia ninguém lamentando suas perdas ou frustrações. Não se via ninguém de rosto triste, mas um sorriso enfeitava aqueles belos semblantes de sobreviventes. Muitas lágrimas embalavam aquela dramática chegada, mas eram de alegria e alívio nos encontros e abraços emocionantes e emocionados.

Em um momento como esse, podia-se sentir a certeza de que todos tinham sobre a desproporção do valor de tudo o que podiam ter e sonhar, e que perderam, e o valor inestimável da vida que, naquele momento, parecia ter sido perdida por um tempo, mas que foi reencontrada. Quem sabe uma recordação assim não poderia nos ajudar a pensar no valor das coisas com as quais nos acostumamos, que são as mais caras, mas que, infelizmente, quase sempre, cam relegadas a segundo plano. É uma graça maravilhosa descobrir o valor das coisas que temos, sem precisar perdê-las, para aprender com a falta aquilo que não aprendemos com o dom.

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AUGUSTO
NEVES BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO SÉ
TRADICIONALMENTE OCORRE
À
PARTICIPAÇÃO DOS OUVINTES DA RÁDIO
ARCEBISPO METROPOLITANO PRESIDIU A CELEBRAÇÃO QUE
AOS SÁBADOS
TARDE, COM A
Luciney Martins/O SÃO PAULO

CF 2023 convoca a todos, na Igreja e na sociedade, para o combate à fome

REALIZADA

DURANTE A QUARESMA, CAMPANHA DA FRATERNIDADE

DESTE ANO TEM COMO LEMA

‘DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER’ (MT 14,16)

Pela terceira vez em sua história, a Campanha da Fraternidade trata da temática da fome, assim como foi nos anos de 1975 e 1985. “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16) é o lema desta edição da CF, que será iniciada na Quarta-feira de Cinzas, 22.

HISTÓRICO

Realizada pela primeira vez em 1962 na Arquidiocese de Natal (RN), a Campanha da Fraternidade ganhou abrangência nacional a partir de 1964, sendo promovida desde então pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A CF sempre ocorre no período da Quaresma, em que, especialmente por meio dos exercícios do jejum, esmola e oração, os cristãos são chamados a uma maior proximidade com Deus e a uma conversão pessoal, comunitária e social.

Entre os objetivos permanentes da CF estão o de despertar o espírito comunitário e cristão na busca do bem comum, educar para a vida em fraternidade e renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação evangelizadora, em vista de uma sociedade justa e solidária. Para tal, a cada ano é escolhido um tema a ser re etido e transformado em ação concreta de solidariedade.

PROPÓSITOS DA CF 2023

A Campanha da Fraternidade de 2023 tem como objetivo geral sensibilizar a sociedade e a Igreja para o enfrentamento do agelo da fome, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho.

Ao todo, são nove os objetivos especí cos:

1) Compreender a realidade da fome à luz da fé em Jesus Cristo;

2) Desvelar as causas estruturais da fome no Brasil;

3) Indicar as contradições de uma economia que mata pela fome;

4) Aprofundar o conhecimento e a compreensão das exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome;

5) Acolher o imperativo da Palavra de Deus, que nos conduz ao compromisso e à corresponsabilidade fraterna;

6) Investir esforços concretos em iniciativas individuais, comunitárias e sociais que levem à superação da miséria e da fome no Brasil;

7) Estimular iniciativas de agricultura familiar agroecológica e a produção de alimentos saudáveis;

8) Reconhecer e fomentar iniciativas conjuntas entre a comunidade de fé e outras instituições da sociedade civil organizada;

9) Mobilizar a sociedade para uma sólida política de alimentação no Brasil, garantindo que todos tenham vida.

‘DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER’

O subsídio da CF 2023 traz uma profunda re exão acerca do lema escolhido: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Este, ao mesmo tempo em que expressa a compaixão de Jesus pela multidão faminta – uma vez que Ele jamais foi indiferente aos que sofriam –, também lembra que essa realidade só irá mudar a partir do empenho de cada pessoa em favor dos que têm fome.

“Como se vê, Jesus compromete os discípulos. É necessário que se sintam responsáveis diante das necessidades dos outros. A comunidade cristã não pode assistir indiferente à fome no mundo” (nº22).

No texto-base, é recordado que Deus sempre teve compaixão dos que se viam diante do agelo da fome, como é narrado, por exemplo, no livro do Êxodo, em que o Senhor oferta o alimento ao seu povo no deserto (cf. nº116 e 117). Ainda no Antigo Testamento, os profetas denunciam a falta de cuidado e de responsabilidade dos poderosos com aqueles

que não tinham pão ou que sofriam com estruturas injustas, como o estrangeiro, a viúva e o órfão (cf. nº120 e 141).

No Novo Testamento, as primeiras comunidades cristãs têm como característica principal a comunhão na fração do pão (cf. nº122) e Jesus mostra sua predileção pelos famintos (cf. nº121).

O imperativo de Jesus –“Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16) – é uma conclamação à responsabilidade de seus discípulos: “Jesus, o Novo Moisés, nos ensina que Deus continua a alimentar seus lhos e o faz não mais com o maná que cai dos céus, mas por intermédio da responsabilidade fraterna daqueles que se fazem discípulos. A diferença de Moisés, Jesus não age sozinho. Ele convida os discípulos a participarem do que Ele realiza, ordena que os discípulos reconheçam e ocupem seus lugares” (nº138). No texto-base, também é apontado que a fraternidade cristã só pode ser alcançada com profecia e compaixão. “Não participa efetivamente da comunhão que a Eucaristia constrói aquele que não está disposto a assumir para si a compaixão com a qual Jesus se comprometeu ou a entrega de si que Ele realizou, ou mesmo a profecia que Ele assumiu, na radicalidade de suas palavras e de sua indignação diante da injustiça” (nº154). “Há que se dizer que, diante da fome, a profecia começa sendo compaixão para depois se tornar algum tipo de ação concreta, individual, comunitária, eclesial e socioambiental” (nº156).

A FOME É UMA AFRONTA

Recordando o princípio universal da destinação dos bens, conforme consta na Doutrina Social da Igreja (DSI), o texto-base indica que a fome “é um contratestemunho que não reconhece de forma prática a dignidade integral das pessoas, não considera a primazia do bem comum como o conjunto de todos os bens necessários para cada pessoa se realizar humanamente, além de gerar toda uma conjuntura que faz com que a pessoa em situação de fome esteja em menores condições de participação, como se fosse indigente, invisível, correndo o risco de reduzir a solidariedade ao assistencialismo

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CNBB

que, embora ajude nos momentos mais agudos, não transforma efetivamente as estruturas de pecado” (nº7).

Por isso, o enfrentamento da fome deve ir às suas causas: “Na origem deste drama estão, sobretudo, a falta de compaixão, o desinteresse de muitos e uma escassa vontade social e política de responder às obrigações internacionais” (nº9), além do fato de o alimento ser tratado como mais uma entre as tantas mercadorias, atendendo à ‘prioridade de mercado’ e à primazia do lucro (cf. nº10). Há, porém, a ponderação de que o direito humano à alimentação adequada é defendido pelo Magistério da Igreja e está previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos (cf. nº38).

A REALIDADE BRASILEIRA

No Brasil, conforme aponta o texto-base, vive-se a contradição de recordes na produção de alimentos e, ao mesmo tempo, do aumento do número de pessoas que passam fome, situação potencializada durante a pandemia de COVID-19.

O subsídio da CF 2023 menciona alguns dados do II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-I9 no Brasil (II Vigisan), da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e

Nutricional:

Em 58,1% dos domicílios há algum nível de insegurança alimentar;

Em 15,5% destes, os moradores convivem com a fome (cerca de 33 milhões de pessoas);

43% das famílias com renda de até ¼ do salário mínimo por pessoa passam fome.

“A progressiva crise da economia, a pandemia e o desmonte das políticas públicas, que poderiam minimizar o impacto das duas primeiras, explicam o recrudescimento da insegurança alimentar e da fome entre o nal de 2020 e o início de 2022” (nº42).

Também são listadas como razões para a fome no País a estrutura agrária centrada em estabelecimentos fundiários, a supervalorização do agronegócio,

o descaso com a agricultura familiar e o fato de o sistema produtivo agrícola ser mais voltado às exportações do que ao mercado interno (cf. nº46-47), no qual o preço dos alimentos é elevado em comparação ao salário dos trabalhadores.

“A segurança alimentar das pessoas depende essencialmente do seu poder de compra, e não da disponibilidade física de alimentos” (nº51).

A FOME TRAZ CONSEQUÊNCIAS

A CF 2023 também alerta para as consequências da fome, entre as quais a desestabilização da estrutura familiar, incluindo os casos de migração forçada pela necessidade de sobrevivência nanceira (cf. nº67).

A fome traz ainda impactos para a saúde física e psíquica. “Pessoas expostas a riscos sociais de insegurança alimentar, leve ou moderada, substituem a alimentação saudável (alimentos naturais e pouco processados) por uma alimentação extremamente prejudicial à saúde (alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar, sal, gordura e conservantes), dado que seus preços são menores” (nº68), e, desse modo, cresce o número de crianças má-nutridas e nas diferentes idades se veri ca o retardo no desenvolvimento intelectual e maior propensão a desenvolver doenças como colesterol alto, diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, depressão e ansiedade (cf. nº69).

A QUEM CABE RESOLVER O PROBLEMA?

No texto-base, há menções elogiosas às diferentes iniciativas de organizações sociais e de pastorais e grupos da Igreja, que buscam mitigar o drama da fome no Brasil, e a modelos de economia mais humanizados.

É ressaltado, porém, que a maior responsabilidade em enfrentar e solucionar os problemas da miséria e da fome no País é do poder público (cf. nº83-84 e 101).

Também se destaca o papel da família e da escola para educar as novas gera-

ções a uma alimentação saudável e para que se supere uma cultura de descarte e desperdício de alimentos: “Aquilo que descartamos ou desperdiçamos é, precisamente, o que falta à mesa dos famintos e miseráveis” (n. 89).

TEMPO DE AGIR

Tendo como horizonte o compromisso de cada cristão com as obras de misericórdia, o texto-base da CF 2023 faz um amplo chamado para que se reverta o cenário da fome.

“A rmamos que nossa ação deve contemplar três níveis: assistencial, promocional e sociopolítico (...) O faminto precisa, sobretudo, recuperar a dignidade, o que só acontece quando lhe é devolvida a capacidade de ganhar o pão com o suor do seu rosto. Ações assistenciais são importantes na medida em que respondem a situações emergenciais. Não podem, entretanto, ser as únicas no enfrentamento da fome. São necessárias políticas públicas, principalmente de Estado, e investimentos a partir da responsabilidade social das empresas. Mais ainda é preciso que as ações mudem a realidade social, trazendo para o centro a pessoa humana e a sua dignidade, buscando a superação de uma sociedade de famintos” (nº160).

Também se ressalta que a Igreja, por meio de sua Pastoral Social, deve dar acolhida e acompanhar todas as pessoas excluídas, valendo-se de criatividade pastoral e de mobilizações em prol de políticas públicas que atendam os mais necessitados e que conduzam a um desenvolvimento sustentável (cf. nº163).

Ainda no texto-base, são indicadas ações de âmbito pessoal, comunitário-eclesial, social e político.

No âmbito pessoal (cf. nº165-169), sugere-se, entre outros aspectos, que haja mais partilha com aqueles que mais precisam; que cada um questione seu próprio estilo de vida e de alimentação; que se evite o desperdício de alimentos; e que se envolva em diferentes trabalhos pastorais em favor dos mais pobres, bem como participe das discussões sobre políticas públicas.

Na dimensão comunitário-eclesial (cf. nº167), é recordada a própria realização da Coleta Nacional da Solidariedade, no Domingo de Ramos, e sugeridas iniciativas como a realização de um levantamento das famílias e pessoas que ainda passam fome; a promoção de rodas de conversa com quem já viveu este agelo; seminários sobre o que já vem sendo feito para superar a fome; valorização das iniciativas que promovem a alimentação saudável e compartilhada; encontros para os líderes pastorais sobre a relação Eucaristia e fome; planejar a realização do Dia Mundial dos Pobres; e manter as portas das igrejas abertas para acolhimento imediato e o cuidado sistêmico dos pobres e necessitados.

E, no que se refere à ação sociopolítica (cf. nº168), a sociedade civil é chamada a discutir a questão da fome no Brasil; ouvir os mais pobres e famintos; scalizar a aplicação dos recursos públicos; organizar grupos de orientação e educação alimentar. Já aos governos nas esferas municipal, estadual e federal o chamado é para que ajam concretamente para erradicar a fome no Brasil, sendo sugeridas, entre outras medidas, o incentivo à agricultura familiar; a ampliação de mercados populares de alimentos; maiores investimentos na alimentação escolar saudável; e a criação de uma agência nacional que regule e garanta uma alimentação saudável ao povo.

MISSÃO COMPARTILHADA

Na conclusão do texto-base, é ressaltado que a Campanha da Fraternidade é “um instrumento de comunhão eclesial, de formação das consciências e do comportamento cristão e de edi cação de uma verdadeira fraternidade cristã entre os brasileiros” (nº173).

“Trata-se de uma Campanha, ou seja, de um conjunto de re exões e ações que deve envolver o todo da Igreja, transbordando para o todo da sociedade. É uma ação da pastoral orgânica da Igreja! Um esforço de evangelização e educação, que busca gerar convicções e atitudes evangélicas” (nº174).

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Luciney Martins/O SÃO PAULO Texto-base da Campanha da Fraternidade de 2023 aponta para a contradição dos recordes na produção de alimentos no Brasil e do crescente aumento no número de pessoas que passam fome

No carnaval, fique em casa: há alto risco de se infectar com a COVID-19

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

O ano de 2023 será o quarto em que o mundo convive com a pandemia de COVID-19. A emergência global foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, e, semanas depois, em diferentes partes do planeta, governos adotaram medidas restritivas de contato presencial para evitar a proliferação do novo coronavírus. Com o início da vacinação nas principais potências mundiais em dezembro de 2020 e no primeiro trimestre de 2021, vericou-se a redução no número de casos e óbitos pela doença, mas, desde então, o surgimento de novas cepas do vírus faz lembrar que a pandemia está longe do m.

Nesse contexto, a volta dos

festejos de carnaval sem quaisquer recomendações das autoridades sanitárias para a adoção das medidas protetivas, como o uso de máscaras e o distanciamento social, sem falar das sempre precárias condições para se manter a mínima higienização pessoal nessas ocasiões, potencializam o risco de que se multiplique o número de casos de COVID-19 após o carnaval.

Esse risco é acrescido com a descoberta, em janeiro, da variante XBB.1.5, uma subvariante da Ômicron, considerada mais transmissível e que tem causado novas ondas de COVID-19 em países como os Estados Unidos. Em 13 de janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu uma nota de alerta para um “aumento considerável” de possíveis casos com essa variante no

Pastoral da Saúde do Regional Sul 1 vai em romaria ao Santuário de Aparecida

Brasil, e lembrou que a linhagem XBB.1.5 provocou o aumento de hospitalizações pelo coronavírus em solo norte-americano. Na mesma semana, a OMS fez similar alerta e pediu aos órgãos de saúde que reforcem a adoção de medidas de prevenção e de controle da COVID-19, como a vacinação de suas populações.

Diante dos riscos, o recomendável é que se evitem as aglomerações que serão vistas aos montes nos próximos dias em decorrência dos festejos de carnaval. Recomendamos às famílias que permaneçam em seus lares e intensi quem os preparativos para bem viver a Quaresma. Alternativas à folia não faltam, como assistir a bons lmes em família, como os dessa playlist publicada pelo O SÃO PAULO em janeiro: https://bityli.com/y5m7s.

Presidência da CNBB tem encontro com o Papa Francisco

A Pastoral da Saúde do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou no sábado, 11, a sua 18a Romaria ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, para celebrar o Dia de Nossa Senhora de Lourdes e o 31o Dia Mundial do Enfermo.

Os romeiros, provenientes de 22 dioceses e três arquidioceses, participaram da missa presidida por Dom Benedito Gonçalves dos Santos, Bispo de Presidente Prudente (SP) e Referencial da Pastoral da Saúde no Regional Sul 1, tendo entre os concelebrantes o Padre João Inácio Mildner, Assistente Eclesiástico da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo e do Regional Sul 1; e o Padre José Wilson, camiliano, diretor do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde (Icaps).

Na homilia, o Bispo a rmou que a Pastoral da Saúde é um dos meios e cazes pelos quais se faz progredir a Lei de Deus, pelo serviço aos irmãos vulneráveis e enfermos. Referindo ao tema da mensagem do 31º Dia Mundial do Enfermo – “Cuida bem dele” – o Bispo destacou que o Papa Francisco a todos convida a ter um coração solidário, cheio de compaixão, como Jesus Cristo, e a exemplo do bom samaritano, estendendo a mão a todos os necessitados, de modo particular aos doentes que clamam por solidariedade.

“Que nossa vida seja um constante hino de louvor ao Pai. Peçamos a Deus saúde de corpo e alma, graça e paz, para que, sempre dócil ao Espírito Santo, possamos dizer como a Virgem Maria: ‘A minha alma e o meu ser engrandecem o Senhor’”, concluiu.

(Colaborou:LauraCamilodosSantosCrus)

Os membros da Presidência e os assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participaram, no Vaticano, no início deste mês, da visita anual ao Pontí ce e aos dicastérios da Cúria Romana.

Na quinta-feira, 9, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Presidente da CNBB; Dom Jaime Spengler, 1o Vice-presidente; e Dom Mário Antônio da Silva, 2o Vice-presidente; e Dom Joel Portella Amado, Secretário-geral foram recebidos pelo Papa Francisco. Na ocasião, o grupo agradeceu ao Pontí ce por sua dedicação à Igreja no mundo todo e, especialmente, ao povo brasileiro, a quem o Papa se refere sempre como muito afeto.

Em entrevista à rádio Vaticano, Dom Joel explicou que o encontro se insere nas comemorações dos 70 anos da CNBB e mostra a proximidade da conferência com o Santo Padre: “Expressamos essa

realidade vindo aqui anualmente, estando com ele, sendo con rmados no caminho de comunhão, que foi um ponto que o Papa destacou muito na conversa conosco e que também ouvimos ao longo da visita aos dicastérios”.

Já Dom Mário lembrou que no diálogo o Papa proporcionou um espaço de muita fraternidade, estimulando os bispos para a continuidade da missão: “Ele sempre nos dá indicações de comunhão, tendo em vista o processo sinodal que estamos vivenciando na Igreja, e, também, de proximidade com Deus, entre nós, bispos, bem como proximidade com o clero, com a vida consagrada e com o nosso povo”.

Dom Jaime, por sua vez, lembrou que Francisco está bem informado sobre a realidade do Brasil e acompanha os fatos sobre o País com muito carinho.

(CominformaçõesdaCNBBeVaticanNews)

Internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 4, faleceu no sábado, 11, o publicitário Mauro Bento Dias Salles, aos 90 anos de idade. O sepultamento ocorreu no domingo, 12.

Empresário do ramo da comunicação, Salles teve participação marcante na concepção e lançamento da TV Globo, em 1965, no Rio de Janeiro, tendo atuado como diretor de jornalismo e diretor de programação. Também intermediou a compra da TV Paulista pelo grupo Globo, em São Paulo.

Na infância e adolescência, Salles estudou em colégios católicos, seja em Recife (PE) - Colégio Santa Cruz –, seja no Rio de Janeiro – colégios São Bento e Santo Inácio. Anos depois, formou-se em Direito na PUC-Rio.

Na década de 1990, colaborou de modo decisivo para viabilizar a volta ao ar da rádio 9 de Julho. Em 1998, colocou sua agência de publicidade à disposição da Arquidiocese de São Paulo para criar uma campanha de arrecadação de recursos para que a emissora voltasse a operar, algo que se concretizaria no ano seguinte. Salles, pessoalmente, se empenhou para que anúncios da campanha fossem veiculados em publicações impressas da época e pediu apoio nanceiros a empresários da sociedade paulistana.

12 | Pelo Brasil | 15 a 22 de fevereiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
(CominformaçõesdeG1erádio 9 de Julho)
Vatican Media Arquivo pessoal
Morre Mauro Salles, publicitário que ajudou a rádio 9 de Julho a voltar ao ar

Vida e legado de Bento XVI são lembrados em live com o Cardeal Scherer

FERNANDO GERONAZZO

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Uma live promovida pela Paulus Editora, na sexta-feira, 10, recordou a vida e o legado do Papa Bento XVI. A iniciativa homenageou o Pontí ce alemão falecido em 31 de dezembro de 2022.

Participaram da transmissão o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente da Sociedade Ratzinger do Brasil; o professor Rudy Albino de Assunção, autor e fundador do Apostolado Escola Ratzinger; e o Irmão Darlei Zanon, Religioso paulino, diretor editorial da Paulus. A mediação foi da jornalista Érika Augusto.

O evento também marcou o lançamento da edição brasileira da coletânea “Bento XVI – a vida”, escrito por Peter Seewal, biógrafo do Pontí ce.

TEÓLOGO E DEFENSOR DA FÉ

Rudy Albino iniciou o colóquio apresentando alguns pontos fundamentais para compreender o Pontíce alemão, destacando-o como professor de Teologia, Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé e Papa.

O professor lembrou que, desde o início da carreira acadêmica, Ratzinger sempre teve a preocupação de apresentar os fundamentos da fé cristã, insistindo, sobretudo, na razoabilidade dessa fé, isto é, os cristãos não são apenas deístas, tampouco só racionalistas. Rudy recordou, ainda, a participação do teólogo alemão no Concílio Vaticano II (1962-1965) como perito, contribuindo especialmente no tema da Teologia da revelação.

Segundo Rudy, como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeado por São João Paulo II, o então Cardeal Ratzinger enfrentou temas desa adores no campo da Teologia Dogmática, Moral Sacramental e Eclesiológica, tornando-se uma gura de destaque no Vaticano e no ponti cado do Papa Wojtyla.

Sobre o ponti cado de Bento XVI, o professor salientou a ênfase dada ao diálogo entre fé e razão, a defesa do papel público do Cristianismo, a rea rmação da identidade da Igreja do ponto de vista sacramental,

além de aprofundar, em suas três encíclicas, as virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Em seu papado, Bento XVI convocou o Ano Sacerdotal e o Ano da Fé, manifestando sua constante preocupação em retornar às raízes da fé.

PONTÍFICE

Ao recordar a eleição do Papa Bento XVI, no Conclave de 2005, Dom Odilo ressaltou que ela se deu após o m de um longo ponti cado, cujos últimos anos foram marcados pela enfermidade de São João Paulo II. “As expectativas, no período do conclave, eram sobre a necessidade de dar rmeza e segurança aos elementos essenciais da vida da Igreja”, a rmou o Arcebispo.

O Cardeal Scherer acrescentou que tal expectativa foi se concretizando na pessoa de Bento XVI. “Lembro-me de que no início de seu ponti cado, muitas pessoas iam à Praça São Pedro para ouvi-lo, porque sua fala era suave, de fácil compreensão, embora abordasse temas difíceis. Até faziam a comparação de que, no tempo de São João Paulo II, as pessoas iam para ver o Papa e, com Bento XVI, as pessoas iam para ouvir o Papa e, assim, beber de seu magistério”, contou.

Dom Odilo refutou teses que a rmam que Bento XVI teria fechado a Igreja para si mesmo. “O Papa Bento XVI abordou o diálogo entre a Igreja e o mundo de maneira elevada, o diálogo ecumênico e inter-religioso,

com a Filoso a, com a modernidade. Todas essas coisas estão muito presentes no seu magistério.”

COMUNICADOR

O Irmão Darlei analisou o ponti cado de Bento XVI no âmbito da comunicação, recordando que ele foi o primeiro Papa a possuir uma conta pessoal em uma rede social, o Twitter, em 2012. O Paulino também chamou a atenção para as mensagens para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, nas quais o Papa Ratzinger expressou preocupação com temas atuais, como o testemunho da fé nos ambientes comunicativos, como viver autenticamente no mundo digital,

tecer relações verdadeiramente cristãs no ambiente midiático.

“Todos esses elementos, como apresentar uma ética evangélica à cultura digital, despertar um sentido religioso às novas gerações, foram uma marca muito forte nas suas mensagens”, destacou, recordando que Bento XVI inovou ao comparar o ambiente digital com a “ágora”, uma praça pública e aberta, onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões, novas relações e formas de comunidade.

O Cardeal Scherer relembrou a visita do Papa Bento XVI a São Paulo em maio de 2007, quando presidiu a canonização de Santo Antonio de Sant’Anna Galvão e, em seguida, a abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em Aparecida (SP). O Arcebispo recordou, de modo especial, de momentos informais, como os longos diálogos do Pontí ce após o jantar no Mosteiro de São Bento, onde se hospedou na capital paulista. “Ele era extremamente acessível. Cada um podia perguntar o que quisesse, ele respondia. Era uma familiaridade impressionante”, relatou.

Comentando a renúncia de Bento XVI ao ponti cado, em 2013, Dom Odilo a classi cou como um ato de coragem, humildade e de grande lucidez, consciente de que o fazia pensando no bem da Igreja. A íntegra da live pode ser vista no Youtube em: https://www.youtube.com/watch?v=XeKk95hRgJc

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Não há compaixão nem ‘boa morte’ com a eutanásia ou o suicídio assistido

A IGREJA CATÓLICA CONDENA VEEMENTEMENTE

TAIS PRÁTICAS, QUE VÊM SENDO APRESENTADAS

COMO BENÉFICAS

DIANTE DE INTENSOS

SOFRIMENTOS

OU QUADROS

CLÍNICOS IRREVERSÍVEIS

DANIEL GOMES

osaopaulo@uol.com.br

Apresentadas como caminho para uma “boa morte” diante de quadros clínicos irreversíveis, o suicídio assistido e a eutanásia – técnicas pelas quais uma pessoa põe m à própria vida ingerindo medicamentos letais (no primeiro caso administrando a si própria, no segundo, com a ajuda de outrem) – têm se tornado recorrentes em alguns países (leia mais na página 15), mas são práticas que afrontam a dignidade humana, como ressalta o Magistério da Igreja.

Em 2020, o Dicastério para a Doutrina da Fé publicou a carta Samaritanus bonus (SB), sobre o cuidado de pessoas em fases crítica ou terminal da vida, apontando que tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia voluntária “negam os con ns éticos e jurídicos da autodeterminação do sujeito doente, obscurecendo de maneira preocupante o valor da vida humana na doença, o sentido do sofrimento e o signi cado do tempo que precede a morte”.

Também o Catecismo da Igreja Católica aponta que “a eutanásia voluntária, quaisquer que sejam as formas e os motivos, é um homicídio. É gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito pelo Deus vivo, seu Criador” (CIC 2324).

UM FALSA SOLUÇÃO

Professor titular de Bióetica na Universidade de São Paulo (USP) e membro há 20 anos da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano, Dalton Luiz Paula Ramos destaca que vem sendo

difundida uma ideia mentirosa, especialmente pela mídia, de que a eutanásia e o suicídio assistido são sinônimos de “boa morte”.

“A iminência da morte coloca a pessoa em uma situação de sofrimento, que pode ser físico, mental e social, neste último caso quando ela está abandonada, se sente sozinha ou que sua vida já não tem mais signi cado para os outros. Qualquer pessoa que esteja sofrendo sem alguma perspectiva irá pedir a morte, porque está em desespero. Assim, é preciso ir a fundo para entender onde está a origem do seu sofrimento, e o que temos de oferecer a essa pessoa de imediato não é a eutanásia, mas, sim, alternativas para a ‘boa morte’”, comentou ao O SÃO PAULO

“Quando se fala em ‘boa morte’, deve-

-se pensar no que pode ser feito para que essa pessoa, no tempo que lhe resta de vida, tenha dignidade, inclusive realizando os atos que considere imprescindíveis antes de morrer, como reencontrar um amigo ou parente que não vê há tempos, realizar algum gesto, ainda que pequeno, que considere importante. E, para nós católicos, em particular, receber os sacramentos”, complementa Ramos.

A VERDADEIRA COMPAIXÃO COM QUEM SOFRE

A carta Samaritanus bonus alerta que, muitas vezes, diante de um sofrimento tido como insuportável, há quem apresente a eutanásia como um gesto de compaixão com um doente: “É a chamada eutanásia ‘compassiva’. Assim, seria com-

passivo ajudar o paciente a morrer por meio da eutanásia ou do suicídio assistido. Na realidade, a compaixão humana não consiste em provocar a morte, mas em acolher o doente, em dar-lhe suporte nas di culdades, em oferecer-lhe afeto, atenção e os meios para aliviar o sofrimento”. Ramos reforça que a verdadeira compaixão com quem sofre só é possível com um amplo leque de atenção. “É preciso o envolvimento de vários atores: a equipe médica, que oferecerá recursos para minimizar o sofrimento físico; a sociedade civil, com recursos para que a pessoa possa viver estes últimos momentos com dignidade; e a comunidade de fé, incluindo aquele que é o orientador espiritual, no caso dos católicos, o padre. Penso que houve essa ‘naturalização’ da prática da eutanásia porque na ausência de todo esse amparo, começa a parecer natural que a morte possa ser antecipada”, analisa.

A BOA POLÍTICA RESGUARDA A VIDA

Ramos enfatiza ser fundamental uma ampla atenção aos enfermos, incluindo a oferta de cuidados paliativos – que ajudam um paciente com enfermidade grave ou em estado terminal a se sentir melhor física, emocional e espiritualmente – quer na rede privada, quer no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os cuidados paliativos são uma responsabilidade de todos: dos governos, da comunidade eclesial e, principalmente, da família. Quando há esse suporte, o pedido de eutanásia não vai acontecer”, destaca o professor de Bioética.

Também na carta Samaritanus bonus se aponta que os cuidados paliativos “são a expressão mais autêntica da ação humana e cristã de cuidar, o símbolo tangível do compassivo ‘estar’ junto de quem sofre”.

CULTURA DE MORTE E INTERESSES ECONÔMICOS

Motivações de ordem nanceira também ajudam a explicar os avanços da permissão da eutanásia e do suicídio assistido, conforme detalha Dalton Ramos:

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“Quando em um país se autoriza a eutanásia, isso signi ca que os recursos de saúde, principalmente os destinados para pacientes em terminalidade, que envolvem os cuidados paliativos e custos hospitalares, vão ser economizados. Isso cou evidente nos Países Baixos, onde, desde que houve a autorização para a eutanásia, ocorreu redução signi cativa dos investimentos naquilo que chamamos deatençãoterciáriaouavançadadesaúde”.

No Brasil, tanto a prática da eutanásia quanto a do suicídio assistido são proibidas por lei, mas Ramos lembra que já há mobilizações políticas para alterar a legislação acerca do tema: “Devemos estar atentos a isso e agir. E como? Primeiro, é preciso entender e difundir qual é o verdadeiro conceito de boa morte, enfatizando que boa morte não é eutanásia. Também é fundamental lutar por políticas públicas em favor dos cuidados paliativos, ampliando os subsídios, quer no SUS, quer nos serviços particulares, para que haja mais serviços de cuidados paliativos”.

O CRISTÃO SEMPRE DIZ SIM À VIDA

No Magistério da Igreja, há a veemente condenação à prática da eutanásia. A constituição conciliar Gaudium es spes, de 1965, inclui a eutanásia e o suicídio assistido entre as coisas infames que violam a dignidade humana (cf. GS 27).

Na encíclica Evangilium vitae, de 1995, São João Paulo II alerta que o homem tem se iludido com o suposto poder de se apropriar da vida e da morte, como ocorre com a eutanásia, sendo esta prática um dos traços de uma sociedade utilitarista: “Estamos aqui perante um dos sintomas mais alarmantes da ‘cultura da morte’ que avança sobretudo nas sociedades do bem-estar, caracterizadas por uma mentalidade e cientista que faz aparecer demasiadamente gravoso e insuportável o número crescente das pessoas idosas e debilitadas”.

E o Papa Francisco recorrentemente tem se referido à eutanásia com um dos indicativos da “cultura do descarte” e de um falso protagonismo do homem sobre a própria vida. “A eutanásia e o suicídio assistido são uma derrota para todos. A resposta a que somos chamados é nunca abandonar aqueles que sofrem, não desistir, mas cuidar e amar para restaurar a esperança”, escreveu o Pontí ce em um tuíte, em 2019.

E como alerta a carta Samaritanus bonus, ao cristão não cabe qualquer complacência com a eutanásia: “Qualquer cooperação formal ou material imediata a um tal ato [eutanásia] é um pecado grave contra a vida humana (...) A eutanásia é um ato homicida que nenhum m pode legitimar e que não tolera nenhuma forma de cumplicidade ou colaboração, ativa ou passiva. Aqueles que aprovam leis sobre a eutanásia e o suicídio assistido se tornam, portanto, cúmplices do grave pecado que outros realizarão” (SB).

A ‘cultura da morte’ espalhada pelo mundo

Sob a falsa retórica de ser algo bené co, a abreviação da vida de uma pessoa de forma intencional e provocada – um dos sintomas da ‘cultura da morte’ que há décadas é denunciada pela Igreja – tem se tornado recorrente em diversos países e muitas das vezes autorizada por motivos banais, não atrelados à condição de saúde de uma pessoa.

EM 16 ANOS, MORTES POR EUTANÁSIA CRESCERAM 225% NOS PAÍSES BAIXOS

A experiência nos Países Baixos com a eutanásia explica um pouco do avanço desta prática da ‘cultura da morte’: primeiro, a eutanásia é descriminalizada para doenças incuráveis, depois para doenças crônicas com dor intratável, em seguida para doenças mentais, e agora já se estuda que seja permitida para pessoas saudáveis com mais de 70 anos de idade que a solicitem, e a crianças de 1 a 11 anos, cujos pais ou responsáveis poderão apresentar o pedido em nome de seus lhos.

Estima-se que morram de eutanásia cerca de mil cidadãos dos Países Baixos por ano sem terem assinado previamente consentimento explícito para o procedimento, situação que gerou críticas ao governo neerlandês até por parte do Comitê dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Neste país também se tornou comum a utilização da sedação terminal contínua, com a intenção de abreviar a vida de doentes, que é utilizada sem consentimento explícito e explica o grande aumento do número de mortes por sedação.

Os Países Baixos foram a primeira nação europeia a legalizar e regulamentar a eutanásia, em 1º de abril de 2002. Desde aquele ano até 2018, a Regional Euthanasia Review Committees (RTE) informa que o número de mortes por eutanásia no país aumentou 225%. Isso se deve, também, ao fato de que, de uns anos para cá, a legislação tem se tornando cada vez mais abrangente e recentemente passou a permitir que jovens a partir dos 12 anos e pessoas com demência avançada ou Alzheimer tivessem acesso à morte assistida, mesmo que não possuam maturidade su ciente ou não sejam capazes de consentir, de maneira consciente, seu desejo de pôr m à própria vida.

Em declaração publicada no site da Conferência Episcopal dos Países Baixos, o Cardeal Willem Jacobus Eijk, Arcebispo de Utrecht, alertou para os riscos do aditivo à lei aprovado pelo Supremo Tribunal neerlandês há dois anos. “A decisão contribuirá para aumentar o número de casos de morte assistida”, ainda que esteja sendo veri cado um crescente número de processos judiciais contra médicos, pelo fato de estes, muitas vezes, tomarem a decisão de pôr m à vida de seus pacientes.

Atualmente, a eutanásia voluntária (quando uma equipe médica conduz o procedimento) é vigente nos Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Espanha, Austrália e Colômbia. O suicídio assistido (quando o paciente é orientado a se autoadministrar uma droga legal), por sua vez, é uma realidade na Suíça, Países Baixos, Bélgica, África do Sul, Canadá, Alemanha e em cinco estados norte-americanos (Oregon, Washington, Montana, Vermont e Califórnia).

BÉLGICA: UM CASO CLÁSSICO DA BANALIZAÇÃO DA VIDA

Embora a eutanásia seja legalmente permitida na Bélgica desde maio de 2002 – o que fez com que a morte assistida aumentasse quase oito vezes no país –, há dois pontos extremamente polêmicos: desde 2014 não há limite mínimo de idade para que alguém a solicite, ao contrário do que ocorre nos Países Baixos, Suíça e Luxemburgo, nos quais se exige pelo menos 12 anos de idade; e outra questão, de caráter ético, é que o país permite a eutanásia para pessoas com problemas mentais, com de ciências físicas progressivas e idosos em situação de desespero, que se dizem “cansados de viver”, sendo que, em relação a esses públicos, há registros de que seus corpos são usados para a captação de órgãos.

A Conferência Episcopal Belga se manifestou contrária à adoção da legislação que regula o assunto no país, pelo fato de se distorcer o sentido da vida humana e favorecer desvios em que a dignidade do ser humano só é reconhecida no caso dos não doentes e de quem não está em posição de fraqueza.

Outra questão levantada pelos bispos belgas diz respeito às mudanças na prática médica associadas aos avanços na área da saúde, ou seja, pode acontecer que, diante de uma doença aparentemente sem precedentes ou que seja necessário um longo tratamento, a tendência seja direcionar o foco para a eutanásia em vez de lutar pela vida a todo custo.

Nesse sentido e como um exemplo concreto, Willem Lemmens, professor de Filoso a moderna e ética na Universidade de Antuérpia, disse em relação aos pacientes com algum transtorno psíquico grave que “os psiquiatras que se opõem à aplicação ampla da lei são classi cados de desumanos e de não ter empatia com formas insuportáveis de sofrimento. Portanto, o clima moral mudou drasticamente, pois a eutanásia é, para alguns, um ‘direito fundamental’ e a morte, uma ‘solução terapêutica’.

A eutanásia é, por assim dizer, sacralizada, e toda crítica à prática é considerada desumana e, portanto, imoral”, testemunhou.

DO TOTAL DE MORTES EM 2021 NO CANADÁ, MAIS DE 3% FORAM POR EUTANÁSIA

A morte clinicamente assistida foi introduzida no Canadá por determinação da Justiça. Em 2015, a Suprema Corte do país decidiu que a proibição do suicídio assistido privava os canadenses de sua “dignidade e autonomia.” O Parlamento, então, teve um ano para redigir uma legislação sobre o tema. A lei de 2016 legalizou a morte assistida para canadenses com 18 anos ou mais com uma doença grave e irreversível, em que a morte era “razoavelmente prevista”.

Naquele primeiro ano, pouco mais de mil pessoas se submeteram ao suicídio assistido, número que só vem crescendo. Em 2021, os números mais recentes disponíveis, houve 10.064 óbitos que se enquadram nessa legislação, representando 3,3% de todas as mortes no Canadá naquele ano.

No m de 2022, foi anunciado pelo governo a intenção de estender a legislação para que pessoas acometidas por doenças mentais fossem autorizadas a pedir a eutanásia a partir de 17 de março deste ano. No mês passado, o próprio governo emitiu uma legislação temporária que atrasa a decisão dessa elegibilidade em um ano, ou seja, até 17 de março de 2024. A expansão do programa seguiu uma decisão judicial depois que duas pessoas de Montreal com doenças degenerativas entraram na Justiça. Com isso, o Canadá ingressou numa lista restrita de países, como Bélgica e Países Baixos, que permitem o suicídio assistido para pessoas que não enfrentam uma doença terminal. Os bispos canadenses emitiram uma declaração contra a nova lei que amplia os casos em que a morte assistida é declarada legal. Dom Richard Gagnon, Arcebispo de Winnipeg, garantiu: “Nossa posição permanece inequívoca: a eutanásia e o suicídio assistido constituem o assassinato deliberado de vidas humanas e violam os mandamentos da Lei de Deus; eles corroem a dignidade compartilhada ao impedir a consideração, a aceitação e o acompanhamento daqueles que sofrem e morrem. Além disso, prejudicam nosso dever fundamental de cuidar dos membros mais fracos e vulneráveis da sociedade”.

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Terço dos Homens: presença e sinal de fé, oração e evangelização

70 MIL PESSOAS

“Resgatar, para o seio da Igreja de Cristo, homens de todas as idades, pois a presença masculina na Igreja é imprescindível para a formação da família e da sociedade cristã.”

Esta é a missão do Terço dos Homens, movimento pelo qual os homens se reúnem para rezar o Santo Terço em paróquias e comunidades, em sintonia com os apelos e intenções da Igreja.

O Terço dos Homens começou em 1936, quando o Frei Peregrino, em missão na cidade de Itabi (SE), convidou os homens para a oração do Santo Terço. Aos poucos, o movimento espalhou-se pelo Brasil: em 1997, chegou a Pernambuco; em 2003, a Fortaleza (CE), e continua em crescente expansão em todo o Brasil e pelo mundo. Além disso, na década de 1990, teve início o Terço dos Homens –Mãe Rainha, uma iniciativa ligada ao Movimento Apostólico de Schoenstatt, com um pequeno grupo de homens que rezava mensalmente o Terço na rua enquanto suas esposas participavam de reuniões da Campanha da Mãe Peregrina, na cidade de Maceió (AL).

MOVIMENTO DE ORAÇÃO

A oração do Terço vai além da devoção mariana. É um itinerário de fé, uma jornada cristológica e um compromisso com a Palavra de Deus.

“O Terço é uma contemplação do rosto de Cristo. Quem reza o Terço está com os olhos xos em Jesus, como os olhos de Maria estiveram sempre xos em Cristo. E quem está com os olhos em Jesus sabe viver, sabe enfrentar as di culdades da vida”, enfatizou Dom Gil Antônio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora (MG) e Referencial para o Terço dos Homens no Brasil.

O Purpurado mencionou que “a récita do Terço tem sido, em nosso Brasil, um grande instrumento de evangelização, porquanto é uma forma e caz de contemplar os principais mistérios da fé, aprofundando um encontro pessoal e comunitário com Cristo, sempre na companhia de Maria”, disse, recordando a passagem bíblica de Mateus 18,20.

NO COTIDIANO DAS IGREJAS

Milton Gonçalves de Lima, o Miltinho, é coordenador do grupo do Terço dos Homens no Santuário Nossa Senhora do Sa-

grado Coração, da Vila Formosa, na zona Leste da capital paulista. À reportagem, ele ressaltou que “o objetivo dos grupos é reunir homens para rezar o Terço pela santicação da família, evangelizando e servindo à Igreja local, em comunhão com os serviços e pastorais da Paróquia”, disse, ressaltando que “a oração do Terço une e fortalece os vínculos na comunidade e na família”.

Miltinho destacou que a presença dos grupos de homens unidos em oração resgata a presença masculina nas ações sociais e pastorais da comunidade. “Aqui no Santuário, nosso grupo, nesta retomada pós-pandemia, reúne aproximadamente 40 homens para o Terço e quase todos estão inseridos nas diversas atividades pastorais”, lembrou.

“Criamos verdadeiras amizades, crescemos como pessoas e, sobretudo, na fé e na caridade”, prosseguiu.

Os homens do Terço também atuam na Pastoral da Solidariedade, que distribui quase 500 marmitas por mês às pessoas em situação de vulnerabilidade. “A oração do Terço nos impele a servir com amor, na ajuda mútua e com determinação”, lembrou Miltinho.

15ª ROMARIA

Entre os dias 10 e 12, aconteceu a 15a Romaria do Terço dos Homens ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, com o tema “Terço dos Homens: Voca-

ções para a Igreja”, e lema “Vocação Acertada, Vida Feliz”, em consonância com o 3º Ano Vocacional no Brasil.

Mais de 70 mil homens participaram da Romaria, que ocorreu pela primeira vez no ano de 2009, a partir da iniciativa do coordenador de um grupo da cidade de Campestre (MG). Naquele ano, participaram 600 homens e, desde então, o número de romeiros vem aumentando signi cativamente a cada ano, assim como se evidencia o crescente número dos grupos de homens que rezam o Terço em muitas paróquias espalhadas em todo o País.

Da Região Episcopal Belém, partiram cinco ônibus levando os representantes dos grupos do Terço dos Homens. Entre os romeiros, estavam 17 homens do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração, da Vila Formosa.

Na homilia da missa no sábado, 11, Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida (SP), destacou que o “homem do Terço é homem bíblico”, e que “a oração do Terço vai diminuindo nosso pecado e aumentando nossa vocação à santidade. Quanto mais rezarmos o Terço, mais rmaremos os passos da santidade”, disse, a rmando que a força da oração transforma vidas e anima as vocações.

No sábado à tarde, durante a oração do Terço, ocorreu a Consagração a Nossa Senhora, intercalando os mistérios e testemunhos dos participantes. Na ocasião,

COMO ORGANIZAR O TERÇO DOS HOMENS EM SUA PARÓQUIA

Dom Gil Antônio Moreira, Bispo

Referencial para o Terço dos Homens no Brasil, lista alguns dos passos para a criação e o bom andamento de grupos do Terço dos Homens:

O apoio do pároco ou responsável;

Ter um coordenador ou responsável para orientar a participação e garantir a fraternidade no grupo; Desenvolver um cronograma bem como definir o local para a oração do Terço;

Divulgar e convidar os homens a participarem; Assegurar que os membros tenham participação ativa nas atividades de evangelização e nas pastorais da comunidade.

“O importante não é se prender a estruturas, mas, à oração do Terço e à contemplação do rosto de Cristo e de Maria Santíssima”, ressaltou Dom Gil.

Manoel Raimundo, coordenador do Terço de Ceilândia (DF), contou que na Romaria do ano de 2021 pediu a intercessão de Nossa Senhora Aparecida pela saúde de sua nora, que havia sido diagnosticada com câncer de mama.

“Os médicos diziam que por causa do câncer ela não poderia ter lhos, mas graças à intercessão de Maria e a oração do Terço, hoje ela está curada e grávida de sete meses da Mariá. Com as bênçãos de Nossa Senhora Aparecida, sou grato a Deus por esse milagre em nossas vidas”, disse Manoel Raimundo.

Os peregrinos da Romaria do Terço dos Homens foram convocados a participar do gesto concreto, com a doação de alimentos, fraldas geriátricas e produtos de higiene pessoal, itens que serão repassados às mais de 50 entidades sociais do Vale do Paraíba, cadastradas no Núcleo de Serviço Social do Santuário Nacional. A 16ª Romaria Nacional do Terço dos Homens já está agendada: será entre os dias 23 e 25 de fevereiro de 2024.

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No site do jornal O SÃO PAULO, você acessa conteúdos atualizados sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Papa renova a nomeação de Dom Odilo como membro do Dicastério para a Cultura e a Educação

https://bityli.com/gMJ68

Novas comunidades promovem retiros no período do carnaval https://bityli.com/6nsos

Bispos de todo o mundo repudiam perseguição injusta à Igreja na Nicarágua https://bityli.com/EFq7b

Em carta, Francisco abençoa Pastoral Carcerária pelo 50 anos de atuação https://bityli.com/m7wBV

Governo paulista sanciona lei para auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência doméstica https://bityli.com/61K6h

Conheça a Igreja: como os primeiros cristãos celebravam a Eucaristia? https://bityli.com/HaornlBA

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NO ÚLTIMO FIM DE SEMANA
O
QUE INTEGRAM O MOVIMENTO EM TODO O BRASIL FORAM EM ROMARIA AO SANTUÁRIO NACIONAL DE NOSSA SENHORA APARECIDA
ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA
SÃO PAULO
Thiago Leon/Santuário Nacional de Aparecida

Exposição imersiva da Capela Sistina e afrescos de Michelangelo podem ser conferidos no MIS Experience

VISITANTE TEM A EXPERIÊNCIA DE ADENTRAR A CAPELA MAIS FAMOSA DO MUNDO E VER OS AFRESCOS E REPRODUÇÕES DE ALGUMAS DAS

MAIS FAMOSAS OBRAS DO ARTISTA RENASCENTISTA ITALIANO

Até 30 de abril, quem for ao Museu da Imagem e do Som – MIS Experience, localizado na zona Oeste, pode conferir uma mostra imersiva da Capela Sistina – uma das obras mais conhecidas do artista italiano Michelangelo (1475-1564).

A exposição conta com mil metros quadrados divididos em 14 salas expositivas, em que o público tem contato com a arquitetura, história e curiosidades da Capela Sistina. Os visitantes também poderão conferir esculturas, desenhos, estudos e projetos deste que é um dos maiores ícones da história da Arte do Ocidente.

A reprodução do ateliê do artista é um dos destaques da exposição, que apresenta gravuras das obras, cartas, manuscritos e documentos sobre o processo de desenvolvimento dos afrescos.

A mostra apresenta uma sessão dedicada ao conclave, ocasião em que os cardeais da Igreja se reúnem para escolher um novo Papa, assim como a réplica da chave da Capela Sistina, trazida diretamente do Vaticano. Outro destaque é uma maquete que reproduz os afrescos e detalhes interiores da capela.

Entre os destaques estão algumas réplicas de esculturas que contemplam as várias fases da trajetória de Michelangelo, entre elas: “Madonna da escada” (1491), que retrata a Virgem Maria sentada em uma escada segurando e cobrindo seulho, enquanto ele dorme; a “Pietá”, “Davi”, a “Conversão de São Paulo”, entre outras. Já a “Centauromaquia” ou “A batalha dos centauros” remete à fase em que Michelangelo começa a destacar a nudez como forma de representar a beleza.

A curadoria da exposição é do professor e historiador de arte Luiz Marques. Todos os itens da mostra são homologados pelas instituições italianas que preservam o legado artístico de Michelangelo.

CAPELA SISTINA

Entre os anos 1508 e 1512, Michelangelo dedicou-se à pintura dos afrescos do teto da Capela Sistina, no Vaticano, trabalho encomendado pelo Papa Júlio II. O artista retratou na abóbada (teto curvilíneo) da capela as passagens da Bíblia a partir de

nove histórias do Gênesis sobre a criação do universo e do homem.

Na Capela Sistina, Michelangelo dividiu o teto em três seções: primeiro a Separação da Luz e das Trevas, a Criação da vegetação, do Sol e da Lua e a Reunião das Águas. Na segunda, estão representadas a Criação de Adão, a Criação de Eva e o Pecado Original. Essa está no centro e representa o momento no qual Deus, com o braço e o dedo indicador esticados, cria Adão: o primeiro homem. Já a terceira apresenta o Sacrifício de Noé e o Dilúvio Fundamentado no Antigo Testamento e Michelangelo compõe o entorno, chamado de lunetas, com representações dos profetas (ligados ao Cristianismo) e as sibilas (ligadas ao mundo pagão).

Atrás do altar, Michelangelo pintou a cena do Juízo Final, apresentando o Novo Testamento. O artista fez 390 guras entre santos, anjos, Cristo, a Virgem Maria e homens que compõem a estrutura da Capela Sistina.

Andre Pereira de Almeida, 32, educador do MIS Experience, destacou que a exposição é uma oportunidade para os visitantes conhecerem as obras do artista italiano, mas, sobretudo, conferir de perto a história da Arte e adentrar a espiritualidade da história da salvação representada por Michelangelo.

“A mostra proporciona conhecimento e arte, além de experiências imersivas que ilustram a história da Capela Sistina em abordagens para todas as idades”, disse o educador, relatando que “crianças e adultos se impressionam com o realismo da exposição, além do impacto cultural, arquitetônico e linguagem acessível a todos os públicos”.

“É uma exposição que permite uma experiência para os sentidos, uma imersão única e inédita no mundo, do homem artista e gênio italiano que encanta a todos

com seu talento e sensibilidade para retratar temas tão importantes para a fé cristã”, mencionou Almeida.

EXPERIÊNCIA DE IMERSÃO

A exposição no MIS Experience proporciona uma imersão na Capela Sistina. A sala conta com recursos de alta tecnologia de animação e sonorização, promovendo um mergulho dos visitantes nas obras de Michelangelo. Detalhes sobre cada grupo de afrescos criados pelo pintor renascentista italiano compõem a experiência.

Padre Gilberto Lombardo Junior, da Diocese de Santo Amaro, morou na Itália de 2012 a 2015 e visitou, algumas vezes, a Capela Sistina no Vaticano. “Estar na Capela Sistina presencialmente é uma experiência de contemplação e silêncio. Aqui na exposição está representada a capela seguindo elmente a originalidade do pintor e, sobretudo, focada nos detalhes que proporcionam o realismo e a originalidade do pintor que elucidou, por meio da arte, a dimensão bíblica e teológica da nossa fé”, disse o Sacerdote.

Elton da Costa Mota e a lha Stefany Nogueira Mota, 12, são de Jaraguá do Sul (SC). De férias em São Paulo, eles aproveitaram para visitar a exposição. “Que experiência! Uma imersão na fé e na história da salvação”, disse Mota, reforçando que ao visualizar cada obra de arte recordava as passagens bíblicas que marcam a arte de Michelangelo.

Stefany disse ter se recordado dos encontros de Catequese de que participa. “É realmente lindo e não dá vontade de sair daqui. Vemos retratada em detalhes a história da nossa fé”, disse.

Marcos Antonio Alves, 67, é metalúrgico e destacou que tinha visto fotos e imagens da Capela Sistina em livros e na televisão, mas que ao visitar a exposição teve

a sensação de estar na capela original na Itália. “Sou católico e quei impressionado com a exposição. Pude vivenciar uma das experiências mais lindas da vida: a imersão lúdica na história do Antigo e Novo Testamento”, disse, emocionado.

Giovana Cândido, 17, contou que se considera ateia: “Vim conferir a exposição que retrata a história da arte de um grande expoente da arte mundial. As réplicas das esculturas selecionadas contemplam diferentes fases da trajetória de Michelangelo. O que me impactou são os detalhes e a sutileza em representar elementos religiosos com arte”.

SOBRE A EXPOSIÇÃO:

Exposição: Michelangelo: o Mestre da Capela Sistina

Local: MIS Experience

Endereço: Rua Cenno Sbrighi, 250 – Água Branca

Horários: terças, quartas, quintas, sextas-feiras e domingos, das 10h às 18h | sábados e feriados, das 10h às 19h

Ingressos: Gratuito às terças; quartas a sextas: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia); sábados, domingos e feriados: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia). Crianças até 7 anos têm entrada gratuita.

O MIS Experience disponibiliza transporte que sai do terminal de ônibus e metrô Palmeiras-Barra Funda para levar os visitantes ao Museu.

18 | Reportagem | 15 a 22 de fevereiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Luciney Martins/O SÃO PAULO

Teólogo italiano destaca caminhos para a prevenção de abusos na Igreja e na sociedade

O Instituto Santo Tomás de Aquino, de Belo horizonte (MG), em parceria com o Serviço de Espiritualidade e Teologia Pastoral, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, realizou, no dia 8, uma conferência on-line sobre o tema “Abusos: não apenas prevenção, mas cultura do respeito pelo mistério da pessoa humana”.

Para abordar a temática, foi convidado o Padre Amedeo Cencini, sacerdote italiano, professor de Teologia na Pontifícia Universidade Salesiana, em Roma, do Centro Teológico San Zeno, de Verona, e que também leciona Pastoral Vocacional, Direção Espiritual e formação para maturidade afetiva, no curso para formadores de seminários da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Desde 1995, ele é consultor do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e membro do Serviço Nacional para a Proteção de Menores da Conferência Episcopal Italiana. É, ainda, autor de diversos livros sobre a vida consagrada e formação religiosa.

Ao iniciar sua conferência, o professor classi cou o fenômeno dos abusos como um drama que envolve a Igreja e a sociedade, que causa “grande angústia e desconcerto”, mas que deve ser enfrentado com realismo, conscientes de que “qualquer abuso é sempre responsabilidade de toda a comunidade”.

O Sacerdote recordou que, nas últimas décadas, especialmente desde o ponti cado do Papa Bento XVI, cresceu fortemente a sensibilidade pela questão dos abusos perpetrados contra menores e contra pessoas vulneráveis por membros da Igreja. “Os gestos proféticos feitos a esse respeito pelo saudoso Pontí ce marcaram uma mudança de ritmo na re exão eclesial e na discussão sobre o problema”, a rmou.

Esse “processo de puri cação e sensibilização” já em curso, destacou Cencini, foi continuado pelo Papa Francisco, sobretudo, com a criação da Pontifícia Comissão para a Proteção dos Menores e atualização das normas sobre os procedimentos canônicos para esses casos. “Dessa maneira, o Santo Padre [Francisco] fez com que o tema dos abusos se tornasse assunto em pauta de toda re exão eclesial, em todos os níveis e, antes de tudo, que a ação corretiva sobre esse ‘câncer’ que cor-

Liturgia e Vida

‘Assim, vos vosso Pai celeste’

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

Deus é Pai em vários sentidos. É Pai como criador de todas as coisas: “Não temos todos um único Pai, um único Deus que nos criou?” (Ml 2,10). Ele fez, mantém e governa tudo o que existe por meio de sua Providência. De um modo especial, Deus é Pai dos seres humanos, as únicas criaturas da terra que Ele quis por si mesmas. Criou diretamente nossas almas à sua imagem, para que o conheçamos, amemos e sirvamos.

roeu a Igreja por dentro fosse real, determinada e e caz”, completou.

DADOS

Ao apresentar alguns dados sobre a situação dos abusos, o professor enfatizou que, embora os levantamentos mostrem que dois terços de todos os abusos aconteçam no ambiente familiar, sempre causará tristeza e preocupação que também ocorram, mesmo que em menor proporção, no ambiente eclesiástico.

As pesquisas também mostram que cerca de 60% das vítimas sofrem de transtornos psicofísicos ao longo da vida. “É preciso deixar claro que, quando os abusos são perpetrados por pessoas eclesiásticas, há uma consequência muito grande também no âmbito espiritual”, observou o especialista, acrescentando que, embora nem todos os abusos sexuais tenham relevância penal, todos sempre trazem consequências para a pessoa que o sofreu. “As feridas dos abusos não têm prazo legal e vencimento, não prescrevem”, completou.

Sublinhando que o número de casos de abusos reportados ainda é inferior aos que, de fato, ocorrem, em todos os âmbitos o Sacerdote italiano reforçou a importância de que sejam denunciados e haja colaboração com as investigações.

CULTURA DO RESPEITO

Ao tratar da chamada “cultura do respeito pelo ministério da pessoa”, Padre Amedeo Cencini explicou que ela se baseia em três elementos fundamentais: “a mentalidade, a sensibilidade e a práxis existencial”. Nesse sentido, o professor enfatizou que o verdadeiro

desa o é que as mudanças da política eclesial na gestão dos abusos se tornem realmente uma cultura, um modo habitual de enfrentar o problema. “Para isso, devemos passar das recomendações teóricas dadas pelas autoridades, a uma verdadeira e própria cultura que torne todos conscientes de sua responsabilidade”, frisou.

Sobre os procedimentos preventivos das dioceses e ordens religiosas em relação aos abusos, o Teólogo indicou essencialmente dois. O primeiro é uma revisão dos conteúdos da formação inicial. “Devemos inserir no caminho formativo dos sacerdotes e consagrados novos temas e conteúdos que enfrentem explicitamente o problema dos abusos.”

A segunda proposta se refere à qualidade do acompanhamento dos agentes eclesiásticos. Padre Amedeo observou o risco de que jovens se tornem sacerdotes ou religiosos sem haverem percorrido um verdadeiro caminho de acompanhamento pessoal nas dimensões humana e espiritual. “Essas pessoas acabam se tornando consagradas sem conhecerem profundamente a si mesmas, seus limites, assim como suas potencialidades”, disse. Sobre esse aspecto, o professor acrescentou que, além da formação inicial, é fundamental que se valorize a formação permanente como “uma dimensão concreta, operativa, essencial na vivência da vida cristã”, que, portanto, não diz respeito apenas aos clérigos e consagrados, mas a todos os batizados, corresponsáveis na missão da Igreja de cuidar dos menores e vulneráveis.

Veja a íntegra da conferência em: https://tinyurl.com/2kp236ll

De um modo ainda mais profundo, Deus é o Pai dos cristãos. Além da liação natural, por meio da fé em Jesus Cristo tornamo-nos “ lhos no Filho”. Deus Pai olha para cada um de nós como se fôssemos o próprio Cristo. De um modo semelhante a como dissera de Jesus no Jordão, o Pai diz-nos também sobre nós: “Este é meu lho amado no qual pus minha afeição” (Mt 3,17). Pelo Batismo, ungiu nosso corpo e alma com o Espírito Santo, tornando-nos agradáveis a Ele. São Paulo menciona essa paternidade sobrenatural: “Não recebestes um espírito de escravos, mas de lhos adotivos, pelo qual clamamos Abba! Pai!” (Rm 8,15). Também São João se refere à liação dos cristãos: “a todos que o receberam deu o poder de se tornarem lhos de Deus, aos que creem no seu Nome” (Jo 1,12). A liação divina sobrenatural consiste numa semelhança com Deus por meio da fé e da caridade; numa participação na liação de Cristo; numa união profunda com a Santíssima Trindade. A nós se aplicam estas palavras: “O santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário” (1Cor 3,17).

O Evangelho deste domingo a rma que tal condição de lhos adotivos se manifesta concretamente, entre outras coisas, pelo amor aos inimigos. Se somos lhos de Deus, foi-nos dada a capacidade de amar como o Filho Jesus: “Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis lhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,44s). Isso não é fruto da “boa vontade” dos homens, mas uma graça concedida por Deus.

Mesmo os pecadores são capazes de amar os próprios lhos, namoradas, amigos de diversão e animais de estimação. Até os maus são capazes de sentimentos de compaixão, afeição e mesmo de lealdade. Porém, perdoar ofensas graves, orar por quem nos prejudicou e querer a salvação de quem nos quer o mal é algo sobrenatural, possível com a ajuda de Deus.

Não se trata de ser indiferente ou fazer de conta que o mal não existe. O pecado custou o Sangue de Cristo derramado por nós! Mas Jesus expiou nossos pecados, perdoou os que o cruci cavam, e nos pede uma generosidade semelhante à do Pai, que “faz nascer o sol sobre maus e bons” (Mt 5,45). Propõe-nos uma caridade de autênticos lhos: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48).

Esse amor não é um sentimento; é um ato da vontade sustentada pela graça. Para que seja possível, a oração é o primeiro passo. Rezemos pelos que nos prejudicaram ou nos querem mal! Peçamos a Deus que nos faça “querer” bem a todas as pessoas! Isso é já começar a amar.

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7º DOMINGO DO TEMPO COMUM 19 DE FEVEREIRO DE 2023 FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO Arquivo pessoal

Papa Francisco lamenta perseguição aos católicos na Nicarágua

No que talvez tenha sido seu pronunciamento mais forte até aqui sobre a situação dos católicos na Nicarágua, perseguidos pela ditadura de Daniel Ortega e Camila Murillo, o Papa Francisco a rmou que se sente “adolorado”. Após a oração do Angelus do domingo, 12, ele disse que acompanha a Nicarágua com a oração.

“Rezo por todos os que sofrem naquela cara nação e peço a oração de todos”, disse. “Peçamos ao Senhor, pela intercessão da Imaculada Virgem Maria, que abra os corações dos responsáveis políticos e de todos os cidadãos à sincera busca da paz, que nasce da verdade, da justiça, da liberdade e do amor, e se alcança por meio do exercício paciente do diálogo”, prosseguiu.

Francisco vinha evitando pronunciamentos públicos sobre a situação da Nicarágua – possivelmente para que não houvesse uma piora da perseguição contra os católicos –, mas há anos faz gestos de apoio aos bispos do país e usa os canais diplomáticos, quando possível.

O fato que lhe fez romper o silêncio foi a condenação, em um tribunal político, de Dom Rolando Álvarez Lagos, de 56 anos. A decisão da justiça nicaraguense, que praticamente não lhe deu direito de defesa, o considerou um “traidor da pátria” e o condenou a 26 anos de prisão.

Dom Rolando Álvarez, Bispo de Matagalpa, se recusou a deixar o país em exílio nos Estados Unidos, algo que foi oferecido a outros 222 prisioneiros. Ele também perdeu sua cidadania nicaraguense. O Papa Francisco se referiu ao Prelado como “um bispo que amo muito”, e disse que seria impossível não recordá-lo. Dom Rolando Álvarez havia sido preso em agosto de 2022 (foto acima), acusado de “notícias falsas” e “conspiração”.

Bispos de todo o mundo, inclusive do Brasil, manifestaram sua solidariedade a Dom Rolando Álvarez.

CONTEXTO

A relação entre a Igreja e o governo da Nicarágua piorou em 2018, quando uma onda de protestos contra a ditadura de Ortega foi reprimida violentamente pelo governo. Manifestantes se abrigaram em igrejas e muitos bispos e sacerdotes do país se posicionaram em defesa dos direitos humanos.

Alguns deles, como é o caso de Dom Rolando Álvarez, passaram a criticar o governo por perseguições contra os cristãos e limites à liberdade religiosa. O regime expulsou até mesmo as Irmãs da Caridade, congregação fundada por Santa Teresa de Calcutá. Padres e seminaristas também vêm sendo presos ou silenciados. Templos, inclusive a catedral de Manágua, foram vandalizados diversas vezes.

Em 2019, a pedido do Papa, outro Bispo se exilou no Vaticano, Dom Silvio Báez, Auxiliar de Manágua, que vinha sendo ameaçado pelo regime. Ele hoje está em Miami, nos Estados Unidos. Em 2022, a ditadura Ortega-Murillo expulsou o Núncio Apostólico, encerrando as relações diplomáticas com a Santa Sé.

O presidente Daniel Ortega, de 77 anos, governa a Nicarágua desde 2007, mas esteve no poder em 1990, quando foi um dos líderes guerrilheiros de uma revolução sandinista, de esquerda. Embora, a rigor, o país seja uma democracia, as eleições não são limpas. Em 2021, ele venceu seu quinto mandato após prender e perseguir concorrentes. Sua esposa, Rosario Murillo, é sua atual vice-presidente e praticamente governa com ele, em um plano de sucessão.

Críticos internacionais dizem que Ortega se tornou o mesmo tipo de líder autoritário que, nos anos 1990, combatia.

Papa comenta recente visita ao continente africano

O Papa Francisco recordou, no dia 8, a sua recente viagem apostólica à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul, no continente africano.

O Pontí ce disse que realizou “dois sonhos”. Nas palavras do Papa, “o Congo é como um diamante, pela sua natureza, pelos seus recursos e sobretudo

pelo seu povo; mas este diamante se tornou motivo de disputa, de violências e, paradoxalmente, de empobrecimento do povo”, disse.

“Trata-se de uma dinâmica que se encontra também em outras regiões africanas, e que é válida para aquele continente em geral: um continente colonizado, explorado e saqueado.”

No caso do Sudão do Sul, o Santo Padre destacou o aspecto ecumênico da visita, já que viajou com o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, principal líder religioso da Igreja Anglicana, e com o Moderador da Igreja Escocesa, de tradição Presbiteriana, o Reverendo Iain Greenshields. (FD)

Dor pela Turquia e pela Síria após terremoto

O Papa Francisco expressou sua dor e pediu orações também pela Turquia e pela Síria, após o terremoto que arrasou grandes áreas dos dois países, deixando milhares de mortos. No domingo, 12, ele disse que “continua próximo, com o apoio concreto e com a oração” às populações desses países.

Ele chamou a situação de “catástrofe”. O Santo Padre também exortou a todos que não esqueçam da “martirizada Ucrânia”, cuja guerra contra a invasão da Rússia continua. “Que o Senhor abra caminhos de paz e dê aos responsáveis a coragem de percorrê-los”, declarou. (FD)

Uma iniciativa chamada “A Igreja te escuta” está pedindo orações como presente de aniversário de 10 anos de ponticado do Papa Francisco. A ideia partiu do Sínodo Digital, um projeto do Dicastério para a Comunicação coordenado por seu secretário, Monsenhor Lucio Ruiz, que organiza um caminho sinodal com in uencers católicos de todo o mundo.

A ideia leva em consideração o fato de que o Pontí ce tem pedido para que se evitem celebrações que exaltem demais a sua pessoa, pois prefere manter um estilo discreto nessas ocasiões. Porém, uma de suas frases mais comuns ao longo do ponti cado, que completa 10 anos em 13 de março, é “Rezem por mim.”

O presente se torna, então, irrecusável. No link colocado à disposição, é possível prometer “Ave-Marias” para o Papa, a serem rezadas no dia do aniversário. Cada oração “acende” uma vela digital em um mapa-múndi on-line, que no m do projeto será dado a Francisco. A ideia é convidar pessoas do mundo todo a fazer um gesto concreto e singelo, envolvendo os jovens, o mundo digital, em apoio e comemoração do Papa Francisco. É possível participar no link: decimus-annus.org/pt (FD)

20 | Papa Francisco | 15 a 22 de fevereiro de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Orações de presente pelo aniversário de 10 anos de pontificado
FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA
Vatican Media
Diocese de Matagalpa

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