1º sínodo arquidiocesano é concluído com amplo chamado à missionariedade
Leigos, religiosos consagrados, diáconos e padres lotaram a Catedral da Sé na tarde do sábado, 25, para a celebração eucarística de encerramento do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo.
A missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, foi o momento de render graças a Deus pela realização do itinerário sinodal, iniciado em 2017, de renovar
o envio missionário da Igreja na maior cidade do País e de acolher os propósitos e orientações pastorais para a fase pós-sinodal que estão contidos na Carta Pastoral “Comunhão, conversão e renovação missionária”, escrita pelo Arcebispo Metropolitano, e que foi publicada em conjunto com as propostas pastorais elaboradas pela assembleia sinodal arquidiocesana.
“O sínodo encerra suas atividades, mas começa agora a etapa pós-sinodal, que vai requerer de todos nós muita generosidade e disposição para traduzir as orientações e os propósitos sinodais em uma nova vida para a nossa Arquidiocese”, destacou Dom Odilo.
SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 68 | Edição 3440 | 29 de março a 4 de abril de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
Páginas 2, 3, 4, 6 e Especial Carta Pastoral
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
Celebramos o encerramento do 1º sínodo arquidiocesano na Catedral metropolitana, no dia 25 de março, solenidade da Anunciação do Senhor. Depois de 6 anos de oração, reuniões sem conta, escuta paciente, re exão, discernimento comunitário e elaboração de propostas, entregamos na mão de Deus o trabalho realizado, dando graças por toda a ajuda recebida. Ao mesmo tempo, foi feito o envio em missão de toda a Arquidiocese para a etapa pós-sinodal, que agora se inicia.
O sínodo ajudou a perceber melhor os apelos de Deus à nossa Igreja de São Paulo em nosso tempo. E Deus fala através da Palavra da Escritura e do Magistério da Igreja, da voz do povo santo de Deus e dos sinais das circunstâncias e dos tempos. Em poucas palavras, compreendemos que precisamos viver mais profundamente a comunhão com Deus e na Igreja, a caridade fraterna e a participação multiforme na vida e missão da Igreja. Isso tudo requer de nós uma constante conversão e renovação pessoal e comunitária aos caminhos do Evangelho, como discípulos de Jesus. Vimos mais claramente que essa conversão também precisa ser decididamente missionária, uma vez que todos rece-
Após o
o que devemos fazer?
bemos de Cristo o encargo de sermos testemunhas dele e do Evangelho do reino de Deus no mundo.
Com a conclusão dos trabalhos sinodais, foram publicadas a Carta Pastoral do Arcebispo e o elenco das propostas pastorais elaboradas pela assembleia sinodal, como referências para o caminho que agora segue, para sermos uma Igreja mais sinodal. Na Carta Pastoral “Comunhão, Conversão e Renovação Missionária”, são apresentadas as questões mais destacadas que o sínodo levantou e que merecem especial atenção da parte de todas as expressões da vida eclesial de nossa Arquidiocese na fase pós-sinodal. Essas questões precisam ser assimiladas com criatividade e constância para mudar (converter) certa cultura pastoral de citária que temos.
Precisamos aprofundar a vivência da comunhão eclesial em todas as suas dimensões; crescer no senso de pertença e de amor à Igreja e na identi cação com a nossa Igreja. Da mesma forma, é preciso suscitar maior inserção na comunidade eclesial e participação na vida da Igreja. Desa o urgente é o desa o da conversão missionária, para tornar mais missionárias as nossas comunidades, que precisam passar de meros pontos de atendimento religioso a centros dinâmicos de irradiação do Evangelho e de vida cristã. Também é necessário recuperar o signi cado e o valor do Domingo, Dia do Senhor
e da Igreja, assim como da Liturgia, sobretudo da Eucaristia dominical, momento claro de “epifania da Igreja”. A Liturgia, sobretudo a da celebração da Eucaristia, é a fonte da vida e do dinamismo da Igreja e, ao mesmo tempo, ponto alto de toda missão e da vida eclesial.
Temos o grande desa o de valorizar mais os leigos e sua participação na vida e missão da Igreja, con ada a todos os batizados, não sendo os leigos meros colaboradores do clero, mas verdadeiros missionários do Evangelho no mundo. A formação atualizada do clero e dos agentes de pastoral é crucial para a renovação da Igreja. Assim também é urgência inadiável a renovação da catequese em toda a Arquidiocese, assim como da formação cristã em todas as etapas da vida. Essas urgências precisam ser assumidas por todas as comunidades da Igreja. Campo imenso de missão é a família, “igreja nas casas”; ela precisa ser mais envolvida na vida e missão da Igreja. Desa o não pequeno é a organização e a dinamização da caridade pessoal e comunitária, indispensável expressão da nossa fé cristológica. En m, o sínodo nos fez perceber que também é necessário rever a organização pastoral de nossa Arquidiocese, para que as estruturas e normas pastorais estejam, de fato, a serviço da vida e da missão da Igreja.
Uma vez terminado o sínodo, seus resultados são agora devolvidos a toda
a Arquidiocese, nas suas bases. Esses resultados, mais que frutos já colhidos, são como sementes amadurecidas e recolhidas ao longo do processo sinodal, que agora são con adas a toda a comunidade arquidiocesana, para que as receba com alegria e fé, semeie e cultive com generosa criatividade e perseverança, na certeza de que os frutos virão no tempo de Deus. A etapa pós-sinodal requer muito trabalho “em comunhão”, em que ninguém está dispensado de fazer a sua parte e cada membro da Igreja é convocado a colaborar na obra comum com o dom que Deus lhe deu.
A Carta Pastoral oferece indicações para o trabalho nos Conselhos pastorais, nos diversos grupos de vida cristã, nas organizações pastorais, comunidades de vida consagrada, casas de formação e organizações de serviço de nossa Arquidiocese. Estamos todos chamados a tomar consciência das orientações e propósitos do sínodo, com uma atitude de fé e esperança, na certeza de que não foi em vão que pedimos ao Espírito Santo, ao longo de todo o processo sinodal, que nos mostrasse o caminho e nos ajudasse a discernir sobre o que devemos fazer. Como São Paulo, no caminho de Damasco, continuemos também nós a nos interrogar, diante das questões postas pelo sínodo: “Senhor, que devemos fazer?” Conemos nele, pois é Ele o sábio guia, conselheiro e orientador da Igreja.
sínodo:
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CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
Cardeal Scherer é homenageado pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Na noite da segunda-feira, 27, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCMSP) realizou a solenidade de entrega do Colar de Mérito “Prefeito Brigadeiro Faria Lima”. Entre os homenageados estava o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo.
Também foram contemplados com a honraria o ministro André Luiz Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a professora Priscila Cruz, presidente-executiva da Organização da Sociedade Civil Todos pela Educação.
Esta é a mais importante homenagem concedida pelo TCMSP e simboliza o reconhecimento da Corte de Contas paulistana ao mérito de personalidades que dedicam suas carreiras e trajetórias de vida a serviços que contribuem para o engrandecimento da cidade de São Paulo e do País.
Os nomes dos homenageados foram apresentados e aprovados pelo Colegiado do TCMSP, formado pelo presidente Eduardo Tuma; o vice-presidente Roberto Braguim; o corregedor João Antonio; e os conselheiros Mauricio Faria e Domingos Dissei.
Entre as autoridades presentes à cerimônia estavam o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Ricardo Mair Anafe; os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Dias Moura Ribeiro e Paulo Sérgio Domingues; a presidente da Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis), Vanessa Ribeiro Mateus; a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP), Patrícia Vanzolini; o secretário de governo de São Paulo, Marcos Penido; além de deputados estaduais e vereadores.
REFERÊNCIA
O nome do Cardeal Scherer foi indicado por Domingos Dissei, que, em seu dis-
curso, destacou ver no Arcebispo de São Paulo um homem marcado pela fé e bondade. “A causa dos necessitados é a causa maior de sua própria vida... Dom Odilo é uma referência de tolerância e amor ao diálogo, do exercício diário da caridade, a todos os que se dedicam à causa maior da construção do bem comum”, a rmou.
“Que possamos todos nós nos inspirar em Dom Odilo, em sua vida dedicada à fé e à caridade, buscando sempre colocar em prática os ensinamentos do Evangelho. Por tudo que fez, faz e representa para o Brasil e o mundo, prestamos a nossa homenagem a este homem de fé e coragem”, completou Dissei.
Ao agradecer a homenagem, Dom Odilo a rmou que, ao se perguntar sobre quais seriam as razões que levaram a indicação de seu nome, concluiu que: “Mais do que homenagem a mim, é uma homenagem àquilo que eu represento, a Igreja presente na sociedade e suas implicações nos âmbitos social, econômico, político, judiciário, em todas as áreas da convivência humana, que, de uma forma ou de outra, esperam alguma luz e orientação que venham do religioso, de princípios sólidos, profundos e prometedores”.
BOM USO DO BEM PÚBLICO
Dirigindo-se aos conselheiros do TCM, o Arcebispo ressaltou o importante papel que desempenham para a sociedade e para o bem público, em vista de uma administração transparente, que faça com que os recursos públicos cheguem de maneira equânime aos verdadeiros destinatários.
“Eu quero, por isso mesmo, assegurar-lhes que quando cair em suas mãos o exercício de scalizar o bem público aplicado às iniciativas voltadas para a promoção humana, à defesa da dignidade humana, dos direitos humanos, dos mais pobres e das pessoas que sofrem, saibam que esse é um recurso bem apli-
cado. Isso é o que realmente se espera da aplicação do dinheiro público, que ele chegue a estes verdadeiros destinatários”, acrescentou.
Por m, o Cardeal Scherer sublinhou que, atualmente, mais da metade das parcerias do poder municipal na prestação de serviços sociais são rmadas com organizações ligadas à Igreja Católica. “Nas situações de maior carência, muitas vezes em áreas onde há falta de organização social, ali há sempre algum trabalho social da Igreja presente”, completou.
O COLAR
O Colar de Mérito “Prefeito Brigadeiro Faria Lima”, instituído pelo TCMSP, traz uma medalha de aço banhado a ouro, com a imagem do rosto do Prefeito Brigadeiro Faria Lima. A estrutura de sustentação é formada por doze peças retangulares de fundo preto e gravadas com a bandeira da cidade, com o prédio do Tribunal e com o brasão do município. Na cerimônia, os homenageados receberam a honraria acompanhada da láurea assinada pelo conselheiro presidente da casa.
VISITA DA EMBAIXADORA DOS ESTADOS UNIDOS NO BRASIL
Na sexta-feira, 24, o Cardeal Odilo Pedro Scherer recebeu, na Cúria Metropolitana de São Paulo, a nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley. No cargo desde fevereiro, a diplomata visita a capital paulista, acompanhada do cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, David Hodge. Católica, Bagley manifestou interesse em saber sobre a realidade e a missão da Igreja na maior metrópole do País, bem como suas relações com as demais instituições da sociedade. No diálogo com o Arcebispo de São Paulo, também foi dado destaque para a preocupação de ambos com questões como a pobreza, desigualdade social, migrantes, meio ambiente, diálogo inter-religioso e ecumênico. A embaixadora manifestou sua admiração pelo Papa Francisco, sobretudo, pelo empenho do Pontí ce pela paz e pela fraternidade universal. Na manhã do domingo, 26, Elizabeth Bagley visitou a Catedral Metropolitana de São Paulo. (por Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo)
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Tribunal de Contas do Município de São Paulo
Reprodução
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo
Domingos Dissei, conselheiro do TCMSP, entrega o colar de mérito ao Cardeal Scherer, dia 27
Editorial Liturgia e Vida
No caminho sinodal, o Espírito Santo é o protagonista
Com uma Santa Missa na Catedral da Sé, no sábado, 25, foi concluído o 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo.
Quando este caminho sinodal foi convocado pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, em 2017, bispos, padres, religiosos e leigos se sentiam protagonistas de uma situação nova. Na ocasião, os membros desta porção do povo de Deus presente na maior metrópole do Brasil foram chamados a participar de assembleias sinodais no âmbito das paróquias, comunidades, escolas e outras organizações eclesiais. A Igreja em São Paulo foi mobilizada, todos tiveram a oportunidade de participar do processo de escuta, diálogo e discernimento.
A oração ao Espírito Santo acompanhou todas as etapas do sínodo, pois Ele é o verdadeiro animador, o sábio conselheiro e o renovador dinâmico da vida eclesial. Assim como no livro do Apocalipse, procurou-se acolher “o que o Espírito diz” à Igreja em São Paulo. A voz do Espírito Santo não cou congelada no passado e se renova constantemente por meio dos apelos da realidade que nos cerca, das circunstâncias e da situação pela qual passa a Igreja, e, também, pela perscrutação das Escrituras e da palavra do Magistério.
O sínodo não nasceu pronto, mas foi sendo construído, etapa após etapa. Mais do que uma tarefa com começo, meio e m, foi uma experiência eclesial de “comunhão, participação e missão”, assim como propõe o Papa Francisco para toda a Igreja, com o caminho sinodal universal que, em certa maneira, foi antecipado na Arquidiocese.
Esse exercício sinodal deve continuar e se aprofundar na Igreja em São Paulo, por meio do processo de acolhida das orientações e propostas sinodais contidas na Carta Pastoral entregue pelo Arcebispo na conclusão desse processo. O próprio Dom Odilo comparou o caminho percorrido com a “preparação do terreno e uma semeadura”. Começa, portanto, o trabalho do cultivo, na esperança paciente da chegada dos frutos.
Dos frutos que já podem ser vistos desse sínodo, o primeiro é a convicção de que todos os batizados são responsáveis pela Igreja, não somente os bispos e os padres, mas todos são parte da Igreja, Corpo Místico de Cristo, pois, como recorda a constituição dogmática Lumen gentium, “na edi cação do corpo de Cristo, há diversidade de membros e de funções. Um só é o Espírito que distribui dons variados para o bem da Igreja, segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios” (LG,7).
Com o sínodo, foram desencadeados processos que produzirão os seus frutos com o tempo, a paciência e a perseverança, sem esquecer que o Espírito Santo é o protagonista da Igreja. Sem a docilidade ao Espírito Santo, “nada o homem pode, nada existe nele de bom”.
Sem o Espírito Santo, a Igreja seria apenas uma organização humana, um projeto humano. A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus, que se deixam conduzir por Ele nos caminhos do Evangelho, sempre animados pelo Espírito Santo. A Ele continuaremos recorrendo com fé, pedindo sua luz, orientação, sabedoria, discernimento, conselho, fortaleza, coragem e alegria.
DOMINGO DE RAMOS
E DA PAIXÃO DO SENHOR
2 DE ABRIL DE 2023
PADRE JOÃO BECHARA VENTURA
No Domingo de Ramos e da Paixão, celebramos a entrada de Cristo em Jerusalém rumo à sua morte de Cruz. Ao lado da Sexta-Feira Santa, esta é uma das ocasiões em que a Igreja lê a narrativa completa da Paixão. Montado sobre um burrinho, Jesus é recebido festivamente como verdadeiro Rei de Israel. Pouco depois, no entanto, será este mesmo o motivo de sua condenação, tal como inscrito no Madeiro: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” (Mt 27,37).
São Mateus descreve certas particularidades do encontro de Jesus com Pilatos, o governador da Judeia que tinha poder para condenar ou soltar o Senhor. A Providência divina deu a tal homem o encargo de julgar sobre a terra Aquele que julgará o mundo inteiro. Pilatos, porém, decidiu mal e contra a própria consciência. Não quis assumir o ônus implicado pelo poder que Deus lhe conferira. No momento de pôr em jogo a reputação pessoal, preferiu “passar” o poder ao povo. Não o fez por ser um “democrata”, mas por ser fraco. Não compreendera que todo ‘poder’ comporta muito mais exigências morais do que benesses. No momento de assumi-las, disse cinicamente: “Estou inocente deste sangue. A responsabilidade é vossa” (Mt 27,24).
Antes, havia perguntado: “Mas que mal Ele fez?” (Mt 27,23). Pilatos tentava a todo custo libertar Jesus, pois sua esposa lhe avisara: “Não te envolvas com esse Justo, pois muito sofri hoje em sonho por causa Dele” (Mt 27,19). Intuía que estava diante de um homem de Deus. Tanto que, ao ver o silêncio de Cristo diante de tantas acusações infundadas, “ cou muito impressionado” (Mt 27,14). Mas Pilatos falhou. O amor por si mesmo foi maior do que o amor pela verdade. Condenou Aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6) por meio de uma pergunta cínica – “Mas, o que é a verdade?” (Jo 18,38) – e lavou as mãos.
Ademais, Pilatos sabia que haviam entregue Jesus “por inveja” (Mt 27,18). Não se tratava apenas de discordâncias “teológicas” ou “morais”. Estas eram uma fachada para a inveja que, no fundo, os fariseus, sacerdotes e escribas tinham de Nosso Senhor. Esse sentimento mesquinho pode se manifestar camu ado de muitos modos: como antipatias, maledicências, ironias e críticas aguçadas. É um vício sutil e perigoso. A inveja cegou os olhos de muitos para os milagres e ensinamentos de Cristo e os levou a retribuir com ódio e com homicídio o bem que Jesus sempre praticou.
Depois da última tentativa infrutuosa de libertar o Senhor, a multidão, en m, comandou a Pilatos: “Que o Sangue Dele caia sobre nós e sobre os nossos lhos” (Mt 27,25). Eis a escolha da ‘maioria’, o homicídio, o Deicídio. Trocou-se Deus por um bandido! Quanto mal uma escolha super cial pode comportar! Mas, por bondade de Deus, esse Sangue tornar-se-ia instrumento de salvação, não de castigo. Em meio às covardias e injustiças dos homens, Deus realiza – apesar de nós – a sua obra de Salvação. Acreditemos em Cristo! Ele é a única salvação, Nele está a única esperança!
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‘A responsabilidade é vossa!’
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Na conclusão do sínodo, Cardeal Scherer exorta a uma profunda renovação missionária na Arquidiocese
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.br
A chama da vela do 1o sínodo arquidiocesano de São Paulo reluziu pelo corredor central da Catedral da Sé na tarde do sábado, 25. Atrás dela, na procissão de entrada, tremulavam as bandeiras da Arquidiocese, das regiões episcopais e podiam ser vistos os cartazes com o decreto, o regulamento e a capa do instrumento de trabalho do sínodo, bem como os banners de santos e beatos que viveram na cidade.
Leigos, religiosos consagrados, diáconos e padres lotaram a Catedral da Sé para a celebração eucarística de encerramento do 1o sínodo arquidiocesano de São Paulo, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, tendo entre os concelebrantes os sete bispos auxiliares da Arquidiocese.
Um breve histórico da caminhada sinodal foi feito no começo da missa por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, que se referiu a este período como “uma espécie de peregrinação, percorrendo esta cidade imensa” que mobilizou toda a Arquidiocese. “Terminamos uma etapa, mas sabemos que o sínodo deve permanecer em nossos corações, em nosso trabalho diário, no empenho em implementar as indicações pastorais aprovadas”, a rmou.
A celebração eucarística foi o momento de render graças a Deus pela realização do sínodo, de renovar o envio missionário da Igreja na maior cidade do País e de acolher os propósitos e as orientações pastorais para a fase pós-sinodal, que estão contidos na Carta Pastoral do Arcebispo (leia no caderno especial nesta edição).
TEMPO DE ESCUTA E DISCERNIMENTO
Dom Odilo, na homilia, destacou que todo o sínodo foi um caminho de comunhão, conversão e renovação missionária, “um tempo de escuta e conhecimento da realidade eclesial e pastoral de nossa Arquidiocese, de tomada de consciência e discernimento e de busca da vontade de Deus a respeito da vida e da missão da nossa Igreja em São Paulo”, e lembrou que neste processo, “procuramos colocar-nos em atitude de oração e de escuta da voz do Espírito Santo, ver-
“Ao caminharmos juntos, percebemos que podemos ser uma Igreja participativa, acolhedora, respeitosa, corresponsavelmente assumida por todos que receberam a graça batismal”.
CônegoAntônioManzatto
dadeiro mestre e guia da Igreja”.
O Arcebispo recordou que o sínodo surgiu no contexto das interrogações sobre a evangelização e a vida pastoral da Arquidiocese, e que foi um momento de “‘olhar-se no espelho’, de acolher de maneira humilde e atenta os anseios do povo cristão, os dados da realidade, e de perguntar-se: como podemos ‘passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária?’”.
O SÍNODO CONTINUA
Aludindo à Solenidade da Anunciação do Anjo do Senhor a Maria, Dom Odilo destacou que Nossa Senhora, ao acolher com fé o convite de Deus para ser a mãe do Salvador, é a imagem da humildade de quem se dispõe a colaborar com a obra do Senhor: “Deus pede a todos nós esta mesma disponibilidade para que o sínodo produza seus frutos. O sínodo encerra suas atividades, mas começa agora a etapa pós-sinodal, que vai requerer de todos muita generosidade e disposição para traduzir as orientações e os propósitos sinodais em uma nova vida para a nossa Arquidiocese”.
Dom Odilo destacou, ainda, que o desejado processo de conversão pastoral e missionária exigirá “muita fé, paciência e perseverança de todos nós”; e enfatizou que a Igreja deve ser percebida na cidade como sinal de vida, fraternidade, justiça,
“Tudo o que foi proposto nas assembleias é para que vivamos uma fé firme na Palavra, contribuindo para que o Reino de Deus seja acolhido por muitos e transforme muitas vidas”.
Diácono Ailton Machado Mendes
respeito e paz: “Oxalá, o sínodo produza uma profunda renovação missionária em todos nós, em cada comunidade e expressão da Igreja, em cada estrutura organizativa e de serviço de nossa Arquidiocese”.
GRATIDÃO PELO QUE FOI VIVIDO
O Arcebispo também agradeceu a Deus pelo percurso realizado, àqueles que de algum modo colaboraram com o sínodo e ao Papa Francisco pelo incentivo que tem dado à Igreja para que toda ela seja mais sinodal.
Após a comunhão, o Cônego Antônio Manzatto, o Diácono Ailton Machado, a Irmã Helena Corazza, FSP, e a senhora Ana Filomena externaram, em nome de todos da Arquidiocese, a gratidão pela realização do sínodo e falaram dos desa os pastorais da fase pós-sinodal (veja trechos das falas abaixo).
Foram ainda entregues alguns certicados de participação das paróquias no sínodo e o livreto com a Carta Pastoral do Arcebispo e as propostas elaboradas pela assembleia sinodal arquidiocesana.
‘A TODOS ANUNCIAI A BOA-NOVA DA SALVAÇÃO’
“Irmãos e irmãs, como Jesus enviou em missão os discípulos, assim, em nome da Igreja, eu vos envio: ide à cidade de São Paulo, às suas paróquias e todas as comunidades e organizações da vida eclesial e
“O que o sínodo nos trouxe não foi um programa, mas uma provocação e perguntas. Agora, devemos manter este ardor para o processo de conversão e renovação missionária”.
Irmã Helena Corazza, FSP
social, ide às periferias e aos centros vitais da cidade! A todos anunciai a Boa-Nova da salvação. Que a Mãe de Deus e Mãe da Igreja vos acompanhe, ampare e conforte na missão”, expressou Dom Odilo na bênção de envio missionário, que foi antecedida pelo anúncio dos 12 primeiros grupos de trabalho pós-sinodais instituídos pelo Arcebispo para a: Reformulação da estrutura organizacional da Pastoral na Arquidiocese; Elaboração de um Diretório da Pastoral;
Revisão e adequação do Plano de Manutenção da Arquidiocese; Atualização do Diretório dos Sacramentos;
Elaboração de um Diretório Litúrgico para a Arquidiocese; Elaboração de um Regimento Interno da Cúria Metropolitana; Criação de um Vicariato Episcopal para a área da Saúde; Criação de um Vicariato Episcopal para a Catequese; Revisão e adequação do Diretório Arquidiocesano da Formação Presbiteral; Organização do Vicariato para a Educação e a Universidade; Instituição de um conselho da caridade social na Arquidiocese; Elaboração de um novo Plano de Pastoral.
“A pesquisa de campo nos fez traçar metas, apontando para onde queremos ir como Igreja de Cristo, alinhados ao Papa Francisco, uma Igreja sinodal que caminha para onde o Espírito Santo a conduz”.
Ana Filomena, da Pastoral Familiar
6 | Reportagem | 29 de março a 4 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
‘CAMINHEMOS SEMPRE UNIDOS NUM SÓ CORAÇÃO’
1º sínodo arquidiocesano é encerrado no sábado, 25, com missa na Catedral da Sé e a publicação da Carta Pastoral do Arcebispo
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
COMUNHÃO, CONVERSÃO E RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA
Carta Pastoral e Propostas Sinodais a partir do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo -
2017 a 2023
“Deus habita esta Cidade. Somos suas testemunhas”
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo Metropolitano de São Paulo
2023
ARqUIdIOCESE dE SÃO PAUl O
Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Estimados Bispos Auxiliares, ao clero, religiosos/as, consagrados/as, cristãos leigos e leigas da arquidiocese de São Paulo
A graça de nosso Senhor, Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos!
INTRODUÇÃO
Dirijo-lhes esta carta pastoral no encerramento do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo, “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, anunciado na solenidade de Corpus Christi de 2017 e celebrado até à solenidade da Anunciação do Senhor de 2023. O lema indicou a meta desse caminho sinodal: ser testemunhas do Evangelho do reino de Deus na cidade de São Paulo: “Deus habita esta Cidade. Somos suas testemunhas”.
A celebração do sínodo foi um ato de fé e con ança do santo povo de Deus e dos seus pastores desta Igreja Particular na ação do Espírito Santo, que invocamos sem cessar durante o sínodo. Ele é o animador e guia da Igreja de Cristo. Colocamo-nos à escuta do que o Espírito diz à nossa Igreja em São Paulo, perscrutando a palavra de Deus e da Igreja, a voz do povo e das circunstâncias em que nos encontramos. Deixamo-nos interpelar, como as Igrejas da Ásia Menor no início do Cristianismo: “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às Igrejas” (cf Ap 2-3). Procuramos discernir a voz do Espírito de Deus, que fala de muitas maneiras a quem se põe em atitude de escuta.
O tema do sínodo levou em conta, especialmente, as diretrizes do Documento de Aparecida (2007) e da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013). Mas também, os ensinamentos do Concílio Vaticano II e do Magistério mais recente da Igreja, especialmente do Papa Francisco e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No conjunto, tema e lema apontaram para a necessidade de uma profunda renovação missionária de nossa Igreja em São Paulo, das suas maneiras de existir e de agir.
Muitos passos foram dados nesse caminho sinodal. A Comissão de Coordenação Geral e a Secretaria do sínodo desempenharam um papel importante na organização da etapas de trabalho e dos subsídios necessários à realização de cada etapa. Contamos com a participação generosa dos Bispos Auxiliares, de muitos sacerdotes, religiosos, consagrados e cristãos leigos. Nos trabalhos sinodais, foi importante a participação dos Conselhos paroquiais e regionais de pastoral, das demais organizações pastorais e das associações de éis. Centenas de voluntários colaboraram na pesquisa de campo inédita, feita em todas as paróquias, sobre a situação religiosa e pastoral de nossa Arquidiocese (2018). A pesquisa e o levantamento paroquial foram um processo objetivo e metódico de escuta e de ir ao encontro da realidade religiosa e pastoral de nossa Igreja em São Paulo. Foi recolhida uma quantidade enorme de dados, depois avaliados nas reuniões sinodais, mas que ainda precisam ser levados em atenta consideração na fase pós-sinodal.
As diversas etapas do sínodo evidenciaram a riqueza de vida cristã e eclesial do povo e das comunidades e expressões organizadas da Igreja. Mas evidenciaram também desa os imensos, que precisam ser enfrentados com sabedoria, fé e fervor apostólico, para que nossa Igreja particular corresponda à sua missão nesta Cidade imensa, nos tempos difíceis, mas também cheios de possibilidades, que vivemos.
A assembleia sinodal arquidiocesana, inicialmente programada para 2020, precisou ser adiada por dois anos, por causa da pandemia de Covid 19. Felizmente, pudemos realizá-la sem novos problemas ao longo de 2022, em 7 sessões de trabalho. Tendo como referências a aplicação do tema e do lema do sínodo, o trabalho da assembleia resultou na elaboração de 118 propostas sinodais arquidiocesanas, para 25 campos pastorais diversos e complementares. Todas as propostas tiveram amplo consenso dos membros da assembleia, signi cando que elas representam um sentir comum do sínodo arquidiocesano e apontam para o trabalho pós-sinodal a ser realizado em nossa Arquidiocese. As propostas estão anexas a esta Carta Pastoral, tais como foram votadas pelos membros da Assembleia.
O sínodo arquidiocesano representou uma experiência eclesial enriquecedora para nossa Arquidiocese. Quando já estávamos bem encaminhados em nosso trabalho sinodal, fomos con rmados nos rumos escolhidos pela Papa Francisco, mediante a convocação do sínodo universal sobre a sino-
dalidade da Igreja, com o tema – “Igreja, comunhão, participação e missão” – semelhante ao tema do nosso sínodo arquidiocesano. E, agora, embora os trabalhos previstos para a realização do sínodo arquidiocesano já estejam encerrados, o sínodo não deve ser considerado como uma etapa superada.
Inicia-se o tempo pós-sinodal, voltado para a implementação das propostas e das orientações baseadas no sínodo. Aquilo que vimos, ouvimos e discernimos, deve ajudar nossa Arquidiocese a ser uma comunidade verdadeiramente sinodal: a caminho, em vez de estagnada; unida, em vez de dividida e dispersa no individualismo; participativa e dinâmica, em vez de centralizadora e clerical; missionária, em vez de fechada em si mesma; misericordiosa e acolhedora diante dos feridos e descartados deste mundo, em vez de insensível e indiferente diante das dores dos irmãos; vibrante de esperança e alegria, em vez de prostrada no desânimo e falta de fé.
QUESTÕES FUNDAMENTAIS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO SÍNODO
Com esta carta pastoral, desejo indicar algumas questões fundamentais, evidenciadas ao longo do caminho que zemos juntos. Elas não se referem apenas a algum aspecto em particular da evangelização e da realidade pastoral, pois são transversais a todo o âmbito da vida eclesial. Por isso, elas devem merecer a atenção de todos, a prescindir das propostas voltadas para algum campo especí co da vida pastoral. A atenção pastoral a essas questões ajudará a melhorar o conjunto da vida e ação da Igreja em nossa Arquidiocese. Cabe aqui recordar uma recomendação do Papa Francisco: mais que ações e agendas pontuais, devemos centrar nossas atenções e esforços nas questões que podem gerar processos e desencadear efeitos de média e longa duração.
Cabe agora a toda a Arquidiocese (Regiões e Vicariatos Episcopais, organismos de Cúria, Outros organismos e expressões eclesiais arquidiocesanas, paróquias, pastorais, associações eclesiais, movimentos, novas comunidades) fazer o processo de recepção das orientações e propostas do sínodo, para traduzi-las em novas práticas de “comunhão, conversão e renovação missionária” de nossa Igreja em São Paulo. Da mesma forma que houve um envolvimento bonito das “bases” da vida eclesial nos primeiros encaminhamentos do sínodo, é indispensável que, agora, as orientações e propostas sinodais sejam acolhidas e re etidas por todos, iniciando-se logo um processo de implementação da “renovação missionária” de nossa Arquidiocese, grande “comunidade de comunidades”.
No nal de cada tópico desta Carta, são sugeridas algumas perguntas que podem servir de guia para as reuniões dos Conselhos, grupos, organismos e organizações pastorais.
1.
VIVER A COMUNHÃO ECLESIAL
Jesus pediu que a comunidade dos discípulos casse unida nele, como ele e o Pai estão unidos e, com o Espírito Santo, formam a comunhão de pessoas divinas. Assim, os membros da Igreja devem formar um só corpo bem unido; embora os membros, órgãos e funções do corpo sejam muitos, há uma única cabeça (cf Cl 1,18; 1Cor 12,27). Jesus pediu também que todos permanecerem unidos a ele, como os ramos à videira (cf Jo 15,1-11). E ensinou que, quando os discípulos estão unidos e se amam como irmãos, ele permanece no meio deles e se manifesta a eles (cf Jo 17,20-26).
A comunhão é essencial à Igreja e lhe confere vigor e credibilidade. As divisões, ao contrário, enfraquecem a Igreja, di cultam sua missão e fazem perder sua credibilidade. Por isso, devemos “guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Batismo, um só Deus e Pai de todos, acima de todos, no meio de todos e em todos” (Ef 4,3-6).
A comunhão na Igreja vai além da simpatia e das a nidades ideológicas, das questões raciais, étnicas, sociais e culturais. É questão de fé cristã e de delidade a Cristo e à Igreja, da qual fazemos parte. Convido todos a viverem a comunhão eclesial a partir da fé sobrenatural e a zelarem pela comunhão interna na Igreja, em todos os sentidos. Somos unidos pelos laços do amor de Deus, na família da Igreja, nas suas múltiplas expressões locais e na sua universalidade. Temos a mesma Palavra de Deus, a mesma Eucaristia, a mesma missão de testemunhar o Evangelho no mundo. Não cabem divisões no corpo da Igreja.
Numa Igreja-comunhão, todos membros são chamados a testemunharem a comunhão eclesial, evitando tudo o que possa introduzir divisões ou feridas na comunidade eclesial. Incentivemos e promovamos tudo o que possa contribuir para viver a comunhão na Igreja: os momentos de celebração e de confraternização, a atenção recíproca, o serviço e as reuniões pastorais, os diversos Conselhos e organismos de comunhão e participação na vida eclesial e em suas responsabilidades.
Cultivemos a comunhão visível na pro ssão da mesma fé, na oração em comum, na dedicação aos pobres, enfermos e todos os necessitados; celebremos a comunhão na Eucaristia dominical em torno do altar de nossa igreja paroquial, expressão sacramental da comunhão com Cristo e na Igre-
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ja. Vivamos a comunhão efetiva com o Papa, o Bispo e o Pároco, ministros da comunhão na Igreja em diversos níveis.
Como podemos cultivar e aprofundar a comunhão eclesial em nossas paróquias, comunidades, associações e grupos eclesiais? Que iniciativas concretas podem ser promovidas para crescer na comunhão eclesial?
2. CRESCER NO SENSO DE PERTENÇA À IGREJA E NA IDENTIDADE CATÓLICA
“Vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor 3,23). O sínodo con rmou o que já se suspeitava: os católicos de São Paulo estão pouco ligados à Igreja. Na média, apenas cerca de 6% deles frequentam a Igreja regularmente para a oração em comum, para ouvir a palavra de Deus e participar da Eucaristia. Outros 24% dos católicos vão esporadicamente à Igreja, mas sentem-se pouco ligados a ela. Os restantes 70% dos irmãos católicos não frequentam a Igreja e, por isso, dela nada recebem e já não se identi cam com ela. Isso é um problema sério e tem consequências para o futuro da sua fé e para a vida da Igreja.
O que pode ser feito em nossas famílias e comunidades em favor desses nossos irmãos, que deixam de participar da comunidade de fé e caminham sozinhos, ou em outras companhias, fora da nossa comunidade de fé? É frequentando a Igreja que se recebe o alimento da fé, o estímulo para a perseverança, o discernimento comunitário, à luz da fé, sobre os desa os diários da vida. É na comunidade de fé que se caminha com segurança e se partilham “as alegrias e tristezas, angústias e sofrimentos” e se recebe o bálsamo da consolação em Cristo e da esperança cristã. Quem se afasta do convívio da comunidade e se isola, ca fragilizado e se expõe a numerosos perigos.
A pesquisa para o sínodo mostrou que há um grande desconhecimento dos católicos em relação à Igreja e isso equivale também a um distanciamento em relação à Igreja. Como amar, o que não se conhece? Vale o adágio popular: “não se ama o que não se conhece”. E que dizer, quando o conhecimento é apenas exterior e distante, mais dos defeitos humanos da Igreja que das maravilhas que a graça de Deus opera nos Santos e em tantas pessoas sinceras e dedicadas no serviço de Deus e do próximo?
É preciso conhecer mais nossa Igreja “por dentro”, participando dela. A Igreja, como um todo, e em cada uma de suas comunidades e expressões, não é uma simples organização humana, uma simples “ONG do bem”: ela é “casa de Deus” e “habitação do Espírito Santo” (cf Ef 2,22). Somos membros do corpo de Cristo e pedras vivas do templo espiritual, que é a Igreja do Deus vivo (cf 1Pd 2,5). Sem xar nossa atenção apenas nos defeitos das pessoas eclesiásticas que conhecemos, é preciso conhecer mais e melhor a vida dos Mártires e dos Santos, que são os grandes cristãos e os membros mais quali cados da Igreja. Como precisamos crescer na fé e no amor à Igreja! Ela é o povo, ao qual pertencemos por laços sobrenaturais, nossa família espiritual, nossa mãe.
Lamentavelmente, somos também uma comunidade de pecadores, que muitas vezes dão o mau exemplo e escandalizam os outros. Mas somos todos chamados à conversão pessoal e comunitária ao Evangelho e aos caminhos de Deus, ao longo da vida inteira. Con amos Naquele que é o Santo e que nos chamou a sermos santos (cf 1Pd 1,15). Ele nos concede sua graça cada dia. Fiel ao Evangelho, a Igreja nos ensina a sermos sinceros, honestos, justos e misericordiosos para com todos, atentos e prontos para socorrer o próximo que sofre, sem discriminação de ninguém.
O chamado à santidade é a vocação de todos os cristãos e faz parte da identidade da Igreja. Quem deseja ver Deus precisa caminhar na santidade, vivendo a comunhão com Deus e o amor para com os irmãos. São João Paulo II, no início do novo milênio, ensinou que a busca da santidade deveria ser o grande programa pastoral do 3º milênio cristão. Isso requer o crescimento na fé e na delidade a Deus, a superação da surdez e indiferença em relação a Deus. Requer a vivência das virtudes humanas e cristãs, sobretudo o amor ao próximo, e o cumprimento dos nossos deveres sociais e religiosos.
Que fazer para que os paroquianos conheçam mais a própria Igreja e participem com alegria da sua comunidade de fé? Que iniciativas podem ser desenvolvidas nas comunidades e organizações da Igreja para que os católicos amem sua Igreja, malgrado suas limitações e falhas humanas? Que consequências deve ter para a vida de cada el esta parte do Credo: “creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”?
3. PROMOVER A CONVERSÃO E A RENOVAÇÃO MISSIONÁRIA
Recentemente, na sua viagem ao Congo e ao Sudão do Sul, o Papa Francisco falou aos jornalistas que nossa Igreja não é uma “empresa multinacional de bens espirituais”. Muitas vezes, porém, somos vistos assim. Talvez nós mesmos também passamos essa impressão sobre a Igreja. Nossas paróquias e comunidades, muitas vezes, se parecem com “unidades de serviço religioso e social”, à disposição de quem deseje usufruir de seus serviços. E cam esperando quem as procure para algum atendimento: uma missa, um batizado, um casamento, uma bênção, uma vela, uma esmola, uma cesta básica... As pessoas são estimuladas a darem seu dízimo e a cumprirem seus deveres. E assim, o povo acaba vendo a Igreja como “coisa do clero”,
sentindo-se pouco ou nada ligado à sua vida e missão. Passamos a ideia de sermos uma instituição pronta, xa, estabelecida, que só precisa ser cuidada e administrada. Será que vai bem essa maneira de ver a Igreja, ou de nos vermos? Naturalmente, devemos fazer tudo isso e mais algumas coisas, mas falta algo essencial.
A Igreja existe para a missão e precisamos reconhecer que, na prática, somos uma Igreja pouco missionária. Por isso, corremos o risco de perder a vitalidade, de envelhecermos e de nos fecharmos em nós mesmos. Olhemos para nossas comunidades: a quantas anda o espírito missionário e o interesse em transmitir a fé aos outros? Que trabalhos se fazem para ir ao encontro “das ovelhas perdidas e distantes” do rebanho de Jesus (cf Jo 10,16)? Dos católicos desvinculados da Igreja, ou “desigrejados”? Qual é o trabalho com adolescentes e jovens? Com a catequese? Com as missões “ad gentes” – para além de nossas fronteiras?
Somos chamados a uma conversão, muito necessária: a conversão pastoral e missionária em nossa Igreja. O sínodo arquidiocesano fez-nos ver que necessitamos de uma profunda “conversão e renovação missionária” em nossa Arquidiocese. A fé, geralmente, já não se transmite mais apenas por costume e tradição social. O fato é que muitos irmãos católicos, embora batizados, desconhecem inteiramente a sua fé e a prática da vida eclesial e não participam desta vida eclesial. Muitas crianças de nossas famílias já não recebem mais o Batismo, nem participam da catequese de iniciação à vida cristã. Os casamentos religiosos diminuíram drasticamente e as práticas da piedade popular pessoal e em família vão desaparecendo. Este estado de coisas requer um renovado esforço missionário em nossas próprias comunidades e estruturas eclesiais. Nossa Arquidiocese, nossas paróquias e comunidades tornaram-se “terra de missão”. O que fazer para que aconteça uma verdadeira conversão e renovação missionária nas nossas comunidades?
A Conferência de Aparecida nos chamou a atenção para essa realidade já em 2007, recomendando que não podemos contentar-nos com uma pastoral “de mera conservação”. Com palavras semelhantes, escreveu o Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013). Ao nosso redor, cresce o número daqueles que se tornaram religiosamente indiferentes e descrentes, mesmo tendo raízes católicas. E há que lembrar que o Evangelho não é destinado só para os cristãos, mas para toda pessoa, amada por Deus, e por quem Jesus derramou o seu sangue redentor na cruz. Nossas comunidades precisam reencontrar o ardor missionário, que as impulsione a transmitir aos outros, ao seu redor, a “herança espiritual” que receberam da Igreja! A Igreja somente se renovará quando se tornar mais missionária. Como reavivar em nossas paróquias e outras expressões de vida eclesial o trabalho missionário?
Como pode ser promovida uma verdadeira conversão missionária em nossas paróquias e comunidades? Como alcançar os batizados, membros da nossa Igreja, mas distanciados dela? Como ir ao encontro das muitas situações de dor, sofrimento e exclusão, levando a boa nova do Evangelho e o testemunho de uma comunidade samaritana para elas? Como trazer “sangue novo” para nossas comunidades, por vezes, cansadas e envelhecidas?
4. TORNAR MAIS MISSIONÁRIAS NOSSAS COMUNIDADES ECLESIAIS
É necessária uma urgente e profunda renovação missionária em nossas comunidades, pois Jesus Cristo fundou a Igreja para anunciar e testemunhar o Evangelho. Ela existe para a missão e, se não for missionária, deixará de ser a Igreja que Cristo quis. Por isso, a renovação missionária é questão de autenticidade e de delidade da nossa Igreja a Jesus Cristo. Não podemos compreender-nos como uma instituição que apenas se mantém e que já fez o que tinha que fazer. Em cada um dos seus membros, ela está em constante saída missionária, enviada ao encontro das pessoas e situações do mundo, como servidora do Evangelho e testemunha de Jesus Cristo e do reino de Deus.
A Arquidiocese de São Paulo é uma imensa “comunidade de comunidades missionárias” nesta Metrópole. E também cada paróquia é comunidade de comunidades e de múltiplas expressões missionárias. Toda organização administrativa e pastoral deve estar, antes de tudo, a serviço da vida e da missão da Igreja. O anúncio e o testemunho do Evangelho a todos, de muitos modos, são sua primeira e mais importante missão. É sua missão incessante, ajudar as pessoas a encontrarem Deus e se abrirem a ele mediante uma vida condizente com Deus.
Como comunidades eclesiais missionárias, precisamos preparar pessoas para os múltiplos aspectos da missão. Não será missionário, quem não é discípulo. Por isso, a boa formação cristã é imprescindível para crescermos como comunidades eclesiais missionárias. Não é só questão de formação intelectual, mas de uma experiência profunda do encontro com Deus, por Jesus Cristo, no dom do Espírito Santo. Formar bons cristãos, com a Palavra de Deus no coração, cheios de amor a Deus e ao próximo, eis a questão fundamental.
No desempenho da missão, a catequese inicial e permanente, e a constante boa formação nos ensinamentos da Igreja devem ocupar um lugar
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central na vida de cada comunidade da Igreja. Isso requer preparar lideranças, oferecer formação ao povo, sobretudo nos tempos fortes do Advento e da Quaresma, retiros querigmáticos para jovens e adultos, ainda pouco ou nada iniciados na fé e na vida cristã.
A atenção caridosa aos pobres, enfermos, idosos e a todos os necessitados, bem como aos enlutados é parte prioritária do serviço missionário estável e constante, que precisa estar organizado em cada comunidade da Igreja. As visitas domiciliares regulares são importantes e precisam ser promovidas sistematicamente nas paróquias. Pessoas podem ser preparadas especialmente para o ministério da visitação em cada paróquia. É preciso ir ao encontro daqueles que, por diversos motivos, não participam da vida da Igreja. A pesquisa feita no início do sínodo, em 2018, revelou que muitos católicos sequer conhecem o nome da própria paróquia, ou o endereço de sua igreja. Quanto campo missionário a ser trabalhado com urgência!
Na ação missionária, nunca podemos esquecer o vasto campo do mundo, onde o Evangelho ainda não foi anunciado, ou onde já foi esquecido de novo. Cada comunidade da Igreja, que já vive a alegria da fé e da esperança, precisa preocupar-se com a ação missionária entre as pessoas ainda não evangelizadas e apoiar, de muitas maneiras, o trabalho dos missionários que partem para “além fronteiras”.
As paróquias de nossa Arquidiocese são chamadas a assumir seu papel preponderante na vida e missão da Igreja. Elas são expressão local daquilo que a Igreja é no seu todo. São realidades de comunhão e ação missionária. O Documento de Aparecida as de ne como “lugares de formação de discípulos missionários” (cf DAp nº 301-313); elas são comunidades de comunidades, de famílias, pequenas comunidades, movimentos e outras realidades e expressões eclesiais. Tendo à frente os sacerdotes, com os Conselhos e lideranças corresponsáveis, elas são realidades riquíssimas e dinâmicas de vida eclesial concreta. Sem a conversão pastoral e a renovação das paróquias, a Igreja como um todo não se renova.
Que fazer para que nossas paróquias e demais expressões de vida eclesial sejam, de fato, comunidades missionárias, vivas e dinâmicas? Que iniciativas missionárias precisam ser desenvolvidas com maior urgência na paróquia?
5. PARTICIPAR DA VIDA E DA MISSÃO DA IGREJA
A partir do Batismo, participamos da graça divina e da vida da Igreja. Nossa participação na Igreja, antes de se traduzir na realização de tarefas e ações, expressa nossa condição de membros da Igreja. Participar é tomar parte nos bens da Igreja e em sua missão. Mais que um dever, é um direito e um privilégio, nossa participação na Igreja é graça, que decorre do fato de sermos lhos de Deus e membros da família de Deus. Somos o povo santo de Deus, reunido em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf LG 4); e temos parte na santidade da Igreja, nos méritos dos Santos e nas promessas de Deus.
Participar da Igreja quer dizer fazer parte da Igreja. Todos os batizados são chamados a ter parte nos bens da fé eclesial, nos bens espirituais e sobrenaturais da comunidade eclesial, a se alimentar da Palavra de Deus, a acolher e celebrar os Mistérios da fé nos Sacramentos. Daí é que a “participação” na vida da Igreja é dom de Deus e um verdadeiro privilégio que nos é dado a partir do chamado à fé. Participamos também da esperança cristã, que orienta nossa vida e nossos passos para o encontro de nitivo com Deus, para termos parte na vida eterna e no bem da salvação.
Como é importante redescobrir o signi cado da participação de todos na vida eclesial! É preciso superar certa relação individualista e mercadológica com a Igreja, como se ela fosse propriedade do clero, uma rede de serviços religiosos úteis para certas circunstâncias da vida. A participação precisa levar à renovação das expressões da vida comunitária em nossas paróquias. Todos os batizados devem “ter parte” e ser ajudados a compreender isso.
E assim entendemos melhor também o segundo sentido da participação, que é ter parte nas responsabilidades da vida e missão da Igreja. Muitos poderão participar de ações e responsabilidades especí cas na comunidade eclesial, conforme dons e carismas recebidos. O Espírito Santo distribui com largueza seus dons e carismas a todos os membros do corpo eclesial, para serem desenvolvidos e colocados a serviço da vida e missão eclesial.
Como fazer para que nossas comunidades, em todas as suas expressões, se tornem verdadeiramente participativas? O que fazer para que todos os católicos tomem parte na vida da Igreja e ninguém que distante ou excluído dela? Como valorizar as muitas formas de participação, a partir dos dons de cada membro da Igreja?
6. VALORIZAR A LITURGIA DO DOMINGO, DIA DO SENHOR E DA IGREJA
O Domingo é, por excelência, o dia da Eucaristia, da Palavra de Deus e da Igreja. Esta torna-se visível na celebração da Eucaristia pela comunidade de fé no Domingo, Dia do Senhor. Em nenhum outro momento ou situação compreendemos tão bem que a Igreja é, aqui e agora, a comunidade dos discípulos de Jesus, reunidos com ele, na unidade da Trindade Santa.
Na Eucaristia, o mistério da fé que professamos com palavras, é celebrado de modo ritual, com gestos, palavras, hinos, atitudes e simbolismos. É sempre o Pai que nos reúne o Filho que nos convoca e instrui com sua palavra e nos alimenta com o Pão da vida, e o Espírito Santo que age e dá e cácia à ação sacramental que a Igreja realiza. Na celebração da Eucaristia formamos uma comunhão de fé e amor, comunidade fraterna, sem distinção nem discriminação, e somos animados a professar a fé e a vivê-la no testemunho diário. Na celebração da Eucaristia dominical, a comunidade de fé é novamente enviada para as suas múltiplas missões no meio do mundo. A partir da Eucaristia dominical, o povo de Deus dispõe-se para a caridade pessoal e comunitária.
Talvez não seja necessário lembrar que a celebração da Liturgia dominical deve ser bem preparada, em todos os seus aspectos, por quem preside e pelos que participam da equipe de celebração. É necessário preparar bem os cantos, e que sejam adequados à Liturgia. Os leitores e demais servidores da celebração devem fazer bem a sua parte, em benefício da comunidade celebrante. É necessário retomar a formação litúrgica do povo todo, como orientou o Papa Francisco (Desiderio desideravi, 2022). Os horários das celebrações da Missa dominical precisam ser adequadas e su cientes para que o povo possa cumprir bem esse seu dever. Também vale a pena recordar que é importante fazer uma boa acolhida das pessoas e criar um ambiente de fé e fraternidade para a celebração.
O Domingo é, por excelência, o dia da comunidade. Por isso, devem ser evitadas as celebrações “privadas” de grupos, a não ser em ocasiões especiais. De fato, no Domingo, todas as pessoas, famílias e grupos de todo tipo deveriam reunir-se e celebrar na grande comunidade, cultivando os laços de comunhão eclesial, a fraternidade e o senso de pertença e participação na Igreja, povo santo de Deus. Além disso, quem mais recebeu em dons, carismas e formação cristã, não deve isolar-se em grupos seletos, mas oferecer seus dons e sua participação generosa nas mais variadas necessidades pastorais da paróquia, a grande comunidade de fé, que necessita desses dons e carismas para o seu bem e crescimento.
A preparação para a celebração dominical já pode começar na família, com uma oração da manhã e uma das leituras da missa dominical em família. Muitas famílias já fazem isso e, assim, as crianças e adolescentes, são envolvidos desde logo na oração em comum, feita em família, que depois vai se estender à Missa na comunidade paroquial. Após a missa dominical, as comunidades paroquiais também pensem em criar e oferecer um momento de convívio fraterno, para criar maior entrosamento entre os participantes da Missa dominical. Isso pode trazer muito fruto para a vida das comunidades. Se queremos renovar a vida das nossas comunidades eclesiais, demos maior valor à Missa dominical, centro da semana.
Pela pesquisa do sínodo e o levantamento paroquial (2018) cou claro que a participação dos católicos na Missa dominical em São Paulo é muito baixa. Os católicos que participam da missa regularmente nos domingos e dias santos de guarda não passam de 6% do total de católicos da Arquidiocese. Por quais motivos isso acontece? A vida cristã, é verdade, não se resume à participação na Missa dominical. Mas sem essa participação a vida cristã desaparece. Em todas as igrejas paroquiais, além disso, deve ser oferecido, ao menos, um horário de missa diária durante a semana. Mesmo com poucos os participantes, é importante que isso seja feito, em horário adequado à participação do povo. A divulgação da missa diária nas paróquias ajudará a aumentar a participação do povo.
Não basta lamentar que o Domingo tenha sido assimilado pelas mais variadas ocupações e propostas de lazer ou trabalho da sociedade de consumo. Precisamos pensar concretamente como os católicos podem recuperar o sentido cristão do Domingo e da participação na celebração da Eucaristia. A participação na missa dominical segue sendo um dever para todos os católicos que não estejam legitimamente impedidos de o fazer. Que fazer, para recuperar o sentido cristão do Domingo, Dia do Senhor e da Comunidade? Que fazer para que isso aconteça na prática?
7. SER TESTEMUNHAS DE DEUS NA CIDADE: A MISSÃO DOS LEIGOS
Antes de se elevar ao céu, Jesus encarregou os apóstolos e a Igreja de serem suas testemunhas no mundo: “sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, até os con ns da terra” (At 1,8). O testemunho missionário dos cristãos é exercido mediante a vida cristã assumida em todas as suas dimensões. Nesse sentido, precisamos valorizar os sinais externos de nossa presença na cidade de São Paulo. Que cada igreja, capela, colégio, instituição e organização católica manifeste “o bom perfume de Cristo” no seu espaço e ambiente (cf 2Cor 2,15). A caridade misericordiosa, pessoal e comunitária, é um grande testemunho do Evangelho.
Proclamamos que “Deus habita esta Cidade e que somos suas testemunhas”. Isso não é frase de efeito, nem palavra vazia, mas pro ssão de fé e reconhecimento da missão que nos cabe. Por isso, a presença da Igreja, instituição e pessoas, deve fazer alguma diferença na cidade, no bairro, quarteirão, condomínio e ambiente onde se encontra. A presença dos ca-
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tólicos e dos elementos simbólicos da nossa fé (os sinais, templos, capelas, casas religiosas, obras sociais, escolas e instituições de educação etc) deve irradiar a luz, o sal e o fermento do Evangelho nos espaços e ambientes da cidade de São Paulo.
Nesse sentido, é desejo valorizar a presença e participação dos cristãos leigos na vida da Igreja e em todas as instâncias da vida social e nas responsabilidades sociais e públicas. Esse é o lugar privilegiado para o exercício da sua vocação dos cristãos leigos, como “missionários do Evangelho no mundo”. São eles que vão levar “o bom perfume de Cristo” aos ambientes mais diversos do convívio e da ação humana, inserindo a luz, as sementes e o bom fermento do Evangelho do reino de Deus nas estruturas do mundo e contribuindo para a edi cação do convívio humano na justiça, paz, solidariedade e respeito.
Que imensas possibilidades os leigos têm para exercerem sua missão! Mas em nossas comunidades, eles devem receber o alimento da fé, o estímulo, a formação e o acompanhamento pastoral. É preciso que nossas comunidades dediquem especial atenção à formação cristã dos leigos. Precisamos promover métodos viáveis de formação dos leigos para sua ação no mundo, segundo as suas múltiplas capacidades, dons e carismas. Os leigos também são corresponsáveis pela vida interna da Igreja, onde participam, de muitos modos, da vida e missão da Igreja, segundo as suas competências próprias. O Papa Francisco, falando aos Presidentes das Comissões Episcopais para o laicato e os referentes nacionais das organizações laicais (18.02.2023), disse que a Igreja é “o povo de Deus em missão” e que “os leigos não são hóspedes da Igreja”, mas membros a pleno título. Quanto ainda precisamos caminhar nessa direção!
Nossas comunidades precisam renovar a formação de suas lideranças para animar a evangelização e a vida pastoral, e isso é missão preponderante dos párocos e demais sacerdotes. Como fazer isso? Quantas iniciativas e momentos de formação, propriamente ditos, são oferecidos ao povo durante o ano? O que pode ser feito para que nossas comunidades paroquiais e as demais expressões de vida eclesial sejam “testemunhas de Deus na cidade” de maneira mais clara e eloquente? Todos os cristãos são discípulos de Jesus e dele receberam a missão de serem suas testemunhas. De que maneira os cristãos leigos podem melhorar o seu testemunho cristão na cidade de São Paulo?
8. PRIORIZAR A CATEQUESE E A FORMAÇÃO CRISTÃ
A catequese é o processo da iniciação à vida cristã e do progressivo aprofundamento e amadurecimento na vivência da fé. Embora relacionemos, geralmente, a catequese com a infância e a adolescência, o processo catequético estende-se a todas as idades. Sem deixar de concentrar os maiores esforços à boa catequese na infância e adolescência, é preciso dar uma atenção especial também à catequese de adultos.
A pesquisa do sínodo revelou que a catequese anda em crise e precisa ser retomada e aprofundada em nossa Arquidiocese, em todas as suas paróquias e demais expressões de vida comunitária. O número de crianças que participam da catequese ca bem distante do número de crianças em idade de catequese das famílias católicas das paróquias. Provavelmente, trata-se de crianças e adolescentes que carão sem catequese alguma. Por haver poucas crianças e adolescentes, geralmente, também há um número reduzido de catequistas nas paróquias. Há disparidade nos tempos da catequese sistemática antes dos sacramentos de iniciação à vida cristã e uma grande diversidade de métodos e de material de apoio à catequese, nem sempre com a necessária supervisão de quem é responsável pela catequese: o pároco e o bispo.
A catequese é essencial no processo de evangelização, na transmissão da fé cristã e na gradual iniciação e inserção na prática da fé e da vida eclesial. Sem uma boa catequese, o futuro da transmissão da fé e da vida eclesial ca seriamente comprometido. Por isso, como propósito sinodal, cada paróquia avalie como está a sua catequese, em relação ao número de catequistas e se o número de catequisandos é adequado ao número de membros da paróquia. Avalie também os espaços físicos reservados à catequese, os horários oferecidos, os materiais e os métodos adotados. Poderá ser necessário um “mutirão catequético” na paróquia, para oferecer a participação na catequese a um maior número de interessados: crianças, jovens e adultos. Observo que a catequese feita em escolas e colégios também precisa ser acompanhada pelo Pároco; para ser adequada, também essa catequese precisa levar a uma progressiva inserção na vida da Igreja nas comunidades paroquiais.
A Arquidiocese de São Paulo assume o propósito de reorganizar a catequese, mediante a ajuda da coordenação arquidiocesana e regional, reelaborando as diretrizes arquidiocesanas para a catequese. Desejo destacar o papel insubstituível do Pároco na animação e coordenação da catequese em cada paróquia. Mediante uma Escola Catequética, a Arquidiocese propõe-se a oferecer boa formação aos catequistas. Muitos deles poderão, aos poucos, também receber o ministério laical de catequistas, conforme orientações da Igreja (Carta Pontifícia Antiquum Ministerium, CNBB e orientações arquidiocesanas). Para assegurar melhor qualidade e unidade à catequese, a Arquidiocese propõe-se igualmente a adotar um material catequético adequado para as paróquias.
Que fazer, para dar à catequese a importância e o espaço que ela precisa ter em nossas comunidades? Como alcançar as crianças e adolescentes de famílias católicas e os adultos, que estão fora da catequese?
9. VALORIZAR A FAMÍLIA, IGREJA DOMÉSTICA
A família foi sempre muito importante na vida e missão da Igreja. Isso já aparece no testemunho da Igreja apostólica. São Paulo elogia a fé de Timóteo, recebida da sua mãe Eunice e da avó Loide (cf 2Tm 1,5). Ao longo dos séculos, as famílias cristãs foram as principais zeladoras e transmissoras da fé às novas gerações. Hoje, a instituição familiar passa por sérias crises, que não poupam muitas famílias católicas. A Igreja não as desconhece e quer estar perto das famílias em suas di culdades para ajudá-las. E, também aquelas famílias que têm problemas e cuja constituição não está em conformidade com o ensinamento da Igreja sobre o matrimônio e a família, são amadas por ela e são chamadas a viver a fé no núcleo familiar e a transmitir a fé aos lhos.
A família cristã, que vive e testemunha a fé, é a célula básica da vida eclesial. Onde dois ou mais estão reunidos em nome de Deus, rezam, praticam a caridade e as virtudes do Evangelho, aí estão presentes elementos importantes da vida eclesial. Precisamos valorizar os elementos da religiosidade, da oração, da caridade e da vivência da fé na “Igreja doméstica”. A família, porém, não basta a si mesma, mas precisa inserir-se na vida da grande comunidade eclesial e caminhar com ela. Da comunidade de fé, a família recebe o alimento da fé, a solidariedade fraterna e o estímulo da caridade, da esperança e o apoio dos irmãos. Por isso, é importante que as famílias sejam chamadas e acolhidas e participem ativamente na vida das comunidades paroquiais e nas diversas iniciativas da vida eclesial.
Dos casais e famílias cristãs, a Igreja espera que vivam e testemunhem a fé, encaminhem os lhos para o Batismo e, já em família, façam a progressiva iniciação e inserção na vida cristã e eclesial. Que se valorizem os momentos de devoção e os gestos de piedade popular em família, envolvendo nisso os lhos, desde pequenos. As orações e testemunhos de fé aprendidos em família não se esquecerão mais. Os pais não deixem de ensinar aos lhos pequenos as primeiras orações e gestos da fé; levem os lhos à Igreja e os encaminhem à catequese na comunidade paroquial. Felizes, aqueles pais que acompanharem seus lhos nos primeiros passos de sua inserção na vida cristã e eclesial. E, mais felizes ainda, se os acompanharem até à participação plena na vida eclesial, mediante a crisma e o matrimônio cristão!
Da parte das comunidades da Igreja, não se deixe de organizar a pastoral da família, dos adolescentes e jovens. Sem jovens, o futuro da Igreja ca comprometido! É necessário que haja uma atenção carinhosa às famílias, sobretudo àquelas que passam por maiores di culdades. Que haja um acompanhamento acolhedor aos jovens, para que sintam a Igreja como sua casa e sua família. É necessário falar-lhes sobre o matrimônio e a formação de uma família cristã, valorizando a vocação ao casamento e à família. Nas paróquias, seja feito um trabalho sério para destacar o valor e a beleza da celebração do matrimônio cristão na própria comunidade de fé, não cedendo facilmente à mercantilização da celebração do matrimônio e aos modismos do momento.
A aliança entre Igreja e família é de grande valor para ambas as partes. Da Igreja, a família recebe amparo e sustento na fé, orientação para a vida humana e cristã e um ambiente de partilha e convívio enriquecedor. E a família, que é parte da Igreja, presta um serviço importante ao testemunho e à transmissão da fé às novas gerações. Que essa aliança se renove e fortaleça em nossas comunidades.
Na sua paróquia e comunidade existem quais iniciativas para dar suporte e formação às famílias? Para preparar os jovens em vista do casamento? Que iniciativas podem ser desenvolvidas para acolher as famílias na Igreja? O que as famílias precisam fazer para serem verdadeiras “Igrejas nas casas”?
10. PROMOVER A CARIDADE PESSOAL E COMUNITÁRIA
A vida cristã e eclesial é fruto do amor de Deus e deve se expressar no amor a Deus e ao próximo, conforme recomendação de Jesus aos apóstolos: “Nisto conhecerão todos que vós sois meus discípulos: se tiverdes amor uns para com os outros (...) Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (cf Jo 13,35; 15,12). Amor a Deus e ao próximo são inseparáveis. Nossa fé mostra-se verdadeira, e não vazia, quando ela “opera pela caridade” (Gl 5,6). A prática da caridade não é opcional para os cristãos, mas um “mandamento” de Jesus para todos os seus discípulos (cf Jo 13,34-35; 15,17).
São Paulo reconhece que, numa comunidade, podem existir pessoas com dons, capacidades e responsabilidades diversas: ser apóstolo, profeta, mestre dos outros na fé, fazer curas e outros milagres, falar e interpretar línguas diversas. Podem também existir pessoas muito religiosas, parecendo ter fé, ou que fazem muita benemerência e até praticam atos heroicos Mas se tudo isso não for motivado pela caridade sincera, de nada vale, servindo só para a vaidade própria. Entre as virtudes da fé, esperança e caridade, a maior delas é a caridade (cf 1Cor 12,27-13,13).
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Certamente, há muitíssimas formas de praticar o amor ao próximo, bastando ter sensibilidade e coração aberto diante das necessidades e sofrimentos do próximo. Em muitos casos, a caridade consistirá na prática das obras de misericórdia, socorrendo as necessidades e sofrimentos mais imediatos dos irmãos (cf Mt 25,31-46). Outras vezes, a caridade se traduzirá no respeito pela dignidade de cada pessoa, no serviço prestado, nas relações fraternas e atenciosas, na dedicação amorosa e na valorização de cada pessoa, lho ou lha de Deus, nas relações sociais dignas e na promoção da justiça social. O que não podemos deixar de fazer é amar o próximo, não importando quem ele seja.
Em nossas comunidades, o incentivo à prática pessoal da caridade deve ser constante, de maneira que isso se torne uma virtude de cada lho da Igreja e também de quem não é católico ou cristão. Para todos, a salvação passa pelas vias da caridade e das obras de misericórdia. A prática da caridade deve fazer parte da iniciação à vida cristã e eclesial. Além de pessoal, a caridade também precisa ser organizada, para ser mais e caz e para estimular muitos a aderirem a ações concretas de serviço e caridade. A organização da caridade pode acontecer através de muitas iniciativas e organizações espontâneas ou instituídas nas comunidades da Igreja: obras sociais, iniciativas em favor de pessoas e grupos necessitados de socorro e assistência; iniciativas emergenciais, para socorrer situações decorrentes de catástrofes; através do voluntariado, no qual as pessoas podem se colocar à disposição para ações e iniciativas caritativas, de acordo com a sua formação pro ssional.
Em nossas comunidades há três grupos que merecem nossa atenção especial: os pobres em geral, os enfermos e os enlutados. Estes receberam sempre a atenção amorosa de Jesus e, por isso, todas as formas de vida eclesial também devem ter suas organizações para estar com os pobres, os enfermos e os enlutados. A caridade organizada faz aparecer melhor o testemunho cristão: “brilhe a vossa luz diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glori quem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5,16). Em todas as nossas comunidades deve haver expressões de caridade organizada.
É importante que as comunidades da Igreja se solidarizem com as comunidades mais pobres, partilhando de seus recursos com elas, para que elas também possam desenvolver bem sua missão essencial. Paulo, no início do Cristianismo, já deu o exemplo, fazendo uma coleta entre as comunidades da Ásia Menor para socorrer as necessidades da comunidade-mãe de Jerusalém. Como ensinou S.Paulo, “a caridade começa em casa” (cf 1Tm 5,8). O mesmo Paulo realizou uma coleta entre as comunidades da Ásia Menor e da Grécia para socorrer a comunidade empobrecida de Jerusalém (cf 2Cor 8-9). Temos grande disparidade de recursos entre as paróquias de nossa Arquidiocese. Nessa mesma perspectiva, devemos compreender também as diversas coletas para as diversas necessidades Igreja como um todo, ao longo do ano. A Igreja é maior que nossa paróquia e arquidiocese, e devemos ter a compreensão e a sensibilidade em relação às ajudas, para onde for necessário.
Quais são as expressões de caridade organizada em nossas paróquias e comunidades? Como podemos motivar o povo a aderir mais a essas iniciativas? Sua paróquia/comunidade presta ajuda a alguma outra paróquia ou comunidade? Ou recebe ajuda de alguma outra paróquia ou instituição?
11. PREPARAR ANIMADORES DA VIDA ECLESIAL: CLÉRIGOS E OUTROS AGENTES DE PASTORAL
A Igreja, “povo de Deus”, tem em Jesus Cristo o Pastor dos pastores e das ovelhas (cf Jo 10,11-16), “o grande pastor das ovelhas” (Hb 13,20), “o pastor e guardião de vossas vidas” (1Pd 2,25). O serviço do Bom Pastor é exercido na Igreja e na humanidade de diversas maneiras, conforme dons, carismas e missões recebidas do Espírito Santo. Todo serviço pastoral dos ministros ordenados, dos religiosos e consagrados e dos cristãos leigos decorre da missão de Jesus Cristo e deve ser exercido com as atitudes, nos sentimentos de Jesus Cristo, o Bom Pastor.
O sínodo revelou grande apreço pelos serviços pastorais em nossa Igreja, quer aplaudindo aqueles que são realizados bem, quer manifestando-se em relação aos serviços não exercidos bem, e até ausentes nas comunidades. O serviço pastoral, nas suas diferentes dimensões e competências, precisa ser exercido com dedicação e amor generoso e com a preparação su ciente dos que o exercem. A animação da vida eclesial nas comunidades depende do serviço dos ministros ordenados (clérigos), da atuação e do testemunho dos religiosos e consagrados e do engajamento e participação de todos os batizados nas competências e instâncias que lhes são próprias.
A Igreja será tanto mais viva e dinâmica, quanto mais for bem servida e animada por pastores bons e organizada para suscitar a participação ampla dos éis leigos e das múltiplas expressões organizadas dos éis no exercício pastoral. As responsabilidades dos serviços pastorais nas comunidades não podem car restritas ao clero. É importante que existam e funcionem os Conselhos e demais organismos de corresponsabilidade pela vida pastoral, em todas as suas dimensões. Os leigos precisam ser
orientados e estimulados à participação na vida eclesial e nas responsabilidades pastorais. Da mesma forma, as organizações de éis devem colocar-se a serviço da evangelização e da vida pastoral organizada em nossas paróquias e comunidades.
A pesquisa (2018) e o desenvolvimento do sínodo arquidiocesano mostraram um dé cit signi cativo na formação geral do povo em nossas comunidades e, ainda mais, de formação de novas lideranças para a animação da vida pastoral. Ao mesmo tempo, é preciso abrir espaços para a participação de novas lideranças nos diversos âmbitos das responsabilidades pastorais. As comunidades da Igreja também devem estar atentas à formação de leigos e leigas, não apenas para atividades internas da Igreja, mas para a presença cristã no mundo e a participação nas responsabilidades sociais e públicas. É crucial retomar decididamente a formação de lideranças pastorais nas comunidades da Arquidiocese mediante cursos e orientações coerentes com o plano pastoral e com as normas e diretrizes da Igreja para a evangelização e a vida eclesial e social. As paróquias unam-se para as iniciativas de formação do povo e de lideranças pastorais e comunitárias, ajudando-se reciprocamente.
Por sua vez, a formação inicial e permanente do clero foi apontada com ênfase nos diversos momentos do sínodo. A pastoral das vocações deve ser assumida em cada paróquia e os sacerdotes precisam ser os primeiros animadores vocacionais em suas comunidades. A oração pelas vocações e o apoio ao Seminário e à formação sacerdotal é dever de todos. Que bom seria, se em cada paróquia fosse acompanhado um pequeno grupo de possíveis vocacionados ao seminário ou à vida religiosa consagrada! O Papa S.João Paulo II ensinou que “a vocação é dom de Deus providente a uma comunidade orante (Pastores dabo vobis). Oremos, pois, com fé e con ança, e façamos a nossa parte!
O Diretório arquidiocesano para a formação inicial dos sacerdotes, nos seminários e espaços acadêmicos, precisa ser revisto e atualizado, conforme as orientações mais recentes da Igreja. Mas também a formação continuada do clero precisa ser vista com renovada atenção e interesse, uma vez que os clérigos são os maiores corresponsáveis, com o bispo, pela vida da Igreja na Arquidiocese e responsáveis diretos pela animação vida e missão da Igreja nas comunidades.
Nossas comunidades e igrejas, mais que “pontos de atendimento religioso”, precisam ser realidades de acolhida comunhão, alimentação da fé e centros de irradiação do Evangelho e do testemunho da vida cristã. Ao mesmo tempo, nossas comunidades católicas necessitam interagir com o ambiente, onde se encontram enraizadas. Ali devem ser luz, sal e fermento do Evangelho nas comunidades humanas e nas realidades sociais, das quais fazem parte. Uma paróquia e comunidade católica precisa fazer alguma diferença no seu ambiente, fora dos espaços da vida interna da Igreja. É nas realidades locais que a “Igreja em saída” pode acontecer mais e cazmente.
Nunca devemos esquecer, no entanto, que o principal “agente pastoral” da Igreja é o Espírito Santo, “alma e guia da Igreja”. Por isso, na animação da vida pastoral, a oração e a Eucaristia dominical devem ter a primazia. A vida pastoral e as ações eclesiais só terão fruto se forem fecundadas pela graça do Espírito Santo.
O que pode ser feito para implementar a formação cristã do povo nas paróquias e comunidades? Como está a pastoral das vocações na paróquia e comunidade? O que pode ser feito para valorizar a vocação de todos os batizados?
12. FAZER COMUNICAÇÃO EVANGELIZADORA
A evangelização é ação comunicadora do Evangelho, de muitas formas e com muitos modos e meios. A Igreja tem dado especial importância à evangelização através dos meios de imprensa e de comunicação social, das mídias sociais e das novas formas de comunicação. Nesses “ambientes”, a presença e o testemunho cristãos de boa qualidade não podem estar ausentes. Assim também, sua mensagem e seu testemunho podem chegar mais longe e alcançar mais pessoas e a Igreja pode cumprir melhor e mais e cazmente a sua missão: “ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).
No sínodo, também foi observado várias vezes que a comunicação interna da Igreja é de citária. Temos um conteúdo excelente para comunicar, mas nossos modos de comunicar e nossos instrumentos de comunicação deixam a desejar. Isso pode se referir tanto às homilias, ao uso inadequado do microfone e da aparelhagem de som nas igrejas, ao excesso de ruído nas celebrações, à escassa comunicação da mensagem cristã pelas mídias sociais, ao uso ainda reduzido da comunicação digital a serviço da pastoral e da evangelização. Ainda há muitas potencialidades pouco ou nada exploradas! Não precisamos alcançar o mundo todo, nem a cidade inteira, mas sim a todos os membros de nossas comunidades com modos e cazes e até pouco custosos de comunicação. A boa comunicação começa com o bom acolhimento a todos em nossas secretarias paroquiais, celebrações e reuniões. O visual de nossos ambientes de celebração e reunião e
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a apresentação pessoal de quem preside e coordena também comunicam uma mensagem.
No entanto, não se trata apenas de usar bem os variados meios e modos de comunicar, a serviço da evangelização e da pastoral. Também é preciso desenvolver sempre mais o senso crítico em relação ao uso dos meios de comunicação e às mensagens veiculadas. Nem tudo o que circula no mundo da comunicação é construtivo para o sadio convívio humano. A comunicação deve ser serviço à verdade e ao bem comum e jamais se prestar a espalhar falsidades e a gerar discórdia, ódio e violência. A formação do senso moral, em vista da edi cação do bem comum, será um auxílio importante para a compreensão crítica do mundo da comunicação.
Além disso, a Igreja, e cada cristão em particular, comunicam mediante o seu modo de ser e de estar no mundo. Jesus Cristo, “imagem visível do Deus invisível” (cf Cl 1,15), comunicava o reino de Deus aos homens em tudo o que dizia e fazia. S.Paulo recordou aos éis da comunidade de Corinto que eles são “carta de Cristo, redigida, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo” (2Cor 3,3). Os discípulos de Jesus são enviados a comunicar “boas novas” ao mundo, que contribuam para que o reino de Deus seja acolhido e transforme a vida. Qual é a imagem e mensagem que nós comunicamos ao mundo, enquanto Igreja? Nossas boas ações e iniciativas, certamente, são “carta” que comunica uma mensagem boa. Mas nossas divisões, invejas e rixas internas, bem como nossa falta de vibração e entusiasmo podem estar comunicando mensagens diversas e de pouca credibilidade.
Por isso, é importante que nossas organizações arquidiocesanas, paróquias, comunidades e grupos eclesiais zelem pelo bom nome da Igreja e de cada organização da Igreja. A retidão moral de cada um na vida pessoal e social, bem como o interesse em participar da edi cação do bem comum precisam fazer parte da nossa comunicação testemunhal positiva. A caridade, o interesse de uns pelos outros e a ajuda recíproca devem ser marcas das nossas comunidades e do nosso testemunho pessoal. Nossas celebrações feitas bem, nossas igrejas e lugares de celebração bem arrumados, a acolhida a quem chega, os nomes visíveis dos nossos templos, nossa atitude digna, como convém a discípulos de Cristo – tudo isso é comunicação e mensagem, mesmo sem palavras.
Que mensagem passamos ao mundo com jeito de nossa paróquia? Como podemos melhorar nossa “comunicação” a serviço da boa mensagem da Igreja? Que iniciativas podem ser desenvolvidas?
13. ORGANIZAR A PASTORAL COMO UM SERVIÇO À VIDA E À MISSÃO DA IGREJA
Nossa Arquidiocese tem uma grande estrutura e organização pastoral e, por vezes, ela pode parecer demasiado pesada. Se é certo que a Arquidiocese precisa de boa organização pastoral, é certo também que esta deve estar adequada à evangelização e à vida pastoral, e não o contrário. Estão a serviço da Arquidiocese, como um todo, o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, com o Conselho de Pastoral e as Coordenações Pastorais. Cada Coordenação Pastoral agrupa um certo número de “pastorais” ou de outras organizações, iniciativas ou grupos de nível arquidiocesano. Isso se replica de forma semelhante nas Regiões Episcopais e nos Vicariatos Pessoais e Ambientais. Em muitos casos, o mesmo modelo é reproduzido em âmbito de Setor Pastoral. E temos a Paróquia, com as suas múltiplas organizações e expressões de vida e ação pastoral.
Toda essa grande estrutura pastoral precisa de uma avaliação e, talvez, de reformulação, para que seja menos pesada e mais e ciente. Nunca se deve perder de vista que a Igreja é formada, antes de tudo, por pessoas que acolhem e vivem a fé a partir da Palavra de Deus e da Igreja. Não devemos correr o risco de colocar as estruturas e organizações acima dessa base primeira e fundamental da Igreja. A sua organização deve ajudar para o melhor cumprimento da vida e missão da Igreja: o anúncio e o testemunho do Evangelho, a celebração dos mistérios da fé e a caridade. Toda organização pastoral e administrativa também deverá expressar a “comunhão, conversão e renovação missionária” de nossa Arquidiocese.
Em vista do acima exposto, a organização pastoral da Arquidiocese deverá ser melhor avaliada e reorganizada sob alguns aspectos na fase pós-sinodal, isso inclui também algumas reformulações administrativas, que se fazem necessárias. Mas é fundamental que cada membro da Igreja tenha clara consciência e assuma em primeira pessoa a sua responsabilidade na animação da vida da Igreja na parte que lhe compete. Dos Párocos, Administradores e Vigários Paroquiais é esperada a dedicação generosa e integral no serviço das comunidades a eles con adas. Aos membros dos organismos pastorais arquidiocesanos e regionais pede-se a generosa colaboração na animação da vida pastoral da Arquidiocese. O Arcebispo, os Bispos Auxiliares e os demais Vigários Episcopais, assumem o compromisso de acompanhar de perto as comunidades, mediante as visitas pastorais e outras iniciativas para manifestar a sua proximidade para com o povo santo de Deus na Arquidiocese.
A organização pastoral que temos na Arquidiocese pode ser melhorada?
Em quais pontos especi camente? Há sugestões para uma organização pastoral diferente, mais ágil e efetiva? Na sua paróquia, comunidade e grupo, a organização pastoral está boa? O que poderia, ou deveria, ser mudado para dar mais fruto à vida e à missão da Igreja?
14. ALGUMAS QUESTÕES ESPECÍFICAS PARA A FASE PÓS-SINODAL
As propostas sinodais retratam a percepção que veio sendo manifestada ao longo do processo sinodal, em relação à organização e supervisão pastoral e administrativa da Arquidiocese. Essas propostas encontram-se aqui anexas e devem ser levadas em conta na fase pós-sinodal. Destaco aqui algumas questões, que precisarão ser trabalhadas por comissões especí cas e com o auxílio de peritos, para serem depois aprovadas por quem de direito.
14.1. Reformulação da estrutura organizacional da Pastoral na Arquidiocese. O Documento de Aparecida recomendou mudar e até abandonar certas estruturas e práticas que já não são adequadas para o melhor serviço à evangelização e à vida eclesial. Assim, é preciso reorganizar o conjunto do acompanhamento pastoral, expressado com Organograma de Pastoral e também rever a forma de acompanhamento pastoral da Arquidiocese. É preciso pensar como acompanhar de maneira mais e caz a vida das paróquias, “comunidades de comunidades”, organizações e iniciativas de evangelização e pastoral. A constatação é que os Setores pastorais, na atual con guração, geralmente, não conseguem realizar bem a sua função. Isso requer uma avaliação e decisão consequente.
14.2. Elaboração de um Diretório da Pastoral. A Arquidiocese carece de um Diretório da Pastoral, que de na e especi que as organizações e as competências no âmbito pastoral. Precisamos de um Diretório da Pastoral, que seja a referência comum para a organização pastoral na Arquidiocese de São Paulo.
14.3. Revisão e adequação do Plano de Manutenção da Arquidiocese. O atual Plano de Manutenção precisa ser revisto e atualizado em diversos pontos. No decurso dos anos, várias “questões novas” foram aparecendo na vida administrativa da Igreja e da sociedade, que precisam ser devidamente assimiladas e contempladas no Plano de Manutenção.
14.4. Atualização do Diretório dos Sacramentos. O Diretório deve ser a referência comum para toda a Arquidiocese no que se refere à pastoral dos Sacramentos. Diversos aspectos do Diretório dos Sacramentos precisam ser revistos e atualizados, para seguir as atuais orientações da Igreja.
14.5. Elaboração de um Diretório Litúrgico para a Arquidiocese. A Arquidiocese segue a Disciplina litúrgica da Igreja e as orientações próprias da Conferência Episcopal, oferecidas pelo Diretório Litúrgico da CNBB. No entanto, há questões de pastoral litúrgica próprias da Arquidiocese, que precisam ser recolhidas num Diretório Litúrgico arquidiocesano.
14.6. Elaboração de um Regimento da Cúria Metropolitana. A Cúria é o órgão de governo da Arquidiocese, com seus serviços e atribuições: Vigário Geral, Coordenador ou Moderador da Cúria, Chancelaria, Mitra arquidiocesana. Economato, Secretariado de Pastoral, Tribunal Eclesiástico, Arquivo Metropolitano, Regiões e Vicariatos Episcopais. Tudo isso tem seu funcionamento próprio e regulado; mas é preciso estabelecer isso num Regimento, para a clareza, a funcionalidade harmônica e o conhecimento de todos.
14.7. Criação de um Vicariato Episcopal para a Área da Saúde. A pastoral dos doentes e da saúde tem grande importância na evangelização e no serviço pastoral. Para cumprir bem sua função, essa pastoral precisa ser bem organizada e acompanhada, com a formação de agentes pastorais correspondentes. Com a graça de Deus, a Arquidiocese já está conseguindo ter mais presença e atuação nesse âmbito delicado e importante. Por isso, a assembleia sinodal arquidiocesana manifestou um consenso amplo sobre a criação de um Vicariato Episcopal para a área da saúde em nossa arquidiocese e isso deverá ser levado em conta na fase pós-sinodal.
14.8. Criação de um Vicariato Episcopal para a Catequese. A catequese é uma das preocupações e ações primordiais na evangelização. Sem uma boa catequese, a transmissão da fé e a iniciação à vida cristã e eclesial passam a sofrer de inanição e a vida da Igreja entra em colapso. A catequese deve ser a preocupação pastoral primordial dos párocos e de toda a comunidade eclesial a eles con ada. Para promover a boa catequese, são necessários muitos esforços conjugados, quer para a organização, a supervisão, a formação dos agentes da catequese e a indicação dos textos de apoio à catequese. A assembleia sinodal arquidiocesana propôs também, com amplo consenso, a criação de um Vicariato ambiental para a Catequese em nossa Arquidiocese. Isso deverá ser objeto de estudo atento, de discernimento e de decisão na fase pós-sinodal.
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14.9. Revisão e adequação do Diretório Arquidiocesano da Formação Presbiteral. A formação inicial do clero, nos seminários da Arquidiocese, já possui um Diretório, baseado nos Documentos e diretrizes do Magistério Pontifício e Episcopal (CNBB e Arquidiocese) a Igreja sobre o assunto. Esse Diretório, no entanto, precisa ser atualizado em conformidade com as mais recentes diretrizes do Magistério sobre a formação presbiteral.
14.10. Atenção especial à educação e universidade. A educação é vista pela Igreja como um vasto campo para a evangelização, segundo metodologias próprias. O mundo da educação e da universidade já tem recebido atenção pastoral especial na Arquidiocese de São Paulo, com a experiência do Vicariato para a Educação e a Universidade. Agora, é preciso elaborar diretrizes especí cas para ampliar e tornar mais integrado e operativo esse grande trabalho (ver DAp nº 328-346).
14.11. Organização da caridade social. Graças a Deus, temos muitas iniciativas de caridade social em nossa Arquidiocese. No entanto, é preciso estudar a forma mais e caz de organizar, acompanhar e dinamizar tantas iniciativas de caridade social, ligadas à Igreja.
14.12. Elaboração de um novo Plano de Pastoral. Uma vez concluído o trabalho do sínodo, propriamente dito, é preciso preparar um novo Plano de Pastoral da Arquidiocese, que contemple as grandes questões, prioridades e urgências levantadas pelo sínodo e, ao mesmo tempo, as recentes diretrizes do magistério pontifício e da CNBB.
CONCLUSÃO
Ao encerrar esta Carta Pastoral sobre o primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo, desejo manifestar meu agradecimento a todos aqueles que colaboraram na realização desse grande esforço eclesial, que contou com a participação generosa de muitos. Manifesto a gratidão especial aos Bispos Auxiliares, aos membros da Comissão Central de Coordenação, da Secretaria Geral e das Coordenações Regionais do sínodo, aos Párocos e Administradores e Vigários Paroquiais, que promoveram os trabalhos sinodais em âmbito paroquial, aos Assessores, Peritos e Teólogos, aos voluntários e a todos os membros da assembleia sinodal arquidiocesana. Agradeço a todo o povo que rezou para que o Espírito Santo viesse em nosso auxílio na realização do sínodo. Agradecimento especial, aos Padres Paulinos, que acolheram a assembleia sinodal nos espaços da sua Faculdade de Comunicação (FAPCOM).
Agradeço a Deus que nos abençoou e conduziu mediante o seu Espírito no discernimento sinodal sobre a realidade religiosa e pastoral de nossa Arquidiocese, sobre o que fazer e como fazer, passo a passo ao longo do sínodo. Tenho absoluta con ança na ação do Espírito Santo, que anima a Igreja e a renova constantemente para o cumprimento de sua missão. Basta que nós colaboremos com a nossa parte. Durante o processo sinodal, deixamo-nos conduzir pela Palavra de Deus e nos perguntamos muitas vezes, como São Paulo no caminho de Damasco: “Senhor, que devemos fazer?” (cf At 22,9). Durante o sínodo, lembramos sempre que é preciso ouvir o que o Espírito diz à Igreja (cf Ap 2,7.11.17.29).
Superada a fase dos trabalhos sinodais, inicia-se o tempo de colocar em prática as orientações e propostas sinodais em nossa Arquidiocese. De fato, como bem nos lembra o Papa Francisco, nossa Igreja é “sinodal” por sua própria natureza e chamada a caminhar unida, todos em comunhão e participando da sua vida e missão. O aprendizado sinodal deve acompanhar-nos agora no esforço para traduzir em novas atitudes e práticas aquilo que o sínodo nos mostrou e ensinou.
Recomendo, pois, que as nossas comunidades paroquiais, coordenadas e animadas por seus Pastores e pelos Conselhos Pastorais Paroquiais, corresponsáveis no serviço pastoral, façam agora o processo de recepção do sínodo em suas comunidades. Todas as propostas sinodais são válidas, ainda que elas não expressem a totalidade da vida pastoral, mas algumas preocupações e desa os mais urgentes. Peço que acolham com fé e coragem também as orientações desta Carta Pastoral, que apontam para aspectos transversais importantes para nossa ação evangelizadora e pastoral.
No nal de cada tópico, há algumas perguntas que podem orientar a re exão nos Conselhos e em grupos, que podem ser organizados para envolver mais pessoas na recepção do sínodo. Cada paróquia seja criativa e olhe para a sua realidade, sem esperar que alguém outro venha promover a “comunhão, conversão e renovação missionária em sua comunidade. Diante de tantas indicações, continuemos a nos perguntar, como São Paulo: Senhor, que devemos fazer?
Ao nalizar, entrego nas mãos de Deus o trabalho sinodal realizado e os propósitos elaborados para nossa Arquidiocese, para que possamos realizar bem a nossa missão evangelizadora e ser testemunhas do Evangelho do reino de Deus na Cidade de São Paulo. Pela intercessão de Nossa Senhora da Assunção, do apóstolo São Paulo, dos Santos e Bem-aventurados que viveram nesta Cidade e de todos os nossos Santos padroeiros, Deus nos ajude e nos abençoe!
São Paulo, na solenidade da Anunciação do Senhor, 25.03.2023
ORAÇÃO DO SÍNODO ARQUIDIOCESANO
Divino Espírito Santo, vós sois a alma da Igreja e renovais a face da terra.
Vinde em nosso auxílio na realização do primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo.
Renovai em nós a fé, a esperança e a caridade; animai-nos com um vivo ardor missionário para o testemunho do Evangelho nesta cidade imensa.
Seguindo o exemplo de Maria, Mãe da Igreja, do apóstolo São Paulo, Patrono de nossa Arquidiocese, de São José de Anchieta, Santa Paulina e Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, dos bem-aventurados Padre Mariano e Madre Assunta e dos santos Padroeiros de nossas comunidades, sejamos também nós ardorosos discípulos-missionários de Jesus Cristo para que, nele, todos tenham vida em abundância.
Divino Espírito Santo, iluminai-nos. Amém!
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
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Luciney Martins/O SÃO PAULO - dez.2022
PROPOSTAS DA ASSEMBLEIA SINODAL
APRESENTAÇÃO
Com muita satisfação, apresento as propostas sinodais elaboradas e votadas pela assembleia do primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo. Elas são fruto de um longo trabalho de escuta, re exão e discernimento.
As propostas foram elaboradas ao longo de 4 das 7 sessões da assembleia. As comissões temáticas elaboraram uma primeira redação das propostas; num segundo momento, as comissões mudaram seus membros, para que as propostas pudessem ser revistas e enriquecidas por mais pessoas. Num terceiro momento, as propostas foram submetidas à votação da assembleia, para receberem emendas e serem enriquecidas ou mudadas e para a manifestação de um consenso inicial sobre elas. A seguir, inseridas as emendas pela comissão de redação do sínodo, as propostas foram votadas novamente, sem a proposição de emendas, mas com a possibilidade da manifestação do consenso ou até da desaprovação ou rejeição delas pela assembleia sinodal. Elas podiam receber três tipos de votos possíveis: sim; não; com reservas. A assembleia manifestou o consenso favorável acima de dois terços dos votantes para cada uma das propostas.
Aqui, as propostas são publicadas sem alteração, inclusive com os votos atribuídos a cada uma delas, assim como foram votadas na última sessão do sínodo. Globalmente, elas expressam a percepção da assembleia sinodal sobre a realidade pastoral da Arquidiocese de São Paulo. Mesmo se não abrangem a totalidade das questões pastorais, elas representam agora um referencial importante para a conversão e a renovação pastoral, nos diversos aspectos especí cos.
Portanto, as propostas devem ser assumidas pela Arquidiocese, as Regiões Episcopais e paróquias e por toda a sua animação e coordenação pastoral, especialmente, os 25 âmbitos pastorais especí cos devem levar em consideração cada uma das propostas que lhes dizem respeito. Isso ajudará a nossa Igreja em São Paulo a promover o seu necessário “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”.
Essas propostas para os âmbitos pastorais especí cos devem ser integradas com as diretrizes sinodais transversais indicadas pela Carta Pastoral e que interessam ao conjunto da ação evangelizadora e pastoral.
Tem início agora, com a publicação desta Carta Pastoral, a fase de aplicação do sínodo em cada paróquia e Região Episcopal, em cada expressão de vida comunitária e âmbito pastoral e nas diversas organizações eclesiais de nossa Arquidiocese. Com a ajuda da coordenação pastoral da Arquidiocese e das Regiões Episcopais, dos Conselhos e Comissões de trabalho, trabalhemos para aparecerem os desejados frutos de “comunhão, conversão e renovação missionária” do sínodo. Não esqueçamos os elementos de conhecimento da realidade eclesial e pastoral (pesquisa de campo e levantamento paroquial), de avaliação e síntese feitos ao longo do caminho sinodal, que precisam ser enriquecidos com o olhar atento, o coração sensível e os ouvidos abertos aos constantes e renovados apelos de Deus sobre a vida e a missa da Igreja em nossa Arquidiocese.
Lembrando que o sujeito da ação evangelizadora e pastoral é a comunidade eclesial, como um todo, e importante que, agora, o conjunto dessas propostas do sínodo sejam estudadas e acolhidas, à luz da Carta Pastoral, por toda a Arquidiocese de São Paulo: pelos Conselhos Pastorais das paróquias, das Regiões e da Arquidiocese; pelas coordenações pastorais, organismos, associações eclesiais e grupos diversos. Cada pastoral especí ca também se dedique a viabilizar as propostas sinodais que lhe dizem respeito.
E continuemos a invocar o Espírito Santo sobre os nossas iniciativas e esforços evangelizadores, pois é Ele quem lhes dá fecundidade e, com a fé, o tempo, a fé e a perseverança, faz desabrocharem e aparecerem os frutos da semeadura realizada com o esforço do trabalho sinodal.
Deus ilumine e abençoe a todos. Nossa Senhora da Assunção e o Apóstolo São Paulo, com os Padroeiros de nossas Comunidades, intercedam por nós!
Na solenidade da Anunciação do Senhor, 25 de março de 2023,encerramento do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo.
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
PROPOSTAS DA ASSEMBLEIA SINODAL
Palavra de Deus na Vida e Missão da Igreja
1 Formar comunidades eclesiais missionárias nas paróquias como lugar privilegiado de escuta e prática da Palavra de Deus, formando novos discípulos missionários.
Sim, 210; sim com reservas, 01; não, 01; brancos e nulos, 01.
2 Motivar a leitura e a re exão da Palavra de Deus, mediante a leitura orante, tornando acessíveis subsídios bíblicos com o método ouvir, ver, iluminar, agir e celebrar, à luz do Magistério da Igreja, para que a Palavra se torne vida em caridade.
Sim, 207; sim com reservas, 02; não, 02; brancos e nulos, 02.
3 Realizar um levantamento das iniciativas de estudos bíblico-catequético e teológicos na Arquidiocese e divulgar nas comunidades, paróquias e regiões episcopais.
Sim, 205; sim com reservas, 01; não, 06; brancos e nulos, 01.
4 Incentivar a aquisição de Bíblias para que as pessoas tenham maior acesso à Palavra de Deus, favorecendo o seu uso na preparação dos sacramentos e outras atividades.
Sim, 200; sim com reservas, 07; não, 05; brancos e nulos, 01.
Catequese e Iniciação à Vida Cristã
5 Criar um vicariato para a catequese e iniciação à vida cristã.
Sim, 179; sim com reservas, 08; não, 25; brancos e nulos, 01.
6 Elaborar o itinerário catequético com estilo catecumenal para a Arquidiocese.
Sim, 190; sim com reservas, 10; não, 12; brancos e nulos, 01.
7 Envolver as famílias no processo catequético de crianças, adolescentes e jovens, tendo também a colaboração da pastoral familiar.
Sim, 203; sim com reservas, 06; não, 03; brancos e nulos, 01.
8 Incentivar a catequese de primeira Eucaristia e Crisma nas escolas, com o apoio das paróquias em que estão situadas as escolas e do Vicariato para a Educação e a Universidade
Sim, 174; sim com reservas, 17; não, 21; brancos e nulos, 01.
9 Promover a formação inicial e permanente de catequistas e o ministério laical de catequista.
Sim, 210; sim com reservas, 01; não, 01; brancos e nulos, 01.
Aprofundamento da Fé e Formação Permanente dos Católicos
10 Promover, na Arquidiocese, um processo sistemático de aprofundamento da fé e de formação teológico-pastoral, para leigos e leigas, que integre fé e vida.
Sim, 208; sim com reservas, 02; não, 02; brancos e nulos, 01.
11 Investir recursos nanceiros na formação teológica, em todos os níveis, dos agentes de pastoral leigos e leigas.
Sim, 203; sim com reservas, 08; não, 02; brancos e nulos, 00
12 Multiplicar cursos, eventos formativos e de experiências de espiritualidade para todos os éis de modo a proporcionar a sua formação permanente na vida cristã.
Sim, 191; sim com reservas, 11; não, 8; brancos e nulos, 03.
13 Utilizar as tecnologias digitais para o aprofundamento da fé e da formação permanente.
Sim, 203; sim com reservas, 05; não, 04; brancos e nulos, 01.
14 Formar pequenos grupos eclesiais, como círculos bíblicos, novenas, comunidades eclesiais missionárias e leitura orante da Palavra de Deus em cada paróquia.
Sim, 194; sim com reservas, 07; não, 09; brancos e nulos, 02.
Liturgia, Celebrações e Espiritualidade
15 Proporcionar formações sobre a natureza, teologia e espiritualidade litúrgicas, tendo em conta também a clareza na linguagem das homilias, em vista da participação ativa, consciente, plena e frutuosa do Povo de Deus.
Sim, 199; sim com reservas, 06; não, 06; brancos e nulos, 02.
16 Promover a comunhão entre as equipes paroquiais e a Comissão Arquidiocesana de Liturgia, para suscitar unidade na celebração do Mistério Pascal e dos Sacramentos.
Sim, 203; sim com reservas, 03; não, 05; brancos e nulos, 02.
17 Promover a formação musical para favorecer a vivência do tempo litúrgico celebrado.
Sim, 194; sim com reservas, 12; não, 05; brancos e nulos, 02.
18 Manter viva a piedade popular, conforme o ensino da Igreja, incentivando a oração nas famílias.
Sim, 200; sim com reservas, 02; não, 08; brancos e nulos, 03.
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Pastoral dos Sacramentos (Diretório dos Sacramentos)
19 Acolher, com o olhar amoroso de Cristo Bom Pastor, as pessoas que buscam os sacramentos.
Sim, 205; sim com reservas, 06; não, 02; brancos e nulos, 00.
20 Capacitar secretárias(os), funcionários(as) e agentes de pastoral para o acolhimento de pessoas e a preparação para os sacramentos, por meio da formação continuada, na perspectiva querigmática e missionária.
Sim, 212; sim com reservas, 00; não, 00; brancos e nulos, 01.
21 Mostrar o sentido de cada um dos sacramentos ao povo de Deus, levando-o à valorização da vida sacramental vivida na comunidade eclesial.
Sim, 199; sim com reservas, 08; não, 04; brancos e nulos, 02.
22 Adotar uma catequese continuada para o sacramento do Matrimônio, com um itinerário que abrange desde a formação pré-matrimonial até a vida matrimonial.
Sim, 192; sim com reservas, 13; não, 06; brancos e nulos, 02.
23 Rever e adequar as orientações pastorais referentes ao Diretório dos Sacramentos, propondo um caminho de comunhão, conversão e renovação missionária.
Sim, 204; sim com reservas, 05; não, 02; brancos e nulos, 02.
Família, igreja doméstica
24 Despertar e formar nas famílias a consciência de que são “igrejas domésticas”, lugar de encontro, diálogo e vivência da fé da Igreja.
Sim, 207; sim com reservas, 04; não, 01; brancos e nulos, 01.
25 Implementar pela pastoral familiar e os movimentos e associações uma evangelização que forme famílias para evangelizarem outras famílias, indo ao seu encontro nas suas diversas situações.
Sim, 192; sim com reservas, 13; não, 07; brancos e nulos, 01.
26 Fomentar a pastoral familiar nas paróquias da arquidiocese de São Paulo e adotar um itinerário de acompanhamento contínuo da vida matrimonial, considerando a transversalidade dessa pastoral em todas as dimensões da ação eclesial.
Sim, 192; sim com reservas, 17; não, 04; brancos e nulos, 00.
Juventude e Missão
27 Organizar ações missionárias para o anúncio de Jesus Cristo e seu Evangelho com os jovens, aproveitando os grupos existentes e formando novos.
Sim, 198; sim com reservas, 09; não, 05; brancos e nulos, 01.
28 Acolher os jovens na família paroquial, mediante o apostolado da amizade e da con ança, proporcionando a vivência e a experiência da fé alimentada pela Palavra, pelos Sacramentos e a doutrina da Igreja.
Sim, 202; sim com reservas, 08; não, 03; brancos e nulos, 00.
29 Ter em cada paróquia, movimento e organização juvenil um(a) assessor(a) ou interlocutor(a), com capacitação e linguagem adequadas, para uma maior interação com o Setor Juventude da arquidiocese de São Paulo.
Sim, 196; sim com reservas, 12; não, 04; brancos e nulos, 01.
30 Criar um centro de juventude arquidiocesano, para promover a formação de jovens, que Incentive sua inserção na vida eclesial e social.
Sim, 194; sim com reservas, 13; não, 05; brancos e nulos, 01.
Leigos e suas organizações – Presença pública da Igreja missionária
31 Despertar nos cristãos leigos e leigas a consciência de sua missão na Igreja enquanto batizados e a necessidade da formação continuada, em sintonia com as diretrizes da Igreja.
Sim, 204; sim com reservas, 06; não, 02; brancos e nulos, 01.
32 Identi car, reconhecer, acolher, acompanhar, articular e integrar as organizações laicais presentes nas paróquias, com uma coordenação própria, para proporcionar mais participação na vida e missão da Igreja.
Sim, 198; sim com reservas, 10; não, 05; brancos e nulos, 00.
33 Promover entre o clero e o laicato o diálogo, a escuta recíproca, o apoio e o discernimento na ação pastoral.
Sim, 204; sim com reservas, 05; não, 03; brancos e nulos, 01.
34 Promover a evangelização inclusiva das pessoas com de ciência, promovendo a acessibilidade às mídias impressas, audiovisuais e digitais.
Sim, 208; sim com reservas, 03; não, 01; brancos e nulos, 01.
Vocações e Seminários (formação inicial do clero); vida e Ministério do Clero (formação continuada)
35 Promover a cultura vocacional nas comunidades da arquidiocese de São Paulo, envolvendo a família, os seminaristas, diáconos, padres, reli-
giosos(as), membros das comunidades de vida, bem como o laicato.
Sim, 202; sim com reservas, 06; não, 03; brancos e nulos, 02.
36 Valorizar, no processo formativo integral dos seminaristas, a participação do laicato, conforme orientações da Igreja.
Sim, 200; sim com reservas, 06; não, 05; brancos e nulos, 02.
37 Articular o acompanhamento vocacional e a formação nos seminários com a participação da Pastoral da Comunicação (PASCOM).
Sim, 178; sim com reservas, 21; não, 01; brancos e nulos, 02.
38 Promover o cinas, estágios e formação nos seminários no âmbito da espiritualidade, da liturgia, da homilética, da pastoral e da doutrina social da Igreja, para a preparação de seminaristas e a formação permanente do clero, em vista da ação pastoral e evangelizadora nos desa os atuais.
Sim, 198; sim com reservas, 11; não, 02; brancos e nulos, 02.
Vida Consagrada e suas novas expressões
39 Despertar nas paróquias a consciência vocacional, acerca da vida consagrada e religiosa, e tornar conhecidos e valorizados os carismas fundacionais, desde os mais antigos, bem como as novas formas de consagração.
Sim, 203; sim com reservas, 07; não, 02; brancos e nulos, 01.
40 Integrar os carismas da vida consagrada e respectivas espiritualidades na ação evangelizadora da Arquidiocese em vista de colocá-los a serviço da promoção da dignidade da pessoa humana.
Sim, 203; sim com reservas, 04; não, 06; brancos e nulos, 00.
41 Fomentar a participação mais efetiva da vida consagrada feminina e masculina nas atividades evangelizadoras da Arquidiocese e na elaboração dos planos pastorais.
Sim, 205; sim com reservas, 03; não, 04; brancos e nulos, 01.
42 Promover a vivência fraterna, própria da vida consagrada, como testemunho da fraternidade universal desejada por Cristo, integrando a juventude na missão evangelizadora.
Sim, 195; sim com reservas, 09; não, 08; brancos e nulos, 01.
43 Valer-se das estruturas comuns da vida consagrada, como escolas, hospitais, creches, universidades e outros organismos, para promover os valores cristãos.
Sim, 195; sim com reservas, 12; não, 05; brancos e nulos, 01.
Testemunho da caridade a serviço da vida humana
44 Investir na preparação do voluntariado em vista do serviço caritativo.
Sim, 200; sim com reservas, 08; não, 04; brancos e nulos, 01.
45 Trabalhar a dimensão política da fé, no processo de formação inicial e permanente da vida cristã, segundo a doutrina social da Igreja, em vista da participação dos leigos e leigas nos conselhos municipais, estaduais e nacionais, focando políticas públicas para a promoção do bem comum.
Sim, 194; sim com reservas, 08; não, 09; brancos e nulos, 02.
46 Promover e defender a vida, combater a cultura da morte, valorizar a dignidade humana com a inclusão de todas as pessoas nas comunidades e na sociedade.
Sim, 204; sim com reservas, 04; não, 03; brancos e nulos, 02.
Refugiados, Migrantes e “Descartados”
47 Formar e sensibilizar a todos sobre a realidade do fenômeno das migrações, mapeando o que já é realizado na arquidiocese de São Paulo, em outras organizações e órgãos públicos, articulando ações pastorais e sociais conjuntas.
Sim, 204; sim com reservas, 05; não, 03; brancos e nulos, 01.
48 Implantar a pastoral do migrante nas regiões episcopais e setores e articular ações conjuntas para acolher, proteger, integrar e promover a população marginalizada, discriminada e rejeitada, migrante, refugiada, infantil, adolescente, indígena e outras.
Sim, 192; sim com reservas, 14; não, 06; brancos e nulos, 01.
49 Trabalhar junto ao poder público para a implantação de políticas públicas que assegurem os direitos humanos fundamentais para os refugiados, a sua permanência ou estadia digna no território, respeitando o protagonismo e o direito à liberdade, incluindo, também, os encarcerados.
Sim, 196; sim com reservas, 13; não, 03; brancos e nulos, 01.
Ação Missionária com o povo em situação de rua
50 Acolher nas paróquias os irmãos em situação de rua como paroquianos, garantindo a eles o acesso aos sacramentos da Igreja, nas missas,
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celebrações e atividades em geral, bem como o acesso à água potável e serviços sanitários.
Sim, 188; sim com reservas, 16; não, 07; brancos e nulos, 02.
51 Criar espaços de escuta para os irmãos em situação de rua a m de conhecer suas necessidades e, se necessário, encaminhá-los às entidades ou ao poder público.
Sim, 196; sim com reservas, 05; não, 10; brancos e nulos, 02.
52 Promover vida digna para os irmãos em situação de rua, sobretudo quanto à segurança alimentar, promovendo a inclusão e a evangelização dos irmãos LGBTQIA+, imigrantes, egressos do sistema carcerário, famílias em extrema pobreza, tratando-os com autêntico espírito fraterno.
Sim, 180; sim com reservas, 22; não, 10; brancos e nulos, 01.
53 Anunciar e denunciar todas as formas de injustiças, também pelas redes sociais e os serviços da PASCOM.
Sim, 185; sim com reservas, 14; não, 13; brancos e nulos, 01.
54 Enriquecer o Vicariato do Povo de Rua com mais animadores, para um trabalho pastoral mais abrangente e fortalecido.
Sim, 192; sim com reservas, 06; não, 13; brancos e nulos, 02.
55 Criar subvicariatos nas regiões episcopais para assegurar a continuidade e tornar mais efetivas as ações da Igreja junto ao povo em situação de rua.
Sim, 175; sim com reservas, 14; não, 22; brancos e nulos, 02.
56 Articular pastorais, movimentos e organizações laicais que trabalham com o povo em situação de rua, envolvendo seminaristas, religiosos, consagrados e novas comunidades, para um trabalho em conjunto, abrangente e e caz.
Sim, 201; sim com reservas, 04; não, 05; brancos e nulos, 03.
Caridade organizada – Situações de emergência e voluntariado
57 Organizar um observatório permanente de crise, para pensar ações especí cas e parcerias com os órgãos públicos; coordenar e estabelecer metas para o voluntariado em situações de emergência: fome, desemprego, incêndios, pandemias, injustiças e os cuidados com a casa comum, entre outros.
Sim, 193; sim com reservas, 11; não, 09; brancos e nulos, 00.
58 Apoiar o Vicariato do Povo de Rua e demais pastorais que atuam com situações de emergência.
Sim, 196; sim com reservas, 06; não, 10; brancos e nulos, 01.
59 Promover a Caritas arquidiocesana numa ação caritativa e comunitária organizada.
Sim, 198; sim com reservas, 09; não, 05; brancos e nulos, 01.
60 Ampliar, promover e divulgar o serviço de educação para as pessoas em situação de rua nas regiões episcopais e paróquias, com material especí co, equipe multidisciplinar e intercongregacional.
Sim, 192; sim com reservas, 13; não, 07; brancos e nulos, 01.
61 Aprimorar, na Arquidiocese, o serviço de escuta quali cada nas comunidades, com foco no desenvolvimento da pessoa humana e suas demandas biopsíquicas, sociais e espirituais; quando necessário, encaminhando-as aos órgãos públicos especializados.
Sim, 198; sim com reservas, 11; não, 04; brancos e nulos, 00.
62 Organizar o cadastro dos serviços caritativos nas paróquias e no setores pastorais, com troca de informações, promovendo principalmente o desenvolvimento humano e integral dos assistidos.
Sim, 202; sim com reservas, 01; não, 08; brancos e nulos, 01.
63 Retomar o Seminário da Caridade para que se conheça as ações caritativas e sociais da Caritas, das paróquias, das comunidades, das associações e congregações religiosas na Arquidiocese.
Sim, 194; sim com reservas, 10; não, 08; brancos e nulos, 01.
Cuidado da Casa Comum
64 Organizar a Pastoral da Ecologia Integral na Arquidiocese como espaço de re exão, interação e formação socioambiental, possibilitando uma atuação orgânica, oferecendo diretrizes e promovendo boas práticas de cuidado do meio ambiente.
Sim, 197; sim com reservas, 08; não, 07; brancos e nulos, 01.
65 Promover o estudo do ensinamento da Igreja sobre as questões ambientais e a formação de agentes pastorais, que atuem na promoção da ecologia integral.
Sim, 192; sim com reservas, 09; não, 11; brancos e nulos, 01.
66 Buscar o diálogo e o trabalho em comum com outras igrejas cristãs e religiões não cristãs, organizações sociais, movimentos populares, sindicatos, escolas e coletivos, a m de promover a cultura e a gestão ambiental.
Sim, 188; sim com reservas, 18; não, 06; brancos e nulos, 01.
67 Promover espaços de diálogo com o poder público e a sociedade civil sobre políticas públicas de cuidado integral da casa comum.
Sim, 191; sim com reservas, 10; não, 11; brancos e nulos, 01.
68 Motivar a celebração de datas/semanas comemorativas para re etir sobre o cuidado integral com a casa comum, como o “dia do cuidado com a Criação”, com ações pastorais nas comunidades.
Sim, 189; sim com reservas, 13; não, 07; brancos e nulos, 04.
Paróquia acolhedora e Missionária: Comunidade de Comunidades
69 Ir ao encontro das pessoas, como Igreja em saída, nas diversas realidades pessoais e sociais, acolhendo-as na comunidade da Igreja.
Sim, 206; sim com reservas, 02; não, 03; brancos e nulos, 02.
70 Formar e fortalecer a consciência missionária do Povo de Deus, a começar pelas lideranças pastorais.
Sim, 200; sim com reservas, 10; não, 01; brancos e nulos, 02.
71 Organizar a paróquia como comunidade de comunidades eclesiais missionárias, em vista de uma Igreja sinodal, acolhedora e em saída.
Sim, 194; sim com reservas, 12; não, 05; brancos e nulos, 02.
72 Organizar e promover a vida eclesial em pequenos grupos, fortalecendo o sentimento de pertença, a começar pela família.
Sim, 189; sim com reservas, 16; não, 06; brancos e nulos, 02.
73 Promover a constante conversão das estruturas paroquiais e pastorais já existentes, para facilitar o acolhimento e a inserção das pessoas em comunidades vivas e outras organizações em comunhão com a Igreja. Sim, 203; sim com reservas, 07; não, 01; brancos e nulos, 02.
Animação Missionária de toda a Comunidade Eclesial
74 Revisitar e resgatar a experiência da atividade denominada “Missão do Povo de Deus”, da década de 1970, do início do ministério episcopal de D. Paulo Evaristo Arns, como inspiração para uma prática missionária voltada à metrópole nos dias de hoje.
Sim, 175; sim com reservas, 11; não, 25; brancos e nulos, 02.
75 Promover a vocação missionária de leigas e leigos, para atuar na evangelização da área da sua comunidade eclesial, articulando os organismos sociais no âmbito da educação, da saúde, do lazer, da atividade econômica e política.
Sim, 192; sim com reservas, 12; não, 07; brancos e nulos, 02.
76 Organizar a formação dos leigos e leigas e do clero com base nas propostas sinodais.
Sim, 203; sim com reservas, 04; não, 05; brancos e nulos, 01.
77 Mapear as forças vivas das comunidades eclesiais, cultivando uma espiritualidade missionária e uma metodologia articulada pela comissão missionária arquidiocesana.
Sim, 194; sim com reservas, 09; não, 08; brancos e nulos, 02.
78 Articular melhor a ação missionária dos Institutos de vida consagrada missionária e das instituições missionárias, na Arquidiocese, com a ajuda da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB).
Sim, 197; sim com reservas, 07; não, 09; brancos e nulos, 00.
Organização pastoral da Arquidiocese no seu conjunto
79 Rever e atualizar o Diretório dos Setores, tendo em vista a clareza da função do Setor como instância de organização pastoral.
Sim, 203; sim com reservas, 06; não, 03; brancos e nulos, 01.
80 Cultivar o sentimento de pertença dos éis à Igreja pelo Batismo e a corresponsabilidade deles na vida e missão da Igreja.
Sim, 205; sim com reservas, 04; não, 03; brancos e nulos, 01.
81 Promover a organização pastoral e a formação cristã permanente do Povo de Deus na comunhão, conversão e renovação missionária.
Sim, 205; sim com reservas, 03; não, 04; brancos e nulos, 01.
82 Reorganizar os setores pastorais, visando a criação de foranias.
Sim, 168; sim com reservas, 24; não, 19; brancos e nulos, 02.
Evangelização Missionária através da Comunicação
83 Implementar a pastoral da comunicação, mediante um plano de comunicação integrada, que favoreça a comunhão e a articulação dos diferentes âmbitos da arquidiocese de São Paulo, bem como o diálogo da Igreja com a sociedade.
Sim, 205; sim com reservas, 04; não, 03; brancos e nulos, 01.
84 Potencializar a celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, visando também o diálogo com todas as organizações de comunicação católicas e a grande imprensa.
Sim, 194; sim com reservas, 07; não, 11; brancos e nulos, 01.
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85 Investir na formação e educação para a comunicação dos agentes de pastoral e demais membros da Igreja, a m de criar a consciência de que a comunicação é um “eixo transversal” de toda a ação missionária da Igreja.
Sim, 202; sim com reservas, 06; não, 05; brancos e nulos, 00.
86 Conscientizar sobre a necessidade de investimentos nos meios e na formação dos agentes de comunicação da Igreja em todos os âmbitos eclesiais.
Sim, 197; sim com reservas, 09; não, 05; brancos e nulos, 02.
87 Promover a sinergia entre as comunidades e organizações eclesiais para que os meios de comunicação da Arquidiocese sejam expressão da vida e da missão da Igreja, na cidade de São Paulo.
Sim, 204; sim com reservas, 05; não, 03; brancos e nulos, 01.
88 Criar um observatório católico da mídia, como espaço multidisciplinar de re exão e diálogo entre estudiosos, pro ssionais da comunicação e agentes da Igreja, sobre a incidência da comunicação na vida da sociedade a partir de uma perspectiva cristã.
Sim, 199; sim com reservas, 05; não, 09; brancos e nulos, 00.
Evangelização Missionária através da Educação
89 Promover e cultivar a identidade e o carisma das escolas e instituições educativas católicas, mediante a integração entre o âmbito pedagógico e a pastoral, para que a atividade pedagógica seja re exo da missão evangelizadora.
Sim, 200; sim com reservas, 08; não, 04; brancos e nulos, 01. 90 Promover a presença dos representantes da Igreja (bispos, párocos, diáconos, religiosos e religiosas e agentes de pastorais) nas instituições educativas.
Sim, 195; sim com reservas, 14; não, 03; brancos e nulos, 01
91 Envolver as famílias das escolas católicas em ações sociais e evangelizadoras.
Sim, 205; sim com reservas, 05; não, 03; brancos e nulos, 00.
92 Promover e apoiar a formação permanente de educadores que assumam o ensino religioso em instituições públicas e privadas de educação, conforme diretrizes do Dicastério para a Cultura e Educação e o Pacto Educativo Global.
Sim, 195; sim com reservas, 11; não, 07; brancos e nulos, 00.
93 Implementar a acessibilidade arquitetônica e comunicacional, como o curso de Libras, entre outros, em escolas católicas, paróquias e demais ambientes eclesiais.
Sim, 202; sim com reservas, 05; não, 04; brancos e nulos, 02.
94 Apoiar um projeto de lei que assegure a remuneração das aulas de ensino religioso nas escolas públicas.
Sim, 180; sim com reservas, 13; não, 20; brancos e nulos, 00.
Evangelização Missionária na Área da Saúde e em situações de enfermidade e luto
95 Criar o Vicariato da Saúde, para organizar, articular e animar as ações pastorais na área da saúde e assistência aos enfermos.
Sim, 190; sim com reservas, 11; não, 11; brancos e nulos, 01.
96 Instruir ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, para atuarem na Pastoral da Saúde.
Sim, 192; sim com reservas, 15; não, 04; brancos e nulos, 02.
97 Criar capelanias nos hospitais e marcar presença da Igreja nos asilos e casas de repouso.
Sim, 202; sim com reservas, 04; não, 06; brancos e nulos, 01.
98 Incentivar e ampliar a atuação de ministros das exéquias nas capelas mortuárias e cemitérios, bem como o acompanhamento das pessoas enlutadas.
Sim, 205; sim com reservas, 00; não, 06; brancos e nulos, 02.
99 Fomentar e apoiar boas políticas públicas de saúde e incentivar a participação ativa dos católicos nos conselhos paritários, na proposição e discussão de políticas públicas a ns.
Sim, 205; sim com reservas, 01; não, 07; brancos e nulos, 00.
100 Promover e testemunhar a ética da vida nos meios familiar, hospitalar, prisional, escolar e comunitário.
Sim, 205; sim com reservas, 01; não, 06; brancos e nulos, 01.
Organismos de comunhão e de serviço da Arquidiocese
101 Manter equipes de administração em cada região episcopal, com prossionais de diversas áreas para auxiliar as paróquias a cumprirem seus objetivos especí cos.
Sim, 202; sim com reservas, 03; não, 07; brancos e nulos, 01.
102 Promover a transparência na vida econômica dos vários organismos da Arquidiocese: Cúria, regiões episcopais, setores e pastorais; promover reuniões e assembleias com os membros dos conselhos econômicos, párocos e outros responsáveis pela administração.
Sim, 206; sim com reservas, 02; não, 04; brancos e nulos, 01.
103 Promover a partilha e a equidade econômica entre as paróquias da Arquidiocese e a orientação econômico-administrativa para os bens da Igreja e o dízimo.
Sim, 204; sim com reservas, 04; não, 05; brancos e nulos, 00.
104 Promover a acolhida nos departamentos da Cúria, assegurando a todos acesso aos seus serviços.
Sim, 202; sim com reservas, 07; não, 03; brancos e nulos, 01.
105 Capacitar pro ssionalmente os servidores da Cúria, bem como sua assistência religiosa, espiritual e humana.
Sim, 206; sim com reservas, 05; não, 01; brancos e nulos, 01.
Organização Econômica
106 Criar a Comissão dos Bens Culturais e Patrimoniais da Arquidiocese e uma pastoral dos bens culturais e patrimoniais da Igreja.
Sim, 203; sim com reservas, 05; não, 04; brancos e nulos, 01.
107 Promover nas regiões episcopais a proximidade dos departamentos de arquitetura e jurídico.
Sim, 201; sim com reservas, 07; não, 04; brancos e nulos, 01.
108 Promover a formação do clero para o zelo pelos bens culturais da Igreja e separar a gestão econômica das paróquias e suas obras sociais.
Sim, 200; sim com reservas, 07; não, 04; brancos e nulos, 02.
109 Inventariar os bens móveis e imóveis da Mitra Arquidiocesana de São Paulo e promover a transparência do uso desses bens.
Sim, 203; sim com reservas, 04; não, 04; brancos e nulos, 02.
110 Promover, anualmente, o planejamento estratégico econômico enanceiro nas paróquias, levando em conta a solidariedade entre elas; promover a formação de equipes do dízimo em nível arquidiocesano, regional e setorial.
Sim, 198; sim com reservas, 06; não, 06; brancos e nulos, 03.
111 Rever, atualizar e adequar o Plano de Manutenção da Arquidiocese de São Paulo.
Sim, 198; sim com reservas, 08; não, 04; brancos e nulos, 03.
Interlocução da Igreja com os construtores da sociedade e com o pluralismo urbano
112 Favorecer processos de aprendizagem em relação ao conhecimento da fé e formar para o diálogo.
Sim, 193; sim com reservas, 10; não, 08; brancos e nulos, 02.
113 Promover ocasiões e convidar para diálogos sobre a fé cristã nos ambientes universitários ligados à Igreja, despertando o laicato à participação na política partidária com o objetivo de contribuir na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Sim, 190; sim com reservas, 08; não, 15; brancos e nulos, 00.
114 Valorizar e apoiar as Comunidades Eclesiais de Base, a pastoral da cultura e do mundo do trabalho, as pastorais sociais (fé e política, fé e cidadania, carcerária, operária, afro, da criança, da pessoa idosa, Caritas, ecológico-ambiental) e, consequentemente, leigas e leigos que nelas atuam, como construtores da sociedade.
Sim, 179; sim com reservas, 16; não, 16; brancos e nulos, 02.
115 Criar, na Arquidiocese, uma comissão multidisciplinar para elaborar propostas de políticas públicas para a educação, saúde, esportes e sobre os problemas que a igem, crianças, jovens, adultos e idosos.
Sim, 193; sim com reservas, 08; não, 12; brancos e nulos, 00.
Diálogo Ecumênico e Inter-Religioso
116 Criar e fortalecer a formação para o diálogo ecumênico e inter-religioso nos diversos âmbitos (familiar, comunitário, catequese, escolas, faculdades, seminários, grupos, movimentos, pastorais), enfatizando sua transversalidade em todas as dimensões eclesiais.
Sim, 203; sim com reservas, 06; não, 03; brancos e nulos, 01.
117 Promover o respeito às expressões religiosas diversas da nossa e uma comissão permanente de diálogo e estudo de outras religiões.
Sim, 198; sim com reservas, 07; não, 07; brancos e nulos, 01.
118 Inserir-se na cidade plural, por meio da participação em grupos e com pessoas sensibilizadas para a ação social, artística e musical, cuidando do ambiente e dos direitos humanos, com vista à promoção da convivência fraterna.
Sim, 194; sim com reservas, 08; não, 11; brancos e nulos, 00.
12 | Propostas da Assembleia Sinodal | 29 de março a 4 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
BRASILÂNDIA
Presbíteros participam de celebração penitencial
ROBERTO BUENO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Na manhã da quinta-feira, 23, aconteceu na Paróquia Nossa Senhora das Dores, Setor Jaraguá, o Encontro dos Presbíteros da Região Brasilândia, com a participação de Dom Carlos Silva, OFMCap.
O encontro foi iniciado com o café da manhã, preparado pela equipe de cozinha da Paróquia. Depois, houve a missa, presidida pelo Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia.
Padre Luciano Andreol, Pároco da
Paróquia Santa Rosa de Lima, Setor Perus, fez a re exão penitencial, falando sobre a sua história de vida e seus 43 anos de sacerdócio. Reforçou ainda a conduta de um padre, que deve levar a bondade e alegria ao seu povo.
Dom Carlos pediu aos sacerdotes que, diante do testemunho inspirador do Padre Luciano, re etissem em silêncio, olhando para a própria história. E ao término da re exão, enfatizou: “Nunca é demais o que fazemos pelo pobre”.
Após a celebração, os presbíteros partilharam um almoço oferecido pela Paróquia.
Dom Carlos Silva preside missa nas festividades de Santo Oscar Romero
Abrindo as festividades do padroeiro da Comunidade Santo Oscar Romero, da Paróquia Cristo Rei, Setor Perus, Dom Carlos Silva, OFMCap., presidiu missa no dia 21. Comentando o Evangelho do dia – referente à cura do paralítico na piscina (cf. Jo 5,1-16), o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia fez notar que o nome Betesda signi ca “casa da misericórdia” – e que, por isso, bem pode ser aplicado às nossas igrejas e comunidades, às quais os éis acor-
rem para buscar a cura espiritual e o perdão de Deus. Dom Carlos comentou que para uma alma que está há cinco ou dez anos sem fazer oração ou há 15 ou 20 anos sem confessar-se para pedir o perdão de Deus, conseguir esta cura é comparável a curar um paralítico. Aproveitando o ensejo do tempo quaresmal, o Bispo exortou os éis a terem coragem de responder ao apelo que lhes faz Jesus: “Queres car curado?”.
A missa foi concelebrada pelo Padre Orisvaldo da Silva Carvalho, Pároco. Nos demais dias do tríduo, presidiram a Eucaristia os Padres João Henrique Novo do Prado, José Miguel Portillo, CSSp, e Allan Santos Leite.
Ceia judaica é realizada na Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha
gas), charoset (mistura de maçãs e nozes picadas, canela e vinho), ervas verdes, salmoura e todos os demais itens.
A Paróquia Nossa Senhora Mãe e Rainha, Setor Jaraguá, realizou na noite do sábado, 25, em seu salão paroquial, a Ceia judaica. Foram convidadas 47 pessoas, indicadas pelas lideranças das pastorais da matriz e das comunidades.
A ceia foi cuidadosamente preparada com os elementos tradicionais: cordeiro, matzá (pão ázimo), maror (ervas amar-
A Ceia judaica faz memória ritualística do Antigo Testamento, com base no capítulo 12 do livro do Êxodo e do Evangelho de Lucas 22. Realizá-la na Paróquia teve o objetivo catequético-pastoral de aprofundar a compreensão das cerimônias da Semana Santa e da Páscoa, bem como compreender claramente o momento que Jesus escolheu para instituir a Sagrada Eucaristia.
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No domingo, 26, aconteceu o encontro de organização na Paróquia Nossa Senhora da Expectação para ajustar os detalhes da Via-Sacra Regional, que acontecerá nos arredores da praça da Matriz, sob o tema: “Brasilândia, você tem fome de quê?”. O evento está sendo organizado pelas paróquias da Região Brasilândia, sob a coordenação do Cônego José Renato Ferreira. A Via-Sacra acontecerá no sábado, 1º de abril, a partir das 9h. As estações serão representadas pelas diversas pastorais. (por Rael Pimenta, JL e Marta Gonçalves)
No domingo, 26, ocorreu na Paróquia São Francisco de Assis, Setor Dom Paulo Evaristo, a reunião para formação da coordenação da Infância e Adolescência Missionária (IAM) da Região Brasilândia e a instrução para a criação de novos núcleos. A reunião foi comandada pelo Padre Gutemberg Pereira, Administrador Paroquial, que é Assessor do movimento há alguns anos. (por Lilian P. Oliveira)
EDNEIA PEREIRA E PADRE CILTO JOSÉ ROSEMBACH COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
SEMINARISTA GIL PIERRE HERCK COLABORAÇÃO
ESPECIAL PARA A REGIÃO
Roberto Bueno
Gil Pierre Herk
Manoel Luz
Caio Cesar
Divulgação
Encontros bíblicos temáticos mobilizam setores pastorais
BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
A Região Episcopal Lapa está promovendo encontros bíblicos temáticos, em seis sessões, com a proposta de conhecer e aprofundar o Evangelho de Marcos, composto de 16 capítulos.
Entre os dias 21 e 23, aconteceu a primeira edição deles, com o tema “A criança”: no dia 21, na Paróquia São José do Jaguaré, reunindo os Setores Rio Pequeno e Butantã; no dia 22, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, reunindo os Setores Lapa e Leopoldina; e, no dia 23, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, reunindo o Setor Pirituba (foto).
Os encontros desta primeira edição contaram com a presença de Dom José Benedito Cardoso e do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Coordenador de Pastoral Regional, além de padres, diáconos e agentes de pastorais que atuam nos setores.
A atividade foi conduzida por Mathias Grenzer,
professor doutor de Teologia Bíblica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pelo Padre Fernando Gross, professor doutor e mestre em Teologia Cristã, da Diocese de Santos (SP).
Ao término desses encontros, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa lembrou que a próxima sessão dos encontros bíblicos, com o tema
“A fome” (Mc 6,30-44), será realizada em abril: no dia 11, na Paroquia São José, no Jaguaré, reunindo os Setores Rio Pequeno e Butantã; no dia 12, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, reunindo os Setores Lapa e Leopoldina; e no dia 13, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, reunindo o Setor Pirituba, sempre às 19h30.
Dom José Benedito Cardoso se reúne com agentes da Pascom
Na sexta-feira, 24, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, foi realizada a reunião da Pastoral da Comunicação (Pascom) da Região Lapa, conduzida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, com a participação do Padre Antônio Francisco Ribeiro, Assistente Eclesiástico da Pascom da Região Lapa e Coordenador da Pascom da Arquidiocese de São Paulo. Também participaram os coordenadores e agentes da Pascom regional.
Padre Antônio agradeceu a nomeação como Coordenador da Pascom arquidiocesana, falou sobre o Vicariato da Comunicação da Arquidiocese e ressaltou que todas as regiões episcopais serão integradas à Pascom arquidiocesana e terão seus assistentes eclesiásticos. Comentou, também, sobre a realização da
Expo Católica, que acontecerá em maio, e precisará de voluntários para trabalhar no estande da Arquidiocese; falou, ainda, da parceria com o Serviço à Pastoral da Comunicação (Sepac Paulinas), e deu destaque ao item 12 “Fazer comunicação evangelizadora” da Carta Pastoral “Co-
munhão, conversão e renovação missionária”, lançada pelo Cardeal Scherer na conclusão do 1º sínodo arquidiocesano.
Padre Antônio lembrou que, em julho, haverá o cinas de formação preparatórias para o “Pascom em Ação”, que este ano será realizado na Região Lapa,
em 30 de setembro, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa.
Também está sendo feito, por meio de um questionário, um censo com os agentes da Pascom da Região sobre o seu trabalho pastoral e seu relacionamento com outras pastorais em suas paróquias. Foram formados vários grupos para opinar e sugerir sobre o que pode ser feito em termos de formação, espiritualidade e cultura, a ser incluído na preparação do “Pascom em Ação”. (BN)
AGENDA REGIONAL
De 30 de março e 2 de abril –Dom José Benedito Cardoso realizará visita pastoral à Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Butantã.
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LAPA
Agnaldo Rizzo
Benigno Naveira
Clero atuante na Região participa de celebração penitencial
No dia 22, no contexto da Quaresma e em preparação para a Páscoa, o clero atuante na Região Belém se reuniu na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, na Água Rasa, para uma celebração penitencial.
O encontro contou com um momento de re exão conduzido pelo Padre Júlio Lancellotti, Pároco da Paróquia São Miguel Arcanjo, Setor Belém, que convidou os sacerdotes e diáconos a pensarem nos bispos que os ordenaram e recordou nomes históricos que deixaram marcas na Região, como Dom Luciano Mendes de Almeida e Dom Décio Pereira, além do Cardeal Paulo Evaristo Arns.
O Sacerdote também ressaltou a importância da Eucaristia, exortando os clérigos a re etirem como a têm vivido. Além disso, o Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua ressaltou o valor da oração, destacando que o padre deve estar sempre em constante união com o Senhor.
Por m, Padre Júlio recordou a im-
portância das obras na vida de todo sacerdote, a rmando que o serviço do altar se estende ao serviço dos pobres. Ele compartilhou a sua experiência tanto na Paróquia quanto na Casa São
Martinho de Lima, ambas na Mooca.
Em seguida, Dom Cícero Alves de França conduziu o momento penitencial. Ao recordar o Evangelho do lho pródigo, o Bispo Auxiliar da Arquidioce-
se na Região Belém exortou os padres a não fugirem de Deus, como fez o lho da párabola. Dom Cícero também ressaltou o amor de Deus pela humanidade e destacou Sua in nita misericórdia.
Na noite da quinta-feira, 23, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Santo André Apóstolo, no Jardim Santo André, ocsião em que apresentou o Padre Claudinês Venâncio (à esquerda do Bispo) como Administrador Paroquial. (por Kaique Mazaia)
Na manhã do sábado, 25, coroinhas e cerimoniários da Região Belém se reuniram no Centro Pastoral São José, no Belenzinho, para um encontro regional conduzido pelo Diácono Seminarista Yago Ferreira. O Diácono recordou o processo histórico da origem dos coroinhas, além de suas funções. Dom Cícero Alves de França, que visitou o encontro, em sua breve fala ressaltou a importância dos coroinhas e dos cerimoniários nas paróquias e recordou que em sua infância e adolescência também foi coroinha. Ele animou as crianças e jovens ao discernimento vocacional. (por Centro Pastoral São José)
em missa presidida por Dom Cícero Alves de França. Concelebraram os Padres Luiz Gutierrez Pardo, antigo Pároco, e João Carlos Justino, da Diocese de Franca. (por Kaique Mazaia)
No dia 19, 54 pessoas das comunidades que formam a Paróquia São Marcos Evangelista, Setor Conquista, junto com os Padres Irineu Dossou, SVD, Pároco; José Dilon, SVD, e Joji Raju, SVD, Vigários Paroquiais, se reuniram na sede do Centro Pro ssionalizante Agostiniano Dona Chantal para um retiro espiritual com o tema “Integração e Participação na Missão”, conduzido por Antônio Boeing, professor e doutor em Ciência da Religião. Antônio Boeing motivou os participantes a re etirem sobre seus desa os e possibilidades na convivência diária para alcançar o que ele chama “comunidade imaginada”. “Essa comunidade sonhada dependerá do trajeto, do caminho e do itinerário que traçamos individualmente ou em grupo”, a rmou. (por João Carlos Gomes)
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Na manhã do domingo, 26, os éis da Paróquia Menino Deus, no Jardim Vila Formosa, acolheram o Padre Neidson Gomes (à esquerda do Bispo) como seu novo Pároco,
BELÉM
SEMINARISTA YAGO FERREIRA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
DIÁCONO
Padre Everton Augusto de Souza
Janice Santos
Kaique Mazaia
Kaique Mazaia
João Carlos Gomes
Com a presença de Dom Rogério, jovens evangelizam no Parque Trianon
No domingo, 26, no Parque Trianon, na região da Avenida Paulista, aconteceu o encontro do Grupo Fontes, formado por jovens da Comunidade Canção Nova. Neste mês, o grupo contou com a presença de Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e do Padre Gilberto Duarte, da Comunidade Canção Nova.
Atendendo ao apelo de São João Paulo II aos jovens, a cada mês o grupo se reúne em algum ponto da cidade, levando um violão e muita alegria, com momentos de oração e partilha da Palavra de Deus.
Nesta edição, a reunião contou
com pessoas de diversas regiões da cidade, que souberam de sua realização por meio da divulgação feita no per l @jovenscnsp do Instagram.
De acordo com Daiane Ramos, missionária da Comunidade Canção Nova, o Grupo Fontes está iniciando uma “caminhada na fé, juntamente com a Arquidiocese de São Paulo, e a presença de Dom Rogério marca isso. Somos Igreja!”.
Composta de 27 membros no núcleo principal e outros no segundo elo, a Comunidade Canção Nova está presente na Região Sé desde 2003, na qual dissemina seu carisma entre jovens e famílias, principalmente mediante as atividades pastorais de evangelização e os meios de comunicação.
Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira tem novo vigário para atender em japonês
TERESA ODO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
A apresentação do Padre Kiyoharu Ojima como Vigário Paroquial da Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo, que fica na Praça Doutor João Mendes, no centro, ocorreu no sábado, 25, durante a missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves e concelebrada pelo Padre José Enes de Jesus, Pároco, o Monsenhor
Jonas dos Santos Lisboa e o novo Vigário Paroquial.
Durante a celebração, o Pároco leu o decreto de apresentação do Vigário Paroquial e este fez a pro ssão de fé e o juramento, rmando seu compromisso com a Paróquia.
O Padre Kiyoharu poderá ministrar sacramentos como a Con ssão e a Unção dos Enfermos na língua japonesa a qualquer momento. A missa em japonês na Paróquia é celebrada todo domingo, às 8h.
No dia 20, a comunidade da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Setor Jardins, promoveu sua 18ª ação solidária, intitulada “Perpétuo Socorro com o povo das ruas”. A equipe preparou a sopa e 300 kits com itens de higiene, fruta e pão para os irmãos em situação de vulnerabilidade. Aqueles que desejarem participar das próximas edições devem entrar em contato com a secretaria da Paróquia pelo telefone (11) 3083-0033. (por Rogério Nakamoto)
No domingo, 26, na Paróquia São Paulo da Cruz – Igreja do Calvário, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região
No sábado e no domingo, 25 e 26, um grupo de 41 adolescentes da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Pompeia, Setor Perdizes, participou do 128º Encontro de Adolescentes com Cristo (EAC). No total, a equipe de trabalho contou com 58 pessoas, entre adolescentes e adultos, o que possibilitou que o encontro acontecesse. A missa de encerramento foi presidida pelo Padre Adailton Mendes da Silva, M.I., Pároco. (por Larissa Mantuan)
a imagem da Capelinha Peregrina de Nossa Senhora da Vitória, padroeira da cidade de São Luís (MA), na qual acontecerá, no dia 16 de julho, o 23º Congresso Nacional do ECC [Encontro de Casais com Cristo]. A imagem peregrinará por todas as paróquias do Brasil em que há o ECC. A Capelinha permanecerá na Região Sé até 21 de maio. Depois peregrinará pelas paróquias da Região Ipiranga, concluindo a sua passagem pela Arquidiocese, uma vez que as demais regiões episcopais já foram visitadas. (por Cassiano e Norma Pesce)
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SÉ
A Região Sé recebeu no domingo, 26, na Paróquia São Paulo da Cruz - Igreja do Calvário, em missa presidida por Dom Rogério Augusto das Neves e concelebrada pelo Padre Norberto Donizetti Brocardo, CP, Pároco,
Sé, conferiu o sacramento da Crisma a 21 jovens. Concelebrou o Padre Norberto Donizetti Brocardo, CP, Pároco. (por Centro de Pastoral da Região Sé)
ELANE GOMES COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Isabele Domingues
Teresa Odo
Bete Fruchi
Bete Fruchi
Rogério Nakamoto
Mário Lyra
IPIRANGA
Via-Sacra da juventude acontece com a réplica da Cruz da JMJ
KAREN EUFROSINO COLABORADORA DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO
Os jovens de diversas paróquias da Região Ipiranga estiveram reunidos na noite da sexta-feira, 24, na Paróquia Nossa Senhora de Sião, Setor Ipiranga, para a Via-Sacra da Juventude.
Utilizando a réplica da Cruz da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), os jovens meditaram as estações da Paixão do Senhor baseados no subsídio pro-
posto pela Campanha da Fraternidade deste ano, cujo tema é “Fraternidade e fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Participaram da atividade Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga; o Frei José Maria Mohomed Júnior, Coordenador de Pastoral Regional; e os Padres Anderson Pereira Bispo, Assessor Eclesiástico do Setor Juventude na Região, e José Lino Mota Freire, Pároco.
Irmã Maria Cecília, carmelita descalça, morre aos 93 anos
REDAÇÃO
osaopaulo@uol.com.br
Faleceu, no dia 22, no Mosteiro de Santa Teresa, em Mirandópolis, a Irmã Maria Cecília do Santíssimo Sacramento, aos 93 anos. A missa de corpo presente, com o rito de exéquias, foi presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, e concelebrada por Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, e por vários padres.
Nascida em 1930, no Japão, de família xintoísta, ela chegou ao Brasil com 1 ano de idade e sua família foi viver no interior
de São Paulo, trabalhando na lavoura de café. Em 1938, a família se mudou para a capital paulista. Foi batizada aos 12 anos, no Colégio dos Jesuítas. Em 1952, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Anos depois, recebeu bolsa para estagiar na Clínica Pediátrica do Hospital das Clínicas, com o propósito de trabalhar no grupo de Cardiopatias Congênitas, que atendia crianças. Foi uma das pioneiras no Brasil em procedimentos de cateterismo. Sob a orientação do Padre José Carlos Macedo, sacramentino, intensi cou sua vida de oração e piedade, com grande generosidade no servir a Deus e no amor a Nossa Senhora.
Certo dia, perante um paciente muito enfermo, teve a iluminação decisiva sobre sua missão de cuidar da salvação eterna da alma, muito além da salvação do corpo.
Em 1963, ingressou no Mosteiro de Santa Teresa, na zona Sul da cidade. Desde então, conforme descrevem suas irmãs de congregação, distinguia-se por uma vida edi cante e de grande amor à Igreja.
“Fiel ao cumprimento de sua missão e vocação, soube atrair o coração das irmãs e de inúmeras pessoas pela sua afabilidade e ternura. Distinguia-se pelo silêncio, sabedoria e exemplaridade na vivência do carisma teresiano”, consta no texto distribuído aos que foram ao velório da Irmã na capela do Carmelo.
Paróquia Santa Cristina realiza retiro quaresmal
PADRE RODRIGO FELIPE DA SILVA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Cerca de 130 éis da Paróquia Santa Cristina e da Área Pastoral São Domingos de Gusmão, Setor Cursino, participaram no domingo, 26, do retiro quaresmal paroquial, baseado no lema da Campanha da Fraternidade deste ano “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Organizado pelo Padre Rodrigo Felipe da Silva, Pároco, pelo seminarista Leonardo de Oliveira e pelos coordenadores de pastorais, o retiro aconteceu no Seminário de Teologia Bom Pastor e no campus Ipiranga da PUC-SP, e contou com palestras dos Padres Anderson Pereira Bispo, Pá-
roco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Imigrantes, e Rodrigo omaz, Vigário Paroquial da Paróquia Imaculada Conceição, Setor Ipiranga.
SANTANA
Para receber o sacramento da Penitência, os paroquianos foram atendidos pelos Padres Élio Vigo e Sidinei Lang, moradores da Casa São Paulo.
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Em missa presidida pelo Padre Carlos Alberto Doutel, Vigário-geral Adjunto da Região Episcopal Santana, no domingo, 26, o Diácono Marcelo Reis foi apresentado como Assistente Pastoral da Paróquia São Paulo Apóstolo, Setor Tucuruvi. (por Fernando Fernandes)
Mônica Aparecida do Nascimento
No sábado, 25, a Paróquia Nossa Senhora da Anunciação, Setor Vila Maria, comemorou sua padroeira com missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada pelos Padres Antônio Pedro dos Santos, Pároco, e Luiz Carlos Ferreira Tose Filho, Secretário do Arcebispo. Houve ainda outra missa, presidida pelo Padre Carlos Alberto Doutel, Vigário-geral Adjunto da Região Episcopal Santana, e concelebrada pelo Pároco, que contou com a participação dos éis da matriz paroquial e da Capela São José. (por Fernando Fernandes)
Fernando Fernandes
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu missa na Comunidade Nossa Senhora da Moradia, Setor Cursino, no domingo, 26, assistido pelo Diácono Feliciano Bonitatibus Neto. (por Pascom paroquial)
Karen Eufrosino
Arquivo pessoal
Arquivo paroquial
Pascom paroquial
Missão Belém inicia construção de edifício para acolher os irmãos de rua doentes
Localizado no Belenzinho, na zona Leste, o terreno de 1,2 mil metros quadrados irá abrigar um edifício de 19 andares, dos quais sete serão dedicados a acolher os doentes mais graves entre as pessoas em situação de rua acolhidas pela comunidade.
Padre Gianpietro Carraro, fundador da comunidade, de ne o projeto como uma “casa com cuidados sanitários” e uma “família hospitalar”, seguindo o lema da Missão Belém de “ser uma família para quem não tem família”.
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“Não será um hospital propriamente, mas, sim, um lugar que oferece os cuidados necessários para pessoas doentes”, explicou o Sacerdote, comparando a iniciativa a situações em que uma família adapta a casa para acolher algum parente enfermo que necessita de cuidados especiais, como uma cama hospitalar, auxílio de oxigênio e outros equipamentos médicos. Para isso, a equipe responsável pelo projeto conta com o apoio de uma engenheira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
SONHO DE MUITOS
Irmã Cacilda da Silva Leste, cofundadora da Missão, destacou que a associação de éis não recebe verbas dos órgãos públicos: “Tudo é fruto da generosidade de inúmeras pessoas que oferecem o pouco que têm, que partilham com os pobres”.
Recordando o tema da Campanha da Fraternidade sobre a fome, a consagrada ressaltou que a comunidade busca dar alimento, cuidados de saúde, acolhida e carinho a 700 doentes crônicos espalhados nas várias casas da Associação.
“É um sonho bonito, que vale a pena ser sonhado por muitos. Não só os irmãos que
aqui serão bene ciados, mas há tantos benfeitores, tantas pessoas que estão apoiando”, manifestou Dom Odilo, referindo-se às pessoas do Brasil e do exterior comprometidas com os trabalhos da Missão Belém.
A MISSÃO
Fundada em 2005, a Missão Belém é uma associação de éis que nasceu com o objetivo de reviver o mistério de Belém: “Jesus que nasce pobre no meio dos pobres, numa mísera gruta, acolhido com carinho por Maria e José”.
Em 18 anos, mais de 80 mil pessoas foram acolhidas e grande parte se deve aos próprios ex-irmãos de rua restaurados e que se tornaram missionários. Hoje, a missão abriga 2,2 mil pessoas em 180 casas, tudo isso feito de forma gratuita e voluntária.
A Missão Belém é também responsável pelo Projeto Vida Nova, inaugurado em 2018, como gesto concreto da Arqui-
diocese de São Paulo no Jubileu Extraordinário da Misericórdia. No Edifício Nazaré, na Praça da Sé, pessoas que desejam deixar as ruas ou a dependência química recebem a primeira acolhida até serem encaminhadas para uma das casas da Associação.
Ao abençoar a pedra fundamental do edifício, o Arcebispo destacou que esse gesto simboliza não apenas a pedra sobre a qual a construção física deve estar alicerçada, mas, também, a rocha rme, Jesus, sobre a qual se edi ca a obra de Deus.
Na segunda-feira, 27, começaram as fundações do edifício do Projeto Nova Guadalupe. A previsão é que a construção seja concluída em três anos. Para isso, a Missão Belém iniciou uma campanha de arrecadação via PIX: missaonovaguadalupe@gmail.com. Para mais informações, acesse: https://missaobelem.org
12 | Geral | 29 de março a 4 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O Cardeal Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu na tarde do domingo, 26, a missa na qual foi abençoada a pedra fundamental da construção-sede do Projeto Nova Guadalupe da Missão Belém.
Luciney Martins/O SÃO PAULO
Dom Odilo abençoa a pedra fundamental da sede do Projeto Nova Guadalupe, da Missão Belém