SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Ano 68 | Edição
SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO
Ano 68 | Edição
Editorial
O Senhor tem a palavra Toda a Semana Santa
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Da entrada solene em Jerusalém, na celebração do Domingo de Ramos, passando pela missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa; pela crucificação do Salvador, na Sexta-feira da Paixão, e pela solene Vigília Pascal, no Sábado Santo, os cristãos vivenciam esta que é a Semana Maior, à espera do grande júbilo no Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor.
“Jesus aceitou vir ao nosso encontro, sujar as
mãos com a nossa miséria, revestiu-se da nossa fragilidade, para manifestar a misericórdia de Deus”, destacou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, em missa na Catedral da Sé, no dia 2. No Vaticano, o Papa Francisco enfatizou que Cristo, por amor, “provou o abandono para não deixar-nos reféns da desolação e estar ao nosso lado sempre”.
Páginas 19 e 20
O Caderno Fé e Cultura destaca que faltam apenas dez anos para a celebração do segundo milênio da crucificação de Jesus Cristo, um marco na história da humanidade, e sobre o qual há uma relíquia que tem sido razão de inúmeros estudos científicos e teológicos: o Santo Sudário de Turim, o qual, para aqueles que têm fé, permanece como um sinal comovente sobre o sacrifício de amor de Cristo. A esse respeito, publicamos um artigo de um dos maiores estudiosos do Sudário, o Prof. Jack Brandão.
nome do Senhor para
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Encontro com o Pastor Espiritualidade Liturgia e Vida
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Em Via-Sacra, crianças e adolescentes alertam para o drama da fome
Promovida pela Pastoral do Menor, na sexta-feira, 31 de março, a atividade recordou a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, fez ecoar pelas ruas de SP os apelos da Campanha da Fraternidade e alertou para a condição de vida dos indígenas ianomâmis.
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Dom Odilo e bispos auxiliares fazem visitas pastorais a paróquias
Previstas pelo Código de Direito Canônico, tais visitas ocorrem na Igreja desde os tempos apostólicos. Nelas, os bispos chamam os fiéis à renovação da vida cristã e exortam à atividade apostólica.
Páginas 3, 14, 15 e 17
NãotemosasdatasexatasquemarcaramavidadeCristo. NatalePáscoa,ano0eano33,sãotodasdatassimbólicasou provenientesdecálculosaproximados,feitosmuitodepois dosacontecimentos.Dequalquerforma,estamosapenasa10 anosdascomemoraçõesdosegundomilêniodacruci caçãodoSenhor.Lembrandodessefato,oCadernoFéeCultura destaPáscoade2023apresentaumartigodoProf.Jack Brandão,provavelmenteomaiorconhecedordoSudário
deTurimnoBrasil,sobreessarelíquiatãosigni cativa quantopolêmicanahistóriadoCristianismo.Alémdisso, trazemosumapequenare exãodeBentoXVIsobreosdois conhecimentosquetemossobreCristo:opessoaldecada oumdenóseohistórico.Emnossoartigosobrecinema, Spielberg,Prof.RafaelRuizindica“OsFabelmans”,deSteven indicaçõesganhadordoGlobodeOuroecomsete paraoOscarde2023.
Com o rito da bênção e procissão dos ramos, no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, a Igreja iniciou a celebração da Páscoa deste ano. De fato, no rito cristão essa celebração não se identi ca apenas um dia, mas com o conjunto das celebrações, que se estendem do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa da Ressurreição de Jesus. Toda a Semana Santa já é celebração da Páscoa cristã, na qual a Igreja celebra nos ritos os últimos dias da vida terrena de Jesus e se une misticamente a Ele, acolhendo novamente com fé suas palavras e o que Ele realizou em favor de toda a humanidade mediante sua Paixão, Morte e Ressurreição. Não se trata, pois, de mero rito ou encenação teatral, mas de celebração, feita com fé e união mística com Jesus Cristo e de acolhimento do seu signi cado e seu fruto.
A Semana Santa tem seu momento mais intenso no Tríduo Pascal, que se inicia no entardecer da Quinta-feira Santa e vai até o Domingo da Ressurreição de Jesus. No anoitecer da Quinta-feira Santa, lembrando a hora em que Jesus se reuniu com seus apóstolos para o rito da ceia pascal judaica, a Igreja recorda a última ceia de Jesus com seus apóstolos e a instituição da ceia pascal cristã, quando Jesus deu um sentido novo ao rito pascal conhecido, identi cando-se, Ele mesmo,
com o cordeiro pascal entregue e imolado pela salvação de toda a humanidade. No seu sangue derramado, Jesus anunciava o sinal da nova e eterna Aliança de Deus com a humanidade, aliança de amor, misericórdia e perdão. E mandou que, daí por diante, isso fosse feito sempre “em memória dele”, de tudo o que Ele fez e signi cou para a humanidade. É o que fazemos em cada celebração da Eucaristia.
Na Quinta-feira Santa, a Igreja também recorda a instituição do sacerdócio ministerial por Jesus, em sua Igreja. Ele quis que os apóstolos perpetuassem a sua presença e ação salvadora e que servissem, em nome dele, os dons que Ele trouxe e mereceu em favor de toda a humanidade. No mesmo dia da Semana Santa, a Igreja recorda o mandamento novo instituído por Jesus, ao recomendar: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei” (Jo 13,34; 15,17). Na cena do lava-pés, Ele deixou o exemplo de serviço humilde ao próximo, indicando que seus seguidores devem colocar-se a serviço uns dos outros, como Ele mesmo fez, embora fosse o Mestre e Senhor deles: “Dei-vos o exemplo para que façais a mesma coisa que eu z” (Jo 13,14-15).
A Sexta-feira Santa é o centro do Tríduo Pascal, confrontando-nos com o drama da prisão de Jesus, seu julgamento iníquo, as torturas, humilhações, desprezo, condenação à morte, via dolorosa, cruci cação e, nalmente, a morte humilhante na cruz e a sepultura. Embora já se tenham passado dois mil anos desde que tudo isso
aconteceu, as celebrações da Sexta-feira Santa seguem mexendo com os sentimentos e nos questionam. Mesmo quem não frequenta a Igreja ao longo do ano, não deixa de participar nesse dia, de alguma maneira.
Não é dia para sentimentalismos nem de ódio ou revanche contra osgurantes daquele drama ocorrido há tanto tempo. A Paixão de Cristo chama em causa a cada um de nós ainda hoje e nos questiona sobre qual seria o nosso papel nesse drama? Como nos envolvemos com aquele Justo que foi acusado de maneira mentirosa, caluniado, condenado, torturado, humilhado, insultado, massacrado e pendurado numa cruz, até morrer? E isso não continua acontecendo ao nosso redor todos os dias, de alguma maneira? Como nos envolvemos? É dia de cair na conta que a Paixão de Cristo continua a acontecer nas dores da humanidade, pois Ele mesmo disse: “O que fazeis ao menor dos meus irmãos, a mim o fazeis” (cf Mt 25,40,45). É dia de bater no peito, arrependidos; de pedir perdão e de agradecer a Jesus Cristo, dizendo com São Paulo: “Ele me amou e por mim se entregou na cruz” (cf Gl 2,20).
O Sábado Santo nos confronta com a sepultura, a morte, as promessas de Deus, a espera do triunfo da vida. O Filho de Deus assumiu nossa humanidade e nos acompanhou até o extremo de nossa fragilidade, até a sepultura, quando todos os projetos parecem ter perdido seu sentido. Mas, pelo poder de Deus, nossa morte foi resgatada pela sua e na sua Ressurreição, brilhou a vida para todos (cf 2Cor 4,10-11). O Sábado Santo é dia de vigília; a vida
inteira também é tempo de vigília, à espera que o fruto amadureça e se manifeste plenamente a vida que ele contém. Sim, pois sabemos que a vida venceu a morte e nos preparamos para celebrar a solene Vigília Pascal da Ressurreição, cheios de fé e de con ança no Senhor da vida.
A Semana Santa só se completa com o Domingo da Ressurreição de Jesus, quando a Igreja canta: “Este é o dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele exultemos!” A vida venceu a morte, a maldade e todo projeto de ódio e perversidade. O Rei da vida estava morto, mas reina vivo e se mostra aos seus, que cam alegres e cheios de surpresa ao encontrá-lo. Ele se levantou sobre o pó da morte, não para cobrar vingança de quem o rejeitou e matou, mas para distribuir perdão e paz a todos. É o dia da nova criação, que confere sentido novo e eterno à primeira criação e à realidade presente que vivemos. Para qual nalidade Deus criou o homem e o mundo? Para fazê-los participarem de sua vida sobrenatural. Jesus ressuscitado é, no dizer de São Paulo, “o primogênito dentre os mortos” (cf Cl 1,15), cuja humanidade já participa da glória da divindade. Com a Ressurreição de Jesus, começa um novo capítulo para a humanidade, que ainda segue marcada pela morte mas, agora, está cheia de esperança na vida plena, que vai além da morte.
Desejo a todos os leitores do nosso jornal O SÃO PAULO uma boa Semana Santa e feliz e santa Páscoa! Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
osaopaulo@uol.com.br
Entre 28 de março e 2 de abril, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, realizou uma visita pastoral à Paróquia São José, no Jaguaré, zona Oeste de São Paulo.
As visitas pastorais são previstas pelo Código de Direito Canônico, devendo ser feitas periodicamente pelo bispo diocesano e, em seu nome, pelos bispos auxiliares e vigários episcopais. Esse é um costume na Igreja desde os tempos apostólicos, quando os apóstolos passavam pelas várias comunidades fundadas, con rmando os irmãos na fé.
O Diretório para o Ministério Pastoral dos Bispos ressalta que a visita pastoral “é uma ocasião de reavivar as energias dos agentes evangelizadores, de louvá-los, encorajá-los e consolá-los, como também a oportunidade de chamar todos os éis à renovação da sua vida cristã e a uma atividade apostólica mais intensa”.
Esse mesmo documento acrescenta
que a visita também permite ao Bispo “avaliar a e ciência das estruturas e dos instrumentos destinados ao serviço pastoral, dando-se conta das circunstâncias e di culdades do trabalho de evangelização para poder de nir melhor as prioridades e os meios da pastoral orgânica”.
Devido às restrições impostas pela pandemia de COVID-19 nos últimos três anos, as visitas pastorais foram in-
terrompidas na Arquidiocese. Agora, elas foram retomadas pelo Arcebispo e pelos bispos auxiliares, nas seis regiões episcopais.
Durante os seis dias, Dom Odilo se encontrou com os sacerdotes e éis das comunidades paroquiais e organizações pastorais que estão sob os cuidados da Congregação dos Religiosos da Santa Cruz. O Arcebispo também visitou
obras sociais mantidas pela congregação, especialmente centros educacionais para crianças e adolescentes.
O Cardeal Scherer se reuniu, ainda, com os membros dos conselhos paroquias de pastoral e de assuntos econômicos, celebrou missas e conduziu momentos de oração com os éis. A visita foi concluída com a missa do Domingo de Ramos, presidida pelo Arcebispo.
Na tarde da segunda-feira, 3, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu o Capítulo eletivo e a missa em ação de graças pela reeleição da Madre Maria José da Conceição Silva como Superiora do Mosteiro da Visitação de Santa Maria, na Vila Mariana, na zona Sul da capital paulista. (por Irmã Maria Lúcia de Jesus)
O Cardeal Scherer presidiu na terça-feira, 4, na Capela da Cúria da Região Santana, a missa em ação de graças pelos 55 anos da Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP). O Arcebispo destacou que a Caritas representa a expressão organizada da caridade. Concelebram a missa Dom Rogério Augusto das Neves e Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispos Auxiliares da Arquidiocese; o Padre Marcelo Maróstica Quadro, Vice-diretor da CASP; assistidos pelos Diáconos Anivaldo Blasques, Feliciano Bonitatibus, Francisco Nunes Pereira e Márcio José Ribeiro, este último Diretor da CASP. (por assessoria de comunicação da CASP)
Eis que chegamos, mais uma vez, à grande Páscoa do Senhor, ao centro de nossa santa religião e à razão fundamental de toda a nossa alegria e esperança. Quando, dois milênios atrás, os primeiros cristãos começaram a proclamar aos quatro cantos do mundo que Cristo havia ressurgido dos mortos, eles acreditavam que essa notícia era tão radicalmente nova e maravilhosa que, para anunciá-la ao mundo, valia a pena sujeitar-se a todo tipo de perseguições e torturas. Hoje, porém, nós, cristãos, talvez tenhamos nos “acostumado” com a crença na Ressurreição: “não nos damos conta do abismo que há entre a aceitação e a negação desse artigo de fé” (Peter Kree , Três losoas de vida). Em alguns casos, chegamos a adulterar o signi cado da Ressurreição, interpretando-a não como um fato histórico, mas como um mero
“‘produto’ da fé (ou da credulidade) dos apóstolos” (Catecismo, nº 644), e que, no mundo real, não passaria da continuação dos ideais de Jesus por seus discípulos, após o “fracasso” da Cruz –e assim nos esquecemos da advertência do Apóstolo, de que se Cristo não ressuscitou, e se não há ressurreição dos mortos, vã é a nossa fé (cf. 1 Cor 15, 14).
É verdade que em nosso País ainda conservamos algumas tradições que nos ajudam a entrar na alegria pascal: as reuniões festivas de família com chocolate para as crianças e a própria liturgia do Tríduo, com seu contraste entre o despojamento e a prostração da Celebração da Paixão e as luzes e sinos da grande Vigília Pascal. Mas para recordarmos com profundidade a importância desta festa, podemos buscar entendê-la por seu contraste, e nos perguntar: como seria a vida humana sem a Ressurreição?
Esta é, no fundo, a pergunta com que se depara o autor do Eclesiastes – e a resposta que ele dá é aquele trágico vaidade das vaidades: “Uma geração passa, outra vem, e a terra continua sempre a mesma, (...) pois a sorte dos humanos e a dos jumentos é idêntica: como o ser humano morre, assim eles morrem. (...) Tudo caminha para o mesmo lugar: tudo vem da terra, e tudo volta, igualmente, para a terra” (Ecl 1,4; 3,19-20). Se, de fato, a nossa existência está fadada a pulverizar-se na cova, então todas as alegrias que gozamos aqui nesta terra não passam de “diversões”, que nos distraem da realidade, e não somos mais do que animais no matadouro ou bolhas de sabão: a vida não passa de um conto narrado por um idiota, cheio de som e fúria, sem nenhum signi cado Aqui entendemos por que o Cristianismo é chamado de Evangelho:
Após o impacto inicial do atentado cometido por um aluno numa escola pública, causando a morte de uma professora e ferimentos em outras, surgem inúmeras questões a serem respondidas. O que leva um adolescente a executar um ataque como este? Quais motivos estão por trás deste comportamento? Bullying? Vingança? Ele havia dado sinais de que estaria planejando o atentando? Teve ajuda de algum colega?
O ato teria sido apenas a manifestação de um transtorno mental ou expressão de uma cultura violenta que alcança, de várias formas, todos os jovens?
As muitas análises realçam diferentes aspectos, comprovando a complexidade da questão. É difícil emitir um parecer de nitivo sobre as motivações para tal comportamento, assim como propor soluções para evitar a repetição destes atos.
O Estado é frequentemente apontado como o maior responsável pelo ataque, por engavetar projetos que previam a assistência psicológica nas escolas e por não oferecer a segurança necessária. Isto é correto. São décadas de abandono da educação, de professores realizando o trabalho em condições desa adoras, com pesadas cargas horárias e baixos salários, ao sabor de projetos que mudam frequentemente.
A in uência negativa das redes sociais também é bem conhecida e sua utilização foge à capacidade de contro-
le dos pais, ainda que estes procurem acompanhar os lhos de perto.
A pandemia, por sua vez, deixou marcas profundas na aprendizagem e no desenvolvimento emocional/social dos adolescentes. De fato, hoje os professores tem que lidar com situações que exigem uma compreensão além de sua formação pro ssional. Além disso, na maioria das escolas não houve um projeto de acolhimento e recuperação do conhecimento e dos laços de amizade e con ança perdidos. A pandemia, porém, não foi a responsável pela situação atual, mas aprofundou o mal-estar vivido pelos jovens, sua solidão, falta de perspectivas pro ssionais
devido ao aumento do desemprego e despreparo para o trabalho (geração “nem, nem”) e a falta de compreensão do signi cado da vida.
Muitas medidas de prevenção têm sido tentadas: presença de psicólogos nas escolas, acompanhamento social, instalação de botão de pânico em locais estratégicos, detector de metais, criação de canais de denúncia e monitoramento de inteligência policial. Essas medidas podem ser necessárias e algumas já deveriam vigorar a muito tempo, como o acompanhamento psicológico e a interação com as famílias. Elas, porém, também têm alcance limitado.
a morte, aquele inimigo terrível e contra o qual não encontrávamos nenhuma escapatória, foi derrotada por Jesus Cristo, Deus e homem. Esta é verdadeira Boa-Nova, a única coisa realmente nova na história do mundo – “Vida e morte, ó duelo! O combate mais belo: da vida o Rei morreu, mas venceu!”, como cantamos na belíssima Sequência Pascal.
“Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre Ele” (Rm 6, 8-9). Marchemos, então, por entre as sombras desta vida, con antes em que Nosso Senhor já tem a palavra nal sobre a morte, a dor e o sofrimento – e em que, se perseverarmos unidos a Ele, também nós chegaremos um dia à vida sem tristeza nem pranto, à felicidade do Céu.
Em uma entrevista, uma professora atingida no ataque a rmou que saberia falar sobre a Revolução Francesa, mas não sobre aquilo “que vai na alma humana”. É uma a rmação justa. Não se trata, porém, de acrescentar outra formação técnica, embora esta seja sempre bem-vinda.
Esta a rmação nos revela a profundidade da questão: ainda que os professores atuem com grande empenho e generosidade, faltam adultos capazes de propor um ideal de vida e isso não afeta somente os educadores. Todos nós perdemos a capacidade de reconhecer as necessidades essenciais da alma humana e a sensibilidade para perceber as riquezas e os sofrimentos dos que estão à nossa volta, em especial os jovens.
Se os jovens mergulham em bolhas de ódio e preconceito, talvez seja porque não encontrem locais para alimentar seu desejo de uma vida plena de signi cado, mas, sim, um mundo repleto de violência cotidiana. Infelizmente, não há soluções e cazes em curto prazo: é preciso iniciar processos na certeza de que a realidade está imbuída pela presença de Cristo, como sempre diz o Papa Francisco, para que os jovens possam descobrir-se aceitos e amados; apesar de suas incoerências, amados por Deus.
Marli PirozelliMantendo contato próximo com um grande número de mães, observo, cada vez mais, a culpa que carregam pelos mais diferentes motivos:
Trabalhar fora;
Não brincar com os lhos;
Perder a paciência;
Não ter amamentado exclusivamente no peito até 6 meses;
Ter pouco leite;
Não conseguir respeitar as janelas de sono e sonecas do bebê;
Não fazer um desmame gentil;
Sentir-se esgotada por dormir pouco....
En m, há sempre a percepção de que existe um erro no percurso, como se a criança fosse prejudicada pela mãe o tempo todo. Mais do que isso: como se a perfeição fosse possível entre nós, pobres mortais.
Quero trazer hoje uma re exão muito objetiva e realista sobre a maternidade e peço que me acompanhem com genuíno interesse em compreender a mensagem e tirar bons frutos para sua experiência pessoal.
Em primeiro lugar, entendam: não existe perfeição aqui na terra. Perfeito somente é Deus. Nós, simples mortais, podemos oferecer uns aos outros nosso melhor, ou seja, o esforço constante por fazer o bem, amar e servir.
Em segundo lugar, é preciso haver uma hierarquia clara de valores. Já pararam para pensar sobre isso? Para orquestrar tantos compromissos e responsabilidades, a ordem hierárquica é fundamental. O que vem em primeiro lugar? Em qual de suas atividades vocês são insubstituíveis? Já pararam para fazer essa re exão?
Num mundo tão materialista e hedonista, facilmente somos levados pela maré do ter, do sucesso pro ssional como meta principal. Mas, quando paramos para uma re exão mais profunda e realista, percebemos que é na família que cada um é, de fato, insubstituível – o que você não zer como mãe, ninguém o fará.
No entanto, ter clareza dessa importância não deve aprisionar vocês na culpa, caso não faça parte de suas possibilidades car em casa e cuidar de sua família.
Não idealizem a vida, pois ela não é passível de idealização. A vida acontece, surpreende, as circunstâncias se apresentam e o melhor que vocês podem fazer é, dentro de suas circunstâncias, viver sua hierarquia da melhor maneira possível
Trabalham fora? Façam-se presentes de modo criativo – voltem para casa sempre que possível (se for possível pegar e levar o lho na escola, almoçar em casa, jantar, dar banho, fazer dormir), não terceirizem por comodidade. Estabeleçam os combinados com as crianças, criem alternativas para saber se foram cumpridos, en m, sejam as protagonistas da educação deles nessas suas circunstâncias.
Ficam em casa? Estejam, de fato, na relação. Não é somente por estar em casa que a mulher está ocupada com a educação dos filhos e a gerência do lar. Vejo muitas mães que, mesmo estando em casa, acabam delegando tarefas importantes.
O mesmo vale para a amamentação, para as faltas de paciência, en m – a vida não cabe em nenhuma idealização, esqueçam essa loucura.
Fazer o melhor possível, lutar por ser uma boa mãe, mulher e esposa a partir de sua realidade pessoal, isso é o melhor que se pode fazer. Com isso, não estou fomentando uma postura comodista – sou assim e pronto. Ao contrário, estou estimulando que se conheçam, aceitem suas circunstâncias e tirem delas e de vocês o melhor – sem idealizações nem culpas. Erraram? Recomecem. Caíram? Levantem-se.
Seu lho não precisa de uma mãe perfeita. Ele precisa de uma mãe comprometida em lutar por oferecer seu melhor todos os dias, uma mãe comprometida em formar bem seu caráter e prepará-lo para a vida.
E tem mais: os lhos não são tão frágeis que qualquer erro de percurso os traumatize ou prejudique seriamente. Eles conseguem reconhecer o amor, o cuidado, o vínculo bem formado e, quando isso é vivido com retidão, os erros são parte passageira, são percalços que serão superados dentro da relação.
Podem ter certeza: essa conduta tão culpada e insegura prejudica mais os lhos de vocês do que os próprios erros cometidos.
Mães, coragem! As crianças precisam de vocês rmes, con antes e dedicadas sim, mas exatamente como são: reais. Com defeitos e qualidades, com acertos e erros. Não deixem a culpa tomar conta da vida e quem atentas pois, se ela aparecer com força, provavelmente o que faltou foi retidão ou compromisso com a missão. Corrijam e sigam. Educar os lhos é a maior oportunidade que vocês terão de crescer em virtudes, de se tornarem pessoas ainda melhores.
Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site www.simonefuzaro.com.br. Instagram:@sifuzaro
São convocados os associados proprietários e os membros do Conselho Fiscal da ASSOCIAÇÃO CULTURAL SÃO PAULO, com sede na Rua Monte Alegre, 1083, Perdizes – SP, para Assembleia Geral Ordinária, que será realizada no dia 20 de abril de 2023, às 14h00, na Rua João Ramalho, 182, 3º andar, São Paulo - SP.
A ordem dos trabalhos será a seguinte: 1.ção pelo Conselho Fiscal; 2. Outros assuntos de interesse da Associação.
da Assembleia Geral Ordinária, esta será instalada em segunda convocação com qualquer número de participantes, às 14h30, na mesma data e local.
São Paulo, 05 de abril de 2023
Iniciando a Semana Santa, a Igreja nos convida a fazer memória da entrada de Jesus em Jerusalém, indo ao seu encontro com ramos nas mãos, bem como participando de sua Paixão que se concretiza na doação de sua vida na cruz.
Jesus sai da periferia, Aldeia de Betfagé, por onde esteve a maior parte de sua vida, para agora entrar em Jerusalém, capital política e religiosa. Ele entra montado em um jumentinho, animal de pequeno porte, mas resistente e muito usado pelos camponeses para carregar peso, lavrar a terra, suportar longas viagens. Não era um animal usado nas guerras nem para alimentar vaidades dos que queriam poder e domínio.
Antes de entrar na grande cidade, a multidão o aclamava gritando: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor”. Na multidão, podemos até imaginar a voz do lho perdoado, do leproso e do surdo, o cântico do publicano e do impuro, o grito do cego Bartimeu, o suspiro aliviado da pecadora que Jesus protegeu das pedradas e de tantos outros que tiveram restituída a vida, a dignidade e a esperança. Diz o texto bíblico que “a numerosa multidão estendeu suas vestes pelo caminho, enquanto outros cortavam ramos das árvores e os espalhavam pelo caminho”. Quanta criatividade e espontaneidade no cuidado do caminho por onde Jesus ia andando. E hoje, o que colocaríamos nesse caminho?
A manifestação festiva da multidão incomodou muita gente, em especial aqueles que se consideravam justos eéis às leis e preceitos. É uma alegria insuportável e irritante. Gente religiosa e in uente, no meio econômico e político, eles conseguiram convencer a multidão a gritar por morte violenta: “Cruci ca-o”. É um grito que vem recheado de calúnia e mentiras por parte daqueles que querem a morte de Jesus. Grito dos que querem destruir a esperança do povo, matar seus sonhos e frear a solidariedade. Preferem a soltura de Barrabás e a condenação de Jesus. E não bastando a autorização da multidão para que fosse cruci cado, da parte dos mais próximos sentiu o peso do abandono e da traição, traição daquele que o vendeu e daquele que o renegou.
Diante de tanto barulho, negação, traição e gritaria, o mais importante foi o grito de Jesus, e este deve nos impactar. Ele morreu gritando de amor por cada um de nós, em especial por todos os que hoje sofrem na carne as dores das enfermidades, do abandono, da solidão, da indiferença e da fome. A esta última dor o pedido é este: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Em meio a tanta agitação, alguns atores tiveram participação decisiva, mas no silêncio e com discrição: Simão Cirineu ajudou a carregar a cruz; as mulheres e Maria permaneceram de pé observando tudo o que estava acontecendo; o Centurião bateu no peito reconhecendo Jesus como o Filho de Deus; e José de Arimateia tomou em seus braços o corpo do Senhor e o levou ao túmulo.
Hoje, Deus continua a nos interpelar a partir dos crucicados. Não nos é permitido continuar vivendo como espectadores, levantando muros para não ver e nem ouvir o que está acontecendo do lado de lá. É vergonhoso ver parte da população que usufrui do serviço dos mais pobres tentar impedir que moradias populares sejam levantadas nas suas proximidades, com a justi cativa velada de que seus imóveis possam ser desvalorizados.
Fernando de Oliveira Marques PresidenteHoje, Jesus entra em nossa cidade, na nossa Jerusalém, para nos dizer que é tempo favorável para construir espaços mais humanizados, ambiente acolhedor, lugar do cuidado e da comunhão. Alimentemos este sonho, postados, de pé como Maria, tendo os olhos xos em Jesus. Tenhamos conança: Ele cuida de nós.
Em 20/03/2023, foram nomeados para a Comissão de Coordenadores de Setor da Região Episcopal Sé, para o período de 26/05/2021 a 26/05/2024, os Reverendíssimos: Padre Edson Donizeti Toneti, para o Setor Jardins; em substituição ao Padre Geraldo de Paula Souza, CSsR; Frei Carlos José Coltri, OFMCap., para o Setor Cerqueira César; em substituição ao Frei Nilton Cesar Groppo, OFMCap.; Frei Eliseo Lopez Bardón, OSA, para o Setor Paraíso; em substituição ao Padre Mário Pizetta, SSP; E permanecem os Reverendíssimos: Padre José Elias Fadul, SAC, para o Setor Aclimação; Frei Wilson Batista Simão, OFM, para o Setor Bom Retiro; Padre Wellington Laurindo dos Santos, para o Setor Brás; Frei Mário Luiz Tagliari, OFM, para o Setor Catedral; Padre Lucas Pontel, para o Setor Perdizes; Padre Norberto Donizeti Brocado, CP, para o Setor Pinheiros; Padre Valmir Neres de Barros, para o Setor Santa Cecília. Continuam como membros natos os Reverendíssimos: Padre Aparecido Silva, Vigário-adjunto; Padre José Arnaldo Juliano dos Santos, Coordenador Regional de Pastoral.
Em 28/03/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro de Pirituba, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre José Pedro Batista, pelo período de (03) três anos
Em 28/03/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, no bairro Vila São Domingos, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre Marcos Roberto Pires, pelo período de (03) três anos
Em 28/03/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Líbano, no bairro Jardim Líbano, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre José Antônio Filho, SJC, pelo período de (03) três anos
Em 28/03/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, no bairro Jardim Bon glioli, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre João Carlos Deschamps de Almeida, pelo período de (03) três anos.
Em 28/03/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia São Francisco de Assis, no bairro do Jaguaré, na Região Episcopal Lapa, do Reverendíssimo Padre Edilberto Alves da Costa, pelo período de (03) três anos
Em 24/02/2023, foi prorrogada a nomeação e provisão como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Vila Formosa, na Região Episcopal Belém, do Reverendíssimo Padre Syllas Reschilliani, pelo período de (01) um ano
Em 25/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira São Gonçalo, no bairro do Centro, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Kiyoharo Ojima, até que se mande o contrário.
Em 10/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santo Agostinho, no bairro da Aclimação, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Pablo Tejedor Fernández, OSA, pelo período de (01) um ano
Em 03/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, no bairro do Centro, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Alberto Eckel Júnior, OFM, pelo período de (01) um ano
Em 03/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santa Teresinha, no bairro de Higienópolis, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Marcos Hideo Matsubara, OCD, pelo período de (01) um ano
Em 03/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santa Teresinha, no bairro de Higienópolis, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Geraldo Afonso, OCD, pelo período de (01) um ano.
POSSE CANÔNICA:
Em 12/03/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Consolata, no bairro Jardim São Bento, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Cláudio Cobalchini, IMC
Em 11/03/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São João Batista, no bairro Jardim Colonial, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Edgar Augusto Casallas Saavedra, SDS
Em 11/03/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Jesus no Horto das Oliveiras, no bairro Vila Isolina Mazzei, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Jovanês Vitoriano, SDS
Em 10/03/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e São Matias, no bairro Lauzane Paulista, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre José Chapron Ribeiro
Em 05/03/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Santo Antônio, no bairro Bancários, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Edson José do Sacramento, CSSp
Em 05/03/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São Roque, no bairro do Imirim, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Marcos Alves de Oliveira
Em 05/03/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Área Pastoral São João Paulo II, Paróquia Divino Espírito Santo, no bairro da Vila Portuguesa, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Adalberto Erwinski, CSSp
Em 05/03/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Glória, no bairro da Vila Bela, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Leomar Bucouski, OSBM
Em 03/03/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Jardim Tremembé, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Benedito Raimundo de Siqueira
Em 01/03/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia São Luiz Gonzaga, no bairro do Jaçanã, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Lucas Antônio Gobbo Custódio, CR
Em 24/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, no bairro Chácara Mafalda, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Leonardo Venício de Araújo Silva
Em 01/03/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia São Luiz Gonzaga, no bairro do Jaçanã, na Região Episcopal Sant’Ana, ao Reverendíssimo Padre Bruno dos Reis Paula, CR
Em 26/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Santo Emídio – Área Pastoral Missionária São José Operário, no bairro da Vila Prudente, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Marcos Brendan Foley, CSSp
Em 26/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia São José, no bairro do Ipiranga, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Gilmar Souza da Silva, NDS.
Em 26/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia São Vicente de Paulo, no bairro do Moinho Velho, na Região Episcopal Ipiranga, ao Reverendíssimo Padre Luiz Carlos de Oliveira, CM.
Em 25/02/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no bairro Parque Bancário, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Cristóvão Mamala, CSsR
Em 25/02/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, no bairro Parque Bancário, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Francisco Assis Miguel, CSsR
Em 19/12/2022, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro Campos Elísios, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Narciso Ferreira, SDB
DOSE DE REFORÇO
GARANTE MAIOR
PROTEÇÃO CONTRA A VARIANTE ÔMICRON.
IMUNIZANTE QUE JÁ
ERA OFERTADO PARA IDOSOS, INDÍGENAS, GESTANTES E PUÉRPERAS, TAMBÉM PODERÁ SER APLICADO EM PESSOAS COM COMORBIDADES
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.brDeclarada como pandemia há três anos pela Organização Mundial da Saúde, a COVID-19 tem desacelerado no País graças ao maior número de imunizados contra o vírus Sars-CoV-2. Um sinal disso é que demorou um ano e cinco meses para que se saltasse de 600 mil para 700 mil o número de mortos pela doença no Brasil, marca alcançada em 28 de março.
Apesar dessa desaceleração, algo tem preocupado os médicos e as autoridades sanitárias: a baixa adesão da população à dose reforço com a vacina P zer bivalente, que desde 27 de fevereiro está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, um grupo de 54,2 milhões de pessoas, entre as quais idosos, grávidas, puérperas, indígenas e quilombolas foi considerado como prioritário para a vacinação, mas desse total apenas 7,1 milhões, cerca de 13,1%, já havia recebido a dose de reforço até 2 de abril, conforme dados da plataforma “Vacinômetro COVID-19”, do Ministério da Saúde. Diante dessa “sobra” de doses, o Ministério anunciou na sexta-feira, 31 de março, que pessoas com comorbidades também já poderão receber esta dose de reforço (veja a lista completa ao lado).
“Está acontecendo com a vacina da COVID-19 aquilo que tem acontecido com quase todas as outras: sendo alvo de um movimento muito forte de se desvalorizar a vacinação como estratégia de saúde pública”, comentou, ao O SÃO PAULO, o infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), alertando para a disseminação de informações falsas sobre os efeitos colaterais da vacina bivalente, especialmente em idosos. “Se uma pessoa de mais idade que não é preparada para este tipo de assunto recebe uma mensagem com falsas informações via WhatsApp, por exemplo, qual é a compreensão que ela terá? Acaba não indo se vacinar”, lamentou.
UMA VACINA SEGURA
A P zer bivalente, em dose única, só pode ser aplicada em quem já completou há pelos menos quatro meses o ciclo de
vacinação com os imunizantes monovalentes contra a COVID-19. A bivalente tem esse nome justamente por conter a cepa original do Sars-CoV-2, registrada em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, e a variante ômicron, que desde 2022 é predominante em todo o mundo.
Em artigo publicado no site da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a geriatra Maisa Kairalla, coordenadora da Comissão de Imunizações da instituição, ressaltou que “a dose de reforço bivalente fornece maior proteção a curto prazo contra infecções por COVID-19, reduzindo casos de emergência, urgência ou hospitalização, em comparação com o regime de dois, três ou até quatro doses de vacinas de primeira geração monovalente, sem a bivalente entrar no esquema como um ‘booster’ (reforço)”.
De acordo com o Monitoramento do Horizonte Tecnológico (MHT), da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do SUS, a vacina bivalente apresenta os mesmos efeitos adversos das monovalentes, tais como dor e inchaço no local da aplicação, e, eventualmente, fadiga, febre e dores de cabeça e nas articulações.
“Via de regra, quando há esse efeito adverso, é um mal-estar autolimitado –de curta duração – e transitório. Toda vacina sempre tem um percentual de efeitos adversos, e a ciência sempre faz um balanço entre benefício e malefícios. E, certamente, no caso da COVID-19, o benefício da vacina se sobrepõe disparadamente sobre o malefício”, enfatizou Suleiman.
Em comunicado em fevereiro, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) ressaltou que “para indivíduos com risco mais elevado de adoecimento (idosos e imunodeprimidos), a proteção contra a ômicron conferida por vacinas, de modo geral e especi camente para as vacinas COVID-19, costuma ser menor e menos duradoura. Por esse motivo, o
Ministério da Saúde priorizou a oferta da vacina bivalente para esses grupos”.
O Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado em 27 de março, alertou para o crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em boa parte do Brasil, sendo que nos estados da Bahia, Ceará, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, “os dados laboratoriais sugerem que o aumento [de SRAG] na população adulta ou idosa é decorrente do vírus Sars-CoV-2 (COVID-19)”.
No mês de janeiro, 85% das pessoas que faleceram em decorrência da COVID-19 no Brasil tinham a partir de 60 anos de idade.
“Os idosos são uma população mais vulnerável não só para a COVID-19, mas para outras doenças de transmissão respiratória. Isso porque o corpo, ao longo dos anos, naturalmente tem um processo de perda de suas capacidades, incluindo a capacidade respiratória. O idoso também tem mais cormobidades, ou seja, mais incidência de doenças como o diabetes tipo 2, a obesididade, a hipertensão arterial e a insu ciência cardíaca. Todo esse cenário deixa o idoso mais vulnerável, caso contraia a doença. Por isso, há essa preocupação de que os idosos se vacinem contra a COVID-19 e, também, contra a in uenza”, ressaltou Suleiman.
O infectologista apontou ser fundamental que tanto os idosos quanto os seus cuidadores sejam alertados sobre a importância da imunização com a vacina bivalente e que toda a sociedade se mobilize para manter a vacinação em dia: “Em populações completamente imunizadas, a evolução da COVID-19 costuma a ser menos grave do que em populações que não estão completamente imunizadas. E para idosos, especialmente os com comorbidades, existe, de fato, uma maior gravidade caso se infectem, de modo que precisamos insistir: a redução de riscos está diretamente ligada à imunização”.
Idosos a partir dos 60 anos de idade; Trabalhadores e pessoas que vivem em instituições de longa permanência (a partir de 12 anos); Pessoas imunocomprometidas (a partir de 12 anos); Indígenas, ribeirinhos e quilombolas (a partir de 12 anos);
Gestantes e puérperas; Trabalhadores da saúde; Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos);
População privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas; bem como os funcionários desses locais.
A vacina também já está liberada para quem tenha de 12 a 59 anos e uma destas comorbidades: diabetes mellitus; pneumopatias crônicas graves; hipertensão arterial; insuficiência cardíaca; cor-pulmonal e hipertensão pulmonar; doenças cardíacas (cardiopatias, síndromes coronarianas, valvopatias, miocardiopatias, pericardiopatias, doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas e arritmias); próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados; doenças neurológicas crônicas; distrofias musculares; doença renal crônica; hemoglobinopatias e disfunções esplênicas graves; obesidade mórbida; síndrome de Down e outras síndromes genéticas; doença hepática crônica.
IMPORTANTE: Estados e municípios têm autonomia para estabelecer os calendários de acordo com a disponibilidade de vacinas, a situação epidemiológica local e o andamento da campanha de vacinação. Na capital paulista, outras informações podem ser obtidas na página “Vacina Sampa”, da Secretaria Municipal da Saúde.
DURANTE A PANDEMIA E AJUDOU A AMENIZAR O SOFRIMENTO DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA
A “Tenda Franciscana” começou a funcionar no dia 27 de março de 2020, em frente ao Convento São Francisco, no Largo São Francisco, no centro da capital paulista. Foi no começo da pandemia de COVID-19, época em que as recomendações de isolamento social e as limitações para o funcionamento das atividades comerciais, a m de conter a proliferação do coronavírus, fez com que as doações de alimentos às pessoas em situação de rua fossem reduzidas signi cativamente.
Inicialmente, o objetivo dos frades e de outros membros do Sefras - Ação Social Fransciscana era o de distribuir, em uma tenda, pão e água a quem precisasse. Foi uma campanha emergencial de enfrentamento à pandemia que atendeu, em 2020, mais de 2 mil pessoas todos os dias, entre refugiados, migrantes, pessoas em situação de rua e os desempregados, quantidade de pessoas que crescia a cada semana.
Para dar conta à crescente demanda, os serviços de atendimento foram se ampliando, com a distribuição de marmitas, cadastro para o recebimento de cestas básicas, entre outras ações.
Uma live, em 27 de março, marcou a celebração dos três anos da “Tenda Franciscana”, que atualmente é chamada de Casa Franciscana, com sedes na capital paulista e na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Participaram da live o Frei Marx Rodrigues dos Reis, Diretor-secretário do Sefras; Priscila Ramos, coordenadora da Casa Franciscana de São Paulo (SP); Lais Araujo, coordenadora da Casa Franciscana no Rio de Janeiro (RJ); Marcos Rosa, coordenador dos voluntários Sefras; Bruna Carvalho, nutricionista da entidade; Vinícius Fabreau, idealizador do projeto ‘Pão da Solidariedade’; Daliléia Lobo (Léia) coordenadora do Chá do Padre – que compartilharam
suas experiências de atuação na Tenda Franciscana e nas Casas Franciscanas.
O Sefras é uma ação da Ordem dos Frades Menores, que há 22 anos tem seu trabalho voltado à população em situação de rua. Trata-se de uma organização humanitária que luta todos os dias para combater a fome, as violações de direitos pela inserção econômica e social de populações extremamente vulneráveis: pessoas em situação de rua, imigrantes e refugiados, crianças e adolescentes pobres, idosos sozinhos e pessoas acometidas pela hanseníase.
As Casas Franciscanas prestam serviços diários à população e promovem alimentação saudável, cuidados pessoais, apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, fortalecimento familiar, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.
“Iniciamos a Ação Franciscana da Tenda como um plano emergencial, mas logo percebemos que era só o início de um trabalho de longo prazo. O que começou com pão e água, estendeu-se para marmitas, cestas básicas, atendimentos ambulatoriais – serviços pontuais que questionam a atual conjuntura da fome em nosso País e nos fazem agir com caridade e solidariedade” destacou Frei Marx, em entrevista ao O
SÃO PAULOO Frade recordou que com a pandemia e o aumento do número de desempregados, a fome cou ainda mais visível diante dos olhos da sociedade. “Num país tão rico, é inadmissível tantas pessoas sem um prato de comida à mesa.
Por isso, o Sefras intensi cou as ações voltadas para os mais vulneráveis”, ressaltou, elucidando a união e o trabalho de centenas de voluntários, doações e generosidade que possibilitaram o funcionamento da Tenda Franciscana como “um espaço voltado para a garantia da alimentação dos mais desamparados”.
Em julho de 2020, o projeto atingiu a marca de mais de 500 mil refeições entregues. “Essa demanda evidencia a situação de extrema necessidade de uma população que vive permeada pela dura realidade de insegurança alimentar em uma das cidades mais ricas do continente”, frisou Frei Marx, mencionando a necessidade de se ampliar políticas públicas favoráveis a todos, garantindo emprego, dignidade e comida na mesa.
“Na Tenda, diariamente, víamos a gura do Cristo na pessoa com fome e sede. É impossível não se comover diante da dor do irmão que clama por comida, um item essencial”, ponderou.
Priscila Ramos falou da sua experiência na Casa Franciscana do Glicério, que serve quatro refeições diárias, entre outros serviços. “Fazer parte da entidade me enche de orgulho e, sobretudo, con rma a certeza de que estamos contribuindo para saciar de algum modo a fome de multidões”, disse.
Lais Araujo compartilhou que no Rio de Janeiro a tenda começou em um espaço junto à Catedral Metropolitana e, atualmente, tem sede própria, e por isso passou a se chamar Casa Franciscana, qur atende diariamente, em média, 350 pessoas. “Somos sete membros do Sefras atuando na linha de frente. Cada conquista nos alegra, como a mais recente que é o banheiro, no qual em breve será possível oferecer o banho às pessoas em
situação de rua”, pontuou.
Marcos Rosa é coordenador dos voluntários da entidade e contou a experiência de capacitação dos atuais e novos voluntários do Sefras. “O voluntariado é um aspecto importante da nossa missão”, disse, convocando à participação de mais voluntários nas ações e mencionando que no site há um espaço de inscrição e capacitação.
Bruna Carvalho, nutricionista da entidade, destacou a necessidade de se pensar o papel ampliado da comida: “Comer é para além da saciedade, é energia, é vida. Precisamos pensar na educação nutricional, no reaproveitamento dos alimentos e das sobras de comida, na qualidade do que se põe à mesa, pensando em quem planta, quem colhe e quem come”,
Vinícius Fabreau, idealizador do projeto ‘Pão da solidariedade’, falou do empenho do Sefras no combate à fome, e destacou que o projeto é uma iniciativa para pensar a realidade da falta de pão na mesa dos brasileiros.
Diariamente no Sefras, 4 mil pessoas são atendidas, e há a distribuição de 2 mil refeições. Além da alimentação saudável, são oferecidos cuidados pessoais, apoio social e jurídico para população em situação de rua, acolhimento e inclusão social de imigrantes, contraturno escolar para crianças e adolescentes, cuidados na primeira infância, fortalecimento familiar, convivência e proteção de idosos, além de ações de defesa dos direitos e melhoria de políticas públicas voltadas a esses grupos.
Na sexta-feira, 7, como acontece todos os anos desde 1974, a Igreja se une em solidariedade à Terra Santa e aos lugares sagrados caros ao Cristianismo. Para tanto, os católicos de todo o mundo são convidados a manifestar sua generosidade, contribuindo com a “Coleta para a Terra Santa”.
Conhecida como “Collecta pro Locis Sanctis” e tradicionalmente realizada na Sexta-feira Santa, a iniciativa é resultado da vontade de São Paulo VI e dos pontí ces que o sucederam de
manter o vínculo entre os cristãos de todas as partes e os locais sagrados, garantindo o sustento da vida, dos projetos e trabalhos que se desenvolvem em torno da Igreja local.
O Frei Francesco Patton, OFM, Custódio da Terra Santa, destacou que o principal compromisso dos frades menores que moram na região é “cuidar das pedras abençoadas e santas, que são os santuários e, ao mesmo tempo, cuidar das ‘pedras vivas’, que são os cristãos locais e os peregrinos”. Ressaltou, também, a importância do trabalho de manutenção, preservação e revitalização dos lugares santos do Cristianismo.
Para tal, a generosidade dos éis é fundamental.
Entre os vários objetivos da Coleta estão o apoio e desenvolvimento das minorias cristãs, a conservação e valorização de áreas arqueológicas e santuários, a intervenção em casos de emergência, a liturgia em locais de culto, as obras apostólicas e a assistência aos peregrinos. En m, o intuito da iniciativa é sensibilizar os éis acerca do valor da solidariedade para com os católicos presentes na região e promover iniciativas para manutenção dos lugares santos que conservam a memória de Cristo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um comunicado na terça-feira, 4, em que indica que uma a cada seis pessoas no mundo sofre de infertilidade.
Para a entidade, esse é “um grande problema de saúde”, que afeta 17,8% da população adulta dos países ricos e 16,5% de cidadãos em nações pobres e em desenvolvimento.
“O relatório, o primeiro desse tipo em dez anos, revela um fato importante: a infertilidade não faz discriminações”, indicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
O estudo não analisa as causas médicas, ambientais, nem outros fatores que podem causar infertilidade, tampouco a sua evolução ao longo do tempo. No entanto, constitui um registro da prevalência do problema, analisando estudos realizados entre 1990 e 2021.
“A infertilidade afeta milhões de pessoas”, sublinhou Ghebreyesus. Segundo ele, “esse assunto é pouco estudado e as soluções não são su cientemente nanciadas, sendo inacessíveis por muitos em razão dos gastos elevados, da estigmatização social e da disponibilidade limitada”, comentou.
A proporção de indivíduos que sofrem com o problema “mostra a necessidade de expandir o acesso a cuidados
relativos à fertilidade”, ressaltou o diretor da OMS. Para ele, é importante que essa questão não seja deixada de lado nas pesquisas e políticas de saúde, a m de encontrar “meios seguros, e cazes e acessíveis que estejam disponíveis para aqueles que desejam”.
O Papa Bento XVI, em fevereiro de 2012, durante a XVIII Assembleia da Pontifícia Academia para a Vida, a rmou: “O tema escolhido por vós este ano, ‘Diagnóstico e terapia da infertilidade’, além de ter uma relevância humana e social, possui um peculiar valor cientí co e exprime a possibilidade concreta de um fecundo diálogo entre dimensão ética e pesquisa biomédica. Diante do problema da infertilidade do casal, de fato, escolhestes enfatizar e considerar atentamente a dimensão moral, procurando as vias para uma correta averiguação diagnóstica e uma terapia que corrija as causas da infertilidade. [...] A pesquisa de um diagnóstico e de uma terapia representa o aprofundamento cienti camente mais correto em relação à infertilidade, mas também o mais respeitoso da humanidade integral dos sujeitos envolvidos. [...] As legítimas aspirações do casal, que se encontra em uma condição de infertilidade devem, portanto, encontrar, com a ajuda da ciência, uma resposta que respeite plenamente a dignidade da pessoa e dos esposos.
Fonte: RFI Brasil eVatican.va
Na Malásia, a pena de morte não será mais obrigatória para 11 crimes graves, incluindo assassinato e terrorismo. A decisão, votada pelo Parlamento na segunda-feira, 3, poderá poupar a vida de mais de mil detentos que estão no corredor da morte.
A reforma aprovada pelo Legislativo não eliminará a pena capital, mas a tornará mais difícil. Os juízes ainda terão o poder de impô-la em casos excepcionais, bem como poderão emitir alternativas em casos de crimes graves, como penas de prisão
perpétua de até 40 anos ou castigos corporais, entre eles o açoitamento.
A nova legislação, uma vez promulgada, será aplicada retroativamente, ou seja, os presos já condenados à morte poderão pedir a revisão do julgamento e a comutação da pena.
O vice-ministro da Reforma Institucional da Malásia, Ramkarpal Singhha, disse que a pena de morte não funcionou como um impedimento: “Não trouxe os resultados que deveria trazer”.
Há 34 crimes puníveis com pena
de morte na Malásia. Segundo dados o ciais, entre 1992 e 2023, um total de 1.318 prisioneiros foram executados no país. De acordo com a ONG Anistia Internacional, existem atualmente 1.341 prisioneiros condenados à pena capital, sendo que 67,5% a receberam por trá co de drogas.
A Malásia vem discutindo o m da pena de morte há mais de uma década e os dois projetos de lei destinados às reformas da legislação representam um avanço para o m desse tipo de condenação. Fonte: A Referência
Cristo ressuscitou! Este acontecimento lança luz sobre todos os demais mistérios da vida do Senhor sobre a terra. Sua Encarnação, a pregação pública, os milagres, a fundação da Igreja, a instituição da Eucaristia e, especialmente, sua Paixão e Morte, podem ser compreendidos somente a partir deste fato: “Ressuscitado dos mortos, Cristo já não morre mais” (Rm 6,9). Nada do que Ele fez foi em vão; e nada foi apenas “temporário”! A sua existência neste mundo, os anos em que “andou por toda a parte fazendo o bem” (At 10,38), não se reduzirão a uma bela memória do passado. O Senhor proclama: “Estive morto, mas eis que vivo por toda a eternidade! E possuo as chaves da morte e do inferno” (Ap 1,18).
O Ressuscitado aparece a Maria Madalena, a Pedro, aos discípulos de Emaús, aos Apóstolos reunidos, e confere um novo sentido também às suas vidas! En m, tornam-se compreensíveis aquelas palavras “Eu vim para que tenham vida e a tenham abundantemente” (Jo 10,10). Adquire novo sabor a promessa “Aquele que crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em Mim não morrerá eternamente” (Jo 11,25s). Na Ressurreição, os discípulos encontram o sentido profundo, inclusive dos pesados trabalhos e sofrimentos que deveriam enfrentar. De agora em diante, sabem que viverão eternamente com Cristo ressuscitado e vitorioso. Como proclama São Paulo, “temos certeza de que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos, da mesma forma nos ressuscitará com Ele” (2Cor 4,14).
É preciso que também nós nos deixemos iluminar pelo anúncio deste evento histórico que se torna presente na liturgia! A partir do Domingo de Páscoa, a Ressurreição do Senhor se irradia para todos os domingos do ano que são, por essa razão, “o Dia que o Senhor fez para nós” (Sl 118,24). A Ressurreição revela o sentido profundo de todos os acontecimentos da vida; dos mais felizes aos mais dolorosos e, especialmente, dimensiona corretamente a morte. A nal, “esta palavra é digna de fé: se com Ele morremos, com Ele também viveremos” (2Tm 2,11). No m das contas, a vida encontra sua razão de ser na Ressurreição de Jesus, pois para nós “viver é Cristo” (Fl 1,21)! Talvez tantas coisas nos deixem confusos e desanimados. A incerteza com relação ao futuro; o medo da doença e da guerra; a falta de esperança na política e nas soluções humanas para problemas importantes; o caos veri cado na sociedade e nas consciências. Talvez nos sintamos desolados como os Apóstolos quando “ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual Ele devia ressuscitar” (Jo 20,9)… Pois bem, por isso mesmo, uma vez mais, a Igreja nos anuncia em alta voz que “Cristo ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20)! Uma vez mais, celebramos este mistério! Uma vez mais, o Senhor nos ordena: “Desperta, ó tu que dormes, e levanta dos mortos, pois Cristo se manifestará a ti” (Ef 5,14)! O Senhor onipotente, que confere sentido ao que parece sem sentido, está vivo e vitorioso!
Feliz Páscoa!Parlamento acaba com a pena de morte obrigatória para crimes graves
CRESCIMENTO FOI
VERIFICADO DURANTE O PERÍODO DA PANDEMIA; MÁ-NUTRIÇÃO ATÉ 6
ANOS DE IDADE DEIXA CONSEQUÊNCIAS PARA O RESTO DA VIDA
DANIEL GOMES osaopaulo@uol.com.brO agelo da fome no Brasil também tem alcançado cada vez mais as novas gerações. Um levantamento da Pastoral da Criança revelou que de 2020 a 2022 saltou de 3% para 4,9% a quantidade de crianças desnutridas de até 6 anos de idade que são acompanhadas pela Pastoral, revertendo uma tendência de queda gradual deste indicador que vinha sendo veri cada antes da pandemia de COVID-19.
Regularmente, os agentes da Pastoral – também chamados de líderes – realizam a aferição de peso e altura das crianças de até 6 anos, inserem estes dados no aplicativo “App da Pastoral da Criança + Gestante” e, assim, obtêm um diagnóstico sobre o estado nutricional de cada uma delas.
“Qualquer tipo de desvio nutricional, seja a desnutrição, seja a obesidade, é preocupante, até porque o excesso de peso e a desnutrição podem ser concomitantes. O nosso aplicativo já sinaliza para os agentes sobre aquelas crianças que realmente precisam de alguma intervenção, de algum acompanhamento mais próximo do serviço público. E diante deste aumento de desnutridos, temos proposto temas semanais para que nossos voluntários quem ainda mais atentos a isso”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Caroline Dalabona, nutricionista da equipe técnica da coordenação nacional da Pastoral da Criança.
No Brasil, conforme dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, em média 11 crianças menores de 5 anos de idade são internadas por dia com desnutrição.
Na relação entre peso e altura, o chamado índice de massa corporal, o principal indício de que a criança possa estar desnutrida é a estatura abaixo do esperado para sua idade.
“A altura é um dos indicadores que nos mostra a qualidade de vida da criança. Se ela apresenta uma baixa estatura, isso pode indicar uma desnutrição crônica, e signi car que ela está vivendo uma condição de vulnerabilidade por um grande período de tempo”, detalhou Caroline.
Na avaliação de Nelson Arns Neumann, doutor em Saúde e coordenador internacional da Pastoral da Criança, a interrupção das atividades nas escolas
durante a fase mais aguda da pandemia pode ter impactado o nível nutricional das crianças, pois, especialmente para as mais pobres, a maior parte das refeições é feita na escola.
A Campanha da Fraternidade de 2023, que trata do combate à fome, alerta que “as principais vítimas da insegurança alimentar são as crianças, já que, no caso delas, pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento físico e cognitivo, uma vez que a anemia, que é a ausência de ferro no organismo, pode comprometer o desenvolvimento de órgãos, tecidos e o funcionamento cerebral, afetando capacidades como a memória e a atenção, a leitura e a aprendizagem de linguagens como um todo, o que por sua vez leva ao mau rendimento escolar. Esse dé cit pode ser irreversível em situações de insegurança alimentar grave” (texto-base da CF 2023, nº 71).
Caroline destacou que a preocupação com a alimentação da criança deve começar já durante a gestação: “Se nessa fase a mãe passar fome, toda a formação dos órgãos da criança será de citária, resultando em coração, rins e fígados menores que o esperado. E com o passar do tempo e o estilo de vida dessa pessoa, aumentam as chances de muitas doenças crônicas, como a hipertensão e diabetes, por exemplo. Portanto, é indispensável
que façamos algo para que a criança não sofra consequências depois. Pensando de uma forma bastante ampla, com a desnutrição infantil estamos comprometendo a formação da nossa sociedade; assim, o momento de intervir é agora”.
Com base na experiência de quatro décadas de atuação da Pastoral da Criança, Neumann destacou que o combate à desnutrição infantil passa não apenas pela oferta de refeição de qualidade às crianças, mas também por dar condições às famílias para que possam preparar os próprios alimentos e que tenham estruturas mínimas como acesso a energia elétrica e saneamento básico, para corretamente manusear os alimentos e acondicioná-los.
“Em fevereiro do ano passado, visitamos uma comunidade na área da Região Brasilândia, e eu olhei para o entorno e pensei: ‘Não é possível que com esta água espirrando pra todo lado, com cocô de cachorro pelas ruas se misturando com o furo das mangueiras, não aconteçam casos de diarreia’. Em abril, quandozemos o mutirão pela vida, indo pesar as crianças naquele local, houve baixo comparecimento. Fomos, então, vericar nas creches o que havia acontecido, e soubemos que 2/3 das crianças não tinham ido às aulas por causa de um surto de diarreia, que pegou adultos e crianças daquela região”, recordou.
“A Campanha da Fraternidade deste ano é muito sábia em dizer que existem situações emergenciais da fome, mas é preciso focar as razões que levam a isso, como a questão do saneamento básico, como neste caso que citei do surto de diarreia. É muito interessante que a CF deste ano aborde todas as causas da fome, não se limitando apenas à boa vontade de se distribuir cesta básica ou marmitas”, complementou.
O coordenador internacional da Pastoral da Criança apontou, ainda, que seria importante que também as escolaszessem o acompanhamento da condição nutricional das crianças; e que as famílias precisam ter acesso a corretas informações sobre nutrição infantil.
“Às vezes, vemos mães que compram coisas que não devem para os lhos, por exemplo, danoninho para crianças que precisam apenas receber o aleitamento materno. Falta orientação, mas quando essa mãe acessa o nosso aplicativo e começa a ter mais conhecimentos, ela muda práticas e também passa a ser mais exigente com os serviços que o Estado fornece”, avaliou.
“Na Pastoral, fazemos o acompanhamento das crianças, considerando todas as variáveis, inclusive o que a criança comeu, e devolvemos essa informação nutricional para a mãe. Com isso, ela ca em alerta e pode informar a escola sobre algo especí co da alimentação da criança. O ideal na escola seria não se pensar apenas no prato padrão, mas também considerar que para determinada creche onde há algum dé cit nutricional possa haver alguma variação”, comentou.
No “App da Pastoral da Criança + Gestante”, disponível para download gratuito na Google Play, são disponibilizados materiais orientativos, como o “Guia da Gestação aos 6 anos” e outros conteúdos formativos sobre saúde, alimentação saudável e desenvolvimento infantil. Por ele, também é possível e avaliar em tempo real o estado nutricional da criança com base em seus dados de peso e altura.
Criada em 1983 pela sanitarista e pediatra Zilda Arns Neumann e pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, então Arcebispo de Londrina (PR), a Pastoral da Criança ajuda a salvar vidas de crianças de até 6 anos, a partir de orientações práticas às famílias sobre aleitamento materno, higienização, alimentação saudável, acompanhamento nutricional, vacinação. Regularmente também faz a aferição do peso e altura dessas crianças. Saiba mais em: https://www.pastoraldacrianca.org.br.
Edição 09
5 de abril de 2023
Não temos as datas exatas que marcaram a vida de Cristo. Natal e Páscoa, ano 0 e ano 33, são todas datas simbólicas ou provenientes de cálculos aproximados, feitos muito depois dos acontecimentos. De qualquer forma, estamos apenas a 10 anos das comemorações do segundo milênio da cruci cação do Senhor. Lembrando desse fato, o Caderno Fé e Cultura desta Páscoa de 2023 apresenta um artigo do Prof. Jack Brandão, provavelmente o maior conhecedor do Sudário
de Turim no Brasil, sobre essa relíquia tão signi cativa quanto polêmica na história do Cristianismo. Além disso, trazemos uma pequena re exão de Bento XVI sobre os dois conhecimentos que temos sobre Cristo: o pessoal de cada um de nós e o histórico. Em nosso artigo sobre cinema, o Prof. Rafael Ruiz indica “Os Fabelmans”, de Steven Spielberg, ganhador do Globo de Ouro e com sete indicações para o Oscar de 2023.
Autores consagrados, declaradamente ateus e/ou vindos de uma história de vida cristã, como o escritor José Saramago (O Evangelho segundo Jesus Cristo, São Paulo: Companhia das Letras) e o cineasta Martin Scorsese (A Última Tentação de Cristo, baseado no romance de Nikos Kazantzakis) frequentemente realizam obras procurando nos mostrar uma face “mais humana” de Cristo.
A comunidade cristã costuma se sentir ofendida e ultrajada por tais obras, que distorcem os relatos e o sentido dos Evangelhos. Contudo, elas trazem em si uma falha muito mais sutil e problemática: fazem a pergunta errada e, por isso, só podem encontrar respostas erradas. A grande pergunta não diz respeito ao lado humano de Cristo, mas sim a seu lado divino.
A existência, nas periferias do Império Romano, de um grande pregador, de um místico ao qual se
atribuía a realização de milagres, que terminou tragicamente numa cruz, pode ser relevante – mas não chega a ser extraordinária. Milhares de grandes homens semelhantes existiram na história. Muitos, talvez a maioria, tiveram sua história recontada com detalhes extraordinários. Nada disso, contudo, é su ciente para que mereçam mais do que o estudo histórico ou a meditação sobre suas ideias.
Aquele que impactou o mundo a ponto de dividir o tempo em um antes e um depois nos intriga não por suas características como homem. Tentar entender mais essas características ou criar novas histórias em torno de sua vida não explicará seu fascínio. A grande questão é em que transcendia do humano.
Pode ter acontecido, na história, que o In nito tenha se acomodado à trivialidade da existência humana? Os poderosos são sempre ciosos de seu poder e de suas prerrogativas, terá o
Poder Absoluto abdicado de si mesmo para estar conosco por um ín mo instante dentro da eternidade? Insistirá a Razão Absoluta que rege todas as coisas a se apresentar a nós como escândalo e loucura (1Cr 1, 23)? Nós, que não perdoamos nem a quem amamos, que muitas vezes não perdoamos nem a nós mesmos, poderíamos ser perdoados por Aquele que nunca erra? Essas são as verdadeiras perguntas que precisam ser exploradas por nossa mente questionadora e nosso coração inquieto, aquelas que que têm o poder de mudar radicalmente nossa vida.
Luc Ferry, lósofo ateu francês, em A tentação do Cristianismo (São Paulo: Objetiva), considera que o sucesso do Cristianismo se deve à perfeição de sua promessa. Queremos nos libertar da morte; pois bem, Cristo morreu e ressuscitou para que ganhássemos a vida eterna. Muitas correntes losócas e religiões prometiam uma vida eterna, mas com a dissolução da indi-
vidualidade humana no uxo eterno do cosmo; no entanto, na vida eterna dos cristãos permaneceremos, de alguma forma, com nossa identidade, pois é a pessoa de cada um de nós que é amada. Queremos nos libertar do peso esmagador da culpa – pois fomos perdoados pela Sua misericórdia, salvos pelo Seu sacrifício! É tudo bom de mais, impossível as multidões não seguirem essa promessa! Mas ele, o lósofo cético, não pode acreditar em algo tão bom, tão condizente aos desejos humanos... Por isso é ateu! Quase dois mil anos depois de sua morte, Cristo permanece como aquele que mais corresponde ao nosso anseio de felicidade. Contudo, por mais que nós mesmos queiramos muitas vezes, não se apresenta como evidência indiscutível, à qual todo ser humano é obrigado racionalmente a aceitar. Permanece sempre como companhia a ser encontrada e vericada no coração de cada um de nós.
Ao se aproximar o encerramento da Quaresma, tempo de preparação em que se celebram os principais eventos do Cristianismo, chegamos ao Domingo de Ramos, dando início à Semana Santa. Jesus entra em Jerusalém aclamado com gritos de júbilo e hosanas; mas, dias depois, o populacho pedirá sua cruci cação. Período de intenso simbolismo e mistério, quando se medita, de modo especial, a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus.
Tais imagens, descritas nos Evangelhos, proclamadas nas celebrações eucarísticas, meditadas nos mistérios dolorosos do Rosário, nas Vias-Sacras, nos diversos lmes que buscam retratar esses acontecimentos, estão presentes em nossa memória coletiva. No entanto, como essas são construções imagéticas de terceiros, poderíamos nos questionar: como terá sido, efetivamente, os últimos momentos de Jesus naquela semana decisiva para a nossa salvação? Até que ponto aquelas imagens reproduzem, ou não, aquela realidade histórica?
O Sudário. Neste ano, em que se comemoram os 1990 anos daquele dia que nos abriu as portas de nossa redenção, outra imagem vem nos dar luz a determinados pontos que não caram claros na leitura dos Evangelhos, de modo especial quando tratam dos últimos acontecimentos da vida de Jesus: o Sudário de Turim. Provável lençol mortuário que teria envolto o corpo sem vida do Mestre ainda no sepulcro após sua cruci cação, as imagens presentes na mortalha nos fazem compreender, de maneira mais intensa, a amplitude daqueles eventos, de certa maneira imprecisos, como os presentes nos textos sagrados.
Mas, como foi possível tamanha imprecisão? Basta termos em mente que tudo aquilo que é banal passa, muitas vezes, despercebido, a ponto de não darmos importância sequer para registrá-lo. Algo parecido pode ter ocorrido com os evangelistas, ao retratarem aqueles fatídicos acontecimentos da Quinta e da Sexta-feira Santas. A cruci cação, por exemplo, já deveria ser tão corriqueira na região a ponto de não ser necessária, devido à sua banalidade, a inclusão de certos detalhes, como saber se o supliciado estava nu (ou não) no madeiro, se carregou a cruz toda para o local de execução, se foram empregados três ou quatro pregos, ou xaram o condenado com cordas.
Um dos objetos mais misteriosos da história da humanidade – senão o mais misterioso (no sentido religioso do termo) – o Sudário de Turim traz a inegável imagem de um homem cruci cado. Cientistas tentam chegar a um consenso sobre a origem de sua imagem, a datação do tecido, a explicação de suas características peculiares. Seja qual for a verdade sobre ele, para aqueles que têm fé, permanece como um sinal comovente deixado por Deus, para que não nos esqueçamos do sacrifício de amor que Cristo fez por todos.
pois é questão de fé, mas para aqueles que não a possuem e poderiam buscar respostas, elas precisam ser dadas, ainda mais em uma época tão iconóla como a nossa.
As controvérsias. Apesar de não ser necessária para nossa fé, que se bastaria a si mesma e sem a necessidade de artifícios externos, a mortalha tornou-se um objeto repleto de controvérsia e fascinação ao longo dos anos. Uns por não a aceitarem como verdadeira, buscando ridicularizá-la como uma relíquia medieval; outros, por creditar a ela poderes quase mágicos! Mas, por que tamanha fascinação? Pelo simples fato de o Sudário de Turim ter sido um dos artefatos feitos pelo homem mais estudados pela ciência do século XX, a ponto de responder a diversos questionamentos a respeito daquilo que, de certa maneira, é pouco claro ou obscuro nas passagens bíblicas que tratam do assunto.
Como seres que anseiam por imagens, buscamo-las continuamente. Hoje, mais do que nunca e diante das diversas mídias disponíveis, temos uma assombrosa necessidade delas para saciar tamanho impulso. Jesus, porém, conhecendo nossa natureza, ainda mais a de um século tão descrente como o nosso, quis deixar para a nossa geração um objeto tão plenamente imagético como o Sudário de Turim.
Este traz impresso, no linho, mais que meros borrões, como se poderia esperar de um pano que tenha envolvido alguém repleto de feridas e de chagas! Aquilo que se vislumbra, pelo contrário, é uma imagem especular de um homem de frente e de costas. Além disso, ao longo dessagura, se observam diversas marcas de sangue que, no lugar de estarem distorcidas e nodoadas, acompanham os contornos daquele vulto, revelando certas particularidades até então desconhecidas.
Temos, portanto, duas imagens muito claras no Sudário: a do homem e a do sangue que, provavelmente, procedeu dele. Além disso, não se pode esquecer de que há diversas marcas de chamuscamento resultantes de um incêndio, em 1532, em Chambéry, onde a relíquia cava antes de Turim, bem como manchas de água utilizadas para debelar o fogo.
Os evangelistas, muitos dos quais não estavam sequer presentes na cena, retrataram aquilo que acreditaram ser o essencial: a agonia no Getsêmani, a prisão, os julgamentos, a condenação, a agelação, a coroação de espinhos, o trajeto percorrido... Mas, como se deu tudo isso? Tal pergunta, deve-se salientar, pouco importa ao crente, Imagem do Sudário, com as marcas de sangue em destaque
O torturado. No entanto, aquilo que mais nos chama a atenção são os diversos vestígios de tortura infringida àquele homem, presentes em todo o corpo: várias lesões em formato de halteres dispostas em três pares que nos lembram o agrum – açoite empregado como parte essencial da pena capital romana –; diversos coágulos na parte posterior da cabeça, bem como na anterior que escorre
pela fronte, demonstrando que diversos elementos perfurantes estiveram em contato direto e, de maneira contínua, ao couro cabeludo; uma grande ferida aberta sob o peito direito, provavelmente, por objeto lacerante, cujo sangue escorreu para a parte posterior do corpo, formando uma espécie de cinturão; uma impressão expressiva no pulso de uma das mãos (a palma da outra está encoberta, cando à mostra apenas os dedos, com exceção do polegar ausente em ambas), demonstrando que a área foi, possivelmente, perfurada por objeto pungente; os pés, assim como as mãos, evidenciam um estigma também proveniente de um objeto perfurante, conforme é possível ver na planta do pé direito, do qual abunda muito sangue que o encharcou por completo; percebe-se uma grande tumefação na face direita, assim como a ausência de parte da barba que parece ter sido arrancada; notam-se, ainda, lacerações nas escápulas...
É importante lembrar que, sob um ponto de vista arqueológico, existem pouquíssimos resquícios da cruci cação; logo, não há como precisar como tal pena capital era, de maneira efetiva, aplicada no Império Romano. Isso é devido ao fato de os supliciados terem seus corpos abandonados nas cruzes para serem devorados por animais e aves de rapina, a m de servirem de exemplo para que os habitantes do local não cometessem os mesmos crimes. Assim, a maioria dos cruci cados nunca era enterrada, com raríssimas exceções, como aconteceu com Jesus segundo os Evangelhos.
Contudo, tal regalia existiu. Temos, por exemplo, o caso de Jehohanan, que viveu por volta do século I d.C. e cujos restos mortais foram encontrados em um ossuário em Jerusalém, em 1969. Ele, por exemplo, tinha o calcâneo direito transpassado por um prego de ferro de cerca de 11,5 cm. Além dele, em 2017, foi encontrado em Fenstanton, na Inglaterra, um esqueleto completo de alguém que havia sido enterrado entre 130 e 360 d.C., cujo calcâneo direito também estava varado por um prego de ferro.
Como eram crucificados? No entanto, o interesse cientí co pelo Sudário de Turim só teve início no nal do século XIX, depois de ser revelada a fotogra a de Pia Secondo, em 1898. Isso porque se percebeu que aquela imagem esmaecida de um homem ganhou contornos mais nítidos, exatamente, no negativo fotográ co, algo que seria um total contrassenso. A partir desse momento, não só cresceu o interesse pela relíquia como também muitos pesquisadores de diversas áreas se debruçaram sobre as imagens que o Sudário fornecia, levando-o a se tornar um objeto de cunho cientí co. Tais especialistas conseguiram preciosas informações que extrapolaram, de uma vez por todas, o campo religioso, adentrando o histórico, artístico, antropológico, físico, químico, biológico, médico, entre outros.
Na década de 1930, por exemplo, o cirurgião francês Pierre Barbet cou intrigado com as marcas nos pulsos e começou a fazer uma série de experimentos com cadáveres para entender o porquê. Só aí, percebeu o óbvio: as primeiras representações artísticas da cruci cação de Jesus, empregadas desde o século VI com os pregos na região palmar, estavam equivocadas. Seria impossível para as palmas suportarem o peso de um homem, ainda mais com aquela compleição física. Isso porque o peso do corpo rasgaria a pele e este tombaria para frente.
Barbet, ao pregar os pulsos dos cadáveres, percebeu a extrema facilidade com que o cravo atravessava a região, já que há espaços entre seus oito ossos; no entanto, tal ação seria extremamente dolorosa para o supliciado, devido aos nervos e tendões ali presentes. Esses, por sinal, ao serem atravessados, faziam com que o polegar, de maneira automática, se lançasse para a palma da mão, praticamente ao local em que os artistas colocavam o prego em suas representações! Não à toa, os polegares do homem estão ausentes...
Percebe-se, assim, como as informações trazidas pelo Sudário de Turim também são de extrema importância para os estudos arqueológicos referentes à cruci cação que, mesmo vastamente citada e documentada por fontes romanas, não nos informaram os detalhes de como ocorria, por exemplo, a xação do condenado à cruz. É provável que, entre os intelectuais romanos, tenha sucedido algo semelhante àquilo que a rmamos, quanto às Escrituras, em relação ao registro de ações banais naquele período.
Soma-se a isso o fato de o imperador Constantino, devido a sua proximidade com o Cristianismo, ter proibido a cruci cação como pena capital, no século IV. Mas, por
que isso é relevante para os estudos sindônicos, como os que executo há alguns anos? Porque um século após essa proibição e com o Cristianismo tendo sido propagado para grande parte do mundo pagão, para os quais as imagens já era uma realidade há muitos anos, diversos éis começaram a buscar por representações do Senhor, que já existiam, mas que não o retratavam na cruz.
As representações artísticas. Surge aí uma questão decisiva para os artistas, acostumados a buscar modelos: como representar uma cruci cação se não havia nenhum paradigma para se imitar? Eis que algum pintor, simplesmente, idealizou aquilo que julgava ser tal suplício: braços rentes ao patibulum (trave da cruz), com o corpo formando um ângulo reto em relação ao stipes (poste), pregos nas palmas das mãos, pregos em cada uma das pernas no espaço entre a tíbia e a fíbula, Jesus vestido com roupas sacerdotais, olhos bem abertos, sem a coroa de espinhos, sem nenhuma gota de sangue...
Tal modelo tornou-se paradigmático e seria imitado por grande parte dos artistas do século VI até o momento em que outro paradigma fosse colocado em seu lugar. Pode-se perguntar: que relação têm tais imagens como o Sudário de Turim? Nenhuma! Isso faz dele um objeto único e, digamos, à prova de falsi cação pictográ ca; pois, como dissemos, os artistas da Antiguidade, assim como os do Renascimento, trabalhavam com modelos que eram, continuamente, imitados.
Por sua vez, o Sudário distancia-se de todo fazer artístico que surgiu na arte pictográ ca paleocristã, bem como nas de séculos posteriores. Isso quer dizer que seria muito difícil para um artista daquele período não só inovar e criar algo do nada, mas
também fazer com que tal modelo fosse aceito por sua sociedade. Caso isso ocorresse, como aqueles que pintaram as primeiras cruci cações, pouco se importariam com questões anatômicas, visto que os valores transcendentais estariam à sua frente, como naquela que seria a pintura bizantina, por exemplo.
O Sudário, após anos de estudos, mostra-nos uma grande precisão na constituição anatômica do homem ali retratado, ainda mais em um tempo no qual tais conhecimentos não eram ainda tão precisos, como na Idade Média, período em que o teste de carbono 14 lançou a origem do pano.
conceito de iconofotologia, com o qual mantém editor da revista acadêmica Lumen et Virtus
Para conhecer mais sobre o tema, leia: BRANDÃO, Jack. A saga desconhecida do Santo Sudário de Cristo e de sua Igreja. São Paulo: Editora Lumen et Virtus, 2022.
São Paulo distingue dois modos de conhecer especi camente Jesus e dois modos gerais de conhecer uma pessoa. Escreve na Segunda Carta aos Coríntios: “De modo que, de agora em diante, a ninguém conhecemos segundo a carne. Ainda que tenhamos conhecido a Cristo desse modo, agora já não O conhecemos assim” (5, 16). Conhecer “segundo a carne”, de modo carnal, signi ca conhecer de modo apenas exterior, com critérios super ciais: pode-se ter visto uma pessoa diversas vezes e, portanto, conhecer as suas feições e os diversos pormenores do seu comportamento: como fala, como se move etc.
Contudo, mesmo conhecendo alguém desta forma, não o conhecemos realmente, não se conhece o núcleo da pessoa. Só com o coração se conhece verdadeiramente uma pessoa. De fato, os fariseus e os saduceus conheceram
Rafael Ruiz*
Depois de assistir Os Fabelmans, entendemos melhor por que Spielberg dá tanta importância às cenas e aos laços familiares e, principalmente às refeições em família. Praticamente todos os seus lmes deixam ver sempre essas cenas familiares, tanto nos seus momentos de alegria, quanto de tristeza; tanto nas horas dos planos felizes juntos, quanto nas horas amar-
gas da dor e da desilusão.
O lme começa com um casal – os Fabelmans – que leva ao cinema um garotinho entusiasmado perante provavelmente o primeiro lme a que vai assistir – O Maior espetáculo da terra, de Cecil DeMille – e acaba com um diálogo de pouquíssimos minutos entre o jovem Spielberg, aos 18 anos, e o carismático diretor, inclusive para o próprio Spielberg, John Ford, que o con rma de nitivamente na sua carreira. Entre o primeiro momento e o último, Spielberg coloca diante dos nossos olhos todo o seu amor e paixão pelo cinema e toda a sua emoção e sentimentos contrastantes com relação à sua família.
Há um momento em que o tio da sua mãe vai visitá-los precisamente porque a sua irmã, avó de Spielberg, acabara de falecer. A sua mãe se surpreende porque as relações entre esse tio e o resto da sua família estavam praticamente cortadas fazia muito tempo. A visita é curta e os diálogos são breves, e para a narrativa do lme, talvez sejam pouco importantes, mas para o drama vivido pela família
Numa Catequese sobre São Paulo, Bento XVI apresenta, com grande clareza, a famosa distinção entre o Cristo histórico e o Cristo da fé. Uma re exão que pode nos ser útil neste tempo pascal, particularmente agora que nos aproximamos da data simbólica da comemoração do segundo milênio da cruci caçãodoSenhor....(trechosselecionadosda Audiência Geral, 8 de outubro de 2008).
Jesus de modo exterior, ouviram o seu ensinamento, conheceram muitos pormenores acerca Dele, mas não O conheceram na sua verdade. Há uma distinção análoga numa palavra de Jesus. Depois da Trans guração, Ele pergunta aos apóstolos: “Quem dizem as pessoas que Eu sou?” e “Quem dizeis vós que Eu sou?”.
O povo o conhece, mas supercialmente; sabe diversas coisas acerca Dele, mas não O conhece realmente. Ao contrário os Doze, graças à ami-
zade que chama em causa o coração, compreenderam pelo menos na substância e começaram a conhecer quem é Jesus. Também hoje existe este modo diverso de conhecimento: há pessoas doutas que conhecem Jesus nos seus muitos pormenores e pessoas simples que não conhecem estes pormenores, mas o conheceram na sua verdade: “o coração fala ao coração”. E Paulo quer dizer que conhece essencialmente Jesus assim, com o coração, e que conhece desse modo fundamentalmen-
te a pessoa na sua verdade; e depois, num segundo momento, conhece os seus pormenores [...] Em conclusão, São Paulo não pensa em Jesus na veste de historiador, como numa pessoa do passado. Conhece certamente a grande tradição sobre a sua vida, as palavras, a morte e a ressurreição de Jesus, mas não trata tudo isso como coisas do passado; propõe-no como realidade do Jesus vivo. As palavras e as ações de Jesus para Paulo não pertencem ao tempo histórico, ao passado. Jesus vive e fala agora conosco e vive para nós. É este o verdadeiro modo de conhecer Jesus e de acolher a tradição acerca Dele. Também nós devemos aprender a conhecer Jesus não segundo a carne, como uma pessoa do passado, mas como nosso Senhor e Irmão, que hoje está conosco e nos mostra como viver e como morrer.
Difícil posicionar-se sobre um lme como esse que nos tem oferecido Spielberg. Difícil porque se, por um lado, estamos diante de uma obra que é um canto e um poema de amor ao cinema, naquele inesquecível estilo de Cinema Paradiso, por outro lado, dói conhecer a dura experiência vivida pelo diretor aos seus 16 anos em que, sim, é tudo verdade, até o macaquinho que a mãe comprou para substituir, temporariamente, uma carência afetiva.
discórdia da família, é primorosa. A trilha sonora, quase toda ela excelentemente escolhida de um repertório de música clássica, é maravilhosa. Anal, a mãe era ou poderia ter sido uma excelente pianista. Como dissera o tio, poderia estar tocando na larmônica de Viena. As cenas de Sammy com os colegas de colégio, com os “boy scouts” ou, mais tarde, com os colegas da High School, já na Califórnia, com seus momentos de camaradagem, de “bullying” ou de namoro deixam um gosto agridoce na alma.
Um grande lme que se torna ainda maior quando sabemos que tudo ou quase tudo daquilo que a gente se pergunta, “mas será? será que foi isso mesmo?” , tem como resposta que sim, que foi isso mesmo, embora de forma editada e controlada. Na vida real, nessa em que as coisas se passaram quase que sem controle, foi – deve ter sido - bem mais doloroso. Um lme que, sem dúvida, vale a pena ser visto.
Spielberg, provavelmente foi um diálogo decisivo.
Deu-se entre o tio e um Sammy Fabelman (o alter ego de Spielberg) com uns 16 anos. O tio lhe diz que não há alternativa, que terá de escolher entre a arte ou a família, que não há conciliação entre ambos. E o avisa: “Você, a tua mãe e eu somos feitos da mesma pasta”. E, ao mesmo tempo, pousa as suas mãos grandes e fortes no rosto do jovem Spielberg e vai apertando e apertando até doer.
Então, solta o seu rosto, pergunta se doeu e conclui: “Será assim mesmo, vai doer essa separação”.
A partir desse momento, o desejo de controlar a vida, coisa que Sammy Fabelman percebe que pode ser feito por meio do lme e da sua edição, corre em paralelo com a angústia e o desespero de ver a própria família se esfacelando e assistir a tudo isso de forma impotente.
A atuação dos pais e do jovem Spielberg, bem como do amigo em
Os Fabelmans
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Tony Kushner e Steven Spielberg
Elenco: Gabriel LaBelle, Michelle Williams e Paul Dano
Produção: Amblin
Entertainment (2022)
Disponível: Amazon Prime Video, Google Play Filmes, iTunes e YouTube
Após 3 anos, atividade volta a ser realizada de modo presencial nas ruas do centro da cidade de São Paulo; com a participação de cerca de 1,2 mil crianças e adolescentes em 31 de março IRA ROMÃO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo realizou na sexta-feira, 31 de março, a Via-Sacra da Criança e do Adolescente pelas ruas do centro da capital paulista.
Esse momento de oração foi idealizado há mais de 30 anos por lideranças dessa Pastoral e por Dom Luciano Mendes de Almeida (1930-2006), quando era Bispo Auxiliar de São Paulo.
A atividade reúne crianças e adolescentes de projetos sociais e de colégios católicos para reviver a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo pelas ruas do centro da cidade.
É também um momento de denúncia das formas de injustiça, opressão e sofrimento que ferem a dignidade humana, em especial das crianças e dos adolescentes.
Neste ano, além de destacar a Campanha da Fraternidade (CF) 2023 – cujo tema é “Fraternidade e fome” e lema “Dai-lhes vós mesmos de comer!” (Mt 14,16), a Via-Sacra enfatizou o sofrimento do povo indígena ianomâmi.
A FOME NÃO É ALGO DISTANTE
Na abertura da atividade, o Cardeal
Odilo Pedro Scherer ressaltou que “talvez, alguns de nós não sintamos fome, aquela fome constante de não ter a comida suciente a cada dia, mas isso existe”.
O Arcebispo Metropolitano de São Paulo lembrou que há pessoas passando fome, inclusive na capital paulista, e que o centro da cidade concentra uma grande população que vive em situação de rua, dependendo de outras pessoas para se alimentar.
“Há gente passando fome no meio de nós e nas periferias de nossa grande cidade. Existe muita gente ainda com alimento insu ciente, com uma alimentação que não é adequada para manter a saúde”, enfatizou Dom Odilo.
O Arcebispo mencionou o sofrimento dos povos indígenas, ao recordar a morte das 570 crianças ianomâmis em decorrência da subnutrição e da fome. “Queremos ter esses dois temas – fome e povo ianomâmi – presentes na Via-Sacra que começa aqui, uma manifestação pública das crianças e dos adolescentes, mas é um grito que vai para toda a cidade. Queremos um mundo sem fome”, ressaltou.
Dom Odilo disse ainda que “é preciso ser solidário com quem passa fome. Ser sensível à sua dor, aos seus sofrimentos e às suas angústias”.
“Por isso estamos aqui, recordando a Paixão de Jesus que disse ‘em cada um desses irmãos, Eu mesmo estou passando fome. Em cada um desses irmãos doentes, Eu mesmo estou doente. Em cada um dos meus irmãos desrespeitados, Eu mesmo estou sendo desrespeitado’”, concluiu.
Segundo a organização da Via-Sacra, cerca de 1,5 mil pessoas, a maioria crianças e adolescentes, participaram da atividade, que neste ano retornou ao presencial, após três edições feitas de modo on-line, em decorrência da pandemia da COVID-19.
“No presencial, sentimos que somos um corpo. Temos uma cabeça que é o Cristo. É Ele que nos orienta e direciona. O Seu caminho é o caminho de vida e quando caminhamos juntos, nos sentimos mais fortes”, disse, ao O SÃO PAULO, Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar de São Paulo e Referencial da Pastoral do Menor, enquanto caminhava entre a multidão em procissão.
Classi cando a fome como uma realidade inconcebível, Dom Carlos destacou que “caminhando vamos criando a consciência que nós, também, somos responsáveis [por combater a fome], como lembra Nosso Senhor: ‘Dai-lhes vós mesmos
de comer’”. Ele também frisou que em conjunto será possível “buscar soluções e ir mais longe na defesa da vida, da verdade e contra a fome”.
Também na procissão estava Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor: “Depois de tudo que sofremos com a COVID-19, muitas das nossas crianças estão voltando aos projetos com a realidade de orfandade. Estarmos, hoje, ocupando as ruas de São Paulo para testemunhar Jesus Cristo é comovente”, expôs.
Emoção que cou visível também entre as pessoas em situação de rua presentes no percurso da procissão e nas que transitavam pela região ou ocupavam os prédios do entorno. Muitos rezaram juntos e acenaram para as crianças, outros registraram o momento com o celular.
“Anunciamos um Cristo ressuscitado e denunciamos o extermínio dos nossos povos originários, das 570 crianças vítimas da contaminação das águas, pelo desmatamento, pelo descaso do poder público. São crianças e adolescentes rezando pelas vítimas ianomâmis”, completou Sueli.
Daniela dos Santos, 16, estudante da unidade Santa Úrsula do Centro de Desenvolvimento Social e Produtivo (Cedesp) foi à Via-Sacra pela primeira vez. “É muito bom. Acredito que seja um movimento muito necessário para abrir os olhos das pessoas. E não só dos estudantes, mas também da sociedade em geral”, comentou.
Mariane Araújo, 25, é educadora do CCA São Pedro, que levou à Via-Sacra 35 alunos com idades entre 6 e 14 anos. Para ela, além de ser uma ocasião para protesto por direitos, é também um momento de fé e esperança. “O tempo da pandemia roubou muito isso de nós. Estar com as crianças representa a esperança de tempos melhores”.
Para meditar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, foram realizadas cinco estações, nos principais pontos do centro da capital: Escadaria da Catedral da Sé, que foi o local de partida e de encerramento da atividade; Pateo do Collegio; Praça do Patriarca e Largo São Francisco.
Em cada ponto, a procissão era acolhida pelo padre responsável pelo local e conduzida a momentos de re exão por meio da encenação da história do Senhor, organizada por membros pastorais de diferentes regiões episcopais.
De forma lúdica, as crianças e os adolescentes em procissão levaram para a Via-Sacra símbolos para chamar a atenção para o tema da fome, como pratos vazios, além de faixas pretas nos braços em luto pelas crianças indígenas.
O cenário altíssimo de pobreza, presente no centro, também contribuiu com a re exão.
“Na segunda estação, quando Jesus encontra o Cirineu, o papel dele era esse. Ver a nossa realidade na sociedade do dia de hoje, lutar por políticas públicas que, infelizmente, ainda são poucas e inapropriadas, pois não respondem à realidade”, pontuou Sueli.
“A realidade da fome não está só na tribo indígena distante dos nossos olhos. Está aqui no nosso dia a dia. A fome e a violência do descaso na região central é o retrato com o qual nos deparamos no dia a dia”, acrescentou.
Após a Via-Sacra, crianças indígenas guaranis, da Aldeia Jaraguá, apresentaram uma canção.
“Essa cidade subiu derrubando as orestas e os povos indígenas. Quem olha esses prédios não enxerga o que está embaixo. Trouxemos as crianças para cantar e dizer claramente que o povo guarani é dono dessa cidade e tem direito de ter o seu lugar”, disse Antônio Salvador, membro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Na manhã do sábado, dia 1º, aconteceu a Via-Sacra Regional, no Largo da Matriz, na Freguesia do Ó. A atividade baseou-se no contexto da Campanha da Fraternidade, cujo tema é “Fraternidade e fome”, e contou com a presença de Dom Carlos Silva, OFMCap., e de mais de 400 pessoas, entre padres, religiosos e leigos.
O Padre Luciano Andreol, SMM, Coordenador Regional da Campanha da Fraternidade e Pároco da Paróquia Santa Rosa de Lima, em Perus, relatou que a realização da Via-Sacra surgiu a pedido das pastorais: “Na nossa Região, há muito trabalho social; este é um momento para unir as paróquias, é um momento de fraternidade”.
As estações da Via-Sacra foram representadas pelas pastorais, que re etiram o tema “Brasilândia, você tem fome de quê?”. E, as situações mais destacadas
como resposta à pergunta foram: emprego, moradia, saúde, educação e o m da violência contra as mulheres e a juventude negra.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia destacou a importância da Via-Sacra: “É preciso lembrar que, como discípulos de Je-
sus, devemos ter as mesmas ações”.
Simbolicamente, foram confeccionadas pipas com a identidade visual da CF 2023, que representaram cada uma das 37 paróquias e duas áreas pastorais que compõem a Região Brasilândia.
Ao nal, o Padre Evander Bento Camilo, Administrador Paroquial da Paró-
quia Espírito Santo, leu uma mensagem que fazia alusão à origem das pipas e seu signi cado, como um sinal presente em diversos momentos da história e em diferentes culturas.
“Queremos levantar essas pipas para advertir sobre o perigo da fome que paira sobre os vossos lhos”, a rmou o Padre Evander. “A Brasilândia tem fome de quê? Senhor, acolha a fome de cada paróquia e suas comunidades, formadas por um povo humilde e faminto”, reforçou. E concluiu, dizendo: “Queremos que o Senhor acolha [as pipas] como oração e que, carregadas de nossas histórias, subam como incenso até aos céus, fazendo valer o lema da Campanha da Fraternidade”.
Após as pipas serem empinadas, Dom Carlos Silva cortou suas linhas, com o propósito de que, onde cada uma delas caísse, encontrasse pessoas que entendessem a mensagem de que o milagre não cai do céu se cada um não zer a sua parte, que é “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
No domingo, 2, a Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor São José Operário, vivenciou o Domingo de Ramos, com missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelo Padre Dorival Leite, CRL, Pároco. A concentração e bênção dos ramos iniciou-se na Comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Elisa Maria, e, na sequência, seguiu com a procissão até a Escola Municipal de Ensino Fundamental João Amos Comemius, no Jardim Vista Alegre. (por Fabrício Santos)
Na manhã do sábado, dia 1º, o Padre Reinaldo Torres, Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Setor Dom Paulo Evaristo, com a assistência do Diácono Benedito Camargo, que atua na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Zatt, celebrou os ritos de bênção e entronização da imagem de Santa Bárbara no canteiro de obras que abrigará a futura Estação Vila Brasilândia do Metrô. Santa Bárbara, mártir do século III, é a padroeira dos trabalhadores em túneis, conhecidos com tuneleiros, sendo recordada, nesta ocasião, como intercessora nas atuais obras da Linha 6 - Laranja. Esta imagem de Santa Bárbara é a terceira a ser entronizada nas obras da futura linha do Metrô.
(por Diácono Benedito Camargo, Leandro Silva e Marcos Rubens)
Os éis da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, Setor Pereira Barreto, celebraram o Domingo de Ramos, 2, de forma expressiva, participando da procissão da matriz paroquial até a Comunidade São Francisco de Assis, onde o Padre Jaime Izidoro de Sena, Pároco, presidiu missa, com a assistência do Diácono Nelson Silva. (por Natali Felix)
PASCOM PAROQUIAL
Conhecer de perto a realidade das paróquias é o objetivo das visitas pastorais que começam a ser empreendidas por Dom Rogério Augusto das Neves. Assim, entre os dias 30 e 31 de março, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé fez a primeira delas na Paróquia Nossa Senhora do Brasil, Setor Jardins. Acompanhado do Padre Michelino Roberto, Pároco (foto), encontrou-se com coordenadores das diversas pastorais, ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, catequistas de adultos e crianças e membros do grupo de jovens e dos grupos de oração.
No primeiro encontro, após a reza conjunta do Terço e em espírito de oração fraterna, Dom Rogério partilhou com os presentes a respeito dos diversos ministérios e dons individuais como serviço à Paróquia e ao Reino de Deus.
A visita foi marcada ainda por um momento de convivência, em que Dom Rogério confraternizou com os paroquianos
no salão paroquial. Ele conheceu, também, as atividades sociais, principalmente o trabalho que é desenvolvido por paroquianos em contribuição ao Sefras – Ação Social Franciscana.
No Domingo de Ramos, 2, o Bispo
voltou à Paróquia para presidir a missa que marcou o início da Semana Santa, antecedida por uma procissão pelas ruas do entorno da igreja. Na homilia, Dom Rogério destacou o contraste entre a recepção festiva de Jesus, em sua entrada
em Jerusalém, e, depois, o episódio em que foi traído e culminou com a Paixão. Depois, encontrou-se com os jovens do Grupo Divino Coração, e abordou o papel do jovem na Igreja, motivando-os a cumprirem sua missão.
Realizou-se no sábado, dia 1º, o Encontro Missionário da Sub-Região São Paulo, na Diocese de Campo Limpo. Entre os participantes, marcaram presença casais, membros do Encontro de Casais com Cristo (ECC) e religiosas da Região Sé.
O objetivo foi reunir os missionários do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
promovendo seus testemunhos nas várias frentes de atuação, em preparação ao 5º Congresso Missionário Nacional, que acontecerá em Manaus (AM), em novembro, e cujo tema é “Ide! Da Igreja local aos con ns do mundo”.
O encontro encerrou-se com a missa presidida por Dom João Bosco Barbosa de Souza, Bispo da Diocese de Osasco (SP), também presidente da Sub-Região São Paulo da CNBB, e concelebrada por Dom Valdir José de Castro, Bispo da Diocese de Campo Limpo (SP).
DIEGO MONTEIRO
COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Os devotos da Mãe de Deus ganharam um espaço devocional dedicado à Nossa Senhora Grávida. A inauguração ocorreu no dia 25 de março, na Soleni-
dade da Anunciação, na Paróquia Imaculado Coração de Maria, Setor Santa Cecília, região central da capital paulista.
O Padre Luís Erlin, CMF, conduziu a bênção e a entronização da imagem de Nossa Senhora Grávida e presidiu a missa, concelebrada pelos Padres Rodri-
go Fiorini, Pedro Divino de Vilas Boas e Marcos Aurélio Loro, Superior Provincial, todos eles missionários claretianos. A celebração também deu início ao ciclo de oração da Novena Nove Meses com Maria, que abrange o período desde a Anunciação até o nascimento de Jesus.
PASCOM PAROQUIAL
No sábado, dia 1º, na Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, Setor Pinheiros, aconteceu o encontro da Escola da Fé, uma atividade idealizada pelo Padre Vandro Pisaneschi, Pároco, para estudo, vivência e aprofundamento dos ensinamentos cristãos e da doutrina da Igreja. Neste encontro, o tema abordado foi
o sacramento do Batismo, ministrado por Andréa Meca de Oliveira, Ingrid Settervall e Regiane Marcondes Carregari (foto).
As aulas são gratuitas, destinadas a adultos e acontecem presencialmente nos primeiros sábados de cada mês, às 17h, no Centro Pastoral da Paróquia, localizado no Largo dos Pinheiros, 52, próximo à estação Faria Lima da Linha Amarela do Metrô.
A Paróquia Nossa Senhora de Sião, Setor Ipiranga, foi a primeira a receber a visita pastoral de Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga lá esteve entre 28 de março e o domingo, 2.
Foi um momento diálogo entre o Bispo e a comunidade, de fortalecimento pastoral e da espiritualidade paroquial. Padre José Lino Mota Freire, Pároco, destacou alguns dos momentos mais signi cativos: “O encontro das lideranças com o Bispo foi muito importante, assim como a visita aos enfermos e idosos de nossa comunidade. Para eles, foi um momento indescritível ter a presença de Dom Ângelo em suas casas”.
Sirlei Visconde, paroquiana, relatou que Dom Ângelo pôde conhecer de perto as di culdades materiais e teve uma presença marcante.
Com o objetivo de que o Bispo conheça melhor a realidade pastoral enanceira das paróquias, nessas visitas
pastorais ele tem acesso a documentos como o inventário paroquial. Também se reúne com lideranças e conversa com paroquianos e moradores da área geográ ca paroquial.
Dom Ângelo destacou que a visita pastoral se coloca na perspectiva e acolhida das propostas do sínodo ar-
quidiocesano: “Tivemos a oportunidade de entregar ao Conselho Pastoral e demais lideranças paroquiais a Carta Pastoral com as conclusões do sínodo arquidiocesano, assumindo, assim, o compromisso de continuar vivendo a comunhão, a conversão pastoral e renovação missionária”.
A visita pastoral foi encerrada no domingo, 2, com a celebração de aniversário natalício de Dom Ângelo. Frei José Maria Mohomed Júnior, Vigário Paroquial e Coordenador de Pastoral da Região Ipiranga, re etiu que este momento pós-sinodal é propício para as visitas pastorais.
No sábado, dia 1º, na cúria regional, Dom Ângelo Ademir Mezzari falou sobre o Ano Vocacional 2023 – “Corações Ardentes, pés a caminho” – para as coordenações do Encontro de Casais com Cristo e da Pastoral Familiar da Região Ipiranga. Estiveram presentes o Padre Ricardo Pinto, Assessor eclesiástico regional do ECC, Frei José Maria Mohomed Junior, Assessor eclesiástico da Pastoral Familiar no Ipiranga e o Padre Gilmar Souza da Silva, NDS.
(por ECC Região Episcopal Ipiranga)
Clero, agentes de pastorais, religiosos eéis das paróquias da Região Ipiranga estiveram reunidos no Domingo de Ramos, 2, para celebrar o aniversário natalício de 66 anos de Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, na Paróquia Nossa Senhora de Sião, Setor Ipiranga. (por Karen Eufrosino)
Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, presidiu a missa do Domingo de Ramos, 2, na Comunidade Nossa Senhora da Moradia, pertencente à Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus, no Setor Cursino. A comunidade presentou o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga com ores ao nal da celebração, por seu aniversário natalício. (por Karen Eufrosino)
sidiu missa na Área Pastoral São Domingos de Gusmão, pertencente à Paróquia Santa Cristina, no Setor Cursino, com assistência do Diácono Orlando Luciano da Silva. Por ser também dia de seu aniversário natalício, Dom Ângelo recebeu presentes, bolo e um banner comemorativo. (por Karen Eufrosino)
Durante o período quaresmal, a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Setor Imigrantes, realizou diversos gestos concretos, como arrecadação e distribuição de alimentos, roupas e meias, e visitas a asilos. No sábado, dia 1º, houve a missão de rua, levando café da manhã aos “irmãos de rua”. Padre Anderson Pereira Bispo, Pároco, destacou que as campanhas ajudaram os éis na prática da caridade e a abrirem-se aos irmãos. “Ao alimentar os irmãos em situação de rua, nós zemos exatamente o que nos foi proposto pela CF 2023 – ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’”.
(por Pascom Nossa Senhora de Fátima)
A Paróquia São João Clímaco, Setor Anchieta, realizou um tríduo celebrativo para comemorar seu padroeiro. Em 28 de março, a Eucaristia foi presidida pelo Padre Laérsio da Silva Machado, da Diocese de Imperatriz (MA), mestrando em Direito Canônico na Faculdade São Paulo Apóstolo. No segundo dia, 29 o Diácono Walmir Cardoso re etiu sobre os 30 degraus propostos por São João Clímaco para alcançar a perfeição espiritual. No último dia do tríduo, Padre Antônio de Lisboa Lustosa Lopes, Pároco, presidiu a missa, concelebrada pelos Padres Laersio da Silva Machado e Laércio José de Lima Barbosa, SDB, de Juazeiro do Norte (CE), com assistência do Diácono Walmir. Após a celebração, todos se uniram para um momento de adoração e louvor. (por Diácono Walmir Cardoso)
LARISSA BERNARDO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
Na manhã do Domingo de Ramos, 2, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia São Paulo Apóstolo, no IV Centenário.
A procissão, antecedida pela bênção dos ramos, se iniciou na Comunidade Nossa Senhora da Paz, uma das dez que compõem a Paróquia. A missa, que reuniu centenas de éis, foi concelebrada pelo Padre Boniface Issaka, Pároco.
Na homilia, Dom Cícero ressaltou que a Igreja recorda a entrada solene de Jesus em Jerusalém e também inicia a Semana Maior. “Com Jesus,
nós entramos em Jerusalém. Ele foi aclamado Rei, mas depois, encontrou-se com a rejeição, com a exclusão e com a morte”, a rmou.
Ao falar sobre a condenação de Jesus, descrita no Anúncio da Paixão, Dom Cícero ressaltou que, na Cruz, Jesus grita: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”, e a rmou que a Cruz é o grande grito da humanidade.
“Assim como Pedro gritou ‘Senhor, salva-me’, Jesus grita. E, na vida de cada um de nós, chegará um momento em que nós gritaremos”, ressaltou, a rmando que gritar é pedir a Deus que se volte para o povo. Jesus grita o grito da humanidade, dos sofredores.
Ao ressaltar a Campanha da Fraternidade, cujo tema deste ano é “Fraternidade e fome”, Dom Cícero exortou os éis a saírem da teoria e irem para a prática. “Precisamos, portanto, na CF, ir ao encontro dos pobres, estar com eles, sofrer com eles, pois esta é a missão da Igreja”.
O Bispo Auxiliar da Arquidiocese também destacou que se deve ver Jesus nos pobres. “Nós vamos ao encontro dos pobres, porque nos pobres vemos Jesus. Não vamos socorrer os pobres pelos pobres, mas vamos porque o pobre é Jesus que clama por nós; por isso, nós fazemos caridade, que é o amor colocado em prática”.
No sábado, dia 1º, centenas de jovens de diversos grupos e movimentos da Região Belém se reuniram na Paróquia São Benedito das Vitórias, no Jardim Anália Franco, para acolher as réplicas da Cruz Missionária da JMJ e do ícone de Nossa Senhora.
A celebração foi presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada por padres atuantes na Região Belém, entre eles o Padre Pierre Augusto da Costa, Pároco da Paróquia São Benedito das Vitórias e Referencial para a Juventude na Região.
Na homilia, Dom Cícero ressaltou a visita do anjo a Maria e destacou a frase dirigida a ela: ‘Não tenhas medo!’. O Bispo explicou o signi cado da palavra “graça”, dita pelo anjo naquela visita. Por m, exortou
os jovens a pedirem a intercessão de Maria para que mostre Jesus aos jovens.
“Vocês não estão sozinhos, Jesus Cristo está com vocês!”, a rmou Dom Cícero, encorajando os jovens a não terem medo de ir ao encontro das pessoas e anunciar Jesus Cristo.
Ao nal da celebração, Padre Pierre apresentou a Dom Cícero os grupos e movimentos da juventude nas diversas paróquias e comunidades da Região. O Prelado os reuniu diante da Cruz Missionária, e ali realizou um momento de oração pelos jovens.
15/04, às 13h30 - Tarde de espiritualidade com a juventude e missa de acolhida na Paróquia Santo Emídio (Rua Ingaí, 35 - Vila Prudente).
19/04, às 20h - Missa de acolhida na Paróquia Santa Cruz (Rua Alfredo Marcondes, 191 - Jardim Nice).
20/04, às 19h - Missa de acolhida na Paróquia Santa Maria Madalena (Avenida Primavera de Caiena, 43 - Parque Santa Madalena).
22/04, às 19h - Momento de oração e testemunho com jovens do Setor Sapopemba na Paróquia Santa Maria Madalena.
23/04, às 10h - Missa de envio na Paróquia Santa Maria Madalena.
29/04, às 16h - Missa de encerramento e shows com artistas católicos na Escola Estadual Simão Mathias (Avenida Ragueb Chohfi, 4757 - Jardim Três Marias).
Na sexta-feira, 31 de março, o Padre Roberto Fernando de Lacerda, Assessor Eclesiástico da Pastoral Carcerária da Região Santana, e Eliana Rocha, coordenadora da Pastoral Carcerária regional, participaram de uma audiência com Marcello Streinger, Secretário da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo. Durante a atividade, foi apresentado o trabalho evangelizador desenvolvido pelos agentes dessa Pastoral nos presídios.
(por Denilson Araujo)
O Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Salette, Setor Santana, tem investido na construção de quatro novas salas de catequese e reunião, que carão no mesmo nível do presbitério, e contarão com conforto térmico, acústico e luminoso. A turma de Crisma deste ano tem 55 jovens, sendo um deles cadeirante, que poderá usufruir das novas instalações. Haverá também o espaço para um memorial com fotos, imagens e vários objetos que contam a história do Santuário, que em 2023 completou 83 anos de dedicação à Igreja em São Paulo.
(por Roberto Amadio)
A Festa de São Francisco de Paula, na Paróquia São Francisco de Paula e São Benedito, Setor Imirim, foi comemorada no sábado, dia 1º, com a missa presidida pelo Padre Carlos Alberto Doutel, Vigário-geral Adjunto para a Região Santana, e concelebrada pelo Padre Antônio de Pádua Santos, Pároco. (por José Henrique Monfré)
Na noite de quinta-feira, 30 de março, na Paróquia Menino de Jesus, Setor Tucuruvi, foi realizada a celebração eucarística em comemoração do 15º aniversário de ordenação sacerdotal do Padre Roberto Fernando de Lacerda, Pároco, à qual estiveram presentes um grande número de éis e diversos padres e diáconos permanentes que atuam na Região. (por Denilson Araujo)
No sábado, dia 1º, na Paróquia São José, no Jaguaré, Setor Butantã, aconteceu o encontro formativo para os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs) do Setor Butantã.
Conduzida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, a atividade contou com a participação do Padre Ernandes Alves da Silva Júnior, Assistente Eclesiástico dos MESCs da Região Lapa; do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Coordenador de Pastoral regional, e de mais de 170 MESCs do Setor Butantã.
Dom José re etiu sobre os aspectos especí cos desse serviço eclesial e lembrou que, quando necessário, os MESCs devem estar disponíveis para a celebração da Palavra e das exéquias. O Padre Pedro Augusto, em sua palestra, re etiu sobre o tema “Liturgia e espiritualidade”.
O encontro formativo contou ainda com a presença do Cardeal Odilo Pedro Scherer, que esteve em visita pastoral à Paróquia São José desde 28 de março. Durante sua participação, o Arcebispo Metropolitano destacou a carta pastoral “Comunhão, conversão e renovação missionária”, lançada por ele na conclusão do 1° sínodo arquidiocesano.
Entre os dias 30 de março e 2 de abril, Dom José Benedito Cardoso deu início às visitas pastorais às paróquias da Região Lapa. Na ocasião, ele esteve na Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Butantã.
Além da matriz paroquial, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa visitou a Área Pastoral São João Batista e a Comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, que pertencem à Paróquia, sempre acompanhado do Padre Antônio Francisco Ribeiro, Pároco; do Padre José Carlos de Freitas Spinola, Vigário Paroquial; e do Diácono Antônio Geraldo de Souza.
Naqueles dias, o Bispo Auxiliar presidiu missas, visitou as casas de paroquianos e almoçou com eles. Também conversou com os éis da comunidade, visitou o comércio local, encontrou-se com catequistas, reuniu-se com os éis e conversou com membros do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs), acólitos, coroinhas, músicos e integrantes das equipes de Liturgia.
No domingo, 2, na matriz paroquial,
Dom José conduziu um encontro com os catequizandos, seus pais e os catequistas, no qual re etiu sobre o momento de espiritualidade da Catequese. Em seguida, presidiu a missa do Domingo de Ramos, iniciada com uma procissão pelas ruas do bairro.
Antes da bênção nal, o Padre Antônio Francisco Ribeiro agradeceu a visita pastoral de Dom José Benedito e a todos os éis que colaboraram para a sua realização. (BN)
AGENDA REGIONAL
De 8 e 15 de abril: peregrinação da imagem da Sagrada Família, na Paróquia Rainha da Paz, Setor Leopoldina.
O Conselho Regional de Pastoral (CRP) da Região Lapa se reuniu no dia 25 de março, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa. A assessoria foi de Dom José Benedito Cardoso e contou com a participação do Padre João Carlos Deschamps de Almeida, Vigário-geral Adjunto da Região, além de padres, diáconos e agentes de pastorais. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa deu destaque à carta pastoral “Comunhão, conversão e renovação missionária”, lançada por Dom Odilo Pedro Scherer na conclusão do 1° sínodo arquidiocesano de São Paulo. (por Benigno Naveira)
osaopaulo@uol.com.br
A Comissão de Proteção da Criança e do Adolescente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está preparando um material com orientações aos bispos. O conteúdo será apresentado durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB, que acontecerá entre os dias 19 e 28 deste mês, em Aparecida (SP).
“Esse documento que faremos para a Assembleia vai auxiliar os bispos no modo de entender melhor as
funções da comissão e os serviços disponíveis, além de ajudá-los a implantar nas dioceses, na vida religiosa de todo o Brasil, os protocolos de proteção para crianças e adolescentes”, contou Dom Francisco Carlos Bach, Bispo de Joinville (SC) e Presidente da Comissão, lembrando a indicação do Papa Francisco no motu proprio Vos estis lux mundi
Em 25 de março, o Papa promulgou de nitivamente os procedimentos para prevenir e combater os abusos sexuais dentro da Igreja Católica. A nova versão do motu
proprio Vos estis lux mundi revoga a anterior, de maio de 2019, e conrma a vontade de continuar a luta contra esses crimes.
Os membros da Comissão estiveram reunidos na sede da CNBB, em Brasília (DF), em 24 de março. Os trabalhos foram coordenados por Dom Francisco; também participaram Dom José Aparecido Gonçalves Almeida, Bispo Auxiliar de Brasília; a doutora Eliane De Carli, e os doutores Hugo Cysneiros Oliveira e Nelson Giovanelli, conselheiros.
Em vídeo publicado na segunda-feira, 3, Dom Joel Portella Amado, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e Secretário-geral da CNBB, agradeceu a todos que participaram da Coleta Nacional da Solidariedade, o gesto concreto da Campanha da Fraternidade, realizada no Domingo de Ramos, 2. “Que o Bom Deus receba esse
seu gesto de generosidade, o gesto de generosidade de todo o Brasil e nos ilumine a discernir o que for melhor este ano para o enfrentamento do agelo da fome; e a cada ano, sempre dentro do tema da Campanha da Fraternidade. Um abençoado Tríduo Pascal e que, no domingo que vem, o Cristo ressuscitado brilhe em nossos corações, na Igreja no Brasil e
em todo o País”, disse Dom Joel. Ainda é possível doar para o Fundo Nacional de Solidariedade, por meio de transferência bancária: Banco Bradesco – Agência: 0484-7 – C.C: 4188-2 (CNBB) - CNPJ: 33.685.686/0001-50. O comprovante do depósito deve ser enviado para o e-mail: nanceiro@cnbb.org.br.
Fonte: CNBB
Em decorrência das fortes chuvas que ocasionaram o transbordamento do Rio Acre, afetando cerca de 69 mil pessoas de vários bairros da capital daquele estado, a Diocese de Rio Branco (AC) cancelou a realização do tradicional “Alvorecer da Ressurreição”, realizado há décadas entre a madrugada do Sábado Santo e o Domingo de Páscoa, reunindo milhares de éis.
“Não podemos celebrar, cantar aleluias vendo tantos irmãos nossos que estão sofrendo. E tantas paróquias alagadas, que não podem chegar até o lugar de concentração para o Alvorecer”, explicou, em vídeo nas redes sociais, Dom Joaquín Pertíñez Fernández, OAR, Bispo de Rio Branco.
As demais celebrações da Semana Santa e do Domingo de Páscoa estão mantidas. “Que cada paróquia faça sua celebração, sua Vigília Pascal, seu Domingo de Ressurreição da melhor forma possível, em favor de tantos irmãos que estão sofrendo e tantos que estão passando necessidade”, prosseguiu Dom Joaquín.
Nos três últimos anos, o “Alvorecer da Ressurreição” já havia sido cancelado em razão da pandemia de COVID-19.
Fontes: Diocese de Rio Branco e A Gazeta do Acre
No Dia Internacional da síndrome de Down, em 21 de março, professores, familiares e estudantes da APS Down de Londrina – Associação de Pais e Amigos dos Portadores da Síndrome de Down participaram de uma missa, presidida pelo Padre Glauber Gualberto, responsável pelo Oratório Nossa Senhora do Silêncio, da Arquidiocese de Londrina (PR).
Os leitores e os coroinhas da missa foram alunos que nasceram com essa síndrome, que é uma alteração genética caracterizada pela presença de um cromossomo 21 a mais nas células, ou seja, em vez do indivíduo apresentar dois cromossomos 21, ele possui três.
“O simples fato de termos coroinhas e leitores com de ciência é acre-
ditar no potencial deles, pois todos são capazes, dentro de suas particularidades, e desempenham as funções com dignidade, respeito e muito zelo”, comentou Padre Glauber. O Oratório Nossa Senhora do Silêncio realiza regularmente trabalhos com pessoas com diferentes tipos de de ciências.
A diretora da APS Down de Londri-
na, Idalina Alzira Marques, externou sua a alegria pela realização da missa: “Estamos muito felizes; que Deus seja louvado e que possamos estar contando com vocês não somente neste dia, mas em outros dias também”, disse em entrevista à Pascom da Arquidiocese de Londrina. (CominformaçõesdaPascom da Arquidiocese de Londrina)
“Meus Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” A invocação de Cristo na Cruz, conforme o relato do Evangelho segundo São Mateus (27,46), foi o centro da re exão do Papa Francisco durante a missa do Domingo de Ramos, 2, na Praça São Pedro.
“Os sofrimentos de Jesus foram tantos”, recordou o Papa. “Cristo experimentou a situação mais estranha para Ele: o abandono, a distância de Deus”, e o fez “por você, por mim”. E, assim, pede aos seus seguidores “para olhar pelos abandonados do mundo de hoje”.
O sofrimento de Cristo na cruz, declarou o Papa, foi sentido “no corpo e na alma”, ao ponto de Ele questionar: “Por quê?”. Fisicamente, foi agelado, torturado na cruz. E, em seu espírito, sentiu a dor da traição do apóstolo Judas, a negação de Pedro, as condenações, o afastamento de todos, ao ponto de perder até mesmo a sensação
de estar próximo de Deus – resumiu o Papa. “É o sofrimento mais dilacerante. Na hora mais trágica, Jesus sente um abandono de Deus.”
E por que chegou a tanto? “Por nós”, disse o Pontí ce. “Ele provou o abandono para não nos deixar reféns da desolação e estar ao nosso lado sempre”, a rmou o Bispo de Roma. Por isso, quando nos sentimos abandonados, descartados, “nas nossas quedas” na vida, disse Francisco, saibamos que “Ele foi abandonado, traído, descartado. O Senhor nos salva assim, de dentro do nosso ‘Por quê?’. Dali, revela a esperança que não desilude.” E completou: “Peçamos a graça de saber ver e reconhecer o Senhor que grita nos abandonados de hoje”.
UM SUSTO
Poucos dias antes, era grande a incerteza sobre a presença do Papa nas celebrações da Semana Santa, que começou com a missa de Ramos. Na manhã de 29 de março, o Papa Francisco se sentiu mal e foi levado às pressas ao hospital Agostino Gemelli, em Roma.
O Vaticano informou, inicialmente, que ele tinha exames agendados, mas depois corrigiu o comunicado o cial dizendo que o Pontí ce apresentava alguma di culdade para respirar. Testes clínicos mostraram uma infecção viral pouco grave. Francisco foi tratado e recebeu alta na manhã de sábado, dia 1o, sem surpresas. No hospital, não deixou de ser pastor, a nal, como ele mesmo disse: “A coisa mais bonita é ser padre, ser pároco. É a vocação”. Visitou a ala das crianças com câncer e batizou um recém-nascido, o pequeno Miguel Ángel. Recebeu a Eucaristia e comeu pizza. Ao sair, ainda um pouco ofegante, mas de bom humor, Francisco agradeceu aos jornalistas, aos funcionários do hospital e a todos os que rezaram por ele e lhe enviaram mensagens.
Antes de voltar para a Casa Santa Marta, onde vive, visitou a imagem de Maria “Salus Populi Romani” (Salvação do Povo Romano), na Basílica de Santa Maria Maior, algo que geralmente faz quando realiza uma viagem internacional.
A terceira etapa do atual Sínodo sobre a sinodalidade terminou em 31 de março com “uma maior consciência sobre a importância de caminhar juntos na Igreja”. Assim informou a Secretaria Geral do Sínodo, que organiza o processo sinodal, no sábado, dia 1°.
Convocado pelo Papa Francisco, o Sí-
nodo começou em 2021 e se conclui em 2024, após duas assembleias com representantes de todo o mundo em Roma, uma em outubro deste ano e outra em outubro do ano que vem. A etapa continental encerra a consulta aberta, que após o lançamento teve a etapa nacional. Nela, membros de cada igreja local re etiram
sobre como construir uma Igreja de plena “comunhão, participação e missão” e partilharam propostas.
Segundo a Secretaria, “a conclusão da consulta não signi ca o m do processo sinodal para o Povo de Deus nem a interrupção do diálogo entre Igreja universal e Igreja particular”. Signi ca, então, “dei-
xar às comunidades locais o desa o de colocar em prática as ‘reformas sinodais’ no cotidiano do seu agir eclesial”. Os documentos nais de cada assembleia continental serão publicados e usados na preparação de um Instrumentum laboris (instrumento de trabalho), texto que vai orientar o encontro de outubro de 2023. (FD)
FERNANDO GERONAZZO
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu, no dia 2, na Catedral da Sé, a missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, celebração que abre a Semana Santa.
A celebração começou com a bênção dos ramos na Praça da Sé, no marco zero da cidade, seguida de uma pequena procissão até o interior da Catedral.
Nessa liturgia, recordam-se dois momentos marcantes da vida de Jesus: sua entrada solene em Jerusalém e a proclamação da sua Paixão, neste ano, segundo o evangelista São Mateus.
Logo no início, Dom Odilo explicou que, com a missa do Domingo de Ramos, começa a celebração da Páscoa do Senhor. “É o conjunto de celebrações e ritos que recordam os últimos dias de Jesus na terra, na sua vida mortal”, destacou.
“Jesus é aclamado como rei, o lho de Davi. O povo esperava aquele que rezesse a glória do Reino de Davi. Jesus aceitou a aclamação jubilosa do povo,
www.osaopaulo.org.br
Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.
Filme sobre Via-Sacra gravado na Terra Santa será exibido gratuitamente no dia 5 https://curt.link/3OsxdA
Cardeal Scherer e bispos auxiliares presidirão celebrações no Tríduo Pascal e no Domingo de Páscoa https://curt.link/O85BBd
Morre, aos 84 anos, o Padre José Marcos de Faria, SJ https://curt.link/YmK4V3
Inquérito revela impunidade sobre violações de direitos humanos no Sudão do Sul https://curt.link/HW01RJ
Santuário São Judas
Tadeu tem portas de vidro vandalizadas durante a madrugada
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Como a Igreja Católica cuida dos lugares sagrados da Terra Santa?
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mas não aceitou ser o rei terreno, como desejavam, porque Ele anunciava o Reino de Deus, que era para toda humanidade, não apenas para um povo”, continuou o Arcebispo, ao explicar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Na homilia, o Cardeal sublinhou que o relato da Paixão é a parte mais antiga dos evangelhos e, desde os primeiros séculos, os cristãos procuravam contar com detalhes aquilo que recordavam sobre os acontecimentos dos últimos dias de Jesus e, assim, guardavam a memória para se situarem e se posicionarem diante desses fatos.
Dom Odilo lembrou, ainda, que a narrativa da Paixão é posterior à Ressurreição, e, por isso, escrita a partir do olhar iluminado pela fé pascal, que dava sentido para o sofrimento e morte do Senhor.
Em seguida, o Arcebispo convidou os éis a re etirem sobre os motivos que zeram com que Deus viesse ao mundo e se zesse humano.
“Na segunda leitura, da carta de São Paulo aos Filipenses, encontramos a resposta. Jesus aceitou vir ao nosso encontro, sujar as mãos com a nossa miséria, revestiu-se da nossa fragilidade, para manifestar a misericórdia de Deus, o desejo salvador de Deus, e não hesitou em ser humilhado e aceitar a morte de Cruz, para ir ao encontro daqueles que não têm solução”, a rmou o Cardeal, ressaltando as palavras de São Paulo: “Ele me amou e por mim se entregou na cruz”.
Dom Odilo convidou a todos a avaliarem e se perguntarem: “Como está nossa vida diante do amor in nito de Deus por nós?” Por m, exortou: “Vivamos de coração arrependido, renovado com novas disposições para viver a adesão a Cristo, aquele que é caminho, verdade e vida”.
DOMINGO DE RAMOS
Há uma razão histórica para a procla-
mação desses dois relatos dos evangelhos. Nos primeiros séculos, não havia a celebração do Tríduo Pascal e, por isso, não era costume celebrar a Paixão do Senhor na sexta-feira antes da Páscoa. Assim, no domingo anterior à Páscoa, recordava-se a morte de Cristo para, na semana seguinte, os éis celebrarem sua Ressurreição. Mesmo após a instituição do Tríduo Pascal, manteve-se essa tradição litúrgica, sobretudo para que os éis impossibilitados de celebrar o Tríduo – como em países de minoria cristã – possam vivenciar liturgicamente o mistério da Paixão. Além disso, a recordação desses dois momentos convida os éis a meditarem sobre o fato de que a multidão que aclama Jesus como o “Filho de Davi” é a mesma que grita “Cruci ca-o” dias depois.
A liturgia dos demais dias da Semana Santa ressalta momentos que antecedem a Paixão do Senhor, como na segunda-feira, a cena da mulher que lava os pés de Jesus com perfume; quando Jesus anuncia a própria morte, causando sofrimento aos discípulos, na terça-feira; e a traição de Judas, que se dirige aos chefes dos sacerdotes e se oferece para entregar Jesus, na quarta-feira.
Na manhã da Quinta-feira Santa, acontece a missa do Crisma, assim chamada porque nesta celebração são abençoados os óleos usados nos sacramentos do Batismo e Unção dos Enfermos, e é consagrado o óleo do Crisma, usado nos sacramentos do Batismo, Con rmação, nas ordenações sacerdotais e episcopais, além das dedicações de altares e templos. Também nessa missa, os padres renovam suas promessas sacerdotais diante do bispo ou arcebispo, por ocasião da recordação da instituição do sacerdócio.
TRÍDUO PASCAL
O Tríduo Pascal é como se fosse uma única celebração, em três dias, por meio da qual se torna presente a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Ele é aberto com a missa da Ceia do Senhor, que recorda a Última Ceia, quando Cristo instituiu
a Eucaristia, deu aos apóstolos seu novo mandamento – “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Nessa ocasião, Jesus também instituiu a ordem sacerdotal e deixou como exemplo a caridade e o serviço aos irmãos, simbolizados pelo rito do lava-pés, ação que é recordada durante essa missa.
A Sexta-feira Santa é o dia dedicado à memória da Paixão e Morte do Senhor. O silêncio, o jejum e a oração marcam esse dia, o único do ano em que não é celebrada a missa, mas a ação litúrgica da Paixão do Senhor, na qual é proclamada a narrativa da Paixão segundo o Evangelho de São João. A liturgia é marcada pela Oração Universal (que contempla as intenções pela Igreja e pelo mundo), pela Adoração à pessoa de Jesus na Cruz e pela Comunhão (das espécies consagradas na noite anterior).
A manhã e a tarde do Sábado Santo são marcadas pelo silêncio e contemplação de Jesus morto e sepultado. Esse silêncio somente é interrompido à noite, com a celebração da solene Vigília Pascal que anuncia a Ressurreição de Jesus Cristo. Considerada a mãe de todas as vigílias, essa liturgia se divide em quatro partes: Lucernário, que compreende a bênção do fogo (simbolizando o Cristo ressuscitado, luz do mundo) e a proclamação da Páscoa (Precônio Pascal); a Liturgia da Palavra, com as nove leituras que resumem a história da Salvação (sete do Antigo Testamento e duas do Novo, sendo uma extraída das Cartas de Paulo e outra do Evangelho); a Liturgia Batismal, na qual aqueles que foram preparados para este sacramento são batizados e os demais éis renovam suas promessas batismais; e, por m, a Liturgia Eucarística, ápice da Vigília, o próprio sacrifício pascal.
Considerada a data mais importante do calendário litúrgico católico, no Domingo de Páscoa se celebra a vitória da vida sobre a morte e o testemunho dos apóstolos de que o túmulo está vazio, pois o “Senhor verdadeiramente ressuscitou”.