Poiésis 172

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IMPRESSO www.jornalpoiesis.com Caixa Postal 110.912 - Bacaxá Saquarema - RJ - CEP 28993-970 jornalpoiesis@gmail.com

Literatura, Pensamento & Arte

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que está sendo construída em Bacaxá pelo Governo do Estado, em parceria com a Prefeitura, abrigará mais de 25 cursos e deverá estar em pleno funcionamento no início do ano letivo de 2011. Segundo o presidente da FAETEC, Celso Pansera (foto), que esteve no município para participar da audiência pública no início de junho, existe a possibilidade de ser aberta uma turma do curso de idiomas ainda este ano, mas até o fechamento desta edição isso ainda não havia sido confirmado. O que está certo é que em 2010 será realizado concurso público para as vagas dos cursos técnicos e abertas as inscrições para os cursos de qualificação profissional, cujos alunos serão escolhidos através de sorteio. As datas ainda não foram divulgadas. Página 9.

Artistas de Saquarema são chamados para cadastramento Página 2

Regina Mota

As imagens Escola técnica em Bacaxá deve do Saqua ser inaugurada ainda este ano grande conquista para a educação e a econoMotorock Uma mia do município de Saquarema, a escola técnica

Novos paradigmas na diplomacia brasileira, por Leonardo Boff Página 8

A poesia brasileira nos anos 70

Regina Mota

Camilo Mota

Ano XVI - nº 172 - julho de 2010 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro

Projeto Lendo e Refletindo premiou estudantes da rede estadual em Araruama. Página 3.

Gerson Valle escreve resenha sobre o recente lançamento “Roteiro da Poesia Brasileira”, dirigido por Edla van Steen, detendo-se no volume dedicado aos anos 70. Página 11.


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nº 172 - julho de 2010 EXPEDIENTE

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota Diretora Comercial: Regina Mota Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb Diagramação: Camilo Mota CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUAREMA - RJ CEP 28993-970 ( ( ( (

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jornalpoiesis@gmail.com www.jornalpoiesis.com Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

SMEC convoca artistas e agentes culturais do município para cadastramento A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Saquarema (SMEC) está convocando todos os agentes e entidades culturais do município para participarem do cadastramento que está sendo realizado na Casa de Cultura Walmir Ayala, de segunda a sexta-feira, de 9h às 17 horas. O objetivo é mon-

O Teatro Municipal Mario Lago, em Saquarema, está com programação para todos os públicos no mês de julho. Um dos destaques é a volta aos palcos da cidade do ator e diretor Claudio Juarez, que encena um espetáculo infantil e outro com tema voltado para adolescentes. O Projeto Primeiro Passo é outra atração especial, com apresentações no dia 9, em dois horários, mostrando a diversidade de seu trabalho de dança (veja box abaixo). Confira a programação DANÇA MODERNA

completa que também traz show com o cantor Juceir Junior e uma boa comédia com a Cia Baiana de Risos. 03/07 (sábado) - Fala Sério (adaptação do texto de Thalita Rebouças) - CTEC Prof. Claudio Juarez - 19h e 20h30 04/07 (domingo) - A casa do Fantasminha Chorão - CTEC Prof. Claudio Juarez - 16h e 17h30 09/07 (sexta-feira) – Espetáculo de Dança com o Projeto Primeiro Passo - 18h e 21h

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Camilo Mota

O Projeto Primeiro Passo comemora seu primeiro aniversário com a apresentação do espetáculo de dança moderna “Uma noite para bailar”, tendo como tema o tango argentino, dia 9 de julho, com sessões às 18h e 21h, no Teatro Mario Lago, em Saquarema. Com cerca de 50 minutos de duração e participação de 16 bailarinos, o espetáculo terá abertura de Rodrigo Mota, com um número de “zouk”. As coreografias são assinadas por Patrícia Beltrão. O evento conta com apoio do Fly Shopping, Jornal Poiésis e site Nova Saquarema.

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geral, bem como denominações religiosas que, de alguma forma, fomentem práticas de desenvolvimento da cultura popular (cristianismo, afro, etc.). Com base nas informações obtidas, a SMEC irá organizar a próxima Feira Cultural, prevista para acontecer em setembro deste ano.

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tar um banco de dados e, ao mesmo tempo, formar um diagnóstico das várias atividades artísticas e culturais no município, facilitando ainda a comunicação entre o poder público e os artistas. Devem se inscrever músicos, artistas plásticos, escritores, atores, bailarinos, além de entidades com fins culturais em

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Artistas paulistas em Arraial do Cabo Os artistas plásticos paulistas Silvana Borges e Daniel Pereira trazem para Arraial do Cabo sua exposição “2x4”, com obras criadas a quatro mãos. A abertura será dia 2 de julho, às 19 horas, no Salão de Exposição José de Dome (Casa de Vidro), ficando em cartaz até 30/07. Formado em Direito, Daniel Pereira tem uma pintura de estilo predominantemente clássico, com destaque para a minuciosidade dos detalhes. Já a arquiteta Silvana Borges tem rico acervo de pintura a óleo, tendo já participado de mais de 60 exposições individuais no Brasil e no exterior. A mostra “2x4” conta com apoio da Secretaria de Educação e Cultura de Arraial do Cabo.


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Estudantes do Projeto Lendo e Refletindo fazem apresentações e autografam livro

Por falar em música

Fotos: Regina Mota

Regina Mota A Coordenadoria Regional das Baixadas Litorâneas II realizou no dia 24 de junho a premiação dos vencedores do concurso de redação e desenho, referentes ao Projeto Lendo e Refletindo, Prêmio Professora Suzana Chagas Cardoso Nunes. O evento foi realizado no campus da Universidade Cândido Mendes, em Araruama, contando com a participação de oito escolas de Maricá, duas de Iguaba Grande, nove de Araruama e cinco de Saquarema. O tema escolhido para este ano foi “Liberdade é uma conquista e não uma dádiva”, baseado na famosa frase de Paulo Freire. Com o auditório completamente lotado, a sexta edição do projeto, que existe desde 2005, aconteceu de uma forma bastante descontraída. Houve apresentações de dança com os bailarinos Ingrid Guimarães, Layse Rodrigues e Fernando Simas, da Daumas Academia. Alunos do CIEP 258 Astrogildo Pereira encenaram uma peça bastante divertida. Os Colégios Oscar de Macedo Soares e Oliveira Viana também levaram seus artistas. O concurso de ilustração, que contou esse ano com 45 desenhos, teve como vencedor Lucas Pádua Abílio, do Colégio Estadual Dr. João Gomes de Mattos Sobrinho, de Maricá. O trabalho de Lucas se transformou na capa do livro lançado este ano, que contém as melhores redações previamente selecionadas. O corpo de jurados

por Renato Barcelos

Técnica e Emoção

Diony Fernandes (2ª da esq.) disse que o projeto cria oportunidades de crescimento para os alunos

O aluno Lucas Abílio ganhou o prêmio de melhor desenho, que serviu de capa para a antologia

O evento contou com participação de representantes de Maricá, Iguaba Grande, Araruama e Saquarema

foi formado por professores das cidades pertencentes às Baixadas Litorâneas, entre eles Charles O. Soares, que faz parte do Conselho Editorial do Jornal Poiésis, a professora aposentada Lina Barcelos, além de Sandra Pereira de Oliveira, do Colégio Oliveira Viana, de Bacaxá. A coordenadora regional, Diony Fernandes dos Santos, deixou suas palavras gravadas com relação ao evento: “Para nós professores, os trabalhos apresentados são mais um estímulo na tarefa de orientar nossos alunos, incentivando-os e, sobretudo, oferecendo-lhes opor-

ELABORAÇÃO Terapias e Cursos

Direção Técnica: João Carvalho Neto

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tunidades de crescimento”. O encerramento ficou por conta do maestro José Carlos Ramalho que regeu o Coral Vozes Juvenis das Baixadas Litorâneas II – Cantarolando, que preencheu o teatro com músicas que elevam o espírito e acalmam a alma. O coral é formado por 405 alunos, sendo que cada cidade tem seus representantes, mas nesta apresentação somente os jovens de Araruama participaram. Em seguida foi servido um coquetel, enquanto os alunos que venceram no concurso de redação autografavam os livros.

Algo que parece decepcionar muitas pessoas que têm o desejo de entrar no mundo musical é o fato de acreditarem que não têm talento. Infelizmente, algumas vezes é o próprio professor quem põe esta idéia errônea na cabeça do aluno. Obviamente quando falamos de arte, estamos lidando com algo que mexe com nossos sentimentos, nosso inconsciente, com o que há de subjetivo em nós. No entanto, quando exteriorizamos o que é subjetivo, estamos transformando uma sensação em algo racional,ou seja, a sensação deixa de ser o que é, saindo do subjetivo para o concreto. Exprimir idéias e sentimentos com um instrumento não é uma questão de talento, e sim de estudo. A música é uma ciência e possui sistemas matemáticos que são explorados há séculos. Podemos facilmente fazer conexões entre músicas dos séculos passados com músicas atuais, pois os sentimentos ainda são os mesmos, a diferença está mais no conhecimento técnico/musical do músico do que no seu talento. Pensamento válido também para os intérpretes. Certamente não posso descartar o fato de que há pessoas com mais ou menos facilidade para aprender a tocar um instrumento, algumas até com grandes dificuldades de percepção musical, porém os que realmente não aprendem são aqueles que não estudam. E onde entra o “talento” nessa história toda? Talvez seja o que diferencie músicos como Bach, Villa Lobos, Chico Buarque, Segovia, Elis Regina... dos sucessos que são descobertos e esquecidos todos os anos em dezenas de programas de TV.

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nº 172 - julho de 2010

AS HORAS

GAIA POESIA

Eudoro Augusto (1943, Lisboa, Portugal; brasileiro após 1953)

Gerson Valle A rima e o ritmo repetido conferem, às vezes, infantilidade ao verso, nem sempre condizente à postura do poeta. Mas servem, aqui e ali, para abrirem sorrisos se a sisudez sopesa desnecessária. As razões do poema se espalham como o campo intercalado pelos matos, árvores, flores, onde a terra tem lugar ao lado do lago e do lodo, lindamente em desordem, odores vários, vôos e repousos de pássaros, canções úteis de vários frutos saídos do chão, do ar e das nuvens do ventre farto, pés fortes, cabeça sábia da deusa mãe de tudo que aspira, inspira, respira e se alonga no horizonte em sua hora, hera, ara e ira. Mesmo em crise, Gaia vive! Gerson Valle é poeta e escritor, membro da Academia Brasileira de Poesia, autor do livro de contos “Vozes novas para velhos ventos” (Thesaurus Editora).

CDF

POMO Lélia Coelho Frota* Eu não quero a morte. Quero a vida – laranja de ouro brilhando no mais alto ramo. Tão radiosa, Acorde perfeito das folhas, círculo da terra, surdina do silêncio, colher-te, e seria a catástrofe. Somos teus gomos, tua líquida camisa, sabemos um dia inteiro o sabiá cantar a música da seiva das raízes.

(Inimigo rumor – 7 Letras e Cosac Naify, 2005 e 2006)

* Lélia Coelho Frota nasceu no Rio de Janeiro em 1938. Poeta, antropóloga, crítica de arte, ganhou o Prêmio Nacional de Poesia do MEC por sua obra reunida em 1971. Revelou artistas populares como Vitalino e Artur Bispo do Rosário. Publicou o “Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro”. Faleceu 27/05/2010. O poema acima é de seu livro “Menino deitado em alfa” – Edições Quíron/MEC, 1978)

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Deixo o relógio em casa e saio procurando as horas. As horas de esplendor e as horas de prazer as horas de serenidade as horas de amor à vida as melhores horas de minha vida perdidas entre o desejo e o medo. As manhãs esplêndidas. Um passeio bem cedo pelo mercado e pelo cais na pequena cidade da memória. Os barcos carregados de peixe e aquela brisa cheia de cheiros. Uma saia de seda acenando ao vento como a bandeira mais alta da manhã. Os serenos crepúsculos. Vermelho a costa de Caparica verde em Itaipava dourado no Arpoador azul quase cinza na ilha de Santa Catarina. Agora Brasília adormece em silêncio sépia e o poeta se move na direção do horizonte. Para longe da cidade proibida com suas horas de néon e seus salões de paixão e êxtase.

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nº 172 - julho de 2010

AUTORRETRATO Elizabeth Veiga (1941, Rio de janeiro, RJ) Eu tenho nervos de papel de seda associabilidades em síndrome crítica. Sinto a perna torta do medo Convidar à fuga: A presença do outro me estrangula. Dissimulo, dou um nó com as três mãos: pinga água. Sirvo um sorriso infeliz, uma careta aflita e um olhar de galga. Cafezinho trêmulo, derrubo a cadeira. O céu desaba sobre a minha cabeça sem parar. Para-raio de estrelas, escrevo. Quem quiser me ouvir, que me ouça em segredo. Eu tenho nervos de papel de seda. (A paixão em claro, 1992)

QUANDO O SOL

Des-faro

Afonso Henriques Neto (1944, Belo Horizonte, MG)

Marco Aureh

quando o sol tornar a colorir a figueira da montanha aves iluminadas estarão cantando em teu silêncio. escutarás então o inexistente tempo fluindo sob o peso morno das lágrimas sob sob.

sabe quando a incerteza grita e a dualidade da mente joga ping-pong? um jogo de cheiros que foge às narinas – des-faro! entre o riso e o pranto os humanóides vão e eu passo sem eles... somente os vejo, porém me contamino.

quando o sol tocar o vento e os longos dedos de gelo coçarem a pele da manhã incendiando os galos e os cabelos das árvores e das montanhas ninfas girando entre vertigens castanhas

intrépidas procissões, aterrorizadas dúvidas... o que seria desse ser se não fosse humano? seria, estaria, comeria, não faria amor nem sexo, copularia...

quando o sol puxar entre os dentes o interno verbo de todas as galáxias altas redes de ventos e luz e infinito saberás que atrás de cada tortura de cada assassínio de toda a impostura

e o instinto que se perdeu em algum lugar no tempo, dançaria em plena beirada da praia, entre a água [e a areia, entre a vida e a morte, entre a realidade e o sonho.

detrás de cada negação ou falsificação do humano manancial o olhar da vida o permanente olhar da vida sempre ardeu como um grito saltando do pó do avesso do ódio dos ossos das sepulturas dos cárceres do rosto vazio e implacável

quero voltar a ser animal, bicho! Marco Aurêh é músico, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.

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nº 172 - julho de 2010

Guitarras, vozes e motores

De 18 a 20 de junho foi realizado na Praça do Coração, em Saquarema, o oitavo SAQUA MOTOROCK, uma realização do Pecadores Moto Clube, com apoio da Prefeitura Municipal. Cerca de dez mil pessoas passaram pelo local nos três dias do evento, num clima de muita cordialidade e união de todos os presentes. Os amantes do barulho espantaram o frio ao som do mais puro rock n’roll representado por bandas locais e da região e pude-

ram conferir a exposição de motos de grupos de motociclistas de todo o Estado. O vento gelado na noite de sexta-feira não incomodou ninguém e os shows das bandas Epidemia, Os Caravelhos e Protocolo foram marcantes. Já no sábado, a qualidade sonora ficou por conta dos grupos Cabeça D4, Apothrock, Rock4Ever e Big Bee. Fotos do VIII Saqua Moto Rock estão disponíveis no site www.novasaquarema.com.br. (Colaboraram: Pablo Reis e Regina Mota / Fotos: Camilo Mota)

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nº 172 - julho de 2010

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Camilo Mota A forte tradição religiosa do município de Saquarema é tema presente no dia a dia de seus habitantes. Está encravada nos gestos, nas falas, na ida às igrejas aos domingos, no sinal da cruz feito quase automaticamente ao se passar em frente à Igreja de Santo Antonio em Bacaxá, nos cantos entoados durante as procissões. Mais ainda no olhar de esperança durante uma celebração ou numa fala solta em meio a um silêncio que não se esperava existisse em meio à multidão. Um silêncio de fé profunda, saindo da garganta de um fiel, dizendo pausadamente: “Sempre peço muita proteção a São Pedro, porque onde eu trabalho não tem chão, só água”. A frase do pescador foi dita à beira da Lagoa de Saquarema, enquanto ajudava a terminar os últimos preparativos para a procissão dos barcos na noite de 29 de junho. Eu e Regina acompanhamos a festa. O preparativo dos barcos. A procissão marítima indo em direção à praça dos Pescadores. O encontro com a procissão que descia da Igreja Matriz. Esse enlace devocional foi registrado por nossas câmeras. Ficou marcado em nossas memórias digitais e sentimentais. Por um instante, lembro-me de meu pai que, toda noite, antes de dormir, balbucia rezas que a gente nem ouve direito, mas que certamente sobe aos céus para contar de sua fé. Sobem aos céus também os olhares que vimos em Saquarema no Dia de São Pedro. A fala do pescador veio me dizer que nós todos pisamos um chão móvel, incerto, em constante

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Camilo Mota é poeta, jornalista e fotógrafo, membro da Academia Brasileira de Poesia. As fotos do evento acima estão no site www. novasaquarema.com.br

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nº 172 - julho de 2010

A saudade do servo na velha diplomacia brasileira Leonardo Boff

O filósofo F. Hegel em sua Fenomenologia do Espírito analisou detalhadamente a dialética do senhor e do servo. O senhor se torna tanto mais senhor quanto mais o servo internaliza em si o senhor, o que aprofunda ainda mais seu estado de servo. A mesma dialética identificou Paulo Freire na relação oprimido-opressor em sua clássica obra Pedagogia do oprimido. Com humor comentou Frei Betto: “em cada cabeça de oprimido há uma placa virtual que diz: hospedaria de opressor”. Quer dizer, o oprimido hospeda em si o opressor e é exatamente isso que o faz oprimido. A libertação se realiza quando o oprimido extrojeta o opressor e ai começa então uma nova história na qual não haverá mais oprimido e opressor mas o cidadão livre. Escrevo isso a propósito de nossa imprensa comercial, os grandes jornais do Rio, de São Paulo e de Porto Alegre, com referência à política externa do governo Lula no seu afã de mediar junto com o governo turco um acordo pacífico com o Irã a respeito do enriquecimento de urânio para fins não militares. Ler as opiniões emitidas por estes jornais, seja em editoriais seja por seus articulistas, alguns deles, embaixadores da velha guarda, reféns do tempo da guerra-fria, na lógica de amigo-inimigo é simples-

Paulo de Carvalho

mente estarrecedor. O Globo fala em ao patrão imperial, qual cão amestra“suicídio diplomático”(24/05) para re- do. Posso imaginar o quanto os donos ferir apenas um título até suave. Bem desses jornais sofrem ao ter que aceique poderiam colocar como sub-cabe- tar que o Brasil nunca poderá ser o que çalho de seus jornais:”Sucursal gostariam que fosse: um Estado"Para do Império” pois sua voz é agregado como é Hawai e mais eco da voz do sePorto-Rico. Como não esta nova nhor imperial do que há jeito, a maneira situação impõe-se a voz do jornalisentão de atender a diplomacia do diálogo mo que objetivaà voz do senhor mente informa incansável, da negociação internalizado, é e honestamendifamar, ridite opina. Ou- do ganha-ganha, dos acertos cularizar de tros, como para além das diferenças. Lula forma até ano Jornal do entendeu esta fase planetária. tipatriótica, Brasil, tem a iniciativa e Fez-se protagonista do novo, a pessoa do seguido uma linha de obdaquela estratégia que pode P r e s i d e n t e . jetividade, Este notoriaefetivamente evitar a maior mente é recofornecendo os dados princi- praga que jamais existiu: a nhecido, munpais para os leido afora, como guerra que só destrói e excepcional tores fazerem sua intermata." apreciação. locutor, com grande As opiniões revelam habilidade nas negociapessoas que têm saudades ções e dotado de singular deste senhor imperial internaforça de convencimento. lizado, de quem se comportam como O povo brasileiro abomina a subsúcubos. Não admitem que o Brasil serviência aos poderosos e aprecia, às de Lula ganhe relevância mundial e se vezes ingenuamente, os estrangeiros transforme num ator político impor- e os outros povos. Sente-se orgulhoso tante como o repetiu, há pouco, no Bra- de seu Presidente. Ele é um deles, um sil, o Secretário Geral da ONU, Ban-Ki- sobrevivente da grande tribulação, que moon. Querem vê-lo no lugar que lhe as elites, tidas por Darcy Ribeiro como cabe: na periferia colonial, alinhado das mais reacionárias do mundo, nunca

o aceitaram porque pensam que seu lugar não é na Presidência mas na fábrica produzindo para elas. Mas a história quis que fosse Presidente e que comparecesse como um personagem de grande carisma, unindo em sua pessoa ternura para com os humildes e vigor com o qual sustenta suas posições . O que estamos assistindo é a contraposição de dois paradigmas de fazer diplomacia: uma velha, imperial, intimidatória, do uso da truculência ideológica, econômica e eventualmente militar, diplomacia inimiga da paz e da vida, que nunca trouxe resultados duradouros. E outra, do século XXI, que se dá conta de que vivemos numa fase nova da história, a história coletiva dos povos que se obrigam a conviver harmoniosamente num pequeno planeta, escasso de recursos e semidevastado. Para esta nova situação impõe-se a diplomacia do diálogo incansável, da negociação do ganha-ganha, dos acertos para além das diferenças. Lula entendeu esta fase planetária. Fez-se protagonista do novo, daquela estratégia que pode efetivamente evitar a maior praga que jamais existiu: a guerra que só destrói e mata. Agora, ou seguiremos esta nova diplomacia, ou nos entredevoraremos. Ou Hillary ou Lula. A nossa imprensa comercial é obtusa face a essa nova emergência da história.

entendida não só como a possibilidade de dar vez e voz à imensa diversidade cultural brasileira mas também, e principalmente, de inclusão da Cultura, em todos os seus aspectos, nas diversas atividades e setores da sociedade civil, e de nossas administrações públicas, sejam municipais, estaduais ou federal. Ao discutir e debater o mundo e a sociedade igualitária que almejamos, não podemos esquecer que essa construção passa pela identificação e valorização de uma Cultura construída desde muito tempo em cada comunidade, em cada município, em cada rincão do País, e não aquela outra que nos é empurrada garganta adentro, todos os dias, por meios de comunicação compactuados com um projeto de poder e dominação contrário ao desenvolvimento da nação Brasil, e dos interesses de seu povo. Nesse sentido a Cultura vive hoje, em Petrópolis, um momento especial, com a realização da Conferência Municipal de Cultura em setembro do ano passado e seus desdobramentos desde então,

organização e, por vezes, com o desconhecimento mútuo de seus agentes em relação às atividades desenvolvidas em seus segmentos, bem como das oportunidades de financiamento através de prêmios e editais do Ministério da Cultura - procedimento este que deverá também ser adotado no âmbito municipal a partir da aprovação e sanção do Plano Municipal de Cultura pela Câmara e pelo executivo. Assim, resta ao articulista congratular com a comunidade petropolitana por sua participação, deixando, no entanto, um chamamento àqueles setores e agentes culturais ainda afastados do processo, seja pela falta de incentivo de um viciado sistema de apadrinhamento tão em voga por todo este País durante tanto tempo, como pelo afastamento histórico de setores da cultura popular relegados ao gueto do esquecimento, como os afrodescendentes, indígenas e ciganos, para a construção de uma Cultura mais democrática.

Por uma cultura democrática

Dentre tantas questões abordadas hoje nos mais diversos fóruns e grupos de discussão por todo canto do País, a Cultura está presente permeando debates nas áreas da Saúde, Educação, Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, reforma agrária e tantos outros, afirmando cada vez mais sua transversalidade e importância na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, como desejamos. E, aqui, falamos da Cultura em todas as suas manifestações, seja na música e nos festejos, no teatro, na cozinha e no vestuário, na dança e nas mezinhas da medicina tradicional, na arquitetura, na fotografia e no cinema, nos ofícios e saberes de nossos pais e avós, na tradição oral de uma história tão esquecida pelos livros e pelos meios de comunicação excludentes. Assim, em tempos de inclusão digital, inclusão social e Vale Cultura, faz-se necessária e premente a inclusão cultural,

como as recentes reuniões dos grupos de trabalho para a elaboração do Plano Municipal de Cultura, e o Prêmio Maestro Guerra-Peixe de incentivo e valorização da produção cultural petropolitana – duas gratas surpresas para quem, como eu, esteve nos últimos dez anos longe da Serra da Estrela atuando na cena cultural da Amazônia. Nesse processo recente, se por um lado devemos reconhecer a iniciativa e o empenho da Fundação de Cultura e Turismo, ao mesmo tempo é necessário parabenizar a comunidade petropolitana pela sua participação nesse processo através de seus grupos já organizados, principalmente nas áreas das artes visuais, dança e música, além da reestruturação do Conselho Municipal de Cultura - paritário e deliberativo. Por outro lado, o processo deflagrado pela Fundação de Cultura demonstrou, também, a fragilidade de outros setores que, embora sejam bem representados por importantes agentes culturais, sofrem ainda com a falta de


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Camilo Mota

Transporte urbano em Saquarema é debatido no Conselho de Segurança

Um dos assuntos debatidos durante a reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Saquarema, realizada no dia 2 de junho no auditório da 4ª Companhia de Polícia Militar do 25º Batalhão, foi o sistema de transporte urbano que é oferecido à população pela empresa Rio Lagos. Horários flexíveis, itinerários, melhor percurso de alguns ônibus como na linha Vilatur/Saquarema, por exemplo, que obriga os passageiros a descerem em Bacaxá e pegar outra condução até a praia da Vila, foram algumas das reivindicações feitas por alguns moradores que presenciaram a reunião. Mario Augusto, que repre-

sentou a empresa Rio Lagos, tomou nota das reclamações e se comprometeu em levá-las à direção da empresa para possíveis estudos e reformulações. O Conselho Comunitário de Segurança é uma entidade formada por representantes da sociedade civil organizada, prefeitura municipal e polícias civil e militar. As reuniões acontecem toda primeira quarta-feira de cada mês, às 19 horas, no auditório da 4ª Companhia da PM, em frente ao Lake’s Shopping, e é aberto a participação de qualquer cidadão interessado em contribuir com a melhoria da segurança pública no município. Camilo Mota

MEIO AMBIENTE - A 51ª Subseção da OAB, em Saquarema, promoveu um rico forum de debates sobre as questões ambientais no município. O encontro aconteceu na sede da entidade no dia 2 de junho, sob a coordenação do advogado Anylsio Telles e participação da Chefe Regional do IBAMA - Cabo Frio, Lisia Vanacor Barrozo.

Escola técnica de Bacaxá pode oferecer primeiro curso a partir de agosto A partir de agosto deste ano, a escola técnica de Bacaxá, em construção no bairro Barreira, poderá iniciar sua primeira turma do curso de inglês para turismo. A expectativa é do presidente da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec), Celso Pansera, que esteve no dia 07/06 em Saquarema para participar da audiência pública para definição dos cursos que serão implantados na unidade educacional, com previsão de pleno funcionamento a partir de fevereiro de 2011. Cerca de 500 pessoas - entre professores, estudantes e trabalhadores - participaram do encontro ocorrido numa casa de festas em Bacaxá e ouviram atentamente as exposições sobre os planos pedagógicos e de infraestrutura para a futura escola técnica. Estiveram presentes a prefeita Franciane Motta, o deputado estadual Paulo Melo, a vice-presidente da Faetec, Cristina Lacerda, o coordenador técnico do Núcleo de Projetos, Alcides Bernardo Martins, além de autoridades dos poderes executivo e legislativo do município. Já considerada a maior escola técnica individual do Estado do Rio, a unidade educacional em Bacaxá terá uma área construída de cerca de dez mil metros quadrados, incluindo 19 salas de aula, 18 laboratórios, biblioteca, sala de leitura, refeitório com 140 lugares, auditório para mais de 300 pessoas e grande parque esportivo. “O governador (Sérgio Cabral Filho) decidiu fazer a obra aqui em Saquarema porque entendeu que nós precisávamos de uma unidade que criasse a expectativa e proporcionasse esperança de um futuro melhor para nossos jovens e para as pessoas que queiram se qualificar para o mercado profissional”, disse Paulo Melo. “A discussão que desenvolvemos neste encontro de hoje faz parte da construção do futuro não só de Saquarema, mas de toda a Região dos Lagos”, reiterou a prefeita Franciane Motta. Segundo a professora Cristina Lacerda, a nova escola é fundamental para o desenvolvimento do capital humano da região e deve ser bastante valorizada devido a sua condição estratégica, estando localizada a apenas 65 quilômetros do município de Itaboraí, onde será implantado um complexo petroquímico (Comperj) que tem previsão de empregar cerca de 50 mil trabalhadores diretos em sua operação.

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O professor Alcides Martins apresentou de forma detalhada uma sugestão dos primeiros cursos que poderão ser implantados no município, a partir de uma análise feita com base na demanda sócio-econômica da região. Na área de cursos técnicos, de nível médio, e com duração prevista entre um ano e meio e três anos, a sugestão é que sejam implantados os cursos de Petróleo e Gás, Eletromecânica, Segurança do Trabalho, Técnico em Meio Ambiente, Edificações e Hospedagem. Já para a qualificação profissional, com carga horária mínima de 160 horas, sugeriu-se a implantação de cursos das áreas de Petróleo e Gás e Indústria (manutenção mecânica e industrial, eletricista industrial, sistemas hidráulicos e pneumáticos, controladores lógicos programáveis), Construção Civil (pedreiro, serralheiro, eletricista predial, bombeiro hidráulico, armador de ferro, carpinteiro de formas), Hotelaria (garçom, copeiro, camareira, assistente de gerência hoteleira, recepcionista, inglês e espanhol para turismo ) e Comércio (assistente administrativo, auxiliar de escritório, promotor de vendas, informática básica, estoquista). A previsão é de que sejam abertas 2766 vagas anuais, sendo 960 para cursos técnicos e 1806 para cursos de qualificação profissional. A unidade de Bacaxá, segundo informou Celso Pansera, também tem capacidade para abrigar cursos técnicos de nível superior, o que já está sendo estudado para uma segunda fase de desenvolvimento do projeto no município. A participação do público foi bastante ativa, com muitas perguntas e sugestões de vários cursos, como marketing, logística, gastronomia, cuidador de idosos, soldador, entre outros. A partir desta audiência, a Faetec irá avaliar as vocações locais e as demandas para a melhor adaptação de sua grade de cursos para atender a região. Pansera também informou que um concurso público para professores da Faetec deverá ser aberto nos próximos meses e que o primeiro concurso para seleção de alunos da unidade de Bacaxá deverá ocorrer ainda este ano, no mês de dezembro. Para os cursos de qualificação profissional, o acesso será feito através de sorteio, conforme já acontece em outras unidades da Faetec no Estado.


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nº 172 - julho de 2010

A POESIA BRASILEIRA NOS ANOS 70 Gerson Valle A Global Editora vem lançando, em 15 volumes, “Roteiro da Poesia Brasileira”, sob a direção de Edla van Steen, uma notável antologia que abarca desde nossas “Raízes”, passando por escolas e tendências, e entra, a partir dos anos 30, em livros separados, nas décadas que vieram até agora. O critério da escolha dos poetas foi o da década em que lançaram seu primeiro livro de Poesia. Destaco o que trata dos “Anos 70”, dentre outras razões, pela presença de vários poetas que têm sido publicados e resenhados por “Poiésis”. Eu mesmo aqui já resenhei livros de Reynaldo Valinho Alvarez, Olga Savary, Anderson Braga Horta, Tanussi Cardoso... O conselheiro deste jornal, Fernando Py, integra volume anterior, que contém também outros poetas presentes em Poiésis, mas nos anos 70 há uma concentração maior deles. Não posso deixar de pensar também num dado pessoal, o que não é muito oportuno num resenhista, mas sou, “pós-modernamente”, um misturador de gêneros. O organizador deste volume, Afonso Henriques Neto foi, junto com um “antologiado”, Eudoro Augusto, incentivador da publicação de meu primeiro livro de Poesia, “Confetes de muitos carnavais”, em 1981 (de lá para cá minhas saladas mudaram muito de temperos...). Para quem não sabe, Afonso é neto de Alphonsus de Guimarães e filho de Afonso de Guimarães Filho, destacados simbolista, modernista, e, se assim me permitem classificar, “poeta pop”, na sucessão de gerações que, em si, é muito da História de nossa Poesia representativa e de qualidade. Ambos, Afonso e Eudoro, estavam entre os 26 novos poetas da famosa antologia organizada por Heloísa Buarque de Hollanda em 1976. Relacionado a este jornal, cito outro “antologiado” que chegou a participar de reuniões com seus conselheiros, Aricy Curvello. A resenha recente de Darcy França Denófrio, de junho de 2009, na revista da UFG sobre seu livro da série “50 Poemas escolhidos pelo autor” (Galo Branco, 2007), enfatizou o “momento histórico conturbado”, que apareceu (os tais anos 70) e que “dá notícia desse tempo em seu texto poético por meio da insurreição

ou insubordinação à norma linguística”. que perduraram num parnasianismo acadêPor tratar de um “tempo histórico perturmico após a revolução modernista, mas de bado”, o prefácio do Afonso Henriques aos quem bebeu diretamente da fonte dos fran“Anos 70” intitula-se “Poesia em tempos ceses que criaram a escola, fazendo-lhes, de resistência”. Em plena ditadura militar, inclusive, algumas traduções. Exemplifico grande parte da produção poética se tornou isto com seu livro de 2009, “Soneto Antigo” “marginal”, não obrigatoriamente publicada (e as maiúsculas do título vão a seu gosto...), em livros que correriam o risco de ser proida Thesaurus Editora. bidos, mas em improvisados papeis mimeNa antologia dos anos 70 se encontra ografados e grampeados. Daí ter aparecido um dos ícones maiores da Poesia brasileira, uma “geração mimeógrafo”, de produção Adélia Prado. E desfilam poemas soberbos “pirata”, sendo os livros vendidos pelos próde Elizabeth Veiga, Moacy Cirne, Carlos prios autores em bares Lima, Paulo Leminsky, Há de tudo, aliás, na Antonio Carlos Secchin, ou praias (no Rio), além da poesia ser rePoesia da década de Charles e Chacal, os dois citada ao ar livre, como da poética 70. Uma diversidade de conhecidos se fossem comícios-reque retoma o poema-pialâmpagos, ou casas no- estilos e entendimentos da da geração de 22... Fiz turnas. Muitos se abrido que seja Poesia, mal em citar? Ficam tão gavam da censura nas bons e famosos de fora que talvez aí tenha quando se cita... Porém, metáforas, conferindo, às vezes, uma impresnascido, entre nós, não estou escrevendo são hermética. Há de catálogo. Os exemplos o que se chama de tudo, aliás, na Poesia servem para lembrar a “Pós-moderno” – o importância da Poesia da década de 70. Uma diversidade de estilos e focalizada neste livro. uso dos diversos entendimentos do que A proximidade no seja Poesia, que talvez modernismos do século tempo, é verdade, tornaaí tenha nascido, entre XX agregados a todo e nos um tanto míopes, nós, o que se chama se podendo ainda fequalquer conhecimento não de “Pós-moderno” – o char uma representativiuso dos diversos mo- de Poesia de todos os dade total deste período. dernismos do século Difícil sempre selecionar tempos. XX agregados a todo dentre tanta gente proe qualquer conheciduzindo, de feição nem mento de Poesia de todos os tempos. Tansempre clara. E mais difícil conhecer tudo tos estilos quanto muitos poetas. Tantos, a que se faz, quando a maior parte nem tem ponto de passar quase despercebido, por acesso a publicações (questão que a “interexemplo, que no meio deles está um dos net”, por um lado atenuou, mas por outra poetas que melhor domínio demonstra de dificultou, pois quem pode ler a enormidade qualquer forma, mais facilidade de expresde “sites” existentes?). E muitos dos aparesar sentimento e reflexão, tanto na língua cidos nos anos 70 já se foram, com qualidaportuguesa quanto na espanhola, acima de des que o tempo enterrou com seus ossos. É nosso tempo, Reynaldo Valinho Alvarez. E como se, dentro de uma cidade de vales, os um mestre indiscutível do manejo poético, morros impedissem que o bairro num vale Anderson Braga Horta, que também domisoubesse do que se passa nos bairros dos ouna diversas formas expressivas e, bem “póstros vales (Dizem que Petrópolis é assim). modernamente” escolas diferentes, tendo, Muitos esforços são desperdiçados, e muitos talvez por temperamento próprio, algo tensequer avistados. dente ao que se poderia classificar como um No Brasil a Poesia segue com uma mul“neoparnasianismo”. Não ingênuo como os tidão de “fazedores”, e com quase nenhum

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leitor. Daí a dificuldade de todos os seus “fazedores” em se verem divulgados, que suas obras sejam apreciadas. Quantos de nós, poetas, nem sequer temos um livro publicado (e nem vou comentar as razões da dificuldade de publicação, assunto para outro artigo). Ou que publicaram edições de pouquíssimos exemplares, que mal chegam a um número desprezível de leitores (que, sabe-se lá o que fazem deles...). Muitos de nós, pouco divulgados ou esquecidos, podemos até ter nossos admiradores: “Você é o melhor”, frase que pode ter feito sentirmonos “a Assunção de Murilo”, como Mário de Andrade se autoescarneia no poema “Platão”. Vaidade ingênua, sim, mas não posso deixar de mencionar que, de certa forma, há um aferimento valorativo demonstrando que nem todo julgamento é correto (tanto para depreciar uma afirmativa dessas como pela não divulgação nas antologias do poeta com afinidades vivas...). Mas, não há como se conhecer tudo e se valorizar obras que pertencem ao tempo (se tiverem a sorte de sobreviver). Em 1962, exemplificando as antologias de poetas jovens recém-aparecidos, a “Série Cadernos Brasileiros” publicou “A Novíssima Poesia Brasileira”, numa seleção de Walmir Ayala. Uma poeta ali encontrada acaba de falecer (27/05/2010), Lélia Coelho Frota. Seu começo no mundo poético foi merecidamente festejado. O trabalho, como antropóloga, crítica de arte, funcionária com várias direções em órgãos culturais, talvez não lhe dessem muito tempo para estender sua Poesia como merecia. Nas páginas de Poesia, Poiésis lembra de Lélia com um poema seu, assim como de três dos poetas dos anos 70 com poemas reproduzidos no livro aqui resenhado. Mesmo se houver lacunas (e não acredito que sejam muitas), a coleção “Roteiro da Poesia Brasileira” preenche a necessidade de conhecimento múltiplo a amantes da Poesia. Temos a sorte desta publicação recente, bem como a de “Uma História da Poesia Brasileira”, de Alexei Bueno (Germakoff – Casa Editorial, 2007), um admirável e bem sucedido esforço de cobrir nossa Poesia de todos os tempos, com crítica e citações exemplares.

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Regina Mota

Novo espaço de terapias e cursos -Elaboração, esse é o nome do mais novo espaço que já está em pleno funcionamento em Saquarema. Sob a direção técnica do conceituadíssimo psicanalista João Carvalho Neto, a sede está localizada no Porto da Roça e conta com várias atividades nas áreas de saúde e educação. Na foto, à esquerda, Renata, esposa de João com o filho João Felipe e à direita Regina Alves, psicóloga.

Lançamento de livro - A fisioterapeuta dermato-funcional e esteticista Priscila Dal Gobbo lançou seu primeiro livro dia 10/06 na Salarte do Teatro Municipal de Saquarema. “Estética Facial Essencial”, da Editora Atheneu, traz orientações para o profissional de estética com 192 páginas repletas de informações importantes, com ilustrações em desenhos e fotos.

Música Clássica - Vale a pena subir a serra para participar dos eventos culturais realizados no Museu Imperial de Petrópolis. No dia 6 de junho aconteceu o concerto gratuito com os conjuntos Sacra Vox, da UFRJ, e Anima Cuore, da Uni-

Calçadão da Vila

Fly Shopping

Rindo de 4 - Raphael Tavares, Felipe Bahiense, Igor Araújo e Pedro Paulo Bravo estrelam a comédia em cartaz dia 17 e 18 de julho, no Teatro Mario Lago, às 20h.

versidade Católica de Petrópolis - UCP. O evento que aconteceu na Sala de Batalha teve a regência da maestrina Valéria Matos. As músicas de Johann Sebastian Bach foram maravilhosamente interpretadas pelos músicos.

Copa do Mundo - Muitas foram as pessoas que deixaram de assistir a Copa em suas casas para aproveitar a companhia dos bons amigos e colegas de trabalho. No Calçadão da Vila pôde-se ver as cores verde e amarelo espalhadas por todos os cantos durante os jogos. O Fly Shopping montou um telão especialmente para os clientes e amigos festejarem com conforto todos os momentos dessa festa que foi uma das melhores vistas até hoje.

Poesia na livraria - A edição da Poesia na Rua do mês de junho foi realizada no dia 12, na Livraria Templar, de Bacaxá. O evento contou com a participação de vários poetas locais. Renato Barcelos, Ana Paula Lima e Neyde Falcão interpretaram Noel Rosa. Para combinar com o frio que fazia naquele belo entardecer, nada melhor que um chocolate quente e biscoitos amanteigados, oferecidos pelos anfitriões, Fernanda e Ricardo. Festa Junina - Aconteceu na Casa de Festa Nobre Recanto uma bela festa beneficiente em favor do Orfanato Raio de Sol, Creche Renascer e Porta Formosa. Parabéns aos organizadores!


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