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Lula entregará a cientistas medalha retirada por Bolsonaro
de personalidades brasileiras e estrangeiras infectologista
O desembargador Ricardo Cardozo tomou posse, na sexta-feira (3), como presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Ricardo Cardozo substitui o também desembargador Henrique de Andrade Figueira, que estava no cargo desde 2021.
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O desembargador foi eleito em dezembro de 2022 para a presidência do Tribunal com 99 votos dos 185 desembargadores que compõem a Corte. A sua gestão compreenderá o biênio 2023 e 2024.
“A meta fundamental nossa é ter uma Justiça digital. Quando falo isso o projeto é ter uma Justiça moderna. Isso representa um benefício a nossa sociedade que é nosso grande cliente”, disse o magistrado.
O desembargador Ricardo Cardozo se formou em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Ele entrou para o TJ como juiz em 1988 e passou a desembargador em 2003. O magistrado foi corregedor-geral de Justiça durante a gestão do desembargador Henrique. No evento desta sexta-feira também tomaram posse os desembargadores Marcus Henrique Pinto Basílio (corregedor-geral de Justiça); Caetano Ernesto da Fonseca Costa (1º vice-presidente); Suely Lopes Magalhães (2ª vice-presidente); José Carlos Maldonado de Carvalho (3ª vice-presidente); e Marco Aurélio Bezerra de Melo (diretor-geral da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - Emerj).
OMarcus Vinícius Guimarães de Lacerda e a sanitarista
Adele Benzaken serão condecorados pelo governo federal com a Ordem Nacional do Mérito Científico. Em novembro de 2021, os dois chegaram a ser agraciados com a honraria em decreto assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro. No entanto, dois dias depois, ele editou um novo decreto cancelando a condecoração. Em protesto contra a medida, outros 21 cientistas agraciados assinaram uma carta renunciando coletivamente à honraria.
“Lula devolverá a medalha a esses dois cientistas. E todos aqueles que recusaram a condecoração no governo anterior também irão receber a medalha”, anunciou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em discurso hoje (2) no Rio de Janeiro, durante a 13º Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE).
A Ordem Nacional do Mérito Científico foi criada em 1993 para reconhecer contribuições científicas e técnicas de personalidades brasileiras e estrangeiras. A indicação dos agraciados é realizada por uma comissão formada por nove membros, designados de forma paritária pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Academia Brasileira de Ciências e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A lista de nomes deve ser elaborada levando em conta os serviços relevantes à ciência, tecnologia e inovação e o destaque dentre por suas qualidades intelectuais, acadêmicas e morais entre os pares. Ao cancelar a condecoração de Marcus Lacerda e Adele Benzaken, Bolsonaro não apresentou nenhuma justificativa. Após o episódio, a renúncia coletiva de outros 21 agraciados não foi a única reação da comunidade científica. Mais de 270 pesquisadores condecorados em anos anteriores também publicaram uma carta. Eles acusaram o governo de censurar e perseguir cientistas e manifestaram preocupação com o uso da honraria com interesses políticos e ideológicos.
Adele Benzaken havia sido diretora do Departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde entre 2016 e 2019, quando foi demitida do cargo pelo governo federal após a publicação de uma cartilha voltada para homens trans. Já Marcus Lacerda liderou um estudo no qual concluiu em 2020 que a cloroquina era ineficaz para o tratamento de covid-19. Seu artigo foi publicado na Journal of the American Medical Association, uma revista científica de referência internacional.
Bolsonaro defendia o uso da cloroquina para enfrentar a pandemia de covid-19, embora não tivesse respaldo científico. Após publicar os resultados de sua pesquisa, Marcus Lacerda chegou a ser atacado nas redes sociais por apoiadores do então presidente, incluindo seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro.