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Bento Albuquerque muda versão em depoimento à PF
Ex-ministro apresentou relato que difere completamente
Uma adolescente de 15 anos foi resgatada pela Polícia Federal (PF), na noite desta terça-feira (14), em um barco no rio Mucajaí, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. De acordo com a polícia, a menina foi cooptada para se prostituir em garimpo ilegal na área indígena e ficou mais de 20 dias na região.
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Os policiais federais encontraram outras mulheres na embarcação, que também tinham sido levadas para se prostituírem.
“À Polícia Federal, a adolescente relatou que teria recebido uma proposta para ser cozinheira no garimpo através de um contato em uma rede social e que teria saído para o garimpo em um voo já no dia seguinte ao contato. No deslocamento, a menor conheceu outras quatro mulheres que também teriam sido cooptadas para prostituição na Terra Yanomami”, diz nota da PF.
A mão da garota tinha registrado, no dia 12 de fevereiro, um boletim de desaparecimento, por não ter notícias da filha.
A Polícia Federal informou que investiga a organização envolvida na cooptação de mulheres e adolescentes para prostituição em áreas de garimpo no estado. A ação de patrulhamento, que resultou no resgate da adolescente, teve apoio do Ibama, das Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública, da Funai e da PRF.
Isadora Peron ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque prestou depoimento à Polícia Federal (PF) de São Paulo nessa terça-feira e disse que acreditava que os pacotes de joias que trouxe da Arábia Saudita ficariam com a União. A declaração contraria a versão inicial, dada pelo próprio ex-ministro, de que os presentes seriam destinados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a sua mulher, Michelle Bolsonaro. A oitiva ocorreu por videoconferência e durou cerca de uma hora e meia. Ele foi ouvido no inquérito aberto para apurar o caso, depois de reportagens do jornal “O Estado de S. Paulo”. Durante o depoimento, o ex-ministro disse que não
Otratou do assunto com Bolsonaro. Ele também voltou a afirmar que só soube do conteúdo das caixas ao chegar no Brasil e que, no momento em que viu as joias apreendidas pela Receita Federal, deduziu que elas seriam para Michelle.
Em 26 de outubro de 2021, uma comitiva liderada por Albuquerque desembarcou no Aeroporto de Guarulhos depois de participar de um compromisso oficial no país do oriente médio. Na ocasião, a Receita Federal apreendeu um conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões. Os objetos estavam na mala do assessor Marcos André Soeiro, também foi ouvido pela PF nessa terça-feira.
Diante do impasse, o então ministro foi chamado para tentar resolver o caso e, aos fiscais da alfândega, disse que o estojo com um colar, um anel, um relógio e um par de brincos seria destinado à então primeira-dama.
Em seguida, veio à tona a existência de um outro pacote, esse com itens masculinos que estava na mala do próprio Albuquerque. Es- ses itens teriam sido guardados em um cofre no ministério e depois foram entregues diretamente a Bolsonaro, já na gestão de Adolfo Sachsida, em novembro de 2022.
Em entrevista à CNN Brasil na semana passada, Bolsonaro disse que foi incorporado ao acervo privado parte das joias que teriam sido enviadas pelo governo da Arábia Saudita. “Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz”, disse.
O conjunto incorporado ao acervo privado continha uma anel, um relógio, um par de abotoaduras, um terço árabe e uma caneta, todos da marca Chopard — estimados em ao menos R$ 400 mil.
À CNN, Bolsonaro reiterou que não sabia das joias femininas. O decreto 4.344/2002 , em seu artigo 9, diz que presentes recebidos em viagens devem ser encaminhados ao Departamento de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência.