22/06/2011 - INterior - Jornal Semanário

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Quarta-feira, 22 de junho de 2011

Interior

e Região Tradição Jogo da Mora é resgatado por grupo italiano

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Uva Cuidados para garantir uma safra de qualidade página 4 e 5

Natureza Trilha ecológica feita com paradas de fé

página 6

Social Imagens de festas do Interior página 8

São Pedro

O guri do laço Aos dois anos e dois meses, ele faturou seu primeiro prêmio em rodeios. Depois disso, já reuniu 30 troféus, chegando a ser campeão nacional de laço em vaca parada, no início de 2011. Aos cinco anos de idade, Guilherme Augusto Osmarini Baretto passa todo o seu tempo envolvido

em atividades campeiras, cuidando de sua égua “Lobuna” e treinando para competições em rodeios. De medalha no peito e laço na mão, ele promete continuar na profissão e arrematar mais premiações e encher de orgulho sua família. página 7


2 Editorial A temida praga A profissão de agricultor exige dedicação, esforço e sorte. Porém, quando a informação chega ao produtor, a sorte passa a se chamar conhecimento – o que pode auxiliar em determinados momentos que, antigamente, eram resolvidos somente com oração. Ainda não foram encontradas soluções para erradicar determinados insetos ou pragas do solo. Muitas destas pragas possuem a capacidade de devastar as plantas – penetrando na raiz da árvore – causando prejuízo ao agricultor e interferindo na qualidade da fruta. A pérola-da-terra é um destes insetos que pesquisas e estudos ainda não descobriram como exterminar. Os agricultores temem as consequências e procuram orientações com técnicos agrícolas ou profissionais do ramo – mas devem seguir as instruções que recebem. Conforme o pesquisador Marcos Botton, da Embrapa Uva e Vinho, há produtores que insistem em utilizar produtos não-autorizados para tratar as videiras. “Entre usar ou não, decida por não usar”, orientou ele. Esta é somente uma das orientações que devem ser seguidas – assim como evitar a utilização de herbicidas e dar um tempo, após a safra, para as videiras descansarem. Sem conhecimento e cautela por parte do agricultor, as pragas continuarão a devastar as propriedades. Enquanto ainda não existem formas de erradicar, por exemplo, a pérola-da-terra, deve-se aplicar o tratamento correto e implantar métodos para evitar que esta praga tome conta das videiras. Pode ser impossível de exterminar o inseto, até então – mas deve-se trabalhar para que ela não se torne mais importante do que a produção da uva.

Quarta-feira, 22 de junho de 2011

Interior e Região

A voz do interior A pérola-da-terra já atacou em seus parreirais? Não. Mas estou sempre procurando infomações a respeito da praga.

Sim. Perdi 30% das videiras em função do inseto.

Sidimar Fleck, 24 Agricultor Pinto Bandeira

Não. A gente fica com medo, mas procura ajuda para evitar que a praga chegue.

Idiomar Dalla Costa, 42 Agricultor Pinto Bandeira

FOTOS RAQUEL FRONZA

Jandir Thissen, 35, Agricultor Pinto Bandeira

CURTAS * Já estão sendo comercializados os ingressos para a primeira edição do Homem na Cozinha de 2011. O valor é de R$ 30 (individual), podendo ser adquiridos junto a entidade (3462-8500) ou aos integrantes do Conselho Superior da CIC (Danilo Spader, Acyr Girondi, Pedro Carrer, José Heitor Mombach, Paulo Fanti, Enio Martinazzo, Domingos Nizzola, Clóvis Furlanetto e Isauro Itú Sartori). O jantar, que ocorre em 8 de julho, a partir das 19h30min, terá no cardápio: codorna ao molho, massa, aipim, saladas diversas, sobremesa, vinho e água. O resultado líquido do evento será destinado à entidade assistencial do município. A entidade está prevendo a realização de dois jantares neste ano, sendo que o segundo está pré-agendado para 11 de novembro. * Em um espetáculo de fé e arte, a celebração de Corpus Christi será a atração da quinta-feira, 23, em Carlos Barbosa. Mais de um quilômetro de tapetes nas ruas centrais embelezarão a data. Serão 32 tapetes de serragem, medindo 4mx8m cada um, trazendo temas bíblicos e outras figuras relacionadas aos grupos participantes. A organização do evento é da prefeitura de Carlos Barbosa e Proarte, com apoio da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus. A celebração religiosa inicia a partir das 15h, na Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe de Deus. Na sequência, por volta das 16h, está marcada a procissão, que sai da Igreja e segue por toda extensão dos tapetes, nas ruas Elisa Tramontina, Borges de Medeiros, Maurício Cardoso e Assis Brasil até o Calçadão, seguindo novamente até a Igreja Matriz.

Caderno

Interior e Região

Este caderno faz parte da edição 2731 de quarta-feira, 22 de junho de 2011, do Jornal Semanário

Edição: Raquel Fronza regional@jornalsemanario.com.br Revisão: Patrícia Lima secretaria@jornalsemanario.com.br Foto de Capa: Raquel Fronza Diagramação: Maiara Alvarez Supervisão: Rogério Costa Arantes

Direção: Henrique Alfredo Caprara jornal.semanario@italnet.com.br SEDE Wolsir A. Antonini, 451 Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RS 54. 3455.4500


Interior e Região

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Histórias do Interior

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Pinto Bandeira

Jogo da Mora: exercitando a mente Tradição vinda da Itália envolve números, habilidade e cálculo exato. A brincadeira acaba esquecida pelas novas gerações

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história conta que o jogo da Mora chegou ao Brasil vindo da Itália, mais precisamente da região do Vêneto. Prática comum nas antigas gerações de Bento Gonçalves, o jogo tem se perdido no tempo, porém, é praticado com raridade por alguns grupos de tradições italianas, que lutam para resgatar as memórias e origens de seu povo. Para jogar é necessário apenas que quatro pessoas queiram participar, formando duas duplas. Além disso, um juiz é peça fundamental da brincadeira, para avaliar quem se sai melhor. O grupo de tradições italiana Náni, de Pinto Bandeira, costuma jogar esta competição nas festas em que se faz presente. Sidimar Fleck, de 24 anos, ensina alguns passos da brincadeira. “Cada concor-

rente grita de forma simultânea um número até dez, falado em dialeto italiano”. Os dedos devem mostrar outros números que tem como intuito adivinhar a quantidade falada em voz alta. Difícil de entender? Para o grupo, o jogo vira até cantoria. A principal característica da brincadeira é a agilidade no estender os dedos sobre a mesa entre gritos e batidas. Além desta agilidade, é importante que o jogador perceba que fez o ponto e o diga, falando em dialeto italiano, “Salamora”. Para avaliar qual equipe ganhou, o juiz deve avaliar. “Mas tem que ficar de olho, porque tem gente que rouba”, brinca Fleck. A competição segue até que uma equipe chegue aos 21 pontos.

MARCILEI ROSSI

Equipe costuma jogar em eventos tradicionais italianos e luta para não perder a brincadeira no tempo


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Interior e Região

Uva

Para garantir uma safra com mais qual

Jornada que pautou viticultura informou agricultores sobre a mais temida praga que atinge os parreirais: a pérola-da-terra, inse

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praga de videira mais temida pelos agricultores desde a última safra da uva tem nome e origem. É a pérola-da-terra, inseto que nasceu na região sul do Brasil e que tem capacidade de matar as parreiras. Na quarta-feira, 15, cerca de 600 produtores da fruta, vindos de diversas cidades da Serra Gaúcha, estiveram reunidos na 12ª edição da Jornada da Viticultura, em Monte Belo do Sul. A pauta do encontro foi voltada à preparação do solo aos cuidados com as pragas, para garantir uma safra da uva com maior qualidade. Apesar de não haver fórmula para exterminar o inseto, existem formas de controle da praga, que na oportunidade foram explicadas para os agricultores. A pérola-da-terra se reproduz de maneira fácil: cerca de 90% dos insetos não precisam de um macho para procriar. Conforme o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton, um dos palestrantes da Jornada, cada bolha que o inseto encuba se transformam em outras 300 Pérolas, comprovando a capacidade do inseto de se espalhar. O processo demora um ano para se repetir, o que geralmente ocorre no mês de novembro a março, período em que se deve fazer o controle do inseto. Ele se alimenta de mais de 80 espécies de plantas cultivadas e silvestres. O tamanho da boca do inseto representa duas vezes o tamanho do corpo.

FOTOS RAQUEL FRONZA

Tratamentos de inverno e outros cuidados são essencias para a época

Cuidados O momento de contaminação do inseto ocorre quando ele penetra na muda e se espalha. Aliás, segundo o pesquisador, são as formigas que carregam o inseto e a expandem. “Precisamos pensar: devemos eliminar a praga ou conviver com ela?”, questiona o pesquisador. Infelizmente, ele lembra que é necessário que se conviva com o inseto, já que nenhuma descoberta sobre o extermínio da praga foi feita até agora. “Devemos tratar a

Pérola igual à mufa”, explica, se referindo à doença fúngica comum em áreas tropicais, o míldio. Deixar o solo das parreiras cobertos de plantios como aveia é uma alternativa que tem apresentado resultados positivos, lembra Botton, evitando o uso de herbicidades, prejudiciais à saúde das videiras. “Quanto mais uso de herbicida nos parreirais, mais Pérolas são encontradas”, justifica o pesquisador. Depois de instalado na pro-

Marcos Botton falou sobre pérola-da-terra para mais de 600 agricultores de todo o Estado

priedade, é indicado que se mantenha a cobertura vegetal no interior dos vinhedos, com plantas não-hospedeiras da cochonilha (principalmente gramíneas anuais, como milho e aveia). A importância de um bom preparo de solo é fundamental para que a Praga ataca na raiz dos parreirais praga não se propague com De acordo com o pesquisatanta facilidade. “Infelizmen- dor, tem-se observado que o te, os produtores estão dando produtor não adota período pouca atenção para o mane- de espera entre a eliminação jo de solo nas áreas contami- de um vinhedo e o replantio nadas”, lamentou Botton. “De – só que da planta antiga, retinossa parte, o que temos reco- rada, ficam raízes no solo, que mendado é que se faça, no mí- podem estar contaminadas por nimo, um ‘pousio’ (período de pérola ou fungos de solo, porepouso, sem o cultivo da videi- tencializando futuros problera) de um ano quando se erra- mas nos vinhedos. dica um vinhedo antigo; além O controle químico (com indisso, pode-se cultivar plantas seticidas autorizados, como os nessa superfície – principal- neonicotinóides) localizado mente adubos verdes –, para nas plantas infestadas também melhorar a qualidade física do é indicado quando as raízes das solo”, assinalou. plantas estão contaminadas.


Interior e Região

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lidade e produtividade

eto que suga parreira e pode matá-la em curto período de tempo O tratamento Apesar de ainda apresentar custos para o tratamento da praga, o valor gasto com medicações e manutenção dos parreirais diminuiu. Em 2002, o agricultor pagava R$ 700 pelo quilo da medicação, enquanto hoje, o valor gira em torno de R$ 230. “Não devemos deixar de fazer o tratamento de inverno”, explica Botton. Uma das formas de tratamento é o manejo da cobertura vegetal no interior do vinhedo, por meio do qual se reduz a infestação da praga. A outra é o uso de neonicotinóides, inseticidas autorizados para uso na cultura que apresentam uma alta eficácia no controle da espécie. Em relação à utilização de inseticidas, há uma particularidade: lançados ainda em 2000, os neonicotinóides eram de custo elevado, mas, com a entrada de produtos genéricos no mercado, o valor caiu consideravelmente, viabilizando seu emprego para o controle da praga na cultura. “O viticultor acabava não realizando o controle da pérola, mesmo havendo a disponibilidade dos produtos, devido ao custo” reforça Botton. Porém há produtores que

vêm aplicando, contra a pérola, produtos não-autorizados para uso na cultura da videira. “Como se discute muito o tema de resíduos de produtos tóxicos nas frutas, nós temos solicitado aos produtores que, ao fazer o controle da cochonilha, utilizem somente produtos autorizados, o que é fundamental, pois, além de terem eficácia comprovada, não apresentam o risco de comprometer a imagem da cultura e, portanto, do setor produtivo”, diz o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho.

O conjunto

A pérola-da-terra não atua sozinha, conforme o pesquisador da Embrapa, Henrique Pessoa dos Santos. Junto a ela, outras doenças são diagnosticadas nas áreas em que o inseto atua. Um dos exemplos mais comuns é o “Pé preto”, doença causada pelo fungo Cylindrocarpon destructans, caracterizada pelo escurecimento e apodrecimento do colo da planta, que, posteriormente, avança para o sistema radicular. “Tem que ter formiga associada para ela contaminar a parreira”, enfatiza o pesquisador. “Isoladamente, a pérola não provoca todos os sinto-

mas”, garante o pesquisador. Os aspectos negativos atribuídos somente à pérola-da-terra (por ser facilmente visível) devem ser considerados um efeito conjunto deste inseto com outros organismos do solo. Essas informações são relevantes, pois enfatizam a importância de outros mecanismos de controle, antes não-abordados, para evitar os danos indiretos da pérola-da-terra, tais como a eliminação de restos de parreiras e a rotação de cultura em áreas de replantio, permitindo a convivência com este inseto nativo da região sul-brasileira.

Os agricultores

Idiomar Dalla Costa, 42 anos, morador de Pinto Bandeira é um dos produtores de uva que afirma ter se desmotivado graças ao inseto. Conforme ele, 30% de sua produção foi perdida - mas ele garante que 100% dos parreirais estão atingidos pela praga. “Dá vontade de largar tudo e ir embora. Desistir da agricultura”, lamenta Dalla Costa. Já Jandir Thissen, 35 anos, também agricultor de Pinto Bandeira, afirma temer a praga, mas não ter presenciado. “A gente fica com medo, mas faço de tudo para evitá-la”.

Controle da praga Algumas dúvidas ainda se fazem presentes entre os agricultores quando o assunto é pérola-da-terra.

Como se controla a pérolada-terra? Qual a maneira tóxica mais indicada?

Sidimar Fleck, 24 anos, agricultor e morador de Pinto Bandeira

Há duas situações: quando não-presente na propriedade, evitar trazer o inseto através de mudas contaminadas. Ou, então, escolher um terreno em que o inseto não esteja presente.

A pérola-da-terra tem mais facilidade de atingir terrenos planos do que os com variações? Não há esta informação disponível. De maneira geral, temos observado ataque do inseto nas duas situações.

Jandir Thissen, 35 anos, agricultor e morador de Pinto Bandeira

De que forma o inseto destrói a parreira? Historicamente, técnicos e produtores atribuem que a pérola-da-terra destrói a parreira pelo simples fato desta sugar a seiva nas raízes. Contudo, resultados presentes Idiomar Dalla Costa, 42 de pesquisa elaborados anos, agricultor e morador na Embrapa Uva e Vinho de Pinto Bandeira demonstram que esse inseto isoladamente não promove a morte da videira, mas pode promover a abertura nos tecidos radiculares que possibilitam a entrada de outros organismos do solo (ex.: fungos de solo). Estes outros organismos (ainda em fase de investigação, para defini-los) promovem mudanças no metabolismo foliar e na distribuição de açúcares das folhas para as demais partes das plantas (ex.: frutos), restringindo o crescimento e a capacidade produtiva. Perguntas respondidas pelos pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton e Henrique Pessoa dos Santos.

Marcos Botton Engenheiro agrônomo e Doutor em Ciências Biológicas-Entomologia

Henrique Pessoa dos Santos Engenheiro agrônomo e Doutor em Biologia Vegetal/ Fisiologia Vegetal Oportunidade para sanar as dúvidas e confraternizar: assim foi a 12ª Jornada


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Interior e Região

Pinto Bandeira

Religião, natureza e recordações Lucindo Pavan reúne relíquias em sua residência, sendo proprietário de um museu familiar e também de trilha ecológica

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FOTOS RAQUEL FRONZA

ma trilha de fé está localiza em Pinto Bandeira. “Sou um católico igual aos demais. Nenhum fiel é melhor que o outro”, define Lucindo Pavan. Aos 70 anos, ele é dono de um museu familiar, com relíquias de sua família que chegou da Itália há mais de 130 anos. Além disso, dentro de seus 24 hectares de terra, entre as plantações de uva e pêssego é possível encontrar imagens sacras. Ele perdeu a conta de quantas estátuas, presépios e

Bíblia escrita em Latim é uma das relíquias que Pavan guarda

Utensílios de cozinha centenários

grutas religiosas já construiu pela sua propriedade. Amante da natureza, ele resolveu ilustrar cada quilômetro de sua residência com uma imagem de algum santo ou mensagens de reflexão.

As imagens

“Fiz um presépio permanente porque quando eu precisava desmontá-lo no final do Natal, eu ficava triste”, explica Pavan. Além disso, outra imagem de Nossa Senhora Aparecida está localizada entre pedras, e ele conta o porquê. “Uma vez eu encontrei oito cobras entre as pedras. Depois que coloquei a santinha para cuidar do lugar, nunca mais aconteceu nada”, ga-

Gruta localizada no porão de sua casa

Ao visitar as relíquias que ele mantém, uma viagem ao passado é feita. Uma bíblia vinda da Itália e escrita em Latim é uma das iguarias que Pavan mostra aos amigos que visitam o museu. Tinteiros, vitrolas, bordados, utensílios de cozinha e ferramentas de trabalho são só alguns dos itens que são encontrados no museu, construído em 1975, no centenário da imigração Italiana em Bento Gonçalves. Outros objetos sacros, que os padres da comunidade costumavam descartar depois de O museu muito tempo de uso, tomam destino diferente nas mãos de As recordações da família Pavan: se tornam orgulho e Pavan estão guardadas à sete lembranças, que juntas, conchaves, no porão de sua casa. tam a história da família.

rante o agricultor. Andando pela propriedade de Pavan, uma réplica da imagem do Cristo Redentor é avistada: ele chama o local de “Mini Rio de Janeiro”, homenagem à cidade que ele visitou e virou fã, e também da imagem que demonstra um pouco de sua fé. Os escritos remetem à passagens biblícas ou frases de motivação. “Eu espalho mensagens nas pedras. Às vezes é bom sentar entre as pedras e ficar olhando, pensando na vida e principalmente rezando”, lembra.

Pavan chama de“Mini Rio de Janeiro”

Ele é proprietário de 24 hectares de terra

Vale dos Vinhedos

Mais de quatro mil pessoas festejaram o quentão A 15ª edição do Festival do Quentão reuniu 4,5 mil pessoas no sábado, 18, no clube 15 da Graciema. A festa agregou as comunidades de Garibaldi e Bento Gonçalves, com cardápio italiano e três ambientes de música. Conforme Clário Dalla Corte, o evento pode ser considerado um sucesso de público e de organização. “Foi uma noi-

te tranquila, com muita festa e sem violência”, ressalta. Os shows tiveram início às 20h30min e seguiram até às 5h. Conforme o organizador, a venda antecipada dos ingressos foi uma das surpresas do evento: estima-se que 50% dos ingressos foram comercializados antecipadamente. As bandas Sétimo Sentido e Sextaneja garantiram a anima-

ção. No espaço Dancing, a Dj Tati D. animou o público durante a madrugada e no palco secundário, Dj Mateus, com o melhor do sertanejo universitário. A renda arrecadada com o Festival deverá ser revertida em projetos para o Vale dos Vinhedos, conforme o organizador, que já afirma estar pensando na próxima edição.

DIVULGAÇÃO

Três ambientes e quentão liberado a noite inteira no sábado, 18


Interior e Região

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São Pedro

Laçando vitórias desde piá Guilherme Baretto, de cinco anos, faturou prêmios nacionais da modalidade laço em vaca parada

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aço no braço e medalhas no pescoço. O pequeno Guilherme Augusto Osmarini Baretto, de apenas cinco anos, já ocupa uma estante de sua casa com suas premiações. Motivo de orgulho para os pais corujas, Antônio Marcos e Rejane, ele carrega 30 títulos em sua pequena carreira profissional, mas um deles já impressiona pela importância: Guilherme é campeão brasileiro de laço em vaca parada. O laço não é apenas um pedaço de corda nas mãos de Guilherme. Transforma-se em objeto de diversão e trabalho. O pai garante que o pequeno já tem muita noção da profissão de laçador, conhecimento que vem de família. Quando avista um laço, ele já o toma pelos braços e simula uma laçada – cena rotineira para o pequeno. Ainda no colo do pai, com dez meses, Guilherme fin-

gia que estava lançado no ar, com cadarços de tênis. Com a vontade de iniciar na carreira desde pequeno, o garoto faturou seu primeiro título aos dois anos e dois meses, em um rodeio de Santa Tereza. Desde então, não parou mais, e se seguir as expectativas da família, ele deve permanecer na profissão. Guilherme já é dono de uma égua, a “Lobuna”, nome dado pelo tipo de pelo do cavalo, como explica o pai. A família do pequeno é proprietária de uma hospedagem de equinos, o que facilita os treinos de Guilherme. “Ele treina todo dia, muito entusiasmado”, conta Antônio. O talento natural do jovem é acompanhado da humildade, virtude que o pai insiste em transmitir ao filho. “Ele precisa entender que, às vezes, ganhamos e perdemos”, ensina.

Antônio e Guilherme: a tradição motiva a família de pai para filho

FOTOS RAQUEL FRONZA

A vaca parada é mirada por Guilherme e se torna alvo do laço, talento que lhe rendeu vários prêmios

O pequeno grande campeão O convívio com pessoas mais velhas transformou Guilherme em uma criança com maturidade, de acordo com o pai. Tamanha a vontade de participar das competições, Guilherme só fica em casa quando realmente não tem quem possa levá-lo. “Ele não se importa se eu não posso acompanhar em algum rodeio. Se ele sabe que um amigo meu vai, ele não deixa de ir”, lembra Antônio. O reconhecimento de seu talento e dedicação chegou no início do 2011, na cidade de Triunfo, quando Guilherme sagrou-se campeão nacional de vaca parada, concorrendo com nove delegações. A emoção ainda toma conta da família, que acredita que o futuro do pequeno deve ser repleto de conquistas. “É importante que ele nunca deixe a escola”, ressalta o pai. Ao som de sua música preferida, “Vaquinha de Madeira”, hit cantado pela banda Garotos de Ouro, Guilherme veste sua pilcha e já lança moda, colocando o nó do lenço virado para trás.

Guilherme carrega o troféu de forma carinhosa: seu maior prêmio

Patrocínio

Ofertas para o pequeno receber auxílio financeiro em suas competições não faltam. O pai de Guilherme diz que diversas empresas já tentaram patroci-

nar a carreira do garoto, mas ele prefere deixar isso para depois. “Ele não deve ver isso como negócio, não agora. Não temos muitos gastos com as competições ainda”, completa o pai.


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Interior e Região FOTOS NOEMIR LEITÃO

Sociais do Interior

Loriva e Zaninho Zonatto

Artêmio, Ivonete, Natalia e Enzo Cobalchini presentes na festa da Linha Alcântara

Alcântara No domingo 19, a localidade da Linha Alcântara, distrito de Faria Lemos, foi palco da grande festa em honra a Santo Antônio. Mais de mil pessoas compareceram para prestigiar o almoço no salão da comunidade. Pela manhã, a missa foi celebrada pelo padre Josemar Conte da paróquia de São Roque e no almoço foi servido o

tradicional prato da cozinha italiana. Já pela parte da tarde foi realizado o sorteio de brindes e ainda uma reunião dançante com som mecânico. Os festeiros deste ano foram os casais Carlos e Gladis Flâmia, Flasdemir e Lucila Cristófoli, Leandro e Cátia Cristófoli, Edvaldo e Márcia Gallon, Rosalino e Helena Fedrigo, Olírio e Lorena Faccin. FOTOS RAQUEL FRONZA

Elisa Gallon, de 3 anos

Filó A comunidade do Vale dos Vinhedos comemorou no dia 11, sábado, a 1ª edição do Filó do Vale dos Vinhedos. O evento reuniu mais de 500 pessoas, que prestigiaram as 14 vinícolas do distrito que mostraram o talento na produção dos vinhos.

Irineu Brandelli, Reny e Adi Valduga, Magali Brandelli, Zoira e Valdir Ferrari

Bruna Kaminski, Emily Gondek e Nicole Kaminski

Equipe administrativa do Filó do Vale dos Vinhedos, preparando o cardápio tipicamente italiano


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