24/09/2011 - Cultura S Jornal Semanário

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Sábado 24 de setembro de 2011

3ª Semana da Música

A casa

do

som

Até dia 29, Fundação Casa das Artes é o palco da região Jorge Bronzato Jr.

REPRODUÇÃO

e o principal objetivo da 3ª Semana da Música de Bento Gonçalves é abrir o leque da pluralidade musical na cidade e na região, as atrações programadas para passar pela Fundação Casa das Artes até a quinta-feira, 29, devem cumprir em alto nível a tarefa de atrair a atenção de olhos e, principalmente, ouvidos do público que frequentar o espaço cultural durante estes dias. Com uma agenda de atividades que pretende abraçar diversos estilos e técnicas, o evento – idealizado em 2009 pelo secretário municipal de Cultura, Juliano Volpato – busca agora a sua afirmação.

geral1@jornalsemanario.com.br

TOMAZ DOS SANTOS

S

De aulas teóricas a shows populares, de atrações nacionais consagradas a grupos da cidade que já apostam em seus trabalhos autorais, a Semana da Música é um prato cheio não só para os músicos que pretendem investir na carreira, mas também para a aposta da Secretaria de Cultura na formação de público em eventos desse tipo. “Não é um evento de show business, tem um caráter realmente cultural, de formação artística, de capacitação de músicos, de oportunizar aos iniciantes na música que expandam seus horizontes”, diz Volpato. A Casa das Artes, então, abre as portas para todos que quiserem respirar novos acordes.


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Pluralidade musical

denisedarebg@gmail.com

“Bem, (ou Paródia

das

amigos!”

Salas

de

Redação

x

Novelas)

Confesso: a ideia nasceu do quadro “Stand Up Nosso de Cada Dia”, que o Fantástico estreou no domingo passado, à moda americana. Uma pitada com o tema futebol por um dos comediantes mexeu com a coceirinha que rondava o cerebelo. Resultado: vontade de coçar... com palavras. Enfim, lá vai: A mesa redonda é composta por um time da pesada. Verdadeiros gênios do pensamento sem fronteiras dissecam a atuação dos galãs e fazem previsões quanto ao rumo das histórias, que são o ópio do povo. Da discussão depende o futuro da humanidade. - Nesta rodada, os artilheiros de “Fina Estampa” tiveram um ótimo desempenho. Todos trabalharam na zona do agrião. Inclusive a virgenzinha Maria Amália Charlotte, que driblou Griselda e montou na moto... - Cara, você é analfabeto! Charlotte é a atriz; não a personagem. E não é na moto que ela montou... - Detalhes! O caso é que a garota não conseguiu segurar a defesa. O centroavante Rafael foi com tudo e abriu o placar. Um belo gol de bicicleta já no início da partida. - Previsível! Bons tempos aqueles em que a exibição era uma caixinha de surpresas... - Gostas de surpresas? De repente, o satélite da NASA que está sobrevoando a Terra caia sobre a tua cabeça... Intervenção do mediador. Os ânimos estão alterados. A palavra é passada para outro analista do comportamento humano em campo. - E a maluca da Tereza Cristina? Vamos ter que engoli-la até o fim do campeonato? - Eu acho que ela vai perder a posição para a do bigode. - Quem? - Alôô! A Pereirão! Lilia Cabral, meu! Antes que as inteligências ancorem em Porto Seguro, Gavião intercede. - Bueno (ele gosta mesmo dos gaúchos)! Talvez seja melhor a gente sair do horário nobre à Bangu e comentar as possibilidades da segunda divisão. O que que vocês acham das firulas de Cordel Encantado? - Demais pro meu gosto, mas a atuação do time de primeira salva a história. Os triângulos Ternurinha, Patácio e o Zóio Furado, mais Zazá, Minerva e a Dinossaura... - Caramba! Tu és lesado, “amigo”! Misturando alhos com bugalhos de novo! O Prefeito Patácio é de Brogodó; e o Prefeito Zazá, de Preciosa. - Pessoal! Pessoal! Estamos sendo vistos pelo Brasil inteiro... pelo mundo inteiro... quiçá pelo Universo! – bicou Gavião, à moda “pataciana” –. Somos formadores de opinião! Não percamos a compostura! - Nem a isenção. Tem gente aqui puxando a brasa pra sua piranha. - E daí? Sem paixão não há emoção! - “Sem Tesão não há Solução”! – corrige alguém da arquibancada. - Em que sentido? - No semântico e romântico, conforme declarou o próprio autor, Roberto Freire. “Roberto” o quêêêê? Nunca ouvi falar nesse fdp. Me poupe! Fim de programa. Para abafar as vozes alteradas, alguém solta o som: “Eu prefiro seeer/esta metamorfose ambulante/do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo...”.

Diferentes manisfestações

culturais ganham destaque 3ª Semana da Música aposta na formação de artistas e público GUSTAVO BOTTEGA

Casa das Artes promove workshows, oficinas e shows com artistas de diferentes gêneros musicais

Clarissa Dutra

O

músico Marco Bavini, acompanhado de sua viola caipira, subiu ao palco do anfiteatro da Casa das Artes, na noite da quinta-feira, 22, para dar início à 3ª Semana da Música. Realizada pela Secretaria Municipal de Cultura, e com tema “A música na sua pluralidade”, a Semana traz até o dia 29 grandes nomes da música, como Frank Solari, Carlos Martau, Celso Pixinga, que vão realizar shows, workshows e oficinas na busca pela formação de músicos e de público. A pluralidade da 3ª Semana da Música pode ser percebida já no primeiro workshow, em que o roqueiro Marco Bivani, filho de Sérgio Reis e que também é produtor musical – com um prêmio Grammy no currículo– , apresentou a sua viola caipira. “Sou um fã do som do instrumento e nesse workshow posso aproveitar sua versatilidade. Assim, não me prendo apenas às músicas da carreira do pai, faço até uma versão de uma música dos Beatles, porque o instrumento permite”,

explica o músico. O coordenador executivo do evento, Evandro Demari, salienta o caráter cultural e educativo da Semana da Música, evidenciado pela oferta de oficinas com artistas de diferentes gêneros musicais e abertas a todos os públicos, desde aqueles que ainda não têm o contato com a música, até os profissionais. “Além das oficinas, que abordam várias formas de manifestação, teremos também a exibição do documentário “Profissão Músico” [de Carlinhos Santos], porque a Semana tem esse caráter educacional”, afirma.

Talentos locais Demari destaca ainda o projeto “Bandas da Casa”, que busca resgatar e valorizar um cenário musical de bandas locais. “Esse projeto selecionou, entre os inscritos, cinco bandas, com integrantes de Bento, que vão apresentar apenas músicas próprias e ao vivo, algo que veio perdendo espaço para bandas covers e agora tentamos recuperar”, explica.

O projeto da Semana da Música foi criado a partir da iniciativa do secretário de Cultura, Juliano Volpato, que conheceu trabalhos semelhantes em Curitiba e Santa Maria, e resolveu trazer a ideia para Bento em 2009. Ele ressalta que, apesar de o evento estar em sua terceira edição, já pode ser considerado consolidado. “Isso mostra que é um evento que tem que acontecer todos os anos e que deve haver o investimento do poder público”, afirma Volpato. Para o secretário, o diferencial do evento desse ano é a volta do projeto Gravaêh! à cidade, que vai possibilitar que mais de 20 artistas gravem duas canções autorais, estreando em um estúdio profissional. Além disso, há também a inserção do Festival de Jazz na programação. O encerramento da 3ª Semana da Música, no dia 29, terá show da banda 14 Bis. A bilheteria será destinada ao projeto “Patrimônio é Show”, que busca investimentos para o restauro do Museu do Imigrante. bairros@jornalsemanario.com.br

Caderno

Este caderno faz parte da edição 2758 de sábado, 24 de setembro de 2011, do Jornal Semanário

Edição: Jorge Bronzato Jr. Revisão: Maiara Alvarez Periodicidade: Quinzenal Diagramação: Robson B. Oliveira

Projeto Gráfico: Maiara Alvarez Supervisão: Rogério Costa Arantes Direção: Henrique Alfredo Caprara jornal.semanario@italnet.com.br

SEDE Wolsir A. Antonini, 451 - Bairro Fenavinho/Bento Gonçalves, RS 54. 3455.4500


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Som daqui

Projeto Bandas de Casa aposta em talentos locais Grupos de Bento tocam no domingo, às 15h, na praça Ismar Scussel

A

terceira edição da Semana da Música aposta forte nos talentos locais com o festival ‘Bandas de Casa’. Neste domingo, dia 25, a partir das 15h, cinco grupos sobem ao palco montado na praça Ismar Scussel para mostrar suas músicas autorais. Entre 17 inscritas, foram selecionadas as bandas Libertino, Mouse Jump, Lados Separados, Vitrola Funk e Elixir, que terão 40 minutos para apresentar seus trabalhos. Confira um pouco sobre cada banda:

Vitrola Funk

Libertino FOTOS DIVULGAÇÃO

A banda define seu som como “rock blues visceral”. Os quatro caras bebem da fonte do rock clássico sessentista, que reflete em composições cruas e diretas, que falam das impressões da vida boêmia como ‘Garota Blues’, umas das dez faixas gravadas. A banda é formada por: Douglas Grabalski (voz), Ricardo Pelegrini (guitarra), William Monteiro (baixo) e Diego Guerra (bateria).

Mouse Jump

A banda tem uma proposta bem clara: idolatrar o velho e bom funk music, seguindo a escola de James Brown, mas sempre com um pé no moderno. Integram a banda: Diego Perin (guitarra), Eduardo Pompermayer (voz), César Brandelli (bateria), Rafael Roso (baixo), Matheus Paixão (percussão) e Fabio Zonattão (toca discos).

O trio surgiu em 2006, inspirado no rock e do punk dos anos 90. Com dois CDs lançados e mais de 35 músicas autorais, já tocou em terras paulistas com participação em um programa da MTV. A banda é: Jean Menegotto (guitarra e voz), Ezequiel da Silva (baixo e voz) e Valmir Menegotto (bateria e voz).

Elixir

Lados Separados A banda acaba de lançar o disco homônimo com 15 faixas recheadas de poesia que remetem a várias realidades vividas pelos dois compositores, numa sonoridade pop, abusando dos violões e com guitarras bem dosadas. A banda é: Alencar Pértile (bateria), Alisson Jazer (voz e guitarra), Felipe Sandrin (voz e violão) e Júnior Schenato (baixo). Beirando os 10 anos na estrada, a Elixir vislumbra o resultado da produção do primeiro álbum autoral, que foi gravado no conceituado estúdio Norcal, em São Paulo. Com fortes influências de Guns N’ Roses, a banda vai mostrar ao público o excelente trabalho de estreia, que contém 10 músicas compostas em inglês. A formação tem: Daniel Del Jiustina (baixo), Marcos de Toni (teclado), Vinicius Cusin (voz), Mauricio Meinert (bateria) e Giovani Marcon (guitarra).

flaviolf@vscomp.com.br www.flavioluisferrarini.com.br

Marchamos pelo Brasil As comemorações da semana da pátria já aconteceram, mas continuamos marchando... Direita... Esquerda... Direita... Esquerda... Marchamos pelo Brasil. Marchamos, não só com as pernas, mas também com o coração. Marchamos pelo Brasil com todas as nossas forças de patriotas. Marchamos pelo Brasil, de verdade. Marchamos pelo Brasil, da verdade. Marchamos pelo Brasil sem fome. Marchamos pelo Brasil com fome de justiça. Marchamos para ver raiar a liberdade no horizonte do Brasil. Marchamos pelo Brasil com fome de bola, mas também com fome de paz que faz crescer, como disse Saústio, as coisas pequenas, enquanto a discórdia destrói as grandes. Marchamos pelo Brasil sem violência social que coloca todo mundo na marca do pênalti. Marchamos pelo Brasil que vira o placar contra a miséria. Marchamos pelo Brasil que dá olé em matéria de saúde pública. Marchamos pelo Brasil que voa alto como as águias e não o que fica no chão ciscando feito as galinhas. Marchamos pelo Brasil que tem coragem de atacar os seus problemas estruturais. Marchamos pelo Brasil que defende os que mais precisam do Brasil. Marchamos pelo Brasil que joga com uma vontade enérgica que é a melhor forma de concretizar as esperanças. Somente quando nos empenhamos de verdade passamos a ser senhores da nossa própria sorte. Marchamos pelo Brasil que não leva chapéu dos sanguessugas, salafrários e espertalhões de todo calibre. Marchamos pelo Brasil. Sim, marchamos com ganas pelo Brasil que joga a favor da educação que é capaz de criar oportunidades para todos. Marchamos pelo Brasil do hoje que vale por muitos amanhãs. Marchamos pelo Brasil da bola no pé e ideias brilhantes na cabeça. Marchamos pelo Brasil que dá um chutão no traseiro dos corruptos. Marchamos pelo Brasil consciente de que as derrotas de ontem servem de estímulo para as vitórias de amanhã. Marchamos pelo Brasil campeão em todos os campos. Marchamos (com entusiasmo desmedido) pelo Brasil dos governos que prometem pouco e realizam muito. Marchamos pelo Brasil contra qualquer tipo de opressão. Marchamos (e como marchamos) para que o Brasil perca o título da impunidade. Marchamos (como ninguém) pelo Brasil que preserva o verde e partilha o amarelo das riquezas. Marchamos pelo Brasil idolatrado, pátria amada, salve salve. Marchamos pelo Brasil que bate um bolão pelas crianças, não pisa na bola com os jovens e dá bola para os idosos. Marchamos (mais até do que isso, sonhamos) pelo Brasil sair da linha de impedimento das desigualdades sociais.


4 Atividades e públicos variados Até o dia 29, a Fundação Casa das Artes abre as portas para atividades musicais voltadas aos mais diferentes públicos. As oficinas e workshows, além de abordarem técnicas instrumentais e vocais, também trabalham temas como História da Música e a realidade do músico como um profissional da arte. Assuntos modernos, como a composição de músicas utilizando softwares de computador, também têm espaço na programação

do evento, que iniciou na quinta-feira,22. O valor para participação em workshows e oficinas, além dos shows programados durante a Semana, é de R$ 10. Para a noite de encerramento, que terá apresentação da banda 14 Bis, os ingressos custam R$ 25. As entradas estão à venda na própria Fundação. Informações pelo telefone 3454.5211. Abaixo, a programação da 3ª Semana da Música até a terça-feira, 27.

Programação até dia 27 Dia 24 - Sábado Oficina coletiva com Frank Solari, Carlos Martau, André Gomes e Marquinhos Fê Local: Anfiteatro Horário: 14h às 18h Os quatro artistas falam sobre os aspectos gerais do som em uma demonstração prática. Foco em técnica de guitarra, baixo, bateria, prática de regulagem de instrumentos e engenharia de som. Debate sobre experiências no exterior, papel do compositor e intérprete e carreira de músico profissional. Show de estreia do novo trabalho de Frank Solari, Carlos Martau e André Gomes, com a participação de Marquinhos Fê Local: Anfiteatro Horário: 20h O show contempla músicas compostas em conjunto, além de reinterpretações de composições significativas na carreira artística dos músicos Frank Solari, Carlos Martau André Gomes (ex-Cheiro de Vida), Marquinhos Fê (Orquestra da Ulbra).

Dia 25 - Domingo Oficina com Francis Padilha Técnica e Canto Coral Local: Auditório 2 Horário: das 9h às 11h30min - das 13h30min às 15h30min A oficina aborda temas como Fisiologia da voz, respiração, articulação, ressonância e emissão, controle da musculatura envolvida no ato de cantar e trabalho de repertório para coral.

Shows com Bandas de Casa (Libertino, Mouse Jump, Lados Separados, Vitrola Funk e Elixir) Local: Praça Ismar Scussel Horário: a partir das 15 horas O Bandas de Casa é um projeto que integra a III Semana da Música, com o objetivo de reconhecer, valorizar e incentivar os compositores musicais de Bento Gonçalves.

Dia 27 - terça-feira

Dia 26 - segunda-feira

Exibição do Documentário Profissão Músico e debate com o jornalista Carlinhos Santos Local: Cinema Horário: 9h às 12h Com direção e roteiro de Daniel Ignácio Vargas, o documentário Profissão Músico é uma jornada pelas ruas sobre o dia-a-dia de artistas diante das transformações no cenário nos últimos anos.

Oficina com Del Carmen - História da Música Local: Auditório 2 Horário: 9h às 11h30min e das 13h30min às 17h30min Aborda as principais características da música nos diferentes períodos da Música Ocidental, com ênfase nas mudanças e concepções composicionais do século XX.

Oficina com André Christovam Guitarra Local: Auditório 1 Horário: 16h às 18h Tem como tema a linguagem do blues. Com um método simples, a oficina apresenta soluções para os guitarristas em vários estágios do aprendizado do instrumento.

Oficina com Tiago Daiello - Orquestra Livre e Improvisação na Música Brasileira Local: Cinema Horário: 9h às 11h30min e das 14h às 17h30min Consiste na realização de uma composição instantânea com os músicos presentes, e arranjo de temas standards do jazz e música brasileira, no qual os músicos experienciam a improvisação. Festival de Jazz –Show com Brisa Trio e Quarteto Nonsense Local: Anfiteatro Horário: 20h A primeira noite do Festival de Jazz começa em dose tripla. No palco, o contrabaixista Tiago Daiello e as atrações Brisa Trio e Quarteto Nonsense.

Oficina com Eloy Fritsch – Música Computacional Eletroacústica Local: Auditório 2 Horário: 14h às 18h Abordagem das técnicas de composição algorítima musical com software de computador. Os tópicos em pauta são: música algorítmica, estocástica e aleatória, composição interativa e automática, e criação utilizando o Pure Data. Festival de Jazz – Show com Celso Pixinga Quarteto e Lis de Carvalho Local: Anfiteatro Horário: 20h Celso Pixinga mostra toda a sua técnica nas quatro cordas, desta vez na performance jazzística. A pianista, arranjadora e compositora Lis de Carvalho vem pela primeira vez ao evento. FONTE: SECRETARIA MUNICIPAL DA CULTURA

Sábado 24 de setembro de 2011

assunta.deparis@gmail.com

A origem

da

Revolução

Farroupilha

No início do Império, novas ideias políticas entraram em conflito no Brasil, sacudindo o ranço das oligarquias políticas e a burocracia centralizadora, herdeira de um sistema conservador criado no período colonial. Infelizmente D. Pedro I criou o Estado divorciado da nação brasileiro, que ainda não estava organizada no momento da independência. Desde então, os políticos brasileiros se consideram donos do Estado, cuidando apenas de seus interesses para promoverem seus bens particulares, ignorando o bem comum. Como reflexo desta situação, a corrupção ficou impune e a justiça se tornou interesseira e mesquinha, funcionando apenas contra pequenos e marginalizados. Tal fato se dava e ainda acontece porque a massa é mantida ignorante em suas iniciativas. Não é por acaso que professores recebem salários miseráveis e que o ensino e a educação se esfacelaram, perdendo-se a noção do direito de cidadania. É certo que sempre há políticos honestos e bem intencionados. Também não podemos generalizar uma ideia para todos os segmentos sociais. Assim, durante o período farroupilha, houve um entrechoque de doutrinas discutidas por intelectuais e políticos, mas que raramente atingia o povo, na sua maioria analfabeto. A agitação dos liberais, temendo que aumentasse contra o poder moderador, que permitia ao imperador dissolver a câmara de Deputados. A perda da Província Cisplatina, que gerou lutas de fronteira, foi considerada como prejuízo ao Rio grande do Sul, pelos recursos aplicados e pelas mortes de rio-grandenses. O jornal O NOTICIADOR, período liberal moderado de 16 de maio de 1835, à pagina 3, considerou os farroupilhas como exaltados, fazendo graça com a origem do apelido que significava pessoa desprezível, miserável, maltrapilho, embora os chefes revolucionários fossem estancieiros, oficiais militares, oficiais da guarda Nacional, comerciantes e charqueadores. Existiam três grandes grupos REPRODUÇÃO políticos: Os conservadores, os restauradores e os liberais. Embora se autodenominassem de partidos, eram grupos de pessoas que pretendiam apenas assumir o poder. Em 1835, a Guarda Nacional era a maior força militar armada e A origem e os protagonistas da seu comandante Revolução Farroupilha geral era o coronel Bento Gonçalves da Silva, que foi escolhido pelos conspiradores para chefiar a revolução e presidir a República Rio-Grandense. Finalmente, a introdução de moedas de cobre falsas, fabricadas no exterior e ingressando pelo porto do Rio grande e de São José do Norte, destruía o poder aquisitivo, pois as autoridades confiscavam o contrabando e o governo provincial pagava os funcionários e suas dívidas com o cobre falso, que era aceito no comércio com desconto de 20% a 30%. Os farroupilhas aproveitaram o descontentamento das classes produtoras e depuseram o presidente da Província, iniciando a Guerra civil com a proclamação da República Rio-grandense. Fonte: Moacir Flores – Professor e Historiador.


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