03/08/2013 - Regional - Edição 2948

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VALE DOS VINHEDOS

Espumantes e vinhos ganharão uma linha A iniciativa é da Aprovale, que irá lançar uma marca em conjunto com as vinícolas associadas

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Bento Gonçalves :: Sábado :: 3 de agosto de 2013

SÃO LUIS

Cedendo espaço para as ervilhas

TUIUTY

Vinhos coloniais são avaliados Análise integra a terceira etapa de projeto, que tem por objetivo a valorização da bebida

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FARROUPILHA

Evento faz parte da programação do Encontro das Tradições Italianas

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Legume ocupa a mesma área onde são cultivadas as uvas. Porém, entre os meses de abril e agosto Pág. 3

FOTOS ESTEFANIA V. LINHARES

Desfile temático celebra tradições italianas


Sábado | 3 de agosto de 2013

Tuiuty Análise integra terceira etapa de projeto iniciado em 2010

FARROUPILHA EMATER, DIVULGAÇÃO

Qualidade de vinhos colonais surpreende

O

s vinhos coloniais produzidos no Distrito de Tuiuty foram analisados na terceira etapa do Projeto Resgate e Valorização da Tradição na Elaboração dos Vinhos. Na comunidade, são 12 famílias que participam do programa, e disponibilizaram 24 amostras da bebida para serem avaliados por enólogos. A análise das amostras dos vinhos seguiram os critérios da Avaliação Nacional de Vinhos. Segundo o enólogo e secretário de Desenvolvimento da Agricultura, Thompsson Didoné, as bebidas classificadas obtiveram uma pontuação superior a 72 pontos, o que é considerado um vinho bom para a avaliação nacional. “Aqueles que tiveram uma pontuação abaixo dos 72 pontos não significa que sejam um vinho ruim, mas que possuem alguns problemas que podem ser corrigidos”, afirma. Dos três distritos – Tuiuty, Vale dos Vinhedos e Faria Lemos – onde foi desenvolvido o projeto e analisada a bebida, Tuiuty foi a comunidade que menos teve vinhos desclassificadas. Um dos destaques apontados pelos avaliadores foi que 100% das amostras de vinhos brancos foram aprovadas. “Os vinhos brancos saíram melhores que nos outros distritos. O resultado pode ser atribuído a que este ano foi melhor para a uva branca”, comenta. Ele lembra que os resultados positivos apontam que os vinhos coloniais possuem mercado. Os cuidados com os vinhos brancos também foram apontado pelo diretor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul professor Luciano Manfroi. Para ele, o produtor artesanal está cuidando mais dos vinhos brancos do que dos vinhos tintos. “O vinho tinto não precisa de tantos cuidados e interferências, como os vinhos brancos. Percebemos que tecnicamente são bem elaborados possuem uma estrutura bem adequada”, analisa.

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ESTEFANIA V. LINHARES

Desfile temático será realizado amanhã, 4, e faz parte da programação do Entrai

Tradições italianas serão celebradas em Nova Milano Enólogos analisaram 24 mostras produzidas por 12 famílias atendidas no distrito

As amostras também foram analisadas pelo enólogo da Embrapa Uva e Vinho Raul Bem, que destacoou que não foi apontado nenhum problema grave, e que tudo poderá ser facilmente corrigido. Ele relatou que a evolução do vinho está transcorrendo de forma tranquila e que alguns anos, não se encontrava a qualidade e o padrão destes vinhos. Para ele, exigência dos produtores e dos consumidores pode ser o fator que colaborou com esse melhoramento. O projeto O projeto foi criado em 2010 e chega ao terceiro ano com a avaliação dos vinhos. Conforme a chefe do escritório da Emater em Bento, Maria de Lourdes Gasparin Pancotte, o primeiro ano foi dedicado ao trabalho voltado à matéria-prima, a uva, com a realização de tardes de campo, tratamentos fitossanitários e adubação. No segundo ano, foram realizadas oficinas de elaboração de vinhos, promovidos cursos de degustação com os agricultores e as análises. Neste ano, o foco foi a avaliação dos vinhos e a promoção de um festival para mostrar os classificados. “A ideia é que este projeto tenha continuidade. Obviamente, já estamos com umas ideias para o ano que vem. Além de qualificar o produto, agrega valores”, afirma. Os vinhos classificados es-

tarão serão degustados em um festival que será realizado sempre as sextas-feiras à noite juntamente com a gastronomia local. O primeiro festival acontece no Vale dos Vinhedos, no dia 6 de setembro. O segundo evento ocorre no dia 27 de setembro, em Faria Lemos, e o último será realizado no dia 18 de outubro, em Tuiuty. A chefe do escritório da Emater explica que o projeto iniciou com cinco grupos, sendo um em cada distrito. Destes, dois não quiseram participar da análise: São Pedro e Pinto Bandeira, que atualmente é município. Assim, a avaliação será realizada em outro momento. O projeto pretende valorizar a produção de vinho artesanal no município. Um dos produtores beneficiados com o projeto é Nei Tomasi. Para ele, os vinhos que não foram classificados não são considerados vinhos ruins. “O vinho colonial é diferente do vinho industrializado, e é um produto para ser colocado no mercado”, afirma. Já Jurandir Possamai relata que este projeto também fará com que não se perca as tradições dos avós e dos pais. “É uma pena que talvez vamos até perder isso em função da sucessão rural”, ressalta. De acordo com o Possamai, caso não seja valorizado o que se produz será muito difícil manter o agricultor na colônia, e ainda cita que são necessárias melhorias no setor.

O 16º Encontro das Tradições Italianas (Entrai) será realizado nos dias 9, 10, 11, 17 e 18 de agosto, em Nova Milano, distrito de Farroupilha. O evento vai celebrar as tradições com muita música, dança, diversão, cultura, entretenimento e gastronomia. Neste ano, o tema escolhido faz uma homenagem às famílias italianas imigrantes, evidenciando sua fé, seus sonhos, trabalho e suas conquistas para se estabelecerem na Serra Gaúcha. Toda programação é gratuita e esta edição inclui uma atração nacional, o cantor Erasmo Carlos, e uma internacional, o cantor italiano Roberto Casalino. Também faz parte da programação um desfile temático, com a participação das comunidades locais, amanhã, 4, a partir das 14h, na rua Cel. Pena de Moraes, no centro da cidade.

Conforme a extensionista de bem-estar social da Emater de Farroupilha, Márcia Georg, a Emater é a única entidade do município envolvida no evento desde a primeira edição, em 1991, e também nos cinco desfiles temáticos. A instituição participa das reuniões preparatórias desde fevereiro, atuando na mobilização das comunidades rurais para o desfile, na organização dos artesãos e do filó e na orientação dos grupos do interior e pessoas envolvidas na preparação de comidas típicas italianas, produtos coloniais e das agroindústrias, quanto aos cuidados na manipulação dos alimentos, visando a qualidade e inocuidade. Nesta edição, também estarão presentes 10 agricultores ecológicos assistidos pela Emater, que irão comercializar seus produtos.

CARLOS BARBOSA

Profissionais pedem agilidade no análise de projetos Profissionais da construção civil de Carlos Barbosa, de atuação local e regional, estiveram reunidos para formar um grupo de trabalho. A reunião, convocada pela Associação do Comércio, Indústria e Serviços de Carlos Barbosa (ACI), foi motivada pelos problemas que a construção civil vem enfrentando com a demora na liberação de projetos técnicos. O grupo de aproximadamente 20 empresas, expôs os

principais problemas que enfrentam, sendo a demora na análise, aprovação e liberação de projetos o principal gargalo. Atualmente, os projetos são analisados pelo Corpo de Bombeiros da Brigada Militar de Bento Gonçalves. O grupo formado se encarregou de buscar informações sobre como está a situação em outras cidades da região. O próximo encontro ocorre na segunda-feira, 12 de agosto.


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SANTA TEREZA

Cartório terá atendimento especial O Cartório Eleitoral estará fazendo o recadastramento biométrico hoje, 3, e amanhã, 4 de agosto, em Santa Tereza, na Escola Estadual de Ensino Médio Padre Vicente Rodrigues. O atendimento será destinado apenas para as pessoas com idade superior a 60 anos de idade e pessoas com alguma dificuldade física. Para o atendimento dos eleitores, serão distribuídas somente 100 senhas em cada um dos dias do recadastramento. O horário de funcionamento será das 10 às 17h.

MONTE BELO DO SUL

Palestra irá debater saúde do trabalhador A saúde do trabalhador rural será tema de palestra na quinta-feira, 8 de agosto, em Monte Belo do Sul. O evento inicia às 18h, no Salão Paroquial São Francisco de Assis, e será ministrado pelo Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-Serra).

LINHA PAULINA

São Luis Produtor optou em plantar legumes no mesmo local onde são cultivadas as uvas

Ervilha garante renda extra C

omo uma forma de diversificar as culturas na propriedade, a agricultora Márcia Casanova apostou no cultivo de ervilhas. Assim, as parreiras cedem espaço para a plantação entre os meses de abril e agosto. A produção iniciou há cinco anos, quando foram semeados cerca de 1,5 quilos, com o objetivo de verificar como seria o rendimento na propriedade. O resultado foi positivo e desde lá, a agricultora se dedica ao cultivo. Porém, neste ano, a safra não foi tão satisfatória como no ano anterior. Foram semeados no mês de abril cerca de oito quilos de ervilhas na propriedade. “A floração no ano passado foi bem melhor, e o preço é bom. Compensa plantar”, analisa. Márcia relata que no primeiro ano, havia semeado uma variedade e, este ano, aproveitou para testar outra marca. “Na primeira safra não tinha guardado as embalagens e não lembrava de qual marca, mas agora sei qual é a melhor para a cultivar”, explica. Porém, ela lembra que, no ano passado, as plantas pareciam ter mais vaDIVULGAÇÃO

Evento uniu representantes que apresentaram aos convidados as danças típicas

Encontro reúne grupos para apresentações artísticas O 4º Encontro Étnico Cultural foi promovido pelo grupo de dança Ricordi D’Itália e a equipe administrativa. Participaram do evento: o Grupo de dança da Escola José Farina; CTG Paisanos da Tradição; Braspol – Grupo Polonês; Heloíse Benvenutti, com a dança do ventre árabe; Carolina Rasador, cantora de

Monte Belo do Sul; e o maratonista Gregório Lavandoski, além do grupo anfitrião. Antes das apresentações, os representantes de cada grupo ou etnia entraram no ginásio carregando a bandeira, banner ou objeto que representava o grupo. Após as apresentações, foi servido um jantar beneficente.

ESTEFANIA V. LINHARES

A família Casanova plantou os primeiros pés há cinco anos entre as parreiras que só começam a brotar após agosto

gens, e nesta safra diminuiu. As ervilhas estão na época de colheita, que se estenderá até o final de agosto. Conforme a agricultora, o legume é comercializado diretamente em mercados. “O cultivo dá para diversificar um pouco, e sempre tem algo para vender”, comenta. Agora, a produtora se divide

entre os cuidados com os citros e as ervilhas. Assim sempre tem algo para comercializar. O espaço utilizado para o cultivo é o mesmo dos parreirais. Quando a colheita dos vegetais se encerra no final do mês de agosto, as parreiras estarão no início da brotação. As ervilhas são colhidas uma vez por se-

mana, entre os cuidados que se deve ter com a produção é tratar a planta para que os fungos não ataquem as folhas. Assim, é aplicado um fungicida. Para a produtora, é uma cultura em que vale a pena investir, pois o preço pago pelo produto é considerado bom. O projeto é seguir cultivando as ervilhas.

VALE DOS VINHEDOS

Aprovale lançará linha de vinhos Um antigo sonho dos produtores de vinho do Vale dos Vinhedos pode se transformar em realidade em breve. A Associação de Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale) irá lançar uma marca de vinhos própria em conjunto com as vinícolas associadas. Mesmo sem data de lançamento definida, a previsão é que a ideia seja apresentada ao consumidor no último trimestre de 2013. A Aprovale já definiu que o produto terá nome e cores que remetam ao Brasil. A proposta de lançamento do vinho em conjunto vinha sendo estudada há semanas pela associação, que já havia debatido a ideia em anos anteriores. Agora, os próximos passos para transformar o vinho do Vale dos Vinhedos

em realidade são a definição de nomenclatura, identidade visual, variedades de vinhos que integrarão o projeto e padrões mínimos de qualidade dos produtos. O interesse de projetar a marca Vale dos Vinhedos sempre acompanhou os produtores da região, que agora encontram nesse projeto a possibilidade de idealizar este antigo sonho, falando diretamente com o consumidor. A ideia da entidade é lançar vários produtos que representem o terroir do Vale dos Vinhedos e do Brasil com uma marca em conjunto. “Eles teriam rótulos iguais e um padrão mínimo de qualidade, que poderia ser atestado pelo Conselho Regulador da Denominação de Origem (DO) Vale dos Vinhedos. Seriam

vinhos e espumantes sem relação com a D.O., mas que passariam pela aprovação do Conselho para manterem um padrão de qualidade”, destaca o presidente da Aprovale, Juarez Valduga. Ele explica que cada vinícola lançaria seu próprio produto; porém, com a marca do vinho oficial do Vale dos Vinhedos. “Isso significa que o rótulo será igual. Teremos espumantes, brancos, rosés e tintos com a mesma marca, mas elaborados por vinícolas diferentes. No contra-rótulo estará o nome da vinícola e as demais informações que todo vinho precisa ter”, explica Valduga. A ação, mais que mercado, visa unir produtores e empresários na promoção de um dos principais roteiros enoturísticos do mundo.


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Os frutos colhidos por Hermes Zaneti “Tal como a chuva caída fecunda a terra, no estio, para fecundar a vida o trabalho se inventou”. O trecho do poema O Trabalho, de Olavo Bilac, citado por Hermes Zaneti durante a comemoração de seus 70 anos, festejados com missa e almoço para 500 convidados na pequena localidade de Monte Bérico, no interior de Veranópolis, não podia ser mais oportuno para celebrar uma vida dedicada ao trabalho como líder sindical, defensor incansável da redemocratização do país, deputado federal por dois mandatos e um dos responsáveis pelo ressurgimento da Cooperativa Vinícola Aurora, onde atuou como diretor superintendente. “Devo ao trabalho o que sou!”, segue o poema. Poderia ter sido dito por Zaneti.

O trabalho e o estudo forjaram o homem íntegro, de pensamento humanista e revolucionário que marcou sua passagem em cada atividade a que se dedicou. A alegria de Zaneti contagiou a festa: se dedicou aos convidados, realizou um sabrage e cantou ao lado do tenor Dirceu Pastore. Mas foi a lucidez do homem que dedicou a vida a suas crenças o que transpareceu reluzente. “Sou resultado de 70 anos de construção”, revelou. Como disse Bilac, “não nasce a planta perfeita, não nasce o fruto maduro, e, para ter colheita, é preciso semear”. Zaneti semeou em terra fértil. A esposa Izabel, a sogra Eara Barcelar, Hermes, as filhas Thaina e Nicole que formam a bela família Zaneti

Texto e fotos Rogério Costa Arantes

O meu abraço Hermes!

O colega e amigo José Fogaça, a filha Francesca e esposa Isabela levaram o seu abraço a Hermes Zaneti, aqui, ao lado da esposa Izabel e ladeado pelas filhas Nicole e Thaina

Não foi fácil para Hermes acompanhar o tenor Dirceu Pastore na homenagem que lhe foi prestada

Hermes escolheu a sua comunidade natal de Monte Bérico, Veranópolis, para festejar com amigos e familiares o seu aniversário

Ao centro, o aniversariante Hermes Zaneti, que foi fortemente abraçado pelos amigos Além Guerra, Santo Dal Ponte, Zeferino Riboldi, Irecy Ozelame, Renato Conzatti e Dino Pavan

Entre os amigos, José Fogaça, de blusa clara, Cesar Busatto e o prefeito de Veranópolis, Carlos Alberto Spagnol

O diretor da Rede de Hotéis Dall Onder, Tarcisio Michelon, e a esposa Ermelinda levaram o seu abraço ao aniversariante

Há 70 anos, nascia nesta comunidade de Monte Bérico (Veranópolis) um menino que viria a se destacar entre os demais pela sua inteligência e oratória. Desde cedo, acompanhava seus pais e irmãos na lida da roça e apreciava os imensos trigais da época, que se balançavam ao sopro do vento, formando ondas douradas e inesquecíveis, onde o Hermes, inspirado nesta paisagem deslumbrante, subia ao topo das árvores, ora recitando versos, ora fazendo discursos, tendo como plateia bentevis e pardais, que com seus gorjeios embrenhavam-se em meio aos trigais mesclando seus cantos. Mas a voz do pequeno Hermes se tornou cada vez mais presente como professor, defensor, político e membro da Constituinte, até se tornar um homem ilustre do nosso Estado e do próprio país. Obrigado, menino Hermes! Obrigado, dr. Hermes, pelo teu exemplo, pela tua trajetória e pelos teus ensinamentos! Que o nosso Pai maior te dê saúde e muitos anos de vida, juntamente com a tua bela família. Seu amigo Santo Dal Ponte


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