Leia a edição desta sexta-feira (13) na íntegra

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P6 | TN | SERRA (ES), 13 a 20 de março de 2020 |

Economia

Crise mundial prejudica economia da Serra, avaliam lideranças FOTO: DIVULGAÇÃO PREFEITURA DA SERRA / SAGRILO

VISTA DA região do Civit I: empresas do comércio exterior devem ser as mais atingidas e desemprego pode ser agravado BRUNO LYRA

L

ocomotiva econômica de um dos estados de maior corrente de comércio do Brasil, a Serra deverá sentir os impactos da crise internacional, que ganha dimensões imprevisíveis com a pandemia de coronavírus e com a queda do preço do petróleo gerada pela disputa entre russos e sauditas. Essa é a avaliação de gestores públicos e lideranças empresariais. Secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, José Eduardo Azevedo diz que a crise internacional com o coronavírus e a queda no preço do petróleo tem rebatimentos na economia do município. “O impacto

maior deve ser nas empresas de exportação e importação. Mas é importante destacar que a Serra é uma cidade que está atraindo investimentos ligados ao mercado nacional, como centros de distribuição, atacadistas, comércio e serviços que não serão os primeiros a serem atingidos pela crise”, avalia. José Eduardo considera, ainda, que conta a favor da cidade o fato de o Município estar com as contas em dia. “A expectativa é a de que até o final do ano essa crise já tenha passado. É um impacto que deve ser transitório”, conclui. Diretor-presidente do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), Luiz Paulo Vellozo Lucas, lembra que o Espírito

Santo tem 53% do PIB composto por atividades de importação e exportação (corrente de comércio), enquanto a média nacional é a metade. “Claro que (a crise internacional) vai impactar. O que não quer dizer que sofreremos mais, pois economias abertas como a nossa são mais dinâmicas”, avalia. Para Luiz Paulo, é provável que haja recessão na economia nacional, fato já ocorrido em 2015 e 2016 e, também, em décadas anteriores. No entanto, ele ainda não vê no horizonte brasileiro perigo cambial, inflação alta e crise de solvência, como ocorreu nos anos de 1980, ou como ocorre na vizinha Argentina. “A diferença, hoje, é que o país tem balanço financeiro saudável e reservas”, argumenta.

PIB do Estado teve retração de 2% em 2019 O diretor do IJSN lembra que a economia brasileira vem de um ciclo lento e difícil de recuperação e a capixaba já tem retração (pouco depois dessa entrevista, a Federação das Indústrias divulgou dado extraoficial que houve queda de 2% no PIB do ES em 2019). “É uma situação que deve reduzir o poder de compra, gerar desemprego”, completa. Todavia, Luiz Paulo pondera que o

ES tem situação fiscal sólida e que a economia capixaba vem absorvendo problemas setoriais com grande influência local, como a paralisação da Samarco, redução da produção do arranjo siderúrgico após o rompimento da barragem da Vale em 2019, redução de 34% da produção de celulose e queda da produção de óleo e gás também no ano passado.

“Precisamos ter muita calma. Nós do Governo estamos apostando na regionalização e interiorização da economia. É preciso incentivar o turismo histórico, cultural, ambiental, gastronômico, a agricultura familiar. As commodities são importantes, e que bom que as temos; mas a diversificação é chave para superar dificuldades”, conclui.

Cidade já prevê queda na receita com petróleo O problema do petróleo na Serra e no Espírito Santo vai além da queda de preços da commodity gerada pela disputa entre os megaprodutores Rússia e Arábia Saudita. Estados e municípios produtores vivem a possibilidade de perder receita de royalties para outros entes federativos não produtores. No final de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve votar liminar que, por hora, suspende a lei da redistribuição aprovada em 2013. A expectativa é a de que a liminar seja derrubada e, o pior: há risco de os estados e municípios produtores terem que devolver boa parte do que receberam de royalties desde 2013. Só de royalties, o caixa municipal recebeu R$ 31,7 milhões em 2019, o que dá R$ 2,6 milhões por mês. Para 2020, o valor previsto já está abaixo, R$ 25,6 milhões. Vale lembrar que antes dos problemas da redistribuição dos royalties e da queda dos preços, o setor de óleo e gás já enfrentava redução da produção no ES. Tanto que, segundo o presidente da Federação

das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Léo de Castro, a redução da produção petrolífera capixaba em 2019 foi um dos principais responsáveis pela retração do PIB capixaba em 2%, conforme dado divulgado na última quarta-feira (11) pela Findes. Para a Serra, a perda na arrecadação com petróleo pode vir também com a quota-parte do ICMS cobrado nas bombas de combustível. A queda no preço da commodity pode chegar, em algum momento, ao consumidor final com gasolina, etanol (que tem um percentual de gasolina na composição) e diesel nos postos. “Mas esse seria o último impacto”, pondera o diretor-presidente do IJSN, Luiz Paulo Vellozo Lucas. A Serra ainda pode sentir na rede de fornecedores e prestadores de serviços à Petrobras e outras empresas exploradores de petróleo. Para o cofre estadual, o impacto pode ser muito expressivo. Só no orçamento de 2020, cujo valor global é cerca de R$ 19 bilhões, R$ 2,2 bilhões vêm do petróleo.

Governo vende 26 lotes no Civit III e arrecada R$ 29 mi Dos 64 lotes colocados à venda no Polo Cercado da Pedra – também conhecido como Civit III –, 26 foram vendidos. A negociação foi conduzida pela Secretaria de Desenvolvimento (Sedes) do Estado por meio de concorrência pública e gerou a arrecadação de pouco mais de R$ 29 milhões. O resultado foi divulgado na quarta-feira (11). De acordo com a assessoria de imprensa da Sedes, após a assina-

tura do contrato e a entrega oficial dos lotes, as empresas compradoras deverão contratar o projeto específico que desejam executar, com aprovação da Prefeitura da Serra. O Polo Empresarial Cercado da Pedra está localizado às margens da lagoa Jacuném, após o Civit II, na avenida Talma Rodrigues Ribeiro e possui área total de 1.246.000 metros quadrados.

COMUNICADO ST GESTÃO DE NEGÓCIOS LTDA, 13.231.737/0001-67, torna público que REQUEREU da SEMMA, as Licenças Prévia e de Instalação (LMP e LMI), para a atividade de “Pátio de estocagem, armazém ou depósito para cargas gerais, em área aberta e/ou mista - galpão fechado + área aberta (exceto produtos/ resíduos químicos e/ou perigosos e/ou alimentícios e/ou combustíveis), e materiais não considerados em enquadramento específico, incluindo armazenamento e ensacamento de carvão, e armazenamento de areia, brita e outros materiais de construção civil, sem atividades de manutenção, lavagem de equipamentos e unidade de abastecimento de veículos.” com inscrições imobiliárias nº 010.7.032.1300.001 e n°010.7.032.1100.002 , na localidade de Rua Dois, nº 246, Quadra VI, Lote 7, Bairro CIVIT II, Município da Serra – ES.


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