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UM CONTO DE JOSÉ BEZERRA
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UM CONTO DE JOSÉ BEZERRA
CAPITU “Olhos de cigana oblíqua e dissimulada” Dom Casmurro – Machado de Assis
U
m mês. Esse foi o tempo suficiente para Lisa apaixonar-se pelo seu professor de literatura. Não uma paixonite adolescente entre professor e aluno, mas algo intenso, sedutor, perigoso e erótico. Nesse momento, Lisa estava sentada em sua cadeira pensando em sua nota. Sérgio acabara de divulgar e ela não ficou surpresa em descobrir que não atingira a média. Ela era inteligente e literatura era sua matéria preferida, mas desde que Sérgio tomou o cargo como professor, Lisa não conseguia prestar atenção a aula. Ela gostava de ficar observando como Sérgio parecia delicado em seus movimentos, como seu corpo era atraente, e sempre fantasiando como seria ter a sua boca na dele, os braços dele em seu corpo, suas pernas entre as dela... Quando a maioria dos alunos foram embora, Sérgio notou que Lisa aproximava-se. Ela não parecia triste pela sua nota, mas decidida. Seu rosto incendiava – o que, desejo? – Sérgio ergueu suas paredes invisíveis ao pecado próximo. –5–
CAPITU
–– Então, professor... tem algo que eu possa fazer para recuperar a minha nota? –– Monalisa, essa já foi a quarta prova de sua turma. – Ela olha para baixo, triste, e isso mexe com os sentimentos ocultos de Sérgio. – Mas como suas notas anteriores foram excelentes – rapidamente acrescenta –, acho que podemos dar um jeito. –– Como? –– Trabalho extra. – E a alma de um sorriso perpassa os lábios de ambos, ao se encarem. – Tenho um trabalho guardado em meu apartamento que você poderá fazer e assim recuperar a sua nota. Se você quiser ir buscá-lo amanhã, eu... –– Não! Eu posso pegá-lo agora, com você. Imagino que esteja indo embora, ou não? Puta, merda! Por que eu a chamei? Eu já não consigo me controlar com pessoas ao meu redor, sozinho com ela será... Sérgio não sabia o que fazer, e o sorriso que Lisa lhe dava quebrou todas as suas barreiras; mentais e físicas. –– Estou... ok. Certo. –– Obrigado, professor. O senhor não vai se arrepender. Assim espero. Sérgio engoliu em seco, mas se manteve firme. É difícil para ele, como homem, resistir a uma mulher como Lisa, com seu belo corpo, cabelo loiro e uma boca tentadora. Quantas vezes Sérgio não imaginou essa boca em seu corpo; beijando-o, mordendo-o, lambendo-o e o seduzindo mais e mais. *** –– Novamente, obrigada pela oportunidade professor. Obrigada mesmo. –6–
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Por um momento, quando Sérgio olhou para ela enquanto abria a porta de seu apartamento, ele notou o quanto os olhos dela estavam cheios de gratidão e desejo. Dando passagem para Lisa entrar, ele não deixou de sentir o aroma agradável de coco deixado pelo movimento de seu cabelo. Sérgio teve que se espremer na porta para impedir que seu membro dentro da calça roscasse no corpo dela. –– Então Monalisa, o trabalho que você vai fazer é sobre Dom Casmurro. Ele fechou a porta e se dirigiu a ela, que para sua surpresa estava mais próxima do que imaginava. –– O que exatamente, professor? –– Quero... Eu quero que você faça um estudo. –– Sérgio não conseguia respirar direito, assim como não conseguia encontrar o movimento de suas pernas para se afastar. –– Quero que você faça um estudo sobre Capitu, se ela utilizou sua beleza para... para seduzir Bentinho. –– E o senhor acha que ela o seduziu? Ela era uma garota tão jovem... uma criança. –– Mas tinha noção de sua beleza. Ela queria o Bentinho a qualquer custo. –– Ah, como uma mulher pode ser tão baixa a ponto desse tipo de... atitude. –– Da mesma forma que você está fazendo comigo, Monalisa. Sérgio resistiu até o último segundo, mas o cinismo, a voz suave, o perfume e a proximidade eletrizante de Lisa, desabilitou-o. Jogando sua mochila, agarrou Lisa agressivamente e a empurrou contra a parede. Sua boca não tinha limites no corpo dela. Meu Deus! –7–
CAPITU
Ela é tão doce. Suas mãos apertaram-lhe os seios e ele notou como ela já estava excitada; o mamilo sensível endurecendo ao seu menor toque. Quando suas bocas se encontraram, Lisa arqueou de tanto prazer. Meu Senhor, como o cabelo dele é macio. Sua boca é selvagem e seu olhar... Ah! Puro desejo. –– Eu sou sua. Tenha-me agora! Sérgio jogou as pernas dela em sua cintura e a levou para a mesa de trabalho, jogando tudo que tinha sobre ela no chão. Devagar, ele começou a tirar a blusa de Lisa, revelando seus seios presos em um sutiã branco de renda. Puta merda, ela é perfeita! Baixando sua boca sobre ela, Sergio começou a beija-lhe os seios através do tecido, antes de abri-lo e revelá-los. –– Você é linda, Monalisa. Como ela gostava de seu nome nos lábios cheio de prazer dele. E ele disse que ela era linda! Nunca nenhum homem fez tal declaração. Ele beijava e chupava os bicos rosados de seus seios brancos, que estavam tensos de puro encanto. Quando ele desceu para a sua calça, ela começou a tira-lhe a jaqueta jeans. Só de calcinha sobre a mesa de estudo, ela ocupou-se em desabotoar a camisa dele, revelando um corpo não malhado, ainda assim definido e atraente. Lise mordeu os lábios: –– Você é perfeito, Sérgio. Ele se jogou sobre ela na mesa e lhe deu mais um beijo intenso, enquanto ela acariciava e arranhava as suas costas nuas. –– Quando eu a imaginei nesta mesa, imaginei-a amarrada. –– Hmm. Vai me amarrar com uma gravata? –– Não. Sou seu professor e vou amarrá-la com o que um professor tem. –8–
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Sérgio saiu de cima de Lisa e pegou a sua mochila no chão, em seguida tirou a alça de ombro... –– Vai me amarrar com a alça de sua bolsa? –– Ah, vou. Ambos tinham falas e sorrisos sexy, e Sérgio não perdeu tempo em prender os pulsos de sua aluna, sabendo que ela sempre lembraria com o que ele a amarrou. –– Vai me bater também professor? Eu fui uma aluna má, não fui? –– Ah, sim, muito má e lhe darei uma lição. Quando Lisa notou, Sérgio estava tirando uma régua de sua bolsa. Seu próximo movimento foi bater no traseiro dela com o instrumento, mas antes que ela sentisse toda a dor, ele lambeu e beijou cada lugar onde açoitou. Da dor veio o alívio e do alívio o prazer. Sérgio a virou para ele, tirando-lhe a calcinha... –– Monalisa, você é linda. E está toda molhadinha para mim. Só para mim. Você é só minha! Lisa viu quando Sérgio jogou sua boca na dela, descendo para o seu pescoço, seios, seu vente, até que ela sucumbiu ao prazer máximo quando ele beijou os pelinhos entre as suas pernas e começou a brincar com seu clitóris usando a língua. Ela não conseguiu segurar o seu orgasmo e o liberou. Em meio ao êxtase, ela notou o prazer no rosto de Sérgio quando ele lambeu a boca. –– Você é tão doce, minha Monalisa. Quero ter você. Quero está dentro de você. Notando que ele estava se levantando e colocando as mãos no próprio cinto, ela se apressou: –– Deixe que eu faço isso. –9–
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Sérgio desamarrou-a e deixou que Monalisa lhe tirasse o cinto, abrisse sua calça e descesse-lhe o zipe. Ela fez tudo sem quebrar o olhar intenso entre eles, até o momento que ela se abaixou para descer a sua calça junto com a cueca box. Ele reparou no olhar de Lisa para o seu membro ereto, até ela olhar para os olhos dele com desejo e lamber os lábios. Quando Sérgio tomou consciência, Lisa estava com a mão se fechando em seu pau duro e o colocando na boca. Sérgio sentiu um prazer alucinógeno. Lisa lambia e sugava o seu membro duro e ereto em sua boca macia. Ele sentia que ela também estava tendo prazer, mas acima disso ela estava lhe retribuindo o orgasmo que recebeu. Antes que Lisa permitisse que ele ejaculasse em sua boca, Sérgio agarrou-a e a levou para cama, onde cobriu seu corpo com mais beijos. –– Por favor, Sérgio... O próximo movimento dele foi pegar uma camisinha e inseri-la rapidamente em seu membro grande, duro e ereto de prazer. Lisa arqueou quando Sérgio entrou dentro dela e começou a se mover. O beijo dele em sua boca foi como o prato da última ceia; puro e saboroso. Enquanto seus corpos se moviam pelo prazer, seus organismos liberavam todo o êxtase das noites que sonharam em estar juntos. Mais tarde, eles estavam deitados, abraçados e suados por todo o incêndio de seus corpos. Lisa acariciava o queixo de Sérgio e ele a observava. –– Então, Capitu seduziu Bentinho? –– Foi a pergunta de Lisa para Sérgio, que sorriu. –– Sim. Ou assim eu analiso. Capitu seduziu Bentinho. Ela era jovem, mas não era ingênua. Ela sabia o que queria. – 10 –
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–– E o que eu queria? –– Lisa apoiou-se em seu cotovelo e olhou intensamente para Sérgio. –– Eu não sei. –– Eu te seduzi. –– Sim, mas eu deixei. –– Eu não queria recuperar a minha nota, se é o que você pensou ou está pensando. –– Não? –– Não! Eu só o seduzi porque o queria. Porque eu quero você. Sérgio ficou calado admirando cada ponto expressivo de Lisa. –– E você, por que se deixou ser seduzido? –– Ela perguntou apreensiva para um Sérgio sem expressão. –– Porque eu também te queria. Porque eu te quero. Porque você devia ser minha. Você é minha! –– Sim, eu sou sua. –– Ela sorriu impetuosamente. –– E eu sou seu. O beijo que se seguiu foi leve. Suas línguas iam de uma boca a outra buscando se conhecer muito mais, e quando seus corpos se encontraram novamente, eles não apenas transaram, eles fizeram amor.
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