9912275819/2011-DR/TO
MB PARCEIRO
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PROF. ADILSON AGUIAR: USO DE GESSO AGRÍCOLA EM PASTAGENS
RURAL EDIÇÃO 01 l ANO 02 l MAR/ABR 2012
Índice
EDITORIAL
Prezados Leitores Realmente 2012 será um ano de muitas mudanças na pecuária. Muito se discute sobre o futuro da pecuária principalmente sobre a questão ambiental. Certamente a pecuária que conhecemos vai mudar cada dia mais e mais rápido. Só ficaram aqueles preparados para superar as ‘‘turbulências’’desta jornada, em especial aproveitar as oportunidades de lucro e sobreviver aos momentos de crise. Aos que desejam superar estes desafios, o certo é que todos os modelos atuais de gerenciamento, bem como as tecnologias utilizadas, devem ser revistos e ajustados aos paradigmas da produtividade, lucratividade e sustentabilidade. Somente assim, seremos ‘‘sólidos’’ para superar as muitas crises que virão derivadas ou não das leis de mercado, dentre os tantos outros motivos para preços menores e/ou custos maiores. Felizmente, a pecuária já pode contar com muita experiência prática, bem como métodos confiáveis de gestão e implantação de tecnologias. É necessário, porém, que os responsáveis pelas estratégias das fazendas avaliem suas competências e saibam explorar suas equipes, bem como buscar assessorias quando necessário. Somente assim, os gestores conseguirão garantir que SERVIÇOS AO PECUARISTA os processos produtivos e gerenciais sejam baseados em princípios empresariais - principalmente a palavra chave: lucro. Este processo começa com a discussão sobre a questão mais estratégica de uma propriedade: sua GESTÃO. Deste modo, a MB Rural traz duas matérias sobre este assunto. Além disso são vários outros artigos essenciais para que a pecuária de corte seja mais que uma função paralela ao ótimo negócio que é investir em terras. Sendo assim, 2012 veio mesmo foi para abrir caminho e mostrar que são enormes os potenciais financeiros da pecuária bem administrada. Boa leitura a todos. Um grande abraço. Maurício Bassani dos Santos Sócio fundador MB Parceiro Colaboração: Adilson de Almeida Aguiar Danilo Mariano Figueiredo Luiz Horn Campos Evandro Macedo de Freitas Jean Carlos Vieira João Bonifácio C. Gonçalves Marcos Antonio F. Malacco Projeto gráfico e impressão: Gráfica e Editora Primavera Tiragem: 3.000 exemplares
04 | CULTURA E RAÍZES 05 | PASTAGENS 08 | SUPLEMENTAÇÃO ANIMAL 10 | SANIDADE ANIMAL 12 | MATÉRIA DA CAPA 14 | GESTÃO EMPRESARIAL 16 | GENÉTICA ANIMAL 19 | PROJETO SOCIAL 22 | CATÁLOGO
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CULTURA E RAÍZES
RURAL
COMITIVA MULADEIROS: valorizar a história para construir uma sociedade rica em valores
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Já foi o tempo, mais de 300 anos, quando vendedores de mula eram chamados de Muladeiros. Estes vinham da fronteira do Brasil com o Uruguai e a Argentina. Desde 1710 estes caboclos fazem parte da nossa história, quando entrou no Brasil o primeiro jumento para cruzamento com éguas crioulas do Rio grande do sul. De lá as tropas seguiam para a região sudeste, passando por Sta Catarina e Paraná - o primeiro ponto de vendas foi mais precisamente na cidade da Lapa. Em função do forte comércio, Sorocaba, no interior paulista, foi também um grande destino final dos muladeiros e de lá as tropas se espalhavam por todo o Brasil da época MG, GO, MT e norte do País. E foi assim que aconteceu o comércio do mais valoroso meio de transporte do ‘‘Brasil Sertão’’, onde eqüideos, em especial burros e mulas, foram utilizados no transporte de riquezas, mantimentos, rebanhos e em várias expedições sertanejistas. Graças a esses desbravadores chegamos até os dias de hoje com o RURAL
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Luiz Horn Campos Muladeiro e Comprador de Gado luizaodaviola@yahoo.com.br
progresso que tanto nos orgulha de melhor vivermos. Mas não se enganem o Brasil que conhecemos foi feito com o suor derramado do homem rude, arrojado e sofrido do sertão - os tropeiros, por assim chamados, e seus inseparáveis animais de tropa. Assim, se misturaram tropeiros e muladeiros, desbravando as campinas e serras das Gerais - nome dado às terras ‘‘sem dono’’ do Grande sertão brasileiro - como descreveu o escritor João Guimarães Rosa. Inclusive, um dos seus famosos personagens, Manuelzão, realmente viveu grande parte de sua vida (inclusive nas viagens ao lado do escritor) como tropeiro pelas Gerais e tudo isto sobre o lombo de burro afinal naquela época banda larga ainda era a garupa de égua ou o pernil gordo de um porco capado. Mas vamos agora falar sobre o movimento MULADEIROS deste nosso Paraíso do Tocantins. Este sonho que virou realidade vem para resgatar as nossa origens, os ‘‘causos’’ e algumas das importantes ‘‘páginas’’ da nossa
história rural. Todos estes pormenores vem sendo resgatados com o apoio nas comitivas e cavalgadas sempre com música e entretenimento - tudo isto graças a união de verdadeiros amigos. Cabe destacar que, muladeiro que se preza tem história. A minha começa próximo a rota dos Tropeiros quando o interior de São Paulo ainda era sertão. Sendo assim, minha infância e juventude foi na lida com gado. Eu e meus irmãos, através da tradição do nosso pai, fomos tomados pelo gosto por tropa e nos tornamos domadores de tropas na região de Itapetininga - SP. A alguns anos quando cheguei ao Tocantins, encontrei um Estado grandioso e voltado para o futuro. Foi na cidade de Paraíso que encontrei grandes amigos e hospitalidade - sendo assim, não foi difícil me apegar. Ainda sim, faltava algo, sempre percebi que o mundo no qual me formei homem ficava cada dia mais distante da memória da nossa sociedade principalmente dos jovens - e nós éramos os culpados. Em meados do ano de 2008, reunido com um pequeno grupo de amigos (todos amantes e apaixonados por tropas), criarmos o Movimento Muladeiros. Nosso propósito inicial era sairmos por estradas, trilhas e rotas de fazendas da nossa região prestigiando os velhos tropeiros que por aqui passaram a caminho do norte levando no lombo de burros e mulas o progresso desse BRASIL FLORÃO. Felizmente, em nossas bagagens trouxemos também cultura, patriotismo, entretenimento e ainda mais união aos adeptos da amizade sincera entre os homens do campo.
Na prática, nossa comitiva foi fundada em 12 de setembro de 2008, com a saída da primeira marcha de Muladeiros de Paraíso com 24 muladeiros. Saímos da Fazenda Barra
Mansa (Edmar Martins - Muladeiro Cabritinho), seguindo por 70 km até a Fazenda Catingueiro (Muladeiro Adson Lourenço). Sendo assim, foram 3 dias de alegria e harmonia, com paradas para o almoço no mais tradicional cardápio e pousos com muita moda de viola. Hoje já concluímos sete Marchas, além de desfiles em diversas Exposições do Estado. Um destaque, foi em 2010, onde fomos 21 muladeiros para uma grande cavalgada em Rondonopolis - MT. Para mim foi um momento histórico, pois lá morei 24 anos e também construi grandes amizades através da mula e da paixão pelo troperismo. Essa integração já deu outros frutos, em 2011 eles que vieram a Paraíso e participaram conosco da nossa sétima marcha dos muladeiros, ocasião onde reunimos também os muladeiros de Miracema e Barrolândia do TO. Para nos honrar mais ainda, fomos, integrados numa só comitiva, Paraíso e Rondonópolis, convidados a participar do maior encontro de muladeiros do mundo, em Ipora - GO, em janeiro deste ano, onde fomos alvejados de aplausos por todos daquela
acolhedora cidade. E é assim que os Muladeiros de Paraíso do TO nasceram e buscam colaborar para a construção de uma sociedade que valorize seu passado e construa um futuro baseado nos princípios da amizade e cooperação. Não imaginávamos tal importância, mas fomos reconhecidos por lei como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Tocantins e ficamos muito felizes com tal reconhecimento. Bem amigos, aqui me despeço e faço um convite a você ‘‘muladeiro’’ de nosso Estado. Participem desse movimento, pois é muito interessante e gratificante. A porteira de Paraíso estará sempre aberta para novos amigos.
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PASTAGENS
RURAL
Uso de gesso agrícola em pastagens
O gesso agrícola pode ser usado na correção de solos através da prática da gessagem e ainda como “arado químico”, bem como fonte de enxofre (S) nas adubações de manutenção. 1.Na correção do solo 1.1.Gessagem
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Tr a d i c i o n a l m e n t e , p a r a culturas anuais, a preocupação é corrigir a camada arável do solo, ou seja, a camada superficial do solo, de 0 a 20 cm de profundidade. Ali se concentram mais de 90% das raízes e as plantas absorvem a maior parte da água e nutrientes. Todavia, a camada superficial do solo pode representar um volume de solo explorado insuficiente para períodos de falta de água (RAIJ, 2010). Este autor relatou que na cultura de trigo de inverno, em período seco, as raízes a mais de 1 m de profundidade representaram apenas 3% do peso total delas, mas foram responsáveis pelo suprimento de cerca de 20% da água usada pela cultura. Segundo Lopes (1984), o carbonato de cálcio (CaCO3-) aplicado via calcário, até 30 cm de profundidade, não se movimenta de imediato no solo porque o carbonato (CO3-) é destruído na neutralização da acidez, não havendo assim o ânion acompanhante do cálcio (Ca2+) e do magnésio (Mg2+) para a lixiviação. O gesso é sulfato de cálcio dihidratado (CaSO4 + 2H2O), que é um sal neutro. O sulfato (SO4-) forma par RURAL
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Adilson de Paula Almeida Aguiar Zootecnista, Professor e Consultor FAZU / CONSULPEC adilson@consulpec.com.br
iônico com o Ca2+ e Mg2+, arrastandoos para profundidades maiores que 30 cm. Segundo Raij (2010), o gesso, por ter cátion e ânion divalentes, tem considerável efeito em reduzir a atividade de alumínio (Al) em solução, além de um efeito complexante do Al. Assim, camadas mais profundas do solo, podem continuar com excesso de alumínio tóxico associado ou não com a deficiência de cálcio, conseqüentemente, as raízes da maioria das espécies cultivadas se desenvolvem apenas na camada superficial (FIG. 1).
semanas. Além da água, nutrientes são absorvidos com maior eficiência. É importante ressaltar que o gesso não substitui o calcário, pois não muda o pH haja vista que não libera oxidrilas (OH-). O calcário e o gesso se complementam sempre que o solo for ácido tanto na superfície quanto na subsuperfície (RAIJ, 1991). Parâmetros para a gessagem:
Raij et al., (1996), para solos do Estado de São Paulo, recomendam a gessagem quando na análise da camada de 20-40 cm do solo estiver com nível de Ca menor que 4 mmolc/dm3 e de Al FIGURA 1 - Distribuição relativa de raízes de milho no perfil de um Latossolo argiloso, sem e com aplicação de gesso. maior 5 mmolc/dm3 associado com concentração de Al (m%) maior que 50%. Sousa; Lobato; Rein (1995), para solos de Cerrado, recomendam a gessagen quando na análise de solo das camadas de 20 a 40 e 40 a 60 cm, para culturas anuais e 60 a 80 cm, para culturas perenes, estiver com Ca abaixo Fonte: SOUSA; LOBATO; REIN, 1995. de 0,5 mmolc/dm3 e Al com m% maior Esse problema, aliado à baixa que 20%. capacidade de retenção de água de muitos solos, pode causar diminuição R e c o m e n d a ç õ e s d e g e s s a g e m na produção das plantas. A melhor (Métodos de cálculo): distribuição das raízes em profundidade Existem várias fórmulas para no solo propicia às plantas o aproveitamento de maior volume de cálculo de gessagem. A primeira foi água quando ocorre veranico. O uso do desenvolvida por Lopes (1985) e gesso favorece o aprofundamento das adotado pela Comissão de Fertilidade raízes, permitindo que as plantas de Solos do Estado de Minas Gerais, em forrageiras superem mais facilmente sua quarta aproximação (CFSEMG, veranicos e a seca, com prolongamento 1989): NG (kg/ha) = 300 + (20 x % de da estação de pastejo por mais algumas argila) para camada de 20 a 40 cm de
A Brachiaria brizantha cv. Marandu também respondeu às doses crescentes de gesso, apresentando maior incremento entre a dose zero e 200 kg/ha e resposta semelhante à observada para Brachiaria decumbens (TAB. 2). TABELA 2 - Rendimento de matéria seca de Brachiaria brizantha cv. Marandu em um período de dois anos para diferentes doses de gesso aplicadas na recuperação a pastagem degradada.
Dose de gesso (kg/ha) 0 200 1.500
‘‘Gado bom só pode ser visto em pasto melhor ainda’’.
Rendimento de matéria seca/ano (t/ha) Segundo Ano 5,8 8,7 9,7
Primeiro Ano 3,4 4,2 4,3
Fonte: SOUSA; VILELA; LOBATO, 2003.
Critério para a aplicação de gesso na gessagem: Primeiro, aplica-se o calcário e dois meses depois, faz-se a gessagem, sem incorporação do gesso. No máximo, pode-se aplicar calcário e gesso numa única operação, mas nunca o gesso primeiro ou apenas o gesso, para não ocorrer desequilíbrio na CTC do solo. A gessagem possui um efeito residual que varia de cinco anos (para solos de textura mais leve) a 15 anos (para solos muito argilosos). Quando a gessagem é feita com base nos critérios anteriores, não se tem observado movimentação de potássio e de magnésio no perfil do solo em níveis
de perdas de nutrientes. 1.2.Como “arado químico” É recomendado para auxiliar no arraste do calcário quando este é aplicado superficialmente em pastagens já estabelecidas. Aplica-se gesso em quantidades correspondentes a 25% da quantidade de calcário que for aplicada (veja edição especial da MB Rural, novembro/dezembro 2011, o artigo “O impacto da aplicação de calcário em pastagens”). 2.Na adubação de manutenção Sousa; Vilela; Lobato (2003) apresenta alguns resultados do uso de gesso em gramíneas e leguminosas forrageiras. Na TAB. 1, observa-se a resposta da Brachiaria decumbens às doses crescentes de gesso, com maior incremento da dose zero para a dose 200 kg/ha de gesso. TABELA 1 - Rendimento acumulado de matéria seca de Brachiaria decumbens para diferentes doses de gesso em um período de três anos após a semeadura.
Dose de gesso kg/ha 0 200 600 1.200 1.800
Como pode ser visto com detalhes, no primeiro ano de aplicação, não houve diferença acentuada do efeito dose de gesso sobre o rendimento de matéria seca. Entretanto, no segundo ano, a resposta foi significativa, apesar de ter havido aumento na produção de forragem entre o primeiro e o segundo ano, mesmo para o tratamento dose zero, provavelmente, devido ao efeito do ano. O aumento da dose de gesso de zero para 3 t/ha promoveu um aumento no rendimento de MS e na absorção de nutrientes em leucena (TAB. 3). TABELA 3 - Rendimento de matéria seca e absorção de nutrientes pela leucena (Leucaena leucocephala cv. Cunningham) no terceiro ano de avaliação, em função da aplicação de gesso ao solo.
Dose de Matéria gesso Seca -------- t/ha ---------0 3
3,1 4,8
Nutriente absorvido N P K Ca Mg S ----------------- kg/ha -----------------91 5 31 38 17 5 148 9 51 62 24 8
Fonte: SOUSA; VILELA; LOBATO, 2003.
Este resultado deve nos chamar a atenção para o fato de que a aplicação
Rendimento de matéria seca t/ha 21,9 31,4 32,6 33,4 32,6
Fonte: SOUSA; VILELA; LOBATO, 2003.
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profundidade. Sousa; Lobato; Rein (1995) adotaram a fórmula: NG (kg/ha) = 50 x % de argila ou NG (kg/ha) = 5 x argila (g/kg) para camadas de 20 a 60 cm para culturas anuais e 75 x % Argila para camadas de 60 a 80 cm, para culturas perenes. O Boletim 100 do IAC (RAIJ et al., 1996), recomenda para cálculo de gessagem a fórmula: NG (kg/ha) = 6 x argila (a argila vem no resultado de análise de solo em g/kg). Na quinta aproximação do boletim da CFSEMG (CFSEMG, 1999), Alvarez et al., (1999) recomendam as doses de gesso em função do teor de argila do solo. Observa-se que nas três fórmulas aparece o teor de argila do solo como fator determinante da dose de gesso. Entretanto, Alvarez et al., (1999) incorporaram o uso do P-remanescente como fator determinante da dose de gesso usando do principio de que mais importante que o teor de argila é o tipo de argila, se essa possui alta capacidade de adsorção de P, mas também de SO4-.
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SUPLEMENTAÇÃO ANIMAL
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Suplementação proteica, energética e mineral na pré seca
Danilo M. Figueiredo Zootecnista e assistente técnico Tortuga Cia Zooténica Agrária danilo.figueiredo@tortuga.com.br
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A pré seca estabelece de pode ser chamado de pré seca. Dia de Campo. maneira incondicional o fim do período Caracteriza-se por uma pastagem de Há de se lembrar que a pré seca de fartura das pastagens e o início de uma tonalidade indecisa que não é nem pode ser o momento de ações projeções, cálculos e previsões verde exuberante nem amarelo estratégicas, desde que se tenha infindáveis de como serão os próximos ressecado. É aquele lusco-fusco vegetal conhecimento sobre o período, para cinco ou seis meses na vida da que prenuncia tempos de vacas magras, transformar adversidades a nosso favor. propriedade. Esse momento provoca mas que ainda mantém o gado na boa O clima caracteriza-se por imenso desconforto ao pecuarista em aparência. É o que Guimarães Rosa diminuição gradual das chuvas, não relação ao futuro do seu patrimônio chamou de verde enganoso. Não é igual escassez total, seguido do aumento da vivo, o gado, transformando homens do nem contemporâneo em todas as partes. incidência de luz do sol sobre a terra e c a m p o e m e s p e c i a l i s t a s d a Às vezes varia dentro de uma mesma pastagens provocando aumento de meteorologia tentando controlar temperatura e sensação de o incontrolável, na tentativa de clima seco. Os mananciais minimizar perdas financeiras do passam a perder volumes período mais crítico do ano consideráveis de água e, corrente. dependendo da estrutura Palavras de ordem como empregada no fornecimento, mantença corporal, reservas de diminuem a quantidade e pastagem, lotação, custo de baixam a qualidade dos manutenção e etc, passam a ser bebedouros. Em particular nos comuns nas conversas entre os estados do Norte do Brasil, amigos. Tais debates fazem parte como o Tocantins, ocorre do processo interativo que aumento da temperatura procura caminhos ou diretrizes quando findam as chuvas escolha deve ser por categoria e com objetivo para se enfrentar de forma Suplementos: contrário ao frio que chega no e consumo previamente definidos sul e sudeste nesse período. Tal profissional as adversidades futuras. A citação abaixo resume com região. E esse pasto, assim meio fator nos posiciona favoravelmente clareza e poesia a vivência desse enrustido, é capaz de fazer um estrago diante das regiões de inverno rigoroso, dos grandes na microbiota ruminal.” pois, além do quadro nutricional momento: Paulo Cesar de Macedo Martins, Med. desfavorável, os animais terão no Vet. Tortuga; trecho retirado do texto desconforto térmico mais um entrave “O período de tempo compreendido Nutrição animal – Pré seca; Site Portal para seu desempenho. entre o final das águas e o início da seca RURAL
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No auge da seca os animais devem estar com boa condição corporal
descritos são responsáveis pela queda no desempenho dos animais, ainda que em níveis pouco perceptíveis no início. A partir do entendimento desses processos, podemos tomar decisões e minimizar a perda. Quando temos capim passando, mas que ainda não passou totalmente, chuvas em escassez, mas ainda caindo, animais em início de carência, mas ainda saudáveis e dispostos, nos resta preencher as lacunas nutricionais deixadas pelo início do declínio, e então, aproveitar
Cochos: área de cocho e localização são motivos de atenção REVISTA
As pastagens por sua vez, perdem vigor do período chuvoso, mas ainda são capazes de apresentar brotações e crescimento tímido. Em análise nutricional, observamos aumento do teor de fibras de baixa digestibilidade e queda dos níveis de proteína bruta, antes acentuada na fase de folha tenra. Os níveis de fósforo também decrescem, e com ele, mudanças intensas ocorrem na biota ruminal, formada pelas bactérias, fungos e protozoários responsáveis pelo bom andamento do processo de digestão dos nutrientes trazidos pelo pastejo dos animais. O aumento da carência nutricional que está acometendo os animais podem não saltar aos olhos nos primeiros dias da pre seca, mas estão presentes fazendo os primeiros estragos consideráveis da seca propriamente dita. Além da carência mineral passa existir a carência proteica. Essa carência provoca queda imediata do consumo de pastagem pelos animais que passam a selecionar os fachos de boa qualidade, aumentando o tempo de pastejo e o percurso dentro do pasto. As exigências de mantença do animal são incrementadas e os nutrientes antes destinados ao desempenho animal são desviados para a sua manutenção. Todos os acontecimentos
racional e tecnicamente este momento. A suplementação proteica, energética e mineral das carências provocadas pelo desequilíbrio inicial da pré seca incentivam a multiplicação da flora microbiana presente no rumem dos animais a níveis próximos aos normais, antes observados nos períodos de fartura de capim verde. Tal suplementação deve estar associada ao bom manejo da pastagem, ao manejo da própria suplementação e atenção constante à disponibilidade de água que deve ser de boa qualidade e através de bebedouros (preferencialmente). O efeito direto na redução do tempo de digestão da pastagem será imediatamente sentido através da mudança de consistência das fezes, que ficarão com aparência de menor seleção do capim verde ou seco pelos animais e aparência mais pastosa. Com isso, vamos obter maior nível de consumo de forragem mesmo seca em relação ao peso vivo do animal, o que é diretamente proporcional ao desempenho desse animal. Finalmente, observamos o efeito indireto da suplementação nesse momento, onde o seu fornecimento provoca ganho de peso através do aumento de consumo do insumo mais econômico envolvido nesse tratamento, a própria pastagem com seus nutrientes que ainda não foram totalmente esvaídos pela escassez de água na planta.
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SANIDADE ANIMAL
RURAL
VERMINOSES DOS BOVINOS: sintomas invisíveis fazem o pecuarista negligenciar o combate estratégico Marcos Antonio F. Malacco
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As verminoses são responsáveis por significativas perdas na produtividade e seu controle efetivo e econômico constitui um dos pilares básicos na pecuária produtiva. Dentre os efeitos negativos das verminoses, destaca-se a diminuição do apetite, que muitas vezes passa despercebida. Além desse efeito negativo, temos ainda a interferência na digestão, absorção e aproveitamento dos nutrientes. De acordo com a carga de vermes nos animais, teremos dois tipos de manifestação do problema: a Verminose Clínica e a Verminose Subclínica. No primeiro caso, os sinais são evidentes: mal estado geral, diarréia, anemia, edema submandibular (papeira), às vezes tosse, abdome distendido, pelos arrepiados e sem brilho. Já nos quadros subclínicos, o problema é silencioso e muitas vezes confundido com outras situações, levando a gastos desnecessários e sem o retorno esperado. RURAL
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Méd. Veterinário - Gerente Técnico Merial saúde animal marcos.malacco@merial.com
Dentre os prejuizos destacamse aqueles traduzidos pelo atraso em atingir a puberdade, atraso para que as novilhas atinjam o peso mínimo para entrada na reprodução, menor número de bezerros/vaca durante a vida útil, menor produção de leite, menor peso ao desmame dos bezerros, atraso na idade ao abate, ocorrência de outras doenças. Segundo pesquisadores do CNPGC/EMBRAPA, no Brasil, de 90% a 98% dos casos de verminoses dos bovinos criados a pasto são de manifestação subclínica. Além disso, estudos de produtividade realizados no Brasil Central demonstram que bovinos de corte criados a pasto com verminose subclínica, deixam de ganhar mais de 40 kg de peso vivo ao ano. No controle das verminoses, o emprego de vermífugos é uma das maneiras mais práticas e fáceis de serem executadas. Entretanto, apenas a aplicação de um vermicida, sem outros cuidados, freqüentemente não traz
resultados eficazes. Mais de 90% das cargas de parasitos é encontrada nas pastagens (estágios evolutivos e/ou infectantes). Assim, o tratamento com vermífugo deverá buscar reduzir as populações de parasitas nas pastagens, com benefícios óbvios ao longo do tempo. Para o bom desenvolvimento e manutenção dos parasitos nas pastagens, condições ótimas de umidade e de temperatura deverão o c o r r e r. N o B r a s i l C e n t r a l , classicamente temos uma estação seca e outra chuvosa durante o ano. Nas secas, há grande perda de ovos e mortalidade de larvas dos vermes nas pastagens. Já nas estações chuvosas, ocorre o contrário. Portanto, aliando esse conhecimento ao tratamento com produto efetivo contra as verminoses, é fácil concluir que um dos tratamentos deverá ocorrer no início do período seco. Isso eliminará as cargas de vermes
contidas no organismo dos animais, diminuindo dramaticamente a quantidade de ovos e, conseqüentemente, de larvas dos vermes nas pastagens, durante o período seco.
uma aplicação no Gráfico – Ganho médio de peso vivo em garrotes Nelore tratados estrategicamente com produto endectocida de longa ação e produto endectocida de formulação tradicional versus animais controle sem tratamento vermífugo início e outra no final do período seco são necessárias. Já quando usamos produtos de menor persistência, existe a necessidade de Controle Estratégico das verminoses em bovinos Aplicação de vermífugo de longa ação ao final do período seco um terceiro tratamento que deve ser aplicado na metade do período seco do ano. O objetivo desta aplicação é controlar cargas de vermes apanhadas após o Outro momento fundamental tratamento do início do para o tratamento é o final do período período seco. seco do ano, pois logo a seguir, teremos A categoria de animais também peri-parto é fundamental, em função da condições ótimas de umidade nas deve ser respeitada. Nos bezerros, um queda natural da imunidade que ocorre pastagens para o desenvolvimento de tratamento deve ser aplicado aos 4 nessa época, o que torna os efeitos ovos dos vermes em larvas infectantes meses seguido por outro aplicado no negativos das verminoses mais nas pastagens. Este é um esquema de desmame - fundamental devido ao intensos. Dentre os principais prejuízos tratamento denominado estratégico. stress a que os animais são submetidos as matrizes recém paridas estão a Nos tratamentos estratégicos, (separação das mães, formação de lotes, diminuição do apetite levando a maior quando usamos produto altamente vendas, etc). Posteriormente, até os 24 queda de peso, maior queda no escore efetivo, com grande persistência (mais a 30 meses de idade recomendam-se os corporal, menor produção de leite e que 4 semanas) no controle dos tratamentos estratégicos. atraso ao retorno para a reprodução. principais vermes dos bovinos, apenas Nas vacas, o tratamento no Nos bois é importante um tratamento com vermífugo no início da Principais vermes redondos dos bovinos no Brasil Central fase de engorda e terminação. Os touros Gênero ou espécie Localização no animal Via de infecção deverão receber um tratamento no Haemonchus início da estação reprodutiva e outro ao Trichostrongylus axei Abomaso Oral final da mesma. No caso de touros Ostertagia mantidos continuamente com as vacas, Cooperia Oral T. colubriformis Oral os tratamentos deverão seguir o Bunostomum Cutânea ou oral esquema estratégico do rebanho. Intestino delgado Strongyloides papilosus Cutânea ou oral Os produtos disponíveis são Nematodirus Oral eficientes no combate às verminoses, Toxocara vitulorum Oral mas não se deve negligenciar os Oesophagostomum Oral Intestino grosso tratamentos estratégicos, sob pena de Trichuris Oral conviver com prejuízos silenciosos. Dictyocaulus viviparus Pulmões Oral Grupo A (Controle)
Grupo B (IVOMEC GOLD)
Grupo C (Doramectina 1%)
480
a
456,71
460 440
b
435,65
420 400
408,14
b
380 360
a,b
: p<0,05
340 320 300 280 260 240 220 200 180
fev/04
jan/04
dez/03
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= Tratamentos Endectocidas nos Grupos B e C
LEILÕES MENSAIS EM ALMAS - TO: - Realizados em Parceria com Sindicato Rural através do empenho de seu Presiendente Paulo Carneiro; - Tattersal revitalizado e número de currais com capacidade ampliada de 500 para 2.000 animais; - Valorização dos produtores regionais e atenção especial aos visitantes.
Organização de leilões.
Próximo Leilão: 01 de abril 2.000 animais cria recria e engorda
(63) 9958-5090/ 9233-1840/ 8437-9610 - novaeraleiloes1@hotmail.com REVISTA
O desenvolvimento de uma região passa por parceiros firmes e bons negócios . RURAL 11
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MATÉRIA DA CAPA
RURAL
Quer lucro? Invista em gestão! Nunca houve tanto espaço para se ganhar dinheiro na pecuária de corte, mas falta foco e habilidade para transformar capim em carne a baixo custo
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Neste exato momento um avicultor brasileiro esta vendendo seus frangos quase pela metade do preço que um fazendeiro vendeu a mesma quantidade do produto boi. Também vale ressaltar que não existe nenhuma notícia de crise no frango, muito pelo contrário - é uma cadeia em expansão. Mas o que isto tem haver com lucro na pecuária de corte? Tudo, exatamente tudo! Historicamente estamos sempre ‘‘antenados’’ ao preço de venda da arroba. Do outro lado, talvez pela própria dificuldade em administrar a pecuária de corte, pouquíssima atenção é dada a forma e a qual custo estamos transformando capim em carne. Deste modo, não se trabalha no aprimoramento de estratégias voltadas a redução dos custos por arroba. Na realidade 99% dos nossos pecuaristas não sabem qual é seu custo por arroba e trabalham apenas reduzindo gastos. No máximo, buscam tecnologias da moda sem nenhum entendimento real dos custos finais. Falando claramente, a partir dos nossos trabalhos de assessoria via MB Parceiro, não temos dúvidas de que é plenamente possível produzir uma RURAL
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Mauricio Bassani dos Santos Zootecnista MB Parceiro mauricio_bassani@yahoo.com
arroba bovina mais barata ou, no mínimo, ao mesmo preço que o mesmo peso equivalente de frango. Para tal feito precisamos dedicar bem mais tempo à gestão de propriedades rurais. Vejam que com os preços atuais da arroba bovina (quase o dobro da ‘‘arroba de frango’’), temos a oportunidade de fazer uma pecuária
extremamente lucrativa. Não estamos falando de uso de tecnologias, mas sim da tomada de decisão baseada em informações de qualidade e voltadas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis - sempre com o foco de reduzir os custos e não os gastos. Infelizmente, vontade de produzir, disponibilidade de capital e uso de tecnologias não são sinônimos de
gestão, muito menos de resultados financeiros positivos. O que acontece é exatamente o contrário. É comum vermos pecuaristas, gerentes e técnicos com muita vontade, investindo em insumos, estruturas, medicamentos, suplementos e diversas outras tecnologias e, ainda sim, obtendo resultados desmotivantes e inviáveis. Sabe porque isto ocorre? Em especial porque qualquer tecnologia exige determinadas condições que não são trabalhadas em seu contexto global. Ou seja, falta gestão das prioridades, bem como avaliações detalhadas dos pontos críticos do processo produtivo. Para mudar esta situação o primeiro passo é sairmos do paradigma do uso de tecnologias para o aproveitamento delas. Principalmente aquelas já incorporadas nos processos e custos do nosso dia a dia. Não basta comprarmos determinada tecnologia ou implementarmos tal procedimento isoladamente. Precisamos é que cada procedimento, insumo, implemento, medicamento, funcionário, ou seja, todos investimentos, estejam alinhados a um objetivo amplo da fazenda.
PONTOS ESTRATÉGICO S Assessoria produtiva MB Parceiro Metas claras e definidas Gestão de custos Carga animal variável PONTOS GERENCIAIS Cronogramas definidos Treinamentos rotineiros Controle de desempenho semestral Reuniões mensais de alinhamento PONTOS OPERACIONAIS Reuniões semanais com vaqueiros Controle de salga semanal Ajustes área de cocho Procedimento de vacinação RESULTADOS FINAIS Custo / cabeça / ano Arrobas produzidas por cabeça Custo da arroba produzida
MODELO (2009/2010) NÃO NÃO SIM (controles) NÃO MODELO (2009/2010) NÃO NÃO NÃO NÃO MODELO (2009/2010) NÃO NÃO NÃO SERINGA MODELO (2009/2010) 3,38 arrobas 71,14 reais
GESTÃO POR METAS (2010/2011) SIM SIM SIM (informações) SIM GESTÃO POR METAS (2010/2011) SIM SIM SIM SIM GESTÃO POR METAS (2010/2011) SIM SIM SIM BRETE GESTÃO POR METAS (2010/2011) 282,24 reais 4,28 arrobas 65,95 reais
7,30%
14,69%
TAXA DE RETORNO
*Não houve investimentos em formação ou reforma de pastagens em nenhum dos períodos analisados.
Deste modo, não basta investir, fazer. É necessário ter metas, processos e controles - produtivos e financeiros. Somente assim, saberemos o que esta se produzindo e a qual custo. Vejam que o desafio não esta nas questões compráveis, ou seja, naquilo que posso fazer um pedido é pronto, mas sim nas competências e habilidades para transformar investimentos em lucro. Mas então, por onde começo? Comece pela avaliação do recurso mais importante para sua propriedade: sua equipe e suas competências. Sem uma ótima equipe de trabalho não há tecnologia que funcione. Vemos ótimas equipes operacionais, mas falta muito quanto ao treinamento, comunicação e responsabilidades. A recomendação é
que o Gerente e/ou proprietário deve conhecer cada funcionário e suas potencialidades. Outra questão muito interessante da pecuária moderna esta na ampla diversidade de conhecimentos e habilidades exigidas atualmente. Deste modo, na maioria das vezes é necessário buscar apoio de profissionais ou empresas qualificadas em assessoria pecuária, ou seja, profissionais experientes que tragam na suas “bagagens” metodologias e habilidades para implantar rotinas empresariais. Este trabalho deve ser periódico e formal, ou seja, com responsabilidades e obrigações claras. Dentre as obrigações dos trabalhos de assessoria, a principal função é trabalhar o planejamento
estratégico, ou seja, implantar, revisar e alinhar cronogramas e procedimentos através de orientações, treinamentos e materiais por escrito para que as metas sejam atingidas. Na tabela 01(a direita) colocamos o caso da Fazenda São Francisco, localizada no Município de Araguaína, e que trabalha com produção de bezerros. A mesma mudou seu processo de gestão e que dobrou seu retorno financeiro, pois passou a trabalhar todos seus recursos (humano, financeiro, estrutural, etc.) para a geração de resultados melhores especialmente para a redução de custos por arroba. Vejam que o segredo da boa gestão esta na capacidade de se trabalhar um passo a frente dos desafios - intercalando históricos, previsões e ajustes de curto prazo. Deste modo, a boa gestão trabalha para que as demandas urgentes não sejam o principal foco do trabalho. Trabalha para que todos os procedimentos sejam planejados, organizados e sistematizados. Além disso, se organiza para que todos os funcionários estejam qualificados para executar os trabalhos, bem como avaliar os resultados relacionados aos seus trabalhos. Se é que podemos dizer, a grande diferença entre gerenciar e fazer a gestão de uma propriedade é o fato de que no primeiro modelo os ‘‘gerentes’’ apenas monitoram falhas num sistema de produção estático e fixo, ao passo que no segundo modelo todos trabalham em constante avaliação e desenvolvimento de processos, inclusive os custos, competências e responsabilidades. Finalmente deixamos a mensagem: buscar mais rentabilidade é uma obrigação dos gestores. A pecuária pode ser bem mais lucrativa. Deste modo, reveja pontos fortes e os pontos a serem desenvolvidos. Saiba buscar parceiros que acelerem sua evolução uma gestão profissional pode mudar o destino de seu negócio. INTERESSADOS EM CONTRATAR A ASSESSORIA MB PARCEIRO ENTREM EM CONTATO PELO TELEFONE:
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Fazenda São Francisco: mudanças na gestão e resultados bem melhores.
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EDIÇÃO 01 l ANO 02 l MAR/ABR 2012
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GESTÃO EMPRESARIAL
RURAL
Pecuária de corte: Como continuar na atividade?
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Administrar uma propriedade rural como uma empresa “eficiente” é um desafio para muitos pecuaristas brasileiros. Poucos conseguem esta façanha que, tecnicamente, deveria ser alcançada pela maioria. A grande verdade é que muitos não sabem como gerenciar técnica e financeiramente suas fazendas. A maioria nunca administrou uma empresa ou viu de perto os processos essenciais de uma empresa. Outros não tem a consciência de buscar ajuda de técnicos para realizar a gestão pecuária porque os vêm como uma despesa adicional e de baixo retorno. Deste modo, o grande gargalo da pecuária de corte se resume no fato do pecuarista não medir produtividade e muito menos rentabilidade porque não sabe como proceder. Diante de tal incapacidade não há caminhos sábios, mas sim um esforço inconsistente de sobrevida. Após anos de exploração extrativista da pecuária, sem nenhuma reposição de nutrientes ao solo, a pecuária apresenta hoje uma baixa RURAL
EDIÇÃO 01 l ANO 02 l MAR/ABR 2012
Jean Carlos Vieira Veterinário e Consultor pecuário vieirajcarlos@gmail.com
capacidade de suporte (0,8 UA por hectare) e muitas estruturas (tratores, implementos, etc.) estão sucateadas e requerem um reinvestimento alto para manter a propriedade funcionando. Currais, cercas, porteiras, casas de cochos, máquinas, implementos, entre outros, necessitam com urgência de reparos, reformas, reconstruções, ou mesmo de compras. Tudo isto custa
Animal dois dentes: avaliação simples da idade de um animal
caro, tem que haver desembolso e quem vai pagar a conta é o gado. O correto é avaliar a condição de cada produtor de acordo com a região em que sua fazenda está localizada no Brasil. Das muitas variáveis interessantes para avaliação, descatamse: o valor da terra nua ou beneficiada na região, tempo de implantação e condição atual da infra-estrutura
(pastagens, cercas, currais, etc), estado de conservação e funcionamento de máquinas e implementos, eficiência zootécnica do rebanho e das pastagens, faturamento e rentabilidade anual da propriedade em reais por hectare ao ano (R$/ha/ano). O caminho mais curto para o produtor de gado de corte chegar numa situação de eficiência zootécnica e estabilidade financeira (e não ser obrigado a sair da atividade) é tentar seguir um cronograma de decisões técnicas sugeridas a seguir: · 1) Levantamento patrimonial detalhado: refere-se ao estado de conservação, funcionalidade, valor em reais para se comprar ou construir novamente e o valor atual de acordo com a vida útil. Deve ser feito com todos os bens da propriedade: quilômetros de cerca de arame liso, divisões de pastagens, casas de cochos, currais, máquinas, implementos, equipamentos e utilitários, hectares de pastagens limpas e sujas, hectares de pastos produtivos e improdutivos, casas e demais benfeitorias, etc.
zootécnica e econômica do rebanho: é importante para o produtor, pois consiste em avaliar se o sistema de produção é eficiente quanto à produtividade e lucratividade. Os índices que devem ser avaliados; produção em @ e R$/ha/ano e índices zootécnicos padrões. 6) Levantamento do balanço patrimonial: é a fase final da avaliação financeira de uma propriedade rural. Alguns produtores consideram se a
fazenda está fechando no azul ou no vermelho, apenas fazendo as contas de receita com a venda do gado menos despesas gerais. O correto é fazer as contas da margem líquida (ML) = receita bruta (RB) menos custo operacional total (CT). Lembrando que custo operacional total contempla: custo operacional efetivo (COE) +
depreciação + pró-labore + custo de oportunidade do capital. O importante é produzir com eficiência e manter o equilíbrio entre investimento e real retorno financeiro. É muito difícil para o produtor mudar hábitos arraigados, pois todos estes conceitos citados requerem muito estudo e demandam energia e dinheiro. Nem todos estão dispostos ou podem se adaptar a nova realidade da pecuária nacional, que exige alta eficiência zootécnica e econômica. O mais importante para um produtor de gado de corte é tomar as rédeas do negócio, sobretudo financeiramente. Se ele tem dúvidas sobre como efetuar controles zootécnicos e como implantar técnicas pecuárias eficientes, então que procure apoio técnico ou se habilite para executar a atividade com profissionalismo. O que não dá para continuar é tratar a propriedade rural com amadorismo. O valor do investimento é muito alto e a pecuária é uma atividade complexa, que exige conhecimentos de diversas áreas e n ão ad mite in ef iciên cia. U ma propriedade rural bem gerenciada dá lucro ao produtor. Além de ser um negócio seguro e duradouro, pode ser também um negócio empolgante e satisfatório, mas para isto é necessário trabalho e competência.
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Infelizmente, o produtor só toma consciência da importância destes custos quando ele compra uma terra nua e então precisa investir da lima ao trator para colocar a fazenda em condições de produzir e o investimento é alto. · 2) Levantamento do custo operacional efetivo (COE): é o custo para manter o sistema de produção funcionando ou produzindo. São despesas que requerem desembolso por parte do produtor tais como: aquisição de animais, nutrição, mão-deobra, reprodução, sanidade, impostos e despesas diversas. 3) Levantamento da depreciação: é um cálculo de desembolso “virtual”, seria como uma poupança que o produtor deveria fazer ao longo dos anos para se efetuar a reposição do bem (estruturas, máquinas, etc.) sucateado. Muitos produtores não dão o devido valor à depreciação e só ‘‘acordam’’ para este custo quando têm que comprar trator novo, grade nova ou reformar um curral. · 4) Levantamento do custo total (CT): é a soma do custo operacional efetivo + depreciação + custos de administração e pró-labore do produtor+custo de oportunidade do capital empregado. É a forma correta de se analisar os custos de uma fazenda. · 5) Cálculo de eficiência
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GENÉTICA ANIMAL
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Que touro usar? Parte I: As avaliações genéticas
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A escolha de touro reprodutores é dos pontos que define o sucesso e/ou o fracasso da pecuária. Um touro bom é muito mais que apenas uma característica, mas sim um conjunto de dados e observações que nos permitem ter mais chances de sucesso ao escolher um touro. Afinal, é o homem quem realmente define se um touro é bom ou ruim, a partir de seus filhos e todos os seus dados que lhe qualifica como tal. Deste modo, não é e nem pode ser o computador ou um relatório numérico. Várias tecnologias continuam sendo criadas para auxiliar na seleção de rebanhos. No entanto, nada substitui o homem, com sua inteligência, sabedoria e olho afinado. É importante frisar que na hora de comprar um touro, é preciso ver e entender melhor o que é um bom animal. Deste modo, temos que sair dos escritórios, pisar na bosta do curral, pois touro não é industrial tal qual uma linha de produção, onde um é exatamente igual ao outro e pode-se comprar pelo catalogo e pelas especificações de um manual. O uso e aplicação das avaliações genéticas é uma realidade irreversível e são muito importantes como ferramentas de desenvolvimento da pecuária nacional. No entanto, é preciso cuidados para que a função reprodutiva e multiplicadora da genética produtiva não seja retirada de um touro de qualidade e passada para um boi que deveria ser destinado ao frigorifico, apenas e somente porque tem “uma boa avaliação”. Isso pode ser um grande atraso para a pecuária. Infelizmente, os princípios, bem como os dados e índices dos programas têm levado técnicos e RURAL
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João Bonifácio Correa Gonçalves Zootecnista jbonifacio2@yahoo.com.br
criadores a um fundamentalismo perigoso, pois estes passam a acreditar numa verdade absoluta e indiscutível oriunda dos números, sem observar os próprios animais. Deste modo, touros TOP 0,1% são comprados apenas pela avaliação e esperasse que estes resolvam todos os problemas produtivos e reprodutivos dos rebanhos, bem como sejam a solução para o melhoramento de plantéis. DEP - Diferença Esperada na Progênie É chamada de diferença por que é determinada a partir de comparações entre os filhos dos diversos touros, entre as matrizes e entre os animais jovens. E como o nome já indica, a diferença é esperada, ou seja, uma expectativa, uma esperança, um levantamento estatístico com direito ao erro e não uma verdade absoluta. A maior prova deste constante ‘‘erro’’ são as diferenças entre sumário, onde sumários e geneticistas não se entendem na forma de avaliação dos animais como mostra a tabela a seguir: Touro Batoque Big Bem Santa Nice Bitelo DS Cancum Edhank Fagu Mônaco Ausat Mug Estreito
ABCZ / Embrapa 6% 2% 4% 1% 9% 0,5% 2% 19% 20% 7%
USP/ANCP 50% 10% 15% 15% 90% 10% 50% 60% 60% 50%
Embrapa Geneplus 2% 1% 4% 9% 9% 6% 5% 13% 4%
Deste modo, nunca se deve comprar touros apenas pela avaliação genética sem conferir se o animal tem qualidade, ou seja, se seus olhos lhe aprovam. Devese muito menos comprar touros que não tenham tipo de touro apenas em função da sua avaliação positiva. As imagens abaixo são de animais bem avaliados geneticamente, mas que, claramente, não devem ser utilizados como touros.
avaliadas, e não apenas a “nota final”. Por exemplo, um touro TOP 4%, seria um animal a ser utlizado se não fosse sua avaliação TOP 82% para Habilidade Materna, o que indica que este animal jamais deve ser usado. O touro é ou está ?
Touros “bem avaliados” pelo PMRN/USP/ANCP a venda na internet
Infelizmente, muitos touros de central “bem avaliados” pelos diversos programas deveriam estar castrados e muitos touros “mal avaliados” deveriam ser formadores de rebanho. Deste modo, é preciso buscar informações verdadeiras dos touros e suas produções. Também é importante observar a ficha do animal onde aparecem todas as características
Todas as avaliações genéticas, dos animais jovens, dos touros e das matrizes, são feitas a partir das pesagens dos animais durante a sua vida de 0 a 18 ou 24 meses nas diversas fazendas do Brasil de acordo com o cronograma de cada programa. A cada relatório (mensal, semestral ou anual) cada animal pode ter uma avaliação diferente no próximo ano ou no próximo semestre. Deste modo, é comum que um touro avaliado em TOP 2% caia para TOP 15% de um ano para o outro, principalmente se seus filhos não forem o que o pai parecia ser. Também já vimos touros jovens que receberam avaliação TOP 1%, 15% e 34% em três anos consecutivos de avaliação. Este mesmo touro caiu para TOP 54% após ser utilizado como reprodutor.
Príncipes ou sapos Cuidado com avaliações apenas pela genealogia do animal, ou seja, o nome de seus pais. Infelizmente, em busca do animal “melhor avaliado” , tem-se inseminado vacas TOP 0,1% com sêmen de touros também TOP 0,1%, para que, como nos contos de
fadas, se produzam os príncipes e princesas. É como esperar que todos os supostos filhos do jogadores Pelé e Marta fossem ser o grande Neymar. Na realidade muitos destes animais serão apenas sapos ao invés de grandes príncipes. Felizmente, genética não é ciência exata, convivemos com o risco e
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CAROL RURAL
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o desastre da produção, principalmente quando vemos a comercialização de sapos com certificado de príncipes. Deste modo, cabe ao produtor rural ficar atento quais produtos esta comprando como touros. Como em vários outros exemplos na pecuária, aqueles que acreditaram fielmente em modismos acabaram frustados com os resultados e muitos destes já não estão entre nós. Não é raro ver produtores rurais reclamando, não mais comprando de lojas e industrias. Estes vão até o PROCON e a Justica reclamar de itens como conta de celular, faturas de cartão de crédito, pneus, computadores e outros itens de pequeno valor. Ainda sim, é raríssimo ver criadores que compraram touros inferiores e tiveram prejuízos fazer reclamações formais como as do Procon. Infelizmente muitos criadores nem conferem a produção dos touros que deveriam ser a base de formação para um rebanho produtivo. Vender touro afirmando ser a avaliação genética uma verdade absoluta é MÁ FÉ ou FALTA DE INFORMAÇÃO. Comprar touro
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imaginando ou esperando ser a avaliação genética uma verdade absoluta é INGENUIDADE e AMADORISMO. Não somos contra os índices genéticos. Nos últimos dez anos, e mais expressivamente nos últimos cinco anos, os trabalhos dos Programas de melhoramento genético passaram a ter muita força para determinar os rumos da pecuária brasileira. Ainda sim, cabe ressaltar que estes trabalhos não devem substituir o famoso ‘‘olho do dono’’. É de extrema importância que
os pecuaristas estejam preocupados em selecionar os seus rebanhos, tendo ou não condições de utilizar da ajuda das ferramentas e tecnologias modernas. O mais importante de tudo é fazer um gado bom: com raça, habilidade materna, carcaça com musculatura, aprumos corretos, fertilidade, saúde e longevidade. Ainda que mudem as pessoas, as idéias, as regras, os princípios e os programas, quem tem ou tiver gado bom, continuará tendo gado bom e seus produtos serão valorizados.
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Levantamento de área - essencial para controle químico de plantas daninhas em pastagens.
Nos últimos anos, os pecuaristas brasileiros experimentaram uma série de mudanças mercadológicas e de caráter ambiental chamadas, por alguns setores, de período de transição. Estas mudanças afetaram muito fortemente o setor pecuário. Entre as principais mudanças, pode-se destacar o grande crescimento das exportações de carne, a variação significativa nos custos de produção e também nos valores de comercialização da arroba, o crescimento das pressões mundiais contra o desmatamento e, atualmente, as discussões e votações sobre o novo Código Florestal Brasileiro. Somando-se as pressões nacionais e internacionais contra a abertura de novas áreas ao constante crescimento na demanda por alimentos (grãos e proteína animal), à necessidade de aumento na oferta de energia renovável (no caso brasileiro o etanol) e ainda às mudanças de patamar nos valores da carne no mercado nacional, tem-se como resultado uma maior concorrência pelo uso das terras agricultáveis e isto praticamente leva o pecuarista à necessidade de uso de
tecnologias que promovam a elevação dos níveis de produtividade da pecuária nacional - fortemente embasada na produção a pasto. O uso de tecnologias ligadas principalmente à nutrição, genética, reprodução e sanidade animal tem seus resultados diretamente dependentes da qualidade das pastagens. De 55% a 80% das pastagens cultivadas no Brasil apresentam algum nível de degradação. Sabe-se que quanto maior o nível de degradação das pastagens menos produtivas elas se tornam, o que dificulta o uso de processos de intensificação e a busca por uma pecuária mais produtiva. Dentre os diversos fatores que contribuem para a baixa produtividade das pastagens, um dos principais é a infestação por plantas daninhas de folhas largas. Estas plantas são normalmente mais adaptadas às condições de ambiente e provocam uma severa competição com as gramíneas forrageiras por espaço, luz, água e nutrientes, além provocar diversos outros danos ao processo produtivo. O controle das plantas daninhas
Evandro Macedo de Freitas Engenheiro Agronomo Agroquima evandro@agroquima.com.br
pode ser realizado por diferentes métodos, a saber: Controle cultural, arranquio com enxadão, uso do fogo, roçada manual, roçada mecânica e o controle químico, através do uso de herbicidas. A opção pelo uso do método químico no controle das plantas daninhas tem sido cada vez mais freqüente nos últimos anos, apresentando crescimento de área tratada ano após ano. O sucesso no uso deste método é muito dependente da parceria entre empresa comerciante, bem como dos fabricante dos herbicidas, com os consumidores finais. Existe um ponto crucial e fundamental para a tomada de decisão sobre o método de aplicação, produto, dose e até dos equipamentos que serão usados: o levantamento de área. Este nome é dado pelos especialistas que trabalham com controle de plantas daninhas e trata-se do conjunto de trabalhos realizados sempre in loco e que analisam todo o conjunto de fatores de cada pasto, necessários à correta decisão sobre o que, como e quando realizar a ou as pulverizações do ou dos herbicidas. Um REVISTA
ARTIGO TÉCNICO
RURAL
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O sucesso no uso de herbicidas depende da correta recomendação dos princípios ativos disponíveis. Nas fotos: antes e o depois.
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REVISTA
bom trabalho de levantamento de área pulverização foliar. Mesmo estas contempla as seguintes avaliações: apresentam sensibilidades diferentes aos vários princípios ativos do mercado. Aquelas espécies não Avaliação da planta forrageira controladas através de pulverização Profissionais bem treinados foliar poderão ser controladas através identificarão a espécie da planta de aplicações localizadas (aplicação no forrageira existente, seu “vigor” e toco, basal ou gema apical). Em alguns distribuição espacial na área sob casos, devido ao espectro de plantas avaliação e, juntamente com a daninhas presentes na área, é necessário adminis tração da propriedade, o uso de diferentes produtos e até de definiram se esta é a planta adequada e diferentes métodos de aplicação, o que desejada ou não e também as os profissionais do setor chamam tecnologias necessárias para reforma ou “Programa de controle”. Para outras situações é recuperação do pasto. É nesta fase que se opta por recuperar ou reformar uma necessário o uso de operações área de pastagem. A identificação de mecânicas ou manuais de roçada, para a uma planta forrageira apresentando adequação das condições das plantas “stand” baixo ou mal distribuído leva a daninhas à aplicação do ou dos herbicidas e isto é comumente chamado área a um processo de reforma. de “manejo de aplicação”. Dentro de uma mesma espécie Avaliação das plantas daninhas de planta daninha a fase de Para a correta recomendação do desenvolvimento pode determinar a ou dos herbicidas a serem usados no mudança nas recomendações de dose e, controle destas plantas é necessário o em alguns casos, de herbicida e até de conhecimento das espécies infestantes, método de aplicação. Plantas jovens e do percentual da área infestada, do ainda na fase vegetativa são mais percentual de participação das facilmente controladas que plantas principais plantas infestantes, da adultas ou na fase reprodutiva densidade da infestação, bem como da (florescendo), pois a mudança de fase fase de desenvolvimento das plantas daninhas. Nas áreas de pastagem do Brasil existe uma diversidade muito grande de plantas daninhas e elas apresentam diferentes sensibilidades aos diversos produtos comercializados no país, bem como ao sistema de aplicação dos herbicidas. A maioria das plantas daninhas classificadas como anuais e algumas classificadas como bi-anuais ou perenes podem ser controladas através de ANTES RURAL
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pode provocar mudanças na relação entre área foliar e radicular. Algumas espécies de plantas daninhas reduzem a área foliar à medida que ficam mais velhas e entram em reprodução, como é caso de algumas espécies do gênero sida, também conhecidas como vassouras ou guanxumas. Outro fator importante a ser avaliado é o histórico da área. Plantas que já sofreram algum tipo de intervenção humana, com arranquio com enxadão, roçada manual ou mecânica, determinam alguns cuidados adicionais na recomendação e uso dos herbicidas. Para as aplicações localizadas, como a aplicação no toco, é necessário que o corte para a pulverização da calda herbicida seja feito abaixo do ponto do ou dos cortes anteriores exigindo, em algumas situações, que o corte de aplicação seja realizado dentro do solo, como é o caso da planta conhecida como “Ciganinha” (Memora peregrina). A densidade da infestação (relação entre peso e volume de plantas invasoras) é um fator importante no momento de decisão sobre a quantidade de calda a ser aplicada, no caso de pulverizações foliares e até na desejável
DEPOIS
presença de vento (até 10 Km / hora) no os produtos aplicados atinjam as plantas momento das pulverizações. sensíveis, como fruteiras, soja, feijão, hortaliças entre outras. Regime pluviométrico Presença de cursos de água e matas O conhecimento da quantidade ciliares e do período de ocorrência de chuvas regulares é fundamental para A aplicação de qualquer tipo de determinação da época de realização herbicida em áreas de preservação das pulverizações foliares. Para o início permanente (app), como é o caso das dos trabalhos é necessária a ocorrência matas ciliares, é proibida por lei. Além de no mínimo 150 mm de chuva. O deste fato, deve-se evitar, sob todas as conhecimento do regime pluviométrico formas, que ocorra a contaminação dos é i m p o r t a n t e t a m b é m p a r a a mananciais de água. determinação do melhor momento para a realização dos trabalhos de controle Presença de tocos e galhadas das plantas daninhas em áreas sujeitas à inundação. A observação e a avaliação O controle, seja ele feito através destes pontos são importantes, pois, no de pulverizações foliares ou através de caso de pulverizações aéreas, aplicações localizadas, nunca deverá ser determinam a altura do vôo e, realizado com o solo saturado de água. conseqüentemente, dos cuidados durante os trabalhos de pulverização. Presença de culturas sensíveis No caso de pulverizações terrestres, a presença de tocos inviabiliza que elas Estas culturas são todas as possam ser realizadas com o uso de plantas cultivadas e que não se deseja pulverizadores tratorizados. Deste controlar. A presença destas plantas modo, apesar de parecer simples esta determina a tomada de cuidados análise não deve ser menosprezada adicionais e precauções para evitar que pelos responsáveis.
Topografia O relevo da área sob avaliação é determinante no modo de realização dos trabalhos de pulverização, limitando ou não ao uso apenas de pulverizadores costais, ou ainda limitando o uso de herbicidas, pois, dependendo do grau de inclinação das áreas, o uso do solo pode ser limitado de áreas de preservação. Como pôde ser observado, o uso do método químico exige conhecimento técnico e a presença de profissionais qualificados para que se possa ter um mínimo de sucesso no controle das plantas daninhas. Além dos cuidados e ações desenvolvidos antes de serem iniciados os trabalhos de controle existem outros tão ou até mais importantes a serem adotados durante a realização das pulverizações. Deste modo, os produtores rurais devem escolher como parceiros fabricantes e distribuidores que possuam larga experiência na recomendação e uso de herbicidas. Neste sentido, é interessante que o fazendeiro aprenda a buscar apoio de seus fornecedores, garantindo assim, mais sucesso nas suas ações.
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