joão canavilhas
Da Existencia de nós Ao encontro de ti
________________________________________________________________________________ Coleção Cadernos de Poesta - Edição do Autor
joĂŁo canavilhas
Da Existencia de Nos Ao Encontro de Ti
Š - 1985 autor
PREFÁCIO
Quando fosse
pensei veículo
objectivo da
em de
que
criação
editar
este
minha
sempre que
afirmação
existiu
brota
diálogo
cá
dentro para
poéico,
social. de
o
Procurei
mim,
fora;
não
a
fiz
sim
para
que
conjugar
um
comunicação
fazendo
assim
a
e
o
sémen
realidade
sentida:
o criar comunicando. São até
poemas hoje.
como
por
uma
certa
escrito
que
Não
vêm
existiu
magia
do
de
comigo
propriamenie olhar,
harmonia
todos
caminhando
entre
sequida.
ao si,
Na
uma
lê-los
a
selecção, se
parecendo verdade
de
apenas
ordenaram, (mesmo
as
alguns
ideias
a
anos
atráz
aconteceu
estabelecendo mim)
estilo
que
dentro
assim
os de
que tinha
nós,
e
tal como os sentimentos são ciclícos, daí talvez os sentidos se conjugarem. Tenho
apenas
entre
mim
muito
nos
igualdade entre
mim
e
um todos
outros, de
sentir e
objectivo, nós. é de
alguém
é
Procuro
como muitos (muita
estabelecer
um
o
comigo
quebrar de
a
nós.
gente),
diálogo poético é como um filho,
diálogo
que
acto
diferença, É
um está
próprio
comunicação, que
estabelecendo
acto aí
de
de
desse
encontro
a
alguma
amizade,
de
amor,
(deste)
lado.
Este
nascidoo de mim, fecundado cam o sémen
de todos nós, espelhando-se neste acto de criativo.,
Faço neste diálogo poético uma dedicação especial a todos a quem alguma vez ( e ainda hoje) disse que amava, e áqueles que me amam. São sobretudo eles que directa e indirectamente me têm dado força para fazer alguma coisa, inspirando-me na criação e na continuidade do trabalho.
Escrever
Escrever é ter além aqui o quente da aventura das águas tépidas lentas transbordando o leite que Eva no seio tinha e ser um outro olhar.
Existência
Existir que existencia? Ser não ser que ser? É tão ingreme a subida e abrupta a descida que ganhar? que perder? Se viver vale tanto a existencia deixo! Quero viver e ser!
Encontro
Existindo sinto que a noite espraia-se pelas frestas e a melancolia gruda-se-me Insegura é esta vontade vontade de estar e de não estar ir não ir. Até já os passos que ando parecem não ter fim. Tentar encontrar a existência de alguma coisa ou de n6s é moroso. M as e o encontro fica para amanhã? H oje já sinto a força refugiar-se noutras sementes noutras vontades de fazer existir alguma coisa ou ser.
Ausência
Que fazer que pensar que sentir que ser? Sem ti um outro lado de mim ausenta-se. As forças esvaiem-se brecha aberta abismo... E quando voltares? O mundo será um sorriso e eu?
Tempo em que te não vejo
Angustiante é o tempo em que te não vejo apenas sobreponho um lábio ao outro e ainda sinto o quente dos teus e doces ainda do teu mel adoçando-me a boca e a mente. Ainda meu corpo arde do teu que sob sobre mim poisou sou campo de margaridas e já nasce a semente esperança que o não mais fiques do outro lado de mim.
A partida
Rasgo a noite sem ti num outro lado sem mim num outro lado onde nĂŁo sei quando sempre! Hei-de lĂĄ chegar e partir como sempre (para) por ti.
Vieste como sempre teus olhos brilham soliddo de mim. Pareces não existir na minha ausencia e na minha despedida perdes-te ‌
Nesta madrugada
O fogo que arde em ti movimentos-formas que teu corpo transpira a boca reluz e conspira. Nos espinhos do cravo te tocas e sangue vertes dor de água sabor amargo feito doce me trouxe a ti nesta madugada apenas só me vejo em alucinações de ti.
Imagens
Imagens de ti Translúcido é o ser transparente o queria ser. Imagens do teu corpo tua mente de mim diafragmas de paixão teus olhos me encontram e me recolhem em ti na obturação do meu querer me transporto e me fixo num outro lado de mim e me imagino em ti. Imagens...
Outonalmente
Outonolmente minha é esta tarde fresca. Frescura da terra que as leivas deixam ver fumos odores que essa Mãe brota neste dia fecundo de sementes do nosso querer. Outonalmente te amo neste sabor mãe que a terra me insufla.
Café do Existir
Tira 0 cigarro risca 0 fosforo. - Lume por favor. (diz a rapariga do lado) - 0 «gajo» é que tinha razãoo ...
- Ora portanto vinte seie e quinhentos, trinta,quarenta, quarenta e cinco cinquenta ... - Café! Nesta sala nesta bebida me sento e refugio e procuro 0s
outros
longe de mim se traduzem e refletem. o dia a dia
perdido na angústia de existir.
Metamorfose
Metamorfose hoje já não és o que eras o que querias ser Transformação hoje já és outro que não és Negação hojejá não és o que és és outro que sempre foste.
ComĂŠdia da Vida
TrĂĄgica comĂŠdia esta que nesta vida representas sentada na mesa do bar prestes a fechar luzes sumidas Em tua frente a parede o muro que mora em ti. Nesta noite neste bar livro em frente olhando as palavras tentas um encontro que se enrola e vagueando se perde.
Ainda aí
o luar enegreceu e tu ainda aí... Medo!
Sem medo detrás da barreira
um ente que a vida pinta e que ainda renasce esborrata agora
nas telas na vida
outras cores outro sentir!
E tu ainda aí...
Esperando
Pedras limos lixo prantos uívos dor lágrimas torrentes fortes quebram as muralhas noites frias luz enferma e tu ainda aí n'um canto à espera à espera... Para onde ir?
Detrás da noite a manhã arriba e tu deitada sem hoje amanhã ontem sem mundo sem nada fazer e pensar na morte que não tarda.
Ao longo deste rio
Raíz traída cansa atrás da cauda nenhum Homem fica nenhum. lobo uiva. Ja ontem. plantei foices hoje colho trigo Nao não cortei o vento seiva do prado deste rio que transborda e forma uma constante mudanca.
Naquele Rio
Naquele rio jรก nada me espanta. 0 sol salta de margem em margem: coma quem grita, com quem sente, como quem cria.
- Eu queria o vento,,o sol, a lua a รกgua ... (Dizia a crianรงa). Aqora apenas chama pela mรฃe, que partiu numa tarde seca; Sol de inferno: a sede a levou,
Naquele rio jรก nada me espanta, apenas no seu leito me deito e descanso, como quem cheqa de um longo sonho de pesadelos, como quem chega da rcalulade deste mundo.
África
Os rios que não correm as aves que não voam os cães que não ladram as crianças que não riem. Terra dura que está seca pingos de água nos teus olhos que a sede te fez verter, teu filho partiu mâe, sede de ti no teu sei estéril mas nessa terra cinzenta de teu olhar longe virão dias noites em que um horizonte de luz iluminará essa terra de amanhã mâe.
A última vez que se viu água foi de tua boca que logo se secou era desejo de comer que a morte diluíu e tragou.
Ver na briza que corre ao longe me trás e leva. Fico até quando? Não fujo de nada de ninguém nem de mim. No encontro me situo na descoberta me percorro Estar oontigo e tranpor o transcendental e ser de um sonho a realidade.
Vontade
Nada que o sangue não quis irá sobreviver. A vontade a tua imperial vontade a tua sublime esperança vencerão as torrentes de pó areia e ódio que paira em vossos rios e sobre vós.
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