TCC arqurbuvv INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS Privacidade, Identidade e Conforto

Page 1

UNIVERSIDADE VILA VELHA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

JOSÉLIA BARROS DE MEDEIROS VAZZOLLÉR

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS Privacidade, Identidade e Conforto.


VILA VELHA 2015 UNIVERSIDADE VILA VELHA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS Privacidade, Identidade e Conforto

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Vila Velha. Me. Aline Pignaton Antônio.


VILA VELHA 2015 JOSÉLIA BARROS DE MEDEIROS

INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANECIA PARA IDOSOS Privacidade, Identidade e Conforto.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Vila Velha.

Aprovado dia________/________/________

Mesc. Aline Pignaton Antônio - Orientadora

Mesc. Larissa Leticia Andara Ramos - Coorientadora

Examinadora externa convidada Bruna selvátici ghidetti


RESUMO A pesquisa trata das Instituições de Longa Permanência para Idosos (IPLI), também conhecidas como casas de repouso, sob o prisma da arquitetura, analisando suas características, a situação dos idosos no Brasil, as relações dos idosos com o ambiente, a família e a sociedade, com o objetivo de propor um projeto de uma ILPI no município de Vila Velha – ES, que tenha como diferencial a interação com entorno, a adequada setorização dos ambientes, favorecendo as relações interpessoais positivas, aumentando a qualidade de uso dos ambientes e consequentemente a qualidade de vida dos usuários.

Esses locais tendem a ganhar cada vez mais relevância à medida que os índices populacionais de idosos no Brasil evoluem. Sendo assim, se faz necessário observar se as ILPI’s oferecem condições ideais para atendimento, do ponto de vista arquitetônico, ou se fazem meras adaptações, somente buscando atender as normativas legais básicas para funcionamento.

É uma pesquisa de caráter exploratório, tanto bibliográfico, através de livros, artigos e monografias relacionadas ao tema, como através de pesquisa de campo e estudos de casos.

Serão abordados os aspectos principais dessas Instituições, suas características, as normas legais, a situação dos idosos no Brasil, a sua relação com o ambiente, a família e a sociedade e a influência da arquitetura nas ILPI’s. Além disso, visa demonstrar que esses locais deveriam dar maior importância aos aspectos subjetivos,


tais como autonomia e privacidade, por serem de fundamental importância no bem estar e na saúde dos idosos.


Dedico Ă minha filha Luiza Medeiros Vazzoller.


“Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o senhor é reto. Ele é minha rocha e nele não há injustiça.” Salmo 92:14-15

AGRADECIMENTOS Quero agradecer em primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem durante toda esta longa caminhada. Ao meu esposo por sua compreensão e ajuda. À minha filha que mesmo tão nova soube compreender minha ausência. À minha família, por acreditar em mіm. Аоs meus amigos, pelas alegrias, tristezas е dores compartilhadas nas pausas entre um parágrafo е outro de produção. A minha orientadora Aline Pignaton Antônio e coorientadora Larissa Leticia Andara Ramos pelo apoio e tempo dedicados.


LISTA DE SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária ILPI – Instituição de Longa Permanência para Idosos IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada NBR – Norma Brasileira RDC – Resolução Diretoria Colegiada SED – Síndrome do Edifício Doente


LISTA DE TABELA Tabela1- Ă?ndice de desenvolvimento humano municipal e seus componentes Vila Velha - ES .............................................................................................. 18 Tabela 2 - Grau de dependĂŞncia.................................................................... 26 Tabela 3 - Programa de Necessidades.......................................................... 77


LISTA DE GRÁFICO Gráfico: 1 Pirâmide etária - Vila Velha 1991 – 2010....................................

33


LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Qualidade arquitetônica - diagrama esquemático ..................................... 32 Figura 2 - Circulação em dormitório .......................................................................... 35 Figura 3 - Circulação de pessoas em pé. .................................................................. 36 Figura 4 - Circulação em linha reta - cadeira de rodas.............................................. 36 Figura 5 - Manobra sem deslocamento ..................................................................... 37 Figura 6 - Manobra com deslocamento ..................................................................... 37 Figura 7 - Sanitário e box .......................................................................................... 38 Figura 8 - Localização ............................................................................................... 43 Figura 9 - Jardim externo ............................................. Erro! Indicador não definido. Figura 10 - Horta no jardim........................................... Erro! Indicador não definido. Figura 11 - Sala de estar próximo ao quarto ............................................................. 45 Figura 12 - Sala de estar próximo ao quarto ............................................................. 45 Figura 13 - Ambiente de lazer ................................................................................... 46 Figura 14 - Ambiente de lazer ................................................................................... 46 Figura 15 - Localização ............................................................................................. 47 Figura 16 - Fachadas ................................................................................................ 47 Figura 17 - Sala de Televisão.................................................................................... 48 Figura 18 - Sala de jantar .......................................................................................... 48 Figura 19 - Quarto ..................................................................................................... 48 Figura 20 - Sala de jantar .......................................................................................... 49 Figura 21 - Área de lazer ........................................................................................... 50 Figura 22 - Implantação Prince George Retirement Residence ................................ 50 Figura 23 - Fachada Prince George Retirement Residence ...................................... 51 Figura 24 - Espaço externo Prince George Retirement Residence ........................... 51 Figura 25 - Planta do térreo andar do Prince George Retirement Residence ........... 51 Figura 26 - Planta do segundo andar do Prince George Retirement Residence ....... 51 Figura 27 - Planta do terceiro andar do Prince .......................................................... 52 Figura 28 - Suíte do terceiro andar do Prince............................................................ 52 Figura 29 - suíte do primeiro andar do Prince George Retirement Residence .......... 52 Figura 30 - Trabalhando com plantas........................................................................ 53 Figura 31 - Fazendo artesanato ................................................................................ 53 Figura 32 - Espaço para exposição ........................................................................... 53


Figura 33 - Espaço para música................................................................................ 53 Figura 34 - Localização ............................................................................................. 54 Figura 35 - Hiléa Centro de Vivência e Desenvolvimento para Idosos ...................... 55 Figura 36 - Piscina do Hiléa ...................................................................................... 55 Figura 37 - Planta pavimento tipo.............................................................................. 56 Figura 38 - Quarto hospitalar..................................................................................... 56 Figura 39 - Suíte do Hiléa.......................................................................................... 56 Figura 40 - Planta do Térreo do Hiléa ....................................................................... 57 Figura 41 - Planta primeiro pavimento do Hiléa ........................................................ 58 Figura 42 - Sala de fisioterapia.................................................................................. 59 Figura 43 - Fachada lateral ....................................................................................... 59 Figura 44 - fachada frontal ........................................................................................ 60 Figura 45 - Livraria .................................................................................................... 60 Figura 46 - Salão\barbearia ....................................................................................... 60 Figura 47 - Cinema.................................................................................................... 60 Figura 48 - Restaurante do Hiléa .............................................................................. 61 Figura 49 - Espirito Santo .......................................................................................... 64 Figura 50 - Vila Velha - ES ........................................................................................ 64 Figura 51 - Vista aérea do terreno............................................................................. 65 Figura 52 - Figura rica de análise do terreno ............................................................ 65 Figura 53 - Parâmetros urbanísticos ......................................................................... 66 Figura 54 - Programa de necessidades. RDC/Projeto .............................................. 68 Figura 55 - Fluxograma I ........................................................................................... 69 Figura 56 - Composição volumétrica ......................................................................... 71 Figura 57 - Setorização térreo ................................................................................... 72 Figura 58 - Setorização 1° Pavimento ....................................................................... 74 Figura 59 - Setorização 2 ° ao 7º pavimento ............................................................. 76 Figura 60 - 50 - Setorização 8 ° pavimento ............................................................... 78 Figura 61 - Setorização 9 ° pavimento ...................................................................... 80 Figura 62 - Hall de entrada da Instituição .................................................................. 82 Figura 63 - Circulação ............................................................................................... 82 Figura 64 - Implantação ............................................................................................ 85 Figura 65 - Volumetria ............................................................................................... 86 Figura 66 - Fachada leste e norte ............................................................................. 86 Figura 67 - fachada Leste e Sul ................................................................................ 87 Figura 68 - Acessos pedestre - veículos e embarque e desembarque ..................... 88 Figura 69 - Acessos pedestre e embarque e desembarque ...................................... 88 Figura 70 - Espaço contemplação ............................................................................. 89 Figura 71 - Área com lojas ........................................................................................ 89 Figura 72 - Horta ....................................................................................................... 90 Figura 73 - Paisagismo - ........................................................................................... 90 Figura 74 - Perspectiva hall de entrada ..................................................................... 91 Figura 75 - Lobby ...................................................................................................... 92 Figura 76 - Consultórios ............................................................................................ 92


Figura 77 - Restaurante ............................................................................................ 93 Figura 78 - Café ........................................................................................................ 93 Figura 79 - Espaço kids ............................................................................................. 94 Figura 80 - Suíte 1..................................................................................................... 95 Figura 81 - Suíte 2..................................................................................................... 95 Figura 82 - Terraço jardim ......................................................................................... 96 Figura 83 - Terraço jardim ......................................................................................... 96 Figura 84 - Terraço jardim ......................................................................................... 97

SUMÁRIO CAPITULO 1 ......................................................................................................................................... 14 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 15 1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................... 17 1.2 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................................... 22 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ....................................................................................................... 22 1.4 METODOLOGIA .......................................................................................................................... 22 1.5 ESTRUTURA ............................................................................................................................... 23 CAPITULO 2 ......................................................................................................................................... 15 1. ILPI E SUAS CARACTERISTICAS. ................................................................................................ 26 2.1 A SITUAÇÃO DO IDOSO NO BRASIL ........................................................................................ 29 2.2 QUALIDADE ARQUITETÔNICA NAS ILPI’S ................................................................................. 31 2.4 LEGISLAÇÃO E NORMAS DE AMPARO AO IDOSO .................................................................. 39 CAITULO 3............................................................................................................................................ 42 3.2 ESTUDOS DE CASO....................................................................................................................... 50 CAPITULO 4 ......................................................................................................................................... 56 4. A PROPOSTA DE PROJETO ......................................................................................................... 63 4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO ................................................................................... 63 4.2 DIAGNOSTICO DO TERRENO ................................................................................................... 64 4.3 REQUISITOS MUNICIPAIS......................................................................................................... 66 4.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................................................. 67 4.6 DIRETRIZES PROJETUAIS ........................................................................................................ 70 4.7 PARTIDO ARQUITETÔNICO ...................................................................................................... 71 4.8 COMPOSIÇÃO VOLUMÉTRICA ................................................................................................. 71 4.9 SETORIZAÇÃO ........................................................................................................................... 72 4.10 CIRCULAÇÃO ........................................................................................................................... 82 CAPITULO 5 ......................................................................................................................................... 78 5.0 O PROJETO.................................................................................................................................... 85 5.2 VOLUMETRIA ............................................................................................................................. 85 5.3 FACHADAS ................................................................................................................................. 86 5.4 ACESSOS ................................................................................................................................... 87 5.5 ESPAÇOS EXTERNOS ............................................................................................................... 89 5.6 TÉRREO ...................................................................................................................................... 91 5.7 PRIMEIRO PAVIMENTO ............................................................................................................. 94


5.8 SEGUNDO A SÉTIMO PAVIMENTOS (SUÍTES) ........................................................................ 94 5.9 OITAVO PAVIMENTO ................................................................................................................. 95 5.10 LAZER ....................................................................................................................................... 96 5.11 COBERTURA E AREA TECNICA ............................................................................................. 97 5.12 CORTES .................................................................................................................................... 97 CAPITULO 6 ....................................................................................................................................... 100 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 101 7. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 103 7.1 TABELAS:.................................................................................................................................. 103 7.2. GRÁFICOS: .............................................................................................................................. 104 7.3. FIGURAS: ................................................................................................................................. 105 7.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................................................... 111


CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO


15

INTRODUÇÃO Pensando no crescente envelhecimento da população no Brasil, uma realidade evidenciada nos dias atuais através das amplas pesquisas divulgadas pelas instituições especializadas, como IBGE, Censo e IPEA, conforme veremos no decorrer desse estudo, surge a preocupação sobre as condições das Instituições que abrigam os idosos.

No Brasil, o envelhecimento da população surge dentro de um contexto de mudanças na formação das famílias, que têm cada vez menos filhos. De acordo com estatísticas do IBGE, as taxas de natalidade estão diminuindo e a mortalidade reduzindo, o que ocorre, principalmente, pelo avanço da medicina e melhorias no saneamento básico, aumentando a expectativa de vida e fazendo com que a população de idosos aumente gradativamente. Nas visitas a algumas ILPI’s nos deparamos com os mais diversos casos, desde famílias que amparam seus idosos até aquelas famílias que os abandonam aos cuidados das Instituições, uma realidade muito comum.

Na pesquisa de campo, foi possível perceber que as Instituições não foram projetadas e pensadas desde o início para tais funcionalidades, mas sim adaptadas para atender às normativas mínimas de funcionamento, sem proporcionar qualidade, privacidade, identidade e conforto aos usuários, o que é possível a partir de um projeto arquitetônico adequado e personalizado para esse fim. Os lugares onde “gostamos” de viver são caracterizados por altas noções de dignidade, individualidade, independência, privacidade e familiaridade, pois os jovens têm vigor para modificar sua casa, enquanto os mais velhos querem permanecer com suas lembranças, sem grandes mudanças. Os mais velhos precisam de lugares que evoquem sua memória e que lhes permitam saber quem são, o que lhes mantém a vitalidade (SCHWARZ; BRENT, 1999). Para a ANVISA, ILPI’s são instituições governamentais ou não-governamentais, de caráter residencial, destinadas a domicilio coletivo de pessoas com idade igual ou


16

superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Enquanto as clínicas, residências geriátricas e as casas de repouso são definidas como instituições governamentais ou não governamentais, para pacientes em regime de internato e com mais de 60 anos, sob responsabilidade médica, destinada à prestação de serviços médicos, de enfermagem e demais serviços de apoio terapêutico. Estão destinadas à idosos dependentes e independentes que necessitem de ajuda e cuidados especializados, com acompanhamento e controle adequado de profissionais da área da saúde. Portanto, as ILPI’s diferenciam-se pelo caráter residencial, seus usuários não necessariamente precisam de cuidados médicos e especializados. Logo, para atingir seus objetivos, as ILPI’s precisam de uma arquitetura que, além de adequar-se às normas técnicas de funcionamento, também projete ambientes que proporcione tudo o que envolve um ambiente residencial, como conforto, autonomia, privacidade, lazer, convívio social e dignidade.

Projetar uma edificação é um processo complexo de resolução de problemas, e para tal é necessário conhecer todos os detalhes. Assim, torna-se fundamental conhecer as necessidades e anseios dos usuários, além dos requisitos técnicos, funcionais, estéticos e culturais. Ao se elaborar um projeto de arquitetura, procura-se organizar por meio de ambientes as ações que serão desenvolvidas, o que envolve tanto áreas fechadas, cobertas, como aquelas abertas e descobertas. Enfim, pensa-se no ambiente como um todo, um conjunto harmônico. (BIANCHI, 2013). A ambiência da residência coletiva para idosos refere-se ao tratamento dado ao ambiente físico, entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais, que precisa proporcionar acolhimento, ser humanizado e atuar, assim, como catalisador da inter-relação pessoa-ambiente (BIANCHI,

2013. p. 31). Portanto, tendo em vista as estatísticas sociais que apontam o aumento da população idosa e a difícil relação entre idosos e família, a importância das ILPI’s mostra-se crescente e a arquitetura tem um papel importante, que influencia diretamente na qualidade de vida dos usuários. O ideal é que estas Instituições não fiquem simplesmente restritas aos itens básicos exigidos pela legislação, mas que ajudem o idoso a compensar a grande mudança em sua vida, ao morar em um local coletivo. A


17

habitação é um item muito importante, que pode influenciar diretamente no bem estar e na saúde. É necessário que o idoso identifique-se com o local. Sendo assim, tornar o local adequado a todos que moram ali é uma tarefa que requer esforços e a arquitetura tem muito a contribuir para isso, principalmente na adequada setorização dos ambientes, na escolha de materiais e na interação com o entorno.

Pretende-se, ao final dessa pesquisa, projetar uma ILPI que ampare todas as necessidades dos idosos, desde a adequação às normativas existentes até a elaboração de uma arquitetura funcional para os usuários.

1.1 JUSTIFICATIVA Conforme demonstram pesquisas do Censo, IPEA e IBGE, a população brasileira está em processo de envelhecimento, com o aumento acentuado da expectativa de vida e da renda média. Consequentemente, a procura por Instituições especializadas em cuidar de idosos tende a ter um crescimento.

De acordo com dados do IBGE, definidos no Censo 2010, o Brasil possui uma população total de mais de 190 milhões de habitantes. Este estudo também registrou que está ocorrendo um processo de envelhecimento da população, diminuindo os grupos etários na faixa até os 25 anos e aumentando a participação dos demais grupos na formação da população, destacando-se nesse processo a população idosa, que está na faixa etária acima dos 65 anos, tendo um aumento de 4,8% em 1991 para 7,4% em 2010. (IBGE.2010). A região Sudeste, junto com a região Sul são as regiões brasileiras com maior percentual de população idosa, cerca de 8,1% (ATLAS BRASIL, 2013). Analisando os dados do município de Vila Velha - ES, que ocupa a 40ª posição no ranking de IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano) entre os 5.565 municípios brasileiros, disponibilizados do IPEA, verificam-se alguns dados que corroboram na demonstração desse processo de envelhecimento, principalmente a expectativa de vida, que aumentou de 66 anos em 1991 para 76 anos em 2010. (ATLAS BRASIL, 2013. B), conforme quadro abaixo:


18

Tabela 1: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes - Vila Velha – ES IDHM e componentes

1991

2000

2010

IDHM Longevidade

0,689

0,784

0,864

66,33

72,02

76,84

Esperança de vida ao nascer (em anos)

Fonte: Atlas Brasil - IPEA

Vila Velha é o mais antigo município do estado do Espírito Santo, Brasil. Foi fundada em 23 de Maio de 1535 com o nome de Vila do Espírito Santo pelo português Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, e foi sede da capitania até 1549, quando esta foi transferida para Vitória e o município passou a ter o nome atual. (TELELISTA, 2015).

O projeto arquitetônico da ILPI será pensado para o município de Vila Velha - ES, devido ao provável aumento da procura por esse tipo de Instituição, em função da evolução de sua população idosa, conforme demonstram os gráficos abaixo: Gráfico 1- - Pirâmide etária – Vila Velha 1991 - 2010


19

Fonte: Atlas Brasil

Verifica-se nos gráficos acima que a estrutura etária da população de Vila Velha - ES acompanhou o processo de envelhecimento que ocorre no Brasil. Em 1991 o topo da pirâmide é bem fino e vem ganhando volume até 2010, ou seja, a população idosa vem crescendo cada vez mais, alterando a pirâmide etária da população. Logo, para atender essa demanda, as ILPI’s precisam estar preparadas para receber essa classe de idosos que muito já contribuiu para a sociedade e, foi pensando nisso, que o projeto arquitetônico de um lar estruturado para os idosos surgiu.

A adequada utilização de estudos e métodos da arquitetura são de fundamental importância para contribuir nesse processo, para melhorar a qualidade de vida dos usuários e de seus familiares, nos aspectos físicos e emocionais. A partir da ausência de uma estrutura com qualidade espacial, notou-se a importância de um ambiente planejado a receber pessoas que merecem cuidado especial, por estarem em um momento de desfrute e prazer da longevidade.

Mesmo diante desse cenário, esse ainda é um tema pouco explorado no campo da arquitetura, tanto em nível acadêmico quanto no aspecto mercadológico, em que os estudos e debates acerca de projetos voltados para a melhoria de vida dos idosos são escassos. Há várias pesquisas sobre as doenças dos idosos, motivos que os levam às ILPI’s ou casas de repouso, a visão da sociedade sobre asilos e casas para idosos, e a vasta lista de prioridades que os idosos têm devido ao estatuto do idoso. Mas o que se propõe neste projeto é trabalhar com a arquitetura adequada à atender os usuários


20

das ILPI’s, através de um meio de melhorar suas vidas nestes locais de acolhimento, com um projeto arquitetônico que possibilite autonomia, privacidade e interação entre os usuários do ambiente em questão. Um projeto arquitetônico que sirva para fazer da Instituição um local harmonioso, ou pelo menos a visão que se tem de um lugar acolhedor, estruturado, arejado, confortável e acessível, que transmita a sensação de autonomia, de interação e privacidade.

A RDC 283 - Resolução do Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que visa qualificar a prestação de serviços públicos e privados das Instituições de Longa Permanência para Idosos, apresenta três tipos de forma normativa para funcionamento: 

Grau de dependência I – Um cuidador para cada vinte idosos, ou fração carga horária de oito horas por dia.

Grau de dependência II – Um cuidador para cada dez idosos, ou fração por turno.

Grau de dependência III – Um cuidador para cada seis idosos, ou fração por turno.

Pretende-se um projeto que atenda simultaneamente os três tipos de grau de dependência, no intuito de mostrar que é possível uma convivência assistida, sem que um idoso afete negativamente o outro idoso institucionalizado, tanto em aspectos físicos como mentais. Para isso, se faz necessário separar os ambientes em alas (setores, áreas ou espaços), de forma que o idoso ativo e saudável ajude, participe e conviva de forma positiva com aquele idoso mais debilitado ou com baixa independência, sendo assim mais prazeroso para ambos. Geralmente os asilos são casas inapropriadas e inadequadas às necessidades dos idosos. Não cumprem a oferta mínima de assistência social e cuidados básicos de higiene e alimentação. E como o atendimento prioritário é o da saúde, o atendimento psicossocial fica relegado ao segundo plano. Essas instituições dificultam as relações interpessoais nos contextos comunitários, indispensáveis à construção de sua cidadania. Constituem, também, a modalidade mais antiga e universal de atendimento ao idoso, fora do seu convívio familiar, tendo como inconveniente favorecer seu isolamento, sua inatividade física e mental, produzindo, dessa forma, consequências negativas à sua qualidade de vida. (Davim et al., 2004).


21

O convívio social é muito importante para a saúde do idoso, então os ambientes desta casa de permanência precisam dar suporte para que os idosos independentes se relacionem, se comuniquem e se divirtam com momentos de lazer. O idoso que não perdeu suas funções cognitivas não pode ficar em constante convivência com aquele idoso em estado vegetativo. Eles podem conviver no mesmo local, mas, não no mesmo ambiente, pois essa convivência pode abalar psicologicamente o idoso que ali está e visualiza essa realidade. (NETTO, 1996) As tensões psicológicas e sociais podem apressar as deteriorações associadas ao processo de envelheci- mento. Percebe-se no indivíduo que envelhece uma interação maior entre os estados psicológicos e sociais refletidos na sua adaptação as mudanças. A habilidade pessoal de se envolver, de encontrar significado para viver, provavelmente influencia as transformações biológicas e de saúde que ocorrem no tempo da velhice. Assim, o envelhecimento é decisivamente afetado pelo estado de espírito, muito embora dele não dependa para se processar. (LEITE, 1995 apud MENDES E GUSMÃO, 2005. p. 424).

A convivência em grupo é essencial para o idoso, mas para isso ele precisa estar em contato com o idoso na mesma condição que ele, para que esse relacionamento interpessoal seja positivo e não negativo. Conforme afirma Negrine (2000), “na terceira idade é imprescindível o estabelecimento de vínculos grupais, já que na medida em que a idade avança necessitamos cada vez mais vivenciar atitudes compartilhadas” A terceira idade ou período da aposentadoria pode ser caracterizado como a grande fase da possibilidade de lazer, de realização pessoal e investimento em si próprio. (NETTO.1996. p. 102).

O uso do tempo na terceira idade é através do lazer e o ambiente precisa proporcionar este tipo de entretenimento. Ao se relacionar com outros idosos, a saúde física e mental é preservada, e cabe ao idoso decidir o momento de recreação de forma voluntária, conforme Netto. Além da formação pratica e técnica oferece novas possibilidades de integração voluntária a vida de agrupamentos recreativos, culturais e sociais, cria novas formas de aprendizagem voluntária a serem praticadas durante toda a vida e contribuem para o surgimento de condutas inovadoras e criadoras. (1996.p.102).

É através da perspectiva de que o ambiente proporciona um convívio e o prazer da permanência nessas casas de apoio aos idosos que o projeto se faz necessário, tendo


22

como diferencial uma arquitetura que promova interação com o entorno e principalmente preocupando-se com que os ambientes sejam projetados de forma a proporcionar relações interpessoais positivas, minimizando situações desconfortáveis e inadequadas para os usuários.

1.2 OBJETIVO GERAL Elaborar um projeto em nível preliminar de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, através de uma arquitetura que priorize a convivência, interação e setorização adequada de ambientes, proporcionando bem estar, conforto, autonomia e privacidade para os usuários. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Conhecer e analisar o funcionamento das ILPI’s.

Analisar quais as mudanças e alternativas viáveis e adequadas para melhor atender às necessidades e expectativas dos usuários que utilizam esse tipo de moradia e, através do estudo, redirecionar a impressão que as pessoas possuem das instituições de longa permanência, abordando aspectos da arquitetura que possam trazer melhorias relevantes na utilização dos espaços e na qualidade de vida.

Apresentar um projeto arquitetônico com finalidade de propor ambientes adequadamente setorizados, que favoreçam a convivência entre os idosos, sociedade, dentro de uma área urbana consolidada, pois desta forma possibilita ao idoso sua autonomia, sem perder referências com a família e contexto onde vive, de modo a não ficar enclausurado, sem função na sociedade.

1.4 METODOLOGIA Para elaboração deste trabalho foi necessário um amplo estudo nos requisitos e normas necessárias para funcionamento de uma Instituição de Longa Permanecia para Idosos, através de referências bibliografias, pesquisas de normas legais e visitas


23

a algumas Instituições de Vila Velha - ES, visando conhecer o funcionamento e levantar as características desse tipo de Instituição.

Também ajudaram a compor o trabalho e contextualizar a temática a leitura de livros, artigos, monografias e sites relacionados ao tema, além de pesquisas do IBGE, Censo e IPEA, que auxiliaram no entendimento da importância das ILPI’s na atual conjuntura da sociedade brasileira e em como a arquitetura pode contribuir para esses ambientes.

Através dos estudos de casos foi possível obter embasamento e análises concretas, a partir da observação de diversos pontos negativos e positivos, auxiliando na elaboração de um projeto adequado e funcional para uma ILPI, principalmente no que diz respeito a setorização dos ambientes, quando a arquitetura pode contribuir para proporcionar relações interpessoais positivas.

1.5 ESTRUTURA O primeiro capítulo apresenta a parte introdutória, com objetivos, justificativas e metodologia. Busca-se entender a importância do tema, analisando e demonstrando o constante aumento da população idosa no Brasil e em Vila Velha - ES, fato este que tende a crescer a cada ano, principalmente com as mudanças nos perfis familiares e com o aumento da expectativa de vida. O segundo capítulo analisa as ILPI’s, suas características, como surgiu, para que serve e como funciona. Aborda-se a situação dos idosos no Brasil, as qualidades arquitetônicas nas ILPI’s, além de tratar das legislações e normas que amparam o idoso e as Instituições de Longa Permanência.

O terceiro capítulo aborda as pesquisas de campo realizadas em Instituições no município de Vila Velha – ES e os estudos de caso, onde foram analisadas duas instituições que servem de referência e parâmetro para enriquecer o projeto, uma em Londres e uma em São Paulo. Nessas instituições, observamos praticamente todos os elementos da arquitetura que ajudam a proporcionar uma melhor qualidade de vida dos idosos nesses ambientes.


24

Já o quarto capítulo trata das diretrizes do projeto, tais como analise do terreno, do bairro, da topografia, demonstrando as principais características do local escolhido, que fica localizado no bairro Itapoã, Vila Velha – ES. Também detalha-se o programa de necessidades, especificando os ambientes da edificação.

O quinto capitulo detalha e apresenta o projeto, abordando os ambientes, materiais utilizados, composição volumétrica e outras características, permitindo ao leitor visualizar a implantação da ILPI.


CAPÍTULO 2 ILPI E SUAS CARACTERISTICAS.


26

1. ILPI E SUAS CARACTERISTICAS. No Brasil, as notícias e matérias veiculadas na mídia sobre ILPI’s ou casas de repouso para idosos geralmente são negativas, tristes, onde idosos são mal tratados e mal assistidos, mas, isso não acontece em todos os casos, e as instalações de casas para idosos não são recentes. O surgimento de instituições para idosos não é recente. O cristianismo foi pioneiro no amparo aos velhos: "Há registro de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em um hospital para velhos" (ALCANTARA, 2004.p.144).

Conforme Revista da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia Define-se asilo (do grego ásylos, pelo latim asylu) como casa de assistência social onde são recolhidas, para sustento ou também para educação, pessoas pobres e desamparadas, como mendigos, crianças abandonadas, órfãos e velhos. Considera-se ainda asilo o lugar onde ficam isentos da execução das leis, os que a ele se recolhem. Relaciona-se assim, a ideia de guarita, abrigo, proteção ao local denominado de asilo, independentemente do seu caráter social, político ou de cuidados com dependências físicas e/ou mentais. Devido ao caráter genérico dessa definição outros termos surgiram para denominar locais de assistência a idosos como, por exemplo, abrigo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancionato. Procurando-se padronizar a nomenclatura, tem sido proposta a denominação de instituições de longa permanência para idosos (ILPI), definindo-as como estabelecimentos para atendimento integral a idosos, dependentes ou não, sem condições familiares ou domiciliares para a sua permanência na comunidade de origem. (SBGG, 2003. p.39).

As famílias dos dias atuais, cheias de afazeres e atividades complementares, muitas vezes possuem dificuldades para cuidar adequadamente de um idoso em casa, o que em alguns casos leva a procurarem lares que oferecem essas atividades de cuidado, ajuda e instrução ao idoso. Também é comum o próprio idoso, quando se sente um “fardo” para sua família, procurar essas Instituições.

Não se pode deixar de lembrar que essas Instituições particulares de amparo ao idoso geralmente tem um custo alto. Quando o próprio idoso não pode arcar com tais custos, necessita do auxílio financeiro dos familiares. Existem também algumas casas custeadas pelo governo, sem nenhum custo ao usuário, mas em regra a procura é maior, e nem sempre as condições são as melhores.


27

As Instituições para idosos de caráter filantrópico são geralmente mantidas por associações religiosas (católicas, espíritas, evangélicas), por associações de imigrantes e seus descendentes, e outras organizações beneficentes. São também conhecidas como lares, casas dos velhinhos, casa da vovó, recantos, cidades dos velhinhos, centro de convivência, centro vivencial e ancionatos e apresentam grande heterogeneidade, variando de um mero abrigo a instituições altamente desenvolvidas, que ostentam um padrão comparável ao dos primeiro mundo. (NETTO, 1996, p. 404).

A avaliação de casas de longa permanência neste trabalho não visa criticar as casas visitadas e classificá-las. O objetivo dos estudos de caso e visitas é observar pontos críticos que podem ser melhorados pela boa arquitetura, para melhor atendimento ao objetivo principal: projetar uma Instituição de Longa Permanência (ILPI), que atenda plenamente às necessidades do público ao qual se destina.

Conforme afirma Netto (1996), em vários países do mundo o asilo surgiu como um serviço para abrigar idosos, juntamente com pobres, crianças, desempregados, doentes mentais. E conforme a crescente procura de casa de amparo para idosos foi crescendo, houve a necessidade de separar os idosos dos demais. A partir de 1964 passou a prevalecer o caráter de instituição para a velhice. Observou-se a necessidade de existir um ambiente apropriado para os cuidados da gerontologia.

A casa de repouso é vista como um auxílio aos familiares dos idosos, apesar do preconceito existente e das más notícias veiculadas na mídia. Alguns enxergam como uma forma de abandono por parte dos filhos. Mas situações adversas, como a falta de um cuidador para a pessoa, a necessidade de reabilitação e até mesmo os casos de estágios terminais, levam a busca destas casas de repouso (CHAIMOWICZ & GRECO, 1999).

Algumas famílias tem uma visão negativa sobre efeitos que tal institucionalização pode causar nos idosos, devido ao histórico dos antigos asilos. Porém, é possível mudar esta impressão através da arquitetura, projetando locais que atendam a necessidade dos idosos. Sendo assim, além de estar em um lugar acessível que remete a ideia de um lar, os idosos podem contar com profissionais qualificados em áreas específicas para melhor assisti-los (ROSSETO, 2012).


28

De acordo com visitas realizadas em instituições de amparo aos idosos, conforme verificaremos detalhadamente mais adiante, nos estudos de casos, pôde-se constatar que a estrutura das ILPI’s não são criadas para atender estas necessidades. Observase que as construções geralmente são adaptadas a adequar-se as normas legais de acessibilidade, mas como o espaço não foi criado exatamente para as reais necessidades deste tipo de usuário, deixam a desejar em alguns quesitos, principalmente privacidade e autonomia, ou seja, a arquitetura não atende a setorização que proporcionaria relações interpessoais mais positivas.

Conforme Borges (2008) o grau de dependência dos idosos pode ser classificado da seguinte forma:

Baixa dependência: onde os idosos são somente supervisionados em todas as suas tarefas e atividades de vida diária. Muitas vezes, são idosos saudáveis, mas de idade bastante avançada

Tabela 2: Grau de dependência Média dependência: Os idosos, aqui, encontram-se numa situação em que necessitam não só de supervisão, mas também de ajuda efetiva de cuidador, no desempenho de algumas atividades básicas, como tomar banho, tomar medicamentos, cuidar de suas finanças, ir ao médico, etc. São os idosos que apresentam alguma deficiência ou doença, tais como osteoartrose importante, patologias cardíacas, déficit visual ou auditivo, etc.

Elevada dependência: Os idosos com elevada dependência necessitam diariamente do auxílio intensivo de cuidadores, não tendo capacidade para desempenhar mais qualquer tipo de atividades de vida diária (AVD). São os idosos já com um processo avançado de doenças incapacitantes, como as demências, a doença de Parkinson, as neoplasias. Normalmente, estão restritos ao leito e à cadeira, tem dificuldades cognitivas sérias e apresentam descontrole esfincteriano (incontinência urinária e fecal).

Fonte: BORGES, 2008

Um bom planejamento arquitetônico no local, onde os idosos possam ficar acomodados de acordo com o grau de dependência, preservando sua privacidade, proporcionará maior conforto aos usuários das ILPI’s, conforme foi constatado na pesquisa de campo e baseado na afirmação de Goffman, “o internado nunca está totalmente sozinho, está sempre em posição que possa ser visto e ouvido por alguém, ainda que apenas por colegas de internamento” (GOFFMAN apud QUEIROZ. 2010, p.57), pois a autonomia e a privacidade são fundamentais para o bem estar.


29

A intenção não é querer separá-los do convívio social, mas sim, criar ambientes onde pessoas independentes convivam mais com idosos também independentes, para entre eles haver maior interação. Já com os outros idosos, mais dependentes, tem que haver momentos de interação planejados, pois o idoso ativo, vendo seu colega de quarto em uma condição mais precária, provavelmente será levado ao envelhecimento negativo e depressivo. Constituem, por isso a última alternativa nos serviços sociais a serem oferecidos na atenção a este segmento populacional. Há de se ressaltar a importância de se realizar uma avaliação médico-social rigorosa destes pacientes antes de encaminha-los a estas instituições em geral, os asilos recebem pacientes incapacitados com diferentes enfermidades e aqueles que vivem sozinhos, cujos familiares não podem garantir os cuidados necessários no interior das famílias [...] É necessário enfatizar que nos últimos anos tem proliferado no Brasil esse tipo de serviço às pessoas idosas, chamadas de casas de repouso com fins exclusivamente lucrativos e a maioria deles não apresentado requisitos mínimos para funcionar (NETTO. 1996.p. 397).

Queiroz (2010) afirma a respeito de uma instituição considerada ideal: Nesta instituição seus moradores possuem liberdade de ir e vir, habitam casas individuais organizadas a seu próprio modo, realizam suas atividades básicas da vida cotidiana de forma livre e mantém total acesso à comunidade. Assim, a instituição consegue proporcionar um ambiente em que o idoso mantém e estabelece novos vínculos com outros idosos, suas famílias e com a sociedade em geral, podendo vivenciar de forma plena suas relações afetivas. Os idosos também podem manter seu processo de contínua produção da identidade a partir da liberdade de ação e possibilidade de experiênciar sua individualidade, bem como pela manutenção de seus objetos biográficos. (2010.p.21).

Conclui-se que toda Instituição de Longa Permanência deveria adquirir esses mecanismos de auxílio ao idoso, dando-lhe total autonomia. O papel da arquitetura, desde a interação com o entorno, passando pela projeção e setorização dos ambientes até a escolha de materiais é essencial para alcançar este objetivo.

2.1 A SITUAÇÃO DO IDOSO NO BRASIL Este vertiginoso crescimento da população idosa se dá tanto com o aumento da população como em anos de sobrevida e já está causando profundo impacto na economia, nas relações familiares e no sistema de saúde (Bos & Bos, 2004).


30

Com a entrada da mulher no mercado de trabalho, filhos com mais de vinte cinco anos morando com seus pais, pais na velhice precisando voltar a morar com os filhos, mudou o quadro da família. Ás vezes por causa dessa rotina da pós-modernidade o idoso não consegue envelhecer e ficar na sua própria casa. Ao mesmo tempo que envelhecer no seu próprio lar é a melhor opção, por outro lado, a assistência ao idoso no ambiente familiar geralmente não é adequada. Os novos arranjos familiares brasileiros – ocasionados pelos efeitos socioeconômicos, demográficos, de saúde, tamanho da prole, separações, entrada da mulher no mercado de trabalho, celibato, mortalidade, viuvez, precasamentos e migrações – reduzem a perspectiva de envelhecimento em um ambiente familiar seguro, o que faz com que muitas vezes o idoso more sozinho, com outros parentes ou em instituições de longa permanência para idosos (Davim et al., 2004).

Apesar de a família ser a principal fonte de apoio informal, a convivência com familiares não garante bem-estar (DEPS, 1995). Atualmente, a maioria das pessoas não morrem mais aos 60 ou 70 anos como os idosos e avós de antigamente, a estimativa de vida atual é de 80 a 90 anos. Com isso a população aumenta, devido aos baixos índices de mortalidade desta geração, mas com a falta de políticas públicas voltadas para os idosos e as más condições da previdência social o processo de envelhecimento se torna difícil em alguns casos. Entretanto a sociedade não está preparada para essa mudança no perfil populacional e, embora as pessoas estejam vivendo mais, a qualidade de vida não acompanha essa evolução (MENDES E GUSMÃO,2005. p.423).

As grandes conquistas no desenvolvimento médico e tecnológico favorecem também o bom envelhecimento, como por exemplo as vacinas, processo de urbanização adequado nas cidades, melhoria nutricional e elevação de níveis de higiene pessoal e ambiental.

No mundo capitalista, o idoso, em regra, não possui mais condições de produzir riqueza, pois tem pouco espaço no mercado de trabalho, perdendo seu valor simbólico. O envelhecimento acontece a todos de forma particular. É nesta fase que emergem experiências e características próprias e peculiares, resultantes da trajetória de vida na qual umas tem maior dimensão e complexidade que outras, integrando assim a formação do indivíduo (LEITE, 1995 apud MENDES e GUSMÂO, 2005, p.424).


31

No Brasil, a renda de um aposentado é de maneira geral considerada baixa, o que faz com que ele não queira se aposentar na data correta, e isso o mantêm mais tempo no campo de trabalho. Muitos são os motivos que levam o idoso continuar a trabalhar, e com certeza o valor da aposentadoria é um deles. Outro fator que pode influenciar na decisão de se aposentar é que, em alguns casos, ela coincide com o início da vida universitária dos filhos. E muitos pais ficam com receio de se aposentar, porque a aposentadoria diminuiria a sua receita, o que afetaria a ajuda que poderiam prestar aos filhos. (FRANÇA, 1999.p.5).

O idoso brasileiro, em sua maioria, vivendo em um país de economia ainda em desenvolvimento, perde muito com o envelhecimento. Não só perde no que se refere a saúde, com algumas perdas de cognição, audição e etc, como também na relação afetiva com os familiares, já que para algumas famílias o envelhecimento do familiar pode se tornar um pesadelo (MENDES E GUSMÃO, 2005). E a importância da arquitetura para as ILPI’s nesse contexto é justamente a de projetar ambientes adequados aos idosos, contribuindo para melhorar a qualidade de vida. De acordo com Chaimowicz e Greco (1999) os fatores de risco para a institucionalização, como morar só, suporte social precário e baixa renda (associados à viuvez, aposentadoria, menor oportunidade de empregos formais e estáveis e aumento de gastos com a própria saúde) são cada vez mais frequentes no Brasil.

Portanto, quando decide-se por levar o idoso para uma instituição, é necessário que o idoso e a família se preparem para essa mudança. A família precisa conhecer o local, o idoso precisa se adaptar ao ambiente, e o ambiente precisa estar favorável às necessidades do idoso, não basta somente o local ser aconchegante visualmente, mas deve ser também funcional, atendendo às suas necessidades de inclusão e as suas necessidades pessoais, preservando sua autonomia, privacidade e dignidade. 2.2 QUALIDADE ARQUITETÔNICA NAS ILPI’s

O idoso precisa ter autonomia e privacidade no local em que vive, para que não perca sua identidade, sendo fundamental projetar ambientes que favoreçam as relações interpessoais positivas e isso só é possível com um projeto arquitetônico


32

personalizado, voltado para esse objetivo, que promova interação com o entorno, setorização adequada dos ambientes e escolha dos materiais, além do atendimento as normas legais e de acessibilidade.

As normas de segurança e acessibilidade não podem ser as únicas normativas a serem visadas. A qualidade arquitetônica não está voltada somente para as características visuais, é preciso reunir a qualidade funcional e cultural do local. (VOORDT E WERGEN, 2013.p. 12).

Como afirma VOORDT E WERGEN (2012), um bom projeto arquitetônico não se restringe às características estéticas de uma edificação, mas busca atender expectativas e necessidades dos usuários. Premissas essenciais a uma edificação no que tange a qualidade do espaço, frisando ainda que a qualidade funcional é mais importante delas, mas estabelece que a interação entre elas é importante como podemos observar na Figura 1: Figura 1- Qualidade arquitetônica - diagrama esquemático

Fonte: (VOORDT E WERGEN, 2013.p. 119)

Exemplificando o diagrama esquemático acima conforme VOORDT E WERGEN, 2013.p. 119:


33

Qualidade Funcional ou valor de utilidade: A Usabilidade da edificação na prática – até que ponto

a edificação é adequada para as atividades que devem poder acontecer em seu interior. 

Qualidade Estética: Até que ponto a edificação é considerada bonita, empolgante ou original: o

modo como é vivenciada como agradável, aconchegante, espaçosa, caseira ou simplesmente comercial: Até que ponto é vista como obra cultural, isto é, se representa um estilo específico ou período de construção: Até que ponto evoca significados diferentes. 

Qualidade técnica: Até que ponto os alicerces, a estrutura de sustentação, o involucro, o

preenchimento e os serviços técnicos satisfazem as exigências técnicas relativas a questão como força, rigidez, estabilidade, sustentabilidade e necessidade limitada de manutenção. Um componente importante é a qualidade física, ou a capacidade da edificação de criar um clima interno atraente, seguro e salubre, medido em termos de temperatura, umidade, acústica e iluminação artificial e natural e de maneira favorável ao meio ambiente e que economize energia.

Qualidade Econômica: Até que ponto os recursos financeiros são aplicados com eficácia e

eficiência, isso é, a razão entre preço e desempenho. Se a edificação é considerada objeto de investimento a qualidade econômica também depende do nível de retorno obtido .

Ao aplicar este conceito na elaboração de um projeto de uma Instituição de Longa Permanência, observa-se que os aspectos mais importantes são:

Autonomia: O idoso precisa de muito mais que barra de segurança ou cama hospitalar, ele precisa de um espaço que consiga lidar com suas próprias necessidades. “Para os seres humanos a territorialidade significa a necessidade de lugar próprio, sobre controle próprio, temporário ou não” (VOORDT E WERGEN, 2013.p. 193).

Privacidade: o Idoso tem necessidade de viver em sociedade, mas ele precisa de um momento somente dele, pois com tantos cuidadores próximos, com horários rígidos da instituição ele se sente monitorado e vigiado. “E o nível desejado de privacidade é conseguido com mecanismos de controle espacial e psicológicos”. (VOORDT E WERGEN, 2013.p. 191). No campo de atendimento médico, costumam-se fazer coisas que normalmente só ocorrem em particular, como o contato físico com os pacientes, despir-se na frente de um estranho e ter conversas confidenciais. A tensão assim criada exige um comportamento discretíssimo por parte dos profissionais envolvidos e a garantia de um nível suficiente de privacidade e respeito a fronteira entre “eu” e os “outros”. O comportamento que ultrapassa essa fronteira está sujeito a todo o tipo de limitação, determinada principalmente em termos culturais e comportamentais. (VOORDT E WERGEN, 2013.p. 191)


34

O exemplo refere-se ao ambiente hospitalar, mas, que pode se adequar perfeitamente às ILPI’s. Os aspectos que envolvem a autonomia e a privacidade são fundamentais: Tem situações que deveriam acontecer em ambiente particular e restrito e acontecem em ambientes não apropriados ou em locais de convívio social, onde tem mais de duas ou três pessoas em suas atividades cotidianas, deixando assim o idoso em uma situação de vulnerabilidade. E os demais idosos que estão no ambiente podem se sentir atingidos de forma negativa ou desconfortáveis com a situação de dependência do outro.

Sendo assim, o projeto arquitetônico deve proporcionar autonomia e privacidade, através de boa infraestrutura dos ambientes: Um projeto arquitetônico de uma casa de longa permanência que dê aos seus usuários autonomia e privacidade, sem os excluir do convívio social, favorecendo a saúde física e mental das pessoas que se encontram ali.

Como as casas de repouso estudadas são geralmente construções que foram adaptadas pra esse fim e não planejadas para o programa de necessidade deste usuário, a proposta é fazer uma arquitetura conforme a literatura especializada propõe.

Conforme VOORDT E WERGEN (2013), em 1982 a Organização Mundial da Saúde reconheceu oficialmente como uma enfermidade a SED (Síndrome do Edifício Doente), isso quer dizer que um ambiente pode trazer doenças sem motivos ou causas aparentes. E esses sintomas de doença podem se agravar dependendo da quantidade de tempo que o indivíduo permanece no local, ou pode simplesmente ser curado se ficar longe do local. Isso explica a importância de um ambiente bem planejado, pensando nas necessidades especificas de seus usuários.

ACESSIBILIDADE / ERGONOMIA Acessibilidade / Ergonomia: Permite a atividade diária sem muitos esforços onde no ambiente esteja compatível com as necessidades, habilidade e limitações das pessoas. (CATTELAN et al. 2007)


35

Tendo em vista que mobiliário e equipamentos que são necessários ao desenvolvimento da atividade cotidiana há uma necessidade de espaço a ser considerado. O idoso, além de objetos mobiliários, precisa de espaço para transitar com comodidade e segurança, seja no quarto, no banheiro ou em áreas coletivas. O layout deve ser bem trabalhado para não interferir na acessibilidade e favorecer a transição em todos os espaços, o que não é possível utilizando-se os dimensionamentos mínimos. Conforme Figura 2. Figura 2- Circulação em dormitório

Fonte: NBR 9050, 2004

Conforme NBR 9050: 10.9 Locais de hospedagem 10.9.1 Em hotéis, motéis, pousadas e similares, os auditórios, salas de convenções, salas de ginástica, piscinas, entre outros, devem ser acessíveis. 10.9.2 Pelo menos 5%, com no mínimo um do total de dormitórios com sanitário, devem ser acessíveis. Estes dormitórios não podem estar isolados dos demais, mas distribuídos em toda a edificação, por todos os níveis de serviços e localizados em rota acessível. Recomenda-se, além disso, que outros 10% do total de dormitórios sejam adaptáveis para acessibilidade. 10.9.3 As dimensões do mobiliário dos dormitórios acessíveis devem atender às condições de alcance manual e visual previstos na seção 4 e ser dispostos de forma a não obstruírem uma faixa livre mínima de circulação interna de 0,90 m de largura, prevendo área de manobras para o acesso ao sanitário, camas e armários. Deve haver pelo menos uma área com diâmetro de no mínimo 1,50 m que possibilite um giro de 360º, conforme Figura 150. A altura das camas deve ser de 0,46 m. (NBR 9050, 2004).


36

O enfoque da ergonomia, por meio do desenho universal, deve estar presente em todos os projetos, mas não basta um ambiente acessível. É necessária a conscientização quanto à sua utilização — “riscos ergonômicos podem acontecer não somente por uma condição insegura como por um ato inseguro” (REIS; MORO; MERINO, 2011).

Assim, os autores recomendam não deixar obstáculos nos caminhos, verificar sempre as condições dos pisos, não usar ceras, ter iluminação adequada, corrimão nas escadas e cuidado com papéis ou lixo pelas áreas de circulação. Sabe-se também que não é fácil tornar um ambiente acessível, principalmente quando este não foi assim construído, mas torna-se necessário ao abrigar idosos. Os ambientes podem conter alguns desafios, pois o locomover sem ajuda é um fator que contribui para autoestima dos residentes. Conforme Figura 3 e 4. Figura 3 - Circulação de pessoas em pé.

Fonte:NBR, 9050, 2004 Figura 4 - Circulação em linha reta - cadeira de rodas

Fonte: NBR, 9050, 2004


37

Mas é preciso pensar que as pessoas não se locomovem somente em linha reta, para melhor mobilidade do cadeirante se faz necessário que os ambientes possuam espaços para movimento de giro. Podendo ser manobra sem deslocamento e com deslocamento, conforme Figuras 5 e 6, que exemplificam a rotação mínima de ambas.

Figura 5 - Manobra sem deslocamento

Fonte: NBR, 9050, 2004 Figura 6 - Manobra com deslocamento

Fonte: NBR, 9050, 2004

O Banheiro é um dos maiores desafios para pessoas com baixa mobilidade e que utilizam cadeira de rodas, então é preciso que esses ambientes atendam as normas de acessibilidade, “garantindo áreas para transferência diagonal, lateral e perpendicular, bem como área de manobra para rotação”. (NBR, 9050, 2004, p.70). Conforme Figura 7.


38

Figura 7 - Sanitário e box

Fonte: NBR, 9050, 2004

A NBR 9050/1985 estabeleceu normativas de segurança para pessoas com deficiência, tendo sofrido uma revisão em 1994. Em 2003, novamente foi revisada, abordando os aspectos referentes a acessibilidade, edificações, mobiliário e equipamentos urbanos. Essa normativa se estendeu para gestantes, idosos e obesos, porque são consideradas pessoas com mobilidade reduzida. Sendo assim, a NBR 9050 tornou-se essencial para projetar ambientes de fácil acessibilidade e funcionais (BIANGHI, 2013).

Essa norma é de suma importância para especificar as dimensões de espaço em uma casa de longa permanência, pois definem as medidas padrões para pessoas que dependem de bengala, andador e muletas para sua locomoção (BIANGHI, 2013).

Para que os idosos tenham autonomia nos ambientes que utilizam é de fundamental importância o respeito as normas existentes, como a NBR 9050, o Estatuto do Idoso, normas da ABNT e a RDC 28. Todas essas normas estabelecem diretrizes e regras especificas para auxiliar na autonomia do idoso.


39

2.4 LEGISLAÇÃO E NORMAS DE AMPARO AO IDOSO

O ambiente no qual o idoso vive deve ser perfeitamente apropriado às suas necessidades físicas e psicológicas, que ajude positivamente o processo de envelhecimento, que pode acontecer de forma natural ou não, o idoso é influenciado através do ambiente em que vive, seja o clima físico, características do local e até mesmo a sua vida pessoal interfere na forma de ver as coisas. De todos os assuntos tratados sobre o idoso, esse projeto visa tratar sobre o ambiente, que indiretamente interfere no bem estar do idoso de certa forma. As pessoas suportam níveis baixos de conforto até a idade adulta, porém quando envelhecem passam a não suportar mais. As disfunções orgânicas inerentes do envelhecimento prejudicam a capacidade de se adaptar ao espaço conforme sempre fizera. (PRADO, 2003)

Portanto, o ambiente tem que ser planejado conforme as necessidades do usuário, promovendo e encorajando a autonomia. No artigo 10 da Política Nacional do Idoso estabelecida na Lei Federal n° 8.842/1994 institui-se que: [...] incluir nos programas de assistência ao idoso formas de melhoria de condições de habitabilidade e adaptação de moradia, considerando seu estado físico e sua independência de locomoção;[...] diminuir barreiras arquitetônicas e urbanas;

A preocupação com a qualidade do ambiente que o Idoso frequenta já está sendo considerada de extrema importância pela sociedade, tendo inclusive previsão legal no Estatuto do Idoso - Lei 10.741 de 2003, artigo 38, de 01 de outubro de 2003 onde se estabelecem diretrizes que atendam os idosos: Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte: II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso; III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso; Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo.


40

O Estatuto do Idoso estabelece também certos princípios a serem adotados por ILPI’s: Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência adotarão os seguintes princípios: I. Preservação dos vínculos familiares; II.Atendimento personalizado e em pequenos grupos; III.Manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior; IV.Participação do idoso em atividades comunitárias, de caráter interno e externo; V.Observância dos direitos e garantias dos idosos; VI.Preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.

Pensando que a acessibilidade deve ser garantida nos ambientes ocupados por idosos, a Associação Brasileira de Normas Técnicas criou a norma NBR 9050/2004 onde estabelece leis, normas e parâmetros que facilitam a construção de espaços ou de ambientes já existentes que atendam a todos, com a visão de inclusão social. “5.15.1.6 Recomenda-se que em quartos e sanitários de hotéis, instituições de idosos e hospitais sejam instalados telefones, campainhas e alarmes de emergência visuais, sonoros e vibratórios”. (NBR 9050/2004)

A NBR 9050/2004 não foi criada especificamente para idosos ou para ambientes utilizados e frequentados por idosos, mas foi ampliada para gestantes e obesos. No entanto, não podemos deixar de pensar que o idoso é o que mais se beneficia com as técnicas normativas de acesso aos ambientes, pois depois dos sessenta anos, julgase que a mobilidade e a percepção de espaço modificam-se e é reduzida. Sendo assim, o ambiente projetado destas instituições deve estar de acordo com as normativas que asseguram seus direitos de funcionalidade e ao mesmo tempo traz conforto e mobilidade aos usuários do espaço. A RDC – Resolução de Diretoria Colegiada 283 aprovada pela ANVISA estabelece normas para o funcionamento desses locais, adotando a terminologia ILPI Instituições de Longa Permanência para Idosos, deixando de utilizar os termos “casa de repouso” e “asilo”, esta norma trata de vários aspectos, senão vejamos:


41

Considerando a necessidade de garantir a população idosa os direitos assegurados na legislação em vigor; Considerando a necessidade de prevenção e redução dos riscos à saúde aos quais ficam expostos os idosos residentes em instituições de Longa Permanência; Considerando a necessidade de definir os critérios mínimos para o funcionamento e avaliação, bem como mecanismos de monitoramento das Instituições de Longa Permanência para idosos; Considerando a necessidade de qualificar a prestação de serviços públicos e privados das Instituições de Longa Permanência para Idosos. (RDC 283).

A importância e o aumento da população idosa no Brasil levaram à criação de leis e normativas de cuidado, proteção, amparo e acessibilidade, para que locais públicos e privados sejam projetados atendendo as necessidades especificas destes usuários.


42

CAPÍTULO 3 PESQUISA DE CAMPO


43

3.1 PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo nas casas de permanência foi realizada no município em que se propõe realizar o projeto (Vila Velha – ES) e em dois momentos: através de pesquisas na Internet e, posteriormente, através de visitas aos locais, sendo aqui descritas as que apresentaram aspectos relevantes ao presente trabalho.

Casa 1: Solares

Localização: Rodovia do Sol, Praia de Itaparica, Vila Velha – Espirito Santo. Seu acesso ocorre em uma Rodovia de mão de dupla e intenso fluxo de veículos, conforme Figura 8. Está localizada a duas quadras da praia.

Figura 8 - Localização

Fonte: Acervo pessoal, 2015

Interação com o entorno: Esta instituição possui determinadas características que não estimulam o convívio com a comunidade, como o fato de não possuir área de estacionamento e por estar em uma Rodovia de intenso fluxo, dificultando a interação dos idosos com o comercio


44

local. A ANVISA estabelece que o funcionamento destas instituições deve ser localizado em um ambiente calmo, o que não ocorre no presente caso. Acessibilidade e circulação: Conforme preconiza (BIANCHI, 2013.p.6), os projetos das Instituições de Longa Permanência para Idosos, apesar de atenderem às especificidades das normas pertinentes, desconsideram os aspectos subjetivos do habitar.

A acessibilidade e ergonomia também não são completamente adequadas para uma ILPI. Internamente a acessibilidade e circulação entre os setores atende aos requisitos minimante. Na área externa, poderiam ser feitas algumas melhorias, por exemplo, na acessibilidade ao jardim, que não favorece a circulação, por possuir muitos desníveis, desestimulando a participação dos idosos, como podemos verificar nas Figuras 9 e 10. Figura 9 - Jardim externo

Fonte: Casa de repouso Solares, 2015

Figura 10 - Horta no jardim

Fonte: Casa de repouso Solares, 2015

Área comum e quartos: Os dimensionamento dos quartos não comporta o layout utilizado, prejudicando a circulação. A sala de estar não foi bem setorizada, pois localiza-se muito próxima aos quartos e a circulação entre a TV e os sofás prejudica aos usuários, como podemos verificar na Figura 11.


45

Figura 11 - Sala de estar próximo ao quarto

Fonte: Casa de repouso Solares, 2015

Ventilação e iluminação: Os quartos são bem ventilados, possuindo grandes janelas que permitem a entrada de ar e iluminação natural, favorecendo o bem estar e a salubridade do ambiente, item fundamental para a saúde dos idosos, conforme verifica-se na Figura 12. Figura 12 - Sala de estar próximo ao quarto

Fonte: Casa de repouso Solares, 2015


46

Lazer: A área destinada a convivência e lazer não atendem satisfatoriamente os idosos e familiares. O espaço reduzido e a inadequada disposição do mobiliário não proporcionam conforto e dificultam a interação e circulação. Nos eventos e festividades há maior dificuldade para acomodar os familiares de forma agradável, como podemos observar na Figuras 13 e 14.

Figura 13 - Ambiente de lazer

Figura 14 - Ambiente de lazer

Fonte: acervo pessoal 2015

Fonte: acervo pessoal 2015

Casa 2: Monte Sinai

Localização: Localizada na Praia da Costa, Vila Velha – ES. O bairro é considerado residencial, mas possui alguns comércios e serviços. O fluxo de veículos é reduzido, apesar do sentido de mão dupla da rua.


47

Figura 15 - Localização

Fonte: https://www.google.com.br/maps/

Interação com o entorno: A instituição tem sua fachada da casa inicial com muros, que distanciam os idosos da comunidade no entorno, devido à falta de visibilidade entre instituição e exterior, conforme disposto na Figura 16. Figura 16 - Fachadas

Fonte https://www.google.com.br/maps/


48

Acessibilidade e circulação: Os aspectos de acessibilidade são levados em consideração no que se diz respeito as rampas e barras de segurança utilizados nos ambientes. Entretanto, o piso utilizado não é adequado ao uso para idosos, pois o porcelanato não tem aderência ideal para evitar quedas. Figura 17 - Sala de Televisão

https://www.google.com.br/maps/

Área comum e quartos: Os quartos ficam próximos a sala de jantar, com esta configuração e distribuição dos ambientes, tanto quem permanece na sala de refeições quanto quem está no quarto fica exposto a situações constrangedoras, o que demonstra que os ambientes não foram setorizados de forma a proporcionar maior privacidade e conforto.

Figura 18 - Sala de jantar

Figura 19 - Quarto

Fonte:https://www.google.com.br/maps/

Fonte:https://www.google.com.br/maps/


49

Ventilação e iluminação: As áreas da instituição recebem boa incidência de sol, contribuindo para a salubridade dos ambiente e saúde dos idosos. Alguns ambientes absorvem muito calor, que fica retido na alvenaria, conforme pode ser verificado na Figura 20, o que poderia ser minimizado com uma área mais arborizada ou mesmo com a instalação de elementos de proteção. A ventilação acontece de forma natural, pois a edificação tem afastamento dos dois lados, adequado a boa circulação de ar. Figura 20 - Sala de jantar

Fonte: https://www.google.com.br/maps/

Lazer: O espaço externo de lazer e pratica de atividades, que fica voltado para rua Rio Branco, não possui cobertura ou vegetação para minimizar a incidência solar e proporcionar maior conforto, conforme pode-se verificar na Figura 21, possuindo piso por toda a sua extensão. Um jardim seria uma boa opção para implantação.


50

Figura 21 - Área de lazer

https: //www.google.com.br/maps

3.2 ESTUDOS DE CASO

Instituição 1: Prince George Retirement Residence:

Localização: É uma instituição construída em 2012 para os aposentados, no município de LucanBiddulph, localizado a vinte minutos ao norte de Londres. Figura 22 - Implantação Prince George Retirement Residence

Fonte: http://www.princegeorgerr.com/


51

Interação com entorno: São realizadas atividades e exposições na área externa do edifício, que é gramada e bem arborizada, estimulando o contato com a comunidade e trazendo conforto aos usuários. Figura 23 - Fachada Prince George Retirement Residence

Figura 24 - Espaço externo Prince George Retirement Residence

Fonte: http://www.princegeorgerr.com/

Acessibilidade e circulação: O projeto arquitetônico foi bem elaborado, podemos observar nas Figuras 25 e 26 que os ambientes são setorizados de forma a trazer conforto e privacidade aos usuários, pois os quartos são separados das áreas comuns e de serviço. A circulação tem um trajeto longo, porém acessa-se com facilidade todos os ambientes.

Figura 25 - Planta do térreo andar do Prince George Retirement Residence

Figura 26 - Planta do segundo andar do Prince George Retirement Residence

Fonte: http://www.princegeorgerr.com/


52

Ao analisar as plantas, percebe-se que o projeto mais se parece com um hotel do que uma casa de repouso ou um hospital, o Prince George Retirement Residence reúne conforto, aconchego e espaços para atividades. Figura 27- Planta do terceiro andar do Prince

Fonte: http://www.princegeorgerr.com/

Área comum e quartos: Os quartos são adequados com relação a espaço, circulação e ergonomia, sendo todos equipados com barras de segurança e banheiros privativos. O primeiro e segundo andares podem servir tanto para os idosos que vivem no local, como para os hospedes de finais de semana. No terceiro andar, os quartos são indicados para os idosos com maior independência, pois são equipados com mais opções, trazendo maior autonomia, como podemos verificar nas Figuras 28 e 29 Figura 28 - Suíte do terceiro andar do Prince George Retirement Residence

Figura 29 - suíte do primeiro andar do Prince George Retirement Residence

Fonte: http://www.princegeorgerr.com/

Ventilação e iluminação:


53

Elemento que vale ressaltar nesse projeto é que todos as suítes possuem vista para o jardim e estão localizadas proporcionando ventilação e luz natural, com exposição ao sol da manhã, que por motivos de saúde são essenciais para os idosos.

Lazer: Percebe-se influência da boa arquitetura ao projetar ambientes especificamente pensados para oferecer lazer e atividades aos idosos, além da excelente setorização dos ambientes, como exemplos nas Figuras 30 a 33 a seguir. Figura 30 - Trabalhando com plantas

Figura 31 - Fazendo artesanato

Fonte: /www.facebook.com/PrinceGeorgeRetirementResidence/photos_stream

As instalações foram projetadas no térreo para facilitar a interação dos residentes com a comunidade. Existem áreas apropriadas para a realização de eventos e atividades, como recreação para coordenação motora, paisagismo, confecção artesanal e atividades lúdicas através da música. Figura 32 - Espaço para exposição

Figura 33 - Espaço para música

Fonte: /www.facebook.com/PrinceGeorgeRetirementResidence/photos_stream

Instituição 2: Hiléa Centro de Vivência e Desenvolvimento para Idosos.


54

Localização: O Hiléia, residencial é dirigido às pessoas da terceira idade Localizado no bairro residencial do Morumbi, próximo ao eixo da Av. Giovanni Gronchi e do Shopping Jardim Sul, com área total do terreno 2.598,85m². Figura 34 - Localização

Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/

Interação com o entorno:

Com declive de cerca de seis metros, o complexo é composto por dois volumes: um embasamento horizontal com três pavimentos de áreas comuns do hotel e da clínica; o segundo é totalmente verticalizado e foi implantado no alto do terreno, onde se eleva como um prédio laminar com 50 m de comprimento por 17 m de largura, com oito pavimentos onde se distribuem as suítes. Já na cobertura foi instalada uma UTI.

Pode-se observar na Figura 35, que a edificação está inserida no contexto urbano da localidade. Em contrapartida, sua localização não é tão atraente para estimular a participação da comunidade local, como vimos no estudo de caso da Instituição Londrina, que possui uma área externa ampla e arborizada para atividades e convivência.


55

Figura 35 - Hiléa Centro de Vivência e Desenvolvimento para Idosos

Fonte: http://aflalogasperini.com.br

Acessibilidade e circulação

O projeto atende as necessidades de acessibilidade e circulação, possui, além dos elevadores sociais, elevadores com espaço para maca e piscinas acessíveis. Todos os ambientes foram adequados e dimensionados a receber pessoas com necessidades especiais, proporcionando autonomia, como podemos ver na imagem abaixo. Figura 36 - Piscina do Hiléa

Fonte: Atualidades imobiliárias


56

Área comum e quartos Essa Instituição contém uma torre com dez pavimentos, sendo cento e dezenove apartamentos. Figura 37 - Planta pavimento tipo

Fonte: http://aflalogasperini.com.br

As suítes podem acomodar uma pessoa ou um casal e estão equipadas para suprir as necessidades de conforto e também de locomoção dos pacientes tendo, inclusive, um trilho no teto que facilita o transporte do idoso. Nas paredes atrás das camas, um quadro camufla toda a parafernália de equipamentos hospitalares para casos de emergência. Para bem-estar emocional de internos e familiares, mobília e objetos de decoração pessoais podem ser instalados nos quartos (Jornal Perspectiva).

Figura 38 - Quarto hospitalar

Figura 39 - Suíte do Hiléa

Fonte: https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/

O térreo, conforme Figura 40, é um centro de vivência onde usuários do local podem receber amigos e familiares, um ótimo espaço de convivência.


57

Figura 40 - Planta do Térreo do Hiléa

Fonte: (Revista AU – Arquitetura e Urbanismo).

O primeiro pavimento, conforme Figura 41, é dedicado aos pacientes com Alzheimer e às suas necessidades especiais. Nestes espaços não pode ter muita transparência para evitar que os pacientes percebam o cair da tarde e se deprimam. Outro dado importante é que eles precisam ter referências do passado, visto que sua memória é bastante remota, sendo semelhante com a proposta deste projeto em estudo, que quer dar privacidade e separar as alas e departamentos conforme as necessidades dos usuários.


58

Figura 41 - Planta primeiro pavimento do Hiléa

Fonte: (Revista AU - Arquitetura e Urbanismo).

Um pavimento inteiro foi ocupado com consultórios de várias especialidades, como gerontologia e fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e terapia ocupacional, entre outras Figura 42. Todo um esquema de segurança foi montado com cuidados especiais para os pacientes com Alzheimer, com postos de enfermagem e de apoio estrategicamente colocados em vários pontos, banheiros amplos, câmeras, sensores e dois elevadores privativos com espaço para maca, além dos quatro elevadores sociais existentes no edifício (Jornal Perspectiva).


59

Figura 42 - Sala de fisioterapia

Fonte: http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2

Ventilação e iluminação Conforme Figuras 43 e 44, verifica-se que há contraste de tonalidades, o volume foi revestido por placas pré-moldadas de laminado melamínico1 de cor clara, modo este de filtrar a intensidade da luz natural e foram instaladas pergolados no térreo e na cobertura, criando identidade e sombra ao local. Figura 43 – Fachada lateral

Fonte: http://aflalogasperini.com.br1

É um elemento decorativo, pré-moldado em formas.


60

Figura 44 - fachada frontal

Fonte: http://aflalogasperini.com.br-

Lazer: O 1º Centro de Vivência para a maturidade no Brasil foi desenvolvido para atender às necessidades dos idosos através de um estilo de vida diferenciado, integrando lazer, hotelaria e saúde em um mesmo lugar. Figura 45- Livraria

Figura 46 – Salão\barbearia

Figura 47 - Cinema

Fonte: https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/


61

Existem aspectos subjetivos que proporcionam bons sentimentos e qualidade de vida, como por exemplo a gastronomia, sendo importante um ambiente confortável para esse momento. Figura 48 - Restaurante do Hiléa

Fonte: Jornal Perspectiva

Importante ressaltar que todos os estudos de caso aqui relacionados não tem a pretensão de parecer um hotel, apesar dos serviços oferecidos e as plantas ilustradas aparentarem um bom dimensionamento das suítes e demais instalações. O objetivo maior é proporcionar conforto, lazer, entretenimento, interação com o entorno e cuidados com a saúde do idoso num mesmo ambiente.

Conclui-se, portanto, que quando a arquitetura atende as normas legais, mas também preocupa-se com todas as necessidades dos usuários de uma ILPI, através da interação com o entorno e setorização de ambientes, favorece as relações interpessoais positivas e proporciona melhoria na qualidade de vida dos idosos, sendo que as Instituições poderiam, através da arquitetura, atingir todos esses resultados, seja o projeto de pequeno, médio ou grande porte.


CAPÍTULO 4 A PROPOSTA DE PROJETO


63

4. A PROPOSTA DE PROJETO A proposta projetual para a IPLI levou em consideração a parte teórica pesquisada a respeito do tema, a situação dos idosos no Brasil em meio a mudança que ocorre na sociedade e as exigências legais Mas principalmente, busca um novo conceito para esse tipo de Instituição, priorizando a relação com o entorno, a acessibilidade, autonomia, privacidade, identidade e conforto, demonstrando ser possível projetos interessantes e adequados aos usuários não somente para o público de alta renda, mas também para que a maioria da população possa ter acesso a um lugar que integre lazer, hotelaria e saúde, levando sempre em conta a qualidade de vida das pessoas que o frequentam ou habitam. A instituição possibilitará que o idoso tenha três opções: passar somente o dia e voltar para sua casa à noite, ficar hospedado nos finais de semana ou nas férias ou ainda morar, oferecendo todas as condições de segurança e tratamentos de saúde.

4.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO O projeto foi desenvolvido para ser implantado no bairro Itapuã, na cidade de Vila Velha - ES. O terreno escolhido está localizado na orla, inserido numa área predominantemente residencial, mas com boa estrutura de serviços e comercio, atendendo aos requisitos exigidos pela ANVISA para implantação de uma ILPI. 8.7.1- Localização - devem estar localizadas dentro da malha urbana, com facilidade de acesso por transporte coletivo e, preferencialmente, próxima à rede de saúde, comércio e demais serviços da vida da cidade (posto médico, hospitais, supermercado, farmácia, padaria, centros culturais, cinemas, etc.), favorecendo a integração do idoso, independente e mesmo dependente, à comunidade do entorno. (ANVISA)

Para os idosos é importante estar em convívio diário com a sociedade e está localização proporciona este convívio, inclusive a proximidade com o calçadão, local de interação entre os moradores do bairro, que também proporciona atividades esportivas e caminhadas.


64

Vale ressaltar que o terreno escolhido possui toda a infraestrutura para receber este tipo de serviço, como por exemplo, esgoto, saneamento básico, rede de agua, rede de luz, telefone, coleta de lixo, tubulações de gás, além do transporte público ser de fácil acesso.

Figura 49 - Espirito Santo

Figura 50 - Vila Velha - ES

Fonte: Acervo pessoal, 2015

4.2 DIAGNOSTICO DO TERRENO O terreno escolhido para a implantação do projeto está localizado entre as ruas Jair de Andrade e Av. Antônio Gil Veloso, no Bairro de Itapuã, Vila Velha – ES. Fica localizado em frente à praia, possuindo clima agradável o ano inteiro. O sítio possui uma topografia regular e de fácil implantação. O projeto buscou integrar-se bem ao traçado do terreno e pretende-se colocar o acesso principal pela praia (Av Antônio Gil Veloso). O visual do terreno escolhido aproveita a vista da praia, que possui a sua frente a bela ilha Pituã.


65

Figura 51 - Vista aérea do terreno

Fonte: Google Maps.

O comércio local favorece a interação do idoso, pois nas proximidades podemos encontrar casa lotérica, farmácias, supermercados entre outros podendo assim o idoso fazer suas atividades cotidianas com independência e sem grandes deslocamentos. O terreno também localiza-se próximo ao Hospital Vila Velha, Hospital Praia da Costa e Hospital Santa Mônica, principais hospitais de Vila Velha, que podem atender rapidamente eventualidades médicas que o idoso necessite. Figura 52 – Figura rica de análise do terreno

Fonte: Acervo pessoal, 2015


66

O fluxo de veículos nas proximidades do terreno pode ser considerado de baixa intensidade durante todo o dia e pois as avenidas são de mão única. A Avenida Jair de Andrade, uma das principais vias do bairro, sofreu recentemente uma mudança, tornando-se uma via de mão única. Já a Avenida Gil Veloso é uma via principal, que percorre a orla de Vila Velha, também é uma via de sentido único. Conforme citado anteriormente através da RDC 283, seria prejudicial se o fluxo fosse intenso nos dois sentidos da via.

4.3 REQUISITOS MUNICIPAIS No que diz respeito a legislação do uso e ocupação do solo no município de Vila Velha, o terreno encontra-se localizado na zona de ocupação prioritária 3 – ZOP 3, conforme a Figura 53, na qual uma ILPI está enquadrada e classificada, como prestação de serviço a pessoa da terceira idade com grau de impacto 1. Pode-se avaliar no quadro abaixo, destaque em vermelho, que refere-se ao coeficiente de aproveitamento da zona e parâmetros urbanísticos. Conclui-se que este terreno é favorável a implantação de uma ILPI. Figura 53- Parâmetros urbanísticos

Fonte: PDM de Vila Velha, 2007.

O bairro é considerado residencial e conhecido por ter conjuntos habitacionais. É um bairro de classe média e média alta, possuindo também um relevante comércio local, com shoppings, serviços e comércios já consolidados.

4.4 CONDIÇÕES CLIMATICAS

O vento predominante no município de Vila Velha é de direção nordeste (NE) e ocorre um ligeiro predomínio do vento sul, sendo que o vento sul por ser mais intenso traz para um trecho do terreno uma quantidade de areia não favorável, situação está que


67

será considerada ao projeto arquitetônico, através de elementos que barrem a intensidade do vento, para que não seja um fator prejudicial, esse elemento pode ainda servir de grande auxilio na estética da fachada do local.

4.5 PROGRAMA DE NECESSIDADES Programa de necessidades é a fase em que são definidos os ambientes que irão compor a edificação, levando em consideração não só as normativas de funcionalidade do local, mas também as necessidades dos usuários, seja ele o idoso, os familiares ou funcionários.

A RDC 283 determina dimensões mínimas para uma ILPI. Partindo desta normativa juntamente com a pesquisa de necessidades destas instituições, foram estabelecidas as áreas dos ambientes, para que servisse de auxílio para a implantação no terreno, que possui aproximadamente 3.915m².

Ao pensar no volume arquitetônico, será projetado uma edificação vertical, contendo subsolo de estacionamento, térreo com pé direito duplo e 9 pavimentos, com grande aproveitamento da vista externa e da ventilação natural, já que o terreno, devido a sua localização, proporciona isso.

Conforme o Voordt e Wegen (2013) a avaliação pós ocupação é de extrema importância, pois foi ao observar falhar nas instituições existentes que se pode promover um projeto arquitetônico que possa atender as necessidades do ambiente proposto. É conseguir manter a sala de convivência longe dos quartos, fazer com que os idosos possam ter opção de participação das atividades diárias, banheiros individuais em cada quarto, seja eles coletivos ou não, áreas externas que atendam às necessidades dos idosos e que promovam a interação entre usuários do local. Jardins e hortas cultivadas e cuidadas pelos próprios idosos e área de vivência onde idosos e familiares possam estar, pois o idoso pode receber seu familiar nesta área ou em seu próprio quarto. E por último não menos importante, que o idoso tenha o poder de decidir se ele ficará no quarto coletivo ou individual, sem alterações de custo, pois esse projeto visa acima de qualquer coisa autonomia e privacidade.


68

Segue na tabela abaixo o programa de necessidades, com áreas propostas pela RDC 283 e áreas propostas no projeto. Os dimensionamentos propostos no projeto utilizaram as sugestões de áreas mínimas da RDC somente como base, mas para proporcionar maior conforto e autonomia aos usuários, as áreas foram projetadas com dimensionamento superior.

Figura 54: Programa de necessidades. RDC/Projeto

Fonte: Acervo pessoal, 2015

O fluxograma é uma etapa importante do projeto, pois demonstra onde está localizada a entrada, área de serviço, moradia e o administrativo, conforme demonstrado nas Figuras 56 e 57 segue um fluxograma mais detalhado da setorização dos ambientes.


69

Figura 55- Fluxograma I

Fonte: Acervo pessoal, 2015

Definidos os ambientes e separação dos setores, o projeto foi pensado para estimular a interação entre os idosos, para que ele não se sinta isolado dos outros setores, e também para que a própria instituição seja aberta e convidativa à sociedade, como por exemplo no uso do salão de beleza, pois assim a interação com a comunidade local se intensifica.

A interação dos idosos nas atividades individuais e coletivas é de extrema relevância para o bem estar, promovendo autonomia e privacidade. Por isso foi pensado em uma separação de ambientes que promova a convivência entre idosos, famílias, funcionários e visitantes e que, ao mesmo tempo, permita momentos de privacidade através da boa distribuição proposta.


70

4.6 DIRETRIZES PROJETUAIS As diretrizes para elaboração do projeto foram pensadas a partir das pesquisas realizadas e analise do tema, levando-se em conta o público alvo, os objetivos a serem alcançados, a localização do terreno, as normas legais e os estudos de caso.

Implantação: Foi elaborada de forma que a edificação tenha total interação com o entorno imediato, priorizando a acessibilidade. O projeto buscou integrar bem o traçado do terreno, para que tenha o acesso principal pela orla, deixando um grande afastamento, trabalhando áreas verdes (horta, jardim) e de descanso. A entrada de serviço e o estacionamento possuem acessos pelas vias laterais, Guaçuí e Jair de Andrade, respectivamente.

Conforto Ambiental: Optou-se por posicionar o edifício de forma a receber o sol da manhã na fachada principal. As fachadas maiores foram posicionadas para o leste, recebendo proteção horizontal através de brises e vidros insulados, garantindo conforto térmico e lumínico. Já a fachada oeste, que teria incidência solar do sol da tarde, está protegida pelas edificações no seu entorno. Quanto a ventilação, a implantação da edificação possibilita a circulação de ar em todos os ambientes, como pode-se observar na Figura 53 no diagnóstico do terreno.

Áreas

de

convivência:

As

áreas

de

convivências

foram

projetadas

predominantemente no térreo, penúltimo pavimento e cobertura, possuindo diversos ambientes convidativos, que favorecem a circulação, convívio social e lazer dos usuários, estimulando relações interpessoais positivas. Na horta os usuários poderão sentir-se uteis e ativos, interagindo com a comunidade. A área de eventos comtempla salas para diversas atividades, como dança, artes, auditório e espaço ecumênico.

Simbologia: Foi projetada uma edificação vertical, para atender o programa e não destoar do entorno, aplicando materiais na fachada que remetem elementos da natureza e também transmita modernidade, trazendo conforto e identidade ao projeto.


71

4.7 PARTIDO ARQUITETÔNICO Reconhecendo a importância e beleza do espaço natural exterior, o edifício foi projetado e posicionado, mas sempre buscando equilíbrio entre forma e função, obtendo beleza visual e grande aproveitamento da ventilação natural. Através de um cone visual criado a partir da implantação, foi possível aumentar a área de permanecia e circulação.

4.8 COMPOSIÇÃO VOLUMÉTRICA Projetou-se formas geométricas simples, com adição em formato de trapézio no centro dos blocos. Os blocos foram angulados e conectados, resultando em uma percepção de adição e subtração. O volume foi projetado com esta configuração, pensando em não causar impactos negativos e proporcionar privacidade, através do afastamento da edificação existente nos fundos do terreno. Figura 56 – Composição volumétrica

Fonte: Acervo pessoal, 2015


72

4.9 SETORIZAÇÃO A setorização foi realizada após a definição do programa de necessidades e da volumetria, levando em conta também as condicionantes ambientais. Os setores foram distribuídos verticalmente, buscando proporcionar ao mesmo tempo privacidade e interação.

Como podemos visualizar na Figura 57 abaixo, o térreo possui pé direito duplo, o hall e o lobby centralizam diversos espaços, para promover convivência e lazer, como o café gourmet, restaurante, consultórios, espaço kids, área de exposições e banheiros. Figura 57 – Setorização térreo

N

Fonte: Acervo pessoal, 2015

COZINHA

CIRCULAÇÃO

CONSULTÓRIO S

RESTAURANTE

RECEPÇÃO

RECEPÇÃO CONSULTÓRIO S

LOBBY

SANITÁRIOS

JARDIM

LOJAS

ESPAÇO KIDS

CAFÉ


73


74

No primeiro pavimento, Figura 57 os locais de menor permanência, que fazem parte do setor de serviço, como refeitório e banheiros, ficaram voltados para oeste, enquanto locais com maior permanência, como setor administrativo voltados para sul. A academia/spa está na fachada leste e norte, para aproveitar a vista externa, possui banheiros independentes e um posto de enfermagem para dar suporte no andar, localizado próximo ao banheiro.

Figura 58 - Setorização 1° Pavimento

N

Fonte: Acervo pessoal, 2015

LEGENDA

SERVIÇO

ACADEMIA CIRCULAÇÃO

ADMINISTRATIVO

RECEPÇÃO


75


76

Do segundo ao sétimo pavimento a planta se repete, sendo projetados para às suítes, possuindo também posto de enfermagem na área central e sala de estar. Esta setorização visa proporcionar maior privacidade aos usuários Figura 59. No espaço de circulação há uma grande abertura voltada para a fachada sul, permitindo comtemplar a vista. Figura 59 - Setorização 2 ° ao 7º pavimento

Fonte: Acervo pessoal, 2015

LEGENDA

SUITE 1

SUÍTE 3

SUÍTE 2

SUÍTE 4

CIRCULAÇÃO

N


77


78

O oitavo pavimento destina-se ao local para eventos, Figuras 60 reunindo espaço para as atividades de convivência e lazer. Na fachada sul estão situados o auditório, na norte estão sala de dança e cinema. O espaço ecumênico, sala de artes e foyer na fachada leste e na oeste os banheiros e copa. Figura 60 - Setorização 8 ° pavimento

Fonte: Acervo pessoal, 2015

Legenda AUDITÓRIO

SALA /DANÇA

ESPAÇO ECUMÊNNICO

SALA /CINEMA

FOYER

SALA DE ARTES

SANITÁRIOS

CIRCULAÇÃO

N


79


80

No nono pavimento estão setorizadas as áreas de lazer, Figura 61, no leste a piscina e o terraço jardim, no oeste os banheiros e salão de jogos

Figura 61 - Setorização 9 ° pavimento

N

Fonte: Acervo pessoal, 2015

LEGENDA

PISCINA

SANITÁRIOS

TERRÇO JARDIM

SALA DE JOGOS

CIRCULAÇÃO


81


82

4.10 CIRCULAÇÃO As principais circulações são dos idosos residentes ou não na instituição e dos visitantes. Ela ocorre pelo hall de entrada, Figura 62 onde através da recepção é possível ter o controle e direcionar os mesmos para os diversos setores. A circulação para os pavimentos superiores é feita por seis elevadores, sendo dois destinados para macas, que são recepcionadas pelo subsolo. Figura 62 - Hall de entrada da Instituição

Fonte: Acervo pessoal, 2015

A circulação dos funcionários acontece prioritariamente na porção oeste, com uma entrada especifica no térreo, passando pela identificação e seguindo através dos elevadores para seus respectivos setores. Figura 63 - Circulação

Fonte: Acervo pessoal, 2015


CAPITULO 5 O PROJETO


85

5.0 O PROJETO

5.1 IMPLANTAÇÃO

A implantação foi realizada a partir da análise terreno, considerando-se ainda a legislação vigente e o programa de necessidades, a volumetria da edificação foi resultado da busca por obter melhor aproveitamento visual, iluminação e ventilação natural.

Figura 64 - Implantação

Fonte: Acervo pessoal, 2015

5.2 VOLUMETRIA A edificação tem composição de dois volumes de forma geométrica simples integrados por um volume central em forma de trapézio, permitindo um jogo de adição e subtração que compõem a unidade volumétrica.


86

Figura 65 - Volumetria

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

5.3 FACHADAS As fachadas recebem proteção horizontal através de brises de madeira (Woodbrise Hunter Douglas) e vidros insulados na cor bronze, para garantir o conforto térmico e lumínico, além de proporcionar uma estética sofisticada. O peitoril será de 1m, para atender a RDC e possibilitar melhor visibilidade. Figura 66 - Fachada leste e norte

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


87

Figura 67 - fachada Leste e Sul

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

5.4 ACESSOS Os usuários tem acesso pela entrada principal localizada na orla e pelo café gourmet na fachada norte. Já os veículos acessam o estacionamento da instituição através de uma única entrada localizada também na fachada norte, para melhor controle. O acesso dos veículos de serviço (fornecedores) e dos funcionários acontecem pela fachada sul. Além disso, possui área de embarque e desembarque na fachada principal (leste), que situa-se na Av. Antônio Gol Veloso.


88

Figura 68 - Acessos pedestre - veículos e embarque e desembarque

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

Para maior conforto do usuário criou-se uma área de embarque e desembarque, podendo acontecer este com tranquilidade sem atrapalhar o trânsito de veículos da Avenida Antônio Gil veloso (Orla) Figura 69 - Acessos pedestre e embarque e desembarque

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


89

5.5 ESPAÇOS EXTERNOS Na fachada norte foi projetada um espaço de permanecia convidativo, para contemplação do espaço externo, interagindo também com as lojas e o café gourmet, permitindo maior convivência com a comunidade. Figura 70 - Espaço contemplação

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

Utilizou-se de matérias na fachada para revestir onde se localiza o letreiro das lojas mantendo assim a identidade da edificação, padronizando a área destinado a comunicação visual. Figura 71 - Área com lojas

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


90

A horta localiza-se na fachada sul, que possui incidência solar favorável e é acessível aos usuários da instituição e a toda comunidade, com o fim de promover além de uma atividade terapêutica a interação com a comunidade local. Figura 72 - Horta

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

Ao projetar os elementos de paisagismo levou-se em consideração aspectos como conforto visual, térmico e que proporcione ao idoso área de interação O posicionamento das arvores se deu para que minimize o impacto da incidência dos ventos. Para proteção da vegetação de pequeno porte(horta) criou-se um guarda corpo com altura de 100m, tal altura foi pensada de modo a garantir o visual do transeunte.

Figura 73 - Paisagismo -

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


91

5.6 TÉRREO O térreo possui pé direito duplo para trazer amplitude e um aspecto contemporâneo, destacando-se dos demais pavimentos e melhorando a circulação de ar. Foi projetado para proporcionar funcionalidade, controle e interação, atendendo ao programa de necessidades da instituição. Utilizou-se matérias no balcão da recepção que favorece o conforto visual devido as caracteriza dos revestimentos utilizados em tons neutros contrastando com a tonalidade do revestimento amadeira dos elevadores Figura 74. Figura 74 - Perspectiva hall de entrada

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

O hall de entrada abriga a recepção e acesso aos elevadores. O espaço de convivência é composto de consultórios (com recepção exclusiva), restaurante (com jardim interno), espaço kids, café gourmet, um lobby para exposições, banheiros e lojas no exterior.

É sabido que o idoso necessita de espaços com boa circulação e de piso adequado para melhor locomoção (Figura 75). Foram utilizados materiais de alta resistência como piso vinifico, proporcionando através destes, espaços agradáveis e aconchegantes, desta forma os visitantes e moradores desfrutarão da instituição com ambiência favorável a convivências e momentos de lazer


92

Figura 75 - Lobby

b

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

Os consultórios foram localizados no térreo, com recepção independente para agendamento de consultas, podendo atender aos usuários da instituição e público externo a recepção cria uma interação visual para o lobby.

Figura 76 - Consultórios

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


93

No restaurante optou-se pela criação de um painel madeirado, fazendo separação entre o hall e possibilitando privacidade, mas permitindo visibilidade para as demais áreas. Além de contar com uma área de jardim onde existe uma abertura zenital que possibilita a renovação de ar do ambiente interno. No ambiente acontece pontualmente através do mobiliário (Figura 76). Figura 77 - Restaurante

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

O café gourmet possibilita ao usuário um visual agradável integrado com o externo e interno da edificação, podendo fazer uso do espaço kids como as demais áreas de convivência, ambiente aconchegante com tonalidades contrastantes. Figura 78 – Café

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


94

Este espaço destinado as atividades infantis (Figura 78) teve total importância no programa para que os idosos possam interagir e trocar experiências, está localizado no térreo próximo as atividades para proporcionar aos usuários que frequentam o ambiente comodidade.

Figura 79 - Espaço kids

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

5.7 PRIMEIRO PAVIMENTO O primeiro pavimento foi projetado com hall de entrada, setor de serviço, administrativo, enfermagem, refeitório dos funcionários e academia. Dessa forma, o fluxo entre a área comum e o setor de moradia (suítes) fica melhor integrado, contribuindo para a privacidade, já que diminui a circulação de pessoas nos pavimentos superiores.

5.8 SEGUNDO A SÉTIMO PAVIMENTOS (SUÍTES) Esses pavimentos foram projetados como setor de moradia, com as suítes, sala de estar e TV, posto de enfermagem, rouparia, jardim interno e uma abertura zenital. As suítes possuem quatro opções de layout, com dimensionamentos diferentes, permitindo tanto a opção de quarto privativo, quanto coletivo, o que contribui para autonomia, privacidade e identidade. As suítes podem ser personalizadas com mobília e decoração escolhida pelos usuários, trazendo assim maior conforto.


95

Figura 80 - Suíte 1

Figura 81- Suíte 2

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

Figura 67 – Suíte 3

Figura 67 – Suíte 4

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

5.9 OITAVO PAVIMENTO O oitavo pavimento reúne as áreas destinas as atividades de convivência e local para eventos, como auditório, sala de dança, cinema, espaço ecumênico, sala de artes, foyer, copa e banheiros. Esta configuração permite ambientes com diversas atividades na instituição promovendo socialização entre diversas faixa etária.


96

5.10 LAZER Localiza-se no nono pavimento, composto de piscina, terraço jardim, salão de jogos e banheiros. Esta área tem por finalidade proporcionar aos usuários algumas opções de lazer dentro da própria instituição Figura 82 - Terraço jardim

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

As plantas são essenciais para o ambiente, tem seu próprio valor terapêutico para contribuir com o momento de relaxar. Os idosos podem sentar-se no terraço e desfrutar de sua manhã ou noite com uma xícara de chá, ou somente se refrescar. Figura 83 - Terraço jardim

Fonte: Acervo Pessoal, 2015


97

5.11 COBERTURA E AREA TECNICA Figura 84 - Terraço jardim

Fonte: Acervo Pessoal, 2015

5.12 CORTES Nos cortes AA’ e BB’, é possível identificar a abertura central que vai do restaurante no térreo a área de lazer. Representa-se o posicionamento dos ambientes de modo vertical e identificação dos níveis de cada pavimento, altura do pé direito, destacandose as, assim como o bloco de banheiros.


98


99


100


101


102


100

CAPITULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS


101

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa teve a intenção de analisar as ILPI’s sob o prisma da arquitetura, relacionando a importância do projeto estar adequado as normas legais, as normas técnicas e as necessidades especiais dos usuários, priorizando a setorização adequada dos ambientes e favorecendo as relações interpessoais.

Para compor o trabalho, além das pesquisas bibliográficas, foi realizada uma pesquisa de campo, visitando-se três Instituições localizadas em Vila Velha – ES, além dos estudos de caso, onde avaliou-se duas Instituições, uma em São Paulo e uma em Londres. Conclui-se que as ILPI’s, principalmente as de menor poder financeiro, não são projetadas adequadamente para atender as necessidades dos idosos, mas sim adaptadas conforme normativas de funcionamento das Prefeituras e da vigilância sanitária e, somente isso não atende as necessidades do bem viver do idoso, pois, na medida em que se envelhece, perde-se o senso motor cognitivo, precisando de adaptações adequadas ao ambiente em que se vive, com acessibilidade, autonomia e privacidade.

Ao observar estes ambientes foi possível notar a falta de estrutura básica, como por exemplo, nos banheiros que não são adaptados ou são adaptados incorretamente, idosos acamados dividindo o mesmo quarto com idosos ativos, o que não favorece a privacidade e bem estar de ambos. Salas de recreação e refeição próximos a banheiros e quartos, também não favorecendo a privacidade. Esses foram alguns dos exemplos vistos nas ILPI’s na pesquisa de campo. Ao contrário do que foi analisado nos estudos de casos, onde buscou-se Instituições que são referência no setor e que possuem um projeto arquitetônico de qualidade.

Com os estudos conceituais, a análise e a comparação das Instituições, foi possível desenvolver um projeto que tem como diferencial a interação com o entorno, a adequada setorização dos ambientes, sempre pensando no bem estar do idoso e nas relações interpessoais positivas.


102

O projeto da ILPI foi pensado para um terreno localizado no bairro de Vila Velha - ES, favorecendo a interação do idoso com a sociedade local, e ainda oferecendo um ambiente adequado de moradia, fazendo com que o idoso se sinta mais inserido no contexto social.

O projeto proposto neste trabalho é de fazer com que os idosos se sintam capazes de produzir, criar, estimular e interagir no convívio diário do local onde ele está inserido, como se sentia no período de sua mocidade, pois o envelhecimento se torna menos penoso para aqueles que possam sentir-se úteis perante a sociedade.

É preciso que estas instituições estejam preparadas para receber qualquer tipo de idoso, e que suas famílias se sintam seguras ao optarem por escolher que seu familiar idoso viva na instituição.

Foi pensando em uma instituição que promova o bem viver dos idosos em todos os aspectos mencionados nesse trabalho que essa ILPI foi pensada. E, acima de tudo, uma instituição que promova a autonomia e privacidade não somente para os idosos, mas também para os funcionários e familiares que visitam o local, provando que mesmo Instituições com menor potencial de investimento podem atingir um resultado de um projeto arquitetônico bem elaborado e adequado em todos os aspectos, seja a Instituição de pequeno, médio ou grande porte.


103

7. REFERÊNCIAS

7.1 TABELAS: Tabela 1: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus componentes Vila Velha – ES. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/vilavelha_es acessado em 10 de abril

Tabela 2: BORGES. Márcio. Idosos dependentes e independes, 2008. Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/idoso-independente-e-dependente/ acessados em 10 de abril de 2015. Tabela 3: Acervo Pessoal – Programa de Necessidades


104

7.2. GRÁFICOS: Gráfico 1 - Pirâmide etária – Vila Velha 1991 – 2010 Disponível em http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/vila-velha_es Acessado em 21 de maio de 2015.


105

7.3. FIGURAS: Figura 1: Qualidade Arquitetônica – Diagrama Esquemático (VOORDT E WERGEN, 2013.p. 119) VOORDT E WERGEN Theo JM van der & HERMAN BR van Wegen. Arquitetura sob o olhar do usuário programa de necessidades, projeto e avaliação de edificações. São Paulo.: oficina de textos, 2013. Figura

2:

Circulação

em

dormitório

NBR

9050

Disponível

em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015. Figura

3:

Circulação

de

pessoas

em

pé.

NBR

9050

Disponível

em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015 Figura 4: Circulação em linha reta- Cadeiras de roda. NBR 9050 Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015. Figura

5:

Manobra

sem

deslocamento.

NBR

9050

Disponível

em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015. Figura

6:

Manobra

com

deslocamento.

NBR

9050

Disponível

em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015. Figura

7:

Sanitário

e

boxe:

NBR

9050

Disponível

em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015. Figura

8:Localização

https://www.google.com.br/maps/uv?hl=pt-

BR&pb=!1s0xb8164ef9a7f513:0xb8fcdfc6a1efe35b!2m5!2m2!1i80!2i80!3m1!2i100!3 m1!7e1!4shttps://picasaweb.google.com/lh/sredir?uname%3D115810911467008850 225%26id%3D6187790940345711186%26target%3DPHOTO!5scasa+monte+sinai+ es+vila+velha+-+Pesquisa+Google&sa=X&ved=0CF8QoiowCmoVChMIN3JxfyNyQIVhImQCh3EEQK9. Acessado em: 28 de abril de 2015. Figura 9 :Jardim externo. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 10: Horta no jardim. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015.


106

Figura

11:Sala

de

estar

próximo

ao

quarto.

Disponível

em

Disponível

em

http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura

12:Sala

de

estar

próximo

ao

quarto.

http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 13:Ambiente de lazer. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 14: Ambiente de lazer. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 15:Localizacao. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 16: Fachada da ILPI e casa alugada para ampliação do espaço. Disponível em https://www.google.com.br/maps/@-20.332241,40.281694,3a,90y,321.11h,89t/data=!3m4!1e1!3m2!1slnMFowxglVriMviRW6Zu2g!2e 0!6m1!1e1 Acessado em 24 de abril de 2015

Figura 17: Sala de televisão. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura

18:

Sala

de

Jantar.

disponível

em:

https://www.facebook.com/PrinceGeorgeRetirementResidence/photos_stream acessado em 10 de maio de 2015. Figura 19:Quarto. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 20: Sala de jantar. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 21:Área de lazer. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 22: Implantação Prince George Retirement Residence. Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015.

Figura 23: FACHADA Prince George Retirement Residence Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015

Figura 24: ESPAÇO EXTERNO Prince George Retirement Residence Disponível em http://www.princegeorgerr.com/ Acessado em 12 de maio de 2015.


107

Figura 25: TERREO Primeiro andar Prince George Retirement Residence. Disponível em: http://www.princegeorgerr.com/#!suites/c1as8 Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 26: Planta do Segundo andar do Prince George Retirement Residence. Disponível

em:

http://media.wix.com/ugd/8104d0_6a79ea8cb9ed4dd9aa71fce63c13e0ff.pdf. Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 27: Planta do Terceiro andar do Prince George Retirement Residence. Disponível

em:

http://media.wix.com/ugd/8104d0_6a79ea8cb9ed4dd9aa71fce63c13e0ff.pdf. Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 28: Suíte do terceiro andar do Prince George Retirement Residence Disponível em: http://www.princegeorgerr.com/#!suites/c1as8 Acessado em 12 de maio de 2015. Figura 29: Suíte do primeiro andar do Prince George Retirement Residence Disponível em: http://www.princegeorgerr.com/#!suites/c1as8 Acessado em 12 de maio de 2015. Figura

30:

trabalhado

com

Plantas

do

Hiléa.

Disponível

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

31:

Fazendo

artesanato.

Disponível

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

32:

Espaço

para

exposição.

Disponível

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

33:

Espaço

para

música.

Disponível

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

34:

Localização.

Disponível

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015. Figura 35: Hiléa Centro de Vivência e Desenvolvimento para Idosos. Disponível em: Fotos do hiléa - http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2 Acessado em 21 de maio de 2015.


108

Figura

36:

Piscina

do

Hiléa.

Disponível

em:

Fotos

do

hiléa

-

http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2 Acessado em 21 de maio de 2015.

Figura

37:

Planta

Pavimento

Tipo

Disponível

em:

http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2 . Acessado em 21 de maio de 2015

Figura

38:

Quarto

hospitalar

Disponível

em:

https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/ acessado em 21 de maio de 2015. Figura

39:

Suíte

do

Hiléa

Disponível

em:

https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/ acessado em 21 de maio de 2015. Figura

40:

Planta

do

Térreo

do

Hiléa.

Dispónivel

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

41:

Planta

primeiro

pavimento

do

Hiléa.

Disponível

em:

http://au.pini.com.br/au/solucoes/galeria.aspx?gid=2208. Acessado em 21 de maio de 2015.

Figura 42: Sala de fisioterapia. http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2 . Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

43:

Fachada

lateral.

Disponível

em:

http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2 . Acessado em 21 de maio de 2015

Figura

44:

Fachada

frontal.

Disponível

em:

http://aflalogasperini.com.br/?portfolio=hilea-2 . Acessado em 21 de maio de 2015. Figura

45:

Livraria

Disponível

em:

https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/ acessado em 21 de maio de 2015. Figura

46:

Salão

/

barbearia

Disponível

em:

https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/ acessado em 21 de maio de 2015.


109

Figura

47:

Cinema

Disponível

em:

https://www.flickr.com/photos/hilea/3347509106/in/photostream/ acessado em 21 de maio de 2015. Figura

48:

Restaurante

do

Hiléa:.

Disponível

http://www.jornalperspectiva.com.br/VisualizaNoticia.aspx?id_cha=621&or=ei Acessado em 21 de maio de 2015. Figura 49: Espirito Santo. Acervo pessoal, 2015. Figura 50: Vila Velha - ES. Acervo pessoal, 2015. Figura 51: Vista aérea do terreno. Acervo pessoal, 2015. Figura 52: Figura rica de análise do terreno. Acervo pessoal, 2015. Figura 53: Parâmetros urbanísticos. Acervo pessoal, 2015. Figura 54: Programa de necessidades. RDC/Projeto. Acervo pessoal, 2015. Figura 55: Fluxograma I. Acervo pessoal, 2015. Figura 56: Composição volumétrica. Acervo pessoal, 2015. Figura 57: Setorização térreo. Acervo pessoal, 2015. Figura 58: Setorização 1° Pavimento. Acervo pessoal, 2015. Figura 59: Setorização 2 ° ao 7º pavimento. Acervo pessoal, 2015. Figura 60: 50 - Setorização 8 ° pavimento. Acervo pessoal, 2015. Figura 61: Setorização 9 ° pavimento. Acervo pessoal, 2015. Figura 62: Hall de entrada da Instituição. Acervo pessoal, 2015. Figura 63: Circulação. Acervo pessoal, 2015. Figura 64: Implantação. Acervo pessoal, 2015. Figura 65: Volumetria. Acervo pessoal, 2015. Figura 66: Fachada leste e norte. Acervo pessoal, 2015. Figura 67: fachada Leste e Sul. Acervo pessoal, 2015. Figura 68: Acessos pedestre - veículos e embarque e desembarque. Acervo pessoal, 2015. Figura 69: Acessos pedestre e embarque e desembarque. Acervo pessoal, 2015. Figura 70: Espaço contemplação. Acervo pessoal, 2015. Figura 71: Área com lojas. Acervo pessoal, 2015. Figura 72: Horta. Acervo pessoal, 2015. Figura 73: Paisagismo. Acervo pessoal, 2015. Figura 74: Perspectiva hall de entrada. Acervo pessoal, 2015. Figura 75: Lobby. Acervo pessoal, 2015.

em


110

Figura 76: Consultórios. Acervo pessoal, 2015. Figura 77: Restaurante. Acervo pessoal, 2015. Figura 78: Café. Acervo pessoal, 2015. Figura 79: Espaço kids. Acervo pessoal, 2015. Figura 80: Suíte 1. Acervo pessoal, 2015. Figura 81: Suíte 2. Acervo pessoal, 2015. Figura 82: Terraço jardim. Acervo pessoal, 2015. Figura 83: Terraço jardim. Acervo pessoal, 2015. Figura 84: Terraço jardim. Acervo pessoal, 2015.


111

7.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Alcântara AO. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas: Alínea; 2004.

ANVISA - A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe confere o art. 11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o art. 111, inciso I, alínea “e” do Regimento Interno aprovado pela Portaria nº 593, de 25 de agosto de 2000, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2000, em reunião realizada em 14 de junho de 2004. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B7626-10%5D.PDF acessado em 27 de maio de 2015.

ARCOWEB. Aflalo & Gasperini Arquitetos: Prêmio Asbea 2008 arcoweb.com.br/projetodesign disponível em: http://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetospremio-roberto-08-01-2009 acessado em 18 de maio de 2015.

(NBR 9050) Associação Brasileira de Normas técnica: Acessibilidade a edificações, mobiliário,

espaços

e

equipamentos

urbanos.

2004.

Disponível

em:

http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_ge nerico_imagens-filefield-description%5D_24.pdf . Acessado em: 28 de abril de 2015.

ATLAS

BRASIL,

2013.

Disponível

em:

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_rm/grande-vitoria . Acessado em 02 de maio de 2015. Citação A – Região Sudeste.

ATLAS

BRASIL,

2013.

Disponível

em:

http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/vila-velha_es. Acessado em 02 de maio de 2015. Citação B – Vila Velha. BORGES. Márcio. Idosos dependentes e independes, 2008. Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/idoso-independente-e-dependente/ acessados em 10 de abril de 2015.


112

Bos, A. M. G., & Bos, A. J. G. (2004) Determinantes na escolha entre atendimento de saúde privada e pública por idosos. Revista de Saúde Pública, 38, 113-120. Recuperado

em

29

de

marco,

2006,

de

http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102004000100016

BRASIL. Lei 10.741 de 1 de outubro de 2003. Estatuto do Idoso. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm Acessado em 24 de abril de 2015.

BRASIL. Lei 8.842 de 4 de janeiro de 1994. Política Nacional do Idoso. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm acessado em 24 de abril de 2015.

CATTELAN, Anderson Vesz, PANDOLFO, Bruna Pertile. Et al. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano. Análise ergonômica de uma instituição de longa permanência para idosos em Passo Fundo – RS. RBCEH, Passo Fundo, v. 4, n. 2, p. 75-82, jul./dez. 2007 disponível em: http://www.upf.br/seer/index.php/rbceh/article/view/136/108 acessado em 01 de junho de 2015.

Chaimowicz, F., & Greco, D. B. (1999) Dinâmica da institucionalização de idosos em Belo Horizonte, Brasil. Revista de Saúde Pública. 33(5). Recuperado em 17 de outubro,

2007,

de

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-

89101999000500004&lng=pt&nrm=isso

CHAIMOWICZ, F.; GRECO, D. B. Dinâmica da institucionalização de idosos em Belo Horizonte, Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 33, n. 5, p. 454-460, 1999.

Davim, R. M. B., Torres, G. V., Dantas, S. M. M. & Lima, V. M. (2004) Estudo com idosos de instituições asilares no município de Natal/RN: características socioeconômicas e de saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

11692004000300010&lng=pt&nrm=isso acessado em 10 de abril de 2015.


113

Deps, V. L. (1995) In Néri, A. L. (Org.). Psicologia do envelhecimento: Temas selecionados na perspectiva do curso de vida. Campinas, SP: Papirus. FRANÇA, Lúcia. PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA: DESAFIOS A ENFRENTAR In: Capítulo “Terceira Idade: Alternativas para uma sociedade em transição” organizado por Renato Veras, Editora Relume Dumará/UnATI – 1999. Disponível

em:

http://www.luciafranca.com/PDF/Aposentadoria%20Article%20Portugues.pdf Acessado em 09 de maio de 2015.

GOFFMAN, 1974 IN QUEIROZ 2010 Disponível em: http://www.ufsj.edu.br/portal2repositorio/File/mestradopsicologia/2010/Dissertacoes/Dissertacao_Gleicimara%20.p df . Acessado em 06 de maio de 2015

GORZONI, M. L., & Pires, S. L. (2006) Idosos asilados em hospitais gerais. Revista de Saúde Pública. 40(6). Recuperado em 17 de outubro, 2007. IBGE.

Censo

2010.

Disponível

em:

http://censo2010.ibge.gov.br/noticias-

censo?view=noticia&id=1&idnoticia=1866&t=primeiros-resultados-definitivos-censo2010-populacao-brasil-190-755-799-pessoas . Acessado em 02 de maio de 20015

Jornal Perspectiva. Alimentação na Terceira Idade. Edição nº 243 Abril 2015 disponível

em

http://www.jornalperspectiva.com.br/VisualizaNoticia.aspx?id_cha=621&or=ei acessado em 21 de maio de 2015.

Legislação

Online

CMVV

Disponível

em:

http://www.legislacaoonline.com.br/cmvilavelha/images/leis/html/L54302013.html#a1 _VII acessado em 28 de maio de 2015.

LEITE, Rita de Cassia Burgos Oliveira. O Idoso dependente em domicilio ( tese) 1995. In: Disponível em; http://www.scielo.br/pdf/ape/v18n4/a11v18n4.pdf. Acessado em 8 de maio de 2015.

LOPES, Ághata Braga. Arquitetura como recurso terapêutico:Intituição de Longa Permanência para idosos com doença de Alzheimer. UVV – 2014.


114

MARQUE Marcia e Reis Inês. Jardins terapêuticos. 2013. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=16&Cod=693 acessado em 28 de maio de 2015.

MENDES E GUSMÃO et al. A situação social do idoso no Brasil: uma breve consideração,

2005.

Disponível

em;

http://www.scielo.br/pdf/ape/v18n4/a11v18n4.pdf. Acessado em 8 de maio de 2015.

NETTO, Matheus Papaléo. Gerontologia. A Velhice e o envelhecimento em visão Globalizada. São Paulo: Editora: Atheneus. 1996.

PRADO, Adriana Romeiro de Almeida. Acessibilidade e desenho universal. 2003. Disponível em: http://direitodoidoso.braslink.com/pdf/acessibilidade.pdf . Acessado em: 24 de abril de 2015

QUEIROZ. Gleicimara Araujo. Qualidade de vida em instituições de longa permanência para idosos: Considerações a partir de um modelo alternativo de assistência.

São

João

del-Rei

PPGPSI-UFSJ

2010.

Disponível

em

http://www.ufsj.edu.br/portal2repositorio/File/mestradopsicologia/2010/Dissertacoes/ Dissertacao_Gleicimara%20.pdf acessado em 07 de maio de 2015.

REIS, Pedro Ferreira; MORO, Antonio Renato Pereira; MERINO, Eugenio Andrés Diaz. Prevenção do risco de quedas na terceira idade: uma abordagem no ambiente

construído.

2011.

Disponível

em:http://www.fisioweb.com.br/portal/artigos/categorias/94-ergonomia-e-saude-dotrabalhador/1250-prevencao-do-risco-de-quedas-na-terceira-idade-uma-abordagemno-ambiente-construido.html. Acessado em 19 de maio de 2015. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC. 283 de 26 de setembro de 2005. ANVISA. Disponível

em

http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/rdc-283de-26-de-setembro-de-2005.acessado em 28 de abril de 2015.

:


115

Revista AU (arquitetura e Urbanismo) disponível em: http://au.pini.com.br/arquiteturaurbanismo/180/a-vida-sem-limitacoes-hilea-sao-paulo-de-aflalo-128077-1.aspx acessado em 25 de maio de 2015.

ROSSETO, Fabio. Instituições de longa permanência para idosos. ( ILPI´s): Uma tendência

para

a

sustentabilidade

no

Brasil,

2012.

Disponível

em:

http://www.diagnosticoweb.com.br/blogs/fabio-rossetto/instituicoes-de-longapermanencia-para-idosos-ilpis-uma-tendencia-para-sustentabilidade-da-saude-nobrasil.html acessado em 20 de abril de 2015 Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - Seção São Paulo – Instituição de Longa Permanência para Idosos: manual de funcionamento. São Paulo, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - Seção São Paulo, 2003.

TELELISTA. Busca de Locais. Disponível em: http://www.telelistas.net/es/vila+velha. Acessado em 04 de maio de 2015.

VOORDT E WERGEN Theo JM van der & HERMAN BR van Wegen. Arquitetura sob o olhar do usuário programa de necessidades, projeto e avaliação de edificações. São Paulo: oficina de textos, 2013.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.