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Agroglobal vai mudar-se para o Centro Nacional de Exposições e Merca dos Agrícolas

Organização e administração do CNEMA assinaram protocolo

agroglobal vai mudar-se para o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas

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A Agroglobal vai passar a ser realizada em Santarém e organizada pelo Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA). A novidade foi conhecida no último dia da feira deste ano, que decorreu em Porto de Muge, Cartaxo. A cedência dos direitos de organização e mudança de localização resulta de um acordo entre os responsáveis da Agroglobal, liderada por Joaquim Pedro Torres, e a administração do CNEMA, presidida por Eduardo Oliveira e Sousa.

Na ocasião, Joaquim Pedro Torres, que com Manuel Paim criou o certame em 2009, diz que, face à evolução do setor e o crescimento da Agroglobal “chegou uma altura em que percebemos que o caminho estava por aí”. A decisão de mudar a feira para o CNEMA é justificada por Joaquim Pedro Torres com o facto de “em pleno campo, as infraestruturas começarem a ceder”, lembrando que no dia anterior à abertura do certame o “recinto parecia uma zona de guerra”. Dá-se a volta, mas sempre de improviso por estarmos no meio do campo”, afirmou.

Para além disso, “esta é a altura ideal para pensarmos em levar esta feira para um sítio onde haja condições e infraestruturas para alojar aquilo que esperamos seja cada vez mais gente”, referiu Joaquim Pedro Torres, referindo o “enorme potencial” da feira, além de que o CNEMA é “a entidade certa para assegurar para a Agroblobal um futuro para muitos anos e sempre a crescer”. “Não crescer é andar para trás. Penso que a nova orientação vai sempre tentar promover uma relação com a qualidade”, concluiu o responsável pela organização do certame.

Por sua vez o presidente do Conselho de Administração do CNEMA, Eduardo Oliveira e Sousa, começou por elogiar o trabalho desenvolvido pelos fundadores da Agroglobal. “Temos de tirar o chapéu ao Peu (Pedro Torres) e ao Manel, que “criaram uma feira que hoje já não é deles, mas sim do setor e das empresas”. O também presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), desafiou a que ambos “se mantenham participantes nesta transição”.

Eduardo Oliveira e Sousa defendeu que “isto que aqui está à nossa vista não é repetível e é muito difícil de fazer noutro lugar”, e que o protocolo assinado “é o primeiro passo, mas com o desejo que a Agroglobal consiga ser daqui a muitos anos um símbolo da agricultura em Portugal”.

agROglOBal 2021 SupEROu tODaS aS EXpEctatiVaS

A edição de 2021 da Agroglobal superou todas as expectativas, pela elevada adesão de expositores, mais de quatro centenas, e visitantes. Foram três dias de intenso intercâmbio de conhecimento, aprendizagem e convívio, decorridos com todas as condições de segurança exigidas pelo contexto pandémico.

Este absoluto sucesso do certame, que marca de forma incontestável a actualidade agrícola nacional e dignifica a agricultura portuguesa, é mérito dos seus organizadores - Joaquim Pedro Torres e Manuel Paim – que, de forma ímpar, conseguiram congregar na Agroglobal inovação tecnológica, realização de negócios e conferências de alto nível, de caráter técnico e sobre política agrícola nacional e europeia.

pORtugal “tEM DíViDa DE gRatiDãO paRa cOM OS agRicultORES”

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o país tem uma dívida de gratidão para com os agricultores, destacando o papel do setor no decurso da pandemia de Covid-19 para que Portugal tivesse sempre uma cadeia de abastecimento.

“Acho que o país tem uma dívida de gratidão para com os seus agricultores e é uma palavra de estímulo e de carinho que devemos dar”, disse António Costa, que discursava após uma visita à Agroglobal, que decorreu Porto de Muge, concelho do Cartaxo (Santarém), na qual se fez acompanhar pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes. Antes, o chefe do executivo salientou que “queria aproveitar esta ocasião para prestar tributo a todos os agricultores”.

“Ao longo deste mais de ano e meio que vamos enfrentando de pandemia, muitos setores de actividade tiveram de fechar, muitos de nós tivemos de enfrentar o receio da pandemia, mas houve setores que nunca puderam fechar e tiveram sempre que vencer os receios para que nada nos faltasse e que do prado ao prato tivéssemos sempre uma cadeia de abastecimento permanentemente a funcionar”, declarou.

António Costa considerou ainda que o atual momento é de “viragem importante, com uma nova Política Agrícola Comum (PAC), mas também o próprio Plano de Recuperação e Resiliência” tem “um conjunto de investimentos importantes para uma das maiores preocupações que o setor hoje atravessa e que, praticamente, em todos os ‘stands’” lhe foi colocada, a questão da água. Neste âmbito, o chefe do executivo destacou investimentos no Algarve, para aumentar a eficiência hidrográfica do Algarve, ou na Barragem do Pisão, “para poder criar melhores condições de utilização da água no Alto Alentejo”.

António Costa referiu, também, a “prossecução do programa contratado com o Banco Europeu de Investimento e que “tem um novo impulso no âmbito da nova PAC relativamente à irrigação e, sobretudo, à irrigação de precisão”, assim como os “laboratórios colaborativos, que têm vindo a ser desenvolvidos de norte a sul”, considerando que “são muito importantes” para o país “ter um melhor uso, um melhor aproveitamento” das produções tradicionais.

Depois, dirigindo-se a Joaquim Pedro Torres, promotor da feira agrícola, agradeceu o trabalho na Agroglobal e “por casar aquilo que é a atividade mais antiga da Humanidade” com o que é “maior inovação, maior esforço de conhecimento”. “Estamos todos, cada dia, a saber mais, para podermos ter uma agricultura cada vez mais moderna, mais eficiente e que alimente o país e reforce a capacidade exportadora”, adiantou.

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