4 minute read

Plano Estratégico para a Vitivinicultura dos Açores 2022

Revelou o secretário regional da Agricultura

Açores quer implementar um plano estratégico para a vitivinicultura a 10 anos

Advertisement

os Açores prevêem começar a implementar, este ano, um plano estratégico para a vitivinicultura, a 10 anos, que visa aumentar a produção e dar mais visibilidade aos vinhos da região, revelou o secretário regional da Agricultura.

“Pretende-se mais exportação de vinhos, mais produção, mais capacidade de transformação, mais mão de obra, mais ciência, mais ligação à terra e mais criação de emprego em todas as ilhas”, afirmou o secretário regional da Agricultura e desenvolvimento rural, António Ventura, à margem de uma reunião com a direção da Adega Cooperativa dos Biscoitos, na ilha Terceira.

O Plano Estratégico da Vitivinicultura para a Região Autónoma dos Açores, que será colocado a consulta pública, durante este mês de janeiro, será posteriormente aprovado em Conselho de Governo e deverá começar a ser implementado em 2022.

Segundo António Ventura, o documento, que recebeu contributos de meia centena de personalidades, integra “18 medidas e 58 ações, a realizar nos próximos 10 anos”. “Pretende recuperar o tempo perdido e perspetivar no futuro um desenvolvimento que tem a ver com a criação de emprego, com a fixação de pessoas e com a diversificação económica, apostando na vinha, no vinho e nos produtos”, frisou.

Entre as principais medidas do plano, o secretário regional da Agricultura destacou a criação de um livro branco para o enoturismo e a criação da “Rota dos Vinhos dos Açores”. “Há cada vez mais turistas a procurar, a apreciar e a comprar o vinho e a referenciar as zonas pela produção de vinho”, sublinhou.

O governante disse ainda esperar que o Instituto da Vinha e do Vinho seja “aprovado o mais rapidamente possível” e que possa entrar em funcionamento “este ano”. “Este organismo irá planear, orientar e operacionalizar todas estas políticas e este plano estratégico”, apontou.

António Ventura realçou, por outro lado, a criação do Observatório da Vinha e do Vinho, entidade que deverá acompanhar a execução do plano, elaborando ainda relatórios sobre os programas VITIS (Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha) e sobre a sustentabilidade do setor vitivinícola na região.

O organismo deverá ainda elaborar “contas de cultura” para diferentes ambientes edafoclimáticos da cultura da vinha nos Açores e avaliar o impacto sócio-económico da produção. Poderá também fazer sugestões sobre a experimentação, vulgarização e formação profissional, sobre a promoção e comercialização dos produtores vitivinícolas regionais e sobre a divulgação do enoturismo regional. “Há necessidade de cursos de formação, de podas, por exemplo, de enxertias, de colheita, etc”. “A ligação forte às escolas profissionais, ao ensino regular e, especificamente, dentro da secretaria, é fundamental implementar”, avançou António Ventura. O secretário regional da Agricultura adiantou que está a ser considerada também a criação de “majorações, formação e até, provavelmente, importação de mão de obra”.

Para o presidente da Adega Cooperativa dos Biscoitos, Ricardo Rodrigues, este plano é importante para “alavancar” um setor, que tem “evoluído bastante” nos últimos anos. “Nós achamos que é um fator extremamente importante para alavancar um setor que durante muitos anos esteve esquecido. Achamos que a vitivinicultura tem a importância de ser mais um setor para a diversidade do que a região pode oferecer, quer a nível turístico, quer a nível da qualidade dos produtos que podemos apresentar”, apontou.

Na área vitivinícola dos Biscoitos, na ilha Terceira, tem-se registado um aumento de novos produtores, mas o foco deve ser, sobretudo, a aposta na qualidade do produto, a pensar em “nichos” de mercado, defendeu Ricardo Rodrigues. “É nisso que nós nos podemos diferenciar, apresentando um produto com qualidade, que se consiga identificar onde é produzido”, sublinhou.

Governo quer instituto da Vinha e do Vinho a funcionar “ainda este ano”

O secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Governo dos Açores disse que o executivo pretende que o Instituto da Vinha e do Vinho comece a funcionar “ainda este ano”, com sede no Pico.

Ouvido na comissão de Economia da Assembleia Regional, António Ventura afirmou que entrada em funcionamento daquele instituto vai depender da “celeridade e da deliberação” do parlamento açoriano. Caso o decreto legislativo seja aprovado na Assembleia Regional, a “responsabilidade fica” do lado do Governo açoriano. “Logo que o diploma seja aprovado, vamos trabalhar para que ainda este ano possamos ter em funcionamento o Instituto da Vinha e do Vinho. É este o nosso desejo. Não podemos perder mais tempo”, afirmou António Ventura.

O secretário regional afirmou que aquele organismo, que vai ter sede na ilha do Pico, era uma “iniciativa que já estava em desenvolvimento pelo anterior executivo”. “Encontrámos na secretaria esta iniciativa, terminamos o seu desenvolvimento e a sua construção e apresentamos na Assembleia Regional”, acrescentou. Para António Ventura, a criação do instituto “resulta da necessidade de unir, congregar e defender condignamente as regiões vitivinícolas dos Açores”.

O Instituto da Vinha e do Vinho vai “propor, estudar e executar” as políticas vitivinícolas e “congregar recursos humanos”, sendo composto por um presidente e quatro vogais, segundo a proposta do executivo açoriano. “Pretendemos que exista uma estrutura que pense sobre esse setor tão importante para os Açores, quer na criação de riqueza, quer na criação de emprego, quer na fixação de jovens. É uma fileira que precisa de ser recuperada”, concluiu o secretário regional.

This article is from: