TERRA EM TRANSFORMAÇÃO
“A TERRA CONTA A
SUA HISTÓRIA”
FÓSSEIS E A SUA IMPORTÂNCIA Na antiguidade tudo era imutável! Considerava-se que a Terra, o céu, o Homem e todos os seres que o rodeavam tinham sido criados conjuntamente, permanecendo iguais ao longo dos tempos. A Terra não tinha uma história!
Com Charles Darwin, no século XIX, surgiu uma nova perspectiva: a da evolução dos seres vivos.
Charles Darwin (1809– 1882)
Conclui-se que os organismos vivos e a Terra evoluem, de forma dinâmica, e em interacção constante, desde, pelo menos, há 3800 M.a..
ONDE ESTÁ “ESCRITA” A HISTÓRIA DA TERRA? No passado, ocorreram na Terra, ao longo de milhões de anos, inúmeros acontecimentos que nunca conheceremos, por não terem deixado vestígios que chegassem ao nosso tempo; É nas rochas que se encontram os registos das diferentes etapas da história da Terra, sobretudo nas chamadas das rochas sedimentares, cujas camadas ou estratos em que se dispõem acabam por equivaler às “páginas” do “grande livro da história da Terra”. De entre os registos que contêm, os fósseis dão um inestimável contributo para reconstituir a história da evolução da vida na Terra e conhecer a evolução das características da superfície do planeta.
ALGUNS EXEMPLOS DE FÓSSEIS
Insecto em ambar
Pegadas dinossáurios (Praia Grande do Rodízio) – permitem determinar peso, altura, se era bípede ou quadrúpede, solitário ou vivia em manada
Coprólitos de herbívoros
Ovos de dinossáurio
Fóssil de Gingko biloba
Cruziana (Pistas de trilobites)
ONDE ESTÁ “ESCRITA” A HISTÓRIA DA TERRA? Os fósseis indicam-nos as características dos seres vivos que habitaram o nosso planeta no passado, os tipos de ambientes em que viveram, sobretudo o clima, o momento em que se formaram e a distribuição das áreas oceânicas e continentais, isto é, permitem-nos caracterizar algumas etapas da história da Terra.
Fósseis de trilobites
Para reconstruir o passado da Terra, o geólogo procede como um detective, investigando em dois planos distintos. No terreno regista observações e recolhe amostras e, posteriormente, no laboratório, utiliza nos seus estudos as informações obtidas e os materiais recolhidos.
Para o estudo da história da Terra, como não se pode «regressar ao passado», estudam-se os fenómenos actuais e comparam-se com os registos geológicos, partindo do princípio que às mesmas causas correspondem os mesmos efeitos.
F贸sseis de Amonites
O QUE SÃO FÓSSEIS Os fósseis são vestígios, marcas ou restos de seres vivos que viveram há muito tempo no nosso planeta e são contemporâneos da formação das rochas em que se formaram.
“Fósseis são restos de seres vivos e vestígios ou marcas da sua actividade, preservadas nas rochas por processos geológicos”.
Fóssil de Archeopterix
Para que a fossilização ocorra, ou seja, para que se formem fósseis, é necessário que existam certas condições no ambiente e no próprio ser vivo, para que os restos ou vestígios do animal ou as impressões por ele deixadas, como as suas pegadas, não sejam destruídas.
O QUE SÃO FÓSSEIS Existem diferentes processos de fossilização, tais como moldagem, marcas, mineralização, restos rígidos e conservação total. Marcas de actividade
As marcas ou vestígios de actividade dos seres vivos fornecem-nos importantes informações sobre a locomoção, a alimentação ou a reprodução dos seres vivos que lhes deram origem;
Os fósseis, verdadeiros testemunhos dos fenómenos que ocorreram ao longo da história da Vida, formam-se através de um processo designado fossilização.
Tronco silicificado
O QUE É A FOSSILIZAÇÃO? “A fossilização é o conjunto de fenómenos físicos e químicos que permitem a formação de um fóssil”. No entanto, este é um fenómeno muito raro na
Natureza, porque, habitualmente, quando os seres vivos morrem, entram em decomposição; Para se encontrar um fóssil, o ser vivo tem, geralmente, de ser rapidamente enterrado e em condições que:
• Evitem a sua ingestão por animais e a sua decomposição; • Evitem a exposição dos seus ossos e conchas aos agentes erosivos;
• Permanecer no local de morte sem que ocorra deslocação.
Os fósseis inteiros de seres vivos são muito raros, a grande maioria corresponde, apenas, às partes duras esqueléticas, como conchas, dentes, ossos, carapaças ou espículas.
QUAIS OS PRINCIPAIS PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO?
MOLDAGEM MARCAS
MINERALIZAÇÃO RESTOS RÍGIDOS MUMIFICAÇÃO OU CONSERVAÇÃO TOTAL
QUAIS OS PRINCIPAIS PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO?
MOLDAGEM Os fósseis que correspondem a moldes internos e externos dos seres vivos são o tipo de fóssil mais frequente. Neste tipo de fossilização desaparecem as partes moles do ser vivo, ficando apenas um molde das suas partes duras, como, por exemplo, concha, ossos, dentes, caules ou nervuras e actividade. Sempre que existam superfícies ou cavidades passíveis de serem cobertas ou preenchidas, mais frequentemente por sedimentos finos, é possível obter moldes e contramoldes.
Concha de Turritella
Concha de Turritella
Molde interno
Molde externo
QUAIS OS PRINCIPAIS PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO?
MARCAS E VESTÍGIOS DE ACTIVIDADE As marcas são impressões deixadas pelo ser vivo que ficam conservadas, como é o caso das pegadas de dinossáurios. As marcas ou vestígios de actividades vitais dos seres vivos, também podem ser fossilizadas – conhecidos por icnofósseis – como pistas, tubos, pegadas, ovos, ninhos e fezes.
Pistas de trilobites
Pegadas de dinossauros
Ovos de dinossauro
Coprólito de dinossauro
QUAIS OS PRINCIPAIS PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO?
MINERALIZAÇÃO Com frequência, os seres vivos aquáticos, que após a morte se depositam no fundo, ou os seres terrestres, cujos corpos ficam nas margens de um rio ou lago, formam fósseis por mineralização. Neste tipo de fossilização, a matéria que constitui o ser vivo é substituída por certos minerais, como a calcite e a sílica, quando os sedimentos que envolvem o organismo sofrem compressão devido ao peso dos que sobre eles se vão acumulando, acabando os minerais que os compõem por cimentar e formar rocha.
Morte do organismo, sem que seja removida qualquer fracção do corpo
Encobrimento e preservação, sem desmembramento
Soterramento do organismo e decomposição das partes moles
Deposição de várias camadas e substituição mineral no esqueleto
Erosão e desenterramento que permite a exposição do fóssil
QUAIS OS PRINCIPAIS PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO?
RESTOS RÍGIDOS Muitos fósseis correspondem a vestígios rígidos de organismos, tais como ossos, conchas ou dentes.
Crânio de T. Rex
Fóssil de Pecten
Dente de Megalodonte
QUAIS OS PRINCIPAIS PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO?
MUMIFICAÇÃO OU CONSERVAÇÃO TOTAL Em situações especiais podem surgir fósseis raros, de todo ou quase todo o organismo, mesmo das suas partes moles. Dois bons exemplos deste processo são os casos do mamute - ser extinto há milhares de anos -, encontrado conservado por congelamento nas regiões das neves eternas, e dos insectos conservados em âmbar.
Fóssil de um mamute encontrado na Sibéria.
Fóssil de um insecto, mantendo intacto todo o corpo.
ESPÉCIES SOBREVIVENTES AO LONGO DE M.a. Celacanto 410 M.a.
Os fósseis constituem o melhor testemunho da evolução da Vida na Terra, mostrando-nos que, ao longo do tempo, os seres vivos sofreram modificações surpreendentes confirmadas por algumas espécies actuais, que possuam características bastante diferentes das que se encontram fossilizadas;
Ginkgo biloba 160M.a.
Limulus 350 M.a.
Contudo, existem seres vivos que são idênticos aos fósseis da mesma espécie com milhões de anos. A estas espécies Darwin chamou de “fósseis vivos”.
Nautilus 320 M.a.