ambiente
Publicação da Marelli Ambientes Racionais Ano 8 - nº 19 Setembro de 2012
Estratégias para crescer Empresas estão utilizando ferramentas para maximizar suas chances de sucesso e sobrevivência
Líder campeão Com a bola toda, Luiz Felipe Scolari conta sobre sua carreira, revela suas influências e inspirações
Empresa verde Marelli comemora mais uma conquista por suas ações sustentáveis
Julio Soares
Sustentabilidade: Discurso e Atitude Diariamente somos inundados por matérias dos mais diversos meios, trazendo temas relacionados à “sustentabilidade”, que, concordo, tem todos os motivos para estar em voga. Muitos, obviamente, fundamentados e consistentes. Outros, porém, apenas buscam o alinhamento com a propaganda e sua “onda”, sem que realmente seja um credo, atitude pessoal ou estratégia de muitas organizações. Todos precisam dizer algo sobre esse tema, porque cada vez mais os usuários de produtos ou serviços estão atentos e querem saber como foi produzido aquilo que estão comprando. “Agora, praticar sustentabilidade, é outra coisa”. Com cuidado e humildade quero dizer que ao longo de quase 30 anos, a nossa empresa vem olhando esse tema de forma apropriada e diferente. Para nós, sustentabilidade vai além de cuidar do meio ambiente, da reciclabilidade e da utilização correta dos nossos insumos. Mesmo possuindo a certificação IS0 14001 há quatro anos e, agora, o Rótulo Ecológico ABNT, penso que isso é obrigação básica, e não nos diferencia tanto. Digo que vamos além, porque para nós a sustentabilidade é baseada em um tripé sinérgico, com olhar no meio ambiente, no social e no econômico. É dirigir proativamente para que o negócio tenha capacidade de se sustentar agora e no futuro. Afirmo que, uma dessas bases, senão a principal, são as “pessoas”. Esse insumo é incomparável e inconteste para uma empresa buscar seu sustento. Nesse quesito, somos diferentes. Como indicador máximo dessa dimensão, somos lembrados por mais de 10 anos nas melhores pesquisas nacionais, entre “As Melhores Empresas para Trabalhar”. Ainda, dentro das bases, está o resultado financeiro.
Para nós, resultado financeiro é um princípio e um credo difundido na organização. Com ele nossa gente pode morar melhor, ter um melhor plano de saúde, uma melhor alimentação, uma melhor escola para si ou para seus filhos. Há algo mais sustentável do que uma boa escola ou um bom aprendizado? Cabe-me aqui mencionar sobre o Projeto Pescar, implantado na Marelli há mais de cinco anos, onde capacitamos pessoas com vulnerabilidade social para o mercado de trabalho. Poderia falar de muitas outras ações que fazemos para ajudar, pelo menos um pouco, diante de tão grande necessidade. Penso que em todas essas ações, há fundamentos e alinhamentos para levar o nosso negócio adiante, e quem sabe muito adiante. Concordo que o tema pleno ainda demande muitas discussões, porque algumas coisas realmente sustentáveis podem ter altos custos, e dificuldade de implantação e absorção. Enquanto isso, poderíamos fazer o simples e o possível, que já seria o bastante. Convido a todos para apreciar o conteúdo da Revista Ambiente, em especial a entrevista com Luiz Felipe Scolari, que é um líder nato, uma pessoa exemplar quando se trata de atitude e prática, e por coincidência, é da região onde está instalada a matriz de nossa empresa. Obrigado e uma ótima leitura.
Rudimar Borelli Presidente
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Editorial
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Sumário 06
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Espaço Aberto Luiz Felipe Scolari: um linha dura de coração mole
Cases Conheça os projetos instalados pela Marelli nas empresas JBR Engenharia, Barra Energia, Diretoria Regional da Educação de Butantã e Banco de Seguros del Estado
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Destaque Expediente 24 horas: a tecnologia está alterando as relações com o trabalho e com o tempo, que parece passar de forma cada vez mais veloz. Qual o nosso desafio?
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Sustentabilidade Empresa verde: Marelli conquista Rótulo Ecológico ABNT e ratifica suas políticas de gestão como forma de projetar o futuro e garantir as melhores práticas de produção e prestação de serviços
Destaque Antídoto para enfrentar crises: empresas estão utilizando ferramentas como a Inteligência Competitiva para maximizar suas chances de sucesso e sobrevivência
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Expediente
Guilherme Jordani
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A revista Ambiente é uma publicação da Marelli Ambientes Racionais editada em português e espanhol. Dirigida a arquitetos, especificadores, clientes, fornecedores e entidades do segmento de mobiliário corporativo e arquitetura no Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Sede: BR 116, Km 142, nº 11.760 CEP 95059-520 – Caxias do Sul – RS Fone: 55 54 2108.9999 marelli@marelli.com.br www.marelli.com.br Presidente: Rudimar Borelli Diretor Administrativo-Financeiro: Daniel Mazzocchi Diretor Industrial: Francisco dos Santos Gerente de Vendas e Marketing: Daniel Fachini de Castilhos Gestora de Marketing: Claudiana Albé Chaves
Redação: Rua Sinimbu, nº 2222, 7º andar – Centro CEP 95020-510 – Caxias do Sul – RS Fone: 55 54 3202.2020 www.studiodesign.com.br Escreva para a redação: ambiente@studiodesign.com.br Diretor Publisher: Augusto Bellini Textos: Josiane Strey (MTb 14966), Alessandra Rech (MTb 9153) e Guilherme Arruda (MTb 3691) Jornalista Responsável: Josiane Strey Direção de criação: Anderson Trassi Arte-final: Anderson Fochesato Revisão: Sheila da Rocha Produção gráfica: Thaís Coll Pigozzo Impressão off-set: Editora São Miguel Tiragem: 21.506 exemplares em português e 1.400 exemplares em espanhol Versão e revisão para o espanhol: Milton H. Bentancor
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É permitida a reprodução de artigos e matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a opinião da Marelli e da StudioDesign.
Espaço Aberto
Um linha dura de coração mole
São sete horas na fábrica de caminhões da MAN em Rezende (RJ), onde quatro mil trabalhadores tomam café da manhã e assistem a um vídeo. No final, surge Luiz Felipe Scolari. Ele pega o microfone e diz que não se sente à vontade. Desaparece por alguns segundos e para delírio da plateia, retorna vestindo um avental com o logotipo da empresa. “Agora, sim, estou junto de vocês”. É aplaudido de pé. Meses depois, ele está sentado diante dos controladores da Camargo Corrêa, uma das principais construtoras do país falando para os representantes da terceira geração de gestores, num ambiente reservado. Pelo menos dez vezes por ano Felipão troca o campo de futebol por ambientes privados e converte as orientações à beira do gramado em tópicos como estratégias em organizações; formação de equipes e motivação; como administrar estrelas; como montar uma equipe vencedora; motivação de atletas vencedores, e, claro, liderança. Sempre linkando futebol/equipe com trabalhador/empresa. Tem sido assim desde 2002, mais precisamente, quando levou a Seleção Brasileira de Futebol à conquista do Pentacampeonato Mundial (Japão e Coréia do Sul). 4
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Felipão é um craque em comandar equipes e por vezes identificado por um estilo de conduzir seus comandados com mão de ferro e ousando sacar estrelas das equipes, caso seja necessário, em nome da união do grupo, como fez na Alemanha em 2006 com Romário, até então, uma unanimidade nacional. Quem não lembra das lágrimas do baixinho após o corte? No fundo, ele é um “paizão” e os jogadores sua grande família. Sua imagem também está vinculada à fé. É devoto confesso de Nossa Senhora do Caravaggio, tanto que duas ou três vezes por ano visita o santuário da santa em Farroupilha (Serra Gaúcha) para agradecer graças recebidas. Nesta entrevista exclusiva, concedida no Centro de Treinamento do Palmeiras, em São Paulo, Luiz Felipe é atencioso, afável, bem diferente do jeito que costuma aparecer à beira do gramado. No ano em que comemora 30 anos como técnico de futebol, fala para a Revista Ambiente sobre liderança, o início da carreira, a experiência como professor de Educação Física, política, Brasil e revela quem foram os seus inspiradores.
Fotos: Divulgação
LUIZ FELIPE SCOLARI
Entrevista
Ambiente - De onde vem esta sua vocação para liderança? Luiz Felipe Scolari – Provavelmente nasceu comigo. Liderança não é uma coisa que deva ser estudada se não houver prática, se não houver algo que tenha dentro de você. Comigo, ela foi desenvolvida quando comecei a jogar futebol. Como zagueiro você tem a facilidade de jogar olhando para frente, vendo todas as jogadas. Você tem a condição de perceber os lances e posicionar os companheiros. Depois fiz faculdade de Educação Física e lá ouvi muitos conceitos, matérias que desenvolvem a questão de liderança. Coloquei isso tudo em prática na medida em que fui jogador, professor e depois técnico de futebol. Foi um somatório. Ambiente - Teve a participação do Capitão
Carlos Froner (técnico de futebol 1919-2002)? Felipão – Sim, ele era do Exército e tinha muita disciplina. Serviu muito para mim, porque era muito exigente, correto, mas também tinha um bom coração. Além da liderança nata, ele sabia também desenvolver outras qualidades, como amizade. Ambiente - Quem são os líderes que o senhor admira? Felipão – Quando jovem fiquei impressionado com o (ex-presidente dos EUA) John Kennedy. Teve o assassinato. Depois li vários livros e muito do que se falou foi contestado. No começo era a minha ideia de liderança, de uma pessoa que devia seguir. Teve ainda o Sérgio Moacir Torres Nunes (1926-2007) e o Capitão Froner. Foram as pessoas que mais admirei e que mais copiei em todos
os sentidos. Influenciaram na minha vida privada e nos clubes por onde passei. Ambiente - Há um pouco de cada um deles no Felipão? Felipão – Sim, sem dúvida. Ambiente - Como lidar com um grupo para extrair dele o comprometimento? Felipão – Trabalhando de uma forma que conheça as personalidades individuais. Depois que passar essa fase vai precisar adaptar uma ou outra situação para que eles se comprometam com aquela ideia que você tem em mente. Como faço isso? Tenho algumas técnicas, mas basicamente é pela percepção, pelos anos que já vivi dentro do futebol comandando equipes e, também, contando com uma ajuda externa de psicólogos que me dão o perfil das pessoas. Dentro desse perfil é que vou
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fazendo uma ou outra adaptação da minha parte e das pessoas com as quais trabalho para que tenhamos a mesma sintonia. Ambiente - Identificado algum tipo de problema no grupo, como fazer para corrigir uma determinada pessoa sem ferir suscetibilidades? Felipão – Depende. Depende do momento, do ambiente que está vivendo, das condições que apareceram àquela quebra. Aí, ou você age muitas vezes com rigidez ou através de manobras para chegar a uma situação que a pessoa entenda o que aconteceu. Em alguns momentos eu posso convencer o sujeito dessa maneira, em outros momentos não poderá ser assim. A minha sensibilidade é que vai dizer qual o melhor caminho. É circunstancial. Muitas vezes essa minha sensibilidade pode não ser a correta. Ambiente - Os seus liderados sabem quais são os seus pontos fortes e pontos fracos? Felipão – Acredito que 80% a 90% das pessoas com as quais trabalho sabe onde eles estão e muitas vezes se aproveitam disso. Às vezes consigo detectar uma situação de desvantagem minha e aí dirijo a situação de outra forma. Ambiente - Já teve a sua liderança contestada? Felipão – Muitas vezes. De uma forma ou de outra sempre há contestação. Quando essa contestação é no sentido de beneficiar o grupo vou buscar uma alternativa e vou me adaptar. Não há nenhum problema nisso. Se a contestação não é em benefício do grupo, bem, aí eu ajo em relação às pessoas e vou afastando do grupo. Ambiente - O episódio do Chelsea (foi contratado pelo clube inglês em
julho de 2008 e demitido em fevereiro de 2009) não é um exemplo de contestação? Felipão – Mais ou menos. Lá foi mais uma questão de cultura, da forma de trabalhar, do que liderança contestada. Ambiente - Mas no jornal The Guardian, da época, há uma declaração sua dizendo que “treinador em clubes europeus não tem força para contradizê-los (jogadores)”. Felipão – Não tem força, muitas vezes, para colocar em prática aquilo que me levou àquele clube. No caso, fui para o Chelsea por ser treinador campeão, por isso e por aquilo, mas a minha filosofia é sul-americana. Não é uma filosofia tipicamente inglesa. Bem, aí precisa fazer uma adaptação tanto minha quanto deles e muitas vezes há o choque. E o choque em clubes grandes da Europa evidencia que o patrimônio é muito mais o jogador do que o técnico. Ambiente - Liderar vestiário é mais complicado ontem ou hoje? Felipão – Hoje, sem dúvida, por causa de novos fatores que surgiram nos últimos anos. Um exemplo: contrato de cinco anos com jogadores. Sabendo que tem cinco anos pela frente ele está seguro e pode tomar algumas atitudes. Ambiente - Tipo funcionário público... Felipão – Mais ou menos. Têm empresários que querem trocar jogador de lugar todo ano, porque ganham em cima disso. Não existe mais o amor ao clube. Falo isso porque joguei sete anos no Aimoré e sete anos no Caxias. Era uma época em que o atleta tinha o aspecto profissional, mas tinha algo de amador. Hoje não tem nada disso. E com as tecnologias, como celular,
A minha sensibilidade é que vai dizer qual o melhor caminho. É circunstancial. Muitas vezes essa minha sensibilidade pode não ser a correta.
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internet, redes sociais e outras coisas, ele usa isso para se proteger ou estimular uma situação. Antigamente, os atletas ficavam fechados no clube. Ambiente - E as lideranças dentro dos vestiários atrapalham? Felipão – Isso é normal. Sempre há as influências positivas e negativas, desde o meu tempo como jogador. Não é fácil de controlar. Às vezes há influência localizada em cima de quatro, cinco ou seis jogadores que não tem personalidade forte e agem de uma forma que complica o resto do trabalho. Ambiente - Liderança forte no vestiário derruba técnico? Felipão – Derruba. Desde os meus tempos como jogador. Ambiente - O senhor já reabilitou jogadores? Felipão – Muitos. Há exemplos de atletas que eram contestados por determinados grupos e pela imprensa e, após um trabalho de cinco, seis meses modificaram-se e voltaram a assumir uma postura profissional. Orgulho-me de ter feito isso com diversos jogadores que eram problemas e mudaram. Não vou citar nomes. Ambiente - O Felipão tem defeitos? Felipão – Muitos. Pergunta para a minha esposa. Ambiente - Além do futebol, exerce liderança em outros campos? Felipão – Às vezes nem desejo, mas por estar sempre na condição de liderança sou solicitado e sou obrigado a emitir meus conceitos. Já está no meu DNA. Ambiente - O Brasil tem carência de líderes? Felipão – Vejo líderes sendo contestados porque deixaram de lado princípios que deveriam nortear as suas vidas. O Brasil perde muito com isso. O surgimento de novos líderes é muito difícil. Há carência em todo o mundo. Aqui no Brasil as pessoas que detém liderança cometem certos erros que passam a ser contestados. Ambiente - Qual a liderança que o decepcionou aqui no Brasil? Felipão – Não tenho uma específica, mas acho que podemos melhorar o Brasil facilmente. Ambiente - Como? Felipão – Com boas lideranças, com honestidade e com princípios. Somente com princípios poderíamos arrumar o Brasil. Não em um ano, mas dentro de 50 anos. Isso deveria começar a ser plantado agora e bem divulgado. O que é divulgado hoje? Aquilo que se faz de mais ruim e por isso não se modifica. Acho que estão valorizando os erros e não os bons exemplos. Ambiente - O que o faz sentir orgulho do Brasil? Felipão – Algumas pessoas que lutam para mudar as coisas. Vejo isso com alegria em toda a sociedade e não somente em uma área específica. O Brasil se desenvolveu em algumas áreas, disputamos hoje com a Europa e outros continentes, mas ainda falta um pouco de sobriedade para iniciar um caminho e trilhar este caminho, independente do que acontecer. Ambiente - ....estamos falando da classe política? Felipão – Principalmente. Ambiente - Corrupção lhe incomoda? Felipão – É horrível. Fico indignado com isso. É um absurdo e acho que isso é uma das coisas que nós mesmos desvalorizamos. Passou a ser banal. “É normal”. Como “normal?”. Não existe
normalidade na corrupção. A impunidade vem junto e não há lei que faça com que as pessoas tenham um pouco de medo, ou, pelo menos, receio. Tendo receio e medo começa a aparecer uma folheada (mudança de página). Vendo essa impunidade os jovens perguntam para você: por que não muda? “Bom, se não muda, então vou fazer”, o que é um absurdo. Choca muito com a filosofia de vida, com aquilo que você recebeu dos pais. Ambiente - Por onde pode iniciar a mudança? Felipão – Pelas cidades pequenas. Vejo isto como um caminho, porque são comunidades ainda fechadas. Ambiente - Se o senhor tivesse a chance de dirigir o Brasil por um dia apenas, o que mudaria? Felipão – Um ainda não mudaria nada. Muda uma lei. E depois? É aquilo que falei antes: o Brasil precisa ter projetos para 20, 50, 100 anos. Olhar o longo prazo. Ambiente - O que ainda não conquistou na sua vida? Felipão – Profissionalmente conquistei tudo o que queria. Sintome um privilegiado. Desde os 18 anos quando comecei a jogar futebol fiz o que queria. Na minha vida fiz o que gostava e sempre
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Alguns títulos CSA Campeonato Alagoano: 1981 e 1982 Grêmio Campeonato Gaúcho: 1987, 1995, 1996 Copa do Brasil: 1994 Copa Libertadores: 1995 Recopa Sul-Americana: 1996 Campeonato Brasileiro: 1996 Qadsia Copa do Emirado do Kuwait: 1989 Criciúma Copa do Brasil: 1991 Palmeiras Copa do Brasil: 1998, 2012 Copa Mercosul: 1998 Copa Libertadores: 1999 Torneio Rio-São Paulo: 2000 Cruzeiro Copa Sul-Minas: 2001 Seleção Brasileira Copa do Mundo: 2002 Bunyodkor Campeonato Uzbeque: 2009
tive bons resultados na parte profissional e fora dela. Não tenho algo específico. Quero encerrar a minha carreira e continuar a minha vida como a pessoa que sou. Ambiente - Aposentadoria está perto ou longe? Felipão – Está perto. Como treinador de futebol não vejo outros (colegas) com 65 ou 70 anos. Tenho 63 anos e não sei ainda se vou querer passar um tempo longe do futebol. Ambiente - E esta questão de que gostaria de voltar a treinar a Seleção Brasileira? Felipão – Nunca disse isso. Sempre disse que não deixaria de treinar a Seleção se recebesse convite. Por quê? Fui muito bem recebido. Eu não diria não como disse uma vez. Ambiente - Aceitaria o convite para ser dirigente de um clube?
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Felipão – Se fizer projeto para continuar com o futebol será como técnico. Não vou fazer outra coisa. Agora, se for fazer outra coisa, ela terá que me permitir atuar com liberdade. Precisa estudar bem. Ambiente - Fé e religiosidade ajudam ou atrapalham no processo de liderança? Felipão – Ajudam. Olha ali (aponta para um enorme quadro de Nossa Senhora do Caravaggio pendurado na parede da sua sala). Muitas vezes você como técnico ou dono de uma empresa, está sozinho. Você precisa raciocinar e a fé muitas vezes ajuda. Você se protege de uma situação e busca alguma coisa interiormente e aquilo dá força para seguir em frente.
Perfil Sob influência do pai, que havia sido zagueiro, Luiz Felipe começou a carreira de jogador nos juvenis do Aymoré, de São Leopoldo (RS). Destacou-se mais pelo estilo de liderança que pelas suas habilidades. Após sete temporadas, transferiu-se para Caxias do Sul, onde permaneceu também por sete anos. Atuou na SER Caxias, Juventude, Novo Hamburgo e CSA, de Alagoas, no qual conquistou o único título como jogador (Campeão Alagoano), em 1982, e onde também abandonou a carreira de atleta para iniciar a de técnico. Na década de 80 dirigiu o Brasil de Pelotas e Juventude, AlShabab (Arábia Saudita), Grêmio e Al Qadsia (Catar). Em 1991 levou o Criciúma ao título da Copa do Brasil, maior glória da história do clube catarinense. Felipão retornou ao Grêmio em 1993, onde conquistou diversos títulos, dentre eles, Copa do Brasil 1994, Copa Libertadores da América de 1995 e o Campeonato Brasileiro de 1996, além dos estaduais. No Mundial de Clubes de 1995, o Grêmio perdeu nos pênaltis para o Ajax, da Holanda. Dirigiu ainda o Al Ahli (Arábia Saudita), Jubilo Iwata (Japão), Palmeiras e Cruzeiro. Após passagem pela Seleção Brasileira, ele recebeu, em 2003, convite para dirigir a Seleção Portuguesa. Levou a equipe à final da Eurocopa de 2004, sendo derrotada pela Grécia, em Lisboa, mas com os resultados foi agraciado pelo então presidente português, Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique. Dois anos depois, levou a mesma seleção às semifinais na Alemanha, em 2006. É tido como um dos responsáveis pela ascensão da carreira de Cristiano Ronaldo. Em junho de 2008 foi para o Chelsea, da Inglaterra, ajudando a equipe a atingir em dezembro a marca histórica de 11 vitórias consecutivas fora de casa pelo campeonato inglês (oito delas sob seu comando), superando recorde do Tottenham que vinha desde 1960. O desempenho do clube nos jogos em casa, todavia, deixava a desejar. Em fevereiro de 2009 Felipão foi demitido, mas em uma nota oficial, ele desejou sorte ao ex-time. Scolari começou a treinar o Bunyodkor, do Uzbequistão, em julho de 2009. Na chegada a Tashkent, foi recebido com festa. Em outubro conquistou de forma invicta, com quatro rodadas de antecipação e um incrível recorde de 23 vitórias seguidas, o Campeonato Uzbeque de Futebol. Em junho de 2010, o site oficial do clube anunciou a saída. No mesmo ano retornou ao Palmeiras, onde permanece até hoje. Revista Ambiente | Setembro 2012
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Tendência
Arquitetura do pensamento O planejamento das cidades e mudanças de comportamento são fundamentais para que a vida seja possível nos próximos anos.
vertical dentro desses prédios requer uma energia que dentro de 30 a 40 anos estará esgotada. Além disso, tais concentrações provocam maciços de sombra nas cidades, tornando mais difícil a climatização dos ambientes e mesmo o aproveitamento da energia solar. “Os sistemas de energia solar que conhecemos hoje dão conta de abastecer, no máximo, o andar superior de um edifício”, ilustra. Outra questão que precisa ser repensada, segundo Sattler, é o destino desses condomínios quando passada a sua viabilidade habitacional . “Com cerca de 50 anos de vida útil, muitos prédios logo estarão condenados. Surge um problema: quem é o responsável pela demolição?” Seus habitantes, de acordo com Sattler, muitas vezes seguem financeiramente a linha decadente do próprio prédio, sem condições para as mínimas manutenções. Cria-se um impasse. Cidades como Johannesburg, na África do Sul, já convivem com essas estruturas-fantasma, abandonadas, tornando-se mais uma ameaça urbana. Embora muito se fale sobre sustentabilidade, o planejamento urbano com vistas ao uso racional dos recursos naturais é, no mínimo, incipiente. As ciclovias são um dos focos principais dos discursos sobre a mobilidade urbana, mas sua implantação efetiva está longe de acontecer. “Em Porto Alegre, por exemplo, tivemos há pouco a inauguração de uma ciclovia que tinha em torno de 100 metros!”, desabafa o professor, que imagina que esse tipo de via poderia ser bem mais aproveitado quando em rota estratégica, como na ligação entre as cidades e os campus universitários. “Aí, sim, teríamos, quem sabe, 30 mil pessoas utilizando a ciclovia” , afirma. Para Sattler, na reversão da crise, além das iniciativas públicas, cada vez mais essenciais, a participação de cada cidadão na educação ambiental e na transformação de comportamentos será vital. Acervo Benedito Abbud
As cidades são o habitat de mais de 50% da população mundial – e a tendência é de aumento dessa concentração nos próximos anos. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que em torno de 2025 a população urbana mundial, que hoje é de aproximadamente 2,5 bilhões, pode chegar aos 5 bilhões de pessoas. Repensar a vida urbana é um desafio para diversas áreas do conhecimento, entre elas, a arquitetura e a engenharia. Se, há pouco, edificações com mais de 15 andares eram consideradas uma solução para o aproveitamento máximo dos espaços, hoje elas podem ser vistas como problema ambiental. O exemplo é oferecido pelo professor Miguel Alloysio Sattler, doutor pela University of Sheffield (1987) e pós-doutor pela University of Liverpool, ambos em Ciências Ambientais Ligadas à Edificação. Há mais de 20 anos atuando junto ao Programa de PósGraduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sattler destaca que a mobilidade
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Noite Estrelada sobre o Rhone - Van Gogh/reprodução Acervo Benedito Abbud
Distâncias desafiam o abastecimento alimentar Se, por um lado, as cidades são estratégicas para a implantação de soluções ambientais coletivas mais abrangentes, sua configuração é impactante. Além do congestionamento enfrentado pelos profissionais que se deslocam diariamente, os centros urbanos geralmente estão muito distantes das principais áreas de abastecimento, o que implica em alto uso de combustíveis e a consequente poluição, além do desgaste do sistema viário, que requer manutenções constantes. Em Porto Alegre, ainda de acordo com o professor Sattler, estima-se em 560 quilômetros a distância que os caminhões abastecidos com a produção agrícola e pecuária percorrem até os centros atacadistas. Nos Estados Unidos, essa distância é ainda maior, pode chegar a 4 mil quilômetros. “Com o fim dos combustíveis fósseis, não haverá alternativa se não rever situações como esta. A mudança de comportamento será inevitável”, alerta Sattler.
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Paisagismo O professor Miguel Sattler lembra ainda da importância dos parques urbanos, essenciais para a saúde da população: áreas de preservação natural e, ao mesmo tempo, de lazer e atividade física. “Em Porto Alegre, a região do Parque Farroupilha (Redenção) concentra uma série de serviços essenciais, como restaurantes e bancos, possibilitando que a população supra nas imediações boa parte das necessidades, se deslocando a pé”, diz. Especialmente nas cidades, o paisagismo pode ser auxiliar na adequação entre o trabalho e o descanso, entre os compromissos de negócios e o contato com a família e os amigos. É o que destaca Benedito Abbud, da Benedito Abudd Arquitetura Paisagística, de São Paulo. “O objetivo é fugir do estressante ‘caos ’ urbano e alcançar a qualidade de vida. O lugar ideal para se viver nas próximas décadas contempla, de um lado, as novas tecnologias, que facilitam a vida e permitem que o lazer e o trabalho sejam feitos em qualquer ambiente (no ar-condicionado dos escritórios fechados ou sob as copas das árvores ao ar livre)”, afirma. Abbud desenvolve projetos para valorizar o lado mais “sensorial” dos seres humanos sem deixar de utilizar a tecnologia adquirida, o lado racional.
“A ideia é respeitar e enaltecer a natureza no cotidiano, no meio urbano, no lazer e no ambiente de trabalho para atingir um equilíbrio”, afirma. Segundo Abbud, a arquitetura paisagística vai além de especificar plantas em um jardim para que o cenário externo fique belo. A estética na paisagem é fundamental, mas o trabalho de um arquiteto paisagista engloba a definição de toda a área externa de uma residência, empreendimento residencial, comercial, hotel. A ideia é aproximar as pessoas da natureza e permitir que elas desfrutem de todos os benefícios da vida ao ar livre. Equipamentos externos que melhorem a qualidade de vida nos momentos de lazer, convivência social, recreação, prática de esportes e principalmente no tempo do ócio – essencial para a renovação pessoal e profissional. O contato com o verde significa a experiência concreta indispensável à educação ambiental. Abbud acredita que o ser humano é o centro da sustentabilidade, o conceito de “ser sustentável” só possui resultado efetivo se for aplicado de forma global, desde a micro até a macroescala. O arquiteto e paisagista sugere que os brasileiros se preocupem com a tendência mundial da certificação Green Building nos projetos, referência de construção ecologicamente responsável.
Ganhos
Acervo Benedito Abbud
A arquitetura residencial projetada com princípios ecológicos significa economia para as prefeituras. Confira os números: - É possível reduzir em até 60% o volume de entulho retirado da obra. - O volume de águas pluviais destinado ao sistema público pode ser reduzido em pelo menos 80%. - O esgoto despejado no sistema coletivo cai para 50%. - Até 80% da área do terreno pode ser revertida em área verde para a cidade, considerando soluções paisagísticas como tetos-jardins. - O custo de construção de uma moradia ecológica pode ser 10% menor do que o de uma residência convencional.
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Acervo Benedito Abbud
Novo conceito de calçada Devolver o caráter humano e social das calçadas à população das cidades e, consequentemente, proteger o pedestre e o meio ambiente. Essa é a proposta do arquiteto paisagista Benedito Abbud ao desenvolver, visando o equilíbrio urbano, um novo conceito de passeio público para São Paulo. A ideia da calçada viva é que o cidadão possa resgatar o hábito de andar com conforto, praticidade e segurança. Plantar árvores, arbustos, forração vertical (hera e unha de gato, por exemplo), e grama de forma organizada gera o que o arquiteto paisagista denomina de calçada verde. A copa das grandes árvores minimiza a massa construída descontínua da cidade e propicia sombreamento (ambientes mais frescos). Os arbustos e trepadeiras plantados em muros, viadutos e arrimos propiciam uma maior sensação de verde. O conjunto melhora a qualidade ambiental, retendo o calor durante o dia e amortecendo o calor durante a noite. As calçadas verdes contribuem para uma variação de temperatura menor e consequentemente uma população mais saudável. Abbud propõe o plantio de espécies frutíferas para atração de pássaros e o uso de um piso especialmente desenvolvido com material drenante. Esse piso permite a drenagem das águas pluviais e alimenta o lençol freático. A cidade de São Paulo possui, segundo a Secretaria da Coordenação das Subprefeituras, um total de 72 milhões de metros quadrados de calçadas. Se o piso drenante for adotado, mesmo em parte dessa área total, o problema recorrente das enchentes será amplamente minimizado.
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Cases
Estudos de composição e adequação de mobiliário foram as matérias-primas utilizadas nesse projeto, a fim de atender aos princípios de desempenho, qualidade, ergonomia e durabilidade
Modernidade Edificada
Solução A nova sede da companhia passou a ocupar uma área total de 2.400m2, abrigando ambientes gerenciais e administrativos, além de outras duas empresas que estabelecem entre si grande sinergia. O novo projeto foi desenvolvido com o intuito de facilitar a comunicação e a interação entre os profissionais, incentivando a produtividade. A modernidade foi traduzida pelo layout do edifício e pelo mobiliário instalado, que oferece conforto e espaços cuidadosamente planejados, visando um melhor aproveitamento dos ambientes. No staff, otimização, ergonomia e agilidade foram princípios ressaltados pelo projeto. Essa obra foi vencedora do Concurso Cultural de Projetos de Arquitetura, promovido em 2011 pelo Novo Núcleo de Profissionais, Arquitetos e Designers, de Recife, na categoria Projeto Arquitetônico Comercial.
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1 - Facilidade de comunicação e integração foram itens indispensáveis na área de trabalho 2 - Linha Habitat contempla privacidade e, ao mesmo tempo, interação da equipe no staff 3 - O conforto é privilegiado na sala de reuniões com mesa da linha Sistema Z
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Projeto
Ficha Técnica
Auditório com capacidade para 104 lugares e dois cadeirantes ganha comodidade com a linha Arena Marelli Cliente: JBR Engenharia Local: Recife - PE Instalação do projeto: Maio de 2011 Área total: 1.877m² Postos de trabalho: 90 postos de trabalho e 3 salas de reunião Produtos utilizados: Sistema Z, Linha Habitat e Arena Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Juliano Dubeux Loja responsável pela execução: Marelli Recife Fotos dos ambientes: Alexandre Albuquerque Foto Juliano Dubeux: Acervo pessoal/Divulgação
Divisórias ordenam o layout do ambiente e facilitam a conectividade
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Situação A JBR Engenharia, fundada em 1994, atua com elaboração de projetos multidisciplinares e gerenciamento de obra, nos segmentos público e privado. Iniciou suas atividades com uma equipe enxuta de cinco profissionais, em um imóvel de 200m2. Com resultados promissores de seu negócio, a empresa sentiu a necessidade de ampliar seu espaço físico e multiplicar a sua força de trabalho, com o objetivo de atender as exigências de seus clientes. Tudo isso, aplicando os conceitos de eficiência, transparência, interação e produtividade.
“ Esse projeto está
possibilitando a ampliação da capacidade de atendimento da empresa e a diversificação do seu escopo de produtos, tudo com um melhor aproveitamento dos espaços e com maior qualidade.
”
(Juliano Dubeux – Arquiteto proprietário da Juliano Dubeux Arquitetos Associados)
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Padronização e flexibilidade aplicadas em um ambiente sólido, ergonômico e sinérgico, que oferece conforto e bem-estar aos profissionais
Funcionalidade Explorada
Solução Seguindo o conceito open space, com estações de trabalho amplas e com pequenas divisórias, o projeto privilegiou o conforto dos profissionais, auxiliando na produtividade e permitindo total mobilidade e integração entre as equipes. A identidade visual da empresa foi reforçada, a partir da aplicação de uma das cores da marca nas estações de trabalho do staff, consolidando a imagem da companhia perante seu público interno e externo. Estações de trabalho especiais, dedicadas a acomodar ergonomicamente a área técnica, também foram aplicadas, conferindo beleza e praticidade ao ambiente. O upgrade na performance e no conforto, bem como a capacidade de adaptação dos layouts são características marcantes do projeto.
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1 - Otimização no aproveitamento dos espaços e funcionalidade no ambiente com as plataformas da linha Open 2 - Estações de trabalho abertas conferem praticidade e ergonomia aos profissionais
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Projeto
Ficha Técnica
Arquivamentos oferecem mais espaço e organização ao ambiente corporativo
Pequenas reuniões não dispensam o conforto e ergonomia das linhas Energy e Sistema Z
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Cliente: Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás Ltda. Local: Rio de Janeiro - RJ Instalação do projeto: Escritório - Dezembro 2010 | Expansão Fevereiro 2012 Área total: 1.000m² Postos de trabalho: 25 postos de staff e 8 salas de reuniões Produtos utilizados: Linhas Open, Sistema Z e Energy Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Leonardo Villela Ahmed Loja responsável pela execução: Marelli Rio de Janeiro Fotos dos ambientes: Roberto Praice Foto do arquiteto: Acervo pessoal/Divulgação
Situação A Barra Energia é uma empresa brasileira de exploração e produção de petróleo e gás, com pouco mais de dois anos de atuação. A companhia possui alta experiência em criar portfólios de
a Marelli em “Buscamos função da confiança na
equipe e flexibilidade em adaptar linhas de mobiliário que atendessem as necessidades que criamos neste projeto.
”
exploração e produção tanto no Brasil como no exterior. Com base no amplo conhecimento da geologia local, experiência operacional e do
(Leonardo Villela Ahmed – Arquiteto proprietário da Duomo Architectura)
ambiente de negócios no país, o objetivo da companhia é ser reconhecida como uma das líderes em sua área de atuação e contribuir para o crescimento da indústria brasileira de petróleo. Em 2010, com a instalação de sua sede na cidade do Rio de Janeiro, necessitava de um mobiliário que suprisse as necessidades corporativas de sua equipe e refletisse a identidade da empresa, em pleno desenvolvimento.
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Cases
Ambiente com poucos recursos é renovado, promovendo a construção de resultados e atendendo as necessidades de integração, versatilidade e livre acesso
Projeto que Aperfeiçoa e Qualifica
Solução Visando melhorar as condições de trabalho de seus profissionais e otimizar o atendimento de seu público visitante, a Diretoria Regional da Educação contemplou a criação de espaços que permitem total mobilidade, com estações de trabalho que possibilitam fácil remanejo e adequação. O layout planejado da nova sede permitiu a reorganização dos setores, priorizando as áreas de circulação e suprindo todos os critérios de acessibilidade para portadores de necessidades especiais. De forma dinâmica, toda a infraestrutura do local passou a ficar interligada, promovendo a interatividade e facilitando as relações de trabalho. O bem-estar e o conforto foram itens agregados ao projeto, com o intuito de oferecer melhores condições de trabalho e segurança.
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1 - Estações de trabalho com divisórias oferecem maior privacidade na sala de cursos 2 - Poltronas Arena, com assentos rebatíveis, proporcionam conforto e praticidade no auditório 3 - Linha Mix integra a sala de treinamento e acomoda anatomicamente 36 pessoas
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Ficha Técnica
Conforto e ergonomia marcam a tomada de grandes decisões
No refeitório, as cadeiras da linha Link oferecem conforto, praticidade e descontração
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Cliente: Diretoria Regional de Educação de Butantã (Secretaria Municipal da Educação) Local: São Paulo - SP Instalação do projeto: Março de 2012 Área total: 1.400m² Postos de trabalho: 1 diretoria; 4 supervisões; 120 postos de staff; 24 postos para cursos; salas de reuniões com 48 lugares; salas de treinamento para 36 pessoas e auditório com 180 lugares. Produtos utilizados: Sistema Z; Arquivamento; Link; Energy; Active; Mix e Arena Arquiteta especificadora e projeto arquitetônico: Karen Sayuri Haraguchi Loja responsável pela execução: Marelli São Paulo – Órgãos Públicos Fotos dos ambientes: Gregory Grigoragi
Situação A Diretoria Regional é um braço da Secretaria Municipal da Educação de São Paulo, responsável pelo desenvolvimento de programas, cursos, projetos e atividades administrativas e pedagógicas para 130 escolas de educação infantil e de ensino fundamental. Com suas ações, envolve e atende, aproximadamente, 43 mil alunos. Nos últimos anos, toda a rede municipal de ensino passou por um programa de reformas e manutenção. Em 2012, foi a vez da Diretoria Regional de Educação de Butantã ganhar uma nova sede, reorganizando sua estrutura interna e oferecendo melhores condições de trabalho aos seus profissionais. Com a modernização de suas instalações, o conforto e a versatilidade foram itens exigidos no projeto.
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Layout renovado, com foco na funcionalidade, racionalização dos espaços e conforto para o cliente interno e externo
Investimento em Bem-Estar
Solução Acompanhando o crescimento da economia no mercado de seguros, o BSE sentiu a necessidade de investir na ampliação de suas instalações, a fim de oferecer maior conforto e funcionalidade ao ambiente de trabalho. Buscando combinar um conjunto de valores que preenchessem os papéis funcionais e a racionalização dos espaços com ergonomia, algumas áreas da companhia também passaram por um retrofit. O grande destaque do projeto fica por conta das estações de trabalho abertas, pensadas para oferecer maior interação entre clientes e profissionais, demonstrando a confiança e transparência exigidas pelo negócio da companhia. Adequado aos anseios e necessidades da empresa, o projeto fixa uma imagem de renovação da empresa definida por um marco anterior e posterior aos seus cem anos de existência. A partir da execução desse projeto, cinco sucursais da instituição receberam a mesma padronização.
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1 - Estações em formato “L” conferem ergonomia e modernidade ao ambiente 2 - Estações de trabalho abertas possibilitam maior inter-relação entre clientes e profissionais
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Projeto
Ficha Técnica
Pequenas reuniões recebem aconchego com as linhas Sistema Z e Energy
Cliente: Banco de Seguros del Estado Local: Montevideo - Uruguai Instalação do projeto: Agosto de 2011 Área total: 540m² Postos de trabalho: 115 Produtos utilizados: Sistema Z, Division e Energy Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Antonio Tachdjián Loja responsável pela execução: Marelli Uruguai Fotos dos ambientes e dos arquitetos: Ignacio Iturrioz
Amplo layout oferece funcionalidade e bem-estar
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Situação conhecíamos a “Jáqualidade dos produtos O Banco de Seguros del Estado é uma empresa asseguradora estatal, líder no mercado uruguaio, com sede fixada no centro de Montevidéu e com mais de 80 agências distribuídas pelo país. Desde 1911, está instalada em um edifício emblemático, construído na década de 40, declarado como patrimônio histórico da cidade.
e serviços Marelli. Nesse projeto, fomos brindados com uma assessoria completa, o que demonstra a preocupação da empresa na satisfação de seus clientes.
”
(Antonio Tachdjián – Arquiteto Supervisor do Banco de Seguros del Estado)
Respeitando as características originais do local, a companhia decidiu ampliar suas instalações, otimizando e reestruturando necessidades e, acima de tudo, fixando um marco de renovação anterior e posterior aos seus cem anos de existência.
Da esquerda para a direita: Alondra Daliés (Ajudante de Arquitetura Departamento Arquitetura BSE), Antonio Tachdjian (Supervisor Departamento Arquitetura BSE), Priscilla Silveyra (Ajudante de Arquitetura Departamento Arquitetura BSE) y William Martínez (Gerente Departamento Arquitetura BSE).
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Destaque
Antídoto para enfrentar crises
Em tempos de crise econômico-financeira mundial é natural que o nível de incerteza aumente no mundo corporativo. Dúvidas ganham relevância acima do normal nas discussões internas. A disposição é reduzir os riscos ao máximo, mas ao cumprir a missão é comum os empresários terem diante de si duas situações: a falta de informações ou o excesso delas para a tomada de decisões. O elo nesses dois casos é a dificuldade para conhecer o comportamento do mercado, dos concorrentes e clientes, e identificar as tendências do segmento que atuam, bem como o de antecipar oportunidades e ameaças ao negócio. Felizmente, eles podem contar com uma ferramenta (pouco conhecida no Brasil) chamada Inteligência Competitiva – IC – que, além de livrar a diretoria desta tarefa, em alguns casos, garante a própria sobrevivência da organização.
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A IC é, antes de tudo, um processo sistemático, ético e formal de planejamento, coleta, análise, disseminação e avaliação de informações para apoio à tomada de decisão. Dito de outra maneira: reúne o maior número possível de informações, interpreta e transforma em conhecimento e, conhecimento, como é consenso entre gurus de administração, agrega valor. Nas últimas décadas a ferramenta recebeu outras denominações: Inteligência Organizacional, Inteligência de Estado, Inteligência Militar, Inteligência de Segurança Pública, Inteligência de Compras, Inteligência Estratégica, Inteligência Empresarial e Business Intelligence. Pouco importa. O que vale é que a IC é um processo de aprendizagem contínuo, que cada vez mais tem deixado de lado decisões orientadas pela intuição, privilegiando tecnologias (softwares e hardwares) como aliadas em um mundo extremamente competitivo. Seja na produção ou proteção do conhecimento, o profissional que lida com IC tem a tarefa de zelar por uma massa incalculável de informações. E hoje, mais do que qualquer outra época, produzir informações como forma de auxiliar a tomada de decisões, tem peso e significado idêntico ao de conceber um planejamento estratégico. “No futuro entraremos em um novo ciclo (econômico) e, para tanto, temos que estar preparados. Além de administrar os tempos difíceis temos que reservar algum tempo para planejar o amanhã”, observa Elaine Marcial, analista e articulista da ABRAIC- Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva. As soluções de IC encaixam-se em empresas de todos os portes. “De certa forma, todas fazem a sua inteligência, muitas vezes de forma não estruturada, como o de um vendedor que busca informações com um cliente sobre o mercado. Vale lembrar que somente será inteligência se a pessoa usar esta informação adquirida para auxiliar na tomada de decisão”, diz Leonardo Rios, vice-presidente de negócios da Plugar Consultoria e Tecnologia para Inteligência, de Porto Alegre. Ele acrescenta que a implantação de uma IC leva, em média, de quatro a 12 meses, dependendo do que o público interno necessita de informações, de como quer receber relatórios, mensais ou bimensais; se pessoalmente, por e-mail, Blackberry ou tablet.
serem mensurados”, complementa. Saulo Figueiredo, da Soft Consultoria, de São Paulo, destaca que, muitas vezes, a empresa usa além da equipe de IC, o seu time de contato com o mundo externo da empresa – as equipes de vendas, compradores, pessoal de atendimento ao cliente, etc., e isso é positivo. “Sem colaboração, empatia e trabalho em grupo é muito complexo monitorar as áreas de interesse no mundo externo à corporação”, diz. Além de softwares especializados no monitoramento, ele cita as redes sociais e sites para minimizar o esforço de coletas de informações. O esforço aqui é dar mais tempo aos profissionais de IC para analisarem as informações e gastarem menos tempo e dinheiro coletando e organizando-as. “Como o time de IC normalmente é enxuto conseguimos bons resultados com a coleta e categorização automática de informações”, assinala, lembrando que as atividades mais nobres em IC, como pensar, analisar e responder às demandas, passam a ser realizadas de fato.
Barreiras A utilização da ferramenta no mundo corporativo avançou muito nos últimos anos. No mundo todo, empresas começam a entender a importância da IC e a utilizá-la para apoiar as decisões, muito embora a cultura organizacional ainda seja a principal barreira. No Brasil, infelizmente, há um caminho longo a ser seguido. Figueiredo, da Soft Consultoria, elenca alguns fatores que impedem a progressão da IC nas empresas: a falta de um patrocinador de punho que apoie o processo em toda sua existência; ausência de colaboração e união entre as pessoas que formarão o time de coleta, e também a falta de foco. “Querer atender todo mundo (transformar todos em clientes de IC) é a maior causa de fracasso dos times de IC”, sentencia. Para ele é preciso conhecer as demandas relevantes de IC. “Isso é a metade do caminho. Não é possível monitorar tudo para todos. O foco de IC deve ser os tomadores principais, cujas decisões podem custar ou render muito mais para a organização”, ensina. As demandas variam de empresa para empresa e por setor. Empresas do setor farmacêutico acompanham as pesquisas por novas drogas e os movimentos da concorrência. Fabricantes
O executivo conta que a Plugar possui tecnologia para monitorar automaticamente qualquer ambiente que esteja na internet, utilizando robôs que visitam sites e capturam as informações. Além disso, a tecnologia permite o gerenciamento e governança do processo de Inteligência. Atualmente, ela monitora mais de 32 mil fontes noticiosas em mais de 190 países. Rios conta que no momento que a IC identifica uma oportunidade para resolução de um problema, como evitar uma ameaça ou potencializar um resultado, o desempenho do papel dela começa a ser mensurado. “Os resultados podem aparecer em pouco tempo. No momento em que estrutura o processo internamente ou tenha definição de um primeiro produto, você já estará gerando produtos de inteligência para
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de bens de consumo monitoram os hábitos dos consumidores em busca de novas oportunidades. Na indústria da moda estão sempre acompanhando as tendências de design, preferências por cores e texturas, novos comportamentos e atitudes. “Empresas que usam melhor os recursos de inteligência entendem o que realmente importa em seu negócio e pensam em inteligência estratégica, inteligência de negócios, inteligência de mercado, monitoramento tecnológico, não apenas no ambiente competitivo”, entende Roberto do Valle Júnior, da TerraForum. “Não há mercado que não possa se beneficiar da inteligência”, acrescenta. As montadoras do setor automotivo são as mais estruturadas em Inteligência Competitiva por causa da acirrada disputa pelo mercado. Tradicionalmente, elas projetam e lançam produtos com certa regularidade e para isso necessitam de informação
qualificada para tomar decisões antecipadamente. O setor de autopeças também é um segmento altamente competitivo que se beneficia de produtos de inteligência. “Mas é possível dizer também que os serviços de IC são muito menos utilizados do que poderiam. As organizações em geral, e não apenas no setor automotivo, ainda dão pouca atenção aos sinais e tendências do ambiente”, destaca o sócio-diretor da TerraForum. Para finalizar, é recomendável lembrar um dos ensinamentos de Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna: “A sociedade do conhecimento é a primeira sociedade humana onde o crescimento é potencialmente ilimitado. O conhecimento difere de todos os outros meios de produção, uma vez que não pode ser herdado ou concedido. Ele tem que ser adquirido por cada indivíduo, e todos começam com a mesma e total ignorância.”.
Tudo começou nas guerras
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CINCO DICAS
Roberto do Valle Júnior sócio-diretor da TerraForum Consultoria
TerraForum
Apenas isso?
Como funciona a inteligência competitiva na prática?
De uma forma simplificada é assim: primeiro, a alta administração da empresa define que tipo de informação quer monitorar no ambiente competitivo. Depois um ou mais analistas passam a coletar informações sistematicamente de diversas fontes selecionadas. Essas informações são organizadas, analisadas e interpretadas, gerando relatórios que são usados para subsidiar os tomadores de decisão da empresa.
Qualquer empresa pode ter uma área de IC?
Qualquer empresa pode e deve adotar. Nem sempre faz sentido ter uma equipe trabalhando nisso, mas há várias práticas que qualquer empresa pode adotar: buscar sistematicamente em jornais e revistas as notícias sobre o setor, acompanhar a movimentação dos concorrentes diretos ou indiretos no mercado, e outras atividades de coleta regular de informação são um primeiro passo. A internet facilita muito o trabalho de coleta de informações para inteligência. Inclusive existem serviços gratuitos úteis que pesquisa palavras-chave automaticamente e envia alertas para seu e-mail diariamente.
PARA QUE SERVE • Para evitar dores e surpresas indesejáveis ou minimizar o impacto delas. • Detectar ameaças antes que causem estragos maiores. • Melhorar o Planejamento Estratégico. • Se antecipar às forças externas, mudanças no mercado e iniciativas dos concorrentes.
É importante parar para analisar e cruzar as informações, discutir se elas estão relacionadas, avaliar quais os impactos potenciais no negócio, as ameaças e oportunidades decorrentes. Como as mudanças climáticas podem afetar o consumo no futuro, e como isso impacta meu negócio? Que ameaças e oportunidades a Copa do Mundo no Brasil traz para meus clientes, e como isso pode afetar meus resultados? E, principalmente, o que a empresa deve fazer diante disso? Boa inteligência competitiva possibilita melhores decisões e maior competitividade.
Quanto tempo (em média) leva para aparecer os primeiros resultados? Varia de um setor pra outro, de uma empresa pra outra. Depende também do tempo que leva entre a coleta de informações, sua interpretação, a tomada de decisão e as consequências da decisão. Pode ser questão de semanas ou anos.
Quais são as principais barreiras à aceitação da IC? Principalmente, falta de compreensão sobre os benefícios e o retorno potencialmente trazidos pelos serviços de inteligência. E também pela falta de hábito de análise e reflexão estratégica. As empresas normalmente estão desproporcionalmente orientadas para o curto prazo, e os exercícios de reflexão estratégica, inclusive os de Inteligência, recebem muito menos atenção do que deveriam. Mas diante da velocidade de transformação do mercado, a tendência é de que serviços como inteligência competitiva, gestão do conhecimento e gestão da inovação sejam cada vez mais valorizados.
• Descobrir novos e potenciais concorrentes. • Vislumbrar necessidades e ou oportunidades de mudança. • Monitorar novas tecnologias, produtos e serviços. • Descobrir antecipadamente sobre mudanças políticas, de legislação ou regulatórias que podem afetar o negócio. • Apoiar a revisão de suas práticas de negócios. • Analisar os pontos fortes e fracos da concorrência. FONTE: Soft Consultoria
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A espiritualidade é pop
Qual é a empresa que, hoje em dia, pode se dar ao luxo de dispensar da sua lista de prioridades temas como motivação, melhoria de desempenho, espírito de equipe, comunicação eficaz e foco no cliente? Imagina-se que poucas. O ponto comum que une esses objetivos são pessoas. E pessoas carregam consigo quatro dimensões: a física, a intelectual, a emocional
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e a espiritual. O que pouca gente sabe é que apenas duas são privilegiadas no mundo corporativo: a física e a intelectual. E as outras? Bem, há um longo caminho pela frente, mas também uma certeza: na medida em que cada dimensão é respeitada e desenvolvida, o humano se torna pleno e capaz de construir ambientes sadios e repletos de paz.
“A ideia de trabalho como castigo precisa ser substituída pelo conceito de realizar uma obra... Enxergar um significado maior na vida aproxima o tema da espiritualidade do mundo do trabalho”, ensina o conceituado filósofo e educador Mário Sergio Cortella. Essa consciência alcançada por pessoas espiritualizadas tem a ver com a capacidade que elas desenvolvem de olhar as coisas, não como um fim em si mesmo, mas como parte de algo maior, coletivo. “A espiritualidade é a resposta a um desejo forte de a vida ter sentido, de ela não se esgotar nem naquele momento, nem naquele trabalho”, define. Espiritualidade no trabalho é um conceito relativamente novo, mas seus benefícios podem ser medidos pela melhoria da qualidade de vida individual e coletiva. Ou dito de outra forma: o ser humano não pode ser resumido apenas a sua força de trabalho. “As organizações devem olhar para seus colaboradores e se perguntar: será que eles estão aqui apenas trabalhando para mim, ou eles têm um objetivo maior, algo que os impulsione além das atividades diárias? Ter esse sentido maior é o que chamamos de Espiritualidade”, diz o administrador de empresas Anderson Ozawa. Espiritualidade não é motivação. É um processo de crescimento e maturidade da sua essência como ser humano. Daquilo que está além do físico. Motivação é criar motivos para agir na direção que se deseja. Pessoas desmotivadas o são pelo simples fato de ainda não terem descoberto motivos para agir. A motivação atua como um pensamento positivo que, sem ação, torna seu efeito nulo. Ela atua na produção de endorfina no cérebro e na parte externa e física do corpo. Enquanto a motivação incentiva a competição, a espiritualidade incentiva o compartilhamento. “Quando falamos em ambiente de trabalho, devemos ter em mente o ser integral. Logo, onde o humano passa tantas horas, necessariamente esse ‘espaço’ deve favorecer a espontaneidade da vida, assim como ela se apresenta”, aponta frei Jaime Bettega, formado em Teologia, Filosofia e Administração de Empresas, com pós-graduação em Gestão de Pessoas e mestrado em Administração, com enfoque na espiritualidade nas organizações. Ele está convencido de que é urgente formar líderes que gostem de gente, que gostem de ouvir, estar lado a lado. Frei Jaime tem sido chamado para dar palestras nas empresas e chama a atenção. “Evidente que isso é só o começo de uma caminhada que a própria organização deverá fazer. Eu posso dar a arrancada, mas deve haver continuação”, diz.
Saiba que... >> Espiritualidade não é Religião. >> Espiritualidade no trabalho é saber conviver com a diversidade generalizada, desde o ponto de vista das ideias até as emoções. >> Ela não está baseada em fatos passados; ela vive o presente e mostra seu futuro em favor do próximo. >> Ela dá significado à missão da empresa. >> Profissionais espiritualizados tornam-se mais próximos dos clientes e são capazes de sugerir soluções em diversas áreas.
de convivência sadia serão a grande alternativa para reter talentos e harmonizar relações. Afinal, espiritualidade vem antes de religião”, observa. Para concluir, relata o caso de uma empresa onde quase não havia diálogo entre as pessoas e também certa distância hierárquica. “Quando se abriu espaço para momentos de reflexão, de celebração de aniversários, de sentar juntos... quando os líderes passaram a escutar mais as pessoas, aos poucos criou-se um clima fraterno. Evidente que todos os problemas não foram solucionados. Mas muitas portas se abriram. A espiritualidade torna o humano mais humano e, consequentemente, mais sensível. Não há necessidade de grandes gestos. Pequenos detalhes, no cotidiano, poderão fazer a diferença”.
Ao fazer um breve balanço sobre sua experiência, ele percebe que as empresas entendem que é perda de tempo abordar assuntos relacionados à vida. Qual a razão? As organizações foram aprisionadas pelo tempo, ou melhor, a falta dele. Tudo anda rápido. O mundo organizacional é parte do contexto em que tudo se torna vulnerável e instantâneo. “Tratar bem um funcionário não reduz lucro. Pelo contrário, pode aumentar. Ambientes de maior participação, de respeito à dignidade, Revista Ambiente | Setembro 2012
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Expediente 24 horas A tecnologia está alterando as relações com o trabalho e com o tempo – que parece passar de forma cada vez mais veloz. O desafio é reencontrar o equilíbrio
É inevitável. A computação é onipresente na vida urbana. Sua disseminação comporta o termo latino ubiquidade, que significa “por toda parte”, designando a capacidade de diversos sistemas em partilhar uma mesma informação. Esse fenômeno se constrói a partir de objetos portáteis e dos ambientes, estabelecendo uma relação entre os espaços físicos, o cotidiano social e a rede virtual por meio do telefone celular, do GPS, do
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computador de bolso, dos chips diversos e, invisivelmente, dos territórios servidos pela conexão sem fio - WiFi ou bluetooth. No futuro, de acordo com o sócio proprietário da Avants, Jeferson dos Anjos, que atua no mercado de softwares, em Belo Horizonte, Minas Gerais, a tendência é que estejamos conectados de forma ainda menos consciente – desde a roupa, equipada, por exemplo, com chip que permitirá monitorar o
risco cardíaco e a pressão arterial constantemente. À conexão permanente tem sido atribuída a ampliação das jornadas de trabalho, uma vez que as demandas são atendidas em momentos que antes seriam reservados ao descanso. Mas Jeferson acredita que transformações culturais vão permitir o equilíbrio. A dica do empresário é saber desligar. No nível pessoal, ele procura ficar desconectado durante todo o final de semana, que destina ao lazer. Nos dias úteis, permanece cerca de 12 horas por dia conectado, momento em que estuda, pesquisa, escreve artigos, atende os clientes... Segundo Jeferson, o que não está bem claro ainda, em especial no Brasil, é o relacionamento com o profissional que opta pelo home office. Muitas empresas tendem ainda a cobrar tempo de permanência online ou acesso a redes remotas como forma de controle desse trabalhador. “A evolução virá quando se optar por avaliar produtividade e qualidade, não tempo de trabalho”, afirma. Na área de serviços a relação é mais tranquila, segundo Jeferson, até porque a legislação trabalhista tende a ser liberal. Em outras instâncias, questões jurídicas favorecem que as empresas se mantenham no antigo sistema do controle do tempo. A informatização não para de agregar agilidade ao cotidiano. Internamente, o uso das redes sociais mantém o quadro funcional melhor informado sobre novidades da empresa, que uma vez demandavam um volume maior de e-mails, sobrecarregando sistemas e tempo – ainda de acordo com Jeferson. Já no que se refere à qualidade de vida, o empresário aponta compensações bastante convenientes para o futuro. “O escritório doméstico vai evitar o tempo perdido nos deslocamentos, que é cada vez maior nas grandes cidades. Trabalhar em casa pode ser muito vantajoso!”, destaca. Em Caxias do Sul, RS, Daniela Camargo, 35 anos, mãe de um menino de 11, não foge à regra. À frente do projeto Conquistarh Empregos e Currículos, um braço da Inovarh, empresa de Recursos Humanos, ao lado do sócio Glênio Luiz da Rosa e Silva, Daniela dedica boa parte do final de semana ao novo negócio, que tem cerca de um ano e já conta com um banco de dados de 22 mil cadastrados.
Para Daniela, acompanhar o seu trabalho de casa nas horas vagas faz parte dessa etapa de crescimento. As ferramentas de Internet estão na matriz do seu ofício e tornaram mais dinâmico o processo de cadastramento e consulta, além da atualização, que é importantíssima. “A gente sempre sugere que o candidato a uma vaga mantenha atualizado seu currículo, informando todas as qualificações posteriores ao cadastro”, destaca. Da mesma forma, funcionários de empresas clientes se valem da Internet para acompanhar os perfis mais adequados às vagas nos horários mais alternativos, muitas vezes de casa, em finais de semana. “E nós recebemos telefonemas para esclarecimento de dúvidas nesses momentos também”, afirma Daniela. O lado paradoxal desse acesso às redes sociais e à Internet talvez nem seja o acesso de casa, mas as formas ainda bastante controversas com que as empresas administram o uso durante o expediente. Para evitar a dispersão, muitas bloqueiam o acesso ou liberam por alguns momentos do dia. Ou seja, em casa pode trabalhar, no trabalho não pode interagir com outros interesses? Daniela destaca que, para as áreas consideradas criativas, como design, desenvolvimento de produto, comunicação, esse tipo de restrição seria bastante prejudicial, o que induz a uma maior abertura. “Desde o MSN e Skype se percebe que as empresas estão vivendo esse conflito entre permitir e controlar. Aos poucos, foram incorporando essas ferramentas no uso interno, com vantagens”, avalia. Outra questão ainda confusa é o cuidado com a imagem nas redes sociais. Daniela reconhece que público e privado ainda têm limites tênues para alguns, o que afeta, sim, o momento da seleção de pessoal. “O ideal é entender as redes sociais como um espaço de interação como todos os demais, em que a exposição excessiva da intimidade pode afetar a imagem profissional”, aconselha.
Geração C A geração posterior à década de 90 já está levando a alcunha de “Geração C”. A referência a “conectado”, no entanto, vai além de estar sempre na Internet. Nascida já na era digital, essa geração é C também por ser “criativa”, “comunicativa” e, quem sabe, por já ter mais claros os limites para o bom uso das ferramentas digitais, que ainda parecem tão difíceis de se estabelecer para as gerações imediatamente anteriores.
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A natureza ambígua de Mercúrio A mitologia oferece arquétipos, modelos inspirados no comportamento humano. E por serem essencialmente humanas, as histórias fundadoras das civilizações antigas continuam atuais para refletir, inclusive, sobre a era tecnológica em que vivemos. O jornalista baiano Nivaldo Pereira, mestre em Letras e Culturas Regionais, astrólogo e professor da Unipaz Porto Alegre, acredita que Mercúrio, o deus que corresponde à comunicação, muito tem a ensinar sobre a ambiguidade desse tema. Segundo Nivaldo, tanto Mercúrio, na mitologia romana, como Hermes, na grega, Toth, na egípcia, e Loki, para os povos nórdicos, são personagens astuciosos, velozes, carismáticos, mas, ao mesmo tempo, pouco confiáveis. O primeiro feito de Mercúrio foi sair pelo mundo até a Tessália. Por lá, roubou os rebanhos de Admeto, que estavam sob a guarda de Apolo. Apagou os traços do roubo, subornou as testemunhas, sacrificou duas novilhas aos deuses, matou uma tartaruga da qual fez uma lira, escondeu o gado e voltou ao berço como se nada tivesse acontecido. O mito diz ainda que Apolo descobriu o roubo, e como tinha o dom da adivinhação, acusou Mercúrio. Os deuses não acreditaram, porque, afinal, Mercúrio era um bebê. Mas Apolo levou-o a Zeus que o obrigou a não mentir. Mercúrio não mente, também não diz a verdade completa. Para conquistar Apolo, toca a lira, encantando-o. Então, Apolo troca os rebanhos pela lira. São traços da rapidez, versatilidade, diversidade e astúcia que fazem parte da comunicação e do comércio – palavras que têm origem no nome “Mercúrio”. O papel de intermediar a comunicação entre céus e Terra, dado a Hermes, ou Mercúrio, responde ao imaginário da mediação entre o divino e o humano. Algo semelhante se dá, ainda, com Exu, nos mitos de origem afro. No caso de Exu, essa intermediação também é marcada pela barganha: “Quem dá mais leva!”, explica Nivaldo. Os traços duvidosos dos emissários celestiais são propícios para entender que os processos de comunicação necessitam, sobretudo, de postura ética. “As redes sociais podem ser muito interessantes para aproximar pessoas, mas, na realidade, o que são mil amigos virtuais?”, questiona.
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A exacerbação do uso dessas ferramentas, alerta Nivaldo, repete os perigos que são inerentes à comunicação desde que o mundo é mundo: intriga, fofoca, exposição, tempo investido para cuidar da vida alheia... Já a sensação de não ver o tempo passar, de velocidade vertiginosa, segundo o astrólogo, tem a ver com a Era de Aquário, que se inicia. É quando os conceitos de democracia, do acesso à tecnologia, de aldeia global se potencializam. Por outro lado, essa conexão mundial parece abrir brechas para a solidão ou a falta de proximidade nas relações cotidianas. “Uma era astrológica dura dois mil anos! Estamos bem no início, o que explica tanto despreparo para organizar o tempo real e o virtual; tanta questão ética ainda em questionamento. Acredito que essas novidades superdimensionadas hoje vão acabar tomando seu devido lugar nos próximos anos, tendendo para um uso mais equilibrado das ferramentas”, pondera.
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Artigo Técnico
* Informações fornecidas pela Sweet Home Áudio Vídeo Automação Ltda.
Tudo sob controle Imagine-se em qualquer parte do mundo controlando seu escritório ou residência, remotamente, através de um simples smartphone ou tablet. Essa facilidade saiu dos desenhos animados, das ficções exibidas nas telas de cinema e do que antes chamávamos de futuro distante, para tornar-se realidade em nosso dia a dia. Muito mais do que comodidade, a automação é sinônimo de economia de tempo, esforço e energia. Com ela é possível configurar a climatização, deslizar a persiana, criar cenários de iluminação e baixar a tela de apresentações de uma sala de reuniões, por exemplo, à distância ou com um simples toque. Você deve estar pensando o quanto deve custar para ter todos esses recursos que, além de conforto, oferecem requinte e sofisticação a qualquer ambiente. Segundo especialistas, o investimento agrega valor à obra. A economia nas contas de energia elétrica é um dos principais aspectos, pois o recurso só é utilizado onde e quando for necessário. Outro item acoplado à automação é a segurança. O velho ‘olho mágico’ foi substituído por sistemas de circuito fechado de TV, de última geração, que permitem que os visitantes sejam vistos em qualquer aparelho televisor dentro da empresa. As antiquadas chaves, aos poucos, também estão perdendo espaço. Fechaduras biométricas, como o próprio nome já diz, permitirão que os ambientes sejam acessados através da impressão digital ou leitura facial, essa última dotada de uma tecnologia ainda mais inovadora. Com essas novidades, é possível determinar as pessoas que terão acesso ao local, a ‘cena’ de boas-vindas que será visualizada com a abertura da porta e, inclusive, acionar o
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sistema de segurança caso seja necessário. Uma nova tecnologia chamada Z-WAVE, semelhante ao wireless, chega para auxiliar toda essa interatividade e propõe a comunicação de aparelhos elétricos entre si e com o usuário, de forma sem fio, via controle remoto. Essa possibilidade integra os sistemas de automatização descentralizados, que não exigem cabeamentos. São inúmeras as possibilidades permitidas pela automação para facilitar nossas vidas. Quando bem planejada e executada, a tecnologia pode transformar qualquer ambiente em refúgios inteligentes que promovem o bem-estar e a segurança de seus frequentadores.
Espaço do Arquiteto
Conselho de Arquitetura e Urbanismo: uma conquista histórica Por Haroldo Pinheiro - Presidente do CAU/BR Após 50 anos de luta, arquitetos e urbanistas agora têm um Conselho próprio. A Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010, passou a regulamentar exclusivamente o exercício da profissão e criou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR, e dos Estados – CAU/UF. Para exercer as atividades privativas da profissão, é obrigatório o registro do profissional ou empresa no CAU, o que os habilita a atuar em todo o território nacional. Completamos sete meses desde a fundação do CAU. Os primeiros dias foram difíceis, especialmente pelas circunstâncias que nos foram impostas pela falta de um período de transição e pela baixa confiabilidade constatada em muitos dos cadastros recebidos do antigo conselho, como CPFs errados e datas de registro incompatíveis. Tais dificuldades já foram em boa parte superadas e o que resta será resolvido nos próximos meses. Inicialmente, procuramos dar condição de trabalho aos arquitetos e urbanistas, disponibilizando via Sistema de Informação e Comunicação do CAU – SICCAU, a emissão de RRTs e certidões diversas. Simultaneamente, iniciamos contratações no CAU/BR, em Brasília, para nos dar condição mínima de atendimento aos colegas de todo o país. Ao mesmo tempo, redigimos, aprovamos e publicamos normas básicas para organização da nossa prática profissional. Hoje estamos concluindo a instalação do CAU nos estados e no DF, o que potencializará nossa eficiência e permitirá o gerenciamento adequado da formação e da prática profissional da Arquitetura e Urbanismo. O apagão que havia sido previsto para a Arquitetura e Urbanismo não ocorreu. O CAU é realidade irretornável. Nos próximos meses aperfeiçoaremos o SICCAU, concluiremos as normas fundamentais, emergenciais para o funcionamento do nosso Conselho, e abriremos discussões públicas sobre os diversos assuntos de interesse da sociedade, no que se refere à Arquitetura e Urbanismo. Também avançaremos nas medidas preliminares para a consagração de um código de ética e disciplina justo e contemporâneo.
Tenham certeza de que estamos instalando um CAU antenado com nosso tempo: atento às exigências ambientais e utilizando o que há de mais atualizado nas tecnologias disponíveis para fiscalização e demais serviços. Estamos determinados a lutar pela correta compreensão da importância da nossa profissão na ocupação do território, na construção da morada humana; pela universalização do acesso à Arquitetura e Urbanismo de qualidade; e tantas outras tarefas que, agora, estão em nossas mãos.
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Espaço do Arquiteto
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Imóvel que pode se deslocar pelos mares O designer italiano Michele Puzzolante criou um protótipo de um imóvel flutuante, 100% autossuficiente e nada poluente. O projeto possui um design semelhante à de um iate luxuoso, de 110 metros quadrados, que permite que seus hóspedes apreciem as belezas da superfície e do fundo do mar. O Solar, assim batizado, seria coberto completamente por uma película fotovoltaica, fazendo do resort um projeto sustentável, e ainda prevê a construção do resort em um sistema modular, que poderia ser facilmente desmontado em componentes bem menores, transportado e remontado em qualquer outro lugar.
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Edifício é construído com asas que geram energia eólica nos EUA Para aproveitar os ventos da cidade de São Francisco e gerar energia, engenheiros da UC Davis College of Engineering, dos EUA, projetaram um prédio com turbinas eólicas. Essas turbinas irão produzir pelo menos 7% da energia utilizada no local. Uma das maiores vantagens apresentadas é que a energia é gerada e consumida no próprio prédio – o que elimina custos. De acordo com os engenheiros que lideram o projeto, a tecnologia está em teste, mas tem grande potencial comercial e pode se desenvolver em várias outras cidades do mundo.
Divulgação
UC Davis College of Engineering
Perspectiva
Divulgação
Empire State Building, em NY, ganha iluminação de LED Um dos mais importantes símbolos da cidade de Nova York, o Empire State Building, vai ganhar nova iluminação. Um total de 68 mil lâmpadas de LED substituirá a tradicional iluminação. A nova tecnologia vai permitir ao histórico arranha-céu passar a ser iluminado com milhões de cores, ao mesmo tempo em que economiza energia. Além de possibilitar um visual atrativo, a
intenção é tornar o edifício mais eficiente. A troca de lâmpadas significará uma economia de 75% de energia por ano e os dispositivos LED duram até seis vezes mais que as lâmpadas atuais. A previsão é que a nova iluminação esteja concluída em outubro.
Marko Vuckovic Industrial Designer
Iluminação 100% sustentável Inspirado nos recifes de corais, o designer sérvio Marko Vuckovic projetou uma iluminação inovadora, batizada de “Coral luz”. Produzida em vidro com painéis solares na sua parte superior, necessita ser instalada próxima a uma janela para que capte a energia do sol e emita luz durante toda a noite. Além de ser totalmente sustentável, possui um design atrativo e dinâmico.
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Perspectiva
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Divulgação
Designer espanhol reaproveita borra de café para iluminação Uma invenção do designer espanhol Raul Laurí, premiada na Semana de Design de Milão, vem ganhando adeptos. Uma luminária criada com pó de café usado, além de propor uma segunda vida aos restos do grão, aproveita o aspecto cultural do
produto, importante no dia a dia de muitos povos. A invenção batizada de Decafé é mais um exemplo de ações simples e sustentáveis.
Marcos Santos
Áreas verdes da USP agora são reservas ecológicas
Mais de 11 milhões de metros quadrados de áreas verdes da Universidade de São Paulo foram declarados como reservas ecológicas. Esses locais agora têm caráter de preservação permanente e são destinados apenas à conservação, restauração, pesquisa, extensão e ensino. Ao todo serão 1.116 hectares
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referentes a 23 áreas localizadas em seis campi da instituição. Essa é uma iniciativa inédita da universidade nos últimos quarenta anos. Agora, será realizado um levantamento topográfico e um mapeamento das futuras reservas. Durante o processo, outras áreas poderão ser incluídas.
Divulgação
Carro elétrico compacto Criadores norte-americanos desenvolveram um veículo que promete ser uma solução sustentável para as grandes cidades. O Eggasus, assim chamado por lembrar a aparência de um ovo, foi projetado para mover um único passageiro em um ambiente confortável. Com um design
totalmente futurista, inspirado por décadas de pesquisa em transporte alternativo, o veículo possui muitas vantagens, como: geração de baixo teor de carbono, energia eficiente, conforto, segurança, economia e praticidade.
Árvore artificial para plantas e animais No que depender de arquitetos holandeses, a biodiversidade de grandes centros urbanos pode ser resgatada. Uma estrutura com cerca de 30 metros de altura e até 20 metros de profundidade, inspirada nas árvores, tem a intenção de atrair pássaros, abelhas, morcegos e outros animais pequenos. A Sea Tree pode ser construída em rios, oceanos e lagos, por possuir uma armação semelhante à de uma plataforma de petróleo. O custo da invenção foi estimado em 4,5 milhões de dólares. O início da construção está previsto para 2014, nos arredores de Nova York.
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Perfil
AsBEA Manaus: um elo entre arquitetos e a sociedade Por Werner Albuquerque - Presidente AsBEA Manaus
• O GT Plano Diretor, dirigido pela Arq. Cristiane Sotto Mayor, trabalha com a ajuda de todos os escritórios de arquitetura contribuindo com o tema. Hoje está atuando em parceria com outras entidades de interesse no assunto, inclusive, com diversas reuniões com o SINDUSCON-AM, que convidou a nossa entidade para participação nos debates sobre o tema. As reuniões foram convocadas pela AsBEA-AM, contando com a presença do Arq. Jaime Kuck (Presidente CAU-AM) e Claudemir Andrade (Presidente IAB-AM). • O GT Sustentabilidade, dirigido pela Arq. Bruna Arruda, cuida de organizar os eventos, inclusive cursos sobre o tema, além de interagir com outras regionais para troca de experiências. O grupo busca inserir essa temática entre os associados
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contribuindo com a sociedade Amazonense com um assunto de interesse de todos. • O GT Patrocínio e Sócios Colaboradores, dirigido pelo vicepresidente, Arq. Paulo Lindenberg, entra em contato com as empresas para relevar a importância do relacionamento delas com a nossa entidade. • O GT Arquitetura Digital, dirigido pela Arq. Karla Bittar, apresenta e atualiza o grupo de associados com as novidades sobre o tema, BIM, TI, etc. • O GT Viagens é coordenado pelo Arq. Roberto Moita. A AsBEA tem em seus planos as tradicionais missões AsBEA, proporcionando viagens em grupo com intuito de interagir com escritórios de arquitetura internacionais, conhecendo novas culturas, de cunho técnico, artístico e social, ampliando a base de conhecimentos e parâmetros para os associados locais. Manaus é hoje a sexta economia do país, dados esses que tornam uma cidade relevante economicamente, inclusive no ramo da construção civil, refletindo nos escritórios de arquitetura. A entidade conta hoje com os escritórios de arquitetura mais relevantes e atuantes na cidade e um no interior do Estado. AsBEA-AM/Divulgação
A AsBEA-AM é a mais jovem associação do país e a primeira da região Norte. A ideia de sua concepção partiu de uma conversa com o arquiteto paisagista gaúcho Guilherme Takeda - atual vice-presidente da AsBEA nacional, com os arquitetos Werner Albuquerque e Paulo Lindenberg. Em 20 de novembro de 2010, uma reunião conjunta com o também arquiteto Ronaldo Rezende, foi realizada com o intuito de criar um braço da entidade em Manaus. No ano seguinte, o processo ficou direcionado para adesão dos associados e eventos para promover a importância da entidade. Com a presença do Arq. Guilherme Takeda, a festa de fundação da regional foi promovida no dia 18 de agosto de 2011, no Palácio Rio Negro, em grande estilo, com apresentações de canto lírico e da orquestra filarmônica do Teatro Amazonas. O objetivo da associação é possibilitar o inter-relacionamento entre os maiores escritórios de arquitetura do país e do mundo, dando maior preparo técnico e profissional aos associados, fomentando e discutindo interesses comuns às empresas de arquitetura locais. Atualmente, está fortemente focada na revisão do Plano Diretor de Manaus. Os encontros com os associados acontecem todas as últimas quintas-feiras de cada mês e as reuniões extraordinárias, com os dirigentes dos grupos de trabalho, durante o decorrer do mês. Definimos e formamos grupos de trabalho para dar eficácia e dinâmica às atividades da entidade. Conheça-os:
Diretoria AsBEA Manaus, na festa de fundação da entidade: Roberto Moita, Helder Amorim, Cristiane Sotto Mayor, Karla Bitar, Thereza Helena S. Cruz, Leila Barakat, Werner Albuquerque, Paulo Lindenberg, Samya Cury, Guilherme Takeda, Welton Oliva e Kleyton Marinho
Boas Práticas Corporativas
Aposta no Consumo Verde Por P&G Brasil
melhorar o perfil ambiental de seus produtos. Com isso a empresa reafirma seu compromisso com os consumidores de encontrar soluções inovadoras aos desafios de sustentabilidade que o mundo enfrenta hoje. Ao lançar esta embalagem em algumas de suas marcas globais de beleza, a P&G alavanca sua escala para entregar melhorias significativas em sustentabilidade. O plástico comprado feito de cana-de-açúcar é entregue pela Braskem S.A., a qual utiliza etanol desse derivado adquirido de fornecedores que produzem de forma sustentável no Brasil. Com isso, mostramos aos consumidores que suas marcas preferidas estão ajudando a fazer a diferença para um mundo melhor. Essa inovação é verdadeiramente focada no consumidor, pois ao realizarmos pesquisas com mulheres do mundo todo, percebemos a preocupação delas em se tornarem bonitas sem que para isso tenham que deixar o mundo menos bonito. A P&G continuará desenvolvendo soluções criativas, que entregam inovações sustentáveis baseadas em ciência. Ao fazer progressos significativos em relação ao meio ambiente a empresa reafirma a sua visão de melhorar, cada dia mais, a vida de seus consumidores em sua forma mais completa.
Braskem/Divulgação
O grande desafio das empresas atualmente é oferecer produtos inovadores aos seus consumidores que apresentem soluções sustentáveis desde a compra de matérias-primas até a chegada do produto final às gôndolas. Pensando assim é que a Procter&Gamble (P&G), uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, anuncia um plano piloto para oferecer embalagens mais inovadoras e sustentáveis aos seus consumidores. Nesse projeto, algumas das famosas marcas da empresa como Pantene Pro-V®, COVERGIRL® e Max Factor®, usarão plástico feito a partir de uma fonte renovável em sua composição, a cana-de-açúcar. A utilização desse derivado representa uma inovação significativa em embalagens sustentáveis, pois, diferentemente do plástico tradicional que é derivado de petróleo não renovável, esse novo processo transforma a cana-de-açúcar em plástico polietileno de alta densidade (HDPE), um tipo comumente usado para embalar produtos. Ao final do ciclo, a embalagem derivada de cana de açúcar permanece sendo 100% reciclável. O compromisso da P&G em usar plástico derivado de fontes renováveis nas embalagens de seus produtos de beleza e cuidados com o barbear é um passo importante em direção ao objetivo de
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Panorama
Acervo Marelli
40ª Assembleia AsBEA Pelo quarto ano consecutivo, a Marelli patrocinou a Assembleia AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura). Entre os dias 18 e 22 de abril, o palco da 40ª edição do evento foi o Resort Club Med Rio das Pedras, no Rio de Janeiro. Um kit, com catálogos e brindes Marelli, foi entregue aos arquitetos participantes. Para complementar a participação da companhia, cadeiras da linha Arti foram sorteadas durante o evento. Durante a assembleia, foi eleita a nova diretoria da AsBEA para o triênio 2012/2015. Presidida pelo arquiteto Eduardo Sampaio Nardelli, a chapa é composta, também, pelos arquitetos Marcos de Azevedo Souza (Vice-presidente Administrativo), Guinter Parschalk (Vice-presidente de Comunicação e Marketing), Giovani Bonetti (Vice-presidente Regionais), Guilherme Takeda (Vice-presidente de Capacitação e Novas Regionais) e as arquitetas Adriana Levisky (Vice-presidente São Paulo) e Miriam Addor (Vice-presidente Coordenação Grupos de Trabalho).
Apresentado pela revista Amanhã, a Marelli foi mais uma vez destaque Top of Mind – RS. O estudo, realizado em parceria com a Segmento Pesquisas, aponta as marcas mais lembradas pelos consumidores gaúchos. Como não poderia ser diferente, a Marelli foi campeã do Top Executivo, com o índice de 26,7%, na categoria Móveis de Escritório. Esse é o terceiro ano consecutivo que a marca lidera o ranking. O levantamento mede a lembrança espontânea dos entrevistados e contabiliza, de forma quantitativa, a primeira marca que lhes vêm à mente. São realizadas 1,2 mil entrevistas nas sete mesorregiões do Rio Grande do Sul, seguindo a delimitação clássica do IBGE. O universo da pesquisa inclui pessoas de ambos os sexos, com idades entre 16 e 65 anos, de todas as classes sociais. A composição é escolhida a partir da técnica de amostragem aleatória, proporcional à população das regiões de Porto Alegre, Grande Porto Alegre e interior. O presidente da empresa, Rudimar Borelli, recebeu as honrarias no dia 21 de maio, no Grêmio Náutico União, na capital.
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Gustavo e Guilherme Gargioni
Na lembrança dos executivos
Gilmar Luís
Marcas de Quem Decide 2012
AsBEA lança manual de sustentabilidade A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) vai lançar um guia para ajudar arquitetos, projetistas e construtoras a incorporar conceitos de sustentabilidade na hora de pensar um novo empreendimento. A publicação “Guia de Sustentabilidade na Arquitetura: diretrizes de escopo para projetistas e contratantes”, estará organizada em cinco capítulos e apresentará aspectos conceituais, normativos e de metodologia para o desenvolvimento de obras mais sustentáveis, destacando a importância da gestão integrada dos projetos. O Guia nasceu em agosto de 2007, a partir de um documento intitulado “Recomendações básicas de sustentabilidade para projetos de arquitetura”, que se tornou o embrião deste trabalho. O material foi elaborado por um grupo de arquitetos, associados da AsBEA, que formaram o GTS – Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da AsBEA. Originalmente concebido em São Paulo, foi replicado para as regionais de Paraná, Santa Cataria e Rio Grande do Sul.
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AsBEA/Divulgação
A Marelli conquistou, novamente, o pódio na pesquisa Marcas de Quem Decide, realizada pelo Instituto Qualidata, em parceria com o Jornal do Comércio. A empresa apareceu em primeiro lugar entre as marcas mais lembradas (9,3% dos votos) e também na primeira posição entre as marcas preferidas (7,6% dos votos), ambos na categoria móveis para escritório. A pesquisa apontou a lembrança e a preferência em 103 setores que contemplam categorias de produtos, serviços, corporações e estabelecimentos comerciais. Os dados dessa edição foram coletados entre novembro de 2011 e janeiro de 2012, através de entrevistas com empresários, executivos e profissionais liberais, em mais de 40 dos principais municípios, incluindo todos com participação de 0,5% ou mais no PIB gaúcho, cobrindo todas as regiões do RS.
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