ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
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ECOVILA
MORAR COM INDEPENDÊNCIA Trabalho de Conclusão de Curso – Arquitetura e Urbanismo
Autora: Georgia Alexa Cavallaro Orientadora: Kátia Pestana Santana de Parnaíba – 2020
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“Jamais mudaremos algo combatendo o existente. Para mudar alguma coisa há que criar um novo modelo que torne o e x i s t e n t e o b s o l e t o .” F U L L E R , B u c k m i n s t e r.
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1.
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SU MÁ RIO
6.
I N T RO D U Ç ÃO
3.
HISTÓRICO
LO C A L I Z AÇ ÃO
13. 20.
ESTUDOS DE CASO
28. 34.
48.
C O N T R A P R O P O S TA
DIAGNÓSTICO
MÉTODOS
PROJETO
45.
PROGRAMA DE
87.
REFERÊNCIAS
NECESSIDADES
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IN TRO DU ÇÃO
Imagem: Matéria da revista local “Circuito” nº 179 de novembro de 2014, citando as palavras do então prefeito de Cotia, Antonio Carlos de Camargo, bem como os seus planos para a cidade, como o aumento da densidade populacional através de bolsões padrão “Minha Casa Minha Vida” e o aumento de faixas na rodovia Raposo Tavares e mesmo a criação de sub-faixas em túnel por conta do tráfego da rodovia. Essa é sua visão de “progresso”.
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aço este projeto como uma contraproposta ao. ......padrão de crescimento urbano observado nos últimos 10 anos até o momento presente como alternativa ecologicamente viável (tanto a curto quanto a longo prazo), socialmente justo (com divisão do trabalho e do lucro, geração de emprego permanente, moradia digna e ampla oferta de alimentos) e de manutenção da identidade cultural da população, antes que esta seja perdida através do padrão norteamericano de globalização cultural e capitalismo consumista.
Imagem: Vista de satélite da cidade de Cotia em 2010. Fonte: Google Earth. Acesso em 26 de março de 2020.
Como moradora da cidade de Cotia, residente no distrito de Caucaia do Alto há mais de 20 anos, venho observando o crescimento urbano descontrolado que a região vem sofrendo nos últimos 10 anos, através de empreendimentos residenciais fechados no padrão ‘’Minha Casa Minha Vida’’. Observando imagens aéreas do Google Earth (2010-2020) puderam ser contabilizados mais de 25 empreendimentos do tipo variando de 50 a 700 residências em cada um, bem como pode ser observado no dia a dia da região o enorme desmatamento que está sendo produzido por conta disto, bem como suas consequências ambientais e sociológicas.__________________________________.. Nos últimos 10 anos houve o avistamento¹ incomum de animais silvestres na área urbana (provavelmente por conta do desmatamento em massa que a região vem sofrendo, os animais partem em busca de abrigo seguro) como, por exemplo, de cervos (filhotes e adultos) e gatos maracajás². Além do desmatamento, esta rapidez no crescimento da área urbana causa a poluição do lençol freático, uma vez que a região não possui recolhimento de esgoto público em sua maior parte e a prefeitura ainda permite o uso de fossas sépticas-sumidouro, que não são 100% eficazes no tratamento de águas negras³, além de exigir obras emergenciais nas redes de distribuição de água e energia (como por exemplo os 2 reservatórios novos no alto da Estrada de Caucaia com 5 vezes o tamanho do reservatório antigo (cada um).
Imagem: Vista de satélite da cidade de Cotia em 2020. Fonte: Google Earth. Acesso em 26 de março de 2020. – Destacado em Laranja os maiores enclaves construídos nos últimos 10 anos (residenciais e empresariais).
Também há um prejuízo social pois a obrigação de pagar condomínio afasta as famílias de renda mais baixa, bem como os arredores dos chamados enclaves fortificados se tornam inseguros por não ter atividade humana constante4; as construções também não atingem um padrão de conforto satisfatório, uma vez que as exigências da Caixa para financiamento de uma casa ao comprador (e não à incorporadora) é baseada apenas no preço a ser financiado, o qual possui um limite (180 mil reais para Cotia), o que multiplica casas com cobertura de fibrocimento sem forro (que se aquece muito rapidamente com o sol), com instalações hidráulicas que sofrem vazamentos nos primeiros 5 anos de uso da residência5 e totalmente dependentes da energia elétrica de concessionárias (mesmo já sendo acessível a energia solar, que causa ainda menos impactos ambientais e sociais por não necessitar da criação de represas, comprovadamente sendo viável até
no extremo sul do país6). Apesar deste programa viabilizar a casa própria para muitas famílias o déficit habitacional paulista continua sem grandes alterações (uma vez que tratam-se de famílias com até 2 salários mínimos, ou mesmo menos que um), a crise econômica por qual o Brasil passa desde 2014 também aumentou muito a taxa de desemprego bem como a faixa salarial em todos os setores, dificultando ainda mais a situação de quem tem pouco estudo, uma vez que profissionais qualificados estão aceitando salários historicamente menores, bem como cargos não condizentes com sua formação, por estarem há mais de 1 ano sem conseguir emprego em sua área de atuação. As Ecovilas têm sua história iniciada nas comunidades hippies e tem como intenção, além de viver causando o mínimo impacto ambiental possível no planeta, a independência ou, no mínimo, o distanciamento do sistema consumista vigente. Mais do que hortas comunitárias, as ecovilas produzem sua própria energia elétrica, reciclam e reutilizam a maioria de seus dejetos, produzem seu próprio alimento (dependendo do modo como cada indivíduo se alimenta e da variedade de espécies cultivadas e/ou criadas, a produção das ecovilas supre de 30% a 100% das necessidades locais7), geram renda com a venda dos excedentes, hospedagem, cursos, eventos e produtos artesanais (que é distribuída justamente de acordo com o consenso de cada comunidade) e geram conhecimento através da prática da permacultura orgânica (na qual cada elemento presente tem o dever de cumprir pelo menos duas funções no sistema - tanto vegetal, como animal ou energético) que pode ser aplicada em qualquer escala; além dos benefícios difíceis de mensurar como a redução no trânsito local (pois as pessoas trabalham, moram e têm lazer no mesmo local) e questões de saúde como a redução do stress (tanto pela baixa quantidade de ruído do local quanto pela serotonina gerada no exercício físico diário de cuidar da horta ou dos animais) quanto à redução dos casos de câncer (pela diminuição da ingestão de componentes químicos como agrotóxicos, conservantes e corantes, bem como a ingestão de poluentes através da própria respiração, que são filtrados pela vegetação e por todo o sistema de ciclo fechado envolvido na permacultura (como por exemplo o ciclo do Nitrogênio e do Carbono, essenciais ao desenvolvimento da plantação, controle de pragas e bactérias8). 1 Avistamentos pessoais e relatados por amigos. 2 Avistamento pessoal. 3 GREEF, R. C. e HELDT, L. “Alternativas eficientes e de baixo impacto ambiental
para o tratamento das águas servidas”, 2016. 4 JACOBS, J. “Morte e vida das grandes cidades”, 2014. 5 Segundo relatos dos moradores. 6 DANTAS, S. G. e POMPERMAYER, F. M. “Viabilidade econômica de sistemas fotovoltaicos no Brasil e possíveis efeitos no setor elétrico”. 2018. 7 BRITTO, A. “Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”. 2018. 8 MOLLISON, B. “Introdução à Permacultura”. 1981.
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HIS TÓ RI CO Imagem: Paraisópolis vs Morumbi – Tuca Vieira, 2004.
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UM BREVE ESTUDO SOBRE A U R B A N I Z AÇ ÃO P A U L I S TA ara poder-se afirmar com propriedade as causas e P ___consequências de todos os problemas urbanos que
serão citados neste trabalho foi feito um estudo sobre o real desenvolvimento da metrópole paulista através do livro São Paulo Metrópole de Regina Meyer, Marta Dora Grostein e Ciro Biderman: “A estruturação metropolitana de São Paulo é, (...) o resultado de um processo histórico que envolveu a ocupação urbana e a topografia do planalto paulista Na análise de Richard Morse, um conjunto de cinco grandes artérias de convergência conformaram o território metropolitano e definiram o seu papel de ponto de entroncamento e articulação regional.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
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Imagem: Preço do solo por zonas de tráfego da RMSP em 1977. Tons vermelhos caracterizam imóveis mais valorizados devido à infraestrutura urbana instalada na região, em amarelo e bege os imóveis considerados mais “baratos” e em azul as represas e rios. Algo que influenciou muito o modo como a região se desenvolveu foram os preços dos terrenos, uma vez que os incorporadores sempre tiveram bastante liberdade para implantação dos seus empreendimentos e o automóvel garantia “acesso” a qualquer lugar desde que se construísse uma via. Fonte: Deák (1985).
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Todo o estado de São Paulo se tornou relevante economicamente no Brasil a partir das grandes exportações de café, que era plantado no interior do estado por conta da disponibilidade de terras e facilidade, tanto geográfica quanto climática, para esta prática. Naturalmente, pela necessidade de grandes porções de terra, a agricultura é uma prática de crescimento disperso, porém seus produtos, depois de tratados para a venda, se tornam mais compactos e numerosos o que possibilita o transporte em lotes (inicialmente as sacas carregadas por tração animal, posteriormente pelos vagões de trem nas ferrovias); isso exige certa organização e contabilidade para controlar os gastos e assim se obter lucro, como em toda atividade rentável, o que exige a consolidação de um centro que recebe a produção dos arredores de todos os eixos e organiza seu envio para fora do país que, segundo Morse (1970) são: 1.Nordeste – sentido Rio de Janeiro, 2.Norte – sentido Minas Gerais, 3.Noroeste – sentido Campinas, 4.Oeste-noroeste – sentido Itu e Porto Feliz e 5.Oeste – sentido Sorocaba9. “Esta estrutura centrífuga encontrou na cidade de São Paulo, ao longo de todo o século XX, um núcleo onde atuavam forças urbanas centrípetas. (...) já no início do século XX a cidade de São Paulo se havia constituído na forma de um núcleo urbano relativamente estruturado com arredores articulados.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
Imagem: Mancha urbana paulistana em 2010 com destaque às principais rodovias da metrópole, em vermelho. É fácil observar como há maior desenvolvimento urbano no entorno das maiores rodovias (as com mais faixas e menos curvas), como por exemplo as Rodovias Castello Branco, Imigrantes e Ayrton Senna. Fonte: EMPLASA, 2010.
9 MEYER, R., GROSTEIN, M., e BIDERMAN, C. “São Paulo Metrópole”, 2003. 10 Op cit. (9). 11 Op. Cit (9). 12 Op cit (9).
Os autores também afirmam que as ferrovias foram grandes consolidadoras da capital como polo centralizador, por marcar o fim das disputas políticoeconômicas sobre este processo (de transporte) e favorecer tanto a urbanização dos bairros centrais da capital quanto a expansão do território metropolitano.
“No município de São Paulo, já ao longo das primeiras décadas, valeu a regra geral segundo a qual as características econômicas que regiam o processo de expansão da cidade se (...) materializaram, nas áreas periféricas, criando o território característico do que mais tarde é identificado com grande precisão como padrão periférico. A sua marca mais evidente foi (...) na década de 1950, a constituição do território periférico, onde a segregação residencial teve um papel decisivo.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
Este processo de metropolização ganhou maior intensidade entre as décadas de 1940 e 1960, com o surgimento da indústria para o consumo de massa na região. Foi nesta mesma época (à partir dos anos 1920, na verdade), que se iniciou o rodoviarismo como fator de estruturação dos novos planos urbanos e regionais e que, junto ao ferroviarismo do século XIX, responde a interesses econômicos instalados no território metropolitano de São Paulo10. Seguindo o Plano de Avenidas do prefeito Prestes Maia (1935), a expansão da área urbanizada se dá de forma radioconcêntrica da capital e segue a direção dos investimentos públicos em infraestrutura rodoviária consolidando os diferentes municípios como predominantemente industriais, “municípiosdormitório” que abrigam a população de baixa renda ou que desconcentram algumas atividades econômicas que antes só eram acessíveis no município-sede11. Com toda a oferta de empregos existente na área industrial e de serviços (ainda entre as décadas de 1940 e 1960) a metrópole recebe constantemente muitos imigrantes e de forma desigual, concentrandose em sua maioria nas periferias da cidade chegando a haver uma discrepância entre o crescimento populacional das periferias em relação ao centro urbano de aproximadamente 200%, um dos motivos determinantes desta discrepância era a qualidade do acesso ao núcleo urbano, sendo então as áreas com melhor acesso concentradoras de renda mais alta e as áreas com os acessos mais obsoletos concentradoras da renda mais baixa a ver: “Predominou a urbanização extensiva e precária, resultante da conjugação negativa de três procedimentos da gestão pública: a conivência com a abertura de loteamentos irregulares, a construção de imensos conjuntos habitacionais desconectados da estrutura urbana e a falta de uma política de desenvolvimento urbano que estimulasse concomitantemente a instalação de atividades geradoras de emprego e renda.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
À partir da década de 1980, no vetor sul da região metropolitana, se configurou outro grande problema da urbanização contemporânea, a ocupação precária e ilegal em área de proteção aos mananciais (mais precisamente os arredores das represas Billings e Guarapiranga) tendo como denominador comum a distância do Centro, função de área-dormitório e ser o foco da pobreza12.
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*Valor aproximado. VALE, R. C. C. “The welfare costs of traffic congestion in São Paulo Metropolitan Area”, 2018. 14 Considerando apenas vias simples com 7m de largura nos cálculos. 15 FOLHA DE SÃO PAULO, 2019. 16 EXAME, 2017. 17 Op. Cit (13). 18 S.M. de 2020. 19 Op. Cit (13). 20 R7 SÃO PAULO. 2019. 13
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Imagem: Densidade total de empregos na RMSP em 2014. Tons mais escuros de roxo representam densidades maiores, logo são polos geradores de alto tráfego pendular. Fonte: EMPLASA PDUI (2016).
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Imagem: Mapa de assentamentos precários existentes em 2010. Podemos reparar que se localizam imediatamente no entorno da área de empregos e grande quantidade beirando as principais represas de abastecimento da capital o que gera contaminação direta no fornecimento água potável da região além de toda a insalubridade, inacessibilidade, superlotação e riscos existentes aos moradores do próprio assentamento. Fonte: EMPLASA - PDUI (2016). Imagem: Mapa de mobilidade pendular metropolitana em 2010. Destaque aos círculos marrons, que representam os fluxos diretos para a cidade de São Paulo diariamente; pessoas que moram em várias cidades se deslocam nos mesmos horários para trabalhar em uma mesma área bem menor que a inicial e distante, o que superlota tanto os transportes coletivos quanto as vias com os automóveis privados, causa trânsito, auto nível de poluição (superando muitas áreas industriais¹) bem como a redução da qualidade de vida da população que fica com doenças respiratórias e problemas psicológicos por conta da grande quantidade de horas diárias perdidas dentro de (no mínimo) um meio de transporte. Fonte: EMPLASA - PDUI (2016).
E S P E C U L AÇ ÃO IMOBILIÁRIA E DESIGUALDADE SOCIAL
no crescimento populacional dos municípios onde se inseriram. (...) O bairro da Granja Viana, formado na década de 1960, (...) contribuiu para que o município de Cotia chegasse ao ano 2000 dez vezes mais populoso.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
Então se enraíza a origem dos maiores problemas da humanidade no século XXI: poluição, estresse e exclusão social.
“A
lógica da ocupação especulativa do solo criou, (...) um traço decisivo da estrutura urbana paulistana: uma considerável taxa de vazios urbanos, isto é, glebas localizadas estrategicamente entre os chamados setores urbano e suburbano da metrópole. Reservas de solo “aprisionadas” pelo capital imobiliário, cuja estruturação estava iniciada pelas longas ruas comerciais de baixíssima densidade rumo aos loteamentos suburbanos, (...) A meta, como se verificou mais tarde, era esperar que o poder público, pressionado pela população, cruzasse essas áreas produzidas como “reserva especulativa”, alterando seu valor comercial-imobiliário, ao levar aos loteamentos distantes a infraestrutura urbana mínima necessária.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
Acima está a definição de “especulação imobiliária”: o ato de manter a posse de um pedaço de terra por longo tempo sem efetivamente dar um uso a ele, esperando vende-lo por um valor muito maior do que comprado alguns anos depois, lucrando sobre o investimento público em transporte, saneamento, mudança de zoneamento entre outros.
1.472 KM
DE ESTRADAS CONGESTIONADAS DIARIAMENTE EM SÃO PAULO¹³ EQUIVALENTE A
11.776 KM²
DE INFRAESTRUTURA URBANA DESTINADA SOMENTE A AUTOMÓVEIS PARADOS14 OU...
94.208 LOTES
URBANOS DESPERDIÇADOS, QUE PODERIAM SE TORNAR RESIDÊNCIAS SANANDO NO MÍNIMO
“Distintos padrões de ocupação do solo urbano (...) tiveram papel específico na configuração de áreas desestruturadas, destituídas de equipamentos públicos e desarticuladas do conjunto estruturado da cidade.” (MEYER, GROSTEIN, BIDERMAN, 2003)
O trecho anterior se refere ao zoneamento de uso único das cidades (residencial, industrial, comercial entre outros). Quanto aos chamados municípiosdormitório, os autores afirmam compartilhar das mesmas características das periferias urbanas, entre elas a insuficiência de serviços básicos (educação, saúde e saneamento), mobilidade limitada dos moradores (por conta do transporte público de baixa eficiência), presença de cortiços e os altos índices de violência existentes nestas áreas confinadas. Eles também citam outras características de configuração metropolitana, como por exemplo a formação de novos núcleos incrustados em municípios metropolitanos onde as condições econômicas são bem melhores que as dos municípios vizinhos e os empreendimentos são em forma de enclaves fortificados residenciais, como por exemplo o núcleo da Granja Viana, em Cotia e Carapicuíba, que criam um cenário urbano contraditório entre bairros populares e loteamentos imobiliários norteados pela tendência de mercado de criar espaços residenciais diferenciados, fora da cidade de São Paulo (como chácaras para famílias de renda mais alta). “A constituição desses núcleos teve um peso expressivo
20%*
DO DÉFICIT HABITACIONAL PAULISTANO15
4% POR MOTOS
71% DAS EMISSÕES DE GASES POLUENTES
SÃO CAUSADAS POR AUTOMÓVEIS INDIVIDUAIS16 GERANDO UM GASTO DE:
R$747,00
POR PESSOA AO ANO17
71,9% DO SALÁRIO MÍNIMO18
R$7,34 BI
PÚBLICOS AO ANO19 10,65% DO ORÇAMENTO DA CIDADE20
25% POR ÔNIBUS
Imagem: Condomínio de lotes em construção totalmente sobre uma área pantanosa de curso d’água e nascentes na região do bairro dos Pereiras, distrito de Caucaia do Alto. Foram necessários inúmeros caminhões de terra para o aterramento exibido em uma área muito propensa à inundação, para depois vender estes lotes à população desavisada. Fonte: Acervo pessoal – 2020.
P R O B L E M ÁT I C A de moradia adequada é um problema A falta existente em todo o mundo há séculos, moradia é
estudos básicos, desemprego (ocasionado pela falta de estudos) e até mesmo a fome, pois através do emprego informal muitos não conseguem renda o suficiente para comprar o próprio alimento, o que exige alguma solução um pouco mais elaborada para este problema estrutural das sociedades humanas de todo o globo.
O relatório do SEADE para o Governo do Estado de São Paulo (Necessidades habitacionais do estado de São Paulo: Subsídios para o Plano Estadual de Habitação 2010-2023) revela que, além do problema habitacional, há outros problemas estruturais relacionados às mesmas pessoas, entre eles, falta de
Visando isso parece melhor uma solução que una tanto a habitação quanto a boa alimentação, permitindo maior tempo livre e saúde mental para os estudos ou mesmo a própria subsistência no meio rural.
o abrigo de uma pessoa ou família, protege do frio, calor, vento e chuva e quando é improvisada certamente torna o indivíduo e sua família vulnerável a doenças diversas, ataques de animais ou mesmo de outros seres humanos.
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SEADE,2010
LOCA LIZAÇÃO
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Imagem: Vista de Caucaia do Alto. Fonte: <https://s1.wklcdn.com/image_20/603187/26262059/16780792Master.jpg> Acesso em: 26 de março de 2020.
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Imagem: Sede da antiga Cooperativa Agrícola de Cotia. Fonte: <1.bp.blogspot.com/h_5oR76QG1o/TkR CbvlnUQI/AAAAAA AAARA/xRDhlXDO AQA/s1600/cooperat iva+cotia.jpg> Acesso em: 3 de maio de 2020.
21SAVIOLI,
“A Cidade e a Estrada: As transformações urbanas do município de Cotia ao longo da Rodovia Raposo Tavares”, 2008. 22SAVIOLI, 2008._________ 23IAKOWSKY, “Uso e
Ocupação do Solo na Região Oeste do Município de Cotia”, 2016.____________ 24EMPLASA, “Estrutura Urbana – Subsídios à elaboração do PDUI”, 2015. 25IAKOWSKY, 2016._______
26EMPLASA,
2015.________ Cit.________________ 28COELHO, “Paisagens Dispersas:: Um estudo sobre a produção da forma urbana pela iniciativa privada no município de Cotia”, 2012. 27Op.
BREVE HISTÓRICO é um município localizado na sub-região C otia Sudoeste da Região Metropolitana de São Paulo
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(RMSP) que faz divisa com as cidades de Ibiúna São Roque, Vargem Grande Paulista, Itapevi, Carapicuíba, Jandira, Osasco, São Paulo, Taboão da Serra, Embu das Arte e Itapecerica da Serra e possui em seu interior um importante remanescente da Mata Atlântica e reservatório de água potável da região: a Reserva do Morro Grande onde está inserida a Barragem da Graça (1917) e o Reservatório Pedro Beicht (1937), ocupa exatos 1/3 de área do município e pertence atualmente à SABESP21.
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Criada e mantida por gerações como ponto de abastecimento de pessoas e animais em viagem ao Oeste Paulista, começando pelos jesuítas e sertanejos e seguindo os transportadores de café, se firmou como um dos pontos de abastecimento da metrópole paulista de produtos hortifrutigranjeiros, adicionando mais tarde o extrativismo mineral e alguns produtos da construção civil22. Começou a se destacar economicamente na região à partir da década de 1920, quando o modo de cultivo dos imigrantes japoneses (vindos em 1913) começou a gerar maiores frutos e então fundou-se a Cooperativa Agrícola de Cotia, referência nacional na área até a década de 1980 (a chamada Evolução técnico-rural de Cotia). Abastecia São Paulo e arredores com produtos de hortifruti e flores, inclusive, Cotia era chamada de Cidade das Rosas por conta da Roselândia, grande empresa de rosas do local23. Suas características naturais em conjunto ao fácil acesso a São Paulo (30km pela rodovia Raposo Tavares) geraram muitas áreas residuais de chácaras de passeio de famílias de alta renda, na parcela mais próxima à capital paulista (sendo até considerada uma expansão dos bairros residenciais da capital paulista na direção Oeste)24, enquanto o lado oposto da cidade, no distrito de Caucaia do Alto, se manteve com a Cooperativa e estabelecimentos familiares independentes, após o encerramento da mesma, até os tempos atuais através da venda direta ao consumidor, pelo CEAGESP e por contrato para as grandes (e numerosas) empresas atacadistas locais25. Seu desenvolvimento urbano é relativamente recente, iniciando-se nos anos 1920 com a industrialização brasileira ocupando as áreas de influência das principais vias de acesso da metrópole paulista (tanto férreas quanto rodoviárias), principalmente no eixo leste-oeste
29Op.
Cit.______________ Cit._____________ 31Op. Cit.______________ 30Op.
COTIA SÃO PAULO
(onde há menor influência de legislações ambientais rígidas)26, recebendo alto investimento na rodovia Raposo Tavares (onde se localiza a sede do município e seu núcleo urbano) que foi retificada e asfaltada27 tornando o município, enfim, atraente a investimentos imobiliários urbanos. Seu território atual pode ser dividido em 3 porções distintas, segundo COELHO (2012): o núcleo de urbanização principal, ao norte; o distrito de Caucaia do Alto (setor predominantemente rural), a oeste, fazendo divisa com os municípios de Ibiúna, São Roque e Vargem Grande Paulista; e o bairro Caputera (também predominantemente rural), a leste, fazendo divisa com Embu das Artes e Itapecerica da Serra28. O núcleo urbanizado se localiza na área de influência da rodovia Raposo Tavares, é onde estão os primeiros bolsões de alta renda do município, os principais condomínios industriais da cidade (em sua maioria com empresas químicas, farmacêuticas e alimentícias) bem como o centro administrativo e histórico e, na periferia do mesmo os bairros mais pobres e loteamentos precários da região29. O distrito de Caucaia do Alto é a área escolhida para a realização deste trabalho, possui um pequeno núcleo com a maioria dos equipamentos urbanos básicos, indústrias de médio porte e sua paisagem é formada pelas diversas propriedades de agricultura familiar, bem como é o ponto de partida da Romaria de Caucaia do Alto a Pirapora do Bom Jesus, uma das principais festividades religiosas e culturais da cidade; é a parte remanescente de Cotia do Cinturão Caipira30 e, junto à Reserva do Morro Grande e ao bairro Caputera, forma também parte do Cinturão Verde Paulista31.
LOCALIZAÇÃO NA RMSP
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O C I N T U R ÃO C A I P I R A chamado cinturão caipira é uma área formada Opelas cidades de Ibiúna, Vargem Grande Paulista,
Cotia (distrito de Caucaia do Alto) e Osasco (área já urbanizada), chegando a São Paulo, a qual se caracterizou historicamente pelas relações comerciais “tímidas”31 de abastecimento agrícola da metrópole.
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Formada a partir da segunda metade do século XIX, sua população predominantemente “caipira” (como o nome demonstra) é definida como “mestiços com ascendência indígena”. Sua principal base territorial são os chamados bairros que são agrupamentos de algumas ou muitas famílias, tendo como vínculo o sentimento de localidade, convivência, práticas de auxílio mútuo e atividades lúdico-religiosas. As habitações podem ser próximas ou distantes umas das
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Imagem: Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, em verde escuro estão as Zonas Núcleo (como a reserva do Morro Grande), em verde claro as Zonas de Amortecimento (como Caucaia do Alto e Ibiúna) e em amarelo, as Zonas de Transição (centro urbanizado de Cotia). Fonte http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_fase_vi_07_rbcv.asp Acesso em: 8 de maio de 2020.
outras, sua economia é autossuficiente e sua sociedade é embasada por: solidariedade, cooperação, mutirões de trabalho e festas religiosas.32 MORAES (2015) também definiu os bairros caipiras como: “porção de terra a que os moradores têm consciência de pertencer, formando uma certa unidade diferente das outras” e um caipira, entrevistado por Cândido em um dos trabalhos estudados pela autora, define um bairro como uma “naçãozinha”. As definições anteriores são de um bairro caipira porém há um certo nível de semelhança às relações existentes nas ecovilas.
31 IAKOWSKY, P. D. V. “Uso e ocupação do solo na região oeste do município de Cotia”, 2016. 32 MORAES, F. “O processo de escolarização pública na Vila de Cotia no contexto cultural caipira (1870-1885)”.
R E S E RVA DA B I O S F E R A D O C I N T U R ÃO V E R D E DA C I DA D E D E S ÃO PA U LO da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade A deReserva São Paulo é parte integrante da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica, criada pela UNESCO33 tem o objetivo de fazer uma correta gestão dos ambientes naturais e modificados através do Desenvolvimento Sustentável, pesquisa científica, conservação da biodiversidade e a promoção social e abriga as principais áreas de abastecimento de água potável da metrópole paulista bem como o remanescentes florestais da Mata Atlântica que são responsáveis pela estabilização climática e limpeza do ar da região. Segundo a UNESCO a qualidade e viabilidade da vida na RMSP dependem do grau de preservação ambiental dos municípios integrantes e uma das recomendações
do caderno é de resgatar a história local e valores culturais. É categorizada em: Zonas Núcleo, de Amortecimento e Conectividade e Zonas de Transição e Cooperação. Zonas Núcleo: Áreas de Proteção Integral e zonas silvestres de APAs. Zonas de Amortecimento e Conectividade: APAs, Áreas de Proteção aos Mananciais, Florestas Maduras, Corredores Ecológicos e Áreas Prioritárias de Proteção Marinha. Zonas de Transição: Áreas restantes em estado de conservação ambiental razoável. 33 UNESCO. “O ecomercado de trabalho na Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo”, 2000.
Imagem: Face Oeste da RBCVCSP coincidente ao Cinturão Caipira, em verde escuro a Zona Núcleo, em verde a Zona de Amortecimento e em verde claro a zona de transição. Fonte: http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_fase_vi_07_rbcv.asp Acesso em: 8 de maio de 2020.
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TIJUCO PRETO
COTIA
Importante área predominantemente comercial situada entre Caucaia do Alto e Cotia, atende tanto Caucaia quanto os bairros residenciais próximos, pertencentes à Vargem Grande Pta. Possui baixa densidade habitacional, 238 hab/km², abriga 6,58% da população municipal, 5,33% dos estabelecimentos agrícolas da região e 69,78% de seu território é de cobertura vegetal.
Área central da cidade, onde se localiza a prefeitura, os maiores equipamentos urbanos, os bairros mais precários, alguns em áreas de risco, e duas das principais festividades culturais do município: a Festa do Peão e as comemorações diurnas do aniversário de Cotia. Possui a maior taxa de densidade do município, 2041 hab/km², abrigando 49,54% da população
municipal, sua atividade econômica principal é a comercial (44,18%), porém abriga 40,66% dos estabelecimentos de serviços do município, bem como 33,33% dos estabelecimentos agrícolas; 50,61% de seu território é de cobertura vegetal.
TECIDO URBANO S e g u n d o a E M P L A S A 34 34EMPLASA,
“Estrutura Urbana – Subsídios à elaboração do PDUI”, 2015.
RODOANEL MARIO COVAS
ROD. RAPOSO TAVARES
ESTRADA DE CAUCAIA DO ALTO ROD. RÉGIS BITTENCOURT ESTRADA DA ÁGUA ESPRAIADA
GRANJA VIANA Ilha de alta renda e de emprego da região, inicialmente formada por enclaves fortificados espraiados de chácaras de veraneio, caracteriza-se atualmente pela mescla entre estes enclaves de alta renda (mais próximos à Rod. Raposo Tavares) e enclaves menores – porém mais numerosos – de média renda, localizados nos terrenos mais baratos e distantes da rodovia e já baseados no programa Minha Casa Minha Vida; atualmente desenvolveu os maiores condomínios industriais do município com empresas predominantes do ramo de química, farmacêutica, metalurgia e alimentação em geral. _________________________ Possui a segunda maior taxa de densidade do município, 968 hab/km², abrigando 24,71% da população municipal e, por conta de suas origens, sua atividade econômica principal é a de serviços (41,01%) apesar de abrigar 63,10% dos estabelecimentos industriais do município. 9,33% dos estabelecimentos agrícolas se localizam neste trecho e 40,69% de seu território é de cobertura vegetal (grande parte pertencente aos bolsões que, por lei, devem reservar 1/3 de sua área para preservação da mata nativa, e pertencente também, ao parque municipal do CEMUCAM).
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ROD. BUNJIRO NAKAO
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LOCAL DO PROJETO
CAUCAIA DO ALTO Principal área de influência do local escolhido para a realização do projeto; centro urbano em desenvolvimento com equipamentos urbanos suficientes para suprimento das necessidades do dia a dia dos habitantes ao redor. Ponto de partida da Romaria de Caucaia do Alto para Pirapora do Bom Jesus, uma das maiores festividades culturais-religiosas do município. _______________________________ Possui média densidade habitacional, 618 hab/km², 12,14% da população municipal e sua atividade econômica principal é a comercial (41,75%), como todo centro urbano, 33,33% dos estabelecimentos agrícolas se localizam nesta área e 51,93% de seu território é de cobertura vegetal. CAPELINHA Unidade de Informação Territorial onde efetivamente se localiza o terreno do projeto (apesar do mesmo estar quase na fronteira entre a UIT Capelinha e a UIT Caucaia do Alto), é a segunda área com maiores características rurais do município. Possui densidade habitacional baixa, 181 hab/km², 5,89% da população municipal e sua atividade econômica principal (em quantidade) é a industrial (38% dos estabelecimentos), porém 8% dos estabelecimentos agrícolas se localizam nesta área e por conta da disponibilidade de terreno, possuem maior tamanho. 61,76% de seu território é de cobertura vegetal.
RESERVA E II
DO
MORRO
GRANDE
I
Áreas equivalentes à Reserva Estadual do Morro Grande, sendo diferenciadas apenas pela quantidade de habitantes, uma vez que a primeira área (em ocre) possui uma única família de 6 pessoas em um sítio. Já a área II, maior e mais restrita área de proteção ambiental, possui 3 hab/km² (0,16% dos habitantes do município) encarregados de manter e proteger toda a
área pertencente à SABESP, em residências históricas cedidas pela empresa. Ambas as áreas possuem em média 96% de cobertura vegetal. CAPUEIRA
Área mais isolada do município, sendo mais influenciada pelo centro de Embu das Artes do que pelo próprio centro de Cotia, é equivalente ao bairro Caputera.
Se chama Capueira por se tratar uma área em intensiva recuperação ambiental e reflorestamento após fortes degradações. Possui 83 hab/km² (1,29% do município), é a única área onde numericamente a atividade agrícola se sobressai (58,33%), tendo 9,33% dos estabelecimentos rurais do município. 67,77% de sua área é de cobertura vegetal.
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PA D R ÃO D E C R E S C I M E N TO 2 0 0 2 - 2 0 1 0 S e g u n d o a E M P L A S A 35 35EMPLASA,
“Estrutura Urbana – Subsídios à elaboração do PDUI”, 2015.
TERCEIRA MAIOR
EXPANSÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO (SUBREGIÃO SUDOESTE)
60%
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Imagem: Infraestrutura de abastecimento de água construída recentemente na entrada do Distrito de Caucaia do Alto para suporte forte demanda de construções já feitas e aprovadas para se realizar nos próximos anos. Fonte: Acervo pessoal – 2020.
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Imagem: Alteração da paisagem, estabelecimentos rurais cedem espaço para bolsões residenciais horizontais de alta densidade. Fonte: Acervo pessoal – 2020.
DO TERRITÓRIO RESIDENCIAL DA RMSP SE LOCALIZA NA SUBREGIÃO SUDOESTE EQUIVALENTE A
49%
DE ÁREA OCUPADA DA REGIÃO
observar os dados acima e as imagens, podemos A operceber a tendência de crescimento existente na
região principalmente no âmbito residencial horizontal. ALTERAÇÕES DE USO DO SOLO URBANO
23%
DE AUMENTO DE ÁREA RESIDENCIAL HORIZONTAL
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Imagem: Condomínio de lotes em construção totalmente sobre uma área pantanosa de curso d’água e nascentes na região do bairro dos Pereiras, distrito de Caucaia do Alto. Foram necessários inúmeros caminhões de terra para o aterramento exibido em uma área muito propensa à inundação, para depois vender estes lotes à população desavisada. Fonte: Acervo pessoal – 2020.
PROBLEMAS da legislação municipal possuir alguns itens A pesar de preservação ambiental relevantes (como por
exemplo a obrigatoriedade do mantimento de 1/3 do terreno para preservação ambiental da mata nativa, ou a concessão de 5% do terreno a lotear para uso da prefeitura) a mesma também possui muitas brechas e falta de cuidado na elaboração como denuncia Savioli em “A Cidade e a Estrada”: “Já o zoneamento contornou os empreendimentos existentes, preenchendo os vazios com áreas de transição sem definição prévia de ocupação partindo da premissa de ocupação espontânea. (...) Sem uma política a orientar o investimento imobiliário, foram deixadas apenas as áreas obrigadas por legislação à preservação da Bacia do Rio Cotia” (SAVIOLI, 2008)
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Já Coelho (2012)36 também observa que a legislação de Cotia não exige que áreas verdes sejam interconectadas ou conectadas à áreas verdes existentes, nem que as grandes massas arbóreas sejam efetivamente preservadas (isso ocorre geralmente por
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questões econômicas), bem como não incentiva a articulação de hidrografia e relevo, gerando uma série de massas arbóreas significativas distribuídas de modo pulverizado por todo o município não permitindo que cumpram integralmente a sua função de preservação da fauna e flora silvestre, além do incentivo existente para a fragmentação dos tecidos urbanos e desconexão com o entorno ambientalmente e em termos de acessibilidade (exemplo principal é a facilitação da criação de bolsões horizontais fechados em detrimento de loteamentos abertos e interconectados bem como o “projeto” para a habitação social seguir este mesmo modelo. A seguir trecho do PLHIS (Plano Local de Habitação de Interesse Social): “Parcerias para a implantação de loteamentos populares e conjuntos habitacionais e venda com financiamentos facilitados pela Caixa Econômica Federal.” (SECRETARIA DA HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO, 2010)
RECOMENDAÇÕES DA EMPLASA37 • Concentrar a urbanização na mancha já existente, evitando expansão em áreas não urbanas e áreas de proteção ambiental, mesmo que seja essa a diretriz do município. • Adensamento horizontal em áreas pouco ocupadas ou vertical de baixo gabarito, apenas quando não houver mais áreas disponíveis. • Expansão urbana apenas quando necessária, restrita apenas a algumas áreas adjacentes à mancha existente e associadas à implementação de infraestrutura e formação de novas centralidades. • Essencial consideração das áreas não-urbanas como parte de um sistema de áreas verdes e produção agrícola (Cinturão Verde), pois dedicam-se à produção de produtos de consumo familiar diário, altamente perecíveis • Ocupação em Macrozonas de Urbanização em Desenvolvimento apenas após corrigir os efeitos negativos que a urbanização historicamente gerou.
“Sua substituição (áreas não-urbanas) por áreas urbanas pode acarretar no afastamento do Cinturão Verde em relação ao mercado consumidor, aumentando-se assim o custo de transporte destes produtos e, consequentemente, seu preço no varejo.” (EMPLASA, 2015) 36COELHO,
“Paisagens Dispersas:: Um estudo sobre a produção da forma urbana pela iniciativa privada no município de Cotia”, 2012 37EMPLASA, “Estrutura Urbana – Subsídios à elaboração do PDUI”, 2015.
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Imagem: ReGen Villages, projeto na Holanda, não possui pretensão de ser uma Ecovila, porém é uma unidade de vizinhança que produz e divide comunitariamente seus próprios suprimentos alimentícios e energéticos em harmonia com a natureza. Fonte: <http://media.except. nl/media/cache/uploa ded_images/asset_im age/ReGen_Villages_ AI_birdseye_v03_pur e_image.jpg> Acesso em: 13 de maio de 2020.
CON TRA PRO POSTA
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ECOVILAS BREVE HISTÓRICO Imagem: Falanstério de Fourier. Fonte: <https://i.pinimg.com/originals/6c/85/f5/6c85f59914aa249b6a22c894a4713f89.jpg> Acesso em: 13 de maio de 2020.
ecovilas surgiram por volta do século XIX A sapenas como comunidades intencionais, inicialmente, sem qualquer intenção relacionada ao ambiente natural, apenas buscavam outras maneiras de viver, estimulando a vida comunitária de compartilhamento, com princípios de convivência e maior qualidade de vida.
A primeira comunidade intencional que se tem conhecimento é o Falanstério38, de Charles Fourier, se tratava de uma grande edificação coletiva setorizada de acordo com as suas funções, localizada em área rural e construída com materiais de baixo custo.
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Em uma única edificação se encontrariam: residências, jardins, pátios internos, galerias envidraçadas, salas comunais, salas lúdicas, galpões e espaços religiosos, onde as pessoas iriam viver, trabalhar, produzir, dividir espaços e tarefas num mesmo edifício.
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Cada unidade social se chamaria Falange e seria formada por cerca de 1500 habitantes, sendo o Falanstério o edifício que abriga cada uma das Falanges. Não pôde ser executado por seu criador por falta de financiamento na época, porém, ainda no mesmo século, Jean Baptiste Godin executou uma unidade chamada Familistério, inspirada no Falanstério de Fourier. Godin era um industrial da época e construiu o Familistério como um complexo habitacional, visando melhores condições de vida e alojamento para seus funcionários e suas respectivas famílias, que ficou conhecido como Palácio Social; as edificações eram autônomas e sua expansão era através de réplicas do modelo inicial.
Imagens: Em ordem o Familistério de Godin e a idade Jardim de Letchworth - Inglaterra. Fontes: < https://pbs.twimg.com/media/B44bp0-IMAAvxMq.jpg > e Google Earth. Acesso em: 14 de maio de 2020.
O edifício garantia boa luminosidade nos apartamentos, boa luminosidade central (através de uma claraboia enorme) e boa circulação de ar, garantindo temperatura agradável o ano todo em cada apartamento. Sua infraestrutura engloba: lavanderia, piscina, creche, escola, teatro, área para animais e áreas de plantio, se tornando um sistema de prevenção de doenças. Abrigava 1748 habitantes em 1889, e há relatos de que seu pátio central, com vista para todos os
corredores de apartamentos, provocava a sensação de vigilância constante. Seu fim foi em 1960 (71 anos de duração), com a morte de Godin acarretando dificuldades financeiras para a empresa, em conjunto com a falta de espírito verdadeiramente comunitário entre os moradores. Hoje é parcialmente aberto para a visitação e ainda há residentes em parte das unidades. No mesmo século destas experiências, Hebenezer Howard39 idealizou a Cidade Jardim, uma unidade em escala bem maior que os Falantérios e Familistérios que, além de envolver mais elementos naturais no projeto, não era pautada em um único edifício porém em vários, formando assim, uma cidade propriamente dita. Uma das razões de sua idealização foi a tentativa de controlar a especulação imobiliária. Cada unidade territorial teria cerca de 400 hectares de área, sendo 2400 destes hectares reservados para atividades rurais com cerca de 2000 habitantes, e o restantes seria a área urbana, divida em 6 bairros de 5000 habitantes cada, totalizando 30.000 habitantes urbanos. No centro se localizam as áreas de lazer e órgãos públicos e uma linha férrea o ligaria às indústrias na periferia da cidade. A zona agrícola seria em forma de cinturão tendo também a função de conter o crescimento da cidade; em caso de excesso populacional, a proposta é se construir uma nova cidade com interligação à inicial por vias férreas e rodovias.
Esta proposta já possui mais flexibilidade por absorver e permitir particularidades e variedade de seus habitantes, tendo como características: a busca do equilíbrio campo-cidade, edifícios individuais (bem como a moradia individual), união de moradia, lazer e trabalho na mesma cidade, controle populacional (quantitativo) com densidade pré-determinada, distanciamento industrial para as periferias e pretensão de ser modelo a ser replicado integralmente. Foram executadas 3 cidades seguindo este padrão: Letchwork e Welvin (na Inglaterra, com 15km de distância entre si) e Helleraw na Alemanha. 38 COSTA, “Sistema econômico das ecovilas sob abordagem da economia social”, 2006. 39 COSTA, 2006..
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EXEMPLOS DE SUCESSO partir dos anos 1960 se iniciou globalmente o A entendimento de que existe um limite para os recursos naturais bem como o impacto que a
humanidade é capaz de causar no planeta, logo, a maioria das novas comunidades intencionais surgidas a partir desta década possuem a conservação do meio ambiente entre suas prioridades. Entre elas estão as comunidades Hippies sendo a The Farm, um exemplo de sucesso que existe plenamente até os dias atuais. A comunidade foi criada em busca de novos valores para a sociedade bem como experimentando mudanças em praticamente todos os campos de atuação do ser humano partindo de relacionamentos abertos até diferentes formas de gestão.
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Não há muita preocupação entre eles quanto a durabilidade da iniciativa ou a perseguição de um propósito rigoroso, eles buscam experiências espontâneas, não aceitam imposições e possuem estrutura social e espacial própria.
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Buscam viver em equilíbrio com a natureza, o afastamento da cidade, diminuição do consumo e necessidade de bens materiais e flexibilidade. Vivem em habitações individuais ou coletivas e não possuem mentor único. Na mesma época, na Dinamarca, se iniciou o movimento das Cohousings no qual diversos indivíduos (não necessariamente da mesma família ou mesmo com um ideal forte em comum, como os hippies) compartilham uma mesma casa. Há divisão das tarefas e atividades diárias (de lavanderia, jardinagem, refeições ou atividades sociais) bem como a possibilidade de seus habitantes trabalharem externamente sem restrições. É um projeto de vizinhança com instalações comuns,
autogestão, ausência de autoridade e rendimentos econômicos separados. Seu design visa o incentivo à interação social dos moradores tendo as construções ao centro, as vias e estacionamentos na parte externa, e os custos de mantimento do espaço são divididos igualmente, procuram manter um número reduzido de moradores em cada Cohouse para melhor dinâmica social. Buscam estar inseridos no meio urbano (ao contrário das comunidades anteriores e diferenciam entre si apenas no estilo de vida íntimo, é também possível se fazer um conjunto de Cohouses40. Em 1991 foi elaborado o relatório “Ecovilas e Comunidades Sustentáveis: Um relatório para Gaia Trust elaborado pelo instituto In Context” definindo o termo Ecovila e em 1995 foi criado o primeiro órgão organizacional de ecovilas, Global Ecovillage Network (GEN), atualmente há diversas outras redes de apoio às ecovilas como por exemplo o Gaia Education, FIC (Foundation for Intentional Communities), Abrasca (Associação brasileria de comunidades autossustentáveis), Ecovilas Brasil e MBE (Movimento Brasileiro de Ecovilas)41. O relatório de 1995 definiu uma Ecovila como: “Um assentamento completo de proporções humanas manejáveis que integra atividades humanas no ambiente natural sem degradação e auxiliando a saúde do desenvolvimento humano saudável em um caminho contínuo e permanente” (COSTA, 2006)
Atualmente uma das principais regras para se considerar uma comunidade como Ecovila é o compromisso preservacionista de vida e consumo. Ecovilas também não pretendem ser um “modelo” a ser plenamente copiado em qualquer local do globo, acreditam que diferenças locais devem ser tratadas maneiras distintas42.
40 BRITTO,
Imagens: As 3 primeiras são da comunidade hippie The Farm, Estados Unidos, a última, Cohousing, Dinamarca. Fonte: Respectivamente: BRITTO, 2016 e < https://aepatrimonio.com.br/media/aepatrimonio/2019/09/Cohousing_Mosaic-CommonsBerlim.jpg> Acesso em: 13 de maio de 2020.
“Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”, 2018. 41BRITTO, 2018. 42 COSTA, 2006..
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EXEMPLOS DE ECOVILAS INTEGRAIS tão variados modos de se viver em uma D entre comunidade intencional há a necessidade do estudo de alguns “modelos” considerados como ecovilas integrais ou ecovilas plenas, que possuem características estruturais e formais comuns das comunidades chamadas Ecovilas. As mais citadas são:43 Findhorn – Escócia (1ª imagem) Fundada em 1962 é considerada a primeira ecovila (propriamente dita) do mundo, com atualmente cerca de 500 habitantes, se iniciou com 3 fundadores em trailers que tinham acabado de perder quase tudo o que tinham numa grande crise da época e resolveram criar uma alternativa ao sistema vigente.
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Fonte desta imagem: < https://www.archdaily.com.br/br/799071/a-incerta-utopia-da-arquitetura-deauroville> Acesso em: 13 de maio de 2020.
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Fonte desta imagem: < https://nararaecovillage.c om/wpcontent/uploads/2017/1 2/2011-FH-ecovillage.jpg > Acesso em: 13 de maio de 2020.
Seus habitantes realizam trabalhos diversos como por exemplo: administração da própria ecovila, artesanato, terapias alternativas, fabricação de queijos, cafés, vinhos, frutas, painéis solares, editoras, gráficas, realizam cursos de sustentabilidade ou possuem uma loja de itens diversos (como por exemplo roupas) e recebem cerca de 14.000 visitantes por ano, seja para passar uma semana de experiência ou cumprir o programa básico preliminar do local. Estas variadas atividades visam o fortalecimento da economia local, gerando tanto renda quanto gastos dentro de seu limite territorial com negócios comunitários. No interior da ecovila há: centro de educação, comércio com fornecedores éticos, construtora para gestão das construções ecológicas, padarias orgânicas e ensinos pertencentes ao programa Gaia Education, relacionados ao projeto de comunidades sustentáveis, escola de artes visuais, hospedagem de férias, produção de remédios florais, programas de intercâmbio entre outros. As construções internas devem seguir os princípios impostos por eles (baseados na bioconstrução), geram energia através de turbinas eólicas e placas solares, utilizam saneamento biológico e suprem 100% de suas necessidades alimentares, além de possuírem um centro de reciclagem próprio entre outras atividades sustentáveis.
tem a intensão de ser uma cidade universal onde todos vivem em paz com respeito às diferenças, há um processo de seleção rígido para se tornar morador permanente desta ecovila. Via de regra, suas construções são todas sustentáveis; também são autossuficientes alimentarmente, praticam a educação ambiental, medicina alternativa e educação experimental. Seu planejamento urbano é também mais elaborado, seguindo zoneamentos como é possível ver abaixo: A área da paz é onde se localiza a construção principal, uma espécie de templo que representa seus ideais de união e harmonia. No zona industrial estão localizados os negócios e os órgãos de administração da cidade. Na zona residencial estão as construções dos moradores com pequenos jardins e áreas de convívio comunitário. A zona internacional abriga pavilhões de diferentes nacionalidades para demonstração da contribuição de cada uma para a causa sustentável e trocas de experiências.
A zona cultural é onde se realizam as atividades culturais, artísticas e esportivas, e o Cinturão Verde é formado por fazendas orgânicas e vegetação nativa com função de criar uma barreira contra o contato urbano, fornecer alimento, cura e também ser um local de recreação. 43 BRITTO,
“Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”, 2018. 44BRITTO, 2018.
Zona Industrial Zona Internacional
Auroville – Índia (2ª imagem) Auroville é chamada de ecovila mas é uma cidade de proporções bem grandes, possui 300 acres de área (cerca de 12,14km²), possui cerca de 2500 habitantes emigrados de mais de 45 países mais 200 pessoas que passam temporadas por lá. Possui a liderança de um guia espiritual, é reconhecida pela UNESCO como uma Eco-cidade multicultural de grande importância para o futuro da humanidade e
Zona Cultural Área da Paz Zona Residencial Cinturão Verde Z O N E A M E N T O D E A U R O V I L L E 44
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ECOVILA PIRACANGA – PENÍNSULA DE MARAÚ – BAHIA brasileira de uma ecovila em sua A representante essência é também a maior ecovila do Brasil, possui 200 habitantes no total, 150 fixos e 50 flutuantes (de temporada) possui também uma empresa interna (um Centro Holístico).
Seu terreno de cerca de 105 hectares de tamanho (1,05km²) foi comprado em 2005 pela idealizadora portuguesa Angelina Ataide com a ajuda de alguns amigos estrangeiros com o intuito de fundar um novo centro holístico. Seus objetivos fundamentais são: autoconhecimento e propagação do exercício, com o intuito de encorajamento de talentos que são normalmente reprimidos pelo estilo de vida contemporâneo das grandes cidades.
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Imagem: O banheiro seco “mais lindo do mundo” – como é chamado pelos habitantes de Piracanga. Fonte: < https://static.wixstatic.com/media/679938_6a91886563e94acd8d760d07a5d8ea90~mv2.jpeg/v1/fill/w_661,h_441,al_c,q_90,usm_0 .66_1.00_0.01/679938_6a91886563e94acd8d760d07a5d8ea90~mv2.webp > Acessado em: 13 de maio de 2020.
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de massagem
Casa onde a autora da tese se hospedou durante sua estadia no local. (BRITO, 2018)
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
Situado em local extremamente isolado, a mais de 1 hora e meia de carro por estradas de areia distante do centro urbano mais próximo (Itacaré) e sobre terreno arenoso (o que torna o ato de cultivar o próprio alimento desafiador até hoje), necessita da visita regular de feiras alimentícias para se manter, porém a água potável é abundante bem como a geração de energia solar por placas fotovoltaicas. Um ponto positivo deste isolamento extremo é a responsabilidade redobrada existente sobre o próprio lixo gerado pois, sem a passagem regular de coletores de lixo, os residentes são obrigados a conviver com todo o lixo que produzem e criarem um modo criativo de reutilizá-lo (ou carrega-lo no transporte até Itacaré). Por divergências de opiniões sobre como o local deveria ser administrados, a ecovila acabou se dividindo em 2, num mesmo território, sem barreiras físicas entre uma e outra; a que engloba o centro holístico (e, inclusive, se originou em consequência do sucesso do mesmo) não se autodenomina ecovila, mas sim, Comunidade Inkiri, todos os seus membros são considerados “sócios” da empresa com participação sobre os lucros da mesma e auxílio no conjunto. Sua relação de poder é vertical tendo Angelina como líder e fundadora, ela é sócia majoritária do centro holístico, vista como ditadora pelos que discordam da relação de poder vertical, já para os membros da comunidade sua atitude é de apenas atribuir responsabilidades para cada um e possibilitar autonomia individual. A comunidade é formada por 40 membros divididos em 8 conselhos conforme interesses e aptidões e a tomada de decisões ocorre primeiro em cada conselhos, após isso os líderes dos conselhos levam as pautas para discutir entre eles e a Angelina. Na Ecovila o poder é horizontal, todos possuem
direitos iguais e voz ativa sobre todas as questões (o que implica em menor agilidade na tomada de decisões e maior conflito de interesses durante as mesmas). Buscam evidenciar os talentos de cada morador e divulgar seus serviços disponíveis. Quanto à integração de novos membros, a Ecovila não possui regras específicas, é possível se tornar um membro participando frequentemente das reuniões ou tendo amizade com os membros, já na Comunidade Inkiri é preciso morar lá por mais de 8 meses, ter compromisso com as intenções gerais, disposição a seguir as regras impostas e compromisso de permanência (uma vez que a comunidade já possui muitos visitantes temporários que chegam a permanecer meses no local). Como podemos ver nos mapas o terreno é dividido em 3 (em questão de usos), 60% de sua área é floresta nativa (à esquerda), a área central é a residencial (tanto da ecovila quanto da comunidade) e a área mais próxima à praia é o Centro Holístico. Os caminhos de acesso em seu interior são pouco definidos, abertos pelo homem em meio à floresta, há 65 casas no local porém nem todas seguem as regras de construção ecológica por se tratarem de terrenos vendidos independentes da ecovila ou da comunidade (para viabilizar o projeto inicialmente). Tratam seu esgoto e águas cinzas com bananeiras e criaram seu próprio centro de pesquisas para desenvolvimento de produtos biodegradáveis. Acompanham o nível de poluição do solo através das bananeiras que ficam com as folhas saturadas e morrem quando o nível de poluentes no solo excede sua capacidade de absorção (porém o caso pode ser tratado plantando mais bananeiras, porém enquanto elas crescem e filtram os poluentes corre-se o risco de consumir água imprópria). Estão desenvolvendo sua própria escola experimental independente e em processo de aprovação do MEC para emissão de diplomas do ensino fundamental. A comunidade possui moeda própria (que também pode ser utilizada pelos membros da ecovila) chamada Inkiri, com o intuito de motivar a economia interna e permanência do dinheiro dentro de Piracanga, além disso o centro holístico possui 30 funcionários CLT para realização dos serviços mais pesados, os moradores que trabalham no centro trabalham 4 horas diárias com 2 folgas semanais e recebem 700 reais por mês (o que parece ser suficiente por conta do custo de vida extremamente abaixo do comum).45 45 BRITTO,
“Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”, 2018.
F L U XO G R A M A D E E S T R AT É G I A S G E R A L M E N T E UTILIZADAS POR ECOVILAS*
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*Não são necessariamente (nem geralmente) utilizadas todas em uma única ecovila, porém se trata de temas geralmente abordados nas ecovilas. Fonte: < https://2.bp.blogspot.com/-wvtZCkBgqmw/UqkHsncw5zI/AAAAAAAAHcI/7QkX7JaBE0A/s1600/bubblus_Etica_Permacultura.jpg > Acesso em: 13 de maio de 2020.
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BENEFÍCIOS INDIVIDUAIS DO ESTILO DE VIDA EM ECOVILAS
FÍSICOS
MENTAIS
CONTATO COM O SOL Absorção de cálcio, diminuição de pressão arterial entre outros
ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA Regulação dos níveis de Serotonina, combate a depressão e melhoria no humor
MENOR QUANTIDADE DE POLUENTES AÉREOS Redução de ocorrência de doenças respiratórias
RITMO DE VIDA MENOS ACELERADO Produção de Cortisol, diminuição do stress
COMUNIDADE UNIDA E PRESENTE NO DIA A DIA DE CADA HABITANTE Diminuição da criminalidade
VENDA DE EXCEDENTES Tranquilidade financeira, possibilidade de guardar dinheiro para situações emergenciais
ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA Diminuição de distúrbios hormonais e doenças oncológicas, melhoria da qualidade do sono
MENOR QUANTIDADE DE POLUENTES AÉREOS Regulação dos níveis de Serotonina
PERMACULTURA E TECNOLOGIA Redução máxima do custo de vida
RESPONSABILIDADE SOBRE OS PRÓPRIOS RESÍDUOS Sensação de desapego
ATIVIDADES FÍSICAS Regulação dos níveis de Serotonina, melhoria da qualidade do sono
CONTATO DIRETO COM A TERRA Contato com bactérias inofensivas antidepressivas naturais
ASSENTAMENTO HUMANO DE MENOR ESCALA Mantimento da conexão entre os indivíduos
SIMPLICIDADE NOS DESLOCAMENTOS DIÁRIOS Liberdade para escolher o que fazer além de apenas atender compromissos
ESCASSEZ E AUSÊNCIA DA NECESSIDADE DE FAST-FOODS Manutenção do peso, colesterol, nível de glicose entre outros
ATIVIDADES FÍSICAS Sensação de relaxamento
AUSÊNCIA DE RUÍDOS URBANOS Diminuição do stress, facilidade de foco Fonte: BRITTO, “Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”, 2018.
SOCIAIS
ABSTRATOS
DEDICAÇÃO A UM PROPÓSITO SUPRIMENTO DE NECESSIDADES BÁSICAS COMPARTILHADO Dissociação entre felicidade e poder Maior conexão do homem com o seu espaço econômico e seus semelhantes, sentimento de devoção
DEDICAÇÃO A UM PROPÓSITO RESPONSABILIDADE SOBRE OS PRÓPRIOS COMPARTILHADO RESÍDUOS Sentimento de pertencimento, favorecimento Diminuição da geração de lixo de relações afetivas
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ESTU DOS DE CASO
Imagem: Colagem de alguns dos diagramas elaborado durante os estudos dos projetos. Autoria própria.
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JOANÓPOLIS
ECOVILA CLAREANDO – PIRACAIA S ÃO PA U LO
ROD. JOSÉ AUGUSTO FREIRE
REPRESA DO JAGUARI
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ESTRADA DA QUERÊNCIA
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Projeto: Edson Hiroshi SÉO Ano do projeto: 2002 – 2004 Ano de execução: 2004 – 2007 Endereço: Estrada da Querência, km 3 - Bairro do Dandão - Piracaia / SP Área: 242.000,00 m² foi idealizada pelo seu criador e projetista E staEdsonecovila Hiroshi SÉO a partir de 2002 tendo como
público alvo os ex-alunos do Acampamento Fansciscando com suas famílias e alguns amigos que sentissem afinidade com a proposta. Este acampamento foi coordenado por Edson e se trata de um local ecológico para educação ambiental de crianças e adolescentes, por existir há muitos anos, muitos de seus alunos já são adultos formando famílias e procurando um local para viver onde possam seguir aplicando o que aprenderam nos tempos de acampamento. O terreno escolhido, situado a 14km de distância do centro de Piracaia, tinha uso agrícola com grande pasto e ausência de mata ciliar nas 5 nascentes e córregos existentes, a única vegetação nativa existente no momento da compra do terreno se situava na área do mirante por possuir inclinação totalmente inviável para qualquer outro uso e poucas araucárias espalhadas por entre o pasto.
de massagem
Os córregos e nascentes existentes são afluentes do rio Cachoeira e desembocam no Sistema Cantareira, exigindo cuidado redobrado com qualquer tipo de atividade que possa ser poluente. Como a economia da cidade é em sua maioria agrícola de subsistência, o terreno é cercado por pequenas propriedades agrícolas e condomínios de chácaras de veraneio de alto padrão.
ESTRADA MUN. DO DANDÃO RESERVATÓRIO DA CACHOEIRA
PIRACAIA Imagens: Vista de satélite da região e do terreno da Ecovila Clareando – Piracaia / SP - Fonte: Google Earth. Acesso em: Dezembro de 2019.
46 BROGNA, “Avaliação prévia de um paradigma urbano emergente: Ecovila Clareando, Piracaia, SP”, 2007.
Para viabilizar a implantação do projeto o terreno também foi loteado e suas parcelas foram vendidas (assim como na Ecovila Piracanga), porém não houve divulgação comercial dos mesmos, sendo oferecidos apenas para o público já citado evitando o risco de desvios de conduta no interior da ecovila; o loteamento também foi optado por distinguir melhor as áreas privadas das comuns. Há no total 97 lotes residenciais e código de obras interno exigindo por exemplo: metragem mínima das residências de 80m², gabarito máximo de 2 pavimentos, plantação de no mínimo 3 árvores nobres e desmatamento compensado na proporção de plantação de 2 novas árvores para cada árvore retirada, dentro do próprio terreno.46
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Foto na parte de baixo da página: Vista da Ecovila Clareando à partir de seu extremo norte. Fonte: < https://scontent-gru1-1.xx.fbcdn.net/v/t31.08/11025923_863137960391705_1556053435428663794_o.jpg?_nc_cat=106&_nc_ohc=u_td57P9SdgAQkrV7i0_no4y5_bmUrMjBsv3HAWvlwqG5ffaYU9e8X peQ&_nc_ht=scontent-gru1-1.xx&oh=a204640468ca306c52ffa792009c7bfc&oe=5E483213> Acesso em: Dezembro de 2019.
ECOVILA CLAREANDO – PIRACAIA S ÃO PA U LO
CORTE ESQUEMÁTICO DA CALÇADA
as atividades realizadas na Ecovila estão inclusas E ntre palestras e cursos técnicos de construção ecológica
como paredes em solo-cimento com coluna embutida, telhados em arco romano de tijolo solo-cimento ou armado em treliça de bambu e ferrocimento laminar entre outros.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Para o fortalecimento do sentimento de comunidade são realizadas diversas festas, piqueniques com os visitantes e reuniões da associação de moradores no centro comunitário.
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Os lotes são acessados por ruas de malha fechada com terminações em cul-de-sac para diminuição da velocidade dos veículos e largura das ruas é de 6 m com guias-canaleta pré-moldadas de concreto. Por conta da alta declividade do terreno (maior que 15% em média) foi utilizada a estratégia sustentável das valetas gramadas, localizadas transversalmente entre os lotes e suas respectivas calçadas para que a água da chuva (repleta de nutrientes do solo) infiltre melhor no solo evitando erosões e devolvendo ao mesmo solo os nutrientes retirados pela corredeira. A estratégia aplicada nas ruas também vida a absorção da água das chuvas utilizando-se cascalho nas vias planas e bloquete nas inclinadas (para resistir às corredeiras durante as chuvas).
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REGEN VILLAGES – ALMERE HOLANDA Projeto: EFFEKT Ano do projeto: 2016 Ano de execução: Em andamento Endereço: Almere, cidade vizinha de Amsterdam – Holanda Área: 15.500,00 m² Villages são uma proposta comercial de R eGen bairros autossustentáveis ainda em construção na cidade de Almere, a 30km de Amsterdam, na Holanda.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Sua implantação é composta de 25 unidades habitacionais dispostas no contorno de uma área circular reunindo-se no centro toda a produção de alimento, áreas de convivência e lazer. Mais próximo às residências se localizam: playground, pequenos lagos, jardim de recreação áreas de criação e aprendizagem, pomar e refeitório; na área central estão: horta hidropônica, estufa, estufa artificialmente aquecida, pecuária e no ponto central está a área social e de manipulação energética.
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LOCAL DO PROJETO de massagem
As técnicas sustentáveis de ciclo fechado envolvem: hidroponia, fazenda vertical, agroflorestal (no entorno de todo o bairro circular), fábrica de biogás, criação de moscas soldado, peixes, animais de corte de pequeno porte, captação de água da chuva, reuso de águas cinzas, energia fotovoltaica e utilização de carros elétricos com abastecimento no centro de geração de energia. Por se tratar de um empreendimento imobiliário europeu que visa o lucro, suas estratégias são menos vernaculares (como pode ser observado) e mais artificiais, porém, no dia a dia o objetivo de sistema de ciclo fechado é igualmente atingido, apenas em sua implantação que há maior geração de CO2 e outros gases para atingir um padrão estético mais futurista, porém ainda com o apelo sustentável de serem préfabricadas e desmontáveis, de reuso facilitado de todas as peças. Possuem 8 tipologias diferentes de residências: duas de 2 pavimentos (com 80m² residenciais e 20m² de estufa particular), quatro de 3 pavimentos e duas de 4 pavimentos com diversas variações de áreas. Residências de 3 pavimentos, opções com: 110m², 120m² ou 130m² residenciais, 15m², 20m² ou 25m² de estufa particular e com 15m², 20m² ou sem terraços.
Imagem: Ilustração da vida em uma das residências de ReGen Villages. Fonte: <https://architizer.com/proj ects/regen-villages/ > Acesso em: Dezembro de 2019.
47 Fonte: <https://architizer.com /projects/regenvillages/ > Acesso em: Dezembro de 2019.
Já as opções de residências com 4 pavimentos envolvem: 140m² residenciais, 5m² ou 10m² de estufa particular e 40m² ou 50m² de terraços..47
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
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REGEN VILLAGES – ALMERE HOLANDA
de massagem Imagem: Ilustração da vida em uma das residências de ReGen Villages. Fonte: <https://architizer.com/proj ects/regen-villages/ > Acesso em: Dezembro de 2019.
Autoria própria.
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REGEN VILLAGES – ALMERE HOLANDA
HIDROPÔNICOS, PEIXES, FRUTAS DO POMAR E PECUÁRIA ALIMENTAM OS RESIDENTES ÁGUAS CINZAS REGAM O POMAR
ESTERCO DOS PEIXES FERTILIZA OS HIDROPÔNICOS
ÁGUA DA CHUVA É REUTILIZADA PELOS MORADORES E UTILIZADA NA HORTA HIDROPÔNICA
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
PLACAS FOTOVOLTAICAS GERAM ENERGIA A PARTIR DO SOL
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ESTERCO DOS ANIMAIS ADUBA O POMAR
ESTERCO DAS MOSCAS ALIMENTA OS PEIXES
RESÍDUOS COMPOSTÁVEIS VIRAM ALIMENTO PARA MOSCAS-SOLDADO E PECUÁRIA
ABASTECIMENTO DE CARROS ELÉTRICOS USINA DE BIOGÁS GERA ENERGIA PARA O RESTO DO SISTEMA
ÁGUA GERADA PELA USINA DE BIOGÁS IRRIGA O POMAR RESÍDUOS NÃO-COMPOSTÁVEIS RESIDENCIAIS SÃO TRATADOS NA USINA DE BIOGÁS
Tradução das legendas sob os diagramas: (1) Caixa de viver pré-fabricada e desmontável, (2) Passível de abertura, (3) Harmonia entre interior e exterior, (4) Atmosfera préaquecida no inverno, (5) Ventilação natural, (6) Coleta de água embutida.
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COMPLEXO DO PEDREGULHO RIO DE JANEIRO - RJ
Projeto: Affonso Eduardo Reidy e Carmem Portinho Paisagismo: Roberto Burle Marx Ano do projeto: 1947 Ano de execução: 1949 – 1960 Endereço: Rua Capitão Félix, 50 - São Cristóvão - Rio De Janeiro/RJ Área do terreno: 52.142,00 m² Área do projeto: 38.338,00 m² Área construída: 26.718,00 m² Número de unidades habitacionais: 522 em projeto, 328 construídas
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ÁREA PREVISTA PARA O TERCEIRO BLOCO DE APARTAMENTOS - C (NÃO CONSTRUÍDO)
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BLOCO PRINCIPAL DE APARTAMENTOS - A (ASSISTÊNCIA SOCIAL, CRECHE E LOJAS)
SEGUNDO BLOCO DE APARTAMENTOS - B
ÁREA EDUCACIONAL (ESCOLA, GINÁSIO, PISCINA, VESTIÁRIOS)
ÁREA PREVISTA PARA O CLUBE (NÃO CONSTRUÍDO) ÁREA UTILITÁRIA (LAVANDERIA COLETIVA, MERCADO, POSTO DE SAÚDE)
Imagens: Vista de satélite da região e do terreno da Ecovila Clareando – Piracaia / SP - Fonte: Google Earth. Acesso em: Dezembro de 2019.
VISTA AÉREA DO COMPLEXO
Fonte: Google Earth - Acesso em 09 de fevereiro de 2020.
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COMPLEXO DO PEDREGULHO RIO DE JANEIRO - RJ do Pedregulho é certamente um dos O Complexo projetos de habitação social brasileiro mais
notáveis, tanto pela qualidade ambiental dos apartamentos, quanto pelo planejamento de seu entorno no próprio terreno e facilidade de execução e, como o projeto para Cotia é uma ecovila de habitações sociais o estudo deste complexo se torna essencial. O projeto (como a maioria dos projetos modernistas da época) tem o objetivo de ser uma unidade de vizinhança para a autonomia dos moradores para fazer tudo no mesmo terreno com exceção do trabalho, uma vez que o público alvo eram os servidores públicos da cidade e todos trabalhavam igualmente próximos a sua nova residência.
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Sua arquitetura articula arquitetura, urbanismo, paisagem e áreas verdes, uma vez que o edifício principal, além de ser concebido respeitando plenamente as curvas de nível do terreno, também aproveita a vista de todo o terreno (proporcionando além de uma bela vista, tranquilidade para deixar as crianças brincarem pelo complexo sem risco).
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Um dos pontos mais marcantes deste projeto é sua integração e proporcionamento de belas artes a seus residentes, com obras de Cândido Portinari e Burle Marx (além de seu projeto para o jardim).48
46 BROGNA, “Avaliação prévia de um paradigma urbano emergente: Ecovila Clareando, Piracaia, SP”, 2007.
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DIA GNÓS TICO Imagem: Colagem de alguns dos diagramas elaborado durante os estudos dos projetos. Autoria própria.
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LEG ISLAÇ ÃO escolhido é uma chácara de 43.000 m² O terreno situada a 2,5km do centro de Caucaia do Alto.
Pertencente a um bairro rural de chácaras e áreas agrícolas que recentemente se tornou ZIS (Zona de Interesse Social como consta em sua certidão de diretrizes), o terreno está em processo de loteamento para formação de condomínio de lotes para programa de financiamento da Caixa Econômica Federal. O terreno é murado em todo o seu contorno, possui 7.525 m² de mata nativa, 3 poços artesianos, entrada de água encanada, luz, um galpão de 700 m², uma casa de veraneio com piscina e uma casa de caseiro além de diversas plantas ornamentais dispostas aleatoriamente pelo espaço. Foi usado durante muito tempo para cultivo de plantas ornamentais de grande porte para uso como decoração de festas de gala. Seu vizinho à oeste é um pesqueiro com um lago artificial e a 200m de distância há uma escola pública e um templo religioso.
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Imagem: Vista interior do terreno e sua divisa com a rua (faixa de pinus e muro). Fonte: Acervo pessoal, 2019.
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CONSTRUÇÃO VIZINHA
MURO DE DIVISA COM PINUS
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ENTORNO PRÓXIMO à partir do Mapa de Usos é possível P rimeiramente, observar que, apesar do zoneamento ser misto, o entorno do terreno se predomina residencial de chácaras, ou seja, residências esparsas com terrenos grandes e plantações para uso comercial ou paisagístico, tendo uma significativa área de mata densa e campo (manchas verdes) que ocupam por volta de 30% do território estudado.
O lote marcado com uso misto e um lago funciona como pesqueiro, a área institucional visível é uma igreja Católica, a pequena área em vermelho é um comercio de pequeno porte (mercearia de bairro) e há uma pequena área industrial vizinha à igreja que não produz grandes perturbações na vizinhança tendo uso provável como armazém. A análise do mapa de gabaritos reforça o caráter pouco denso da região na qual a maioria das
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Imagem: Vista da entrada do terreno e parte de sua via de acesso. Fonte: Acervo pessoal, 2019.
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construções de gabarito mais alto são galpões ou armazéns, sendo o restante em sua maioria térreo; há poucos sobrados residenciais. Observando o mapa de cheios e vazios nota-se uma maior densidade de construções ao sul do terreno (área que beira a estrada) e no entorno em geral o maior bloqueio visual à distância é arbóreo, sendo parte mata nativa, parte reflorestamento e parte paisagismo dos lotes circunvizinhos, nada que projete sombreamento significativo no terreno (à não ser a própria massa arbórea interna). Por conta do tamanho do terreno os possíveis bloqueios externos de insolação e ventilação são relativamente insignificantes, em exceção a todas as áreas próximas aos muros que terão bloqueio da ventilação abaixo dos 2,10 m de altura.
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O TERRENO CONSTRUÇÕES VIZINHAS
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
DIVISA COM A RUA
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Imagens: Vistas do terreno de projeto. Fonte: Acervo pessoal, 2019.
ÁREA DE MATA NATIVA ARMAZÉM CASA E ÁREA DE PISCINA
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ANÁLISE DO CLIMA projeto localiza-se no distrito de Caucaia do Alto, Oárea rural de Cotia (região metropolitana de São Paulo) que está em desenvolvimento urbano constante. Seu clima é bem semelhante ao de São Paulo, havendo apenas a diferença de 3ºC constantemente entre o distrito e a cidade por conta do microclima urbano na capital, porém os instrumentos avaliadores do clima se localizam em áreas bem menos urbanas nos arredores da cidade tendo até mais semelhança com o clima de Caucaia com o da própria cidade que está sendo acompanhada em primeiro plano. Por este motivo (e por haver informação escassa sobre o clima específico em Cotia) utilizaremos as informações climáticas de São Paulo para a caracterização do clima local.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Pode-se observar pelos gráficos ao lado que o local é, na maior parte do ano, desconfortável por frio (no
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Fonte < http://www.projeteee.mma.go v.br> cesso em: 5 de maio de 2020.
interior de uma residência com ventilação natural), havendo algum desconforto por calor somente nos horários onde se atinge a temperatura máxima diária durante o verão.
Caracterizando o clima Tropical de Altitude possui grandes volumes de chuva no verão e valores extremamente baixos no inverno; já a umidade relativa do ar varia entre 70% e 90% sendo mais baixa também no inverno e atingindo o pico nas estações amenas, ou seja, no inverno há maior variação de temperatura entre o dia e a noite que no verão e nos meses de março e outubro a variação é a menor, o que não é preocupante por não serem meses de climas extremos. A Carta Bioclimática a seguir recomenda claramente estratégias de inércia térmica para aquecimento, aquecimento solar e ventilação natural (durante o verão)
Fonte Analysis Sol-Ar 2020.
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ANÁLISE DO CLIMA aos ventos há a vantagem se existirem 2 Q uanto direções predominantes no varão e 1 no inverno, permitindo estratégias que barrem os ventos Noroestes para impedir o resfriamento no inverno.
D
D VENTOS DE VERÃO VENTOS DE INVERNO
C
C
B
B
A
A
Também são interessantes os ventos quase ausentes vindos do Sudoeste fazendo deste um bom local para locação de atividades de odor mais forte (como por exemplo o galinheiro).
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Frequência dos ventos:
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Verão Ne = 15,8% se = 15,2% Inverno Ne = 21,0%
PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O INVERNO PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O VERÃO VENTILAÇÃO DURANTE O INVERNO
TRAJETO SOLAR NO VERÃO
TRAJETO SOLAR NO INVERNO
VENTILAÇÃO DURANTE O VERÃO
VIZINHANÇA
\ TERRENO
RUA ROSA CAMARGO PIRES VIZINHANÇA
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ANÁLISE DO CLIMA
PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O INVERNO PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O VERÃO VENTILAÇÃO DURANTE O INVERNO
TRAJETO SOLAR NO VERÃO
TRAJETO SOLAR NO INVERNO
VENTILAÇÃO DURANTE O VERÃO
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VIZINHANÇA
TERRENO
PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O INVERNO PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O VERÃO VENTILAÇÃO DURANTE O INVERNO
TRAJETO SOLAR NO VERÃO
TRAJETO SOLAR NO INVERNO
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VENTILAÇÃO DURANTE O VERÃO
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RUA ROSA CAMARGO PIRES VIZINHANÇA
VIZINHANÇA
TERRENO
PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O INVERNO PROJEÇÃO DE SOMBRAS DURANTE O VERÃO VENTILAÇÃO DURANTE O INVERNO
TRAJETO SOLAR NO VERÃO
TRAJETO SOLAR NO INVERNO
VENTILAÇÃO DURANTE O VERÃO
RUA ROSA CAMARGO PIRES VIZINHANÇA
VIZINHANÇA TERRENO
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MÉTO DOS
Imagem: Núcleo-base do Sisteminha EMBRAPA, sistema criado com base em ciclo fechado para subsistência familiar, envolve tanque de peixes, horta, galinheiro e outros itens opcionais. Fonte: <https://central3.to.go v.br/arquivo/398063_ 1000.jpg> Acesso em: 17 de maio de 2020.
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P E R M AC U LT U R A método comum a todas as escovilhas U mestudadas (e também o mais recomendado pelos
órgãos organizadores de ecovilas) é o da Permacultura, que se trata de buscar uma alternativa holística a todos os problemas, a base de sua proposta consta na cooperação entre as diversas ciências e sistemas. Projetos permaculturais são baseados no ponto de vista Macro, ou seja, um sistema maior que é formado por diversos subsistemas, a partir daí tenta-se encaixar os diversos sistemas de modo que cada um coopere com outro (ou outros), sem que haja desperdício de, principalmente, energia no processo.
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“Eu cresci em uma pequena vila na Tasmânia. Tudo de que precisávamos fazíamos. (...) Nós pescávamos nosso próprio peixe, produzíamos a comida e fazíamos pão. (...)
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Até os 28 anos de idade, eu vivia uma espécie de sonho. Passava a maior parte do tempo no mato ou no mar. Pescava e caçava para ganhar a vida. Nos anos 50, eu comecei a perceber que grande parte dos sistemas naturais nos quais vivi estavam desaparecendo. As algas que cobriam a praia começavam a desaparecer. Grandes áreas de floresta estavam morrendo. Até então, eu não tinha percebido que esta natureza me era muito querida, que eu estava apaixonado por minha terra..” (MOLLISON, 1998)
É um ponto de vista totalmente inverso ao Darwinista, no qual a vida na Terra consiste na luta pela sobrevivência. Os permacultores observam justamente o ciclos de elementos de diversas escalas e como um não sobreviveria sem a existência do outro, por exemplo: meio ambiente, plantas, animais, construções e infraestruturas (suprimento urbano de água, eletricidade, telefonia entre outros), são tratados como um todo para que os sistemas entre si supram as próprias necessidades, fazendo-se uma articulação entre técnicas ancestrais e descobertas científicas recentes visando obter o melhor rendimento com o mínimo impacto natural e humano. A origem do nome vem de permanent-culture, foi criado nos anos 1970 por Bill Mollison e David Holmgren com a principal intenção de criar “habitats humanos em harmonia com a natureza” (CORREIA, 2011) visando provocar o impacto necessário no todo a partir de pequenas mudanças locais contendo em si diversidade, estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais para o fortalecimento do ecossistema em geral. Paradigmas da vida na Terra: 1. Todos os organismos dependem do sol – O sol é a fonte de energia primária do planeta em que vivemos, a partir dele as plantas são os únicos seres que são capazes de assimilar sua energia e distribuir a todos os outros seres. 2. Todos os organismos estão relacionados entre si – As plantas produzem o próprio alimento mas dependem de microrganismos fertilizadores bem como de animais polinizadores.
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
3. A energia flui e os nutrientes ciclam naturalmente – A energia sempre parte do ambiente onde está saturada para o ambiente com menor saturação buscando o equilíbrio entre todos os ambientes, assim como os diversos nutrientes possuem seus respectivos ciclos (água, carbono, nitrogênio). Um
bom trabalho de permacultura visa completar estes ciclos dentro do próprio sítio em atuação. 4. Os sistemas evoluem para a diversidade – Somente a diversidade é capaz de fechar um ciclo natural, quando há a prática da monocultura há muita importação de energia externa em diversas formas (elétrica, combustível, nutritiva) e quando o mesmo terreno é abandonado é tomado naturalmente por diversas espécies diferentes. A ética permacultural: ▪ Cuidar da Terra: Manter os ecossistemas vivos respeitando cada elemento independente de sua escala. ▪ Cuidar das pessoas: Garantir o direito a alimentação, abrigo, cuidados de saúde, amor, educação e trabalho. ▪ Limites de consumo: Repensar os valores e conceitos de qualidade de vida. E, enfim, as premissas de qualquer projeto intitulado “permacultural”: ▪ Adaptação a qualquer clima e cultura. ▪ Proximidade entre elementos (conservação de toda a energia que possa ser perdida no trajeto entre um elemento e outro). ▪ Multifuncionalidade dos elementos (uma trepadeira frutífera pode ao mesmo tempo: servir frutos, proteger algo do sol, diminuir a velocidade de ventilação sem barrar o vento e abrigar pequenos animais que poderão defende-la e defender outras plantas próximas). ▪ Diversidade de elementos para suporte de cada função (por exemplo a eletricidade que pode ter fonte na rede elétrica local, em placas fotovoltaicas ou turbinas eólicas). ▪ Aproveitamento eficiente de energia e nutrientes (reciclagem, telhados verdes, fogões solares, técnicas naturais de construção até a opção por produtos de origem mais próxima ao local de aplicação evitando gastos desnecessários com combustível).
45 BRITTO,
“Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”, 2018.
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O S 1 2 P R I N C Í P I O S P E R M AC U LT U R A I S 1 2 . S E J A C R I AT I VO E R E S P O N DA À S M U DA N Ç A S É igualmente eficaz utilizar sacos molhados para atrair lesmas e mata-las manualmente ou utilizar agrotóxicos e venenos para lesmas quando elas aparecerem, porém um solução é saudável e segura tanto no curto quanto no longo prazo e a outra pode ser altamente prejudicial. 11. USE AS BORDAS ELEMENTOS MARGINAIS
E
VALORIZE
Observar não apenas o padrões de como a natureza funciona, mas também os padrões históricos, suas origens e consequências, como por exemplo: por quê percebemos os impacto na humanidade no planeta Terra em tempos tão “recentes” se comparado ao tempo que a humanidade habita a Terra e como era a vida na época em que humanos e outros elementos do planeta conviviam em harmonia.
Assim como temos acesso a 3 culturas diferentes ao mesmo tempo quando estamos no Marco das 3 Fronteiras, podemos aproveitar dos benefícios de 2 sistemas diferentes quando estamos nas margens deles, então, quanto maior for o trecho de bordas, maior será a área com o dobro de fonte de nutrientes e energia. 10. USE E DIVERSIDADE
VALORIZE
2. CAPTE E ARMAZENE ENERGIA
A
Já temos consciência de que as principais matrizes energéticas utilizadas atualmente são escassas, então é nosso dever buscar outras fontes bem como aproveitar e armazenar toda a energia que ainda temos acesso na tentativa de conservação dos suprimentos para as gerações futuras.
A diversidade assegura tanto o equilíbrio quanto a própria segurança no caso de falhas; se algo falhar haverão outros sistemas para cobrir suas necessidades.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
9. USE SOLUÇÕES PEQU ENAS E L ENTAS
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3. OBTENHA RENDIMENTO A importância de pensar no curto prazo na mesma proporção que se planeja o longo prazo, em outras palavras “não se pode trabalhar de estômago vazio”.
A pressa geralmente provoca equívocos assim como a ambição da larga escala, de nada adianta se obter um grande rendimento em curto prazo se após este período o rendimento for nulo. 8. INTEGRAR SEGREGAR
EM
VEZ
4 . P R AT I Q U E AU TO - R E G U L AÇ ÃO ACEITE FEEDBACK
DE
PADRÕES
5. USE E VALORIZE OS SERVIÇOS E RECURSOS RENOVÁVEIS
Em 1892 Pareto descobriu que 20% dos esforços, em qualquer área da vida, geram 80% dos resultados, por exemplo numa escola: 20% dos alunos tiram 80% das melhores notas, 20% dos criminosos cometem 80% dos crimes, 20% da população recebe 80% do dinheiro do mundo, enquanto 80% da população sobrevive com 20% do dinheiro do mundo. Um padrão (em maior escala) bem elaborado gerará, independente dos detalhamentos, 80% da produção.
Entenda-se por recurso renovável aquele recurso natural que terá a porcentagem utilizada reposta integralmente no planeta em tempo hábil, por exemplo, madeira de árvores de crescimento rápido ou trabalho animal (como o trator de galinhas que, com um simples manejamento da área disponível e seu hábito de ciscar aeram a terra, retiram vegetais e insetos indesejados do local.
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
DOS
E
Um projeto permacultural completamente instalado não deve ser considerado como algo perfeito e 100% finalizado, é preciso estar em constante acompanhamento para regular qualquer equívoco que possa ocorrer, bem como entender quais soluções obtiveram melhores rendimentos para, assim, perpetuar as melhores práticas e pausar as práticas que estão com maus resultados antes que se tornem problemas maiores.
Como diz o ditado “muitos braços deixam o fardo mais leve”, se mantemos duas crianças separadas, elas irão precisar de objetos para se distrair além do dobro de espaço para ocuparem; se as deixarmos juntas, uma distrai a outra e o espaço a se ocupado pelas duas pode ser bem reduzido. 7. PLANEJE PART IND O PARA OS D ETAL H ES
1. OBSERVE E INTERAJA
6. NÃO PRODUZA DESPERDÍCIOS Os desperdícios, além de absorverem energia e nutrientes que poderiam ser melhor utilizados, são acumulados se torando um problema em constante crescimento que certamente ocupará um espaço no planeta que poderia ser, igualmente, melhor utilizado.
45 BRITTO,
“Ecovila como alternativa no mundo contemporâneo”, 2018.
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C L Á S S I C O S D O D E S I G N P E R M AC U LT U R A L as práticas clássicas dos projetos de E ntre permacultura está o zoneamento em 5 partes,
seguindo a premissa da economia de energia, no qual os elementos são dispostos conforme a frequência de visitação e necessidade de cuidados, estão os itens que necessitam de maior número de visitas se localizam mais próximo aos ambientes mais utilizados na residência (isso inclui áreas interiores à mesma). Na imagem central está representada a planta do Centro de Formação Filhos de Sepé (local de ensino de práticas permaculturais do Movimento Sem Terra no Rio Grande do Sul), um exemplo prático do zoneamento permacultural. Ao lado da planta do Centro de Formação está um esquema de como cada sistema pode cooperar entre si, o que cada um fornece a outro e o que todos fornecem aos humanos e ao planeta.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Imagem: Levantamento dos produtos, necessidades e funcionalidades que uma galinha pode oferecer num sistema ecológico. Fonte: CORREIA, “Uma aproximação da permacultura ao design”, 2011.
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Imagem: Levantamento dos produtos, necessidades e funcionalidades que uma galinha pode oferecer num sistema ecológico. Fonte dos mapas: BRITO, 2018. Fonte: CORREIA, “Uma aproximação da permacultura ao design”, 2011.
Por fim, abaixo do título desta página estão alguns exemplos de desenho de lago e hortas com melhor aproveitamento da área onde se situa, os esquemas retangulares mostram que com o mesmo espaçamento entre as vinhas é possível se cultivar 28% mais espécies (onde se cultivavam 36 unidades em linhas retas é possível cultivar 46 unidades dispostas em curvas).
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C L Á S S I C O S D O D E S I G N P E R M AC U LT U R A L métodos clássicos entre os ambientes O utros de permacultura são a Espiral de Ervas, que
através do padrão natural de espiral cria diversos microclimas num mesmo local para o cultivo de tipos diferentes de plantas, e o manejo de águas pluviais através de lagos e terraços, recortando o terreno e aproveitando a topografia existente para armazenamento e aproveitamento da água da chuva de modo analógico.
Para o fechamento dos ciclos naturais e tratamento de resíduos são boas práticas a Minhocultura e a Compostagem que respectivamente decompõem resíduos orgânicos de maior umidade que não contenham carnes, alimentos cozidos ou laticínios (Minhocultura) e resíduos orgânicos mais secos e com níveis de acidez alterado, como fezes de animais domésticos, galhos e folhas secas em maior quantidade (Compostagem).
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Imagem: Os microclimas existentes em uma Espiral de Ervas e sugestões do que cultivar em cada local. Fonte: <https://i.pinimg.com/564x/79/16/ca/7916caa7c896c383adeba83da3312cb8.jpg> Acesso em: 19 de maio de 2020.
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BASE TÉCNICA o correto dimensionamento das alternativas P ara propostas foram consultados diversos guias técnicos
de empresas brasileiras reconhecidas no campo de pesquisa e inovação tecnológica, como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz) e o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).. O cerne deste projeto é o Sistema Integrado de Produção de Alimentos, mais conhecido como Sisteminha EMBRAPA o qual se baseia em um tanque de peixes para o desenvolvimento de sistema permacultural de subsistência visando a erradicação da fome do cerrado brasileiro mas que se mostrou viável em todo o país. Complementar aos cadernos relacionados ao Sisteminha há alguns dimensionamentos retirados da coleção ABC da Agricultura Familiar, Comunicado Técnico 97 (Confecção de Cilindro de Tela Metálica para Reciclagem de Resíduos Orgânicos Domésticos – Compostagem), cadernos da Coleção SENAR e o guia da FIOCRUZ “Caminhos e cuidados com as águas – Faça você mesmo seu sistema de saneamento ecológico”.
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
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O “ S I S T E M I N H A” E M B R A P A em 2011 o Sisteminha está em C riado constante desenvolvimento, tendo seu primeiro caderno técnico publicado em 2019 após sua implementação (com sucesso) em diversos sítios do país. Seu dimensionamento básico pode ser aplicado em terrenos a partir de 100m² podendo ser escalonado para até 1000m² e tem como princípios:
3. Versatilidade e multiplicabilidade
Acompanhando o tanque de peixes há também a criação de galinhas com 60m² (54m² de área descoberta e abrigo de 6m²), a horta (10m² por pessoa – segundo o Guia da Horta Orgânica, do site Planeta Orgânico), minhocário tipo Campeiro (ABC da Agricultura Familiar) e 3 composteiras, uma para cada mês do ciclo de compostagem.
Tem a piscicultura como “motor biológico” do sistema, fornecendo energia, nutrientes e água para a maioria dos diversos itens adicionais, o módulo-base de tanque de tilápias possui 5000L de volume e produz em torno de 30kg de peixe por ciclo (90 dias).
Para o tratamento do esgoto doméstico foi escolhido o método TEVAP (Tanque de Evapotranspiração) do manual de saneamento da FIOCRUZ bem como o círculo de bananeiras, do mesmo manual, para o tratamento de águas cinzas.
1. Miniaturização 2. Retorno em apenas um ciclo de produção
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
“O modelo propõe a construção de tanques retangulares de 3,5 m de largura x 4,5 m de comprimento e 0,70 m de profundidade ou circulares de 2,20 m de raio e 0,70 m de profundidade.
Tcc
Imagem: Ilustração do funcionamento do tanque com a motobomba. Fonte: Manual do módulo do Tanque de Peixes do Sistema Integrado de Produção de Alimentos da EMBRAPA, 2019.
Demonstração de funcionamento do “Sisteminha” com diversos módulos aplicados FonteImagem: dos mapas: BRITO, 2018. cooperando entre si. Fonte: Folheto de apresentação do sistema, 2013.
para que os peixes alcancem esse peso pode ser maior. Nesse momento, a família começará a alimentar-se dos peixes duas a três vezes por semana, na proporção de 1 (um) peixe por pessoa (mais ou menos a quantidade correspondente à porção de pescado ou carne na refeição diária de uma pessoa), liberando espaço no tanque para o crescimento dos demais.” (EMBRAPA, 2019)
Esses tanques têm a capacidade de suporte aproximada para 30 kg. Isso é suficiente para manter 150 tilápias, que crescem até atingirem 200 g de peso vivo individual. No Nordeste, o tempo de crescimento é de 90 dias em função da temperatura. Em outras regiões, o tempo
Imagem: Minhocário campeiro. Fonte: EMBRAPA, 2014.
Foi escolhido o sistema Fotovoltaico para geração de energia elétrica e as cisternas foram dimensionadas para garantir armazenamento de água suficiente para consumo e reposição da água dos lagos utilizada na irrigação durante um mês (para garantir autonomia mesmo no mês de julho, que possui registro de precipitação quase nulo).
40
O “ S I S T E M I N H A” E M B R A P A
Restos vegetais: Alimento dos animais.
Água do Biofertilizante.
tanque:
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Sedimentador: retenção de resíduos sólidos de fezes e resto de ração dos peixes.
Tcc
Minhocário: Transforma o esterco compostado em húmus.
Esterco dos animais terrestres e peixes: Curtição na composteira.
41
O “ S I S T E M I N H A” E M B R A P A
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Húmus: Aduba todas as plantas.
Tcc
Todos alimentam residência!
a
42
S A N E A M E N TO E C O LÓ G I C O baseado na evapotranspiração e O saneamento tratamento da água através de bananeiras trata
do esgoto doméstico devolvendo toda a água para a atmosfera limpa, o lodo que se acumula no fundo não precisa ser retirado e, em casos incomuns, pode ser retirado através do tubo de inspeção assim como se faz numa fossa séptica comum.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
O sistema não produz odores uma vez que os resíduos mal cheirosos se localizam dentro de um túnel de pneus enterrado sob diversas camadas de solo bem como é coberto por resíduos orgânicos secos (palhas e gravetos) e há bananeiras por cima disso tudo com seu odor característico de folhagem e dos próprios frutos.
Tcc
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
Os frutos gerados neste sistema podem ser consumidos com segurança, a árvore realiza a total filtração dos organismos poluidores e patógenos antes que os mesmos se fixem em seus frutos. Seu sistema construtivo é ecológico, recicla uma boa quantidade de pneus velhos e as paredes de hiperadobe, além de garantir que não ocorrerá vazamentos, é facilmente construída no local, com matéria prima encontrada no próprio local e de forma muito mais veloz e limpa que a convencional, além de consumir bem menos água por utilizar quantidades de cimento mínimas.
43
S A N E A M E N TO E C O LÓ G I C O este projeto foi escolhido fazer a separação P ara entre os resíduos de esgoto e as águas cinzas (águas
utilizadas na cozinha, área de serviço e banho) para facilitar o dimensionamento do sistema e evitar transbordamentos.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
A cartilha da FIOCRUZ recomenda a disposição de um círculo de bananeiras simples (de 2 metros de
Tcc
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
diâmetro) para cada unidade residencial, no caso do centro comunitário (onde a cozinha é maior) foram dispostos círculos de bananeiras equivalentes à proporção da área da cozinha sobre uma cozinha residencial comum (neste caso, a cozinha do centro equivale a 10 unidades de cozinha residencial simples), então foram dispostos 10 círculos exclusivos para uso do Centro Comunitário.
44
CORTE CISTERNA ESCALA 1:50
PRÉ-FILTRO (RESÍDUOS GRANDES)
.
DESVIO DE PRIMEIRA ÁGUA
CALHA
TAMPA DE INSPEÇÃO CLORADOR
CRIVO
LADRÃO
CISTERNAS maior autonomia desta população bem Buscando como menor impacto sobre a rede de
abastecimento local, cada módulo residencial possuirá duas cisternas de 76.800 litros que serão abastecidas pela água da chuva que é coletada pelo telhado das residências e armazenarão água suficiente para o abastecimento de duas residências (cada) com 4 pessoas bem como a reposição de água dos tanques dos peixes utilizada na irrigação diária das hortas (800 litros por residência), durante um mês inteiro (equivalente ao mês de seca local, julho).
O sistema construtivo das cisternas é o ferrocimento, similar ao do Programa Nacional de Apoio à Captação de Água da Chuva do governo federal, porém com um apoio elevado de concreto em 1 metro (vide corte) e o sistema possui um pré-filtro (para folhas e objetos grandes), um sistema de desvio da primeira água da chuva (a qual realiza a limpeza do telhado e contém impurezas tais como poeira ou fezes de aves), uma caixa de decantação de 1500 litros na qual ficarão depositadas as impurezas restantes e um clorador por difusão para garantir a boa qualidade da água para o consumo humano.
LADRÃO
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
FREIO D’ÁGUA
Tcc
C ÁLCULO
DRENOS DE LIMPEZA
Irrigação = 800 l / dia (segundo cartilha do Sisteminha – módulo tanque de peixes)
CAIXA DE DECANTAÇÃO
Consumo pessoal = 120 l / dia por pessoa -Família de 4 pessoas = 480 l / dia Total diário = 1280 l
SAÍDA PARA USO
Tempo de estiagem = 30 dias Total a ser armazenado = 38.400 l = 38,4 m³
LADRÃO
LADRÃO CRIVO
CLORADOR
P L A N TA C I STERNA
Fonte dos mapas: ESCALA 1:50BRITO, 2018.
.
Precipitação anual = 1540mm = 1,54m Fórmula da cartilha da COPASA (Programa PróMananciais): Total armazenado (l) = Área mínima do telhado (m²) x Precipitação anual (mm) 38,4 m³ = Área mín (m²) x 1,54m³ Área mín = 38,4 / 1,54 = 24,93m²
Tcc ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
PRO GRA MA
46
FLUXOGRAMA DE PROXIMIDADES MAIOR NÍVEL DE PROXIMIDADE MÉDIO NÍVEL DE PROXIMIDADE
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
RELATIVAMENTE DISTANTE
Tcc
47
PROGRAMA DE NECESSIDADES BASE DE CÁLCULO
AMBIENTE RESIDÊNCIAS 1 PESSOA 2 PESSOAS 3 PESSOAS 4 PESSOAS 5 PESSOAS 6 OU MAIS PESSOAS ESTUFA (JÁ INCLUSA NA ÁREA DE CADA APARTAMENTO)
UN.
AREA
86 10 59,00 15 46,00 19 59,00 21 59,00 10 69,00 11 69,00 86
CIRCULAÇÃO APARTAMENTO TOTAL EXTERNA (ACESSO) + ACESSO 6881,03 21 80,00 811,84 16 62,00 943,76 21 80,00 1506,72 21 80,00 1651,20 24 93,00 943,76 24 93,00 1023,74
5,10 -
TOTAL DE FAMÍLIAS 1 PESSOA 2 PESSOAS 3 PESSOAS 4 PESSOAS 5 PESSOAS
11,8% 17,7% 21,9% 24,0% 11,8%
6 OU MAIS PESSOAS
12,8%
TOTAL DE PESSOAS
86 10 DADOS DO 15 PLANO 19 HABITACIONAL 21 ESTADUAL DE SP 10 (2006) 11
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
Tcc
VAGAS
0,5
43
438,60
LIXEIRA (m³)
AMBIENTE LAGO HORTA VIVEIRO DE MUDAS GALINHEIRO DESCOBERTO GALINHEIRO COBERTO MINHOCÁRIO COMPOSTAGEM DEPÓSITO DE MATERIAIS CISTERNA CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA SANEAMENTO (TEVAP) TRAT. ÁGUAS CINZAS (CIRC. BANANEIRAS) GERAÇÃO DE ENERGIA (FOTOVOLTAICA)
NORMAS E GUIAS CIRCULAÇÃO AMBIENTE UN. AREA TOTAL EXTERNA (ACESSO) + ACESSO UN. TIPO ÁREA TOTAL 1 POR FAMÍLIA 16,2 16,2 86 20 3,4 22,9 1969 1 POR PESSOA 10 10 292 10 7,5 17,5 5110 1 % DA HORTA 0,01 471,6 1 471,6 0,24 471,8 472 1 POR FAMÍLIA 54 54 86 54 54 4644 1 POR FAMÍLIA 6 6 86 66 516 1 POR FAMÍLIA 1,2 1,2 86 1,2 0,9 2,1 181 3 POR FAMÍLIA 3 9 86 9 0,8 9,8 839 1 POR FAMÍLIA 3 3 86 3 1,3 4,3 370 1 POR FAMÍLIA 19,2 19,2 43 19,2 19 826 1 POR FAMÍLIA 16,8 16,8 86 16,8 17 1442 1 POR FAMÍLIA 13,8 13,8 86 13,8 1,9 15,7 1346 1 POR FAMÍLIA
4
4
86
4,0
5 POR FAMÍLIA
1,9
9,3
86
9,3 -
CENTRO COMUNITÁRIO SANITÁRIOS SANITÁRIOS ACESSÍVEIS ÁREA CENTRAL CRECHE ASSISTÊNCIA SOCIAL
43000 0,6 25800 2 86000 0,3 12900
296
ÁREA PRODUTIVA
AMBIENTE
ÁREA DO TERRENO TO CA TP
1,5
6
473
9,3
801
PARÂMETRO SÃO PAULO ECOVILA TEMPO ENTRE COLETAS (DIAS)
KG HABITANTE DIAS VOLUME (kg) TOTAL (m³) Padrão = 231 1,4 1 1 1 (kg/m³) 1,4 292 1 409 2 1,4
292
3
1226
16
FONTES:
BARBOSA, V. Quanto lixo os brasileiros geram por dia em cada estado. Exame, 2013. SILVA, M.; SANTOS, G. Densidade aparente de resíduos sólidos recém coletados. 2009.
ÁREA CENTRAL NORMAS E GUIAS 1 P/ CADA 50 PESSOAS 5% CABINES 1,2m POR PESSOA 1,17m POR FAMÍLIA 1,17m POR FAMÍLIA
COZINHA COMUNITÁRIA Fonte dos mapas: BRITO, 2018. 300 REFEIÇÕES
TOTAL
AMBIENTE
6 2 292 86 86
2,3 2,2 1,2 1,2 1,2
13 4 350 101 101
1
60,0
60 629
16
NORMAS E GUIAS
TEVAP CENTRO COMUNITÁRIO CÍRCULO DE BANANEIRAS - CENTRO COM. CENTRO COMUNITÁRIO
2m² POR 4m² POR -
SANITÁRIO COZINHA DOMÉSTICA -
ESTACIONAMENTO OBRIGATÓRIO
25m² POR VAGA
TOTAL 12 2 10 2,2 1 994 70
25
24 22 994 1750 2790
48
PROGRAMA DE NECESSIDADES
ÁREA PRIVADA
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
ÁREA DE FAZENDA
Tcc
ÁREAS DE USO COLETIVO
ÁREAS DE CIRCULAÇÃO
AMBIENTE
UN.
RESIDÊNCIA
86
80,9
6955 2
SANEAMENTO (TEVAP)
86
15,6
1343 -
TRAT. ÁGUAS CINZAS (CIRC. BANANEIRAS)
86
5,5
473 -
GERAÇÃO DE ENERGIA (FOTOVOLTAICA)
86
9,3
801 -
CISTERNA
43
19,2
826 -
X
CAPTAÇÃO
86
24,9
2144 -
X
ESTUFA (FRAÇÃO PARTICULAR HORTA)
86
5,1
436 2
HORTA
292
17,5
5110 -
GALINHEIRO DESCOBERTO
86
54,0
4644 -
GALINHEIRO COBERTO
86
6,0
516 -
MINHOCÁRIO
86
2,1
181 -
COMPOSTAGEM
258
5,3
1355 -
VIVEIRO DE MUDAS
108
1,2
126 -
DEPÓSITO DE MATERIAIS
86
4,3
370 -
LAGO
86
19,5
1679 -
MATA NATIVA
1
7525,9
7526 -
SANEAMENTO - ÁREA COLETIVA (TEVAP)
8
2,0
16 -
CÍRCULO DE BANANEIRAS - A. COLETIVA
10
5,5
55 -
CENTRO COMUNITÁRIO
1
629,4
629 2
PRAÇAS
1
1030,0
1030 -
LIXEIRA
1
15,9
16 -
ESTACIONAMENTO OBRIGATÓRIO
43
25,0
1075 2
PISTA DE COOPER / CICLOVIA
1
4798,3
4798 -
RUAS INTERNAS
1
5641,0
5641 -
X
AREA MÉDIA
CA COBERTURA DE SOLO COM FUNÇÃO
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
TOTAL
PAVS
10513
0,2
40033
TO
6183
0,1
TP
22298
0,5
ÁREA DO TERRENO
43000
Tcc ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
PRO JE TO
50
foram locados os P rimeiro módulos residenciais acompanhando o
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
alinhamento da rua externa e assim fazendo-se um intermédio entre interior e exterior do terreno, mantendo-se os chamados “olhos da rua” de Jane Jacobs bem como criando uma praça pública para o bairro ao redor. Os outros módulos foram locados de modo a manter o alinhamento com as ruas internas, acompanhando o perfil natural do terreno e mantendo a fachada principal dos módulos (com as aberturas maiores) virada para o Norte ou no máximo, no eixo Leste-Oeste.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
O Centro Comunitário foi locado no platô central e o edifício estacionamento na área central mais plana e mais próxima à rua.
Tcc
ESTACIONAMENTO PRAÇA
CENTRO COMUNITÁRIO
51
foi locada a ciclovia e pista de E ntão caminhada em forma anelar
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
aproveitando as áreas de recuo do terreno e de sombra projetada da vegetação; após isto foram locados os itens acoplados aos módulos residenciais equivalentes à Cisterna (círculo azul), TEVAP (elipse verde escura) e Círculo de Bananeiras (círculos menores verdes).
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
52
foram divididas A semáreas de6 fazenda partes conforme
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
disponibilidade de terreno livre próximo às unidades residenciais, garantindo que todas tivessem acesso simples e próximo às suas áreas de criação e cultivo.
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
53
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
54
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
55
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
56
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
57
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
58
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
59
Tcc
I M P L A N TAÇ ÃO ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
60
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
61
Tcc
P L A N TA N Í V E L 2 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
62
Tcc
P L A N TA N Í V E L 3 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
63
Tcc
P L A N TA N Í V E L 4 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
64
Tcc
P L A N TA N Í V E L 5 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
65
Tcc
P L A N TA N Í V E L 6 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
66
Tcc
P L A N TA N Í V E L 7 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
67
Tcc
P L A N TA N Í V E L 8 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
68
Tcc
P L A N TA N Í V E L 9 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
69
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 0 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
70
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 1 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
71
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 2 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
72
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 3 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
73
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 4 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
74
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 5 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
75
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 6 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
76
Tcc
P L A N TA N Í V E L 1 7 M ESCALA: 1:750
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
77
Tcc
CORTE DEMONSTRANDO ÁREA DE FA Z E N DA
CORTE AA GALINHEIRO
PISCICULTURA
GALINHEIRO ESTACIONAMENTO
CORTE AA - AMPLIAÇÃO
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
78
MÓDULO RESIDENCIAL DE 1 DORMITÓRIO
A sunidasunidades em
residenciais foram módulos de dois pavimentos com 4 unidades iguais cada, nas quais as residências compartilham o telhado, geração de energia fotovoltaica sobre o telhado, área de serviço central bem como as duas cisternas que abastecem, cada uma, uma unidade térrea e uma unidade superior durante um mês.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
S E G U N D O PAV I M E N TO ESCALA: 1:75
Tcc
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
PAV I M E N TO T É R R E O ESCALA: 1:75
79
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
S E G U N D O PAV I M E N TO ESCALA: 1:75
Tcc
PAV I M E N TO T É R R E O FonteE dos Smapas: C ABRITO, L A :2018.1 : 7 5
MÓDULO RESIDENCIAL DE 2 DORMITÓRIOS
80
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
S E G U N D O PAV I M E N TO ( 2 D O R M I TÓ R I O S ) ESCALA: 1:75
Tcc
P A V I M E N T O T É R R E O ( P. N . E . ) FonteE dos Smapas: C ABRITO, L A :2018.1 : 7 5
MÓDULO RESIDENCIAL COM U N I D A D E S P. N . E .
81
MÓDULO RESIDENCIAL DE 3 DORMITÓRIOS
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
S E G U N D O PAV I M E N TO ESCALA: 1:100
Tcc
PAV I M E N TO T É R R E O FonteE dos Smapas: C ABRITO, L A :2018.1 : 1 0 0
82
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
CORTE TIPO ESCALA: 1:50
Tcc
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
83
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
FAC H A DA M Ó D U LO D E 2 Q U A RTO S ESCALA: 1:75
Tcc
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
84
Tcc
C E N T R O C O M U N I TÁ R I O – P L A N TA PAV I M E N TO T É R R E O ESCALA: 1:100
A
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
A
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
85
Tcc
C E N T R O C O M U N I TÁ R I O – P L A N TA PAV I M E N TO S U P E R I O R ESCALA: 1:100
A
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
A
86
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
C E N T R O C O M U N I TÁ R I O – C O RT E A A ESCALA: 1:100
Tcc
Fonte dos mapas: BRITO, 2018.
ALCÂNTARA, M. F. Gentrificação - Conceito. E A, 2018. Disponivel em: <http://ea.fflch.usp.br/conceito/gentrifica%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 08 Set. 2019.
ECOVILA: MORAR COM INDEPENDÊNCIA
REFE RÊN CIAS
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