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"Capoeira é defesa, é ataque, é ginga do corpo, é malandragem", assim descreve uma cantiga conhecida nas rodas de capoeira. Mas é só isso? Ou é isso mesmo? Em um momento em que a nossa cidade recebe o maior evento de esportes do mundo, nos perguntamos: e a capoeira? Transformada em Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural (IPHAN) em 2008, a capoeira é um saber nascido no solo desta terra. Esta exposição é uma homenagem a beleza da luta sob os pontos de vista da história e da movimentação corporal. Arte que é fruto da resistência aos mais de 300 anos de tráfico negreiro, surtindo da única forma de defesa: o uso do próprio corpo como arma. Prática sempre perseguida e oficializada como crime em 1890, a capoeira começou a ser divulgada às elites no momento de modernização da cidade do Rio de Janeiro. A Belle epoque trazia novas ideias, novos costumes, e revistas como O Malho e Kosmos, que circulavam entre a burguesia carioca, começaram a explorar o tema; caricaturistas como Calixto Cordeiro e C. do Amaral ilustraram cenas e os tipos dos "capoeiras", criando assim, a ideia de utilização dos movimentos desse jogo-luta como possibilidade de uma "gymnastica brazileira". Após a Revolução de 1930, a capoeira deixou de ser considerada crime, primeiro passo para a formalização do esporte. E foram mestres baianos, Mestre Bimba e Mestre Pastinha, que iniciaram o ensino desta arte que vem se fortalecendo a cada dia, com projeção no exterior e entre praticantes de todos os estados brasileiros. As fotografias são a base para um diálogo sobre tradição, memória, força, persistência. Quais outras palavras não podem cair na poeira do tempo? A exposição não conta com patrocínios externos, foi montada com recursos próprios e teve sua primeira montagem no Centro Cultural Light, entre os dias 01 e 29 de Julho de 2016 e conta com um site para apoio a divulgação: www.napoeiradotempo.com.br
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A exposição é composta por 15 retratos em tamanho 30x40 cm, emoldurados em madeira na cor preta. As imagens serão dispostas na sala e receberá uma instalação com cordas coloridas, apresentando de forma simbólica o sistema de graduação dos capoeiristas. São cerca de 200 metros de cordas, tingidas nas 15 cores, como representadas na imagem, da montagem no Centro Cultural Light.
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O visitante pode interagir com a exposição, contribuindo, deixando palavras escritas na areia. Fazemos uma analogia à memória, ao que não pode ser esquecido e fazemos essa instigação. Caixas com areia para desenhar ou escrever, propondo a reflexão sobre a importância da preservação do nosso patrimônio.
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Utilizando palavras recolhidas do prefácio do romance Os Capoeiras, de Plácido de Abreu, uma mostra do vocabulário utilizado pelos capoeiras do Rio de Janeiro em 1886. A instalação pode se adaptar a formatos diferentes. As palavras são colocadas em destaque e abaixo, em fonte reduzida, indicamos o seu significado. Aqui, buscamos uma conversa entre os tempos: se você é capoeira, ainda usa essas palavras? Ou se você não pratica, já ouviu alguma?
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A pesquisa revelou curiosidades e dados históricos sobre o nascimento e consolidação da capoeira. Integra a exposição, um material educativo: pranchas em formato A3 com textos que conversam com o público em geral e também possuem dicas/ ideias de atividades para professores que visitarem a exposição realizarem com seus estudantes em sala de aula.
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Para aproximarmos ainda mais a exposição de todos os públicos, produzimos vídeos com tradução do conteúdo em Língua Brasileira de Sinais e faixas com audiodescrição das imagens, que são disponibilizados por leitura de QRCodes, indicados junto às fotografias e pranchas de textos.
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Na rapidez da roda de capoeira, nossos olhos não percebem a beleza no golpe do “leque”.
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A destreza e força do jogo: uma cabeçada no movimento da “bananeira envergando”.
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Impressionante salto com os rastros congelados no ar, o chamado “martelo cruzado�.
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Adriano Nascimento - Biriba. Contramestre e professor de capoeira para todas as idades, praticante desta arte desde 1994. Esteve em Firenze, na Itália, divulgando o esporte entre 2005 e 2006. Formado pelo Mestre Grilo e integrante do Grupo Capoeira Artte Nobre.
Michele Cândido - Mika. Praticante de capoeira desde o ano 2000, formada pelo contramestre Biriba é professora de capoeira em escolas do Rio de Janeiro, ensinando os saberes tradicionais para crianças a partir de 2 anos. Integrante do Grupo Capoeira Artte Nobre.
*O casal de capoeiras atua no Méier e a roda de capoeira do grupo é realizada aos domingos na Dias da Cruz, em frente ao Imperator. Acreditamos que a mostra agregará de forma afetiva muitos praticantes da região.
Flavia Rocha. É produtora cultural há 15 anos. Já participou de montagens de exposições, incluindo a mostra atualmente em cartaz na sala do IPHAN-RJ: 110 anos da Avenida Rio Branco. Foi coordenadora pedagógica do Educativo Museu do Meio Ambiente (JBRJ) de 06/2015 a 01/2015 e Museu Light da Energia de 11/2012 a 04/2016.
João Saidler. Profissional desde 2010, é retratista e fotógrafo institucional. Além da fotografia de família, registra ações em vários centros de cultura como o CCBB no Rio de Janeiro e São Paulo, o Museu Light da Energia, a Biblioteca Parque Estadual, o Museu do Meio Ambiente no Jardim Botânico, Theatro NET e IPHAN.
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JoĂŁo Saidler www.jsaidlerfotografia.com.br 51-99468-8675 / contato@jsaidlerfotografia.com.br Flavia Rocha www.historiaemfamilia.com 51-99469-0961 / flavia@historiaemfamilia.com