Edifício multifuncional e Escola de cultura.

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EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL E ESCOLA DE CULTURA REDESENHO DA QUADRA PARA A CONSTRUÇÃO DE UM PERCURSO NA LIBERDADE JULIANA ALLONSO MIZUMOTO FAUUSP | 2011

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

EDIFÍCIO MULTIFUNCIONAL E ESCOLA DE CULTURA REDESENHO DA QUADRA PARA A CONSTRUÇÃO DE UM PERCURSO NA LIBERDADE TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

JULIANA ALLONSO MIZUMOTO Orientador_ Prof. Dr. Khaled Ghoubar Nov_2011


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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Khaled Ghoubar pelas aulas de arquitetura e, principalmente, pelas orientações dedicadas, pacientes e enriquecedoras durante esse ano. À minha equipe técnica e amiga que me acompanhou e também me auxiliou nesse trabalho: Daniela Zilio, Ligia Lupo, Daniele Queiroz, Gabriel Negri, Felipe Gomiero, Mariana Pierobon, Khatleen Chiang, Uibirá Bareli, Marysol Brito, Julia Paccola, Rafael Assunção, Fernando Boari, Ana Daniela, Carolina Lopes, Fernando Ruzene, Thais Tozzato. Aos amigos atleticanos, feanos e tantos outros amigos Fau que fizeram parte desses 6 primeiros anos de arquietura. Ao meu breve e querido amigo J.P.Gozzo ,cuja ausência será sentida com muitas lembranças boas para sempre. À minha irmã Emilia o meu muito obrigada pela paciência e companheirismo. Por fim, aos meus pais pela confiança, dedicação e investimento nos meus estudos até hoje. É para eles, os meus maiores exemplos de vida e minha maior inspiração, que eu dedico esse trabalho.

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AGRADECIMENTOS 5 INTRODUÇÃO__9 INÍCIO DE ESTUDO__10 HISTÓRICO__14 ESCOLHA DA ÁREA__15

ÁREA ESCOLHIDA__18 O CASARÃO__21 DECISõES__ 25

SUMÁRIO

PROJETO__27 FLUXOS__31 ESTUDOS DE IMPLANTAÇÃO__32 IMPLANTAÇÃO__34 EIXOS__36 GARAGEM__37 PROGRAMA__42 TÉRREO__44 PAVIMENTO TIPO__48 UNIDADES__50 FACHADAS__53 CORTES__56

ESCOLA DE CULTURA__63 PROJETO__64 PISOS__74

PRAÇA ALMEIDA JÚNIOR__77 NÚMEROS DO PROJETO__81 NOTAS__83 REFERÊNCIAS__84 BIBLIOGRAFIA__86

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“A arquitetura Brasileira teve como todas as outras, influências no exterior. Foram arquitetos que vindos de fora, nele atuaram durante muitos anos. Primeiro, os portugueses que para o Brasil trouxeram sua velha arquitetura colonial. Depois, outros arquitetos como o russo Warchavchik e os italianos Gaudenzio Bezzi, Claudio Rossi, Giulio Micheli, Domiziano Rossi, Martinelli, Emendabili, Pennacchi, Piacentini, Wanda Vohit, marco Zanuzo e Lina Bo Bardi. Obras importantes foram construídas como o Museu de Arte de São Paulo de Lina Bo Bardi, sem dúvida um marco da arquitetura contemporânea. Apesar de toda essa herança admirável a arquitetura brasileira assumiu, em pouco tempo, características próprias. Para isso contribuíram a natureza tropical do nosso país, a maneira de viver do nosso povo e principalmente, ter o Brasil tradição arquitetural modesta–nossa arquitetura antiga é mais portuguesa que brasileira–e isso nos dá maior liberdade de concepção e essa necessidade de procurar coisa nova e de criar o passo de amanhã.”1 Oscar Niemeyer.

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INTRODUÇÃO O trabalho foi iniciado pela escolha do Bairro da Liberdade para um estudo de uma possível intervenção; esse estudo poderia ter sido feito em qualquer região da cidade, porém a escolha do Bairro da Liberdade foi motivada por interesse pessoal e pela vontade de trabalhar uma área tão singular da cidade, que é esse bairro oriental. Esse interesse em bairros de diferentes culturas veio do contato com a arquitetura vernacular japonesa na cidade de Registro, dos estudos urbanísticos na Fau e também em viagens por cidades europeias onde muitas vezes me deparei com culturas diversas ocupando o mesmo lugar . O modo como as cultura se integram ou não nessas cidades, como os imigrantes cultivam suas tradições em pequenos detalhes ou formando grandes bairros me instigou e me levou ao bairro da Liberdade.

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INÍCIO DE ESTUDO O estudo iniciou-se pelo estudo do bairro através de visitas de campo procurando reconhecer o lugar, analisar suas deficiências e qualidades urbanísticas. Nessas visitas foi feito um estudo fotográfico de fachadas na Rua Galvão Bueno, com o intuito de encontrar alguma linguagem arquitetônica, alguma unidade entre os edifícios. Para um aprofundamento sobre a logística do bairro foram feitas algumas pesquisas informais, através de conversas com os comerciantes e moradores dos arredores. A pesquisa focou no dia a dia dos usuários do bairro, através de questões que se referiam ao uso de transporte público, serviços disponíveis, segurança, equipamentos públicos, lazer, vida noturna, faltas destes ou um bom uso do que ha disponível no bairro. Após as visitas e estudos preliminares do bairro foi possível constatar algumas deficiências e características que foram decisivas para dar início á escolha de terreno e posterior intervenção: • Falta de unidade arquitetônica dos edifícios Pôde ser constada através do estudo de fachadas, que mostrou uma desigualdade de formas, gabaritos, falta de planejamento das construções. • Bairro cenográfico O bairro tem características orientais que foram projetadas propositalmente. Uma das principais características é a presença das luminárias japonesas nas principais ruas e dos grandes portais.

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• Carência de estacionamentos Durante os finais de semana, quando o bairro tem maior número de frequentadores, é visível a falta de estrutura de estacionamentos agravado pelo fechamento de algumas ruas em dias de maior movimento. • Falta de sanitários públicos É um bairro turístico mas não tem infra-estrutura para receber o elevado número de pessoas que por ali circulam principalmente nos finais de semana. • Falta de área para lazer Existem áreas verdes mas são subutilizadas e não atendem principalmente a população idosa que ali habita. • Rua diurna A Galvão Bueno, via de maior destaque turístico, é predominantemente uma rua comercial, Na Av. Liberdade pode-se encontrar vida noturna intensa, ou em bares e restaurantes pequenos. • Falta de comunicação com a Radial Leste-Oeste O motorista não vê o bairro e a comunicação viária é feita através de alças distantes do centro do bairro.

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Para iniciar o projeto foram consultados os dados fornecidos pela subprefeitura da Sé 2 sobre zoneamentos, leis urbanísticas, coeficientes máximos, limites de construção, além de propostas futuras pensadas especificamente para a área. Essa consulta teve por finalidade principalmente conhecer o que já foi pensado e considerado para o bairro, além de procurar pontos específicos para uma futura intervenção. Algumas diretrizes de intervenção regulamentadas pela subprefeitura para o bairro da Liberdade foram consideradas para o projeto: • Programa de Intervenções em ruas comerciais: Conde de Sarzedas e Galvão Bueno; • Ações estratégicas: Implantar projetos paisagísticos na rua Galvão Bueno; • Revitalização dos espaços públicos, reabilitação de edificações, implantação de novas edificações destinadas á atividades comerciais e de prestação de serviços e de estímulo ao uso habitacional;

Mapa das zonas de São Paulo 2

• Reabilitação de edificações; • Estimular a liberação do pavimento térreo para implantação de galerias de pedestres no interior das quadras; • Estimular a ampliação dos recuos de frente e a criação de espaços de uso coletivo. O bairro da Liberdade está dentro da Zona de Centralidade Polar B e seus limites, segundo a prefeitura são:

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BREVE HISTÓRICO Para entender as considerações de recuperação do Bairro, com pontos específicos, foi feito um estudo histórico sobre a região. Levando em consideração a formação do bairro, até mesmo depoimentos da época sobre a vida, o cotidiano dos imigrantes, sua arte e o esforço de se cultivar uma cultura em uma terra estranha. Inicialmente (1908) os primeiros imigrantes japoneses vieram para o Brasil para o trabalho nas fazendas de café, nessa época o país passava por uma das suas fases de explosão econômica e recrutamento de mão de obra. Em São Paulo, os primeiros imigrantes foram se instalando nas proximidades do centro e do escritório da Companhia Imperial da Imigração que ficava próximo à Praça João Mendes. A Av. Liberdade era mais uma das ruas conhecidas como caminhos que levavam aos bairros distantes e o seu entorno era predominantemente residencial. A instalação das primeiras famílias de imigrantes foi feita na rua Conde de Sarzedas. Era uma rua residencial, com casarões e porões. Era nesses porões que viviam as famílias imigrantes pois o aluguel era barato e pela falta de divisões internas, facilitava a instalação de uma família inteira num mesmo porão. As ruas comerciais vizinhas foram engolidas pela reforma e alargamento da Praça João Mendes e, com isso, o comércio migrou gradualmente para a Rua Galvão Bueno. A cultura oriental, principalmente a japonesa, se instalou com força no bairro através da criação de escolas, pensões, restaurantes, bares, criação de jornais na língua japonesa. Em 1969, foi criado o Plano de Orientalização, que consistia em remodelar a programação visual das ruas, reformando fachadas para a colocação de ornamentos que lembrassem a cultura oriental, foi nessa época que foram instaladas as famosas luminárias e portais vermelhos das ruas principais.

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Esse plano pretendia também a mudança de piso, a construção de um calçada com motivos orientais. Em 1973, foi entregue ao bairro a reforma da Av. Liberdade, que ficou interditada também pra a construção do metrô e suas reformas urbanas. Hoje, o bairro é um dos maiores centros turísticos da cidade, com suas ruas decoradas em épocas específicas para as festas orientais, feiras dominicais e eventos ao ar livre.

ESCOLHA DA ÁREA PARA INTERVENÇÃO A escolha do sítio iniciou-se pelo estudo dos terrenos colocados pela subprefeitura no Plano Diretor como áreas para possíveis intervenções urbanísticas e projetuais futuras. Todos os terrenos são hoje estacionamentos ou áreas residuais, fruto do não planejamento do bairro. O conhecimento da existência dessas áreas teve importância para a certeza de uma intervenção acertada. Pois a escolha do bairro e a decisão de intervenção, antes pessoal, tornouse ainda mais real. O que antes seria uma idéia para melhorar um pedaço da cidade acabou se tornando em mais uma ferramenta para afirmar aquilo que a subprefeitura já havia constatado. As áreas citadas pela prefeitura não atendiam às premissas desejáveis da intenção de projeto e, por isso, buscou-se uma área que fosse mais instigante urbanisticamente, alem de apresentar maiores desafios para o projeto.

Áreas citadas pela prefeitura para intervenções Foto: Google

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O interesse por área surgiu a partir dessa visão da rua Galvão Bueno, sobre o viaduto pode-se notar a presença da Radial Leste-Oeste, o seu grande desnível, a falta de acesso ao bairro , além da visão privilegiada, livre de interrupções.

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Radial Leste- Oeste Foto: Arquivo pessoal


A área escolhida para o projeto está localizada no centro turístico do bairro da Liberdade e seu entorno é caracterizado pelo uso de edificações de uso misto, mas predominantemente comercial, principalmente na área do projeto.

Radial Leste- Oeste Foto: Arquivo pessoal

A área é bem provida de transporte público, pois está próxima à Av. Liberdade e à Praça da Sé, que é bem servida de linhas de ônibus além de uma estação de metrô Liberdade localizada a poucos metros. Uma das características da área é a proximidade com a radial Leste, que é praticamente uma cicatriz urbana que ali passa, cortando áreas que antes eram ligadas por verde e hoje o que se vê é um bairro sobre a via rápida sem nenhuma ligação entre eles. O bairro é principalmente comercial, como se pode analisar através do mapa de usos, feito durante as visitas de campo. Os serviços como hospital, escola, faculdades foram destacados para entender o fluxo de pessoas, além da consideração desde a Praça da Liberdade, onde fica a estação de metro. Um serviço destacado é o dos estacionamentos, no mapa pode-se notar que existe uma concentração deles junto ás principais vias comerciais e turísticas do Bairro. O entroncamento das conexões também é uma forte característica, pois a noroeste está o cruzamento da Av. Vinte e Três de maio e da Radial leste-oeste, com um grande fluxo de veículos e em alta velocidade.

Comercial Misto Residencial

A topografia acidentada, com alguns desníveis com mais de 10 metros também é um fator a ser considerado, pois separa o bairro das altas velocidades da radial leste que o corta.

Estacionamento Equipamentos

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ÁREA ESCOLHIDA

Panorâmica_Bairro da Liberdade Foto: Arquivo pessoal

No terreno escolhido funciona atualmente a sede do 1o Distrito Policial da Policia Civil, toda a área é ocupada pelos serviços, incluindo os galpões da R. Galvão Bueno e o seu interior, que hoje é um estacionamento da Policia que funciona no casarão voltado para a Rua da Glória. A edificação principal é o casarão com entrada principal para a Rua da Glória,com aproximadamente 2000m2 entre 3 pavimentos e anexos. Nos fundos do terreno existem hoje algumas edificações onde funciona uma gráfica também ligada ao serviço. Esses galpões abrem-se por um pequeno portão para a Rua Galvão Bueno. A lateral do casarão, na Rua Américo de Campos, praticamente engole a calçada, deixando pouco mais de 1m para a passagem de pedestre, o que faz com que a percepção de quem passa pela rua seja de que é excessivamente estreita pois seus muros são altos e não ha comunicação com o meio da quadra. A face norte do terreno é a divisa com a Radial Leste e tem um desnível de aproximadamente 12 metros. E é a partir da Rua Galvão Bueno que se pode enxergá-lo sem obstruções, perceber o desnível do terreno e também a falta de comunicação da Radial com o Bairro. Voltado para a Rua da Glória está o Casarão e a sua frente a praça Américo de campos. A praça também faz divisa com a radial e também possui um desnível aproveitado pelos diferentes patamares de árvores e bancos.

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Foto: Google/ Arquivo pessoal

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O CASARÃO A construção da casa data de 1911. Foi projetada pelo arquiteto italiano Giulio Micheli e tinha como proprietário Lins de Vasconcelos. Não é um imóvel tombado, apenas faz parte do entorno da Capela dos Aflitos, localizada nas proximidades. Foi projetada com um programa residencial de classe alta da época, com hall, sala de estar, sala de bilhar, biblioteca, 8 dormitórios, quarto de engomar, saletas, terraços, extensa área de serviço. Possui 3 pavimentos, acesso principal pela rua da Glória, o primeiro pavimento da rua da Glória se torna um porão de serviços nos fundos devido ao desnível do terreno. O segundo é o pavimento principal, é onde se faz a distribuição principal da casa. O acesso ao 1 pavimento é feito através de uma escadaria e um elevador. Os fundos da casa é desenhado por varandas e no seu interior existe uma circulação avarandada com iluminação zenital feita por uma clarabóia. A casa está em bom estado de conservação, tendo muitos de seus elementos ainda originais preservados. Algumas reformas já foram feitas como a substituição de janelas e portas mas a sua essência residencial da época foi preservada. Atualmente nela funciona o 1 Distrito Policial da Sé. A sua lateral para a rua Américo de Campos onde originalmente havia um jardim aberto para a rua, foi fechada por uma construção que aparenta fazer parte do projeto inicial mas que não se encontra nas plantas de 1911.

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“ Aos arquitetos e aos engenheiros italianos chegados em são Paulo, nos primeiros vinte anos de 1900, a tarefa de difundir as tendências aprendidas em sua pátria foi amplamente facilitada pela necessidade de construir, sem descanso, edifícios de toda espécie, necessidade essa criada pelo extraordinário, contínuo aumento da população, pelo incremento comum da indústria e da economia e pelo afluxo de enormes riquezas.” 3

CONTEXTUALIZAÇÃO A partir de 1900, houve um crescimento acelerado de construções em São Paulo, fruto do rápido crescimento da cidade, das suas imigrações e da falta de residência para suprir tal desenvolvimento. É nessa época que desponta o trabalho dos imigrantes italianos, muitos deles marceneiros, mestres de obra, pedreiros que encontraram na cidade possibilidade de trabalho e ajudaram a construí-la trazendo os estilos europeus e ornamentando a cidade com a cultura italiana. O arquiteto Guilio Micheli, arquiteto da casa em questão, é um exemplo dessa época. Foi um Conde Florentino, chegou em São Paulo em 1888, com 26 anos, participou de inúmeros projetos na cidade, entre eles o Viaduto Santa Efigênia (1913), pavilhão central da Santa Casa da Misericórdia. Giulio também foi um dos colaboradores de Ramos de Azevedo, responsável por grande parte dos projetos da cidade de São Paulo no início do século XX.

22 Foto: Lígia Lupo


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DECISÕES

Planta_demolir

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A proposta consiste na revitalização do Casarão, a utilização do terreno onde estão hoje os galpões e também o redesenho da Praça Almeida Júnior. Para tal, foi feito primeiramente um estudo do terreno, que possui um desnível e também um estudo sobre as edificações existentes. Após esses estudos foram tomadas as decisões sobre a permanência ou não dos galpões. Foi decidido manter o casarão para um projeto com programas novos e a demolição de parte da estrutura lateral, que encosta na Rua Américo de Campos, além dos galpões.

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O PROJETO O projeto consiste em um edifício de uso misto, com entrada principal para a rua Galvão Bueno, a reabilitação do casarão voltado para a Rua da Glória e a interligação da quadra com a praça. A primeira premissa do projeto é abrir a quadra para a passagem de pedestres na cota da Rua Galvão Bueno na altura do viaduto até a praça logo no outro quarteirão mais a leste passando pela Rua da Glória, mas sem perder a escala do bairro. Estão previstos 4 subsolos de garagem que aproveitam o desnível entre o terreno e a Radial leste para um acesso e outro na rua Américo de Campos. O edifício projetado está dividido em 6 faixas:

LIGAÇÃO PASSAGEM COMÉRCIO MORADIA TRABALHO

CULTURA

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LIGAÇÃO - Subsolos que possibilitam a ligação entre a Radial e o Bairro da Liberdade, que hoje não é possível ser feita nessa área.

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Corte esquemático da Radial

Tal intervenção e tratamento foi pensada depois da percepção de que os veículos que trafegam pela área não percebem o bairro e faz a radial se assemelhar a uma auto-estrada com visão apenas para paredões de concreto e veículos. PASSAGEM - As passagens consistem nas ligações horizontais: térreo e as praças. COMÉRCIO - Localizado no térreo, voltado para a rua Galvão Bueno e para o interior da praça na cota da rua. 0

MORADIA - Torre de apartamentos uni e multifamiliar.

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Ligações

TRABALHO - Salas para escritórios voltadas para a radial e para as praças internas. CULTURA - Reabilitação do Casarão com a ideia de recuperar o valor histórico do local e aumentar a percepção das diferentes escalas da cidade.

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Corte da quadra


Pensando na circulação de pedestres como ocorre hoje, foi projetado o alargamento das calçadas da Rua Galvão Bueno e da Rua Américo de Campos. A intervenção na Galvão Bueno foi pensada para dar fluidez ao pedestre e aumentar a percepção visual na escala do pedestre e a na Américo de Campos para melhorar deslocamento que hoje ocorre em uma calçada muito estreita.

Situação atual

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Rua Galvão Bueno

Foto: Arquivo pessoal Calçada rua Américo de Campos

Alargamento das calçadas para 5 m

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FLUXOS

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Estudo de fluxos

O projeto iniciou-se pensando nos fluxos de pedestres que circulam pela região. O maior fluxo foi constatado na rua Galvão Bueno proveniente dos pedestres que vêm da estação de metro Liberdade ou que vêm do bairro para o centro. A Rua da Glória e a Conselheiro Furtado, por serem linhas bem servidas por ônibus, também apresentam um fluxo de pessoas a ser considerado no projeto. Propôs-se aproveitar esse fluxo para povoar o projeto, incentivando o uso interno da quadra para transposição do quarteirão. Para isso, foi pensada uma rua interna, paralela á radial, aproveitando o visual e a possibilidade de se ter um passeio livre do contato de veículos, como é feito hoje pela rua Américo de Campos. A rua Américo de Campos por ser muito estreita é, praticamente uma rua para veículos, não possui um tratamento para pedestre, que se espremem entre os toldos e saltam desníveis para atravessá-la. Foi pensado também um fluxo futuro, que será o da Escola de Cultura, implantada no casarão. Esse fluxo se dá pela transposição deste pelo salão semi-público de exposições e pela movimentação dos alunos pelas praças internas.

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ESTUDOS DE IMPLANTAÇÃO

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Após o estudo de fluxos, foi iniciada a definição do programa das torres, buscando respeitar o entorno, o casarão e as premissas definidas pelos fluxos. Foi pensado desde o início a possibilidade de se ter o programa dividido em 2 lâminas (apartamentos e escritórios). O primeiro estudo colocava as lâminas dispostas horizontalmente em relação ao norte , o que gerava uma configuração ruim, insolação norte sul em 2 fachadas e sombreamento quase total nas outras duas. A segunda tentativa as colocava verticalmente, o que gerava um problema parecido mas com boa insolação em 2 fachadas e sombreamento nas outras.

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Um outro estudo foi desenhar uma caixa com todos os programas na mesma estrutura, essa forma se mostrou inviável visto que aproveitaria mal o terreno, além de não concordar com o entorno, sem respeitar o gabarito do bairro e não teria uma boa ligação com o casarão.

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IMPLANTAÇÃO A solução encontrada para a implantação dos edifícios projetados se refletiu no desenho de 2 lâminas, uma de escritórios horizontal, voltada para a Radial, servindo de proteção acústica para a lâmina de apartamentos voltada para a Galvão Bueno. A fachada norte foi pensada para os escritórios pela possibilidade de se controlar a insolação através de brises na circulação, podendo assim, aproveitar toda a iluminação natural da fachada sul, que não precisaria de brises para proteção, já que fica fora de exposição solar muitas horas do dia.

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Colocar a habitação na torre vertical veio da decisão de se ter a melhor insolação leste-oeste - para os apartamentos. Além da possibilidade de controle de vizinhança. Voltando a fachada para a praça interna e para o casarão nos dá a certeza de uma visual sem obstuções e insolação constante.


Implantação

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EIXOS 0

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Após a definição da implantação, partiu-se para o estudo dos subsolos, uma das premissas de projeto era projetar as garagens de maneira que a estrutura dos subsolos se adequasse ao máximo à estrutura das torres e que não fosse necessário o uso de vigas de transição que normalmente encarecem a estrutura. A posição das torres foi definida a partir dos eixos encontrados nesse estudo, as opções não eram muitas pois o acesso já estava praticamente definido. A opção de se acessar os subsolos pela Rua Galvão Bueno foi logo descartada pois esta é a rua de maior movimento e exatamente nesse cruzamento com a Rua Américo de Campos é onde ela é fechada nos finais de semana para a livre circulação de pedestres durante os eventos. A entrada pela Rua da Glória ficaria inviável visto a proximidade com o o desnível da Radial. Sendo assim, o acesso ficou definido na Rua Américo de Campos. Além dos problemas de acesso, havia também o desafio do desnível do terreno. Após alguns estudos de acesso, circulação e número de vagas, para o melhor aproveitamento da garagem foi encontrado o sistema de eixos espaçados 6,5 e 8,5 metros.

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GARAGENS A estrutura pensada para as garagens foi prevista em concreto armado, com laje nervurada, o que elimina o uso de vigas, aumentando as possibilidades de altura, já que o desnível máximo e o número de pavimentos seria definido pela Radial. Os eixos foram pensados a partir dos estudos apresentados anteriormente e do prédimensionamento da estrutura, calculados para o pior caso de seção nos pilares que formam as torres e pilares com seção menor nos que apenas dão sustentação aos pavimentos da garagem. Esses pilares menores localizam-se na parte de maior concentração de vagas, e, assim, com melhor aproveitamentos dessas. Para o pré dimensionamento foi considerado também o uso de uma resistência á compressão alta( fck = 40 MPa), afim de reduzir as seções. A seção estudada ficou definida no sistema de eixos com pilares de 100 x 20cm e 50 x 20cm. Essa seção nas torres faz a modulação das unidades e forma entre seus eixos as paredes de instalações. Esses estudos de eixos facilitam a compatibilização da estrutura e a arquitetura, o que normalmente é um problema nos projetos de edifícios. O primeiro subsolo (cota 757) teve sua área reduzida pelo desnível natural do terreno, a partir dele ficou definida a área da cota da rua 760 , transformada em praça. Em todos os subsolos, há o acesso de elevadores e escadas privados para os apartamentos e público diretamente para o térreo. O segundo subsolo está na cota 754 e tem área igual ao 3o, 4o subsolos. No 4o subsolo foi projetado um acesso da Radial, de forma que o motorista poderá entrar pela via rápida, antes isolada e chegar á cota do bairro. A saída para a Radial foi considerada porém, por se tratar de uma via de alta velocidade, a saída de veículos em baixa velocidade se tornaria perigosa. 37


1o Subsolo

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2o Subsolo

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3o Subsolo


4o Subsolo

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PROGRAMA

4 SUBSOLOS_ Ligação bairro- radial Torre de apartamentos_ Galvão Bueno voltada para o Casarão Torre de escritórios_ voltada para a radial Térreo comercial Casarão_ Novo uso_Centro de cultura Oriental_ Bares, sala de música, dança,culinária, exposição Praça_ redesenho, equipamentos públicos,acesso de pedestres pela Radial. A implantação das torres em harmonia com o casarão permite o desenho das praças internas, criando espaços públicos, valorizando o espaço de passagem e faz com que o pedestre encontre diferentes paisagens ao atravessar a quadra. A ideia de criar espaços internos é também um incentivo para o uso coletivo do local, pensado em apenas 2 patamares para que tenha área suficiente para abrigar eventos como feiras, apresentações de grupos e festas.

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Implantação

Corte Geral

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TÉRREO Uma das primeiras decisões do projeto foi a abertura da quadra para o acesso livre e público e através do estudo de fluxos e implantação foi pensado um térreo comercial e de passagem. As lojas se localizam logo abaixo da torre de habitação e são recuadas 2 metros do eixo da fachada da Galvão Bueno, isso permite uma proteção para a fachada das lojas e para o pedestre passante, de forma que o passeio toma a forma do pedestre.Isso ocorre também na parte interna. Essas lojas se voltam também para o interior do projeto, formando uma praça na cota da rua: 760 que se estende até as escadarias de estar que dão passagem para o nível da praça das festas, cota 757.

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Térreo

Lojas Wc público

Garagem Bicicletário

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Permeável_circulação lateral

Circulação pública

Permeável

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Acessos

Na praça das lojas tem-se o acesso a torre de escritórios, aos elevadores e escadas que levam ao subsolo e, também, ao acesso privado da torre de apartamentos.

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Público_ subsolos

Privado_apartamentos e subsolos

Privado_ escritórios

A escadaria foi pensada para ser um espaço de permanência, projetada com espaço suficiente para que sirva de passagem e também como arquibancada para apresentações da escola. A implantação das praças e a disposição da escadaria foi pensada também a partir de uma vista, que é a vista dos fundos da casa, a preservação das janelas e portas, o corredor e a repetição das formas foi algo que incentivou e inspirou a passagem de pessoas por essa área.

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Para a valorização dessa vista foi projetado o acesso ao casarão através de rampas, de forma que o pedestre é convidado a interagir com o casarão tanto para entrar na escola quanto para atravessar o projeto pelas escadarias. As praças podem ser acessadas pela Rua Galvão Bueno, pela Américo de Campos e pela entrada lateral do casarão pela rua interna, paralela à Radial.

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PAVIMENTO TIPO O pavimento tipo foi projetado a partir dos eixos 6,5 e 8,5 metros. Com o espaçamento formado foi pensada a distribuição das unidades de apartamentos e de escritórios. A circulação dos apartamentos é feita por uma caixa de escada separada da estrutura principal da torre, formando um passeio paralelo a torre. Para essa circulação foi pensado um tratamento de fachada semi aberto, de forma com que haja circulação direta da ventilação. Essa fachada leste serve de proteção solar para os apartamentos voltados para a R. Galvão Bueno. A torre de escritórios também foi projetada a partir dos eixos, porém, de forma mais livre. Foram pensados inicialmente 2 escritórios com subdivisões internas livres. Essa configuração é apenas uma sugestão. A circulação é feita pela caixa de escada interna e se abre para a fachada norte. Tal fachada foi pensada como proteção solar para os escritórios. O corredor de circulação serve não só para a distribuição e acesso a toda torre, no caso da subdivisão total das áreas, formando escritórios independentes mas como uma segunda proteçao acústica, dando ao usuário a liberdade de controlar a abertura da caixilharia. Todos os escritórios foram desenhados encostados na fachada sul para melhor aproveitamento da luz natural, já que essa lateral não recebe grande quantidade de luz direta durante todo o ano. Sendo assim, a caixilharia envidraçada dá transparência ao edifício e os usuários podem observar o que ocorre nas praças internas.

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Pavimento Tipo

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UNIDADES Os apartamentos foram dispostos entre os eixos de pilares, formando entre eles áreas de 60 m2. As alvenarias entre pilares de 20cm de espessura foram pensadas para abrigar as instalações, de modo a organizar esses sistemas. Assim, todas as áreas molhadas estão desenhadas próximas ou mesmo nessas alvenarias. Pensando na variedade de famílias e modos de vida de hoje, o projeto de apenas um tipo de unidade tornou-se inviável. Por isso foram pensados 3 tipos de apartamentos: a unidade Família com 60m2, a unidade KiT com 30m2 e a unidade Duplex com 60m2. 0

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Família Localização das unidades

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Kit Duplex Varanda


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Unidade FamĂ­lia

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Unidade Duplex

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Há ainda uma 4a opcão que é a unidade Varanda com 60m2. Essa última foi projetada para os apartamentos de encontro entre as 2 torres. Após uma avaliação de insolação, foi constatado que esse pedaço da fachada receberia menor incidência de luz e maior proximidade com a fachada dos escritórios, por isso, um projeto duplex com varada que dá maior privacidade ao usuário.

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Unidade Kit

Unidade Varanda

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FACHADAS

Estudos de referĂŞncias_ casas japonesas antigas

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As fachadas foram projetadas a partir do seus usos. Ambas as fachadas internas, voltadas para a praça são formadas por módulos de 0.9 x 1.8 metros o que remete à modulação das antigas residências japonesas. São 5 tipos de caixilho e foram distribuídos de acordo com as necessidadesdas unidades. Os tipos 1 e 2 servem às unidades Família, Duplex ou Kit pois foram pensadas para ter um guarda corpo de 90cm e aberturas maiores na parte superior para uma boa ventilação dos dormitórios. Já o tipo 3 serve à unidade Duplex no pavimento inferior, nele se encontra a sala de estar que pode ter uma abertura um pouco menor mas mais horizontal, ocupando toda a extensão da sala. O caixilho tipo 4 é formado pelo guarda corpo de 90cm usado nas unidades Varanda. O tipo 5 foi pensado para os escritórios, possibilitando maior quantidade de aberturas pequenas que podem ser basculantes ou vidros inteiramente fechados, dependendo do espaço e necessidade. Foram pensadas para encaixe de vidros transparentes e foscos, criando um movimento na fachada. Para as fachadas de circulação foi pensado o uso de brises que proporcionam proteção solar e permitem transparência.

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0.2

Brise metálico

0.9

1.8

0.9

Tipo 1

Tipo 3

Tipo 2

Tipo 4

Tipo 5

Caixilho metálico_ vidro

0

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Sequência de fachadas

Caixilho modulado

Concreto

Brise metálico

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56 Rua da Gl贸ria

Galv茫o Bueno

Corte AA


Rua da Gl贸ria

Galv茫o Bueno

Corte CC

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Rua da Gl贸ria

Rua da Gl贸ria

Galv茫o Bueno

Galv茫o Bueno

Corte BB


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Conselheiro Furtado

Conselheiro Furtado


60 AmĂŠrico de Campos

Radial Leste - Oeste

Corte DD


Radial Leste - Oeste

AmĂŠrico de Campos

Corte EE

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ESCOLA DE CULTURA Transformar o casarão foi algo muito discutido no início do projeto pois nele funciona um serviço público, que é o distrito policial; a discussão maior era o que acarretaria para a região a retirada de tal serviço há tanto tempo instalado na área. Através de conversas com policiais surgiu a ideia de transferir tal serviço para alguma área já disposta pela prefeitura para uso futuro ( como colocado no início do trabalho). Segundo os profissionais que ali trabalham, a sede do distrito não tem ligação com nada no local, ela apenas precisa estar nos arredores da Catedral da Sé, podendo assim, ser transferida. Tal informação deu liberdade total para a ideia de reabilitação do edifício. O programa escolhido: escola de cultura surgiu durante os primeiros estudos sobre o bairro e a cultura japonesa. O bairro possui centros específicos como pequenas escolas, templos, restaurantes, museu da cultura japonesa, mas são centros fechados em pequenas salas. A ideia é projetar uma escola visível, que pedestres possam passar e ver, sentir e ouvir as aulas, assistir olhando pela janela uma aula diferente. A partir dessa inspiração todo o casarão foi considerado para projeto.

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PROJETO

O projeto partiu do estudo dos eixos da planta original de 1911, os eixos variam de 5m a quase 7m, possui alvenaria estrutural de aproximadamente 48, 17 e 30cm. Tais eixos foram considerados e a partir deles foram redesenhadas as plantas do projeto considerando as paredes principais, caixa de circulação. As alturas de pé direito foram retiradas da planta original, que possui um pequeno pedaço de um corte desenhado na época. Para a criação não se considerou qualquer regra ou lei de tombamento ou de restauro. Apenas algumas observações e decisões pessoais de preservação ou não de certas áreas e elementos.

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Planta original_rua da Gl贸ria 410_t茅rreo

Planta original_rua da Gl贸ria 410_1 pavimento

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5

0

Estudo dos eixos originais_ tĂŠrreo

0

66

5

Estudo dos eixos originais_ tĂŠrreo


Radial Leste - Oeste

AmĂŠrico de Campos

Corte FF

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O programa está dividido nos 3 pavimentos, sendo o 1o subsolo e o 1o pavimento de acesso privado da escola e o piso térreo como exposição e bares. O acesso a escola faz-se por meio de uma rampa que desce à cota 755 (cota da Rua da Glória) e se distribui em salas para as aulas. Nos 3 pavimentos, a área molhada está localizada no mesmo local, aproveitando as instalações. Para a iluminação dessa área-semi enterrada, foi pensada a instalação de caixilhos maiores para uma iluminação na parte superior dos corredores. A parte frontal, que leva à rua da Gloria será fechada, de forma com que o acesso seja apenas para a praça interna, virando para a rua apenas as salas de aulas. A caixa de escada original, com o elevador será de acesso restrito da escola, levando ao 1o pavimento, passando pelo piso térreo de exposições.

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4

0

5

Subsolo_ Escola

Caixilhos novos

0

Acesso praça interna

Recepção

Circulação vertical_ escola Sanitários

5

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O piso térreo de exposições foi posicionado dessa forma pois para ambos os lados, tanto com acesso para a praça interna quanto para a Rua da Glória, é o piso de maior visibilidade e mais fácil acesso. O acesso pela praça interna é feito através de uma rampa, chegando numa varanda com bares e a entrada do piso expositivo. Para a Rua da Glória o acesso é feio pelas escadarias principais da casa, valorizando esse elemento de tanto destaque na fachada.

70


0

5

Térreo_ Escola

Bar_restaurate

0

5

Acesso praça interna

Espaço de esposição

Sanitários

Acesso Rua da Glória

71


No primeiro pavimento está localizada a área administrativa e algumas salas. Esse pavimento possui uma abertura para o piso térreo de exposições de modo com que quem está na escola consegue ver e assistir o que ocorre no piso inferior.

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0

5

1 pavimento Escola o

Administração

0

5

Fachada nova

Circulação vertical_ escola

Sanitários

73


PISOS Durante o levantamento da casa foi constatado a existência de alguns materiais originais como vitrais, pisos, portas, janelas, ladrilhos hidráulicos. Alguns deles foram mantidos no projeto por serem considerados importantes para a estética original da casa. A casa possui ladrilhos hidráulicos nas áreas dos antigos banheiros, varandas de circulação e área de serviço. É nas varandas que eles se encontram em mehor estado.

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0

5

TĂŠrreo_ varandas conservadas

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A fachada dos fundos da casa - voltada para o projeto está parcialmente conservada. Ela é formada pela área avarandada, pelas portas avantajadas e pelo jogo de janelas altas. As portas do 1o pavimento foram retiradas e substituídas por caixilhos de alumínio, deixando a vista seu antigo batente. Para esse loca foi pensado a reabertura destas com o mesmo espaçamento das originais, porém, com materiais diferentes. Isso permite distinguir o antigo do novo, respeitando as proporções e linhas originais.

Térreo_ piso

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1 pavimento_ portas retiradas Foto: Arquivo pessoal


PRAÇA ALMEIDA JÚNIOR A intervenção na praça Almeida Júnior se iniciou também do estudo de fluxos , ela é um local de passagem de pedestres que descem da Rua da Glória para a Rua Conselheiro Furtado e essa passagem é feita hoje permeando as árvores ou pela calçada. A praça está em bom estado de conservação porém, sem muito uso. Para a intervenção foi pensada uma divisão clara de usos: passagem e lazer. A passagem não se modifica, continua descendo paralela à Rua Américo de Campos e o lazer se expande para a Radial em forma de decks de madeira. A intenção é criar espaços diferentes e que possam abrigar equipamentos públicos como equipamentos de ginástica usados ao ar livre.

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Como forma de questionamento de desenho urbano, foi proposto também o acesso de pedestre da larga calçada da Radial para o bairro por meio de escadaria permeado as árvores do talude. Essa transposição não é possível ser feita hoje, já que a praça possui grades na direção da Radial. Pensando no percurso do pedestre em todo o projeto, foi pensado um tratamento de calçadas padronizado para que o usuário não tenha a sensação constante de mudança de espaço. Assim, a praça ganha uma ligação física com o restante do projeto e o usuário ganha a sensação de continuidade durante o percurso.

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Praça_ decks


Tratamento das calรงadas

Foto:Arquivo pessoal

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Árvores existentes Lazer

Circulação

Praça Almeida Campos

Retirada das grades

80

Praça_ escadas


Para melhor entendimento de valores do projeto foram feitos alguns cálculos de áreas. A partir de tais dados foi possível conhecer a verdadeira dimensão dos edifícios e das áreas externas projetadas. Com esses dados e de usando indicadores percentuais atuais, pode-se calcular os custos e fazer comparativos com outros projetos ou até mesmo avaliar vantagens e desvantagens das dimensões e materiais.

T.O.= 4 C.A= 70

Fachada m2 máximo Projeto 794.32 13040 8388 Concreto 2264.31 0.7 0.34 Brise Caixilho 1302.35

GARAGENS 1SS 2SS 3SS 4SS

ÁREA

VAGAS 1120 1670 1670 1670

34 62 62 49 207

NÚMEROS DO PROJETO total

Projeto(m2) Área do projeto( sem praça) Área permeável Área pública Torres

3260 383 1092 771

264 6168

Casarão

740

2220

Lojas/wc praça

203 3429

Família 2aptos Kit- 1 apto Duplex _ 2 aptos Varanda- 1 apto

Torre Torre apartamentos Escritórios Circulação ( m2) Privativa

Unidade (m2)

Área total(m2)

Área molhada (m2)

Área molhada TOTAL(m2)

Piso(m2)

60 30 60 46

120 30 120 46

13 6 12 8

26 6 24 8

47 24 48 38

132 247

118 250

Pto Pto Piso Pto elétrica Pto elétrica Hidráulica( Hidráulica TOTAL(m2) (unidade) TOTAL unidade) TOTAL 94 24 96 38

15 10 15 10

30 10 30 10

5 5 8 5

TOTAL 8 pavimentos 2000 3976

Moradores

10 5 16 5

8 2 8 2

Usuários _escritorios

total por piso

316

64

252

80

36

20

50

total torre

2528

512

2016

640

288

160

400

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NOTAS 1_Citação inicial_GIOVANNETTI, B. Arquitetura Italiana em São Paulo. Consulado Geral da Itália, São Paulo, SP: Banco BNL do Brasil, 1994. 2 _Site da prfeitura de São Paulo: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/se/ 3_ SALMONI, Anita e DEBENEDETTI, Emma. Arquitetura italiana em São Paulo. São Paulo,SP: Perspectiva, 1981. pag 97

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REFERÊNCIAS

1_Edificio metrópole Salvador Candia e Gian Carlo Gasperini 1960 Foto: Cunha Junior, Jaime_ Edifício Metropole_Dissertação de Mestrado 2_Conjunto Nacional David Libeskind 1955 3_Conjunto KKKK Brasil Arquitetura 1996 Foto: Arquivo pessoal 4_ Residência Verdaguer_Barcelona_ Arqs: J. A. Marín, Juan Ávalos 5_Centro comercial em Roterdan-Holanda Foto: Arquivo pessoal 6_Praça em Lyon 2008 Foto: Camila Dottaviano

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7_ Antiga residência japonesa em Registro Fonte: Prefeitura Municipal de Registro


1

2 3

4

5 6

7

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CALDEIRA, V.; FANUCCI, F.; FERRAZ, M.; SANTOS, C. R. dos. Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz: Brasil Arquitetura. São Paulo, SP: Cosac Naify, 2005. CUNHA JUNIOR, J. Edifício Metrópole: um diálogo entre arquitetura moderna e cidade. São Paulo, SP: Dissertação de Mestrado, 2007. FUJIOKA, P. Y. Princípios da arquitetura organicista de Frank Lloyd Wright e suas influências na arquitetura moderna paulistana. São Paulo, SP: Tese de doutorado, 2003. BIBLIOGRAFIA

GIOVANNETTI, B. Arquitetura Italiana em São Paulo. Consulado Geral da Itália, São Paulo, SP: Banco BNL do Brasil, 1994. GONÇALVES, R. B. Arquitetura do imigrante japonês na cidade de Registro. São Paulo, SP: Dissertação de Mestrado, 2003. GUIMARÃES, Laís de Barros Monteiro. Liberdade. São Paulo, SP: DPH/AHM, 1979. (Série História dos Bairros de São Paulo, vol. 16). HERTZBERGER, H. Lições de Arqutitetura. São Paulo, SP: Martins Fontes,1999. LOURENÇO, M. C. F. São Paulo: visão dos nipo-brasileiros. São Paulo, SP: Museu Lasar Segall, 1998. MATSUMOTO, A. S. Mensagem turística para o bairro da Liberdade. São Paulo, 1974. SALMONI, Anita e DEBENEDETTI, Emma. Arquitetura italiana em São Paulo. São Paulo,SP: Perspectiva, 1981. VIÉGAS, F. F. Conjunto Nacional: a Construção do Espigão Central. São Paulo, SP: Dissertação de mestrado, 2004.

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