SOU FODA
DAS FAVELAS PARA O MUNDO... LUAN OLIVEIRA
LETICIA BUFONI
LUCAS ALVES
Um sonho realizado
O amador penetra
ÍNDICE 4 FELIPE GUSTAVO NO SKATE ARK 5 UM SONHO REALIZADO 8 A HISTÓRIA DE LUAN OLIVEIRA
10 SKATE NO BRASIL
12 O QUE É A ADEMAFIA
14 UM PENETRA NO MUNDIAL
No Japão, Felipe Gustavo fica em sétimo no Skate Ark O brasiliense Felipe Gustavo representou o Brasil no Skate Ark, competição de skate profissional em Kobe, no Japão. Felipe ficou na sétima colocação, numa final muito disputada e vencida pelo anfitrião Ryo Sejiri. A segunda colocação ficou outro japonês, Keyaki Ike, e em terceiro o canadense Ryan Decenzo. Sejiri é um dos principais skatistas da cena japonesa e um dos grandes embaixadores do skate no Japão. Ele foi convidado para organizar o Skate Ark dentro de um tradicional evento de BMX. O skatista foi o responsável pelo projeto da pista, formato e organização da competição de street. 4
Leticia Bufoni apresenta sua skatepark particular
O maior nome do skate mundial feminino realiza o sonho de ter uma pista de skate no quintal de casa. espaço no quintal para a construção de uma pista de skate.
A brasileira Leticia Bufoni é o maior nome do skate feminino do mundo na atualidade. E a prova disso não é somente o seu Instagram com mais de 1 milhão de seguidores. A paulista acumula importantes conquistas no skate, como suas três medalhas de ouro nos X Games. É também é a primeira campeã do Street League, já foi eleita a melhor skatista do ano pelos leitores da Transworld Skateboarding, é a primeira skatista a integrar a equipe internacional da Nike SB e recentemente quebrou outra barreira, sendo a primeira skatista convidada a participar do Red Bull Hart Lines. Após todas essas conquistas Leticia Bufoni conseguiu realizar um de seus maiores sonhos: ter uma casa própria com piscina na Califórnia e um belo
“Eu queria ter uma pista de skate desde que eu comecei a andar. É o sonho de qualquer skatista.” Leticia escolheu uma pista de skate de street com módulos de madeira e piso de concreto, como são feitas as pistas da Street League e X Games, além de arrumar um espaço para uma bela minirrampa, item essencial pra ela. “Eu queria uma pista em casa porque passo muito tempo viajando e as vezes não tinha tempo para sair e andar de skate, por isso queria algo para ficar em casa e que eu pudesse andar a qualquer hora.”
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A pista particular da Leticia é uma obra assinada pela Skatelite, mas a brasileira não ficou só olhando a construção de sua pista e meteu a mão na massa para realização de mais um sonho. Um dos grandes motivos da construção desta pista particular para a brasileira é para melhorar o nível de skate e aperfeiçoar suas manobras. “A razão de construir essa pista é para aprender novas manobras. Eu não sei o que ainda, mas vou aprender várias coisas novas! ” Se mesmo antes de ter ta em casa a brasileira já tória no skate agora com tepark particular o limite
uma pisfazia hisuma skaé o céu.
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Das favelas de Porto Alegre ao mundo, Luan transforma obstáculos em arte. De sobrevivente à artista das ruas, Luan Oliveira saiu das favelas de Porto Alegre e usou os obstáculos impostos pela vida como combustível para ganhar o mundo. Tudo começou aos nove anos, quando recebeu de presente do avô um pequeno e velho skate de plástico. Se atualmente ele é comparado a Neymar, alguns não imaginam a sua batalha em busca do reconhecimento. Conviveu com a violência, se virou sozinho e se manteve longe do crime e das drogas que assolava tantos jovens de sua região. Os pais o abandonaram após o seu nascimento, ele foi criado pelos avós e viveu em algumas casas até ser descoberto em um vídeo na internet, sendo logo alçado ao posto de fenômeno. Em 2007, fez as malas para viver nos Estados Unidos, passou a colecionar conquistas e a cativar o público com manobras mirabolantes no street.
Em 2007, fez as malas para viver nos Estados Unidos, passou a colecionar conquistas e a cativar o público com manobras mirabolantes no street. Tornou-se uma referência mundial e aposta para os Jogos de Tóquio 2020, embora admita que só iria à Olimpíada se o espírito livre do esporte for preservado. Hoje, se divide entre a terra natal e Long Beach, onde tem um apartamento e passa longos períodos de treino. Quando era um anônimo e treinava de forma incansável na pista do IAPI, na capital gaúcha, Luan pediu para uma loja de skate “patrociná-lo”. A ajuda era simples, bastava pagar as passagens de ônibus, geralmente, para o Rio de Janeiro ou São Paulo, que ele cuidava do resto. Quando era um anônimo e treinava de forma incansável na pista do IAPI, na capital gaúcha, Luan pediu para uma loja de skate “patrociná-lo”.
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A ajuda era simples, bastava pagar as passagens de ônibus, geralmente, para o Rio de Janeiro ou São Paulo, que ele cuidava do resto. Vendia os prêmios que ganhava, como televisores, aparelhos de DVD e até motos, para ajudar a família e trocava o que sobrava do dinheiro por mais passagens, taxas de inscrição, material e comida. A vida no sul do país era simples, jogando taco e futebol descalço. O skate era sinônimo de diversão, transporte e válvula de escape. Algumas vezes, depois das disputas, Luan varava as madrugadas andando de skate à espera do ônibus de volta a Porto Alegre com os amigos. Se a dedicação já era intensa desde o começo, passou a ser de 101% quando perdeu a avó que o criou em 2005. O gaúcho queria orgulhar a pessoa que mais o incentivou no esporte, seja nos momentos bons ou ruins. Sem medo do perigo, Luan se arrisca e domina como poucos a arte de andar e saltar sobre calçadas, corrimãos, bancos, escadas e espaços do ambiente urbano, palco de seu espetáculo. Não foi à toa que já foi diversas vezes escolhido o “Craque da galera”. Aos 17 anos, ele tentou a sorte em Los Angeles. Sem falar inglês, se virou e foi aprendendo na marra, algumas vezes, sem soltar uma única palavra por dias. Como tudo na vida, Luan soube tirar da experiência o lado bom. Não reclamava e só agradecia pela oportunidade de viver nos Estados Unidos e poder viajar o mundo fazendo aquilo que ama. Ele chamou logo a atenção ao ganhar disputas amadoras em Tampa, em 2008 e 2009. Tornou-se profissional em 2010, e carrega na bagagem conquistas como o Tampa Pro, quatro medalhas nos X Games e o ouro em Los Angeles e Nova Jersey. O próximo compromisso na SLS será em Tampa, nos 3 e 4 de março. Luan e o seu manager e coach, Rafael Xavier, embarcam no dia 21 para os treinos em LA.
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História do SKATE no Brasil A vinda do Skate para o Brasil. No meio de década de 1960, o skate chegava ao Brasil através de surfistas norte-americanos.No início, o skate era e scrito ao pé da letra, ou seja, era esqueite (foto acima da revista Esqueite), porém, com o passar do tempo, imperou o padrão norte-americano que é skate. O esporte aqui no país foi realmente dar o salto de qualidade na década de 1970. No final do ano de 1974, foi realizado no Brasil, o primeiro campeonato de skate, no Primeiro Clube Federal, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, foi inaugurada a primeira pista de skate do Brasil e da América Latina, na praça Ricardo Xavier da Silveira, em Nova Iguaçu, 10
Neste mesmo ano, foi inaugurada a primeira pista de skate do Brasil e da América Latina, na praça Ricardo Xavier da Silveira, em Nova Iguaçu, também no estado carioca. Em outubro de 1975, na Quinta da Boa Vista, também no Rio de Janeiro, foi realizado o primeiro grande campeonato de skate. Em 1976, começaram a aparecer as primeiras skateparks (pistas de skates). Neste mesmo ano, o skatista carioca, Flavio Badenes conquistava o título do campeonato realizado no Primeiro Clube Federal. Após este ano, o skate teve um declínio, porém voltaria com tudo na década de 1980. A década de 1980 foi muito importante para o skate brasileiro. Muitos acontecimentos ocorreram e isso faz com que o skate no Brasil desse
um grande salto. Em 1982, começava a disputa do Campeonato Brasileiro de Skate do Bowl, no Itaguará Country Club, em Guaratinguetá, São Paulo que durou de 1982 a 1987 com mais de 380 competidores participando em diversas modalidades. Em 1985, era realizado o campeonato brasileiro do Itaguará e contou com a presença do norte americano Tony Alva e Dave Ducan. Além disso, neste evento houve a inauguração da revista Overall. Em 1986, a delegação brasileira de skate participou do Campeonato Mundial no Canadá. Além disto, a equipe brasileira de skate foi à Alemanha participar da etapa principal do mundial de skate, na cidade de Munster, conquistando um quarto lugar na categoria profissional com o skatista conhecido como o japonês voador, Lincoln Dyo Ueba. Na década de 1990, a modalidade street se tornava uma das mais fortes, pois os skatistas não tinham que depender de pistas para andar. Além disto, as manobras também evoluíram e ficaram bem mais diversificadas. Os shapes ganharam nose e uma nova forma. Os trucks ficaram mais leves e as rodas menores, o que facilitou muito para realizar as manobras. Nesta época, muitos canais de Televisão, revistas e sites, começaram a divulgar o esporte. Isto influenciou no crescimento do esporte. No ano de 1997, o skatista brasileiro, Robert Dean da Silva, o famoso Bob Burquist, foi eleito o melhor deste ano em todo o mundo. Já no ano 2000, foi criada a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) e com isso houve a construção de centenas de pistas de skate pelo Brasil. Neste ano, uma pesquisa da Data Folha constatou que no Brasil havia mais de 2,7 milhões de praticantes do skate. De acordo com a própria Confederação Brasileira de Skate, hoje, o Brasil conta com mais de 300 competidores profissionais e cerca de 10 mil categorias de base.
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Ademar Lucas é um dos skatistas mais carismáticos do Brasil. O moleque está sempre contagiando as sessões com seu astral único. Local do centro do Rio de Janeiro, Luquinhas é um dos ativistas que botam a cena do Rio de Janeiro positivamente entre os lugares mais divertidos do mundo para se andar de skate. Enquanto algumas cenas focam em realizar competições, há alguns meses Luquinhas e os amigos vem realizando festas em picos e pistas cariocas, o Baile do Ademar, para manter a essência do skate acesa. Numa dessas festas surgiu a ideia da Ademafia.Fazem mais ou menos seis meses que surgiu a Ademafia. A ideia era unir forças para movimentar a cena do skate carioca.
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Penetra entre os tops o skatista amador que ficou em 3º lugar no Mundial do Rio. “- Estou competindo desde terça-feira, corri cinco ou seis fases, mas consegui andar bem, dei o meu melhor todo dia e fiquei em terceiro lugar no final. Por tudo o que aconteceu, está mais que perfeito para mim. Nem imaginava ficar no pódio com todos esses profissionais. Imaginava tirar o meu melhor, mas disputar a final não passava pela minha cabeça.”
Quando se inscreveu no STU Open, o curitibano Lucas Alves esperava apenas dar o melhor de si, uma vez que a competição contava com fases classificatórias disputadas apenas por skatistas amadores. Como num passe de mágica, o jovem skatista de 19 anos foi passando de fase até se tornar o único não-profissional a chegar à final. Não bastasse disputar uma decisão de etapa de Mundial ao lado dos tops, Lucas ainda coroou o bom momento com um surpreendente e histórico terceiro lugar no Rio, terminando na frente até mesmo do seu mentor no skate profissional. 14
Diferentemente dos outros sete finalistas deste domingo, o curitibano teve de encarar quatro fases antes de chegar à semifinal, no sábado. O round 1 classificou 12 amadores para o round 2. A partir de então, os 24 classificados (12 do Round 1 + 12 pré-classificados nas seletivas estaduais) se enfrentaram por oito vagas na fase seguinte. No round 3, os oito amadores classificados no round 2 se juntaram aos competidores profissionais (brasileiros e estrangeiros) previamente inscritos. Classificaram-se os 30 melhores resultados para o round 4, penúltima fase antes da semifinal.Lucas começou a andar de skate há sete anos em Colombo, cidade satélite de Curitiba,
por influência de alguns amigos de bairro. Os primeiros anos no esporte foram mais voltados para a diversão. Aos poucos, porém, a coisa começou a ficar séria, e o jovem de fala tímida passou a se aproximar de alguns tops do skate, dentre eles o paulista Kelvin Hoefler. Pentacampeão mundial pela World Cup Skateboarding (WCS) e campeão do Supercrown da Street League Skateboarding (SLS) , Kelvin acabou sendo uma espécie de mentor de Lucas na elite do skate. Recentemente, o curitibano passou cinco meses na casa do top em Los Angeles, Estados Unidos. Neste domingo, a “criatura” acabou deixando para trás o “criador”, uma vez que Lucas ficou em terceiro e Kelvin em sexto.
“- Fiquei cinco meses na casa do Kelvin em Los Angeles, treinamos muito forte e eu acabei aprendendo muito com ele. Foi muito bom disputar uma final com ele, uma coisa que me deu uma animada. Desde que comecei a participar de competições de nível, fui a dois campeonatos fora do país. Agora, com o dinheiro que ganhei aqui, vou poder disputar as etapas da Europa do Mundial de Street.”
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