Protocolo pesquisa

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EXPERIMENTO COM NOVO MANEJO DO CAFÉ (SISTEMA SMSD) PROTOCOLO A SER SEGUIDO PELO COLABORADOR VOLUNTÁRIO Para experimentar o novo sistema de manejo do café cereja (Natural ou CD), agora denominado SMSD, o colaborador (a) deve avaliar a sua infraestrutura atual e, com critério, estudar as possibilidades de realizar o experimento de forma econômica. Se você gostar da experiência e desejar adotá-la no futuro, estaremos ao dispor do colaborador para auxiliá-lo na adaptação. O ideal seria projetar, em função de sua topografia, um novo “layout” ou construir uma nova infraestrutura para que a sequência operacional (colheita, pré-limpeza, recebimento, limpeza, preparo, secagem e armazenagem) não gerem problemas de estrangulamento ou gargalo e nem exija trabalho noturno na propriedade. Por favor, não se preocupe agora. Se achar interessante, faça um experimento maior para a safra 2020/2021 com 2.000 litros de frutos (quatro sacas beneficiadas). Tente aprender com essa experiência e esqueça os palpites de curiosos ou pessoas maldosos. Estamos estudamos esse assunto desde 2005 e estamos sempre aprendendo. Para o experimento atual, você vai necessitar de uma caixa d’água de 500 litros com registro (Figura 1). Pode-se, também, usar uma mangueira e fazer um sifão para drenar a água todos os dias. Se puder, coloque um pano ou uma espécie de tela, na entrada do registro ou do sifão, para não puxar frutos de café.

Caixa com registro

caixa com sifão

Figura 1 – Caixa de 500 litros para imersão do café em água por 120 horas com troca diária. Para que tudo ocorra dentro da normalidade, pedimos ao colaborador aplicar as boas práticas de pré-processamento como: colheita (colheita de frutos maduros e com o mínimo de verdes), limpeza e lavagem do café (separando os frutos boias). É a partir do café maduro e de alta densidade (ausência frutos boias) que o café deve entrar no sistema SMSD, que nada mais é que a manutenção dos frutos pesados ou de alta densidade, imersos em água por cinco a sete dias com troca diária da água (Não é necessário trocar a água no sábado e domingo). Se puder, utilize a água para fertirrigar (aplique 8 litros de água por m 2 em uma fileira de plantas próximas ao pequeno experimento). O uso final da água, em caso de adoção da técnica, já está adiantado e o modo e dosagem de aplicação já em preparo para divulgação.


Para o futuro, em caso de adoção da técnica, a mudança deve ser pensada e adaptada para que o sistema de imersão seja instalado entre o lavador e o sistema de secagem para a produção de café natural (coco) ou entre o lavador e o despolpador para produção do cereja descascado (CD) e também do verde descascado (VD), depois de uma segunda regulagem do despolpador, para descascar os frutos verdes que saíram na bica de verde quando no despolpamento das cerejas maduras. Os verdes que não descascaram na segunda passagem, seriam classificados como defeitos em um sistema bica corrida. O sistema SMSD, muito semelhante aos sistemas tradicionais, “via seca” e “via úmida”, usados atualmente, passará a ter configuração como mostrada na Figura 2, onde foi introduzida a unidade de tratamento prévio dos frutos por imersão em água. A secagem combinada, em silo, é para o futuro, o colaborador já pode começar a pensar na adaptação, em caso de sucesso com o experimento atual.

Figura 2– Esquema do preparo do café com imersão prévia dos frutos em água limpa. Como o que se deseja é reduzir a respiração e eliminação dos componentes que facilitam o desenvolvimento de microrganismos, a água deveria ser trocada de forma contínua. Como se gastaria muita água optou-se pela troca periódica como mostrado na Figura 3, obedecendo a interrupção do trabalho no sábado e no domingo. Para economizar, a água de imersão pode ser enviada para o lavador e para o despolpador antes de ser usada em fertirrigação. Caso seja usado o despolpador, o café CD deve ser lavado em água limpa antes de ser enviado para o processo de secagem.

Figura 3 – Esquema para troca de água. 2.0 – SECAGEM Para secar as amostras do experimento atual, o colaborador pode usar o terreiro de cimento ou o terreiro suspenso. Caso use o terreiro de cimento, ele deve ser bem higienizado e o café não deve ser pisoteado, principalmente no inicio da secagem quando a casca do café está muito mole. Cuide para que a altura da camada, no terreiro, não seja superior a 3 cm. À medida que a secagem ocorre, o uso do terreiro deve voltar a ser igual ao processo normal e com bastante cuidado para não sofrer com chuvas eventuais ou o sereno. Se usar o


terreiro suspenso, ele deveria ter uma cobertura transparente em caso de chuva e proteção para a noite. No experimento atual, vamos trabalhar apenas com café natural. A quantidade de café (250 litros de cereja) é muito pequena para trabalhar com o despolpado. Caso tenha um despolpador pequeno ou similar ao da (Figura 4), que é ideal para cereja madura, pode-se optar pelo CD. Neste caso vai ter que usar o dobro de café, ou seja, mais 250 litros. Para o trabalho atual, o ideal seria o café natural ou “coco”.

Figura 4 - Despolpador horizontal para pequena capacidade e para cereja madura. Com a imersão prolongada (cinco a sete dias), a casca do fruto de café fica bastante amolecida e facilita o despolpamento. Por outro lado, o espalhamento inicial dos frutos em terreiro tradicional, para café natural, poderia ficar prejudicado pelo pisoteio ou pela passagem de máquinas. Porém, se a secagem acontecer em dias bastante ensolarado e se a altura da camada de café não for superior a 3 cm, a secagem inicial acontecerá rapidamente e no terceiro dia já se pode formar as mini leiras com o rodo raspador e, deste ponto em diante, a secagem acontecer de forma tradicional. A Figura 5 mostra a diferença entre camadas de café, submetidas à técnica de imersão, que foi exposta (camada fina) durante 24 horas (sol e sobra) e uma camada exposta por apenas 60 minutos. Para o experimento, o revolvimento deve ser manual (a quantidade de café é muito pequena)

APar abén

Bbén s, Figura 5 – Aparências dos frutos expostos por vinte e quatro horas (sol e sombra) (A) e de cafés expostos por uma hora ao sol após imersão (B). Observando, também, os detalhes da Figura 6 e da Figura 7, vê-se que existe grande redução no volume do fruto seco com o tempo imersão. Apesar de o volume do café, submetido à técnica de imersão ser, ainda, um pouco superior ao volume do despolpado equivalente, a redução do volume do café natural permite que, ao atingir umidade inferior a 20% na secagem em terreiros ou em pre-secadores, pode-se, no futuro, usar a secagem complementar em silo, durante o armazenamento e com ar natural. Outra opção seria usar os secadores “tipo caixa” com altura superior a 1 m e sem o uso da fornalha (coisa para o futuro). Se no futuro o


cafeicultor optar pela secagem combinada, em silos com ar natural, sugere-se leitura detalhada do material encontrado no endereço: https://issuu.com/juarezufv/docs/secagem_em_silo_2012

.

Figura 6 – Tamanho dos frutos secos imersos em água por diferentes períodos, após secagem.

Figura 7 – Redução do volume do fruto seco em função do tempo de imersão.

PASSOS A SEREM SEGUIDOS PARA A REALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO Passo 1 – Colher o café com o mínimo possível de frutos verdes ou se possível diminuir o número de verdes por catação. Separar em água os frutos boias. Os frutos boias não farão parte do experimento (revolver bem os frutos pesados dentro da caixa para eliminar boias). Passo 2 – Da caixa com água, retire 3 amostras casualizadas de 5,0 Litros de frutos (A1, A2 e A3). Em seguida, usando uma vasilha bem calibrada, o peso de um litro de frutos. Para tal, deixe os frutos caírem na vasilha de uma mesma altura (figura 8 a) e use uma régua para nivelar os frutos dentro na vasilha de medição (Figura 8 b). Não vibrar a vasilha de medição para evitar compactação e erros. Repita três vezes e registre os valores, descontado o peso da vasilha (P1LA1, P1LA2 e P1LA3). Volte os materiais para as respectivas amostras (sempre misturando bem). Passo 3 - Pese cada amostra de 5 litros (PA1, PA2 e PA3). Se você mediu os 5 litros corretamente, os pesos (PA1, PA2 e PA3) serão praticamente iguais.


Passo 4 - Retire, ao acaso, 300 frutos de cada amostra (300FA1, 300FA2 e 300FA3) e obtenha os pesos (P300FA1, P300FA2 e P300FA3). Mantenha registo escrito e fotográfico. Passo 5 - Ponha as amostras (A1, A2 e A3) para secar (marque hora, data e mantenha registros (observações escritas e fotográficas)). Se puder, as amostras (A1, A2 e A3) podem ser pesadas a cada 24 horas até o final da secagem e registrando, em nota à parte, os valores. Pode-se assim obter a curva de secagem. Passo 6 – Remover/Renovar a água da caixa de imersão a cada vinte e quatro horas. Antes de remover, diariamente, a água, misture bem os frutos com uma espécie de remo de madeira e colete, diariamente, um pouco de água em uma garrafa PET incolor e faça um registro fotográfico (caixa e garrafa), A quantidade de água de renovação deve ser o suficiente para cobrir os frutos de café (+- 2 cm). Mantenha registros (escrito e fotográfico). Passo 7 – Após 120 horas de imersão, separar os frutos, da caixa, em três partes iguais (AF1, AF2 e AF3) e levar para secar. A secagem deve ocorrer como a feita para as amostras iniciais (A1, A2 e A3). Antes de iniciar a secagem final, deixar escorrer bem a água superficial. Não se esqueça de pesar as amostras depois de escorrer a água (15 a 20 minutos). Passo 8 – Ao final da secagem, repita os passos 3 e 4. Passo 9 – Ao final do trabalho (20 dias de secagem), enviar para a UFV, 1 kg de cada amostra (A1, A2 e A3) e 1kg de cada amostra final (AF1,AF2 e AF3). Se puder, faça o georeferenciamento da propriedade. Juarez de Sousa e Silva, Departamento de Engenharia Agrícola Universidade Federal de Viçosa 36570-000 Campus da UFV, Viçosa – MG

a) Enchendo o litro Figura 8 – Determinação do volume de um litro para pesagem.

b) nivelando


Exemplo de preenchimento (Os valores são suposições. Use valores determinados no experimento), PRODUTO

Data H

Condições Inicial A1 – 5litros A2 – 5litros A3 – 5litros CondiçFinal IMERSO 120 I 1 - 1/3 do Resto I 2 - 1/3 do Resto I 3 - 1/3 do Resto SECO AF1 AF2 AF3

16:00

15:00

17:00

D 10

15

28

M

Peso 5 litros (kg)

Peso 1 Litro (g)

Peso 300 Frutos (g)

OBSERVA ÇÂO

3,30 3,20 3,25

670 700 680

427 415 418

Inicio secagem 17:40

3,45 3,47 3,50

675 705 690

430 420 417

Inicio da secagem 17:00

2,30 2,25 2,18

415 425 417

150 147 152

Peso 5 litros (kg)

Peso 1 Litro (g)

Peso 300 Frutos (g)

04

04

04

Primeiro dia (Início) PRODUTO

Data H

D

M

OBSERVA ÇÂO

Condições Inicial A1 – 5litros A2 – 5litros A3 – 5litros CondiçFinal IMERSO 120 I 1 - 1/3 do Resto I 2 - 1/3 do Resto I 3 - 1/3 do Resto SECO AF1 AF2 AF3

Link https://docs.google.com/document/d/e/2PACX-1vQ4hR3ahts8ghe1LuNo7o8JKBQk7qTqiKHKjFTEb4r7qfJVV1bDHiHiIa9qkwZmTHOFZME7Gw4QGd2/pub


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