texto Julia Lima
ilustrações Felipe Fernandes
Não adianta nem tentar domesticar
Na floresta, no deserto ou na sua casa em maricá o monstro que é selvagem, selvagem ficará. Leia esse livro com atenção
para não ser pego de sopetão.
Cuidado com o
Papo-Pequeno da Patag么nia.
De pequeno s贸 o nome,
n茫o chegue muito perto na hora da fome.
A cobiçada Demétria
é uma espécie muito charmosa que mora no alto
de uma montanha rochosa.
Ninguém sabe onde fica a tal montanha, e se soubessem...
seria uma confusão tamanha!
Atrás da folhagem
mora essa criatura selvagem com vocês, o Orelhal: No verão come mamão
e no inverno come mingau!
Depois de dias no deserto
você encontra o carente Romerto. Ele não cansa até contar
a grande história de sua andança. Nesse intermédio
procure não morrer de tédio, tricote umas meias
para aquela tia em Ribeiras.
Para pegar o arisco Alaide vocĂŞ precisa de duas coisas,
muita paciĂŞncia e algum chocolate. Misture tudo numa bacia e logo, logo, o arremate.
Não é um monstro de sorte,
o crista-dourada-do-norte,
espera a carta que não vem
de uma Demétria sem coração e sempre fica sem ninguém chorando no portão.
A mordida do Romoposo pode ser fatal, mas se carrega dentes de Romerto, não há de fazer nenhum mal.
Ferva bem em um chá e beba antes de coar. Mas veja bem, muito cuidado para o dente não entalar.
A Perpétua
Aquática
É uma variedade problemática. Sua única certeza
é que se jogá-la na água
ela não guardará nenhuma mágoa
O Demiurgo
é um ser muito amoroso. Nada ele odeia,
tudo ele acha gostoso.
Só não suporta beterraba, e eu também não.
Pode perguntar para qualquer um o monstro mais babão
é o sonolento Pepum. E não é baba pouca não,
da sua boca cai um cascatão.