caderno de processo - tgi I jĂşlia coelho kotchetkoff
problemática
Este trabalho concentra-se em questionar a lógica enclausurada das cidades. A qual pode ser percebida tanto na escala urbana, como na relação dos edifícios com seus acessos à rua e, assim, ao espaço público, e também no modo de se construírem edifícios em si. Os espaços, e consequentemente a vida que transcorre neles, mostram-se cada vez mais fechados a interferências externas de quaisquer naturezas. Vive-se isoladamente, salvaguardandose de 'ameaças'. Muitas vezes na tentativa de se guardarem de possíveis perigos, as pessoas e seus espaços, ou os espaços e suas pessoas, separam-se drasticamente de qualquer agente ou ação desconhecidos. Nisso transformam-se em 'ameaças': pessoas comuns, a chuva, a vivacidade das ruas, o Sol, entre outros que possuem a característica de não poderem ser totalmente controláveis. É inegável que muitas cidades estão violentas, sujas, barulhentas, poluídas, feias. Não parece agradável abrir-se a tal contexto. Contudo, será que negar essa situação e fechar-se em um novo mundo asséptico e climatizado é a melhor, ou a única opção?
ISOLAMENTO LIVRE TRÂNSITO MISTURA DIVERSIDADE
A morfologia urbana vem transformando-se, gerando cada vez mais restrições para o acesso aos espaços. Empreendimentos chamados condomínios, tanto verticais como horizontais, geram quilômetros de barreiras nas cidades brasileiras. Por onde eles passam, as ruas tornamse somente acessos, e portanto vazias de pedestres e repletas de automóveis. Fato que é reforçado pela usual distância, o que dificulta meios alternativos de locomoção, e dependência de outros setores da cidade. Que seria, ou será, da cidade se funcionasse como um todo dentro dessa lógica? Não é possível ocupar a cidade almejando retomar ou criar um funcionamento que afirme o livre acesso, a mistura e o dinamismo próprios de um contexto urbano?
a cidade
HABITAR
IR E VIR
ISOLAMENTO SUCESSテグ DE BARREIRAS
TRABALHAR
o cotidiano na cidade
O movimento cotidiano nas cidades mostra-se enclausurado. Consiste na sequencial passagem de um espaço fechado para outro, com pouco aproveitamento dos lugares abertos. Isso se deve , no que toca a arquitetura, a dois fatores. Primeiro às longas distâncias a serem percorridas para se ir de um local a outro, devido à setorização por uso das cidades, provinda da lógica da cidade moderna. Questão que se intensifica com o aumento da expansão horizontal. Para compridos percursos é necessário ou facilitador o uso de automóveis, os quais englobam seus usuários em uma esfera a parte do entorno, e também multiplicam as barreiras nas cidades. Segundo devido ao confinamento provocado pela forma e escolha de materiais dos próprios edifícios onde a população mora e trabalha. E, portanto, onde passa a maior parte de suas vidas.
Vivemos a maior parte de nossas vidas abrigados. O piso, as paredes e a cobertura protegem das interpéries exteriores e conferem conforto. No entanto, até que proporção o abrigo deve ser fechado ao que acontece do lado de fora? Até que ponto isso é confortável? Fora isso, quando há aberturas, por que elas são feitas praticamente sempre da mesma maneira? E será que os materiais e sistemas construtivos que são majoritariamente utilizados são os melhores, ou a única opção, para se travar um contato entre atmosfera interior e exterior?
os espaços do cotidiano
proposta
EXTERNA
externo NATURAL
vista sons luz vento sol seres vivos chuva cĂŠu ambiente
HUMANO
externo
din창mca urbana vizinho movimento da rua diversidade de pessoas
NATURAL
Como trazer o contato com o ambiente natural para o contexto da cidade? É de praxe que a arquitetura ligada à natureza ocorra em terrenos deslocados do cenário urbano, para usos extra-cotidianos e em baixos gabaritos. Pode-se pensar na possibilidade de tal conexão ocorrer no meio da cidade, na verticalização, abrangendo usos mistos?
externo HUMANO
De que forma a configuração dos espaços influencia no comportamento das pessoas? Espaços segregados não reforçam o i s o l a m e n t o e o individualismo? Pode-se pensar em mudar a postura do edifício em relação à cidade, ao espaço público, ao acesso? E cogitar que com isso o posicionamento das pessoas quanto a tais fatores também seja alterada?
Para materializar as intenções já expostas, irá se trabalhar na escala do edifício. Acredita-se que por trabalhar com lotes urbanos, inseridos na malha, que são por muitas vezes interstícios, se está valorizando a tentativa de ocupar o urbano, densificando-o, ao invés de intensificar a expansão horizontal. É um parâmetro de importância na escala urbana, portanto. Ao propor o uso misto, dedica-se a intensificar o livre acesso, e assim maior convívio entre edifício e rua. Propõe-se também a aproximar as ações da vida cotidiana, a fim de que o translado entre seus respectivos espaços não tenha de ser mais um momento de confinamento. A preocupação em projetar na verticalidade provém da percepção de que é nessa situação que o espaço interno do edifício menos consegue manter contato com o entorno exterior, considerando o cenário das torres que preenchem as cidades brasileiras.
lote urbano
objeto a ser projetado
uso misto
PARÂMETROS
verticalização
condição da torre urbana
alta porcentagem de fechamentos pouca exploração dos materiais alto índice de varandas inutilizadas e inutilizáveis artificialidade dos materiais mesmice no modo de criar aberturas alta porcentagem de opacidade
repensando a torre
maior aproximação com o exterior natural
repensando a torre
materialidade e distribuição interna
repensando a torre
acerca da estrutura e da vedação
Conceber um edifício que possa servir de referência em suas estratégias: no modo de pensar seu contato com o ambiente externo, na proximidade com o natural e sua materialidade própria, no questionar a realidade das torres hoje. A implantação em um lote urbano comum mostra que os anseios apresentados não precisam de um terreno espetacular ou único para serem materializados, e reflete o desejo de que tal modelo de pensamento seja reproduzível.
idealização
verticalização para uso que requer maior privacidade - residencial usos menos restritos - serviços e comércio - localizados em edifícios mais baixos e próximos do movimento da rua exploração de materiais, incluindo combinação, em espacial na verticalização, de sistemas industrializados, a fim de atingir a altura com maior facilidade, e artesanais / naturais em cada pavimento uso livre a partir da rua e uso comum do térreo
modelo genérico
materialização
Em um primeiro momento foi pensado um modelo genérico que materializasse os parâmetros apresentados. Tal esquema seria posteriormente desenvolvido para cada situação urbana, englobando as variações necessárias. No próximo momento será definido o terreno no qual tal modelo será aplicado e refinado conforme as especificidades locais.
escolha do tipo da cidade
O alvo do trabalho são as c i d a d e s m é d i a s , em especial aquelas que apresentam alto, e muitas vezes rápido, crescimento, em população e importância. No geral, nelas ocorre intensa expansão horizontal, com condomínios horizontais e verticais de vários padrões econômicos. Ela é indesejável pois, além de criar gastos com infra-estrutura, dificulta o dinamismo da cidade. Se o que se busca com o afastamento é segurança, tranquilidade e vida mais ao ar livre isso estaria propiciado por esse modelo de torre, juntamente com as facilidades que a proximidade dos centros oferece. Também é ali que existem consideráveis vazios urbanos e longas discussões da necessidade de ocupá-los.
materialização
escolha da cidade - Ribeir達o Preto
materialização
Ribeirão Preto apresenta as características citadas acerca das cidades médias, e abundantemente. Fora o crescimento populacional, é notável a quantidade de obras com impacto e importância, em especial na linha da expansão horizontal. Um visível número de torres com cerca de trinta pavimentos estão em construção na fronteira urbana, no eixo que leva ao novo shopping, também em execução. Além disso novos condomínios horizontais nascem para acrescer aos existentes, variando o padrão econômico. Como uma contestação a tal movimento, existem vários bairros consolidados com pouca dinâmica urbana que possa ser vista nas ruas, devido ao fechamento de cada habitação ou estabelecimento, visando a segurança. Adensamento e abertura nesses locais seriam alternativas à expansão. Não só isso, como a ocupação de alguns grandes vazios urbanos, existentes e sob constante discussão. Por fim, como em outras cidades brasileiras, encontra-se ali uma maneira de se construir torres que, além de serem inapropriada ao clima quente, com imensas fachadas de vidro, confina seus usuários, sem os permitir usufruir das experiências externas.
escolha do terreno na cidade
materialização
O terreno para projeto encontrase junto a um grande vazio urbano cuja ocupação já está planejada. Trata-se da gleba adjacente ao Parque Municipal Prefeito Roberto Jábali, ‘o último grande terreno no coração da cidade’ segundo notícias. Portanto, a escolha do local valoriza a ação de ocupar o interior ao invés de somente expandir. E não deixam de ser interessantes as propostas para a utilização da área: uso misto, com foco maior em escritórios, combinação de diferentes gabaritos, e um maior contato com a natureza. Isso devido à lógica da proximidade com o parque. Essa implementação, com diretrizes semelhantes àquelas deste trabalho, será feita em grande escala. Será interessante, dessa forma, observar o diálogo ou não entre parecidas intenções aplicadas em um lote urbano e um uma enorme gleba. E também a maneira com que essa gleba irá comunicar-se com os bairros de seu entorno, preferencialmente residenciais e marcando como seu final o início da grande área hoje verde. O terreno escolhido irá atuar nessa conversa, fazendo uma proposta, uma vez que se situa na fronteira entre os dois espaços, adensando e reforçando o convívio de cidade no bairro e preparando o n a s c i m e n t o d e u m processo de urbanização.
terreno
curso d’ågua mata ciliar gleba
situação
projeto
preservação do curso d’água e da mata e garantia do uso desse espaço, com a previsão de um parque linear aberto à população
extensão de rua existente e construção de ponte, criando ligação entre bairro e novo empreendimento a ser construído ações territoriais
projeto
verticalização para uso que requer maior privacidade - residencial usos menos restritos - serviços e comércio - localizados em edifícios mais baixos e próximos do movimento da rua uso livre a partir da rua e uso comum do térreo
ações nos edifícios
projeto
exploração de materiais, incluindo combinação, em espacial na verticalização, de sistemas industrializados, a fim de atingir a altura com maior facilidade, e artesanais / naturais em cada pavimento
ações nos edifícios
projeto
conjunto projetado curso d’ågua mata ciliar
gleba
bairro existente, preferencialmente residencial
implantação
projeto
implantação cortes do eterreno corte
projeto
implantação e corte do edifício
projeto
vistas
projeto
vistas
projeto
vistas
projeto