acolhimento e bem-estar
ANIMAL juliana cestaro garcia orientação: samir hernandes tenorio gomes trabalho final de graduação unesp | faac | bauru. fevereiro 2016
Agradeço à minha mãe, irmãs e família pela compreensão e pelo apoio na faculdade e na vida, ao André, amado companheiro, pelo incentivo e infinitas ajudas que me ensinaram tanto, ao meu orientador Samir e co-orientadora Kelly, sou grata por terem me guiado e instruído nesse TFG e em toda minha graduação, por fim, às minhas amigas e companheiras da faculdade Larissa, Letícia, Maíra e Thais que fizeram esses anos mais divertidos e prazerosos.
sumário
INTRODUÇÃO P.06 CENTRO P.07 MÉTODO P.08
01 P.09 CONTEXTO ABANDONO
02 P.13 ABANDONO EM BAURU
03 P.21 ABRIGOS INTERNACIONAIS
04 P.32 MODULAR ARQUITETÔNICA E FLEXIBILIDADE
05 P.40 TERRENO E PROGRAMA MÍNIMO
06 P.46 PROJETO: DESENVOLVIMENTO E EXECUÇÃO
07 P.84 ESTRUTURA, MATERIAIS, PAISAGISMO E HIGIENE
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P.108
P.110
CONSIDERAÇÕES FINAIS 09
juliana cestaro garcia orientação: samir hernandes tenorio gomes
trabalho final de graduação unesp | faac bauru . fevereiro 2016
BIBLIOGRAFIA
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introdução
centro
Este trabalho visa explicitar à importância do assunto na atual temporalidade e como a arquitetura pode contribuir, juntamente com a sociedade, governos e políticas públicas, através de discussões e projeto de um ambiente que atenda as necessidades básicas de um animal.
A criação de um Centro de Acolhimento e Bem -estar animal é relevante por duas questões principais: a Saúde Pública e Animal e o desenvolvimento de um modelo de arquitetura, como já existente nos países do exterior, voltado à questão animal no Brasil.
Os bichos de estimação estão, ultimamente, ganhando muito espaço nas famílias brasileiras. Em um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2013, foi mostrado que o número de cães e gatos residentes nas famílias superou o número de crianças: a cada 100 famílias no país, 44 criam cachorros e apenas 36 têm crianças. A pesquisa também apontou a existência de 52 milhões de cães, contra 45 milhões de crianças de até 14 anos. Segundo a revista VEJA, esta situação brasileira é semelhante à países como Japão, que possui 16 milhões de crianças contra 22 milhões de animais, e os Estados Unidos com 38 milhões de crianças e 48 milhões de cães. (VEJA, A casa agora é dos cães – e não das crianças, 04/06/2015). Para BECK (1996), as atividades cotidianas de um lar estão cada vez mais voltadas aos animais e eles participam dos gastos, planejamento, socialização entre pais e filhos, afetividade além de serem considerados como membros da família. A convivência entre seres humanos, cães e gatos é relatada há milênios como um comportamento de abrangência global (BECK,1973; INSTITUTO PASTEUR, 2000; FORTALEZA, 2006). Os estágios iniciais de domesticação dos cães, provavelmente, ocorreram há mais de 12.000 anos e acredita-se que foi a primeira espécie domesticada pelo homem. A domesticação dos gatos é bem mais recente, pois apesar de existirem representações de felinos em artefatos egípcios datados de 2.600 anos A.C., não se
pode determinar se nesta época já estavam domesticados ou não. Evidências indicativas da domesticação dos gatos são encontradas em esqueletos egípcios de 1.600 anos A.C. (YOUNG, 1985 apud D.’ANDRERRA, J. P. M.,2012) Para DA SILVA (2005), os animais de companhia, como cães e gatos, vêm aumentando nas grandes cidades e o motivo maior para obter um animal doméstico se dá por vezes através da mídia e de modismo, o que acarreta em precipitadas decisões sem considerar as reais responsabilidades que seu dono deve possui como: despesas com alimentação, tra tamento de saúde, adequação do espaço físico para convivência e confortável permanência e disponibilidade de tempo para interagir, criar vínculos e afetividade com o animal. Animais errantes são aqueles que não possuem guardiões ou que transitoriamente vagam pelas ruas sem supervisão humana (GUILLOUX, 2001)
imagem do projeto tridimensional proposto. Gerada pela autora, 2016.
Os cuidados adequados com os animais são uma questão ética cada vez mais discutida em nossa sociedade, devido às interações homem -animal cada vez mais estreitas, que levam a grande importância de uma vida digna à eles e também, essencial para evitar problemas de saúde pública como, por exemplo, a endemia da Leishmaniose ou Úlcera de Bauru. Acima de tudo, recolhe os cães e gatos de rua abandonados e os mais necessitados, recuperando-os com os cuidados médicos necessários, realizando tratamentos como banho, tosa, eliminação de pulgas e carrapatos, vacinas, vermífogos, etc., castrando-os, e disponibilizando -os para adoção através de eventos, ou garantindo-lhes total assistência até o final de suas vidas. Além de projetos de conscientização pela Posse Responsável e de Educação Ambiental junto às escolas e atender chamados de maus tratos, socorrer animais atropelados e machucados e oferecer uma vida digna à eles até que consigam um lar permanente.
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01 método
contexto abandono PRINCIPAIS DADOS
Para o desenvolvimento do trabalho, primeiramente foi feito um levantamento de dados, artigos de jornais, teses e dissertações de mestrado, doutorado e bibliografias que pudessem colaborar com a explicitação da situação atual dos animais em relação ao tratamento, abandono, reprodução, maus tratos, legislação, posse responsável, entre outros. Nesta fase estudou-se como está a situação dos animais no Brasil em relação à demografia, comparação com quantidade de humanos, porcentagem de abandono, legislação de posse responsável e crime, entre outros. Em seguida foi feito um levantamento sobre a situação do caso dos animais na cidade de Bauru, envolvendo o Centro de Zoonoses, estudo das Ong’s existentes, clínicas, leishmaniose , entre outros. O detalhamento do assunto na cidade se dá pois a exemplificação desse trabalho e do projeto num terreno existente é feita em Bauru. Os abrigos e Centros construídos no mundo tornam-se importantes nesse trabalho pois o projeto desenvolvido tem como base essas construções em relação aos seus programas mínimos, materiais empregados e sua arquitetura em si. Portanto, foi feito uma descrição detalhada dos projetos existentes no mundo de centros, abrigos e acolhimentos de bem-estar animal, visto que no Brasil não existe nenhum projeto nesse porte no momento. Em seguida, o partido arquitetônico é explicitado juntamente com as localidades em que o edifício deve ser instalado e montado de acordo com as áreas mais necessitadas e carentes. O programa de necessidades então é desenvolvido nesta etapa juntamente com a escolha do terreno apropriado na cidade de Bauru para elaboração e desenvolvimento do projeto. Para completar o estudo bibliográfico julgou-se necessário uma etapa de estudos de modulação e de arquitetura flexível para caracterizar e analisar os elementos e ambiências possibilitando assim o desenvolvimento do edifício. Ambos os estudos contribuíram para a elaboração do projeto propondo alternativas de conforto ambiental, de projeto, desempenho estrutural, materiais leves e as ambiências que devem ser construídas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há no Brasil mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Nas grandes cidades estima-se que para cada cindo habitantes há um cachorro e 10% destes encontram-se abandonados e nas pequenas cidades a situação não é muito dieferente chegando até a ¼ da população humana.
Os animais de estimação representam companhia para muitas pessoas. Segundo Paranhos, em 2002, 43,9% dos domicílios do município de São Paulo possuíam algum animal doméstico, já Magnabosco, em 2006, constatou que 44,7% da população paulistana possuía algum animal de estimação (PARANHOS, 2002; MAGNABOSCO, 2006). Canatto (2012) verificou que 54,8% dos domicílios do município possuem animais.
Em Araçatuba, no interior de São Paulo, são mais de 35 mil animais, destes, 2,6 mil estão abandonados. Marília conta com mais de 60 mil e a estimativa é que três mil cachorros vivam na rua. Presidente Prudente tem 52 mil animais, com 2,6 mil abandonados. (JusBrasil, Brasil tem 30 milhões de animais abandonados , 28 de maio de 2014).
Aplicando-se o conceito de guarda responsável é possível evitar o abandono de animis. É definido por ações que envolvem a opção por ter um animal: como controlar sua reprodução, mobilidade, cuidados com a saúde em relação deixá-lo livre de dores e doenças e seu bem-estar que relaciona-se com estar livre de fome, sede, medo, estresses, entre outros fatores. Porém grande parte da população brasileira não sabe o que significa essa responsabilidade ou não possuem condições nem recursos para tratá-los humanamente. (SANTANA; OLIVEIRA,2006)
E a população de animais em situação de rua cresce, sendo que seu número não é oficial nem preciso. Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, a Secretaria Municipal da Saúde não sabe precisar o número de animais em situação de rua atualmente em São Paulo. No Rio de Janeiro, de acordo com “Sociedade União Internacional Protetora dos Animais” (“Suipa”), cerca de 40 animais, entre cães e gatos, são abandonados por dia na cidade e de 8 a 10 são resgatados por atropelamentos.
Para Weng et al. (2006), as pessoas que adotaram ou adquiriram um animal por impulso apenas por achar que ele é bonito, são as mais propensas ao abandono e uma das maiores causas do crescimento da população errante.
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Segundo a World Society for the Protetion of Animal – WSPA, animais domésticos são muito comuns em todos os países do mundo e em muitos deles são valorizados pelo efeito positivo à saúde física e mental de seus guardiões humanos. É importante ressaltar que no Brasil, o abandono de animais pelo seu guardião constitui crime ambiental, pois este estaria se abstendo de exercer a guarda responsável de animais, infringindo os artigos 225º da Constituição Federal e 32º da Lei de Crimes Ambientais, portanto, violando a dignidade animal (BRASIL, 1988, 1998).
Isso leva a uma série de problemas de saúde pública como, por exemplo, atropelamentos diversos, agressividade que geram ataques de mordidas, transmissão de doenças para humanos e outros animais (leishmaniose, raiva, leptospirose, ancilostomíase, toxocaríase, hidatidose, sarnas, toxoplasmose, doença da arranhadura do gato, esporotricose), além de outros problemas de saúde como acúmulo de fezes e urinas nas ruas, excesso de barulho, espalhamento de lixo, entre outros. (INSTITUTO PASTEUR, 2000; MORRISON, 2001; BENTUBO et al., 2007). Uma estatística da Revista “Journal of Applied Animal Welfare Science” – Pesquisa feita nos EUA em 12 abrigos, envolvendo 1984 cães e 1286 gatos explicita os maiores motivos de abandono de cães e gatos. As somas passam de 100% pois uma pessoa pode ter alegado mais de um motivo para abandonar seu animal (Revista Folha, 7 de janeiro de 2007)
CÃES GATOS 18,5 % Suja a casa 12,6 % Destrutivo fora de casa 12,1 % Agressivo com as pessoas 11,6 % Tem o vício de fugir de casa 11,4 % Ativo demais 10,9 % Requer muita atenção 10,7 % Late ou uiva muito 9,71 % Morde 20,0 % Destrutivo dentro de casa 9,0% Desobediente
37,7 % Suja a casa 11,4 % Destrutivo fora de casa 16,9 % Agressivo com as pessoas 8,0 % Não se adapta com outros animais 9,0 % Morde 6,9 % Requer muita atenção 14,6 % Destrutivo dentro de casa 4,6 % Eutanásia por comportamento 6,9 % Não amistoso 4,6 % Ativo demais
Porcentagem dos motivos de abandono Fonte: Revista Folha – Janeiro 2007 http://www1.folha.uol.com.br/revista/rf0701200715.htm
Para GARCIA (2009), os animais domésticos ganham importância quando é considerado o contato íntimo, higiene do animal e a do ambiente em que ele vive, pois essa relação próxima influencia na transmissão das doenças que estão muito ligadas aos cuidados sanitários. Para ele, os cães e gatos podem interferir saúde humana tanto positiva quanto negativamente, dependendo de como a guarda responsável é aplicada e das políticas públicas implantadas, seja para a estabilização e prevenção das doenças que esses animais possam produzir ao indivíduo e coletividade, seja para o bem-estar dos próprios animais. Na Austrália, 64% dos lares possuem pelo menos um animal de estimação (WOOD et al., 2005); nos Estados Unidos da América (E.U.A.), eles são encontrados em 70 milhões de lares (DOTSON & HYATT, 2008; LANCENDORFER et al., 2008). Na França, em 1995, havia 44,3 milhões desses animais (GEFFRAY & PARIS, 2001). Em 2002, na Itália, um em quatro lares possuía um cão ou um gato, sendo estimada uma população de 60 milhões desses animais para o país (SLATER et al., 2008). (LAGES et al.,2009) O exercícío da posse responsável vão resultar em melhoria da condição de vida dos humanos e dos animais, pois a prevenção de doenças e preservação do meio ambiente são atingidas facilmente. Esse exercício abrange em: planejamento na aquisição de um animal, promoção de seu bem-estar físico e mental; fornecimento de cuidados básicos como abrigo, alimentação adequada, higiene, afeto, exercícios, vacina-
nações, vermifugação e tratamento veterinário; realização do controle populacional, restrição da mobilidade, respeito às suas características e necessidades e prevenção de agravos. (SELBY et al., 1979; REICHMANN et al., 2000; VIEIRA et al., 2005; VIEIRA et al., 2006). Desde que os animais foram domesticados, o ser humano tornou-se responsável por prover suas necessidades, controlar a sua população e zelar pela sua saúde e bem-estar (ARAMBULO; BERAN; ESCUDERO, 1972; JOCHLE, 1991)
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abandono em bauru LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS
GUARDA OU POSSE RESPONSÁVEL
Após um longo período na história no qual os animais ficaram marginalizados em relação às civilizações humanas, foi em 1978 que a UNESCO reconheceu os direitos dos animais através da Declaração Universal dos Direitos dos Animais. (SANTANA. OLIVEIRA, 2006).
O conceito da guarda responsável consiste na aceitação e comprometimento do guardião em assumir uma série de deveres centrados no atendimento das necessidades físicas, psicológicas e ambientais de seu animal, assim como prevenir os riscos (potencial de agressão, transmissão de doenças ou danos a terceiros) que seu animal possa causar à comunidade ou ao ambiente (SANTANA; OLIVEIRA, 2006).
Em 1934, Getúlio Vargas promulgou o decreto federal nº 24.645, que estabelece medidas de proteção aos animais, listando trinta e uma atividades que seriam consideradas práticas de maus tratos contra os animais (BRASIL, 1934). Em 1941, a prática de maus tratos a animais foi incluída na Lei de Contravenções Penais (BRASIL, 1941). Em 1981 a lei federal nº 6.938, estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente, passando-se a considerar o animal abandonado como recurso ambiental, constituindo parte do patrimônio público. E só em 1998, a lei federal nº 9.605, intitulada de Lei dos Crimes Ambientais regulamentou de forma mais detalhada os crimes desta natureza e suas respectivas penalidades (BRASIL, 1988). O vínculo estabelecido entre os seres humanos e os animais de estimação está intimamente relacionado às condições sociais, econômicas e culturais de cada comunidade. Em situações de desequilíbrio, a intervenção para o controle da reprodução dos cães e gatos, a conscientização para a posse, propriedade ou guarda responsável e o controle ambiental quanto às fontes de alimento e abrigo são de fundamental importância e de competência do poder público, com a participação ativa da comunidade, para a promoção da saúde (SÃO PAULO, 2009).
Ferreira (2009) mostrou que o grande responsável pelo aporte da população de animais errantes nas áreas urbanas se dá pelo abandono de animais. Além disso, áreas periféricas, onde há um menor favorecimento econômico e social, apresentam maiores taxas de renovação populacional (ANDRADE eet al,. 2008). O estudo e a legislação sobre guarda responsável devem evoluir juntamente com os avanços no conhecimento sobre o bem-estar animal. “Bem-estar animal” é uma ciência e um movimento social baseados em princípios filosóficos, que busca compreender as necessidades dos animais (aspectos mentais), ao seu funcionamento biológico (aspectos físicos) e à sua vida natural (aspectos comportamentais naturais de cada espécie (GARCIA et al., 2010).
SITUAÇÃO DOS ANIMAIS NA CIDADE
A população estimada de cães e gatos em Bauru é de cinquenta mil animais, isso significa em torno de quinze por cento da população humana da cidade. O número é volumoso, mas não a quantidade de animais que são castrados. Segundo as Organizações Não-Governamentais e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), menos de dez por cento passaram pela castração. (JusBrasil, Brasil tem 30 milhões de animais abandonados, 2014) A falta de controle populacional pode gerar o abandono e desembocar até na crise da leishmaniose, doença que Bauru enfrenta há décadas. A falta de políticas públicas para a causa animal também agrava essa situação, não há estratégias de castração, de recolhimento dos animais abandonados, de realização de eventos para adoção, infraestrutura precária para cuidados e reabilitação e carência de campanhas de conscientização que resultam num problema social e de saúde pública. Atualmente, o programa de castrações e de adoções está concentrado no Centro de Controle de Zoonoses, porém a Constituição Federal de 2008 diz que essas responsabilidades são de atribuição do Meio Ambiente. Uma inadequação da estrutura municipal que coloca um acúmulo de responsabilidades para o CCZ. (Lousada, V. Audiência constata ausência de política pública para proteção animal em Bauru. Jornal da Cidade, Bauru, 01 maio 2013. Política). Em Araraquara, onde as políticas públicas para a questão dos animais já são de responsabilidade da Secretaria do Meio Ambiente, a previsão orçamentária para as políticas públicas de proteção foi de R$ 1 milhão para 2013. (Oshiro, V. Dias, B. Política de castração emperra Bauru. Jornal da Cidade, Bauru, 24 março 2013. Política).
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LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA OU ÚLCERA DE BAURU
A cidade de Bauru trata a leishmaniose, também conhecida pelo nome popular de úlcera de Bauru, de forma endêmica (alto grau de prevalência de uma doença) devido a quantidade de casos registrados. Em 2002 houve notificação de um cão positivo morador da Villa Quaggio em Bauru pelo FMVZ da Unesp de Botucatu. Em 2003, o primeiro caso humano foi identificado de um morador da Villa Quaggio e outros 14 casos humanos com registro de 2 óbitos ocorreram no mesmo ano. A partir de 2003, foram registrados casos humanos em todos os anos.
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Diante da distribuição geográfica vê-se que a região oeste da cidade é a que possui maior incidência dos casos em todos os anos, e na região sul quase não há casos registrados ou mortes. Essa informação pode indicar que na região oeste, além da norte e leste, deve haver maior quantidade de animais abandonados e maior procriação entre eles, o que indica que deve haver maior atenção nessas áreas, além de campanhas e infraestrutura. A leishmaniose é transmitida por vetores da espécie Lutzomia longipalpis, conhecidos como mosquitos “palha”, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico. Pessoas e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, pois pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais. No ambiente urbano, os cães fazem esse papel. Os principais sintomas são emagrecimento, crescimento das unhas e queda dos pelos. Febre de longa duração, fraqueza e palidez são alguns dos sintomas apresentados pelos humanos, quando infectados.
Distribuição geográfica da leishmaniose. Fonte: Caderno informativo Leishmaniose Visceral Americana, atualização 2013, Prefeitura de Bauru.
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INFRAESTRUTURA ANIMAL NA CIDADE
As ONG’s e os abrigos temporários existentes em Bauru também realizam algumas castrações, abrigos temporários e estão abertos à adoções, porém não são suficientes e dependem muito de doações para se sustentar não havendo um bom planejamento e boa infraestrutura para receber esses animais. É preciso ter meios para tratar e cuidar dos animais para que os abrigos não se tornem um local pior do que as ruas. Em Bauru, as principais ONG’s são: ONG SOS gatinhos www.sosgatinhos.net – Fundadora Sandra Regina Daniel Ariede ONG Vida Digna Integrante Beatriz Schuler ONG Naturae Vitae http://www.naturaevitae.org /
Clínicas veterinárias Banho, tosa e alimentação > Fonte: Google Earth, 2015 Tratamento da autora
As principais clínicas veterinárias como visto nas imagens, concentramse na região centro-sul, área onde a classe média e alta consolida-se na cidade As outras regiões e periferias não possuem infraestrutura de atendimento animal, e é onde concentra-se a maior quantidade de animais na rua e de abandono. Em Bauru, não há um lar temporário, abrigo público , canil e gatil ou clínica médica da prefeitura ou outro órgão público, quem faz o papel de recolhimento, abrigo e reabilitação do animais domésticos abandonados são as ONG’s, clínicas e pet-shops particulares que, geralmente, a classe mais baixa não consegue acesso seja financeiro, seja com mobilidade pois não há clínicas nos bairros periféricos e com maior carência dessa infra estrutura. O CCZ apenas realiza algumas castrações, ação que não deveria ser de responsabilidade desse órgão pois seu intuito é tomar providências e cuidados apenas à animais doentes, não recolhe animais abandonados, atropelados, oferece abrigo ou cuidados médicos. Banho e tosa também são mais explorados no centro-sul com poucas nas periferias. Isso explicita que o acesso à alimentação do animais também é limitada e de difícil alcance. A tosa também é importante para higiene e saúde da pele evitando sarnas por exemplo, porém há poucos locais com esse serviço e o gasto com esse serviço acaba pesando no bolso das famílias carentes.
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CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES / CCZ
Inaugurado em setembro de 2004 pelo prefeito Nilson Costa , com 1.400m de terreno e 1.179m de construção, constituindo-se como obra pública planejada pela prefeitura municipal. É um órgão que está sob a responsabilidade da Secretaria da Saúde de Bauru. Em relação à rotina do CCZ, informou-se que o recolhimento de animais na rua só acontece se o mesmo estiver com sintomas de alguma doença de zoonose. Doenças de zoonose são aquelas que podem transmitir aos seres humanos, as doenças transmitidas entre animais não são consideradas de zoonose. O recolhimento de animais em domicílio acontece caso haja denúncia ou o próprio dono pede o recolhimento. Animais abandonados que não apresentam nenhum sintoma, são deixados na rua pois isso não é de responsabilidade do CCZ. Em relação ao programa do local, há um bloco com uma recepção, sala de vacinação e avaliação, sanitários feminino e masculino, várias salas para administração, cozinha e copa, sala de reunião e laboratório. No bloco dos canis há seis celas coletivas, duas alas de isolamento com três celas em cada, porém elas ficam ao lado dos canis normais então o isolamento efetivo não acontece, e sala de depósito para ração que está sendo utilizada como canil de isolamento.Há também um pequeno solário para os cães, pois as celas dos canis não possuem uma área para tomarem sol.
No gatil há duas ambiencias para eles separadas e em cada um havia em torno de dez gatos. O local é aberto e suscetivo à ventos e chuvas nos animais.Há também um bloco apenas para os vestiários dos funcionários que não é muito bem utilizado e um bloco para elaboração e manipulação de venenos para o aedes aegypti nas residências de Bauru. Outro bloco que era o antigo canil foi adaptado para eutanásia dos animais doentes. Este é totalmente separado para não haver contaminação nos animais dos canis. Em relação à melhorias, foi constatado que o sistema hidráulico não funciona bem com constante entupimento, atraindo ratos e insetos. Os canis deveriam ser individuais com área solar e gatil apropriado com fechamentos adequados, uma sala de vacinação, sala adequada de depósito de ração e medicamentos e área para banhos de sol efetivos. Porém a maior reclamação constatada foi organizacional. O CCZ realiza castrações de animais saudáveis, coloca-os para adoção, entre outras funções que são atribuídas à eles devido ao fato de Bauru não possuir um equipamento de acolhimento municipal, porém não são e não deveriam ser de responsabilidade do CCZ. Por isso há grande risco de animais saudáveis serem facilmente infectados pelo ar e outros meios, visto que os dois tipos precisam conviver no mesmo local.
Croqui de implantação e imagens da estrutura interna do CCZ. Fotos da autora, 2015.
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abrigos internacionais PROJETOS CONSTRUÍDOS NO MUNDO
Nos Estados Unidos da América, no início da década de 70, estimava-se que a cada hora nasciam de 3.000 a 10.000 filhotes de cães e gatos, comparados com 415 crianças (FAULKNER, 1975) Para tentar controlar o problema de animais errantes nas ruas expostos à doenças, maus tratos, atropelamentos, entre outros, a sociedade despende de grandes recursos financeiros. De acordo com Rowan (1992), nos Estados Unidos, abrigos gastam aproximadamente 1 bilhão de dólares por ano. Baetz (1992) estima que 500 milhões de dólares são gastos anualmente por municípios norte americanos com o controle de animais. Além disso, há outros custos inesperados, visto que 6% dos acidentes automobilísticos e 1,2% de acidentes com morte ou lesão a seres humanos no Reino Unido e Japão da década de 60 envolveram cães (CARDING, 1969) Os países do exterior possuem os mesmos problemas com abandono e animais nas ruas que há no Brasil, por esse motivo vale explicitar nesse trabalho como o conceito de tratamento dos animais é tratado no exterior e como a arquitetura pode se expandir e atingir positivamente essa área tão inexplorada no Brasil. Diferentemente de outros países, o Brasil não possui abrigos onde se possa entregar animais indesejados e os CCZ já não podem mais receber os mesmos em muitos municípios. Sendo assim, os estudos que visam à caracterização dos animais abandonados e dos guardiões que os abandonam são difíceis de serem executados, pois nos Estados Unidos, por exemplo, o guardião que não deseja mais o cão ou gato, entrega-o a um abrigo e responde a um questionário, que forma um imenso banco de dados de onde poderão sair conclusões seguras para a prevenção de novas renúncias. No Brasil, o abandono se configura como crime, portanto quem o faz, certamente não assume. Desta forma, os estudos nacionais com informações fidedignas são escassos e podem conter vieses. (D’ANDRETTA, 2012)
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animal refuge centre / Holanda
principal acesso do centro
área de canis e de lazer
O Animal Shelter Amsterdam (DOA) é o maior abrigo de animais na Holanda. A DOA visa dar abrigo e realojar cães e gatos desabrigados.Todos os anos cerca de 2.000 cães e gatos acabam no abrigo que pode acomodar até 180 cães e 480 gatos.
A declaração de missão tem a seguinte redação: “Estamos levando um abrigo para cães e gatos. Nós nos concentramos no bem-estar dos nossos animais e e stamos focados na reabilitação dos animais e educação de seus guardiões.”
maquete de implantação
corte / canis térreo e gatil acima
Em relação ao projeto, o corredor de serviço e o canil convergem criando um edifício de fita longa e fina. Dentro deste, dois grandes espaços de lazer para os animais foram criados.
O edifício está virado para dentro, a fim de reduzir os níveis de ruído excessivos. Na parte alta, o alojamento dos gatos está localizado acima dos canis como um tampão de som extra para o mundo exterior. Sua pele é uma versão pixel da grama.
Arquitetos : Arons en Gelauff Architecten / Amsterdam, Holanda Período de Construção : 2006-2007 Área construída: 5.800 m² Fonte: Archdaily - Animal Refuge Centre Link: http://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten Acesso: 01/07/2015
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Planta baixa acima da edificação e circulação dos canis ao lado.
los angeles animal care center
Arquitetos : RA -DA Localização : Los Angeles, EUA Período de Construção: 2013 Área Construída: Não informado Fonte: Archdaily - South Los Angeles Animal Care Center Link :http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center Acesso: 01/07/2015
Um projeto para criar ambiente acolhedor e para envolver a comunidade para reduzir a eutanásia e aumentar as adoções. O abrigo está localizado no coração de uma área industrial cercada por zonas residenciais e perto de avenidas movimentadas. Os pequenos locais de alojamento dos animais; os quartos de gato ; o berçário gato ; o quarto réptil exótico e assim por diante são visíveis a partir do estacionamento já apresentando animais para adoção. Os canis são orientados de uma forma que minimiza o número de canis voltados um para outro, num esforço para reduzir os níveis de ruído e desencorajar latidos contagiosos. Em vez disso, todos os canis estão enfrentando paredes hortaliças folheados ou paisagísticos.
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staten island animal care / nova iorque
principal fachada e acesso
fachada animada
O edifício é revestido em um ambiente isolante e translúcido através de um envelope de policarbonato. Isto proporciona um desempenho superior ao vidro típico, maximiza os benefícios da luz natural e permite uma estrutura muito leve.
A luz natural afeta positivamente o humor dos animais. Isso resolve um dos grandes desafios de design em instalações de cuidados de animais: um animal perturbado pode perturbar toda a comunidade.
Arquiteto: Garrison Architects Localização: New York , New York, EUA Período de Construção: Em progresso Área construída: 511m² Fonte: Archdaily - In Progress: Staten Island Animal Care Center Link: http://www.archdaily.com/121670/in-progress-staten-island-animal-care-center-garrison-architects Acesso: 01/07/2015
gatil exposto Invertendo a programação típica de um abrigo de dentro para fora, os animais são alojados no perímetro do edifício, enquanto escritórios e outras funções são colocadas no interior.
Estrutura metálica, fechamento em vidro e canis no contorno Tal arranjo, combinado com o uso de exterior translúcido permite que os animais beneficiam de luz natural e cria uma fachada de animação que envolve os transeuntes.
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Fachada principal acima e recepção ao lado. O projeto possui um sistema de reciclagem de água devido à extensa quantidade de limpeza de um habitat animal e da importância fundamental da preservação da água. O plano do projeto é um espelho do fluxo operacional desejado de pessoas e animais para dentro e para fora da instalação organizada em torno de um jardim.
palm springs animal care facility
Arquitetos : Swatt | Miers Architects Localização: Demuth Park, Palm Springs , EUA Período de construção: 2012 Terreno da construção: 21.000 m² Fonte: Archdaily - Palm Springs Animal Care Facility Link: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects Acesso: 01/07/2015
O abrigo tem a capacidade para armazenar 154 gatos e 91 cães, idealmente um por canil/gatil. Há muitas vezes em que os cães menores dobram ou triplicam dentro de um único canil em caso de necessidade. Além do abrigo aos animais, o centro também inclui uma sala de convívio, área de socialização para cães e gatos, centro voluntariado, centro de vendas e uma área separada para animais perdidos pego por controle animal. A limpeza química apresenta um sistema de bomba central, em que a água reciclada é misturada com a água da rua, em seguida, bombeada para os pontos de água no edifício. Toda a água de limpeza e irrigação é fornecida por água reciclada.
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birmingham dogs home / Inglaterra
principal fachada e acesso
implantação no lote
A instalação pretende reunir animais de estimação perdidos com seus donos, cães abandonados nas ruas e realocá-los com novas famílias adequadas. Programas educativos sobre “Guarda Responsável”, envolver-se com a comunidade local para educar e informar sobre questões de cuidados do cão.
O edifício proposto é de apenas um andar dentro de um corte existente no terreno, de modo que ele fique baixo, dentro da paisagem e se mescle com o verde do local. A ocultação visual eficaz também é fornecido por uma floresta existente.
canis / detalhe da angulação
telhado estrutura verde
A escolha do sitio para a construção do novo Centro deu-se através de alguns requisitos importantes. O local escolhido possui bons acessos e excelentes ligações de transportes.
O local também é semi-rural possibilitando espaço para exercícios ao ar livre e evita ruídos à vizinhança.
Arquitetos: Associated Archtects Localização: Birmingham, Inglaterra Período de Construção: Em progresso Área construída: Não informado Fonte: Associated Architects Link: http://www.associated-architects.co.uk/projects/community/birmingham-dogs-home/ Acesso: 01/07/2015
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modular arquitetônica flexibilidade O objetivo deste trabalho é utilizar a modulação com seus benefícios aliada a flexibilidade que o elemento modular cria, através de diferentes implantações afim de incentivar a diversidade de criação, flexibilidade e sustentabilidade.
Na arquitetura, o conceito de flexibilidade e modulação está tornando-se cada vez mais difusa por vários motivos, seja por necessidade de adaptação, por consciência ambiental, por produção criativa de arquitetos ou por estratégia econômica. Atualmente esse conceito está relacionado a rápida transformação dos hábitos da sociedade que influenciam diretamente na construção. A necessidade constante de transformação do espaço e adequação das diferentes formas de viver é um grande desafio, e a flexibilidade pode ser um grande aliado. Ela seria a ferramenta para acompanhar as incertezas do futuro sem coibir a falência arquitetônica e ainda mantendo os diferentes estilos de viver de cada indivíduo. (KRONENBURG, 2007, P.49) Uma visão sobre o conceito de flexibilidade pode ser iniciado com uma abordagem à arquitetura tradicional japonesa. Segundo Paiva (2002) e Kronenburg (2007), a construção japonesa de casas tradicionais são dos primeiros exemplos significativos de flexibilidade em edifícios. A estratégia de flexibilidade baseava-se na lógica de dividir a estrutura de modo a que divisórias verticais móveis se movimentassem livremente entre as esteiras criando assim múltiplas disposições do espaço.
Os gregos e romanos já utilizavam a modulação nas colunas, vãos e outros elementos. Mas foi na arquitetura japonesa que evoluiu como conhecemos hoje. Tanto o conceito de modulação quanto de flexidade, que são intimimamente ligados um ao outro, têm grande desenvolvimento com a arquitetura tradicional japonesa. Segundo Paiva (2002) e Kronenburg (2007), as casas tradicionais são os primeiros exemplos de modulação aplicada através da unidade de medida japonesa chamada ken que tornou-se um módulo que regia todo o espaço. Frank Lyold Wright, influenciado pela arquitetura japonesa, aplicou este sistema modular em projetos, como as Usonian Houses em 1940. (KRONENBURG, 2007). Walter Gropius em 1927 projetou e construiu uma casa com planta modular no bairro operário Weissenhof montada a seco com componentes pré-fabricado como estrutura metálica e vedação com painéis de cortiça revestidos externamente com cimento de amianto. Fachada Us onian House - Frank Lloyd Wright, 1940. Fonte: Estratégias de flexibilidade na arquitetura residencial, Liziane Jorge.
Modulor e Unidade Habitacional Marsella. Fonte: archdaily, 2015.
Le Corbusier, viria a apresentar as potencialidades da planta livre, expondo a estrutura de forma isolada, demonstrando a possibilidade do edifício poder ser definido no seu interior de diferentes formas com muita flexibilidade, qualquer que lhe fosse o uso inerente. (PAIVA, 2002) Em 1942, Le Corbusier estudou um sistema de proporcionalidade que adequasse as medidas antropomórficas necessárias à produção industrial (PADOVAN, 1999). Le Corbusier então, fundamentou Le Modulor, publicado em 1948, utilizando as dimensões estéticas da seção áurea6 e da série de Fibonacci7, e nas proporções do corpo humano (CHING, 1998). Através do Modulor, o arquiteto projetou a Unidade de Habitação de Marselha em 1945 na França, com 23 configurações diferentes de apartamentos para todo tipo de família.
Para Silva e Eloy (2012), os anos 60 e 70 se destacou pelo interesse e preocupação com as necessidades dos homem e a sua relação com a habitação, discutindo a possibilidade de flexibilidade e da participação na modelação da habitação por parte do morador. (HAMDI, 1991) Surgiram assim grupos como o Archigram, que pretendiam fornecer respostas ao contexto social, cultural e econômico da época, baseado numa visão futurista ligada à era da máquina, do consumismo, da industrialização, da computação (KRONENBURG, 2007). Os seus projetos baseavam-se na ideia de ciclos de vida e adaptação que eram recuperados e reinseridos numa nova perspectiva projetual fundada na modulação estrutural como mecanismo de potencialização do crescimento, expansão, retrações e transformação do organismo urbano.
Ilustração do projeto Walking City - Archigram, 1964. Fonte: Archdaily
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PRINCÍPIOS DA FLEXIBILIDADE ALIADA A COORDENAÇÃO MODULAR
Quanto ao cenário nacional, Greven e Badaulf (2007) colocam que o Brasil tem um longo caminho a percorrer, que deve passar por todos os intervenientes do processo construtivo, tanto em relação ao conhecimento do que se trata a Coordenacao Modular, quanto em efetivar acçõs para sua implementação. Uma malha é estabelecida em arquitetura mais freqüentemente por um sistema estrutural composto por colunas e vigas. Dentro do campo dessa malha, os espaços podem ocorrer como eventos isolados ou como repetições do módulo da malha. Independentemente de sua disposição dentro do campo, esses espaços, podem se interagir em função das necessidades de uso dentro de uma partição arquitetural. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1975), em uma publicação intitulada Síntese da Coordenação Modular, define-a como sendo “a aplicação específica do método industrial por meio da qual se estabelece uma dependência recíproca entre produtos básicos (componentes), intermediários de série e produtos finais (edifícios), mediante o uso de uma unidade de medida comum, representada pelo módulo”. Projetos modulados gera eficiência para diversas soluções e alternativas para um mesmo projeto, além de facilitar a comparação dessas diferentes alternativas para definir o melhor resultado. Traz contribuições como criações diversas, flexibilidade, auxílio a tomada de decisão e aproximacão do processo de projeto ao processo de execucão. O uso de componentes padronizados reduz as necessidades cortes e imprevisibilidades no canteiro de obras, assim na etapa de execução a construção é beneficiada no sentido de redução de desperdícios, aumento da produtividade e qualificação da construção. (GREVEN; BALDAUF, 2007). Para a etapa de projeto, Panet et al. (2007) destaca a modulação como um recurso valiosíssimo, inclusive para o ensino de projeto, pois possibilita diversas criações na concepção e na construção, através da ordenação racional do espaço e de seus componentes. A modulação também têm a seu favor o estabelecimento de uma linguagem gráfica, descritiva e especificações disponibilizando ao profissional maneiras de se explorar com mais intensidade a criatividade arquitetônica. A fabricação em módulos depende de uma produção repetitiva, porém a autonomia de cada peça gera flexibilidade, a partir do momento em que a composição delas podem ser diferenciadas. Esse processo possibilita a geração de uma larga variedade de produtos finais, permitindo ao usuário final personalizar suas escolhas, resultantes da combinação de uma variedade de peças. Essa estratégia necessita da antecipação de decisões importantes para as fases iniciais do projeto, no que diz respeito a decomposição do produto em partes menores e definição das relações entre essas partes (AL ARAYEDH, 2006).
A modulação muitas vezes é vista como um elemento rígido e limitador no processo criativo da edificação, porém esta cOncepção é Equivocada, visto que a modulação permite que se desenvolva flexibilidade entre os elementos e diferentes adaptabilidades às necessidades reais da construção. Além disso , a flexibilidade permite movimentos em diversas naturezas devido a grande diversidade da sociedade, criando diversas maneiras de se implantar a edificação de acordo com a necessidade do programa, do ambiente, do terreno, entre outros.
Composições e Conceito (Estudo da Bauhaus). Fonte: Livro Arquitetura Forma, Espaço e Ordem - Francis D. K. Ching.
Modulação com geométricas básicas. Fonte: Livro Arquitetura Forma, Espaço e Ordem - Francis D. K. Ching.
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Centre Pompidou, 1977
Hospital Sarah Kubitschek Salvador / João Filgueiras Lima (Lelé)
A utilização de malha de coordenação modular não deve ser entendida como fator limitante, que gera uma arquitetura pobre e repetitiva. A infinidade de combinações e arranjos permite uma grande flexibilidade, nas mais variadas linguagens arquitetônicas. O Centre Pompidou em Paris, França, projeto dos arquitetos RichardRogers e Renzo Piano, 1976 é exemplo de obra que foi executada a partir de malhas modulares.
Um único elemento dá forma ao projeto: um shed metálico curvo, de grandes e diferentes extensões, repetidos em dezenas de linhas paralelas como módulo da construção. Suas únicas varições, além do formato padrão, são uma gerada por um maior vão da estrutura de aço que o sustenta, repercutindo na maior dimensão do shed; e outra criada pelo fechamento do shed a partir da continuidade da sua curva, quando não há a necessidade de ventilação.
Era um modelo baseado nas possibilidades da alta tecnologia, estruturado com um sistema de conexões, tubos e cabos de aço. O conceito mais perceptível do projeto era externalizar toda a infraestrutura do edifício, tornando-a um componente do aspecto visual do edifício. Esse exoesqueleto estrutural e infraestrutural permite, por um lado, identificar claramente a função de cada elemento do edifício, e, por outro, que o interior seja completamente livre e desobstruído.
Centre Pompidou
Arquitetos:Renzo Piano + Richard Rogers Ano: 1977 Estrutura: Metal Localização: Beaubourg, Paris, França Fonte: Archdaily Link: http://www.archdaily.com.br/br/01-41987/classicos-da-arquitetura-centro-georges-pompidou-renzo-piano-mais-richard-rogers Acesso: 04/08/2015
Os ambientes internos estão intimamente conectados aos jardins externos que rodeiam o edifício. Ora se abre ao exterior em grandes panos de vidro, ora em corredores externos, ora os jardins adentram e recortam sua volumetria, e ora os leitos se estendem em pequenas varandas.
Hospital Sarah Kubitschek
Arquitetos:João Filgueiras Lima (Lelé) Ano: 1994 Estrutura: Aço Localização: Salvador, Brasil Fonte: Archdaily Link: http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele Acesso: 04/08/2015
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Fachada e estudos de modulação Residências VM.
Estudos de modulação e pré fabricação - Resolution 4
As Residências VM são dois blocos residenciais constituidos de maneira que permitam a entrada da luz do dia, mantenham a privacidade do morador e disponham de belas vistas. A relação espacial com os vizinhos é feita através do afastamento da laje, assegurando vistas diagonais para os campos vastos e abertos do entorno.
Mais recentemente, se comprometeram numa metodologia de projeto que tenta alavancar a pré-fabricação de construção residencial. Procuram oferecer a opção de customização para habitação unifamiliar, enquanto esteticamente. O Modular moderno por Resolução: 4 Arquitectura tem sido exibido no Centro de Arte Walker em Minneapolis, e Massive Change de Bruce Mau.
Neste projeto, a tipologia da Unite d’Habitation de Le Corbusier é reinterpretada; os corredores centrais são curtos e recebem iluminação de ambas as extremidades. Os blocos oferecem mais de 80 tipos diferentes de apartamento flexíveis e abertos às necessidades individuais da vida contemporânea – um mosaico de diferentes formas de vida.
Residências VM / PLOT = BIG + JDS
Arquitetos: PLOT = BIG + JDS Ano: 2004 Estrutura: Concreto e Metal Localização: Copenhaga, Dinamarca Fonte: Archdaily Link: http://www.archdaily.com.br/br/01-69820/residencias-vm-plot-igual-a-big-mais-jds Acesso: 05/08/2015
Através de pesquisa e design, o moderno modular tenta oferecer diferentes usos, seja ela uma residência solitária, ou casa cheia para a família. Através de um foco em unidades de modulares, as casas são personalizáveis para atender aos requisitos funcionais de diferentes locais e climas. Elas também são expansíveis e permitem transformações para crescer e se adaptar aos seus residentes.
Resolution: 4 Architecture Fundada em 1990 por Joseph Tanney e Robert Luntz, resolução: 4 Arquitetura é um escritório dedicado a abordar as condições do século 21 através da arquitetura e do design inteligente. Desenvolvem métodos , estratégias e soluções para os conflitos e mudanças atuais e de longo alcance que enfrentam nossas comunidades dinâmicas. Edifícios modulares modernos são criados com base em uma linha de produção de unidades modulares. Tipologias são formadas a partir de uma série de módulos padrão, minimizando o custo de produção e maximizando as combinações possíveis.
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terreno e programa mínimo
A escolha do terreno deu-se através de algumas exigências que o o tema e o programa pede, de escolha de forma projetual, de potencialidades da área e do impacto social que o projeto trará para essa nova área. O terreno deve ser num espaço da cidade onde não há um grande adensamento populacional pois um Centro de Acolhimento e bem–estar animal causa bastante ruído para seu entorno. Para minimizar o problema, o terreno escolhido fica numa zona industrial da cidade. Para que as pessoas tenham acesso fácil ao novo Centro e para que ele próprio tenha boa visibilidade e importância na cidade, a área escolhida localiza-se dentro da zona urbana do município. Como, dos muitos animais que temos no município, grande porcentagem se encontra nas periferias e zonas mais pobres, com menor infraestrutura, o terreno localiza-se na zona leste da cidade porém com grande facilidade de acesso pela população pois possui fácil acesso a zona Central, avenidas e rodovia. O lote escolhido fica entre a Avenida Rodrigues Alves, Nuno de A ssis e a Rodovia Marechal Rondon, numa área industral e bem próxima do pátio ferroviário.
Localização do terreno na cidade e entorno. Fonte: Google Earth, 2015. Tratamento da autora.
O terreno está bem isolado da zona consolidada e adensada da cidade com exceção do bairro Jardim Guadalajara. Existia nessa área, uma grande massa vegetal que ajudou na escolha do lote para que fosse preservada e utilizada como barreira acústica em relação ao bairro ali existente. Porém, nas fotos tiradas no local em junho de 2015, vê-se que essa massa vegetal foi totalmente desmatada. Diante desta constatação, o projeto do Centro irá utilizar essa mesma área desmatada e propôr uma revitalização da massa vegetal com espécies nativas da cidade para que a preservação e a barreira acústica possam ser realizadas. Pela cartografia dos mapas do Plano Diretor da cidade de Bauru, constatou-se que o terreno localiza-se numa ZI (Zona predominantemente industrial).
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Fotos da รกrea escolhida e seu entorno. Da autora, 2015.
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PROGRAMA DE NECESSIDADES
O Programa de Necessidades neste trabalho tem seu foco nos anseios relacionados ao bem-estar dos animais envolvendo cuidados mínimos, moradia e lazer para eles, ao funcionários como um ambiente de prazer para se trabalhar e aos visitantes e frequentadores como um ambiente confortável, aconchegante e que permite grande proximidade com os animais. Então, inicialmente foram levantados todos os desejos pertinentes à esses públicos. Foi utilizado para esta tarefa um brainstorm realizado com o CCZ de Bauru. Com a visita e as entrevistas realizadas viu-se o que há no local e o que os funcionários gostariam que houvesse tanto para conforto dos animais quanto para os funcionários. Foi analisado também os programas dos projetos internacionais e a comparação entre eles sobre quais programas mais se repetiram, quais eram característica individual de cada projeto e quais poderiam ser dispensados que não se adequam ao intuido do Centro na composição projetual. Para auxílio nas dimensões e programa mínimo que se deve ter numa instituição de bem-estar animal foi consultado o Decreto nº 40.400, de 24 de outubro, de 1995 de Instalação de Estabelecimentos Veterinários.
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projeto: desenvolvimento e execução
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Conceito das baias inclinadas com área interna e externa.
Na parte interna do bloco de canis, um eixo principal é gerado para uso dos visitantes e um secundário, que atravessa os blocos, para uso dos funcionários. Em todos eles há aberturas altas para que a renovação de ar aconteça naturalmente.
Planta conceituando a disposição das baias em relação ao eixo e paisagem.
Corte conceituando a relação dos animais e pessoas com a paisagem.
Desenvolvimento do partido
A partir da análise do local e dos conceitos definidos, a especulação do projeto começou. Primeiramente foi estabelecido o conceito e dimensões ideais das baias dos canis, devido á grande extensão que eles iriam tomar no terreno. As baias são locadas na diagonal, de modo que os cães não possuam muito contato visual e assim diminuir os ruídos de reação em cadeia. Suas vistas, como mostra o corte conceitual, foram pensadas de modo que haja permeabilidade na paisagem, como se a vegetação estivess dentro do edifício e é parte crucial dele.
Perspectiva do eixo interno do canil e ventilação cruzada natural.
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desenvolvimento do partido A partir da análise do local e dos conceitos definidos, a especulação do projeto começou. Primeiramente foi estabelecido o conceito e dimensões ideais das baias dos canis, devido á grande extensão que eles iriam tomar no terreno. As baias são locadas na diagonal, de modo que os cães não possuam muito contato visual e assim diminuir os ruídos de reação em cadeia. Suas vistas, como mostra o corte conceitual, foram pensadas de modo que haja permeabilidade na paisagem, como se a vegetação estivess dentro do edifício e é parte crucial dele. Na parte interna do bloco de canis, um eixo principal é gerado para uso dos visitantes e um secundário, que atravessa os blocos, para uso dos funcionários. Em todos eles há aberturas altas para que a renovação de ar aconteça naturalmente.
Croqui | Gatil como fachada, eixos centrais.
Croqui | circulação lateral, lazer central.
Croqui | disposição das baias
Muitos estudos foram realizados da relação dos blocos de canis, com a área médica, gatil, circulação, entre outros. O gatil estabeleceu-se na fachada principal evidenciando os animais para a rua e para o público como uma vitrine animada. Um eixo central de divisão dos blocos de canis foi conceituado para que as áreas de lazer fossem envoltas por eles e assim cria-se uma proteção e maior relação com a paisagem.
Croqui | baias x paisagem
Croqui | deslocados, área de lazer nos vazios.
Croqui | baias inclinadas
Croqui | eixo interno e ventilação
Croqui | implantação final
Croqui | passarela elevada, circulação
Num segundo momento iniciou-se a aplicação desses conceitos no terreno. Estabeleceu-se os eixos principais de acordo com um talude de 5m existente, avenida principal e massa vegetal densa de modo a criar permeabilidade por toda a área. A fachada principal foi definida pelo fácil acesso e boa visibilidade da avenida,onde o gatil foi estabelecido. No eixo central de divisão dos blocos criou-se o principal acesso dos frequentadores. Com inserção da paisagem entre os blocos e com o eixo mais alto que eles, cria-se total visibilidade, hierarquia de acessos, fortalece a horizontalidade, a conexão entre os blocos do edifício e a relação com a vegetação.
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Conceito | bloco dos canis
Conceito | disposição lateral e eixo central
Conceito | deslocamento e quebra para melhor acesso
Conceito | estrutura e circulação de funcionários perpendicular
Um eixo central é criado para visualização das baias e circulação dos frequentadores. O deslocamento cria um acesso mais visível e um outro eixo de circulação perpendicular ao primeiro, foi pensado para veterinários e cuidadores. Assim, a permebilidade entre blocos e em seu interior é completa, favorecendo a visual dos cães e frequentadores. O partido da implantação no terreno deu-se também através de um eixo principal, localizado entre o talude e massa vegetal que atravessa todo o lote, dando permeabilidade em toda a área. Posteriormente o gatil, recepção, educacional e administrativo, foi locado na fachada principal, favorecendo o fácil acesso e visibilidade da rua. Por fim, os blocos de canis são dispostos de forma a explorar todo o terreno, acompanhando as curvas de nível, não voltados ao bairro próximo afim de diminuir ruídos e explorando a orientação solar com estratégias de conforto térmico. Conceito | massa vegetal, talude e eixo hierárquico
Conceito | gatil, recepção, educacional na fachada principal
Conceito | canis acompanhando curvas de nível
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Módulo estrutural – dimensões de acordo com as baias. Visual das baias inclinadas
Vegetação com relação íntima ao edifício – rasgos de iluminação.
conceitos visuais
Grandes beirais de circulação
O módulo desenvolveu-se a partir das medidas ideais das baias de canis que através de pesquisa, concluiu-se que 1,90m x 4,40m é uma boa metragem quadrada para baia individual com cães de variados portes e raças. Com estas medidas, o módulo foi desenhado de modo que duas baias inteiras coubessem dentro dele, para facilitar futuras mudanças e flexibilidade. Assim, uma estrutura metálica de 6,0m x 7,25m foi definida como módulo do projeto. Este módulo foi explorado de modo a criar visuais com a paisagem, grandes beirais como estratégia e conforto térmico em varandas, encaixe com as baias individuais inclinadas e ligados por uma passarela que forma um circuito paisagístico no terreno.
Visual da passarela elevada
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esquematização do programa
fluxograma
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desenhos tĂŠcnicos: plantas e cortes
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planta de situação | sem escala
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Renderização e detalhes construtivos
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Estrutura higiênica e sanitária
Higiene externa cães | cercadinho sanitário.
Bebedouro na escala de pessoas e animais.
Ralo linear para facilitar a limpeza diária das baias de canis
Tablado higiênico nas baias dos canis
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Árvores nativas da região de Bauru
Para a massa verde que foi desmatada na área, esse conjunto de espécies nativas do cerrado faria o papel de reflorestar a área e completa a identidade paisagística do local de cerrado. A massa verde também é importante para ajudar na barreira sonora e visual do Centro em relação ao bairro próximo e o entorno ali presente. Fonte: Prefeitura de Bauru, disponível em http://www. bauru.sp.gov.br/semma/servicos/arborizacao_urbana/arvores_nativas.aspx
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considerações finais
O exercício realizado consistiu em elaborar um espaço com a premissa de melhoria na saúde física e mental de pessoas, cães e gatos, de integrá-los de forma responsável, a conscientização ambiental e bem-estar, possibilitando uma relação satisfatória, afetiva e benéfica entre todas as partes. O resultado foi enriquecedor e permitiu pensar questões de como materializar e fazer real os direitos que os animais possuem e de bem-estar mínimo, em como promover conscientização da Posse Responsável e vida digna para abandonados e necessitados. Além disso, permitiu pensar que este espaço pode estimular encontros e interações maiores entre pessoas e animais fazendo do Centro um lugar de toda a comunidade. A criação de um Centro de Acolhimento e Bem-Estar Animal mudaria o conceito de canil e gatil que temos no Brasil, caracterizado por ser um espaço afastado do acesso público, onde as pessoas frequentam apenas com um objetivo de adotar ou de deixar um animal para cuidados da instituição. A arquitetura, voltada à questão animal, têm o poder de integrar, mudar as relações de uso de espaços, de responsabilidade social, diminuir o abandono, reforçar os direitos dos animais e promover aos mesmos dignidade de vida. Concluo este trabalho com imensa satisfação de projetar um espaço que explicite a importância da relação homem x animal, tornando possível os anseios relacionados ao bem-estar deles e como um espaço prazeroso para visitantes e frequentadores sendo um ambiente confortável, aconchegante e que permite proximidade e vivência com os animais de forma saudável para todos.
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bibliografia
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