Portfolio

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PORTFÓLIO ARQUITETURA E URBANISMO

JULIANA CORREIA



DADOS PESSOAIS

FORMAÇÃO ACADÊMICA FORMAÇÃO COLÉGIO QI CURSANDO ARQUITETURA E URBANISMO PUC-RIO DESDE 2015

IDIOMAS INGLÊS (INTERMEDIÁRIO) ESPANHOL (BÁSICO)

PROGRAMAS E SOFTWARES JULIANA CORREIA (21) 98355-2851 juliana.correia26@gmail.com Rio de Janeiro, RJ

AUTOCAD SKETCH UP ADOBE PHOTOSHOP ADOBE ILLUSTRATOR ADOBE INDESIGN MICROSOFT OFFICE



SUMÁRIO

01.

GALERIA ATELIER NA LAPA

02. ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL EM SANTO CRISTO

03. CENTRO DE MOVIMENTO DO CORPO 04. OUTROS TRABALHOS


01.

GALERIA ATELIER NA LAPA

GALERIA DE ARTE E ESPAÇO DE TRABALHO (4 ATELIES) LOCALIZADA ENTRE A R. RIACHUELO E AV. MEM DE SÁ, LAPA -RJ PROJETADO POR JULIANA CORREIA E BEATRIZ GOMES

A partir da análise do entorno do terreno, foi possível notar a presença constante do ritmo, tanto nas fachadas dos edifícios históricos e em seus lotes, quanto nos próprios Arcos da Lapa. Sendo assim, o projeto atua como uma costura da quadra ao retomar o ritmo da mesma, se baseando no espaçamento do lotes vizinhos, preenchendo o intervalo deixado atualmente pelo terreno. O projeto, fazendo referência a tal ritmo, se desenvolve a partir de uma malha proposta, a qual sugere o parcelamento original dos lotes, fazendo com que os espaços se organizem criando cheios e vazios que ditam a morfologia do edifício. Além disso, o projeto reage à densidade espacial, que é percebida principalmente na Rua Riachuelo. Com isso, a limitação do campo visual devido a maior verticalização presente nessa rua, acaba afetando negativamente a qualidade ambiental. Dessa forma, o projeto propõe, a partir dos seus cheios e vazios e do atravessamento no terreno que liga uma rua a outra, aumentar a permeabilidade a fim de amenizar a compressão trazida por essa densidade. A forma, criada a partir da malha proposta, acaba ditando o desdobramento do projeto, tanto no que diz respeito sobre as aberturas, quanto a circulação e a continuidade dos espaços. Por meio dos vazios existentes na forma, são criadas as aberturas, de modo que os mesmos sejam evidenciados, reafirmando a morfologia da construção. Ademais, a forma permite espaços mais permeáveis e contínuos, além de fluidez no percurso.



O atravessamento, presente no projeto, aumenta a porosidade entre o público e privado, de modo que o público adentre no terreno de forma mais direta. Sendo assim, as entradas, voltadas para o atravessamento, permitem a sobriedade das fachadas, se opondo às entradas dos sobrados históricos do entorno, as quais se voltam para a rua. O programa se distribui em dois corpos no térreo, onde se localizam em um a área expositiva e em outro a área de serviços voltados para o público e apoio, e no outro corpo, apoiado nos dois, fica o espaço de trabalho. Este é composto por ateliês que são distribuídos em razão da forma, permitindo com que cada ateliê possua uma varanda, a qual, além de proporcionar ventilação e iluminação para o ambiente, também se torna um espaço de contemplação, introspecção e fuga para o artista. O partido estrutural se baseia na malha proposta , estando aparente a fim de reforçar a ideia da mesma. Através da sua malha obliqua homogênea o projeto foi capaz de vencer grandes vãos, com o uso remediado de pilares de concreto. Esse sistema estrutural possibilitou também o atravessamento livre do terreno sem interferências de estrutura no percurso.



02. ESCOLA DE ENSINO FUND.

EM SANTO CRISTO

ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL I E II LOCALIZADA ENTRE R. SANTO CRISTO E R. CORDEIRO DA GRAÇA, SANTO CRISTO -RJ PROJETADO POR JULIANA CORREIA E BEATRIZ GOMES

A partir da análise do entorno, foi percebido duas escalas urbanas predominantes e distintas: uma que diz respeito aos galpões industriais e outra aos sobrados antigos. Dessa forma, o projeto propõe a fazer uma releitura da cidade(entorno), de forma a adotar a escala industrial externamente, envolvendo, e outra menor e mais familiar internamente. Além disso, o entorno foi entendido como um local caótico, indefinido, incerto, não consolidado. Em virtude disso, o projeto reage à esse entorno, se fechando para o mesmo e criando uma ambiência interna voltada para a aprendizagem e crescimento do indivíduo. Entretanto, não corta a relação entre interior e exterior, permitindo que ocorra uma continuação visual por meio da pele porosa que faz um filtro. O projeto se baseia na interdisciplinaridade, que é expressa na arquitetura por meio da interconectividade dos espaços. Com isso, o programa se desenvolve por meio de núcleos interdisciplinares com salas separadas por áreas de ensino, as quais, por meio da flexibilidade dos fechamentos, podem se tornar uma grande sala, formando, assim, o espaço interdisciplinar. A interdisciplinaridade visa promover a autonomia do aluno pela busca de conhecimento). Ademais, o ensino integral propõe que sejam realizadas atividades no período da tarde que vão além do ensino tradicional, acreditando que são outras formas de aprendizado. A estrutura metálica que fundamenta o projeto faz uma alusão à parte industrial do Porto, assim como a pele metálica que reveste o projeto externamente, protegendo da insolação. Além disso, a elevação dos núcleos é feita afim de liberar o térreo e fazer uma relação com as topografia do Morro do Pinto.



Os núcleos são conectados por meio de rampas, onde os espaços intermediários são utilizados para convívio. O projeto propõe diversas experiências espaciais tanto dentro dos núcleos (diferentes salas, layout, flexibilidade das salas), quanto no resto da escola (rampas com diferentes percursos, níveis distintos)

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO


PLANTA BAIXA TÉRREO

PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAV.


CORTE A

CORTE B



03. CENTRO DE MOVIMENTO DO CORPO

ESCOLA DE DANÇA LOCALIZADA ENTRE R. TREZE DE MAIO COM R. MANUEL DE CARVALHO, CENTRO -RJ PROJETADO POR JULIANA CORREIA E BEATRIZ GOMES

A partir da análise do Centro da Cidade, percebe-se ele como um local agitado e sem liberdade, onde o trabalhador possui uma rotina muito corrida. Essa falta de liberdade se traduz nessa fragmentação da cidade, onde há planos que dividem rigidamente o público e o privado. Logo, tendo em vista as necessidades do Centro, o projeto se propõe a criar um intervalo na região, uma pausa na rotina corrida do trabalhador do Centro. Dessa forma, será um momento no qual ele poderá se desconectar da agitação do mundo e se reconectar consigo mesmo. Para que esse respiro/intervalo se estenda por todo o quarteirão, as ruas Treze de Maio e Manuel de Carvalho foram niveladas com a calçada, permitindo o uso desse espaço para o acontecimento de aulas e performance, além da maior apropriação do pedestre. O projeto se desenvolve a partir de um plano que se inicia na rua, fazendo uma extensão da mesma, até o terreno propriamente dito, onde ele vai se dobrando diversas vezes, criando espaços variados. Dessa forma, a superfície dobrada faz com que os espaços interajam uns com os outros, mantendo um fluxo e conexão entre eles. Além disso, ao fazer essa continuação da rua, há uma quebra


LIMITES RÍGIDOS

RUA

DOBRAS NO PLANO


PLANTA DE IMPLANTAÇÃO


O programa se desenvolve através de oficinas corporais sem necessidade de conhecimento prévio, nas quais o corpo e o movimento estariam em foco. Por meio das oficinas, é proposto que essas atividades permitam um (auto)conhecimento das capacidades do corpo, um momento de lazer, respiro e desaceleração do ritmo da cidade. As dobras dos planos acabam criando vazios onde ocorrem os intervalos das salas de aula, nos quais se situam os espaços de circulação, concebidos de forma que permitam a apropriação por parte das pessoas, além do convívio entre as mesmas. O partido estrutural é baseado em uma estrutura independente que, ao ser recuada da fachada, acaba evidenciando as dobras das superfícies. Além disso, para reforçar ainda mais essa ideia da continuidade da fita vista da fachada, foram feitos em determinados locais da laje alguns chanfros, de forma que a parede e a laje ficassem com a mesma espessura na fachada. O projeto optou pelo uso de perfis tubulares afim de proteger os espaços de aula da insolação, além de incorporar ao espaço interior um interessante movimento devido ao jogo sutil de luz e sombra.


PLANTA BAIXA TÉRREO



CORTE A

CORTE B


CORTE C



04. OUTROS TRABALHOS

AZUMA HOUSE, OSAKA-JAPÃO TRABALHO REALIZADO NA DISCIPLINA ARQ 1329 RENDERIZAÇÃO DO MODELO DO SKETCH UP DA AZUMA HOUSE PROJETO DE TADAO ANDO

MONTAGEM TRABALHO REALIZADO NA DISCIPLINA ARQ 1329 MONTAGEM E TRATAMENTO DE IMAGEM NO PHOTOSHOP

SINAPSES CONCURSO 30H PUC-RIO INTERVENÇÃO URBANA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO PROJETADO POR JULIANA CORREIA, INGRID COLARES, BRUNO BINS E GUSTAVO VIAL



AZUMA HOUSE, OSAKA-JAPÃO



MONTAGEM


Os seres humanos são capazes de armazenar experiências, dando a elas o nome de memórias. Esse processo lida com o passado, entretanto emerge no presente, criando uma ligação dinâmica entre os dois âmbitos temporais, fornecendo um alicerce para a construção do futuro. Apesar das memórias serem essenciais para definir quem somos, possuímos uma capacidade falha de mantê-las conosco, o que nos faz procurar meios externos de conservá-las. Os locais de memória são responsáveis por proporcionar experiências sensoriais e ativar a cidade, pois é por meio deles que os sentimentos de pertencimento dos habitantes são incorporados à ela. Dessa forma, o meio urbano passa a ser uma representação dos que habitam nele. Direcionando o foco para o cenário carioca, podemos perceber que o Rio de Janeiro passa por uma constante destruição de memórias: transformações na cidade se caracterizam por um processo contínuo de desfazer para fazer, desconstruir para construir. Com a difusão de projetos arquitetônicos efêmeros, fomenta-se a criação de inúmeras faces em um mesmo espaço no decorrer dos anos. Tal processo banaliza a relação de pertencimento do homem com o urbano e enfraquece a criação de uma identidade local. Como abandonar esse pensamento e desenvolver espaços urbanos e memórias que não serão apagados no futuro? Se analisarmos profundamente, podemos perceber que não há um objeto arquitetônico que se mantém imutável, principalmente por um fator que não somos capaz de intervir: o tempo. Neste contexto, o tempo não atua apenas como um fator de deterioração da matéria, ele também age como um modificador da sociedade e cultura. O mundo é mutável, assim como seus artefatos. Este projeto visa responder à problemática através da criação de uma estrutura modular e versátil, que possa ser alterada e ressignificada de acordo com o contexto temporal que se insere. Além disso, a proposta ainda contempla ocupar espaços urbanos subutilizados, reativar memórias locais e promover novas experiências aos usuários.

Toda saudade é a presença. Da ausência de alguém De algum lugar De algo enfim Súbito o não Toma forma de sim Como se a escuridão Toda saudade é um capuz Transparente Que veda E ao mesmo tempo Traz a visão Do que não se pode ver Porque se deixou pra trás Mas que guardou no coração.

A estrutura descrita no projeto pode ser aplicada a diversas áreas da cidade, todavia optamos por demonstrar sua aplicação na região do no Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, mais conhecido como Aterro do Flamengo. A área de 1,2 milhões de metros quadrados "conquistada" sobre o mar com o desmonte do Morro de Santo Antônio, é um exemplo expressivo da ação humana que modifica artificialmente o espaço ao seu redor no decorrer do tempo, o ato de desfazer para fazer. O projeto de 1965 se configurava como uma enorme e dinâmica área de lazer em seus primeiros anos. Todavia, algumas partes dessa região praticamente deixaram de cumprir sua função/propósito inicial, se tornaram pouco movimentadas e não são plenamente aproveitadas atualmente, constituindo um dos locais mais adequados para a implementação do projeto Sinapses.

- Gilberto Gil

ATERRO DO FLAMENGO NA DÉCADA DE 1960

O equipamento consiste em uma estrutura tridimensional composta por bastões que se encaixam em nós, que, por sua vez, agrupam até seis desses bastões. Esses agrupamentos confor-



ver novas experiências aos usuários.

A partir dos parâmetros definidos, foi realizado um processo de brainstorming no intuito de definir os caminhos que guiaram o desenvolvimento do projeto:

NATUREZA Transformação

Crescimento TEMPO PESSOAS

RESSIGNIFICAÇÃO CONEXÕES

Máquina/Cápsula

ADAPTABILIDADE

EXPERIÊNCIAS/SENSAÇÕES MEMÓRIAS

MODULARIDADE

O equipamento consiste em uma estrutura tridimensional composta por bastões que se encaixam em nós, que, por sua vez, agrupam até seis desses bastões. Esses agrupamentos conformam grids modulares que podem ser montados e desmontados por intervenções voluntárias de quem interage com o equipamento. Tais intervenções atribuem caráter orgânico à estrutura, possibilitando múltiplas organizações espaciais, o que promove diferentes apropriações e usos do equipamento para a construção de uma memória coletiva naquele espaço e tempo em que está inserido. Esses ambientes fluidos possibilitam trocas de experiências, pois proporcionam um local de convívio no qual os usuários podem criar vínculos com ele e com as demais pessoas que o utilizam. Além disso, esses grids tem a função de comportar cápsulas, que instigam os seus usuários a depositarem suas memórias dentro delas, sejam objetos físicos ou sensoriais (aromas, gravações, escritos, fotos...) e deixando-as disponíveis para serem exploradas por quem se interessa a desvendar essas lembranças e reavivar suas próprias memórias por meio desse processo. Essas cápsulas podem ser colocadas e retiradas da estrutura movimentando-as horizontalmente nos diferentes níveis do grid por meio de puxadores localizados em suas quatro faces laterais.

Bastões metálicos de perfil quadrado: (2,5cm x 2,5cm x 30cm) Nós de encaixe metálico com 6 bocas Cápsulas cúbicas de policarbonato (29,5cm x 29,5cm x 29,5cm)

MORRO DE SANTO ANTÔNIO


O projeto foi pensado para ser aplicado em diversas áreas da cidade, criando uma grande rede sináptica de memória coletiva transmitindo sensações, sentimentos e pensamentos. Dessa forma, o projeto busca se assemelhar as sinapses nervosas, compartilhando essas memórias de maneira que não sejam esquecidas. Sendo assim, o projeto consiste em mais do que uma reativação de espacos inutilizados, mas sim em uma reativaçao de sentimentos que foram suplantados pela voracidade progressista do Rio de Janeiro. Um projeto que resgata o passado, evidencia o presente e cresce para um futuro, ligando no espaço-tempo, o sentimento de uma memória urbana.


JULIANA CORREIA JULIANA.CORREIA26@GMAIL.COM 2016


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