Revista De Gestão 20

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20 Setembro • Outubro Novembro • Dezembro 2011

Gastronomia

14

Brasileiro consome pouco peixe

Falando de Nutrição

Escolas entram na luta contra obesidade infantil

16

Benefícios da vitamina D

Atualidade

18

Suplementos alimentares em alerta

Rede particular adere a programas de alimentação saudável


Editorial DE GESTÃO Publicação Quadrimestral do Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região Rua Bulhões Marques, 19, sls 801/803 Edf. Zikatz | Boa Vista, Recife/PE | CEP: 50060-050 Fones (81) 3222.1458 / 3222.2495 / 3421.8382 Fax (81) 3421.8308 www.crn6.org.br | crn6@crn6.org.br DELEGACIAS • Ceará | Av. Santos Dumont, 1740, sl 613 Centro, Aldeota/Fortaleza - CEP:60150-160 Fone/Fax:(85) 3261.6341 Delegada: Maria Lúcia Barreto Sá • Rio Grande do Norte | R. Prof. Zuza, 263, sl 223 Cidade Alta, Natal/RN - CEP:59025-160 Fone/Fax: (84) 3211.8193 Delegada: Adriana de Queiroz Xavier • Piauí | R. Des. Pires de Castro, 173, sl 7 Sul-Centro, Teresina/PI - CEP:64001-390 Fone/Fax: (86) 3222.3028 Delegada: Maria do Rosário Lima Gomes • Paraíba | Av. Dom Pedro I, 361, sl 210 Edf. Holanda Center - Centro, J. Pessoa/PB Fone/Fax: (83) 3241.5621 Delegada: Luciana Maria Martinez Vaz • Alagoas | Av. Moreira e Silva, 547, sl 105 Farol, Maceió/AL - CEP:57021-500 Fone/Fax: (82) 3221.7048 Delegada: Ana Maria Beltrão Rossiter • Maranhão | R. Queóps, 12, sl 401 J. Renascença, São Luís/MA - CEP:65075-800 Fone: (98) 3235.3435 Delegada: Sueli Ismael O. da Conceição

Revista deGestão

DIRETORIA DO CRN-6 • Conselheira Presidente Nancy Aguiar • Conselheira Vice Presidente Patrícia Santos • Conselheira Secretária Ivany Amaral • Conselheiro Tesoureiro Rodrigo Silveira • Efetivos | Ivany C. R. Amaral | Leopoldina de S. Serqueira | Maria do Rosário P. Spíndola | Maria Dolores G. da Fonte | Marina de Moraes V. Petribu | Nancy de A. Aguiar | Patrícia M. S. Santos | Taciana C. Verçosa | Rodrigo Luis da Silveira • Suplentes | Adriana de Q. Xavier | Ana Glória F. de Araújo | Ana Karina Souza | Edigleide F. Barreto | Flávia Maria de C. Almeida | Larissa de A. Viana | Maria do Rosário L. Gomes | Sebastião de F. Silva | Suzana de C. S. Lins • Comissão de Fiscalização | Ivany C. R. Amaral Nancy de A. Aguiar | Maria Dolores G. da Fonte Maria do Rosário P. Spíndola • Comissão de Tomada de Contas | Maria do Rosário P. Spíndola | Marina de M. V. Petribu | Leopoldina de S. Sequeira • Comissão de Ética | Patrícia S. Santos | Taciana C. Verçosa | Maria Dolores G. Fonte | Ana Glória F. de Araújo • Comissão de Formação Profissional | Marina de M. V. Petribu | Edigleide F. Barreto | Larissa de A. Viana | Ana Karina Souza | Luciana M. Vaz | Leopoldina de S. Sequeira • Licitação | Maria Dolores G. da Fonte | Flávio C. de Brito | Janusy de F. Silva Nairton S. da Silva • Comunicação | Nancy de A. Aguiar | Ivany C. R. Amaral | Rodrigo Silveira | Patrícia S. Santos

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Jornalista Responsável Patrícia Natuska (DRT 3187) Multi Comunicação Corporativa www.multicomunicacao.com Edição e Textos | Janayna Brasil e Patrícia Natuska Multi Comunicação Corporativa Projeto Gráfico e Diagramação | Juliana Sauvé e Daniele Torres - Multi Capa | Foto de Juliana Sauvé Tiragem | 10.000 exemplares

Que venha 2012! Neste primeiro ano de atuação da gestão 20112014 à frente do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região, buscamos estar mais próximos da população através de atividades e serviços de saúde, tendo como proposta valorizar o profissional de nutrição como indispensável para o bem estar das pessoas. Focamos no tema Fome, Obesidade e Desperdício e levamos à sociedade e ao nutricionista, por meio das jornadas, encontros e atividades, a preocupação em solucionar estes temas tão relevantes na saúde pública. Nas próximas páginas desta edição, destacaNancy Aguiar mos a atualização dos números de inscritos no Conselheira Presidente conselho, por delegacia e um alerta sobre os cuidados que o nutricionista deve ter na prescrição dos suplementos alimentares. A matéria principal traz uma abordagem sobre obesidade infantil, mostrando projetos de alimentação saudável praticados em escolas da rede particular de ensino. Fechamos este número 20 com a certeza do dever cumprido. Desejamos que 2012 possa ser um ano de grandes realizações para todos nós. Boa leitura!

Entrada

03 04

Comissões Eventos

08 10 13 14 16 18

05 06

Radar CRN-6 em ação

Atuação Profissional

Conheça o PINAB Em Foco

Alimentação na rede privada Especial

Nova versão da PNAN Gastronomia

Peixe nosso de cada dia Falando de Nutrição

Vitamina D, a força do Sol Atualidade

Suplementos Alimentares


Entrada

Comissões Fiscalização Número de inscritos por estado

N 756 T 143 PJ 94

N 1097

N 1118

T 5

T 115

PJ 55

PJ 123

N 961 T 25 PJ 13 N 1845 T 223 PJ 130

Legendas N Nuticionistas

N 863

N 757

T Técnicos

T 50

T 77

PJ Pessoas Jurídicas

PJ 1

PJ 55

A ação fiscal do CRN-6 tem sido intensificada em

tomar ciência da ocorrência de irregularidades, cuja apu­ ração e disciplina não sejam de sua competência, con­

ção do Sistema CFN/CRN. Até o mês de outubro, foram rea-

selho da região encaminha denúncias às autoridades

lizadas 3.022 visitas fiscais, nos sete estados da jurisdição

competentes.

As visitas técnicas buscam contribuir para a qualidade

Ressaltamos a importância da parceria das categorias

do desempenho dos profissionais e para o adequado fun-

com o CRN, unindo esforços, em beneficio da profissão,

cionamento dos serviços de alimentação e nutrição. Ao

dos profissionais e da sociedade.

Ética Atuação do TND O Conselho alerta para o aumento do número de Téc-

as determinações da legislação vigente. Nestes ofícios são

nicos de Nutrição e Dietética (TND) inseridos no mercado

citados o artigo 1° da resolução CFN no 312/2003 e o artigo

de trabalho que estão exercendo a profissão sem o registro

7°, inciso I, da resolução do CFN no 333/2004, além do códi-

profissional emitido pelo CRN-6. Assim, é importante que o

go de ética do TND.

TND esteja atento à preservação dos princípios éticos inerentes ao exercício das atividades que pratica. A Comissão de Ética do CRN-6 constantemente realiza o envio de ofícios para estes profissionais, esclarecendo

Em caso de dúvida sobre a emissão do registro profissional, o Técnico de Nutrição e Dietética deve entrar em contato com o CRN-6 através do telefone da regional ou pelo site www.crn6.com.br

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

cum­primento às diretrizes da Política Nacional de Fiscaliza-

3


Entrada

Eventos

O mês de outubro é marcado

que onderealizaram avaliação do

pelas celebrações do Dia do Idoso

IMC (Índice de Massa Corporal) e

(01/10) e do Dia Mundial da Alimen-

orientação nutricional sobre alimen-

tação (16/10). Para comemorar as da-

tação saudável aos clientes do res-

tas, o Conselho Regional de Nutricio-

taurante.

nistas da 6ª Região promoveu ações

Os eventos reforçaram a divulga-

de saúde gratuita para a população.

ção da campanha nacional 2011 do

Em parceria com a Secretária de

Sistema de Conselhos Federal e Re-

Saúde de Paulista, em Pernambuco, o

gionais de Nutricionistas que traz o

regional realizou, no Dia do Idoso, mi-

tema Fome, Obesidade e Desperdício

nipalestras e oficinas sobre refeições

– Não Alimente Esse Problema.

saudáveis. No Dia Mundial da Alimentação,

Fotos | Divulgação

Dia do Idoso e da Alimentação foi comemorado pelo CRN-6

Além da prestação de serviço à comunidade, o CRN-6 também obje-

o conselho promoveu ação no res-

tiva, com as ações, valorizar o nutri-

taurante popular do Sesc do Cais de

cionista como profissional indispen-

Santa Rita, no Recife. Participaram nu-

sável para a saúde e o bem estar das

tricionistas e estudantes de nutrição

pessoas.

Jornada Recife 2011

Foto | Divulgação

Prêmio Emília Aureliano de Alencar

nicípio de Santa Cruz/RN” . O tema

no Recife, a última Jornada de Atua­

Monteiro para a nutricionista Anna

Fome, Obesidade e Desperdício nor-

lização em Alimentação e Nutrição

Cecília Queiroz de Medeiros que apre-

teou as jornadas do ano em todas as

de 2011 promovida pelo CRN-6.

sentou o trabalho vitorioso “O Preço

jurisdições, Ceará, Pernambuco, Piauí,

Durante o encontro, além de apresen-

que não Cabe no Poema – Custo e

Paraíba, Rio Grande do Norte, Mara-

tações, houve também a entrega do

Disponibilidade de Vegetais no Mu-

nhão e Alagoas.

Revista deGestão

No dia 26 de agosto, foi realizada

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Radar Dia do Nutricionista é marcado com prestação de serviços à população Em comemoração ao dia 31 de

“inquérito” nutricional. O público tam-

Internacional Cidade Viva, comemora-

agosto, Dia do Nutricionista, o Con-

bém recebeu orientações nutricionais

ram o Dia do Nutricionista antecipada-

selho Regional de Nutricionistas da

sobre os 10 passos para uma alimen-

mente, no dia 21 de agosto, com ações

6ª Região (CRN-6) e as delegacias da

tação saudável. Além disso, o Dia do

de promoção à saúde para cerca de 400 pessoas.

jurisdição promoveram ações de pro-

Nutricionista foi animado por palha-

moção à saúde com prestação de ser-

ços que abordavam a população para

viços à população.

participar da avaliação nutricional.

Em Fortaleza, a ação realizada em

A delegacia de Alagoas promo-

No dia 30 de agosto, a delegacia de Natal comemorou a data com o evento Nutrição e Você, que ocorreu

parceria com o Sesc também teve

veu encontro no restaurante popular

nos restaurantes populares Alecrim e

repercussão na imprensa e contou

de Maceió com atividades de palestra

Centro Administrativo com profissio-

com a participação dos nutricionistas

para grupo da 3ª idade, distribuição

nais e estudantes de nutrição da FARN

e animadores. As delegacias do Ma-

de folders e avaliação antropométri-

e UFRN.

ranhão e Piauí também promoveram

ca. O evento contou com a colabora-

atendimento à população com orien-

ção das nutricionistas da Secretaria de

reforçaram a divulgação da campa-

tação nutricional.

Assistência Social, de estudantes de

nha nacional do Sistema de Conselhos

nutrição da Universidade Federal de

Federal e Regionais de Nutricionistas

atendimento gratuito aos usuários

Alagoas (UFAL) e da Faculdade Maurí-

(CFN/CRN), lançada em abril, com o

da estação do metrô e pela cobertura

cio de Nassau.

tema Fome, Obesidade e Desperdício

No Recife, o dia foi marcado por

da imprensa. Quem passou pelo local

A delegacia de João Pessoa, em

Todas as ações contemplaram e

– Não Alimente Esse Problema. Em to-

pôde ser avaliado pelos profissionais e

parceria com a Fundação Cidade Viva

dos os eventos foram distribuídos brin-

estudantes de nutrição através de um

e a Diretoria de Nutrição da Escola

des e folders educativos da campanha.

CE

PB

RN

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

PI

AL

Fotos | Divulgação

PE

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Entrada

CRN-6 em ação

Foto | Divulgação

Jornada de Comunicação CFN/CRN 2011

A 2ª Jornada de Comunicação do Sistema CFN/CRN aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais com a presença de presidentes e assessores de comunicação. Cada conselho apresentou as ações desenvolvidas para trabalhar o tema da campanha do ano – Fome, obesidade e desperdício – e os resultados obtidos nas ações. O CFN fez uma retrospectiva das campanhas nacionais de 2004 a 2011 e colocou em votação a campanha que será trabalhada em 2012. Representaram o Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª Região (CRN-6), a presidente Nancy Aguiar, a secretária Ivany Amaral e a jornalista Janayna Brasil da assessoria de comunicação. O encontro contou ainda com palestras do jornalista e doutor em comunicação social, Jorge Duarte, que apresentou as funções e trabalho da Assessoria de Imprensa, e com o mestre em comunicação, André Rosa, sobre Mídias Sociais.

III Conferência Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa

Revista deGestão

A conselheira do CRN-6, Ana

6

grande importância para o segmen-

CRN-6 participou de audiência pública No dia 22 de novembro, o CRN-6,

Karina Souza, participou como dele-

to e teve como objetivos debater

representado pela conselheira e nutri-

gada da III Conferência Estadual dos

temas relevantes para o campo do

cionista Flávia Carvalho, participou na

Direitos da Pessoa Idosa, realizada

envelhecimento; avanços e desafios

Assembleia Legislativa de Pernambuco,

nos dias 12 e 13 de agosto, no Cen-

da Política Estadual da Pessoa Idosa;

da audiência pública promovida pela

tro de Convenções, em Olinda-PE.

mobilizar a população do estado,

Comissão de Defesa dos Direitos da

O CRN-6, enquanto sociedade civil,

especialmente a idosa, na perspecti-

Mulher. O tema em debate foi “Venda

tem assento no Conselho Estadual

va de garantir o direito de envelhe-

de suplementos ilegais nas academias

dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDI/

cer com dignidade; avaliar a imple-

de ginástica de Pernambuco”, motivada

PE) /Secretaria de Desenvolvimento

mentação e a efetivação da Política

pela morte do estudante Wilson Sam-

Social e Direitos Humanos - SEDS-

Pública da Pessoa Idosa, nas esferas

paio Júnior, de 18 anos, após a inges-

DH organizadores do evento que

do governo Federal e Estadual, além

tão de Jack3d. O debate contou com a

discutiu o tema “O compromisso de

de eleger delegados para represen-

presença de pais e amigos do jovem e

todos por um envelhecimento digno

tar na III Conferência Nacional, em

alertou para algumas ações que serão

em Pernambuco”. “O encontro foi de

Brasília/DF”, resumiu Ana Karina.

desenvolvidas, como a criação de uma comissão de trabalho para debater o assunto.


Foto | Divulgação

Prêmio Emília Aureliano 2011 Revista deGestão traz resumo do trabalho vitorioso do prêmio Emília Aureliano 2011, da nutricionista Anna Cecília Queiroz de Medeiros.

O preço que não cabe no poema – custo e disponibilidade de vegetais no município de Santa Cruz/RN Segundo a Organização Mundial

trema valia para confecção, avaliação

importantes a considerar no planeja-

de Saúde, já existem evidências sufi-

e prescrição de dietas e cardápios.

mento e aconselhamento dietético/

cientes para acreditar que o consumo

Levando em consideração todos os

nutricional, carecendo de contextu-

diário de 5 porções de frutas, legumes

aspectos ora apresentados, é que se

alização de acordo com a região de

e verduras (FLV) ao dia, cerca de 400

propôs a realização deste trabalho,

atuação do profissional. A análise da

gramas, ajudaria a diminuir o risco de

que buscou avaliar a disponibilidade e

Cesta Básica padronizada pelo DIEESE

desenvolvimento de doenças crôni-

oferta de preços de frutas, legumes e

para a região revelou uma quantidade

cas. Em contrapartida, os estudos so-

verduras comercializados no municí-

insuficiente de vegetais para atender

bre consumo alimentar têm mostrado

pio de Santa Cruz-RN.

às recomendações propostas no Guia

uma preocupante redução na ingestão de verduras e legumes.

Durante o período de um ano (ou-

Alimentar da População Brasileira. Foi verificado também que, para atender

os principais estabelecimentos de

a estas recomendações, há um com-

que, no Brasil, o baixo consumo de

comercialização de vegetais foram vi-

prometimento de parcela significati-

vegetais é prevalecente tanto entre

sitados mensalmente, sendo registra-

va do salário mínimo, o que ressalta,

homens 57,3% (52,4 – 62,3), quanto

dos a variedade e os preços de todas

mais uma vez, a importância de se

entre as mulheres 59,3% (55,4 – 63,2).

as FLVs disponíveis para venda. Para

considerar o preço no planejamento

Buscando subsídios para reverter este

o cálculo das porções de frutas, legu-

dietético/nutricional, pensando na re-

quadro, a diretriz 3.6 da Política Nacio-

mes e verduras, foi adotada a reco-

alização plena da Segurança Alimen-

nal de Alimentação e Nutrição (PNAN)

mendação do Guia Alimentar para Po-

tar e Nutricional (SAN).

propõe enfoque prioritário ao resgate

pulação Brasileira. Calculou-se, então,

do consumo de alimentos locais de

o gasto mensal com as porções destes

centar uma pequena presença de

baixo custo e elevado valor nutritivo,

produtos de acordo com as recomen-

vegetais cultivados localmente na

como as FLVs.

A este panorama podemos acres-

dações para consumo, sendo este

feira livre da cidade. Isto se reveste de

Nesse sentido, pesquisas nacio-

custo relacionado com o salário míni-

maior importância, quando o princi-

nais e internacionais demonstram que

mo vigente no país e com o preço da

pal motivo alegado pelos feirantes foi

o preço das FLVs influencia a parti-

cesta básica, fornecidos pelo DIEESE,

o de que a baixa produtividade local

cipação destes alimentos no padrão

correspondentes ao mês analisado.

torna mais vantajoso comprar em ou-

alimentar da população, em todos os

Também foi pesquisada a origem

tros locais, especialmente por não se

estratos de renda. Em média, um au-

dos produtos vegetais comerciali-

ter a garantia de um abastecimento

mento de 10% no preço das FLVs está

zados na feira livre da cidade. Como

regular. Se vislumbra, ainda, a necessi-

associado a uma redução de 3,2% no

resultado, foi encontrada uma grande

dade de fortalecer a infra-estrutura no

consumo semanal deste tipo de ali-

variação nos preços de comercializa-

meio rural do município, favorecendo

mento. Igualmente, o conhecimento

ção de FLVs, entre os meses e esta-

a agricultura familiar e o consumo de

sobre a realidade regional, é de ex-

belecimentos, sendo estas variáveis

alimentos produzidos localmente.

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

tubro de 2009 a setembro de 2010),

Um trabalho recente constatou

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Atuação Profissional

PINAB: Educação e saúde Membro da coordenação do PINAB (Práticas Integrais da Nutrição na Atenção Básica em Saúde) do Departamen-

to de Nutrição da UFPB, o nutricionista e professor universitário Pedro

Cruz, em entrevista concedida à Revista de

Gestão, conta sobre a experiência e o trabalho do projeto que incentiva a integração do ensino com ações de nutrição e promoção à saúde no atendimento às comunidades populares da Paraíba. Revista deGestão (RG) - Como surgiu

Unidade de Saúde da Família (USF)

a proposta de criar o PINAB?

Vila Saúde e, especialmente, as lide-

Pedro Cruz (PC) - O Projeto de

grupos comunitários e as diversas

Extensão PINAB surgiu no final de

populares das comunidades de Boa

iniciativas, de nível individual e cole-

2006 a partir de um antigo desejo de

Esperança, Jardim Itabaiana e Pedra

tivo, empreendidas pelo PINAB em

docentes e estudantes do curso de

Branca, no bairro do Cristo Redentor,

cooperação com seus parceiros locais,

Nutrição da UFPB, o qual consistia em

em João Pessoa-PB. Institucionalmen-

estimamos que 1200 pessoas foram

desenvolver experiências de extensão

te, o projeto é ancorado no Departa-

diretamente beneficiadas.

em Educação Popular e Promoção da

mento de Nutrição do Centro de Ciên-

RG - Quais os principais resultados

Saúde com foco na nutrição em Saú-

cias da Saúde da UFPB, contando com

obtidos?

de Pública, especialmente em comu-

apoio da Pró-Reitoria de Extensão e

nidades, movimentos sociais e grupos

Assuntos Comunitários, do Ministério

dos estão o estímulo à participação

populares.

da Educação através do Programa de

dos agentes comunitários de saúde

RG - Quais são as ações e metas do

Apoio à Extensão Universitária (PRO-

na construção cotidiana do grupo

projeto?

EXT), da Secretaria Municipal de Saú-

“saúde na comunidade”; instituição

PC – Dentre os inúmeros resulta-

de de João Pessoa, da Associação de

e colaboração no aperfeiçoamento

os grupos comunitários que com-

Amigos e Moradores da Comunidade

de grupos de encontro e convivên-

põem o eixo estrutural sobre qual

Boa Esperança e, desde julho de 2011,

cia comunitária, visando o incentivo

alicerça o PINAB, através de interações

do Departamento de Promoção da

à discussão local sobre saúde, cida-

individuais e familiares. Os grupos

Saúde do Centro de Ciências Médicas

dania e qualidade de vida; na escola

constituem uma estratégia central

da UFPB.

são realizadas atividades educativas

para a dinamização da promoção da

RG - Quem faz parte do grupo do

com a participação dos estudantes

saúde em comunidades, em que se

PINAB?

por meio de campanhas, esquetes

estimulam a pró-atividade da popula-

Revista deGestão

PC - Considerando os diferentes

ranças comunitárias e educadores

PC – As ações são educativas com

8

ram beneficiadas?

PC - Atualmente, o projeto conta

teatrais e debates com temáticas nos

ção, a interação cultural e o fortaleci-

com a participação de três professores

princípios e formas de organização do

mento dos movimentos sociais, vitais

coordenadores e 16 estudantes ex-

Sistema Único de Saúde. Além disso,

para a emancipação e a conquista da

tensionistas. Pela comunidade, estão

a realização de cursos de formação

saúde com qualidade e alteridade. As

envolvidos 30 famílias beneficiárias

com professores da escola, na linha

ações coletivas dos grupos realizam-

do Programa Bolsa Família (PBF); dez

da Segurança Alimentar e Nutricional

-se quinzenalmente na Unidade de

trabalhadores de saúde da Unidade

e do Direito Humano a Alimentação

Saúde da Família (USF) Vila Saúde, na

de Saúde da Família (USF) Vila Saúde;

Adequada e Saudável.

Escola Municipal de Ensino Funda-

100 escolares; 12 professores da Esco-

RG - Encontrou dificuldades para im-

mental Augusto dos Anjos e em asso-

la Municipal de Ensino Fundamental

plantar o PINAB?

ciações comunitárias locais.

Augusto dos Anjos e 20 educadores

RG - Quais os órgãos que o PINAB

populares, lideranças comunitárias e

mensão da Atenção Básica é desafia-

conta para sua atuação?

membros de organizações comunitá-

dor, tendo em vista que, na maioria

rias locais.

das vezes, a formação biologicista dos

RG - Até hoje, quantas pessoas já fo-

profissionais de saúde e a tradição

PC - A Escola Municipal de Ensino Fundamental Augusto dos Anjos, a

PC - O trabalho educativo na di-


Fotos | Divulgação

As ações são educativas com os grupos comunitários que compõem o eixo estrutural sobre qual alicerça o PINAB, através de interações individuais e familiares. Pedro Cruz, nutricionista e professor educativa verticalizada dificulta que

tica, mas, compromissada, estando

este tipo de ação seja realizada. Ade-

disposto quando necessário apoio e

mais, o cotidiano das ações prestadas

contribuição.

nas USFs ainda é marcado pela ra-

RG - Porque o projeto se caracteri-

cionalidade da cura das doenças, em

za como uma extensão universitária

detrimento da promoção e prevenção

popular?

da saúde. O PINAB tem se deparado

PC - O projeto constitui-se numa

também com algumas fragilidades e

prática de extensão popular, tradu-

desafios como a falta de integração

zindo-se então num trabalho social,

entre as políticas sociais desenvolvi-

desenvolvido com a intencionalida-

das, como educação, saúde e assis-

de de articular as ações de pesquisa e

tência social, encontrando sempre

ensino, a partir dos problemas e da re-

muitas barreiras e pouco sucesso nas

alidade percebidos na extensão, bus-

tentativas de promover o diálogo en-

cando atuar junto com a população

tre estes serviços, por mais que cada

em seus esforços para a superação

um sempre abra espaço às iniciativas

das desigualdades sociais. Por isso, é

e provocações do projeto. Contudo,

um esforço dialógico empreendido

suas agendas - a maioria provocada

por comunidade, equipes de saúde,

por pautas das gestões federais, es-

estudantes e professores atuando

taduais e municipais- encontram-se

sobre a realidade objetiva, a partir de

sempre sobrecarregadas, dificultando

sua análise crítica e das subjetividades

consideravelmente o estabelecimento

ali presentes.

de pactos, metas e intervenções em

RG - Qual a contribuição do projeto

comum.

para formação do estudante e profis-

RG - Houve alguma mudança desde o

sional de nutrição?

surgimento? PC - Tanto em função das deman-

PC - Esta experiência tem permitido vivenciar a nutrição para além

das e limitações da escola, do serviço

da prescrição clínica ou dos estudos

de saúde ou das comunidades, como

técnicos, onde o conhecimento cien-

por limitações operacionais do proje-

tífico é supervalorizado. Priorizamos

to, em muitas ocasiões o PINAB teve

um processo centrado mais nas pes-

de abdicar do acompanhamento sis-

soas do que na técnica em si. Dessa

temático dos grupos, deixando o de

maneira, o contato do estudante com

Idosos apenas aos encargos da USF

a realidade das classes populares tem

desde 2009, além do de Gestantes e

fomentado um processo de sensibili-

Mobilização Popular em 2010. Mesmo

zação para um exercício da nutrição

assim, o PINAB perdura um vínculo

mais crítico, pró-ativo e reflexivo, arti-

cotidiano com a escola, o serviço e a

culado com os anseios e interesses da

comunidade, dispondo-se a pautas

população, na busca pela promoção

dos grupos de gestantes, idosos e mo-

da saúde e efetivação da participação

bilização popular de forma assistemá-

popular.

9


Em Foco

na rede privada de ensino Nos últimos anos, a obesidade infantil tornou-se um dos graves pro-

trabalho realizado envolve além dos

blemas de saúde pública no Brasil. Re-

to aos alimentos que compõem os

estudantes, pais, professores, funcio-

sultados da Pesquisa de Orçamentos

lanches escolares e aos cuidados hi-

nários e diretoria com o objetivo de

Familiares (POF) de 2008 revelam que

giênicos durante a sua preparação e

transmitir conhecimentos que visem

o excesso de peso das crianças de 5 a

oferta que, se não forem adequadas,

à melhoria da saúde através de uma

9 anos atingiu 33,5%, sendo maior na

pode comprometer a saúde e desen-

alimentação mais saudável.

área urbana do que na rural. Entre os

volvimento da criança. A atenção na

meninos, o índice foi de 37,5% nas ci-

oferta de alimentos e o controle da

vidades em sala de aula, tendo como

dades e 23,9%, no campo. As meninas

alimentação durante esta fase são

tema central o alimento, envolvendo

apresentaram 33,9% e 24,6%, respec-

de extrema importância para preve-

conceitos nutricionais e pedagógicos,

tivamente.

nir doenças crônicas, garantindo a

através de dinâmicas que motivem

Na escola são desenvolvidas ati-

Com o crescimento da indústria

longevidade e qualidade de vida. A

as crianças. Entre as atividades estão

alimentícia, houve uma ampliação das

cautela deve ocorrer na escola e em

jogos e momentos de degustação

redes de comercialização de alimen-

casa, incluindo os lanches ofertados,

com brincadeiras como, “abra a boca e

tos – fast food, cantinas escolares, lan-

independente de onde eles sejam

feche os olhos” ou “o que é? o que é?”,

chonetes, quiosques e restaurantes –

preparados e oferecidos.

além da preparação de receitas pelos

que atualmente tem ditado os modos

No Recife, algumas escolas da

de consumo alimentar da população

rede privada de ensino têm consegui-

desde cedo. Junto com a substituição

do implantar no cardápio oferecido

receptividade às atividades desenvol-

dos alimentos saudáveis por estes no-

aos alunos uma alimentação mais sau-

vidas. A grande maioria apresentou

vos produtos, tem aumentado a pre-

dável. Desde 2004, o Centro Escolar

um comportamento surpreendente

ocupação de pais e profissionais de

Carochinha, no bairro de Casa Forte,

no momento do consumo das prepa-

saúde com relação ao que os jovens e

desenvolve o projeto “Comer, comer:

rações, como no caso da vitamina de

crianças têm consumido fora do lar.

uma lição a aprender”, trabalho ide-

banana, salada de fruta e sanduíche

alizado pelos serviços de nutrição e

de verduras, solicitando até a repeti-

fonoaudiologia da escola.

ção destes alimentos”, diz Regina Bor-

atenção, está a escolar. É nesta época

Revista deGestão

alimentação dos alunos, conta que o

Assim, é importante estar aten-

Entre as fases que mais requerem

10

qualidade sanitária.

próprios alunos. “Os alunos demonstraram boa

que a criança encontra-se em intenso

No programa do centro escolar

crescimento e suas atividades diárias

que incentiva os bons hábitos alimen-

envolvem um grande gasto de ener-

tares, estão inseridos o lanche coleti-

do projeto trouxe uma certa resistên-

gia. Nesta fase, a alimentação precisa

vo e a cantina saudável, onde foram

cia dos alunos quanto à implantação

ser oferecida de forma adequada, su-

fundamentados nas leis da nutrição:

dos alimentos saudáveis no cardá-

prindo necessidades nutricionais da

quantidade, qualidade, harmonia e

pio que foi posteriormente superada.

criança em relação a todos os nutrientes e a segurança em relação à sua

adequação. A nutricionista Regina

Borges Pinho, responsável pela

ges Pinho. Segundo a nutricionista, o início

“Apesar dos protestos, conseguimos tornar o programa um sucesso. Pri-


Fotos | Alex França

A escola é um espaço representativo da sociedade e, como tal, reflete a problemática do crescimento da obesidade na população mundial e de forma preocupante no Brasil, atingindo todas as idades. A partir dos 5 anos, confirma-se a tendência de aumento acelerado do problema A nutricionista Regina Borges Pinho

sa forma, é disponibilizada assesso-

oferecido e o investimento na saúde

da introdução de alimentos regionais,

ria técnica a toda equipe envolvida,

dos filhos.

dentre eles, a sopa que inicialmente

iniciando-se no momento da aquisi-

O Colégio Fazer Crescer também

foi muito rejeitada pelos estudantes

ção com a escolha dos gêneros até o

tem alguns projetos que conscienti-

e hoje é considerada uma das mais,

armazenamento, o preparo e a distri-

zam os alunos sobre a alimentação

se não a melhor, opção de lanche,

buição do lanche escolar, atendendo

saudável e balanceada. De acordo

conquistando dois dias no cardápio

a um controle de qualidade adequado

com

mensal. Já com a cantina saudável,

e seguro sob o ponto de vista higiêni-

tituição, o colégio começou a perce-

quando decidimos retirar a coxinha,

co sanitário.

ber que apesar de muito se falar sobre

foram muitos os protestos dos alunos,

Como o programa de lanche co-

Gláucia Lira, diretora da ins-

os benefícios de uma boa alimenta-

principalmente dos adolescentes,

letivo é opcional no Centro Escolar

ção, os alunos não vivenciavam isso

mas, isso é página virada”, comemora.

Carochinha, tem se notado ao longo

no dia-a-dia. Foi aí que surgiu a ideia

Diariamente, são servidos no lan-

destes anos, um aumento da adesão

de promover uma reeducação alimen-

che coletivo da escola uma média de

dos pais ao projeto, principalmente

tar para todos os estudantes.

140 refeições, com três itens - suco ou

nas turmas do infantil 4. Os profissio-

preparação láctea, lanche principal e

nais responsáveis pela alimentação

nos da Educação Infantil. Segundo

fruta. Toda alimentação servida é pre-

na escola, dentre eles a nutricionis-

Gláucia, não houve dificuldades para

parada no centro escolar, que se pre-

ta, através de reuniões com os pais e

implantar os novos cardápios: “Como

ocupa desde a confecção do cardápio

em atendimentos individualizados,

ainda são crianças, fica mais fácil

até a distribuição dos alimentos. Des-

enfatizam a importância do serviço

orientá-los desde cedo a manter há-

O processo começou com os alu-

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

meiro, com o lanche coletivo através

11


Em Foco

na rede privada de ensino bitos saudáveis. Os alunos do Ensino

instituição. O evento estimula tanto os

a cantina do colégio optou por co-

Fundamental e Médio resistiram um

alunos quanto a vizinhança a consu-

mercializar apenas produtos saudá-

pouco mais à adoção das práticas sau-

mirem alimentos livres de agrotóxcos.

veis, como sucos naturais e água de

dáveis. Protestaram, fizeram cartazes.

Já no Colégio Apoio, há proje-

côco. Os alunos também são proibi-

No início foi muito difícil, mas depois

tos interdisciplinares em todos os

dos de trazer qualquer tipo de refri-

de muita conversa, eles perceberam a

níveis (ensino infantil, fundamental

gerante de sua residência. “O nosso

importância da alimentação saudá-

e médio). De acordo com Rejane

Maia, diretora pedagógica da insti-

vel”, explicou.

mem refrigerante, não seria justo dei-

orientados sobre a origem dos ali-

dável é trabalhada enquanto ciência e

xar que alguns outros trouxessem de

mentos consumidos através de uma

vai sendo aprofundada à medida em

casa”, esclareceu Rejane.

horta, onde participam do processo

que os estudantes vão avançando nas

de plantio, cuidado (adubo e rega) e

séries. Os pequenos que estudam até o

colheita. “Depois de colhidos, os ali-

O projeto de alimentação saudável do Colégio Apoio, tem ainda uma parceria com a CrescerOdonto e leva

mentos são levados para uma

aos alunos da educação infantil

cozinha experimental, onde os

diversas atividades lúdicas que

Desde 2007, a Canteen (como

Como ainda são crianças, fica mais fácil orientá-los desde cedo a manter hábitos saudáveis.

é conhecida a cantina do colé-

Gláucia Lira, diretora da Escola Fazer Crescer

próprios alunos comem o que plantaram”, completa Gláucia. Frituras e outros alimentos que não são saudáveis foram retirados da cantina do colégio.

gio) oferece, no seu cardápio,

estimulam o desenvolvimento de hábitos saudáveis. Através de historinhas e dramatizações, o objetivo é associar os benefícios de uma alimentação saudável à ausência de problemas bucais, como a cárie. O objetivo principal das atividades desenvolvidas é promo-

itens que valorizam uma dieta equili-

1º ano (antiga Alfabetização) comem

ver uma maior qualidade de vida aos

brada, tanto em relação à quantidade

um lanche coletivo que é prepara-

alunos. “Muitos chegam aqui com

quanto ao valor nutricional. O colégio

do pela entidade, juntamente com

uma má educação alimentar, que vem

também oferece um lanche coletivo,

a orientação da nutricionista Magali

da própria família. Nós trabalhamos

com cardápio supervisionado pela

Schilling. “Há uma preocupação muito

para tentar mudar essa situação e

nutricionista Simone Carneiro.

grande com o cardápio. Não servimos

estimular o aluno a se interessar por

Outro projeto desenvolvido pelo

fritura, nem enlatados. Os alunos con-

alimentos saudáveis”, afirma Rejane.

Fazer Crescer é uma feira de alimen-

somem suco de fruta, inhame, cuscuz,

“Entretanto, sabemos que o papel da

tos orgânicos, que acontece todas as

entre outros”, completou a diretora.

família é fundamental nesse proces-

quintas-feiras, no estacionamento da

Revista deGestão

os que se alimentam aqui não conso-

tuição, a temática da alimentação sau-

Os alunos do colégio também são

12

objetivo é a reeducação alimentar. Se

Em vez do tradicional refrigerante,

so”, conclui.


Especial

Aprovada nova versão da Política Nacional de Alimentação e Nutrição A nova versão da Política Nacional de Alimentação e

alimentação como elemento de humanização das práti-

Nutrição (PNAN) foi aprovada na 9ª Reunião Ordinária da

cas de saúde; respeito à diversidade e à cultura alimentar;

Comissão Intergestores Tripartite do SUS em 27 de outubro

fortalecimento da autonomia dos indivíduos as escolhas

de 2011. Desde seu lançamento em 1999, a PNAN é reco-

e práticas alimentares; determinação social e a natureza

nhecida como importante marco legal e referência técnica

interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição e a

e política dentre os esforços do Estado Brasileiro para ga-

segurança alimentar e nutricional com soberania.

rantia dos direitos humanos à saúde e à alimentação. Ao completar dez anos de sua publicação teve início o

A PNAN tem como propósito a melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira, mediante a promoção de práticas alimentares adequadas e

diretrizes, na busca de uma resposta oportuna e específica

saudáveis, a vigilância alimentar e nutricional, a prevenção

do Sistema Único de Saúde (SUS) na reorganização, qualifi-

e o cuidado integral dos agravos relacionados à alimen-

cação e aperfeiçoamento das ações de Alimentação e Nu-

tação e nutrição. Em sua nova versão, está organizada em

trição para o enfrentamento da complexa situação alimen-

nove diretrizes que indicam as linhas de ações para o alcan-

tar e nutricional da população brasileira. Ela foi revisada em

ce do seu propósito, que devem estar integradas às demais

amplo, dialógico e democrático processo de consulta que

ações da Rede de Atenção à Saúde, tendo a atenção básica

contou com a colaboração de vários atores envolvidos no

como ordenadora da rede e coordenadora do cuidado.

tema, tais como: conselheiros nacionais, estaduais, muni-

Sendo consolidadas em:

cipais de saúde; entidades da sociedade civil; entidades de

1. Organização da Atenção Nutricional;

trabalhadores de saúde; gestores estaduais e municipais de

2. Promoção da Alimentação Adequada e Saudável;

Alimentação e Nutrição e da Saúde; conselheiros estaduais

3. Vigilância Alimentar e Nutricional;

de Segurança Alimentar e Nutricional; Centros Colaborado-

4. Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição;

res de Alimentação e Nutrição e especialistas em políticas

5. Participação e Controle Social;

públicas de saúde e de alimentação e nutrição.

6. Qualificação da Força de Trabalho;

A nova versão da PNAN apresenta‐se articulada com o Plano Nacional de Saúde e Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, representando o elo entre o SUS e o Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN). Ela reafirma os princípios doutrinários e organizativos do SUS (universalidade, integralidade, equidade, descentralização,

7. Controle e Regulação dos Alimentos; 8. Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição; 9. Cooperação e articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional. Após publicação da portaria que aprova a nova versão

regionalização, hierarquização e participação e controle

da PNAN, seu texto completo foi divulgado no site da Co-

popular), aos quais se somam os princípios a seguir:

ordenação Geral de Alimentação e Nutrição/DAB/SAS/MS (www.saude.gov.br/nutricao).

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

processo de atualização e aprimoramento das suas bases e

13


Gastronomia

O peixe nosso de cada dia Segundo a OMS, brasileiro consome 9 Kg de pescado por ano, quando o recomendável é de 12 kg Foto | Restaurante Beijupirá - José Henrique Moura

Comer peixe é saudável, e pou-

Revista deGestão

Fotos | Divulgação

Como a redução dos níveis san-

ca gente questiona esse fato. Tanto

miliares (POF) 2008-2009 revelou a

guíneos de colesterol, ação antiflama-

que estudos afirmam a participação

baixa aquisição domiciliar de pesca-

tória, regeneração de neurônios e no

dos peixes na prevenção de doenças

dos, havendo um consumo médio de

desenvolvimento cerebral, tornando-

cardiovasculares e no aumento da

peixe de 4,03 kg per capita por ano,

-se assim, importante no período da

qualidade de vida. Segundo reco-

em nível nacional, mas com grandes

gestação, infância e terceira idade.

mendação da Organização Mundial

variações por regiões: 17,54 kg no

Além disso, pode reduzir o risco de Al-

de Saúde (OMS) é indicado à ingestão

Norte, 4,96 kg no Nordeste, 2,06 kg no

zheimer, demência e cansaço mental.

anual de no mínimo 12 kg de pescado

Sudeste, 1,60 kg no Sul e 1,62 kg no

por pessoa, mas, o brasileiro consome

Centro-Oeste.

apenas 9 kg.

14

A Pesquisa de Orçamentos Fa-

Por possuir uma carne privilegia-

Para incentivar o consumo de pes-

da e por fazer parte da dieta huma-

cado regularmente pela população, o

na de vários grupos populacionais,

Ministério da Saúde e o Ministério da

o peixe se destaca não apenas como

Pesca e Aquicultura, lançaram no mês

fonte de proteínas de alta qualidade

de setembro a campanha “Inclua pes-

nutricional, mas também como reser-

cado na sua alimentação. É gostoso

va significativa de ácidos graxos po-

e faz bem para a saúde”, tendo como

liinsaturados especialmente o ácido

objetivo a alimentação saudável. A

eicosapentanóico (EPA-C20:5 ω-3) e o

ação percorreu nas escolas, bares, res-

ácido docosahexaenóico (DHA-C22:6

taurantes, feiras, parques aquícolas e

ω-3) da série ômega 3 (ω-3), aos quais

em centros integrados da pesca arte-

são atribuídos numerosos benefícios

sanal no Brasil.

à saúde humana.


Anota aí!

Sardinha na panela de pressão

Segundo o estudo de Dinâmica de Populações e Avaliações dos Estoques dos Recursos Pesqueiros, entre as espécies de peixe mais consumidas na região Nordeste está o Serra (Scomberomorus brasiliensis Collete), Dourado (Coryphaena hippurus Linnaeus),

Ingredientes: 1 kg de filé de sardinha fresca

Cioba (Lutjanus analis), Guaiúba (Lu-

8 tomates maduros sem pele e sem semente (picados em cubos grandes)

tjanus chrysurus), Ariocó (Lutjanus sy-

1 pimentão verde cortado em tiras

nagris), Agulha branca (Hemiramphus

2 cebolas cortadas em anéis

brasiliensis), Agulha preta (Hyporham-

3 dentes de alho amassados

phus unifasciatus), Cavala (Scombero-

1/2 xícara de azeite

morus cavalla) e Sardinha-laje (Opis-

Limão

thonema oglinum).

Salsa picadinha

De acordo com a tese de dou-

torado da nutricionista Carolina Estevam, as espécies agulha bran-

Sal

Modo de preparo: Tempere as sardinhas com limão e sal. Comece a arrumar em camadas finas

ca, agulha preta e cavala foram clas-

na panela de pressão: tomate, cebola, alho, salsa, pimentão e sardinha, até

sificadas como peixes magros (com

terminar todos os ingredientes e por último, derrame o azeite. O prato pode

menos de 2% de gordura), diferente

ser servido quente com arroz e salada ou frio com torradas e pão.

da sardinha-laje classificada como alimento de alto teor de gordura (>8%). Em cada 100g, as espécies agulha

*A receita foi retirada do blog Receitas da Tia Tati: http://receitasdatatialves.blogspot.com/2011/02/sardinha-na-panela-de-pressao.html?m=1

branca e preta, cavala e sardinha-laje apresentaram respectivamente 90,43; 94,37; 94,79 e 167,80kcal. “É importante ressaltar que a população tem o hábito de consumir principalmente as agulhas fritas, aumentando dessa forma o valor calórico. Na segunda parte do meu estudo irei avaliar o efeito dos diferentes métodos de cocção na composição centesimal e perfil lipídico nestas espécies”, diz a nutricionista. A campanha promovida pelo Governo Federal serve também como um alerta para que profissionais de saúde possam estar mais envolvidos quanto à alimentação do brasileiro. Com isso, aponta-se a necessidade da população aumentar o consumo de peixes, optando preferencialmente pelos assados e grelhados.

15


Falando de Nutrição

Vitamina D, a força do

SOL Revista deGestão

Foto | stock.xchng

Diariamente, ouvimos que a re-

16

teroide, cuja principal função consiste

infecções, além das doenças autoi-

ceita para uma vida longa e cheia de

no aumento da absorção intestinal de

munes, incluindo esclerose múltipla,

saúde deve incluir uma alimentação

cálcio, na mobilização do cálcio a par-

doença inflamatória intestinal, lúpus

saudável, a prática regular de ativida-

tir do osso, na presença do PTH, e na

eritematoso sistêmico e artrite reuma-

de física e sono em dia. Além disso,

reabsorção renal de cálcio no túbulo

toide.

muitos cientistas acrescentam nesta

distal. Além de suas funções tradicio-

lista os banhos de sol diários. Segun-

nais relacionadas ao metabolismo do

fonte de vitamina D, porém ela tam-

do alguns estudiosos, bastam apenas

cálcio, a vitamina D está sendo reco-

bém pode ser adquirida através da

10 minutos de exposição ao sol três

nhecida por seus efeitos antiprolifera-

dieta (responsável por apenas 20%

vezes por dia para que os raios ultra-

tivos, pró-diferenciação e imunomo-

das necessidades corporais), por meio

violeta B (UVB) ativem o precursor

dulatórios. A deficiência prolongada

da ingestão de peixes gordurosos,

cutâneo da vitamina D, o 7-deidroco-

de vitamina D provoca raquitismo e

como o salmão, atum, sardinha, além

lesterol, em vitamina D3. Esta, por sua

osteomalácia e, em adultos, quando

de fígado e gema de ovo. Em alguns

vez, precisa ser hidroxilada no fígado

associada à osteoporose, leva a um

países dispõe-se também de alimen-

e, posteriormente, nos rins, gerando

risco aumentado de fraturas. Adicio-

tos fortificados, como leite e outros la-

então a forma ativa da vitamina D, a

nalmente, estudos atuais têm rela-

ticínios, margarina e cereais matinais.

1,25-diidroxivitamina D ou calcitriol,

cionado a deficiência de vitamina D

cuja produção é controlada principal-

a outras doenças, como neoplasias

vitamina tem sido considerada um

mente pela concentração de parator-

de cólon, próstata e mama, diabetes

problema de saúde pública em todo

mônio (PTH), cálcio e fósforo séricos.

mellitus tipo 1 e 2, obesidade, hiper-

mundo. Apesar da deficiência severa

tensão arterial, doença cardiovascular,

de vitamina D levando ao raquitis-

A vitamina D é um hormônio es-

A ativação na pele é a principal

Atualmente, a insuficiência desta


mo ou osteomalácia ser rara no Brasil,

como da absorção intestinal e a redu-

atividade física para não apresentarem

frequentemente ocorre deficiência

ção da atividade da hidroxilase renal,

futuramente essa deficiência quando

subclínica, particularmente entre os

que acompanham o envelhecimento,

idosos. “Tem sido enfatizado que o

além de terapia com anticonvulsivan-

A ingestão adequada de vitamina

processo de envelhecimento leva a

tes e/ou outras drogas que interfiram

D recomendada para os adultos de 5µ

uma diminuição da capacidade da

no metabolismo da vitamina D.

g/dia foi estimada independentemen-

pele de produzir a vitamina D por

Os principais indicadores das re-

idosos”, diz Ana

Karina Souza.

te da exposição à luz solar. Para a faixa

conta da diminuição na quantidade

servas corporais de vitamina D são os

etária de 51-70 anos recomenda-se

de seu precursor. Um indivíduo de 70

níveis plasmáticos de 25 hidroxi-vita-

10µg/dia e acima de 70 anos 15µg/dia.

anos exposto a mesma quantidade de

mina D, entretanto, as concentrações

raios ultravioleta consegue produzir

plasmáticas ideais deste hormônio

com a suplementação, pois o consu-

apenas 20% da quantidade produzi-

para a manutenção das funções fisio-

mo de altas doses por meses seguidos

da por uma pessoa jovem. Além da

lógicas normais ainda são motivos de

pode causar toxicidade resultando em

idade, o grau de pigmentação da pele

discussão na literatura. Alguns estu-

nível alto de cálcio no sangue. Alguns

é outro fator limitante para a produ-

dos têm sugerido valores de 25 hidro-

sintomas de intoxicação pela vitamina

ção de vitamina D, uma vez que peles

xi-vitamina D próximos a 50nmol/L

são resultado de hipercalcemia (nível

negras apresentam limitação à pene-

como ponto de corte.

elevado de cálcio no sangue) causada

tração de raios ultravioleta”, explica a nutricionista Marina

Petribu.

Segundo a análise do consumo

Deve-se, no entanto, ter cuidado

pelo aumento da absorção de cálcio pelo intestino, como também, pres-

Adicionalmente, as concentrações

Pesquisa de Orçamentos Familiares

são alta, perda de apetite, náusea e

plasmáticas de vitamina D apresen-

em 2008 e 2009 (POF) e divulgada

vômito. Esses sintomas geralmente são

tam uma variação sazonal ao longo

pelo Instituto Brasileiro de Geografia

seguidos por produção excessiva de

do ano, com maiores valores após

e Estatística (IBGE), os brasileiros têm

urina, sede elevada, fraqueza, nervo-

o verão quando comparado com os

falta de vitamina D e consomem só-

sismo e eventualmente insuficiência

valores observados após o inverno. O

dio em excesso. Essa pesquisa alertou

renal. O tratamento para intoxicação

uso de filtros solares também pode

para inadequação desta vitamina em

por vitamina D inclui descontinuar a

influenciar a produção cutânea desta

99,6% dos homens entre 19 e 59 anos

suplementação vitamínica e restringir a

vitamina.

e em 99,2% entre as mulheres da mes-

ingestão de cálcio.

Um estudo realizado em São Paulo demonstrou que 71,2% dos idosos institucionalizados e 43,8% dos am-

ma idade. Em indivíduos com mais de 60 anos, o número foi superior a 99%. “Infelizmente, o cardápio do bra-

Os especialistas defendem a suplementação com doses eficientes de vitamina D para a população idosa brasi-

bulatoriais apresentaram níveis de

sileiro é pobre em vitamina D, que

leira, além da criação e implantação de

vitamina D inferiores ao mínimo reco-

é facilmente encontrada em peixes.

políticas de fortificação alimentar com

mendado. Dentre os fatores de risco

Os derivados do leite e os vegetais

vitamina D, especialmente direcionada

para a hipovitaminose D destacam-se

verdes são as fontes de cálcio. O re-

àqueles com maior risco, reforçando

a dieta pobre em vitamina D, a bai-

comendado é que crianças e adoles-

ainda o consumo de fontes dietéticas

xa exposição solar, a diminuição da

centes aumentem a ingestão de ali-

do nutriente, junto com a exposição

eficiência da síntese cutânea, assim

mentos ricos em vitamina D e façam

solar.

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

alimentar pessoal no Brasil, feita pela

17


Atualidade

O cuidado da prescrição dietética dos suplementos alimentares Nutricionista deve estar atento às normas da resolução CFN nº390/2006

Foto | stock.xchng

A procura por resultados mais rá-

Revista deGestão

Roberta

diz a nutricionista.

pidos para conquistar o corpo deseja-

Costi, explica que a prescrição do

do, pode levar a caminhos perigosos.

suplemento para o atleta, é feita de

exercícios intensos ou pesados, os su-

Quando a malhação parece insuficien-

acordo com a periodização do treina-

plementos alimentares são utilizados

te, a busca por suplementos alimenta-

mento. “Fora de temporada, o atleta

como recurso ergogênico, mas a nu-

res sem orientação profissional pode

ficará apenas com a dieta. Se estiver

tricionista Roberta Costi diz que não

causar sérios riscos a saúde se não

na fase de aumento de força e potên-

substitui a dieta. Caso a suplementa-

ingeridos na quantidade e frequência

cia precisará de mais calorias/dia e da

ção não seja feita de forma adequada,

corretas.

suplementação protéica e à base de

o excesso de nutrientes pode trazer

aminoácidos. Precisando melhorar o

diversos danos à saúde.

Com o uso recomendado e acom-

18

em nutrição esportiva,

Para as pessoas que realizam

Segundo o nutricionista Rodri-

panhado pelo nutricionista, substân-

condicionamento aeróbio terá que

cias à base de carboidratos, minerais,

adequar a dieta e usar suplementação

go Silveira, o uso excessivo dos

fibras, proteínas, lipídeos e ácidos gra-

de carboidratos, para formar glicogê-

suplementos de proteína na dieta

xos podem auxiliar no ganho de mas-

nio muscular e adiar a fadiga, nos trei-

usados por praticantes de atividade fí-

sa corporal, no emagrecimento ou na

nos mais longos. Mesmo em usuários

sica ou de academias que “acreditam”

boa saúde de forma geral.

de academia se trabalha com a perio-

serem atletas, pode provocar danos

dização, é tudo pontual e individual”,

renais, hepáticos, aumentar a reserva

A nutricionista e especialista


Resolução CFN nº390/2006 Regulamenta a prescrição dietética de suplementos nutricionais pelo nutricionista e dá outras providências. Art. 1º - Esta resolução regulamenta a prescrição dietética, pelo nutricionista, de suplementos alimentares; Art. 2º - Respeitados os níveis máximos de segurança,

Art. 3º - A prescrição dietética deverá sempre ser precedida de avaliação nutricional sistematizada, envolvendo critérios objetivos e/ou subjetivos que permitam a identificação ou risco de deficiências nutricionais; Art. 4º - parágrafo único – O nutricionista deverá sem-

regulamentados pela ANVISA e na falta destes, os defi-

pre considerar que a prescrição dietética de suplementos

nidos como “Tolerable Upper Intake Levels (UL)”, ou seja,

nutricionais não poderá ser realizada de forma isolada, de-

Limite de Ingestão Máxima Tolerável, sendo este o maior

vendo fazer parte da correção do padrão alimentar;

nível de ingestão diária de um nutriente que não causará

Art. 5º - A prescrição de suplementos nutricionais

efeitos adversos à saúde da maioria das pessoas. E desde

basear-se-á nas seguintes premissas: I – adequação do

que, com base no diagnóstico nutricional, haja recomen-

consumo alimentar; II – definição do período de utilização

dação neste sentido, a prescrição de suplementos nutricio-

da suplementação; III – reavaliação sistemática do estado

nais poderá ser realizada nos seguintes casos: I - estados

nutricional e do plano alimentar;

fisiológicos específicos; II – estados patológicos; e III – alterações metabólicas;

Art. 7º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.

adiposa – o excesso será transforma-

motivo não consegue ingerir, absor­

rir na absorção, excreção, transporte,

do em gordura – trazendo o risco de

ver ou metabolizar os nutrientes

armazenamento, função ou no meta-

aterosclerose e doenças cardíacas,

necessários através de uma alimenta-

bolismo de outro nutriente”, aponta

bem como, o aumento da excreção de

ção saudável para o funcionamento

Silveira.

cálcio. O consumo desse tipo de su-

adequado do organismo. “Conforme

plemento por pessoas saudáveis é na maioria dos casos desnecessário, pois

a nossa resolução, os suplementos ali- deve estar atento e considerar que a mentares devem ser prescritos nos ca- prescrição dietética de suplementos

pesquisas apontam que a ingestão de

sos patológicos, situações fisiológicas

nutricionais não pode ser realizada

proteínas pela população brasileira

específicas e alterações metabólicas”,

de forma isolada, devendo fazer parte

está acima do recomendado.

explica Rodrigo Silveira.

da correção do padrão alimentar. Na

Encontrados em produtos indus-

prescrição é importante a definição

mir suplemento, pois cada caso deve

trializados nas versões em barra, pó,

do período de utilização do produto

ser avaliado individualmente.

líquidos ou cápsulas, os suplementos

e principalmente reavaliar sistema-

As necessidades nutricionais variam

alimentares são digeridos, absorvidos

ticamente o estado nutricional do

de acordo com sexo, idade, peso cor-

e metabolizados de forma semelhan-

paciente.

poral, atividade física, horas de sono,

te aos alimentos, variando de acordo

estado de saúde e consumo alimen-

com a complexidade que os nutrien-

tar; onde só após uma avaliação crite-

tes se apresentam no produto.

riosa, o nutricionista terá as ferramen-

“Ao prescrever um suplemento,

tas necessárias para prescrever um

o nutricionista não pode esquecer as

suplemento de forma adequada.

leis básicas da alimentação, tendo em

Os suplementos são recomendados quando o indivíduo por algum

vista que a ingestão excessiva de um determinado nutriente pode interfe-

Errata Na matéria O papel do nutricionista e do gestor público no Programa Nacional de Alimentação Escolar da Revista de Gestão número 19, o nome correto da nutricionista que concedeu a entrevista é Magda Diniz e não Magda Muniz como publicado na edição.

Setembro | Outubro | Novembro | Dezembro | 2011

Nem toda a pessoa pode consu-

Assim, o profissional de nutrição

19


Revista deGestão

Siesta Ilustração em técnica mista Ilustrador: Vito Quintans http://www.flickr.com/photos/ vitoquintans

20


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