UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Noções Clínicas e Tratamento Farmacológico das Principais Doenças do Aparelho Respiratório Especialização em Farmacologia Básica e Clínica
Prof. Msc. Msc. Juliana de Souza Fernandes Rossi
ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
VIAS AÉRIAS SUPERIORES
VIAS AÉRIAS INFERIORES
Fossas Nasais
Traquéia, Brônquios e Bronquíolos
Pulmões e alvéolos
FUNÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO PROMOVER A VENTILAÇÃO PULMONAR * Fornecer O2 necessário p/ metabolismo * Remover CO2 Regular o equilíbrio ácido-básico Condicionamento do ar - umidificação - aquecimento - filtração - defesa contra infecções
FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO • http://www.youtube.com/watch?v=WoepxcgurLY
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS Desordens que afetam o trato e os órgãos do sistema respiratório, prejudicando seu funcionamento.
Morbidade e mortalidade
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(CARDOSO E OLIVEIRA, 2011)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(GOMES et al., 2013)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(SOUZA et al., 2013)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(SILVA et al., 2012)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(SOUSA et al., 2012)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(CHIESA et al., 2008)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(CHIESA et al., 2008)
AS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM NÚMEROS
(CHIESA et al., 2008)
PRINCIPAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS • Gripe e Resfriado • Rinite • Sinusite • Tosse* • Faringite* • Bronquite • Asma • Pneumonia • Efisema Pulmonar • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
PRINCIPAIS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS • Gripe e Resfriado • Rinite • Sinusite
VIAS AÉRIAS SUPERIORES
• Tosse* • Faringite* • Bronquite • Asma • Pneumonia • Efisema Pulmonar • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
VIAS AÉRIAS INFERIORES
GRIPE E RESFRIADO • Gripe: infecção das vias aéreas superiores causada pelo vírus Influenza. • Resfriado: infecção das vias aéreas superiores causada por uma série de vírus
TRATAMENTO PARA GRIPES E RESFRIADOS 1. Antes do uso de medicamentos a prevenção é o melhor remédio. 2. Exercícios ao ar livre, 3. Evitar ambientes fechados, 4. Instilar nas fossas nasais soluções salinas (3%).
O tratamento pode ser feito com drogas administradas: • por via oral • Instilada nas fossas nasais (gotas –nebulização spray)
TRATAMENTO PARA GRIPE E RESFRIADO • Antigripais????? • Antihistamínicos • Descongestionantes Nasais • Emolientes e lubrificantes de mucosa • Analgésicos e antitérmicos • Mucolíticos, antitussígenos e expectorantes???? • Vitamina C ????? • Vacina gripe ???
Medicamentos mais comuns • • • • • • • • • • • • •
Dipirona Ibuprofeno Paracetamol Bromoferinamina Clorferinamina Dexclorferinamina Loratadina Acetilcisteína Ambroxol Carbocisteína Guaifinesina Clobutinol Fenilefrina
Analgésicos, Antitérmicos, Antiinflamatórios
Antihistamínicos
Expectorantes e mucolíticos
Antitussígenos Descongestionante Nasal
SÍNTESE DOS EICOSANÓIDES e MECANISMO DE AÇÃO DOS AINES
AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS AINES EFEITO ANTIPIRÉTICO: Reduz a temperatura corporal elevada Bloqueia a produção de prostaglandinas induzida pelos pirogênios Bloqueia a resposta no SNC à interleucina-1
EFEITO ANALGÉSICO: Inibição da ação sensibilizante das PG
EFEITOS SOBRE AS PLAQUETAS: Inibição da síntese do Tromboxano Inibem a agregação plaquetária e prolongam o tempo de sangramento
AÇÕES FARMACOLÓGICAS DOS ANTIHISTAMÍNICOS 1. Bloqueia as ações da histamina - Histamina é liberada durante as reações alérgicas e causa vasodilatação arteriolar e constrição venular. - Congestão vascular associada ao aumento da permeabilidade causa edema e aumento da secreção brônquica. 2. Ação anticolinérgica fraca - Bloqueia as ações da ACH liberada por nervos parassimpáticos.
ANTI-HISTAMÍNICOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO
ANTI-HISTAMÍNICOS DE SEGUNDA GERAÇÃO
Reações Adversas dos Antihistamínicos Sonolência (mais comum) Boca seca Retenção urinária Visão borrada Constipação
Antihistamínicos H1 • Difenidramina, Prometazina e Meclizina causam sedação. • Cetirizina, Clorferinamina, Clemastina Ciproheptadina – causam sedação leve moderada. • Loratadina, Fexofenadina, Desloratadina Fenindamina – não causam sedação. • Cetotifeno, Levocabastina, Olopatadina Azelastina – tópico, não causam sedação.
– e a e e
Descongestionantes Nasais • São substâncias passagem do ar.
usadas
para diminuir
a resistência à
• As drogas mais usadas pertem a classe dos simpaticomiméticos vasoconstrictores (atuam receptores alfa) Ação / Efeito 1. como simpaticomométicos atua através da proteína G induzindo a produção de DAG e IP3 que aumenta a disponibilidade de CA++ intracelular e contração muscular
LOCAL E MECANISMO DE AÇÃO DOS VASOCONSTRITORES ADRENÉRGICOS 1. Local de Ação: vasos sanguíneos presentes nos sinus nasais. 2. Mecanismo: atuam nos receptores alfa 1 adrenérgicos.
Descongestionantes Nasais • Constrição dos vasos diminui o aporte de sangue através dos vasos dilatados da mucosa. • Redução do fluxo sg que diminui o edema e lentifica a produção de muco. • Diminui a expansão dos cornetos. Como consequência as vias aéreas são desobstruídas facilitando a passagem do ar.
Promove a desobstrução dos orifícios e drenagem dos seios nasais (importante no tratamento da sinusite)
Descongestionantes Nasais 1. Uso tópico: 1.1 – Oximetazolina (Afrin) 1.2 – Nafazolina ( Sinustrate – Adnax – Sorine Adulto - Rinisone) 1.3 - Xilometazolina ( Otrivina) # Início da ação: ocorre entre 5 – 10 min # Duração: variável (maior com oximetazolina (6-8 horas) Mais curta com nafazolina ( 1-2 horas) Reações adversas # Ardência # Ressecamento da mucosa # Espirros # Se ocorrer absorção: insônia – cefaléia – taquicardia ( com agonistas adrenérgicos ) e sonolência se associado com antihistamínicos) # Atenção: promovem vadodilatação de rebote
Descongestionantes Nasais 1. 2. 3. 4.
5. 6.
Uso na forma de gotas ou spray. Apresentam o mesmo mecanismo de ação. A latência é menor (início da ação 5-10 min). Apresentam um período de latência menor e produzem menos efeitos adversos sistêmicos (já que requerem quantidades menores. Reações adversas locais: ardência (sensação de queimação); ressecamento da mucosa e congestão nasal de rebote. Reações adversas sistêmicas: só se usados com muita frequência e absorvidos : insônia – palpitações.
ATENÇÃO: 1 – NÃO SÃO RECOMENDADO PARA CRIANÇAS . 2 - A UTILIZAÇÃO POR TEMPO PROLONGADO PRODUZ CONGESTÃO NASAL DE REBOTE AGRAVANDO O PROBLEMA INICIAL.
2. Uso sistêmico ( via oral): 2.1 – Efedrina (Nazicol – Disofrol). 2.2 – Fenilefrina (mais usado) (Superhist – Synalar –Descongex Resfenol). 2.2 – Fenilpropanolamina (proibido pela Anvisa, é encontrado em associações ( Descon – Sinutabe triaminic – Naldecon). . Apresentam um período de descongestionante mais duradouros.
latência
longo
e
efeitos
. São menos potentes do que quando usados topicamente (requer quantidades maiores) . . Não produzem congestão rebote.
Reações adversas dos descongestionantes sistêmicos
• Estimulação do snc Nervosismo Insônia • Hipertenção • Palpitações • Náuseas
Na maioria das vezes os descongeostionantes nasais são comercializados associados com Antihistamínicos: • Difenidramina • Clorfeniramina Como tais drogas visam apenas o • Prometazina tratamento sintomático e não o • Pirilamina processo inflamatório • Ciproheptadina recomenda-se o uso de corticosteróides mais efitivos e na profilaxia comoglicato de sódio
Outros Descongestionantes 1.
ANTIHISTAMÍNICOS - PROMETAZINA (FENERGAN 1a. GERAÇÃO) - DIFENIDRAMINA - DEXCLORFENIRAMINA - AZATADINA - FEXOFENADINA - BROMOFENIRAMINA (1a. GERAÇÃO) 2. CORTICOSTERÓIDES - DEXAMETAZONA - DIPROPIONATO DE BECLOMETAZONA - FLUTICASONA (CORTICOSTERÓIDE SINTÉTICO) 3. MUCOLÍTICOS: N-ACETILCISTEÍNA (FLUIMICIL)) 4. PROFILAXIA: CROMOGLICATO DE SÓDIO
Algoritmo de Avaliação do Paciente : Congestão Nasal / Rinorreia
Antigripais no Mercado - Associações • Antigripine - Cafeína, Cresotamida e Paracetamol. • Benegrip – Vitamina C, Cafeína e Clorfenamina. • Coristina D - Acido Acetilsalicilico, Cafeína, Cloridrato de Fenilefrina e Maleato de Dexclorfeniramina. • Fontol/ Doribel - Acido Acetilsalicilico e Cafeína. • Grip Caps C - Fenilefrina, Paracetamol e Vitamina C (acido Ascorbico). • Notuss - Cloridrato de D-pseudoefedrina, Difenidramina, Dropropizina e Paracetamol. • Rinos-a - Cloreto de Benzalconio, Cloreto de Sodio e Nafazolina. • Sinutab - maleato de clorfenamina, ácido acetilsalicílico, cafeína. • Tetrapulmo - Cansilato de Sodio, Dipirona, Dipirona Sodica, Gomenol, Guaifenesina, Canfossulfonato de Sodio e Terp. • Trimedal 500 - Acido Ascorbico, Cloridrato de Fenilefrina, Maleato de Dimetindeno,Paracetamol e Rutosideos.
Gripe e Resfriado – Conduta Médica Bebê
Criança
Adulto
Salsep – 0,9% NaCl
Salsep – 0,9% NaCl
Nafazolina
Predsin gotas (chiado)
Predsin xarope (chiado)
Predinisolona (chiado)
Inalação com soro fisiológico
Resfenol/ Decongex
Antigripais
Carbocisteína / Acetilcisteína gotas 100mg
Ambroxol (produtiva) / Acebrofilina (falta de ar – chiado)
Expectorante/ Mucolítico (produtiva), Broncodilatador
Inalação Clenil (Beclometasona)
Dropopizina (tosse seca), Hixizine
Antitussígeno (Clobutinol, Dextrometorfano, Codeína)
Inalação Budecort (Budesonida) – quadro inflamatório
Betametasona + diferinamina
Antialérgico, Budesonida (rinite, sinusite)
Dexametasona (tosse violenta)
Abrilar (fitoterápico – Hedera helix)
Paracetamol
Ibuprofeno / Paracetamol
Dipirona / Ibuprofeno
Berotec + Atrovent (quase em desuso – particular)
Berotec + Atrovent (quase em desuso – particular)
Berotec + Atrovent (quase em desuso – particular)
RINITE • Inflamação aguda ou crônica da membrana mucosa do nariz decorrente de vírus, bactéria, fatores irritantes ou alérgenos. A inflamação resulta nos sintomas da rinite: quantidade excessiva de muco, assim como congestão nasal e corrimento do nariz.
• Rinite infecciosa • Rinite vasomotora (não-alérgica) • Rinite alérgica
Antígeno Eosinófilo
IgE Y Y Mastócito Histamina; LTs; PGs; ILs; etc.
Vasos
Nervos
Glândulas
Obstrução
Espirros Prurido
Secreção
ECP; MBP; EPO
Inflamação alérgica
TRATAMENTO PARA RINITE • Medicamentos que impedem a liberação de mediadores de mastócitos/basófilos - Cromoglicato dissódico e cetotifeno. • Medicamentos que atuam por competição com a histamina – Antihistamínicos. • Medicamentos que atuam contra os efeitos farmacológicos dos mediadores liberados pelo mastócito vasoconstritora da mucosa nasal e descongestionantes. • Corticóides inalatórios ou tópicos Beclometasona, fluticasona, budesonida.
(nasais)
–
Algoritmo de Avaliação do Paciente : Suspeita de Rinite Alérgica
Sinusite • É uma inflamação de vias respiratórias superiores conhecidas como seios paranais geralmente associada a um processo infeccioso por vírus, bactéria ou fungo mas que também pode estar associado a uma alergia ou a inalação de poluentes. • Os seios paranasais são formados por um grupo de cavidades aeradas que se abrem dentro do nariz e se desenvolvem nos ossos da face. • Está fortemente associada a outras infecções das vias superiores como rinite, asma, bronquite, tonsilite e faringite.
Classificação da Sinusite • Infecciosa • Alérgica • Traumática
Sintomas da Sinusite • Dor de cabeça forte • Obstrução nasal • Febre • Coriza • Espirros
Tratamento da Sinusite • Antihistamínicos • Corticóides • Descongestionantes Nasais • Antibióticos* • Analgésicos/ Antitérmicos*
Tratamento geral • Repouso inicial. • Umidificação do ar em lugares muito secos. • Analgésico e antitérmico: acetaminofeno ou ibuprofeno. • Descongestionantes tópicos ou sistêmicos: não existem evidências científicas do seu benefício nesta doença.
• Tratamento específico • Antimicrobianos: vários antibióticos de amplo espectro: ▫ Amoxicilina: é ainda a droga de primeira escolha. Dose: 60-80mg/kg/dia, VO, 8/8h, por 14-21 dias. ▫ Cefuroxima ou amoxicilina associada ao ácido clavulânico: em casos de suspeita de agentes produtores de betalactamase (dado epidemiológico ou ausência de resposta ao tratamento com antimicrobianos de primeira escolha). ▫ Claritromicina e azitromicina são outras alternativas de tratamento.
Tosse •
Fenômeno caracterizado pela contração sinérgica e convulsiva dos músculos expiratórios torácicos e abdominais.
•
É um mecanismo protetor das vías aéreas, cuja finalidade é limpar a árvore traqueo-brônquica de partículas estranhas (agentes poluentes – bactérias - vírus), facilitando assim a sua eliminação junto com as secreções.
Origem da Tosse 1. Enfermidades:
* infecção viral – bacteriana – asma – bronquite crônica – pneumonia – neoplasia – insuficiência cardíaca – refluxo gastroesofageano, infecções das vias aéreas superiores. 2. Farmacológica: * IECA: captopril –enalapril –lisinopril (10-30% dos pacientes). * Antagonistas da ang.II: losartan - valsartan * Bloq. Canais de CA++: nifedipina * Fármacos que podem produzir broncoespasmo e tosse: - AINES ( aspirina, ibuprofeno, diclofenaco e piroxicam). - Betabloquead. Adenérgicos: propanolol, timolol.
desencadear
Classificação da Tosse 1.
Tosse útil: ou tosse produtiva que representa um mecanismo reflexo que serve para proteger as vias respiratórias ao remover muco; corpo extranho que dificultem a passagem do ar. Atenção: a tosse produtiva cumpre seu papel e não deve ser inibida.
2.
Tosse inútil: ou tosse não produtiva, sem expectoração. Atenção: por ser irritativa, causar desconforto, produtiva) pode necessitar tratamento.
a tosse seca (por não ser
Na maioria das vezes, a tosse é benéfica 1. Remove secreções excessivas 2. Remove substâncias estranhas potencialmente nocivas estrangeiros 3. POR OUTRO LADO, EM ALGUMAS SITUAÇÕES, A TOSSE PODE SER INADEQUADA COMO A OBSERVADA NA PRESENÇA DE DOR, SE IMPEDE O SONO NORMAL OU PREJUCIAL COMO OCORRE APÓS CIRURGIAS.
CONDUTA GERAL PARA O MANEJO DA TOSSE 1. Adotar medidas higiênicas antes dos medicamentos. 2. A tosse nem sempre é prejudicial, reduzir sua frequência nem sempre é necessária. 3. Os antitussígenos não são curativos só atenuam os sintomas (devem ser usados temporariamente). 4. Estimular a hidratação (facilita a formação de muco bem como sua secreção e fluidificação (2 litros/día). 5. Manter ventilado e umidificado o ambiente (sempre recomendar o uso de umidificadores para crianças e adultos com problemas respiratórios). 6. O ar seco e a secura da garganta agravam a tosse. 7. Se prescrever mucolíticos, administrá-los após as refeições (diminuir irritação gástrica). 8. Fisioterapia (tapotagem).
Tratamento da Tosse • Antitussígenos - Agentes que suprimem ou inibem a tosse, atuando no nível central, deprimindo o centro bulbar que controla o reflexo da tosse. Usados tipicamente no tratamento da tosse seca e improdutiva. • Expectorantes – Agentes que estimulam os mecanismos de eliminação do muco, como o movimento ciliar, que impulsiona a secreção até a faringe. Tem ação irritante da mucosa brônquica para facilitar a expulsão da secreção; podem aumentar a atividade das glândulas secretoras, incrementando a quantidade e fluidez do muco. • Mucolíticos - Agentes que atuam promovendo a liquefação do muco, de forma a torná-lo mais fluido e facilitar sua expulsão. Diminuem a viscosidade da secreção mucosa brônquica.
Antitussígenos 1. Definição: são drogas usadas para abolir ou reduzir a tosse. 2. O uso de antitussígenos se justifica quando a tosse não é produtiva ou perigosa. 3. Os anitussígenos atuam perifericamente corrigindo a irritação da mucosa ou bloqueando os receptores. 4. Atuam ao longo do arco reflexo bloqueando as sinapses dos neurônios sensitivos vagais ou do glossofaringeo na medula espinhal. 5. Elevam o limiar do centro da tosse. 6. Os anitussígenos atuam ao longo da via eferente bloqueando a ativação dos músculos respiratórios.
Classificação dos Antitussígenos 1. DROGAS QUE ATUAM SOBRE O CENTRO BULBAR DA TOSSE: 1.1 – DERIVADOS OPIÁCEOS: CODEÍNA – DEXTROMETORFANO – NOSCAPINA 2. DROGAS QUE ATUAM NOS RAMOS AFERENTES DO REFLEXO DA TOSSE: 2.1 ANESTÉSICOS LOCAIS: BENZOCAINA – LIDOCAINA - CODEÍNA. 3. DROGAS QUE MODIFICAM FATORES MUCOCILIARES OU ATUAM NOS RAMOS EFERENTES DO REFLEXO DA TOSSE: 3.1 – ANTIHISTAMÍNICOS H1: DIFENIDRAMINA – CLORFENIRAMINA – TERFENADINA - ASTEMIZOL - LORATADINA 3.2 – ANTIMUSCARÍNICOS: IPATRÓPIO 4. OUTRAS DROGAS NÃO OPIÁCEAS: 4.1- CLOFENADIOL – CARBETAPENTANO – CLOBUTINOL – BUTAMIRATO – BENZONATATO – DIMETOXANATRO – OXALAMINA - CARAMIFENO
ΙΙ Diretrizes Brasileiras no Manejo da Tosse Crônica – J Bras Pneumol. 2006;32(Supl 6):S 403-S 446.
DEXTROMETORFANO Posologia: só ou combinado com antihistamínicos 1.
Adulto:10 – 30 mg cada 6 – 8 horas.
2. Crianças( 6 – 12 anos): metade da dose do adulto 3. Crianças (2 -6 anos):quarta parte do adulto Sua atividade antitussígena se equivale a da codeína na mesma dosagem com menor possibilidade de dependência. 4. É usada na tosse crônica não produtiva ou irritativa associada a estados alérgicos: faringites – laringites - tabagismo excessivo pneumonia e estado catarral.
5. Início da ação ( latência): 15 a 30 minutos. 6. Tempo de ação: 3 – 6 horas.
CODEÍNA Posologia: combinado. 1.
Adulto: 15ml 2 a 3x dia.
2. Crianças( 6 – 12 anos): 5ml 2x dia. 3. Crianças (2 -6 anos):2ml 2x dia. - Possibilidade de dependência. 4. Sedativo da tosse em todas as suas formas, tais como: tosse espasmódica . coqueluche . tosse noturna . tosse rebelde de origem faringo-laríngea: rinofaringites e laringites . tosse rebelde de origem brônquica: traqueíte, bronquites aguda e crônica . tosse rebelde de origem pulmonar: pneumopatias agudas, estados gripais, afecções pulmonares crônicas, tosse dos tuberculosos.
5. Início da ação ( latência): 30 a 45 minutos. 6. Tempo de ação: 4 – 6 horas.
ANTITUSSÍGENOS PRINCÍPIO ATIVO
AÇÃO
UTILIZAÇÃO
CODEÍNA
DEXTROMETORFANO
INIBEM O CENTRO BULBAR DA TOSSE
GERALMENTE NO TTO. DA TOSSE IRRITATIVA NÃO PRODUTIVA
PRECAUÇÕES SONOLÊNCIA CONTIPAÇÃO NÁUSEAS E VÔMITOS NERVOSISMO VERTIGEM (RARAMENTE) NÁUSEAS VÔMITOS DOR ESTOMACAL CONSTIPAÇÃO
PRECAUÇÕES 1. CODEÍNA: NÃO DEVE SER UTILIZADA POR TEMPO PROLONGADO DURANTE A GRAVIDEZ. 2. DEXTROMETORFANO: É POSSÍVEL QUE POSSA SER UTILIZADA DURANTE A GRAVIDEZ MAS SOB RÍGIDO CONTROLE MÉDICO.
CLOBUTINOL Posologia: só ou combinado. 1.
Adulto: 10 a 20ml 8/8 horas.
2. Crianças( 6 – 12 anos): 7,5 a 10ml 8/8 horas. 3. Crianças (2 -6 anos): 5 a 7,5ml 8/8 horas. 4. É um antitussígeno não opiáceo para uso oral. Atua por ação direta no centro da tosse. É usado na tosse irritativa sem catarro.
5. Início da ação ( latência): 15 a 30 minutos. 6. Tempo de ação: 4 – 6 horas.
BROMETO DE IPATRÓPIO Posologia: Solução para Inalação. 1.
Adulto:0,25 – 0,50 mg cada 6 – 8 horas.
2. Crianças( 6 – 12 anos): 0,25mg a cada 6 – 8 horas – máx. 1mg/dia. 3. Crianças (menos de 5 anos):0,125 a 0,25mg a cada 6 – 8 horas – máx. 1mg/dia. 4.
Indicado no broncoespasmo.
5. Início da ação ( latência): alguns minutos. 6. Tempo de ação: 5 – 6 horas.
Usualmente os Antitussígenos são usados combinados com : Mucolíticos: que tornam o muco menos viscoso (maior filância ) mais fluido o que facilita sua eliminação. - Acetilcisteína 2. Broncodilatadores: diminui a resistência das vias aéreas. - Agonistas b2 adrenérgicos 3. Fluidificantes: aumentam a secreção de água. - Guaifenesina - Iodeto de potássio (hoje menos usado) 1.
Expectorantes 1. Drogas que ajudam na expectoração (remoção) das secreções presentes nas vias aéreas. 2. Atuam estimulando a secreção de água. 3. Atuam “quebrando” macromoléculas, reduzindo assim a viscosidade das secreções (diminuindo a filância). 4. Agem estimulando o reflexo da tosse.
ESTIMULAÇÃO DIRETA ESTIMULAÇÃO REFLEXA RESULTADO FINAL: FLUIDIFICA FACILITANDO SUA REMOÇÃO
O
MUCO
Mecanismo de Ação dos Expectorantes 1. Estimulação direta: • As glândulas secretoras são estimuladas diretamente ao aumentar sua produção de fluídos para o trato respiratório. • Exemplos: # terpina, # Produtos iodados * Glicerol iodado * Iodeto de potássio (ação mista)
Mecanismo de Ação dos Expectorantes 2. Estimulação reflexa: • Os agentes causam irritação do trato GI aumentando reflexamente a secreção e fluidificação do muco. • Exemplos: Guaifenesina Xarope de ipeca
Expectorantes • Os expectorantes devem ser usados com cautela no início do tratamento em pacientes com asma e insuficiência respiratória. • Pacientes que tomam expectorantes devem ingerir mais líquidos para ajudar na liquefação das secreções respiratórias . • Monitorar e relatar febre, tosse ou outros sintomas que durarem mais que uma semana.
Expectorantes e Mucolíticos mais utilizados • • • • •
Iodeto de potássio Guaifinesina Acetilcisteína Carbocisteína Ambroxol
Iodeto de potássio O íodeto age como irritante das terminações parassimpáticas gástricas, estimulando o reflexo da tosse e ao mesmo tempo aumenta o volume de secreções brônquicas, salivares, lacrimais, nasal. Doses: 300 mg 3 a 4 vezes por dia
Iodeto de potássio Efeitos colaterais: - Náuseas, vômitos, anorexia. - Rinite, lacrimejamento, conjuntivite - Aumento de volume das glds salivares (caxumba iódica). - Alergia: erupção urticariforme até reações bolhosas graves, com febre. - Suprime função tireoideia (utilizada no pré-operatório de cirurgias de tireóide).
Guaiacolato de glicerila (Guaifenesina) SETUX Mecanismo de ação semelhante aos iodetos Encontrado em associações Diminui adesividade plaquetária
Bromexina e Ambroxol O ambroxol é derivado da bromexina Mecanismo de ação: liberação de enzimas lisossômicas que degradam os muco-polissacarídeos. Diminui a viscosidade e adesividade do muco, meia-vida sérica em torno de 10 horas. (FLUIBRON, MUCOLIN, MUCOSOLVAN)
N-acetilcisteina Mecanismo de ação: Atua diretamente sobre as mucoproteínas abrindo as ligações dissulfeto e diminuindo a viscosidade do muco. Vias de administração: oral, inalatória e injetável Efeito antioxidante Carbocisteína (MUCOFAN, MUCOLITIC)
MUCOFLUX,
N-acetilcisteina Outras indicações: - intoxicação pelo paracetamol - prevenção da nefrotoxidade de contrastes radiológicos (discutível)
Manejo para o Tratamento da Tosse • Quadro
Faringite • Está entre os 10 mais freqüentes motivos de consulta médica em serviços de pronto atendimento. • Muitos agentes etiológicos ▫ VIRAIS (a maioria) Vírus respiratórios: Rhinovirus e coronavirus (resfriado) 25%; influenza A e B (gripe) Adenovirus Outros (HSV, EBV, CMV, HIV, HHV-6...)
BACTERIANAS: Streptococcus pyogenes (Estreptococo betahemolĂtico do grupo A) 15-30%
Manejo para o Tratamento da Faringite • Analgésico • Antitérmico • Antiinflamatório • Antihistamínicos • Antimicrobianos
• É a inflamação da árvore brônquica. Causada por vírus ou bactérias, que dura diversos dias até semanas quando aguda, ou de 3 meses até anos quando crônica. • Os brônquios infeccionados ficam edemaciados e produzem muco. • Principal causa entre a população de 20 a 30 anos é o fumo. • Sintomas: tosse, expectoração, falta de ar, pés e pernas inchados (oxigenação). • Tratamento através de corticosteróides, broncodilatadores, expectorantes e mucolíticos, antibióticos quando caso.
AÇÃO DOS CORTICOSTERÓIDES LOCAL DE AÇÃO: MUCOSA ▫ Efeito anti-inflamatório ▫ Ação imunosupressora ▫ A diminuição da resposta inflamatória resulta na diminuição da congestão nasal ▫ Diminui a obstrução nasal UMA DAS AÇÕES ENVOLVIDA NO PROCESSO INFLAMATÓRIO É A REDUÇÃO DA FORMAÇÃO DE PROSTAGLANDINAS E LEUCOTRIENOS REAÇÕES ADVERSAS COM ESTERÓIDES • ressecamento e irritação da mucosa • COM O USO PROLONGADO (CRÔNICO) SÍNDROME DE CUSHING
CORTICOTERAPIA SISTÊMICA Tabela de Equivalência FARMACO
POTÊNCIA ANTIINFLAMATÓRIA
DOSE EQUIVALENTE EM (mg)
CORTISOL
1
20
CORTISONA
0,8
25
PREDNISONA
4
5
PREDNISOLONA
4
5
METILPREDNISOLON A
5
4
TRIAMCINOLONA
5
4
BETAMETASONA
20-30
0,75
DEXAMETASONA
20-30
0,75
PERFIL FARMACOLÓGICO DOS CORTICOSTERÓIDES FÁRMACO
MEIA VIDA MEIA VIDA PLASMÁTICA BIOLÓGICA (min) (min)
DURAÇÃO DA AÇÃO
CORTISOL
90
8-12
CURTA
PREDNISONA
60
12-36
INTERMEDIÁRIA
PREDNISOLONA
200
12-36
INTERMEDIÁRIA
METILPREDNISOLO NA
180
12-36
INTERMEDIÁRIA
TRIAMCINOLONA
300
12-36
INTERMEDIÁRIA
BETAMETASONA
100-300
24-72
PROLONGADA
DEXAMETASONA
100-300
24-72
PROLONGADA
CORTICOTERAPIA SISTÊMICA Indicações terapêuticas
Doenças Pulmonares: • Asma brônquica. • Pneumonia aspirativa. • Prevenção da síndrome do desconforto respiratório da criança. • Sarcoidose (tipo especial de inflamação que resulta em pequenos nódulos, em forma de grãos).
Tratamento de Manutenção da Asma Brônquica
IV Diretrizes Brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol 2006
Corticoster贸ides na Asma Efic谩cia vs efeitos adversos
IV Diretrizes Brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol 2006
Corticóides Inalatórios na Asma Tabela Comparativa Corticóide/dispositivo
Eficácia (dose média) – mcg
Bionisponibilidade/ Efeitos sistêmicos
Aplicabilidade/facilidade de uso do dispositivo
Beclometasona – pó
500 a 1000
++
+
Beclometasona – aerosol dosimetrado
500 a 1000
++
-
Triamcinolona aerosol dosimetrado
1000 a 2000
+
-
Budesonida pó
600 a 1200
+
+
Fluticasona - pó
300 a 500
-
+
Fluticasona – aerosol dosimetrado
264 a 440
-
Ciclosenida – aerosol dosimetrado
??? – Não relacionado em diretrizes
IV Diretrizes Brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol 2006 National Heart, Lung, and Blood Institute National Asthma Education and Prevention Program Expert Panel Report 3: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma Full Report 2007
Beta-2 de longa ação devem ser associados a corticóides inalados em caso de asma moderada persistente Tabela comparativa Beta-2dispositivo
Eficácia
Segurança/Efeitos colaterais
Aplicabilidade/facilida de de uso
Salmeterol pó
+++
+
+
Formoterol pó
+++ Início de ação mais rápido
+
+ Risco de confusão cápsulas VO vs Inal
IV Diretrizes Brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol 2006 National Heart, Lung, and Blood Institute National Asthma Education and Prevention Program Expert Panel Report 3: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma Full Report 2007
Corticóides Inalatórios na Asma Tabela Comparativa Corticóide/dispositivo
Apresentação /Forma farmacêutica
Fluticasona + Salmeterol – pó
Seretide 50/250 Diskus
Dispositivo fácil /2x/dia / -
91,61
Foraseq 12/400
2x/dia, cápsulas distintas, risco de confusão / +
97,25
Symbicort 6/200
Dispositivo fácil 2 doses, 2x/dia / +
167,02
Symbicort 12/400
Dispositivo fácil 2x/dia / -
103,25
Alenia 6/200
2 doses, 2x/dia, cápsulas, risco de confusão / +
92,78
Alenia 12/400
2x/dia, cápsulas, risco de confusão / +
75,45
Budesonide + Formoterol - pó
Aplicabilidade / Possibilidade de titulação da dose
Custo /mês R$
Corticóide/dispositivo
Apresentação /Forma farmacêutica
Fluticasona + Salmeterol – pó
Seretide 50/250 Diskus
Dispositivo fácil /2x/dia / -
91,61
Foraseq 12/400
2x/dia, cápsulas distintas, risco de confusão / +
97,25
Symbicort 6/200
Dispositivo fácil 2 doses, 2x/dia / +
167,02
Symbicort 12/400
Dispositivo fácil 2x/dia / -
103,25
Alenia 6/200
2 doses, 2x/dia, cápsulas, risco de confusão / +
92,78
Alenia 12/400
2x/dia, cápsulas, risco de confusão / +
75,45
Budesonide + Formoterol - pó
Aplicabilidade / Possibilidade de titulação da dose
Custo /mês R$
Pneumonia • É uma infecção que se instala nos pulmões, podendo acometer a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). • São provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa.
Tratamento das pneumonias • Requer o uso de antibióticos e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. A internação hospitalar pode fazer-se necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, tais como: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases.
• O enfisema é uma condição degenerativa irreversível, caracterizada por irritação respiratória crônica, de lenta evolução, quase sempre causada pelo fumo, embora outros agentes (poeira, poluentes, vapores químicos) também possam provocá-lo. No enfisema, os alvéolos transformamse em grandes sacos cheios de ar que dificultam o contato do ar com o sangue, uma vez que foi destruído o tecido por onde passavam os vasos. • Sintomas: respiração ofegante com chiado, tosse, sensação de sufoco e falta de ar que se agrava. • Tratamento: corticosteróides, broncodilatadores e balão de oxigênio.
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) • É uma enfermidade respiratória prevenível e tratável, que se caracteriza pela presença de obstrução crônica do fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. A obstrução do fluxo aéreo é geralmente progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos. • Bronquite crônica e Efisema Pulmonar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OBRIGADA!!!