{entre} tanto catal達o
01 2014 jan/jul
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO reitor
vice-decana do centro de letras e artes
diretor adjunto de graduação
Carlos Antônio Levi da Conceição
Cristina Tranjan
Dalton Almeida Raphael
vice-reitor
diretor da escola de belas artes
diretor adjunto de pós-graduação
Antônio José Ledo Alves da Cunha
Carlos Gonçalves Terra
Marize Malta Teixeira
decana do centro de letras e artes
vice-diretora da escola de belas artes
diretor adjuntode cultura
Flora De Paoli Faria
Helenise Monteiro Guimarães
Antonio de Souza Pinto Guedes
01 2014 jan/jul
editorial A revista Canto é uma publicação semestral sobre o Parque
do Catalão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Embora a UFRJ mantenha uma reserva de mata atlântica na Ilha da
Cidade Universitária, poucos sabem deste fato. Sendo assim, o objetivo da nossa publicação é fazer parte de um conjunto de estratégias de comunicação visual para a divulgação deste espaço, constituindo um veículo de apresentação dos diversos projetos que são realizados na Universidade. A revista é editada em parceria com o Horto Universitário, setor responsável pela administração e manutenção da reserva do Catalão, e busca o reconhecimento e valorização desta área por toda a comunidade, assim como pelas empresas implantadas no Campus, e por seus funcionários. O nome da revista “Canto”, elaborado de modo coletivo pelas turmas de projeto de Comunicação Visual, remete à questão territorial do Parque, explora a sonoridade da palavra, que se aproxima de modo sutil ao próprio nome Catalão e, ainda, apresenta a riqueza de fauna e flora presente no local, percebida pelas diversas espécies de pássaros que frequentam o Parque. Sendo assim, Canto representa o silêncio do acolhimento, da tranquilidade deste espaço, e os sons do Catalão. Bem-vindo ao nosso Canto e boa leitura! Julie Pires
edição
tratamento de imagem
impressão
Julie Pires Angela Iaffe
Júlia Parente
Gráfica Definir
design
revisão
Júlia Parente
Raissa Gaia
Julie Pires
Raissa Gaia
fotografia Alfredo Heleno Oliveira
tiragem 1.000 exemplares
colaboradores Angela Iaffe Jofre Silva Leticia de Luna Freire
contato revistacanto@ufrj.br
08
Viagem ao passado Um panorama da formação do Catalão
40
Biodiversidade Levantamento de espécies do parque
revista canto 2014 jan/jun
9
Com 166.123m², a ilha era dividida, nos anos 1930, em duas propriedades particulares por uma linha feita de soqueira de bambu que a atravessava de praia a praia.
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E
m 1944, por sugestão do engenheiro Alberto de Melo Flôres, diretor de
Obras do Ministério da Aeronáutica, foi considerada a possibilidade de locação para a Cidade Universitária em uma área a ser constituída pela unificação de seis ilhas pertencentes à União (Bom Jesus, Sapucaia, Pindaí do França, Pindaí do Ferreira, Pinheiro e Fundão, com exceção da sua parte alodial), situadas entre a Ponta do Caju e a Ilha do Governador, em frente a Manguinhos. Havendo necessidade, a área poderia ainda ser expandida com a inclusão das outras três ilhas circunvizinhas (Baiacu, Cabras e Catalão) que compunham o arquipélago. Existia, até então, a indicação de outras localidades, mas, dentre as propostas apresentadas, surgia, pela primeira vez, a ideia de se criar uma Ilha Universitária. A “felicidade da indicação” (Barbosa, 1945), em comparação às outras áreas cogitadas, foi confirmada pela opinião dos diversos especialistas,
autoridades,
professores,
urbanistas, arquitetos e engenheiros consultados pelo ETUB (Escritório Técnico da Universidade do Brasil), Hildebrando de Araújo Góis, Raul Leitão da Cunha (Reitor da UB), General Eurico Gaspar Dutra (Ministro da Guerra), Gustavo Capanema (Ministro da Educação), Henrique Dodsworth (Prefeito do Distrito Federal) e Ana Amélia Carneiro de Mendonça (Presidente da Casa do Estudante).
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Documentos
produzidos
pelo
ETUB sobre a localização da Cidade
• As condições climáticas da área favoreceriam a prática de esportes;
Universitária expuseram as avaliações
• A existência de pedra, areia e
feitas segundo “critérios de máximo
saibro na área e a possibilidade de
rigor e imparcialidade”, sugeridos pelo
receber, por via marítima, ferro e
engenheiro Paulo de Assis Ribeiro,
cimento, facilitariam as obras do
examinando fatores como distâncias,
aterro;• A constituição geológica
acessibilidade, custos de aquisição,
das ilhas de Bom Jesus, Pindaí do
despesas de preparo do terreno e de
França, Pindaí do Ferreira, Fundão,
construção, custos financeiros e so-
Pinheiro e Sapucaia (exceto uma
ciais decorrentes de desapropriações,
parte) propiciariam um terreno fir-
demolições de benfeitorias, valoriza-
me de 3.720.000m²;
ção do patrimônio, etc.
• Por fim, a possibilidade de ex-
Após transitar por todas as esferas
pansão do terreno, em caso de
envolvidas, direta e indiretamente,
necessidade, com a inclusão das
com a localização da Cidade Univer-
ilhas de Baiacu, Cabras e Cata-
sitária, o diretor do DASP, Luiz Simões
lão, resultando em área superior a
Lopes, apresentou, na Exposição de
5.000.000m².
Motivos nº 936, de 14/05/45, os fun-
Assim como as demais loca-
damentos que iriam embasar a es-
lidades analisadas, o arquipélago
colha final pelo arquipélago. (ETUB,
também apresentava alguns in-
1954, Barbosa, 1945, Oliveira, 2005):
convenientes, porém, considerados
• A proximidade da área ao centro
menos graves: o ruído de aviões
de gravidade da população estudan-
decorrente da proximidade da Base
til, garantindo, ao mesmo tempo,
Aérea do Galeão e do Aeroclube de
um relativo isolamento;
Manguinhos, e a proximidade de
• A construção de um hospital
corporações militares, o que, em
em área vizinha a bairros operá-
situações de rivalidades e conflitos,
rios proporcionaria a ocorrência
poderia amplificar os choques entre
de uma variedade de casos típicos
soldados e praças.
para estudo, devido à vasta clientela
Ao apoiarem a proposta, o Minis-
que se destinaria aos seus ambula-
tro da Guerra e o Ministro da Aero-
tórios e clínicas;
náutica colocaram, respectivamen-
Havia ainda nos jornais a opinião que qualificava de “absurda” a construção de uma universidade em ilhas, haja vista o excesso de áreas livres na cidade.
te, duas restrições para a construção da
da pelo diretor do DASP, assinando o
Cidade Universitária no local: a conser-
Decreto-lei nº 7.536, dispondo sobre
vação do Asilo dos Inválidos da Pátria,
a localização definitiva da Cidade Uni-
na extremidade nordeste da Ilha de
versitária da Universidade do Brasil.
Bom Jesus, e o não atraso na constru-
Apesar da aprovação oficial, logo
ção da ponte que ligaria a Ilha do Fun-
foram manifestadas algumas dúvidas,
dão ao continente. Restrições que não
críticas e especulações em diversos
chegaram a se tornar obstáculos que
jornais da época sobre o projeto, de-
invalidassem a proposta, uma vez que
vendo aqui mencionarmos o cuida-
não havia interesse imediato de apro-
do de Luiz Hildebrando Horta Barbo-
priação do prédio do Asilo pela univer-
sa (1946) em examinar e responder a
sidade, sendo sua presença inclusive
todas elas, com vistas a “formar uma
desejável do ponto de vista social, cul-
opinião mais justa e exata a respeito
tural e artístico, e que a construção da
desse problema fundamental”.
referida ponte, à época iniciada pelo
Havia ainda nos jornais a opinião
Ministério da Aeronáutica, já tinha sua
que qualificava de “absurda” a cons-
ampliação prevista no projeto da Cida-
trução de uma universidade em ilhas,
de Universitária (Oliveira, 2005).
haja vista o excesso de áreas livres na
Dessa forma, o presidente Getú-
cidade. A esse respeito, ponderava-
lio Vargas respondeu favoravelmente
-se que as maiores áreas disponíveis
à Exposição de Motivos encaminha-
situavam-se em bairros como Bangu,
Os critérios formulados pelo ETUB dividiam-se em três grupos: 1. Fatores de ordem política e social: facilidade para obter a área; acessibilidade; custo da condução; integração ao meio; ambiente universitário. 2. Fatores de ordem econômica: custo dos terrenos e das obras complementares; custos das construções; custo das utilidades (instalação de redes de água, esgoto, eletricidade, etc.). 3. Fatores de ordem técnica: circunvizinhança; condições do clima; área, forma e relevo topográfico; condições favoráveis ao ensino científico, artístico, cultural; condições favoráveis à educação física e esportiva.
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Campo Grande e Recreio dos Bandeiran-
tão pouco representa uma fortuna no dia de
tes e que, por esse motivo, não atendiam à
amanhã!”.
exigência imprescindível de que a Cidade
Tantas eram as condições favoráveis que
Universitária fosse “urbana”, construída em
em 20 de outubro de 1948 - três anos após o
“um grande terreno em zona a mais central
decreto-lei que havia definido o arquipélago
possível, de fácil e rápido acesso”.
como local a abrigar a futura Cidade Univer-
Outra crítica referia-se à “inoportunidade
sitária - foi sancionada a Lei nº 447, dando
do início de obra de tão grande vulto numa
um ponto final ao longo processo de discus-
época de inflação e de escassez de materiais
sões e questionamentos sobre a sua localiza-
de construção, de transporte e de mão de
ção e permitindo ao ETUB pleitear a abertura
obra”, para a qual Luiz Hildebrando Barbosa
de um crédito especial de Cr$12.860.000,00
sublinhava a importância do empreendi-
pelo Decreto nº 25.995, de dezembro de
mento para a nação, ressaltando os numero-
1948, para finalmente dar início às obras.
sos imóveis federais inutilizados que, por lei, seriam vendidos para pagar despesas com as
Antes do aterro
obras e que, devido a sua complexidade, es-
Em 1881, o oficial de artilharia Fausto de
tas se estenderiam por 6 a 8 anos, prazo em
Souza calculava haver, na Baía da Guanabara
que provavelmente a carência de materiais,
mais de oitenta ilhas, com natureza e destinos
transporte e mão de obra não se constituiria
diversos (Doria, 1922). Para se ter uma visão
mais um problema.
mais geral sobre as ilhas existentes no mo-
Além da construção da Avenida Brasil,
mento em que se iniciavam as obras de ater-
inaugurada em 1946, consolidando a expan-
ro hidráulico, no final dos anos 1940, Gastão
são industrial da cidade em direção à zona
Cruls, no livro Aparência do Rio de Janeiro,
norte, toda a região da Ilha do Governador
descrevia:
estava passando por grandes transformações,
De todas as ilhas da Guanabara, não só
sobretudo em torno da criação da Base Aérea
pela vastidão, como pelos foros que assumiu
do Galeão, pelo Ministério da Aeronáutica.
de importante subúrbio marítimo, destaca-
Um anúncio de venda de lotes no Jardim
-se a Ilha do Governador, com 28.906.250m²
Guanabara, indicava, já no final dos anos
de superfície e mais de 30.000 habitantes.
1930, a valorização do bairro insular, nos ar-
Entre ela e as outras ilhas também integran-
redores da capital. Lembrando o exemplo de
tes do Distrito Federal (…) há uma grande
Copacabana, a propaganda da Companhia
diferença de tamanho, pois a que se lhe se-
Santa Cruz (1936) previa: “O que hoje custa
gue logo abaixo, Paquetá, já não tem mais
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Outra crítica referia-se à “inoportunidade do início de obra de tão grande vulto numa época de inflação”
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de 1.093.075m², e vêm depois, sempre em
no jornal Correio da Manhã, na qual o jor-
ordem decrescente e apenas relacionadas
nalista Magalhães Corrêa relatava as suas
às maiores, arredondando as cifras, Bom
observações e impressões sobre a região
Jesus com 753.000, Fundão com 613.000,
a partir das excursões realizadas por sua
Sapucaia com 440.000, Boqueirão com
equipe à bordo do barco Acarioca.
230.000, Catalão com 166.000, Cambembi
Tais excursões compreenderam a zona
com 162.000, Cobras com 154.000 e Bro-
que ia da Ponta do Caju a Meriti, englo-
coió com 143.000m². Ao todo, a área total
bando quatorze ilhas consideradas “rurais”:
das ilhas está computada em 35km².
Bom Jardim, Bom Jesus, Pinheiro, Pindaí do
A breve reconstituição do que eram
França, Pindaí do Ferreira, Catalão, Cabras,
as nove ilhas localizadas na Enseada de
Baiacu, Fundão, Cambembi, Sapucaia, Rai-
Inhaúma anos antes de serem escolhidas
mundo, Anel e Saravatá.
para abrigar a Cidade Universitária baseou-se principalmente na série intitulada
Ilha do Catalão
A Guanabara como natureza, publicada
Ao atracar na praia da Ilha do Catalão, a
aos domingos, entre maio e junho de 1936,
equipe de Magalhães Corrêa avistou cestos
CATALÃO - Corrupção de quâ-atã-ã. De quâ, “ponta”; atã, “têsa, ereta”, a ã, “em cima”. Lit., “ilha que tem ponta ereta, em cima”. Seu terreno é montanhoso. Situado na baía da Coroa Grande, próximo às ilhas Cabras e Fundão.
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especiais para apanhar peixes e lagostas
da família Paz, onde outrora havia uma
vivas, canoas de pescaria, uma grande
criação de gado, encontrava-se uma di-
plantação de mamoeiros, bananeiras e
versidade de aves (socós, garças, patos,
outras árvores frutíferas, além de dois pes-
galinhas, etc) e um grande e belo pomar,
cadores da colônia Z5, junto a uma velha
com mangueiras, pitangueiras, goiabei-
casa de tijolos. À esquerda, havia um al-
ras, araçazeiras, sapotizeiros, coqueiros,
pendre coberto de zinco, sustentado por
cajazeiros, parreiras, bananeiras, jambei-
colunas de estipes de coqueiros, grandes
ros, etc.
árvores e uma enorme amendoeira. Ao sul
No seu ponto mais alto, um morro ao
da ilha, havia uma lavoura e, na extremi-
centro, encontrava-se um verdadeiro solar
dade meridional, uma enseada cuja praia
colonial, com uma grande varanda, doze
era de fácil atracação com qualquer maré,
quartos, sala e cozinha, além de várias casas
havendo ali próximo um grupo de pedras,
espalhadas. Da fachada deste solar, onde
formando uma ilhota.
viviam seis irmãos com seus respectivos
Com 166.123m², a ilha era dividida, nos anos 1930, em duas propriedades particulares por uma linha feita de soqueira de bambu que a atravessava de praia a praia.
filhos, descortinava-se um “extraordinário panorama da Baía da Guanabara”. Por ocasião da criação da Cidade Universitária, um Parque da Mata Atlântica
Uma metade da ilha pertencia ao Sr.
foi previsto no Catalão desde os planos
José Paz e seus irmãos e a outra ao Sr. Cân-
iniciais de construção, sendo preservado
dido de Araújo e irmãos, embora esta tam-
até a atualidade. Foi unido por um “istmo”
bém fosse administrada pelo Sr. José Paz.
a partir de 1953, mas preservado com seu
Assim, como as demais ilhas do ar-
relevo e mata. Existia nele um dos 3 hor-
quipélago, a Ilha do Catalão possuía uma
tos com a função de arborizar o restante
rica flora e fauna nativa. Na propriedade
do Campus.
No seu ponto mais alto, um morro ao centro, encontrava-se um verdadeiro solar colonial, com uma grande varanda, doze quartos, sala e cozinha, além de várias casas espalhadas.
A criação de um Parque na Ilha do Fundão já havia sido cogitada no programa inicial de trabalho de junção das ilhas para a Cidade Universitária, para sua arborização. Em setembro de 1996, foi liberada uma verba especial, pelo Governo Federal, para a realização de obras de melhoria da infra-estrutura da Ilha do Fundão, prevendo-se uma possível realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2004. Desta verba foi destinada uma parte para implantar o Parque no Catalão. O nome oficial de registro desta área é Parque da Mata Atlântica da UFRJ (Boletim da UFRJ portaria Nº 44, de 06 de janeiro de 2000), mas também é chamado Parque Frei Vellozo, em homenagem a Frei José Mariano da Conceição Vellozo, que foi um importante botânico brasileiro do século XVIII, ou Parque do Catalão.
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Por Ernani Diaz Renato Moraes de Jesus (Escola de Engenharia, UFRJ) Janie Garcia da Silva (Instituto de Biologia, UFF, Niterói)
O Parque Frei Vellozo na Península do Catalão, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, possui 17 ha e apresenta vegetação de restinga e manguezal na faixa litorânea. Em sua implantação, foram introduzidas cerca de 200 espécies típicas de floresta estacional tropical litorânea no seu território e mais de 40.000 mudas foram plantadas, com sucesso, na parte central da ilha.
O nome do Parque homenageia Frei José Mariano da Conceição Vellozo, que viveu de 1742 a 1811 e foi o autor da Flora Fluminensis, concluída em 1790.
O
Frei José Mariano da Conceição
na extremidade norte da Ilha
Vellozo, que viveu de 1742 a 1811
do Fundão, na Baía de Guanabara,
e foi o autor da Flora Fluminensis,
dentro do Campus da Universidade
concluída em 1790. Ela contém
Federal do Rio de Janeiro. A área do
classificação de 1.640 plantas nativas.
Parque corresponde à antiga Ilha do
Frei Vellozo foi o mais importante
Catalão, que agora está unida à Ilha
botânico brasileiro do século XVIII.
do Fundão por um istmo formado
A criação de um Parque na Ilha
por aterro. O local agora é designado
do Fundão já havia sido cogitada
simplesmente
no programa inicial de trabalho
por
Catalão.
O
Parque tem uma área de 17 hectares,
da Reitoria, pelo Reitor da UFRJ da
e é, quase que, totalmente rodeado
época, Prof. Paulo Alcantara Gomes
pelo mar, tendo nas suas margens
e o Vice-Reitor, atualmente Reitor,
vegetação de restinga e de mangue.
Prof. José Henrique Vilhena de Paiva.
O seu relevo apresenta-se ainda
Em setembro de 1996, foi liberada
como originalmente, caracterizado
uma verba especial, pelo Governo
por uma pequena colina. O solo
Federal, para a realização de obras
do Parque também é original,
de melhoria da infra-estrutura da
não tendo sido desbastado, nem
Ilha do Fundão, prevendo-se uma
aterrado, a menos do istmo que é
possível realização das Olimpíadas
constituído por um aterro sobre o
no Rio de Janeiro em 2004. Desta
mar.
verba foi destinada uma parte para
O nome do Parque homenageia
implantar o Parque no Catalão.
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Parque Frei Vellozo localiza-se
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Coco-de-espinho A Acrocomia aculeata é uma palmeira nativa brasileira e uma das duas espécies que são popularmente conhecidas pelo nome de macaúba, macaíba, boicaiuva, macaúva, coco-de-catarro, coco-baboso e coco-de-espinho. A outra é a Acrocomia intumescens.
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19 Coqueiro O coqueiro, é um membro da família Arecaceae. É a única espécie classificada no gênero Cocos. É uma planta que pode crescer até 30 m de altura, com folhas pinadas de 4–6m de comprimento, com pinas de 60–90 cm.
Sisal O sisal, família Agavaceae é uma planta utilizada para fins comerciais. O A. sisalana é cultivado em regiões semiáridas.
Pesquisa no Parque Antes do reflorestamento foi realizado um inventário das principais espécies arbóreas e arbustivas existentes no Catalão (Silva, 1999).
Calliandra brevipes, Clitoria fairchil-
diflorum, Schinus terebinthifolius,
diana, Licania tomentosa, Psidium
Senna pendula, Sideroxylon obtu-
guajava, Triplaris sp.
sifolium, Sophora tomentosa, Spa-
Espécies comia
nativas da região:
aculeata,
Acro-
Aspidosperma
rattosperma leucanthum, Spondias sp., Syagrus romanzoffiana
sp., Astrocariym aculeatissimum, As espécies encontradas são: Espécies
exóticas:
Allophylus
puberulus,
Avicennia
Reflorestamento: implantação
Agave sisalana,
schaueriana, Caesalpinia bonduc,
Para executar o reflorestamento
Albizia lebbeck., Artocarpus altilis,
Caesalpinia pluviosa, Capparis fle-
foi contratada a Companhia Vale
Artocarpus
Cocos
xuosa, Cupania sp., Dalbergia ecas-
do Rio Doce, que possui larga ex-
nucifera, Delonix regia, Diospyros
heterophyllus,
tophyla, Erythroxylum pulchrum,
periência em programas de recu-
sp., Dracaena fragrans, Hibiscus
Eugenia uniflora, Ficus clusiifolia,
peração florestal. As mudas da fase
tiliaceus,
arboreus,
Ficus enormis, Gochnatia polymor-
inicial foram oriundas do Viveiro da
Mangifera indica, Manilkara zapota,
pha, Hibiscus pernambucensis, Inga
Reserva Florestal de Linhares (ES).
Mimusops coriacea, Persea ame-
laurina,
racemosa,
Elas foram transportadas por cami-
ricana, Sterculia foetida, Syzygium
Lecythis pisonis, Luehea divaricata,
nhão e estocadas no Horto da Pre-
aqueum, Syzygium cumini, Tama-
Machaerium cf hirtum, Manilkara
feitura da UFRJ. As matrizes destas
rindus indica, Terminalia catappa.
Malvaviscus
Laguncularia
subsericea, Maytenus obtusifolia,
mudas são da Reserva Florestal de
Espécies brasileiras estranhas à
Peltophorum dubium, Chloroleu-
Linhares (ES), que é constituída por
região: Bougainvillaea spectabilis,
con tortum, Pseudobombax gran-
uma vegetação original de Flores-
20 Artocarpus incisa A árvore-do-pão ou fruta-pão é uma árvore frutífera, aparentada com a jaca. Planta originária da Indomalásia ou da Malásia; seu fruto é base alimentar para povos ilhéus da Polinésia.
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Aroeira-vermelha Aroeira-vermelha, aroeirapimenteira ou poivre-rose são nomes populares da espécie Schinus terebinthifolius, árvore nativa da América do Sul da família das Anacardiaceae.
Caesalpinia bonduc Caesalpinia bonduc é uma espécie de planta pertencente à família Fabaceae com uma distribuição pantropical.
ta Estacional Tropical de Tabuleiro.
Bombacopsis sp. (Paineira barri-
sp5 (Jamelão da praia), Eugenia sp6
Prescreveu-se que as mudas plan-
guda), Bombacopsis stenopetala,
(Pitanguinha), Eugenia uniflora, Fi-
tadas deveriam ser de espécies da
Bouganvillea sp. (Buganvile maravi-
cus clusiifolia, Gallesia integrifolia,
Floresta Estacional Tropical Litorâ-
lha), Bowdichia virgilioides, Caesal-
Galphimia glauca, Goniorrhachis
nea da costa do Espírito Santo, Rio
pinia echinata, Caesalpinia ferrea,
marginata, Guazuma crinita, Guet-
de Janeiro e São Paulo.
Cariniana legalis, Caryocar edule,
tarda viburnoides, Inga laurina, Ixo-
Cassia ferruginea, Cedrela odorata,
ra coccinea, Joannesia princeps,
espécies inicialmente plantadas em
Centrolobium tomentosum, Cho-
Kielmeyera membranacea, Lecythis
1996 foram as seguintes:
risia glaziouii, Clarisia racemosa,
pisonis, Licania tomentosa, Lon-
As
dezembro de
Espécies
nativas plantadas:
Acos-
Clusia spiritusanctensis, Coccolo-
chocarpus cultratus, Manihot sp.
Acrocomia
ba alnifolia, Copaifera langsdorffii,
(Bálsamo de horta), Manilkara bella,
aculeata, Anacardium occidentale,
Cordia trichotoma, Dalbergia nigra,
Melanoxylon brauna, Miconia hy-
Andira fraxinifolia, Andira nitida,
Deguelia longeracemosa, Dimor-
poleuca, Miconia sp. (Cabeludinha),
Andira ormosioides, Apuleia leio-
phandra jorgei, Diospyros sp. (Abri-
Mimusops sp. (Abricó), Myrcia mul-
carpa, Ardisia crenata, Aspidosper-
có da mata), Eriotheca macrophylla,
tiflora, Myrciaria jaboticaba, Myrcia-
ma aff. subincanum, Aspidosperma
Erythrina velutina, Eugenia involu-
ria sp. (Araçá vermelho), Nectandra
cylindrocarpon, Astronium grave-
crata, Eugenia sp1 (Praianinha), Eu-
oppositifolia,
olens, Bauhinia forficata, Bauhinia
genia sp2 (Araçá de balaio), Eugenia
Ormosia arborea, Ormosia nitida,
variegata var. alboflava, Bauhinia
sp3 (Grumixama amarela), Eugenia
Paratecoma peroba, Parkia pendula,
variegata var. rubra, Bixa arborea,
sp4 (Grumixama preta), Eugenia
Peltophorium dubium, Phyllocar-
mium
lentiscifolium,
Ocotea
spectabilis,
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pus riedelii, Plinia strigipes, Poeci-
(ES), Horto do Jardim Botânico do
lanthe falcata, Posoqueria latifolia,
Rio de Janeiro (RJ), Horto do Dep.
Pseudobombax grandiflorum, Psi-
de Biologia da UFF em Niterói (RJ) e
dium aff. macrospermum, Psidium
mudas originárias das diversas co-
cattleianum, Psidium guajava, Psi-
letas feitas nos trabalhos de inven-
dium sp1 (Araçauna), Psidium sp2.
tário de remanescentes de matas da
(Goiaba do ipiranga), Pterocarpus
Ilha do Governador e cultivadas no
rohrii, Pterygota brasiliensis, Rhe-
Horto da Prefeitura da UFRJ. Mudas
edia brasiliensis, Rheedia gardne-
das seguintes espécies nativas fo-
riana, Sapindus saponaria, Schinus
ram introduzidas nestes trabalhos
terebinthifolius, Chamaecrista en-
de replantio, nos últimos dois anos:
siformis, Senna multijuga, Sophora tomentosa,
Sparattosperma
leu-
Espécies
nativas,
fase nov. 1997,
canthum, Spondias sp. (Cajazão),
com aprox. 1.000 mudas: Allophylus
Spondias venulosa, Sterculia elata,
puberulus, Bauhinia forficata, Ca-
Syagrus
Syagrus
pparis flexuosa, Cecropia glazioui,
sp. (Côco da pedra), Tabebuia aria-
Ceiba erianthos, Chorisia sp., Cupa-
neae, Tabebuia chrysotricha, Tabe-
nia paniculata, Cupania sp., Euge-
buia cristata, Tabebuia heptaphylla,
nia uniflora, Ficus clusiifolia, Ficus
Tabebuia
Tabebuia
enormis, Ficus tomentella, Guarea
serratifolia,
guidonia, Inga sp., Inga laurina, Ja-
Tapirira guianensis, Terminalia cf.
caranda jasminoides, Luehea diva-
kuhlmann, Thrinax excelsa, Tibou-
ricata, Moldenhawera cf floribunda,
china stenocarpa, Zeyhera tubercu-
Ocotea sp., Peschiera fuchsiaefolia,
losa, Zizyphus platyphylla.
Pseudobombax grandiflorum, Pte-
romanzoffiana,
roseo-alba,
riodocensis, Tabebuia
A grande maioria das espécies
rocarpus rohrii, Rapanea sp., Schi-
plantadas são da Floresta Estacional
nus terebinthifolius, Senna macran-
Tropical Litorânea, com algumas
thera, Senna pendula, Tibouchina
exceções. Nesta fase inicial foram
sp., Xylopia sp.
plantadas cerca de 38.000 mudas. Para os replantios foram obtidas
Espécies
nativas,
fase junho 1998,
mudas de diversas origens: Vivei-
com aprox. 860 mudas: Acrocomia
ro da Reserva Florestal de Linhares
aculeata, Annona sp., Caesalpinia
Delonix regia A Delonix regia, também conhecida por flor-do-paraíso, pau-rosa, flamboyant, flamboiaiã, flamboaiã e acácia-rubra, é uma árvore da família das leguminosas. É nativa da ilha de Madagáscar e da África tropical.
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Antes do reflorestamento foi realizado um inventário das principais espécies arbóreas e arbustivas existentes no Catalão (Silva, 1999).
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echinata, Caesalpinia pluviosa, Ce-
Piptadenia gonoacantha, Chloro-
drela sp., Clusia hilariana, Clusia
leucon tortum, Pterocarpus rohrii,
sp., Cordia sp., Cordia trichotoma,
Samanea tubulosa, Schizolobium
Cupania sp., Cybistax antisyphili-
parahyba, Tapirira guianensis.
tica, Erythrina verna, Erythroxylon pulchrum, Eugenia uniflora, Ficus
Algumas espécies desenvolve-
arpazusa, Ficus clusiifolia, Ficus
ram-se muito bem na área. Entre
enormis, Ficus luschnathiana, Ficus
elas podem ser citadas as seguintes:
maxima, Ficus tomentella, Geni-
Cecropia sp., Cedrela odorata, Cei-
pa americana, Hymenaea courba-
ba erianthos, Chorisia sp., Deguelia
ril, Lafoensia glyptocarpa, Lecythis
longeracemosa, Erythrina sp., Fi-
pisonis, Luehea sp., Miconia sp.,
cus clusiifolia, Ficus glabra, Gallesia
Peltophorum
Sapindus
integrifolia, Johannesia princeps,
saponaria., Schinus terebinthifo-
Ormosia sp., Peltophorum dubium,
lius, Sophora tomentosa, Swartzia
Pterocarpus rohrii, Schinus terebin-
sp., Syagrus romanzoffiana, Tabe-
thifolius, Schizolobium parahyba,
buia chrysotricha, Tibouchina gra-
Senna macranthera, Tabebuia sp.,
nulosa, Tibouchina sp., Xylopia sp.,
Zeyhera tuberculosa etc.
dubium,
Zeyera tuberculosa.
O Programa de reflorestamento, ainda em desenvolvimento jáFoi
Espécies
ocasiões,
constatada a reocupação de aves na
com aprox. 300
área do Parque. Em pesquisa feita
mudas: Chorisia sp., Clusia flumi-
pela UFRJ, foram encontradas 80 es-
nensis, Cordia trichotoma, Eugenia
pécies diferentes de aves na área do
copacabanensis, Ficus glabra, Ficus
Catalão, mostrando que ela está em
pertusa, Inga sp., Lecythis pisonis,
franca recuperação ecológica.
versas
Mangifera indica Mangifera indica é uma espécie de planta da família Anacardiaceae. Pode ser encontrada na forma nativa nas florestas do sul e sudeste da Ásia, tendo sido introduzida em várias regiões do Mundo.
nativas plantadas em di-
Sapotizeiro É uma árvore da família Sapotaceae que produz o sapoti ou sapota. É originário da América Central, desenvolvendo-se em regiões de clima subtropical da Ásia, América e Oceania. Na índia existem cerca de vinte variedades.
As mudas da fase inicial [do reflorestamento] foram oriundas do Viveiro da Reserva Florestal de Linhares (ES). Elas foram transportadas por caminhão e estocadas no Horto da Prefeitura da UFRJ.
{entre} tanto catal達o
ISSN 0317-0871