TCC Arquitetura | CONECT - Rede de Supermercados Compactos

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CONECT

REDE DE SUPERMERCADOS COMPACTOS um espaço de troca e encontros no século XXI

JULIETE MACÊDO BARBOSA



CENTRO UNIVERSITÁRIO 7 DE SETEMBRO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

CONECT REDE DE SUPERMERCADOS COMPACTOS um espaço de troca e encontros no século XXI

por JULIETE MACÊDO BARBOSA

sob a orientação do PROF. ME. CARLOS EDUARDO FONTENELLE

FORTALEZA 2020


FICHA CATALOGRÁFICA

Barbosa, Juliete Macêdo. CONECT - Rede de Supermercados Compactos: um espaço de troca e encontros no século XXI / Juliete Macêdo Barbosa - 2020. 214 f. : il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - UNI7 - Centro Universitário 7 de Setembro, Curso de Arquitetura e Urbanismo, Fortaleza, 2020. Orientação: Prof. Ms. Carlos Eduardo Costa e Silva Fontenelle. 1. Rede de Supermercados Compactos. 2. Arquitetura comercial 3. Arquitetura sensorial. I. Título.


JULIETE MACÊDO BARBOSA

CONECT REDE DE SUPERMERCADOS COMPACTOS um espaço de troca e encontros no século XXI

Trabalho Final de Graduação, submetido

Aprovada em:

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.

à Coordenação do curso de Arquitetura e Urbanismo como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista, outorgado pelo Centro Universitário 7 de Setembro.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Carlos Eduardo Fontenelle Centro Universitáio 7 de Setembro - UNI7

Prof. Ms. Felipe Pereira Sardenberg Centro Universitáio 7 de Setembro - UNI7

Rafael Bandeira Sales SOBRE Arquitetura


“Há um gosto de vitória e encanto na condição de ser simples. Não é preciso muito para ser muito.” [ Lina Bo Bardi ]


Dedico este trabalho aos meus pais, César e Margareth, meus maiores exemplos de garra, força e dedicação.


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agradecimentos


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Agradeço, primeiramente, à minha família, meu pai, César, minha mãe, Margareth e minha irmã, Jéssika, que sempre estiveram comigo e não mediram esforços para tornar possível cada uma das minhas decisões. Obrigada pelo apoio, até mesmo nas pequenas coisas. Sem vocês, eu não me tornaria o que me tornei hoje. Ao Micael, por todo o seu carinho, companhia, respeito, compreensão, paciência e por toda a ajuda e dedicação durante este período de conclusão de curso. Obrigada por ser tão incrível em todos os momentos! Aos meus amigos que conquistei durante esses cinco anos de graduação. Obrigada, Paulinha, Lúcia, Armênio, Bruno, Camila, Hermeson, Lurdinha e Monike, por todas as conversas e momentos de sofrimento, gargalhadas, sonhos e desabafos. Só assim foi possível tornar essa jornada muito mais leve e divertida. Ao meu orientador, Cadu, por todos os ensinamentos repassados, pela sua atenção e incentivo não só durante a realização deste trabalho, mas também fora do ambiente institucional. Tenho muita admiração por você como professor, como arquiteto e como pessoa. Agradeço pela oportunidade de trabalhar ao seu lado. À arquiteta, Ticiana Sanford, pela oportunidade de estágio, que me acolheu de forma tão humana no seu escritório. Ambiente onde pude conhecer e compartilhar momentos com outras duas profissionais maravilhosas, Louise Sanford e Valéria Sanford. Sou muito grata e admiro muito essas três mulheres. Ao coordenador e aos professores incríveis que fazem parte do corpo docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário 7 de Setembro. Profissionais que eu tenho uma profunda admiração, e que me inspiraram tando com seus ensinamentos sobre arquitetura durante minha trajetória nesta graduação. Aos convidados da banca, Felipe Sardenberg e Rafael Bandeira, por aceitarem o convite de assistir e avaliar o resultado do meu empenho. Enfim, agradeço a todos que, embora aqui não citados, contribuíram de alguma forma e fizeram parte desta trajetória. Sou muito grata a todos!



resumo O Trabalho Final de Graduação (TFG) em questão, trata do desenvolvimento do protótipo de uma situação real de projeto de uma rede de supermercados compactos, implantado no Montese, Fortaleza-CE. Todo um referencial teórico foi desenvolvido para dar o embasamento necessário às propostas sugeridas aqui. O projeto tem como proposta oferecer um ambiente que vai além de um espaço comercial, mas como um local de conexão, de encontro e de troca de ideias e experiências. O tema propõe a qualificação desses estabelecimentos, que são frequentados diariamente pela população local, tendo como premissa principal a aplicação do conceito da arquitetura sensorial, com o intuito de influenciar positivamente nas compras e proporcionar experiências prazerosas aos consumidores. Palavras-chave: rede de supermercados compactos, arquitetura comercial, arquitetura sensorial.



sumรกrio



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APRESENTAÇÃO

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1.1 Introdução 1.2 Objetivos 1.3 Metodologia

P. 18

REFERENCIAL TEÓRICO

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2.1 O varejo de alimentos 2.2 Os supermercados compactos 2.3 A arquitetura sensorial

P. 27

REFERENCIAL PROJETUAL

63

3.1 Projetos de referência 3.2 Estudos de caso

P. 65

DIAGNÓSTICO DO BAIRRO

89

4.1 O Bairro Montese

P. 91

O PROJETO ARQUITETÔNICO 5.1 CONECT - rede de supermercados compactos

CONSIDERAÇÕES Considerações finais Referências bibliográfias

P. 20 P. 21

P. 38 P. 52

P. 80

109 P. 111

199 P. 200 P. 202


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APRESENTAÇÃO 1.1 Introdução 1.2 Objetivos 1.3 Metodologia

P. 18 P. 20 P. 21

1


conect - rede de supermercados compatos 18

1.1 introdução Diante das atuais mudanças econômicas, sociais e culturais, a população brasileira de-

Consequentemente, esse novo hábito de consumo gerou a compra de produtos em

senvolveu novos hábitos de comportamento, inclusive, em relação ao consumo.

menor quantidade, a compra consciente, a busca por alimentos saudáveis, orgânicos e

Um dos fatores que o provocou, foi a que-

sofisticados, a procura por alimentação fora do lar e vontade de morar ou trabalhar per-

da nos níveis de fecundidade no Brasil, que ocorreu de forma muito rápida, em 30 anos, mais precisamente. Segundo Rocha (2018)1, o tamanho das famílias vem sofrendo uma redução significativa a cada geração. Onde,

to de estabelecimentos comerciais. Diante disso, o consumidor, e a geração mais atual, está à procura por soluções que atendam às necessidades do dia a dia de forma prática, dinâmica e funcional.

nos anos 80, a média de pessoas por família era de 4,3, em 2018, esse número foi reduzido para 1,7 pessoas na família, segundo os dados da ONU. Além da queda nos níveis de fecundidade, esses novos hábitos foram causados também através de fatores como a inserção da mulher no mercado de trabalho, onde a mesma deixou de ser “dona de casa” e passou a consumir produtos mais práticos, pois a vida tornou-se mais corrida. À estabilidade financeira e o acesso das classes C e D ao consumo. Ao aumento da quantidade de pessoas morando sozinhas, sobretudo, os jovens estudantes, que hoje têm maior acesso à faculdade. E ao aumento da expectativa de vida da população em geral.

Ao passo que os consumidores buscam a praticidade na hora da compra, também há o desejo que este ato seja de envolvimento. Ou seja, o consumo não só deve ser prazeroso na hora de adquirir um produto ou serviço, mas também em relação a experiência proporcionada através da compra no ponto de venda. Segundo Underhill (2009, p. 34), “[...] quanto mais tempo um freguês permanece em uma loja, mais comprará. E o tempo que um freguês passa em uma loja depende do conforto e do prazer da experiência. ” Nos últimos anos, o nicho dos supermercados compactos vem crescendo cada vez mais, despertando, inclusive, o interesse das grandes empresas. Pois notou-se que os peque-

Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/10/17/estudo-da-onu-aponta-que-tamanho-das-familias-no-brasil-esta-abaixo-da-media-mundial.ghtml>. Acesso em: 25 mar. 2019. 1


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nos estabelecimentos possuem vantagens, se comparado ao grande, e isso deve-se, so-

Vale lembrar que tudo começou com o conceito de autosserviço, com o advento dos pri-

bretudo, ao fato de sua proximidade com o

meiros supermercados, em seguida os hiper-

consumidor. Além disso, apresenta pontos fortes como o de proporcionar atendimento

mercados, as lojas de conveniências e, mais recentemente, os chamados supermercados

personalizado, agilidade no atendimento, valorização de produtores locais, criação de

de vizinhança, tecnicamente classificados como supermercados compactos, sendo fa-

fortes laços com os consumidores e do desenvolvimento das relações sociais entre os

cilmente encontrados, principalmente, nas grandes cidades. Diante da concorrência, os

consumidores, que residem ou trabalham no entorno. Abaixo vê-se a porcentagem que esses pequenos comércios ocupam no mercado, assim como sua importância, quando se fala em emprego.

maiores desafios enfrentados pelos pequenos comércios são: o alinhamento com os fornecedores, desenvolvimento da equipe de operações da loja, o aperfeiçoamento do layout e a definição do mix que agrade o consumidor, de acordo com Borges (2009).

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Em 2011, os mercados de vizinhança responderam por 34,8% do volume de vendas do setor. As lojas com 5 a 9 checkouts participaram com 21,3% do total, sinalizando que os dois formatos juntos respondiam pela maioria das vendas dos supermercados (56,2%), segundo dados da Nielsen2. Em 2001, essa participação era menor (46,2%), sendo 30,3% referentes às lojas com 1 a 4 checkouts e 15,9%, às lojas com 5 a 9 checkouts. Por sua vez, as lojas maiores das grandes redes, com 20 ou mais checkouts sofreram queda em valor em participação: de 36,1% do volume total em 2001 para 22,5% em 2011. (SEBRAE, 2014, p. 10)

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Em razão de um mercado cada vez mais competitivo, o consumidor ficou mais exigente com a aparência da loja, a variedade de produtos e o atendimento. Portanto, torna-se necessária a utilização de elementos que atraia os consumidores. Uma estratégia pode ser a aplicação da arquitetura sensorial no projeto comercial, explorando os cinco sentidos no varejo alimentício, além do uso de inovações tecnológicas. Dessa forma, pretende-se oferecer experiências que supere as expectativas do consumidor no ponto de venda, bem como atrair novos consumidores e fidelizar a clientela.

Dados apresentados no estudo “Valor Econômico: Análise Setorial – Supermercados, 2012”.


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1.2 objetivos 1.2.1 Objetivo geral Desenvolver o protótipo de uma situação real de projeto para uma rede de supermercados compactos, de maneira que estes pequenos comércios possam ser replicados e adaptados às diversas escalas e realidades da cidade. Tal proposta tem como foco principal a relação entre o espaço e a experiência sensorial do consumidor. 1.2.2 Objetivos Específicos Contribuir com as relações sociais do bairro, bem como qualificar o espaço urbano do seu entorno. Propor espaços comerciais, adequados à escala do bairro, que proporcionem ambientes de interação e convívio social. Aplicar o conceito de arquitetura sensorial em projetos comerciais, com a finalidade de gerar uma atmosfera acolhedora e propiciar uma experiência prazerosa de compra.


apresentação | capítulo 01 21

1.3 metodologia A metodologia deste trabalho de conclusão

o varejo de alimentos, contendo a definição

de curso se divide em quatro etapas: referen-

e um breve histórico e evolução a respeito

cial teórico, referencial projetual, diagnóstico do bairro e o projeto arquitetônico.

desse setor no Brasil. A maneira que se utiliza do marketing e do visual merchandising,

Os procedimentos metodológicos utilizados

como forma de atrair e fidelizar consumidores neste tipo de comércio. E os formatos e

no desenvolvimento deste trabalho são de caráter exploratório, composto pelo referencial teórico, no qual foi embasado através de referências bibliográficas e estudos de caso, através de visitas em campo. A primeira etapa da pesquisa, o capítulo 2, composta pelo referencial teórico, é classificada de caráter exploratório. A pesquisa exploratória é uma metodologia de pesquisa para levantamento bibliográfico sobre o assunto, tendo como objetivo proporcionar maior familiaridade entre o pesquisador e o tema pesquisado. Nele, foi elaborado um estudo bibliográfico científico, composto por livros e publicações científicas (artigos, monografias e teses), que embasaram os assuntos a respeito dos três principais temas abordados no capítulo 2 que compõe o referencial teórico: O capítulo 2.1 tem como assunto o varejo de alimentos. Percorrem-se os assuntos sobre

segmentações existentes no mercado, onde encontram-se, dentre eles, os supermercados compactos ou de vizinhança, também conhecido. O capítulo 2.2 tem como tema os supermercados compactos. Nele, apresentam-se as características destes pequenos estabelecimentos, o seu formato e o funcionamento, assim como seu layout e estrutura. A sua relação com o bairro, contendo aspectos a respeito da área de influência do estabelecimento e o raio de caminhabilidade do usuário. As ações de sustentabilidade que possam ser aplicadas a ele. E as inovações tecnológicas e tendências para este setor, como forma de atender as novas gerações. O capítulo 2.3 diz respeito a arquitetura sensorial no projeto comercial. Abordou-se sobre a relação entre o sistema perceptivo do ser humano, ou seja, os cinco sentidos, e a experiência do usuário no projeto comercial.


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E, por fim, as possíveis aplicações da arquitetura sensorial no varejo alimentício, com o objetivo de proporcionar boas experiências ao consumidor no ponto de venda. A segunda etapa, definida por capítulo 3, é composta pelo referencial projetual, constituído por projetos de referência e estudos de caso. Tendo como objetivo dar as bases necessárias de conhecimento sobre o tema para o desenvolvimento do projeto final. Foram estudados três projetos de referência, o Minuto Pão de Açúcar, o Supermercado Solera e o Mercado Público de Boston. Neles, foram analisados aspectos arquitetônicos bem-sucedidos de forma que pudessem repercutir nas decisões projetuais. Os estudos de casa visitados foram: o Mercado Campachi e o Fazendinha Supermercado, onde foi possível visitar todos os ambientes, inclusive o setor de serviços. Além disso, foi possível fazer todas as medições dos mobiliários e circulações do espaço. A documentação fotográfica tornou-se necessário e indispensável para o registro das características do local, como a setorização, distribuição de produtos, tipo de mobiliário utilizado, identidade visual, iluminação e tipo de climatização utilizada. Todas essas informações coletadas através dos projetos de referência, juntamente com os estudos de caso realizados neste trabalho, foram utilizados para auxiliar nas decisões projetuais, que foram materializadas na próxima etapa. A terceira etapa, o capítulo 4, após constituído os estudos de caso e os projetos de referência, refere-se ao diagnóstico do bairro, para a proposta de implantação do protótipo em questão. Nesta etapa, fez-se o diagnóstico do bairro e do terreno escolhido, no caso o Montese, onde foram produzidos estudos a respeito da legislação, mobi-


apresentação | capítulo 01 23

lidade urbana, sistema viário, uso e ocupação do solo, assim como estudos de implantação do projeto e análises através das imagens de satélite e registros fotográficos do terreno. Aqui foi consulta a Lei de Uso e Ocupação do Solo de Fortaleza, a LUOS, para a definição dos parâmetros urbanos necessários para a sua implantação. Por fim, a quarta etapa, capítulo 5, trata-se do produto final, ou seja, a proposta arquitetônica. Nesta etapa, apresenta-se todo o processo e desenvolvimento da proposta, assim como todos os desenhos e elementos que compõe o projeto, como: justificativa, diretrizes projetuais, pesquisa de satisfação, programa de necessidade, ideias iniciais, partido arquitetônico, materiais utilizados, identidade visual, mobiliário proposto, sistema estrutural, detalhes construtivos, desenhos técnicos e as imagens finais. A pesquisa de satisfação realizada no mercadinho existente no terreno escolhido, foi extremamente necessária para conhecer o perfil do consumidor e, a partir daí, elaborar o programa de necessidades. A visita aconteceu no Mercadinho Bandeirante, localizado no Montese, nos dias 15 e 16 de abril de 2019, no período da manhã. Durante a visita, foram realizados questionários por meio de um instrumento de pesquisa de campo. Onde foram abordados assuntos que dizem respeito ao perfil do consumidor, os motivos que os levam a comprar em um mercadinho de bairro, qual o diferencial em relação à grandes empresas e a frequência que costumam fazer compras em mercadinhos de bairro. Após a aplicação do questionário e tabuladas as questões, foram elaborados, por meio do Excel, quadros com hierarquia de itens e gráficos com valores percentuais dos resultados obtidos. Assim, foi possível compreender, visualizar e interpretar os resultados da pesquisa, o que ajudou na elaboração deste projeto.


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REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O varejo de alimentos 2.1.1 Breve histórico do varejo 2.1.2 O autosserviço no Brasil 2.1.3 O marketing no varejo 2.1.4 O visual merchandising 2.2 Os supermercados compactos 2.2.1 Características 2.2.2 Área de influência 2.2.3 Ações de sustentabilidade 2.2.4 Inovações e tendências 2.3 A arquitetura sensorial 2.3.1 O sistema perceptivo 2.3.2 Aplicação no projeto comercial

P. 27 P. 30 P. 32 P. 34

P. 38 P. 42 P. 44 P. 46

P. 52 P. 58


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O varejo de alimentos

2.1.1 BREVE HISTÓRICO DO VAREJO Com o advento da industrialização no século XVIII, e o surgimento de novas oportunidades de trabalho nas áreas urbanas, muitas famílias migraram do campo para a cidade, que abdicaram de suas atividades agrícolas em busca de emprego. Esse processo gerou mudanças na forma que se obtêm os alimentos. (JÚNIOR, 2006) Juntamente com o desenvolvimento do setor industrial, surgiu a classe operária que, por não possuir os mesmos meios de produção no campo, passou a adquirir seus alimentos no mercado. A partir disso, com a crescente procura por alimentos, os comércios especializados começaram a surgir, como o comércio de frutas e verduras, mercearias, açougues e padarias. (JÚNIOR, 2006) O varejo, segundo Kotler e Keller (2012, p.482), pode ser compreendido como “todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente ao consumidor final, para uso pessoal e não comercial”. Os autores afirmam que as formas pelas quais esses produtos ou serviços são vendidos não se restringem somente às lojas. As vendas podem acontecer também por telefone, internet ou pessoalmente em lojas, na rua ou na casa do consumidor. (BORGES, 2001)



referencial teórico | capítulo 02 29 Fig. 1. Varejo de alimentos. Fonte: Thomas Le - Unsplash

Quando se fala em distribuição de alimentos, o varejo é considerado o elo mais importante desse processo, que distribui alimento à população urbana. É ele quem carrega a responsabilidade de fazer com que o produto chegue a uma maior quantidade de pessoas no momento de necessidade. (SOARES; BORGES; R. BORGES, 2009) Foi no século XIX que surgiram os pioneiros no setor de varejo, os Estados Unidos e Inglaterra. Esse setor surgiu como um tipo de comércio que abastecia as pequenas cidades na época, denominado de lojas de mercadorias gerais, que vendia praticamente todos os tipos de mercadorias: alimentos, tecidos, utilidades domésticas, armas e munições, ferramentas e outros. (LAS CASAS, 1992) Após a grande depressão norte-americana de 30, o pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX, houve a necessidade de diminuir custos, baratear preços e promover vendas. Foi quando surgiu um novo sistema de atendimento: o autosserviço, o que alavancou o setor comercial. (JÚNIOR, 2006) Desde então, o sistema de autosserviço conquistou a preferência da grande parte da população pela diversificação de produtos ofertados e concentrados em um único lugar, que gerou comodidade, baixo custo de deslocamento e a otimização de tempo ao consumidor final. (JÚNIOR, 2006)


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1.2.2 O AUTOSSERVIÇO NO BRASIL No Brasil, o sistema de autosserviço surgiu no final do século XIX, em 1950, a partir da

avanços na área tecnológica no setor supermercadista, com o aumento da automatiza-

industrialização e o advento dos meios e vias

ção, o uso de código de barras e o advento da internet. Logo depois, no final dos anos 90,

de transportes. O primeiro supermercado, Sirva-se, surgiu no Brasil em 24 de agosto de

surgiu uma nova tendência: as lojas de con-

1953, sendo o primeiro a utilizar o layout e equipamentos similares aos norte-america-

veniência e os supermercados de vizinhança, classificados como supermercados compac-

nos. (VAROTTO, 2006)

tos. (JÚNIOR, 2006)

O sistema de autosserviço permitiu a livre circulação do consumidor na loja. Nesse momento a figura do vendedor ou atendente é retirada, pois é o próprio cliente quem escolhe, retira e leva a mercadoria até o caixa

Essas lojas surgiram após a estabilidade da moeda brasileira, com a implantação do Plano Real, que alterou todo o comportamento do consumidor. Onde o mesmo deixou de fazer aquelas grandes compras mensais, e passou a frequentar mais vezes durante a semana.

Em 1970, o varejo no Brasil ganhou um grande impulso após sua evolução e modernização, principalmente após a entrada do capital estrangeiro, que trouxe o Makro, uma empresa holandesa, primeiro atacado de autosserviço. Na mesma década, outras empresas estrangeiras desse setor surgiu, como o Carrefour, a maior empresa de supermercados francesa, e a C&A. (VAROTTO, 2006) O setor supermercadista continuou crescendo e passou por um processo de reestruturação, entre os anos 1980 e 1990, após

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Nas épocas de inflação, as pessoas compravam para estocar alimentos em suas casas. Com a moeda mais estável, as compras deixaram de ser mensais e passaram a ser semanais ou até diárias, conforme a necessidade de abastecimento. Como característica consolidada, observa-se uma expressiva demanda dos consumidores por lojas compactas e com bom nível de serviço, que oferecem comodidade, praticidade e agilidade. É um fenômeno que tem se desenvolvido nos últimos anos e que ganha mais força. (COMO MONTAR UM MINIMERCADO - SEBRAE, p.3)

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para efetuar o seu pagamento. Desde então, a embalagem, a comunicação visual e a propaganda passaram a influenciar nas decisões de compra do consumidor. (JÚNIOR, 2006)

Fig. 2. O autosserviço. Fonte: Raquel Martinez - Unsplash



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1.2.3 O MARKETING NO VAREJO

compras de produtos não planejados, produtos estes que são adquiridos na hora da compra. Esse comportamento tem sido ex-

ting deveria resultar em um cliente disposto

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O modelo de autosserviço desenvolveu a compra por impulso, ou seja, promoveu as

a comprar. A única coisa necessária, então, seria tornar o produto disponível. (KOTLER; KELLER, 2012, p.4)

plorado pela área de marketing, que usa estratégias de merchandising para administrá-

Ou seja, a decisão de compra de um produto

-las. (BORGES, 2001)

ou serviço se dá através de um estado de ca-

Segundo Kotler e Keller (2012, p.3), “o marketing envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais”. De forma mais sucinta, os autores definem marketing como “suprir a necessidade ge-

rência do ser humano. Detectar as necessidades e os desejos humanos no momento e no lugar certo é a principal tarefa do marketing. Dessa forma, o produto responderá tão bem à essas necessidades que acabará se vendendo sozinho. (NOGUEIRA; SOUZA, 2009)

rando lucros”. Apesar de muitos designarem o marketing como “a arte de vender produtos”, o seu objetivo mais importante não é vender. Para Peter Drucker, um dos principais teóricos da administração, o marketing é apresentado da seguinte maneira:

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Pode-se considerar que sempre haverá a necessidade de vender. Mas o objetivo do marketing é tornar supérfluo o esforço de venda. O objetivo do marketing é conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou o serviço possa se adequar a ele e se vender sozinho. De maneira ideal, o marke-

“Dois terços do que os consumidores compram no supermercado é comprado sem planejamento ou sem intenção. Isso acontece porque os supermercados estimulam esse comportamento”, é o que diz Underhill. (SEBRAE, 2016, p.4) Os mecanismos tradicionais usados pelos varejistas para atrair o consumidor foram substituídos pelas estratégias de marketing com o uso de meios tecnológicos e visuais. Além de promover o crescimento e lucratividade da loja, tem a função de criar estratégias de fidelização com o cliente. (SOARES; BORGES; R. BORGES, 2009)


referencial teórico | capítulo 02 33

E para conquistar e fidelizar o cliente, é necessário que seja feito um planejamento estratégico, chamado de composto varejista. Esse composto engloba todas as variantes que podem influenciar nas decisões de compra do consumidor e são divididas em seis Ps:

MIX DE PRODUTOS

PREÇOS

PROMOÇÃO

corresponde aos produtos/serviços que o varejista tem para oferecer ao cliente no processo de compra.

são as variáveis que afetam diretamente no lucro, custos, sortimentos de produtos e posicionamento em relação à competitividade do setor.

desenvolvimento de programas para atrair o cliente, bem como para motivá-lo a comprar por meio de informações.

APRESENTAÇÃO

PESSOAL

PONTO

compreende todos os atrativos da atmosfera da loja, como organização, cores, layout, decoração, com o intuito de atrair o consumidor.

o gerenciamento de pessoas é um importante trabalho a ser realizado pelo varejista, pois elas mantêm contato direto com o público, interferindo no seu retorno à empresa.

proporcionar conveniência ao cliente constitui para o varejo um diferencial, visto que um local isolado necessita de maior atratividade para buscar o cliente quando comparado a um local de fácil acesso.

Tabela 1. Os 6 Ps do composto varejista. Fonte: QUEIROZ; SOUZA; GOUVINHAS, 2008, p 66.

Com o tempo, o consumidor conquistou seu espaço e mudou os conceitos de marketing, isto é, fazer bons produtos e ouvir o consumidor não são estratégias suficientes para atrai-lo. Hoje, além de produto e serviço, o consumidor busca soluções inovadoras. A loja precisa ir além do básico, já que os consumidores demonstram mais interesse nas novidades e nas combinações de itens. Os varejistas perceberam que é necessário melhorar a qualidade das informações, através do mix, do merchandising e das promoções (SOARES; BORGES; R. BORGES, 2009).


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1.2.4 O VISUAL MERCHANDISING Merchandising é uma ação dentro do Marketing e é considerado uma poderosa ferramenta de vendas, já que 85% dos consumidores são influenciados na decisão de compra dentro do ponto de venda. Por isso, ele tem como objetivo impulsionar as vendas através do planejamento de atividades realizadas dentro da loja. O consumidor é atraído pelos sentidos, sensações, memórias, percepções e desejos, com o propósito de motivar e influenciar nas decisões de compra dos consumidores. (BLESSA, 2012) Dessa forma, o merchandising tem o objetivo de criar reações nos consumidores com a finalidade de que sintam a necessidade em consumir e adquirir os produtos ou serviços. O intuito do merchandising é de despertar alguma necessidade ou desejo no cliente. (BERNARDINO, et al. 2008, p. 117) Esse estado de desejo do cliente diretamente no ponto de venda, pode ser despertado através de algumas estratégias usadas no visual merchandising. Segundo definição de Bernardino, et al. (2008, p. 117), “visual merchandising é a culminação de todos os estímulos visuais no ambiente de varejo, abrangendo tudo o que o consumidor percebe”. Os autores complementam ainda que “Do ponto de vista estético, o visual merchandising bem realizado cria uma impressão favorável e memorável, simplifica o processo de compra, induz o consumidor a comprar mais e a retornar, facilita o trabalho dos vendedores e torna a loja um local divertido e estimulante para se comprar e para se trabalhar.” (BERNARDINO, et al. 2008)

Geary (2001, apud BERNARDINO et al., 2008), apresenta cinco elementos principais relacionados ao planejamento do visual merchandising, sendo eles: imagem e ambiência, layout, apresentação da mercadoria, sinalização e displays, e eventos e atividades. Quando bem planejados, tais elementos físicos, como a arquitetura do


referencial teórico | capítulo 02 35

espaço, a área de circulação, as vitrines e fachadas, assim como os aspectos sensoriais,

3) APRESENTAÇÃO DA MERCADORIA A apresentação da mercadoria precisa ser

como a iluminação, aroma e o som, podem minimizar os efeitos negativos na percepção

planejada. É nesse momento, através do contato visual direto com a mercadoria, que

e impressão do cliente. A seguir, um resumo

o cliente pode tomar a decisão de avançar

dos elementos do visual merchandising.

na sua compra ou desistir. Outra finalidade da apresentação correta das mercadorias é

1) IMAGEM E AMBIÊNCIA A imagem e ambiência é um dos grandes fa-

estimular as compras por impulso daqueles clientes que haviam entrado somente para

tores que influenciam os clientes a entrarem ou não no estabelecimento. Além disso, é a partir da imagem da loja que o consumidor cria uma impressão mental e visual que podem ser positivas, negativas ou neutras, e que determinará o seu interesse em conhecê-la ou não. Os pontos mais relevantes para a comunicação visual de uma organização são: nome que seja fácil de memorizar, logo-

se distrair.

marca simples e marcante, letreiro visível e legível e entradas convidativas.

zação tem o papel de informar, relembrar, expor e vender.

2) LAYOUT O layout de lojas tem o objetivo de proporcionar praticidade ao cliente e satisfação, além de incentivar que os mesmos percorram por todo o estabelecimento da loja e que compre mais do que o planejado. Ao se planejar um layout de loja eficiente, deve-se considerar alguns fatores, como a transição da entrada da loja, o fluxo da loja e a iluminação.

5)EVENTOS E ATIVIDADES As lojas devem proporcionar momentos de prazer, entretenimento e diversão aos clientes, de forma que sintam-se surpreendidos. Nesse contexto, algumas organizações já utilizam de atividades para transmitir informações dos produtos e serviços de forma bem sutil. Essas práticas proporcionam maior envolvimento com o cliente, que ajudará em sua tomada de decisão.

4) SINALIZAÇÃO E DISPLAYS Uma boa sinalização funciona como um vendedor silencioso e deve estar nos locais certos, expressa de forma clara e concisa. Dessa forma, o cliente consegue se orientar e é auxiliado com informações em seu processo de decisão. Segundo Blessa (2005), a sinali-


conect - rede de supermercados compatos 36

Desde o advento das grandes redes internacionais, os layouts passaram por grandes mudanças, fazendo com que os varejistas locais reinventassem suas estratégias, sobretudo, de layout. Após o surgimento do autosserviço, os balcões de atendimento foram

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Pesquisa feita pelo Popai Brasil, em 2010, revelou que 20% das compras são feitas por impulso. Ou seja, o cliente chega para levar o pão, mas acaba comprando outras coisas

retirados, e os expositores e as embalagens tornaram-se inadequados. Com o passar dos

como biscoitos, geleias, manteigas, cafés, bebidas e outros itens relacionados com aquele

anos, os itens foram aumentando e as em-

consumo. Dependendo da oferta e da dispo-

balagens diminuindo, já as idas às lojas ficaram mais frequentes e, por consequência, as

sição dos produtos, o percentual de aumento da venda pode chegar a 60%. Por isso, o pro-

grandes compras do mês foram se tornando cada vez menos frequentes.

duto precisa estar exposto estrategicamente dentro da loja para que se concretize a venda agregada dos outros produtos. Nesse caso, um gerenciamento de categorias eficiente é fundamental. (SEBRAE, 2014, p.47)

po na loja, contribuindo para o aumento das vendas, assim como oferecer um ambiente agradável ao consumidor. (SEBRAE, 2016) Underhill (2009) afirma que muitas decisões de compras são tomadas ou influenciadas dentro da loja, por isso a importância de fazer o consumidor “passear” ao máximo por toda a loja. Sobre o tempo de permanência, afirma, ainda, que quanto mais tempo o freguês permanece dentro da loja, mais comprará. Porém, isso só é possível se o ambiente for confortável e o processo for prazeroso.

‘‘

O layout tem que ser, sobretudo, um facilitador, pois é através dele que os produtos serão vendidos, já que neste tipo de varejo não existem vendedores. O layout bem planejado é usado para influenciar consumidores na hora das compras, tendo como finalidade fazer com que o cliente permaneça mais tem-

Portanto, para atingir tais objetivos, algumas técnicas são utilizadas, como: localizar estrategicamente os produtos e utilizar gôndolas mais baixas para que o consumidor possa visualizar e circular por toda a loja, bem como um número de checkouts adequados para atender o consumidor de maneira que não formem filas (SEBRAE, 2016).

Fig. 3. O visual merchandisign. Fonte: Allef Vinicius - Unsplash



conect - rede de supermercados compatos 38

2.2

Os supermercados compactos 2.2.1 CARACTERÍSTICAS Algumas tendências para o setor varejista foram levantadas por especialistas ainda nos Anos Oitenta. Foram previstos que dois formatos de lojas iriam se desenvolver: os hipermercados e as lojas de conveniência, cujas principais características são: áreas de venda menores, proximidade da residência, variedades de serviços, funcionamento 24h e oferta restrita de itens e de marcas líderes das principais categorias de produtos. (BORGES, 2001) Dessa forma, os supermercados de vizinhança, conhecido como supermercado compacto, foram se adaptando ao conceito de conveniência e se ajustando às demandas dos consumidores locais. E assim ele surgiu, principalmente nas grandes cidades, onde o hipermercado costuma estar bem longe da casa da maioria dos consumidores finais. (SOARES; BORGES; R. BORGES, 2009) A tendência para os supermercados compactos é tão expressiva, que é possível encontrá-los em qualquer bairro. Por contar com uma estrutura mais enxuta, as suas dimensões permitem localização em regiões densamente povoadas. Os investimentos nesse setor, crescem cada vez mais, principalmente nas capitais, em que os espaços disponíveis estão cada vez menores. (BORGES, 2001) Os supermercados compactos, são caracterizados pelas lojas pequenas com sortimento dos produtos focados nas preferências e hábitos de consumo da população local. Ou seja, a vizinhança é quem


referencial teórico | capítulo 02 39

dita o que será ofertado das prateleiras dessas lojas. (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010) O Brasil possui cerca de 55.000 lojas compostas de um a dez checkouts, responsáveis por mais de 43% sobre o volume de vendas no varejo, esses números indicam que, pela quantidade de lojas pequenas existentes no mercado, é porque os consumidores as preferem. (FURUTA, 2002) O Censo de 2010 mostrou que 32,2 milhões de brasileiros demoram no mínimo trinta minutos para sair do trabalho e chegar em casa, e que 7 milhões de pessoas demoram mais de uma hora para fazer o mesmo trajeto. Isso mostra que as pessoas estão tendo cada vez menos tempo para se dedicar às compras. Por isso, uma boa alternativa é comprar ao lado ou no caminho de casa. (SEBRAE, 2014) “Quanto menor o tempo, maior a necessidade de encontrar tudo mais perto de casa ou do trabalho. Nesse sentido, por estarem mais próximos dos clientes e mais bem localizados, os mercados de vizinhança apresentam vantagens para o consumidor. O estudo feito pela GFK mostrou que a proximidade é o principal motivador de compra para 92% dos consumidores que utilizam os mercadinhos.” (SEBRAE, 2014, p.16)

Vale ressaltar que esse conceito de negócio não possui um formato padrão e definitivo. Pode-se encontrar em diversos tamanhos, variando entre 251 a 1.000 m², ou até um pouco mais, com média de 6.939 itens, contendo até sete checkouts. (SUPERHIPER, 2000) Um dos motivos de seu crescimento é o fato de que o consumidor tem buscado, cada vez mais, comodidade, proximidade e praticidade no dia a dia. A melhor forma de poupar tempo e deslocamento é fazendo compras ao lado de casa, além de evitar procurar produtos em corredores e enfrentar longas filas. Os produtos melhores ofertados nesses estabelecimentos são produtos de mercearia, açougue, padaria, frios, laticínios e hortifruti,


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que correspondem cerca de 60% do faturamento do supermercado compacto, confor-

gar um pouco mais pelo produto. Além disso, estão inseridos na cultura local e, portanto,

me estudo da GFK. Portanto, o cliente com tíquete médio de R$ 42,00 pode comprar

podem suprir as lojas de produtos mais adequados ao seu público.

itens de necessidade de consumo diário. (SEBRAE, 2014)

O supermercado compacto deixou de ser vis-

O ticket médio nada mais é do que a média

to como uma loja limitada, em que o mix era definido em função apenas do espaço e das

de compras que cada cliente faz em seu ne-

marcas de maior giro. Já é possível pensar

gócio. Portanto, a partir desse cálculo, é possível saber quanto cada cliente gasta em mé-

em uma otimização dos espaços, sem a necessidade de abrir mão da diversidade dos

dia na sua loja por compra.

produtos.

Os supermercados compactos, diferentemente das grandes empresas, tendem a suprir melhor às necessidades do dia a dia do consumidor de forma rápida e eficaz. Apesar do preço um pouco mais elevado, o consumidor dá preferência aos comércios próximo da residência, onde podem fazer pequenas compras de forma rápida e com mais frequência,

Por isso, o planejamento eficaz dos produtos no ponto de venda, bem como o planejamento do layout interno ganhou significativa importância. Pois, diante das limitações de área, a distribuição correta dos produtos é uma maneira de influenciar diretamente no fluxo de clientes e aumentar o volume de vendas, além de ser um componente neces-

gastando pouco tempo e dinheiro, além de poder utilizar o serviço de entrega.

sário na estrutura de custos da loja. (SOARES; BORGES; R. BORGES, 2009)

3

Outro diferencial dos pequenos comércios, em relação às grandes empresas, é a capacidade de estar mais próximo e conhecer melhor as necessidades do consumidor, assim como seus desejos e hábitos. Dessa forma, podem oferecer um atendimento personalizado, realizados pelos proprietários do estabelecimento. Ou seja, chamar o cliente pelo nome e saber suas necessidades básicas de consumo gera, confiança e disposição em paFig. 4. Pequeno estabelecimento. Fonte: Mehrad Vosoughi - Unsplash

3

Disponível em: <https://blog.sage.com.br/o-que-e-ticket-medio/>. Acesso em: 30 mar. 2019.



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2.2.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA Como já mencionado anteriormente, uma das principais vantagens que os pequenos

Segundo Borges (2001), o supermercado compacto atende normalmente um raio de

comércios oferecem é justamente a proxi-

três quilômetros e adapta-se às necessidades socioeconômicas da região. Se estiver

midade com os residentes e trabalhadores locais. Para isso, é importante analisar a área de influência que este tipo de comércio abrange no bairro. A escolha da localização do supermercado

localizado próximo a escolas, pontos de ônibus, igrejas, clubes, entre outros empreendimentos, também é uma vantagem. Porém, para Nelson Barrizelli, coordenador do projeto Sincovaga da USP, “Com a segmentação

compacto deve ser de acordo com o posicionamento da empresa e com seu segmento alvo. O ideal é que se busque um local para a atividade pretendida, com grande movimento de pessoas que fazem parte do público-al-

do mercado, a grande oportunidade para o pequeno varejista é suprir as necessidades diárias do consumidor residente num raio de 600m a 1km da sua loja”.

vo da loja. (FURUTA, 2002)

Já Campos (2010), afirma que o comércio e os serviços locais, devem ficar próximos à moradia, de forma que fiquem a uma distância confortável a pé ou distante o suficiente para exigir uma condução. Afirma, ainda, que

Os consumidores escolhem lugares de maior conveniência para realizar suas compras. Ou seja, normalmente, costumam comprar em lojas mais próximas de sua casa e trabalho. A compra em lojas mais distantes acontece somente quando não encontram nas pequenas ou quando há promoção. A área de influência de uma loja diz respeito à área gráfica que contém a maior parte dos clientes. Portanto, a dimensão desta área vai depender do poder de atração que ela exerce no seu público-alvo. (FURUTA, 2002)

800 metros é a distância máxima que o usuário pode caminhar de forma confortável até o comércio, serviço ou equipamentos sociais.

Fig. 5. Supermercado compacto. Fonte: Clark Young - Unsplash


referencial teĂłrico | capĂ­tulo 02 43


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2.2.3 AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE O Brasil desperdiça milhões de toneladas de alimentos por ano, enquanto boa parte da população ainda sofre com carências alimentares. A tonelada de alimento jogado no lixo poderia alimentar milhões de famílias que passam por necessidades básicas, como o simples ato de se alimentar. (SEBRAE, 2014) O desperdício acontece em toda a cadeia de produção de alimentos, desde sua produção ao seu consumo final. Segundo SEBRAE (2014), do total de alimentos desperdiçados no Brasil, 10% ocorrem durante a colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento; e os últimos 10% ficam diluídos entre supermercados e consumidores. No pequeno varejo alimentício, as maiores perdas são vistas nos itens de frutas, legumes e verduras. O problema é ocasionado não só pela manipulação inadequada dos alimentos por clientes e funcionários, mas é também ocasionado pelo excesso de compras, problemas no transporte e acondicionamento em embalagens impróprias. A redução das perdas com frutas, verduras e legumes é essencial para qualquer estabelecimento. O primeiro passo, conforme SEBRAE (2014), para evitar perdas e o mais importante é a compra correta desses alimentos. A climatização dos ambientes onde esses alimentos ficam expostos retarda a perda de água e os mantém frescos por mais tempo. Uma alternativa econômica é a utilização de umidificadores de ar. Porém, deve evitar o contato direto das gotículas de água sobre os vegetais, pois facilita o desenvolvimento de micro-organismos oportunistas e o apodrecimento dos produtos. O apodrecimento é causado por micro-organismos que são transmitidos de um vegetal para o outro. Para evitar o problema, é preciso separar as frutas e verduras das demais. A reutilização das perdas


referencial teórico | capítulo 02 45

inevitáveis de frutas, verduras e legumes podem ser feitas através de parcerias com um

mento de novos produtos. Além das caixas de papelão, as caixas plásticas, garrafas pet,

produtor rural ou alguma entidade para que sejam utilizados como alimentos para os ani-

plásticos e metais em geral, devem ser encaminhados para a reciclagem. Este ciclo, em

mais ou como adubo. (SEBRAE, 2014)

que os rejeitos das lojas do varejo são reaproveitados, é chamado de logística reversa.

Outra forma de ajudar a manter na conservação dos alimentos é dispor os balcões re-

Os processos de logística reversa existem há bastante tempo, o melhor exemplo é o reco-

frigeradores próximos as áreas de frutas,

lhimento das garrafas de vidro para serem

verduras e legumes. Assim, a circulação do ar frio ajudará na conservação desses alimen-

reencaminhadas para a indústria onde serão lavadas, esterilizadas e novamente utiliza-

tos. Porém, deve mantê-los distantes de balcões quentes ou fornos instalados na padaria. (SEBRAE, 2014)

das. (SEBRAE, 2014)

As embalagens utilizadas para acondicionar os produtos vendidos nas lojas, como caixas de papelão, caixas plásticas e vasilhames, devem ter um encaminhamento adequado. A sociedade, cada vez mais exigente, está deixando de usar as tradicionais sacolas plásticas, tão prejudiciais ao meio ambiente. Uma alternativa é oferecer sacolas retornáveis a preços acessíveis para estimular a substituição das sacolas plásticas. As caixas de papelão, que acondicionavam os produtos, podem ser reutilizadas para embalar as compras dos clientes, ou ainda em sacos de papel, muito comuns até os anos 70. (SEBRAE, 2014) As unidades de reciclagem são uma opção para as caixas de papelão, onde serão reprocessadas e posteriormente utilizadas na fabricação de novas caixas para o acondiciona-

Adotar a sustentabilidade é lucrativo e viável não só nas grandes empresas, mas também em pequenos negócios. A sustentabilidade reúne ações para reduzir o desperdício, promovendo o bem-estar das pessoas, além de contribuir para o meio ambiente. (SEBRAE, 2014) Entre as práticas sustentáveis, as mais utilizadas estão o aproveitamento máximo da iluminação natural, construções com pé-direito mais altos com a utilização de telhas para reter o calor para dispensar o uso de ar condicionado, reciclagem de lixo produzido nos mercados, com espaço no estacionamento para a coleta de lixo reciclável trazido pela comunidade do entorno, utilização de lâmpadas que consomem menos energia, bem como a coleta de águas pluviais para usá-las nos banheiros e jardins. (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010)


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2.2.4 INOVAÇÕES E TENDÊNCIAS Os jovens consumidores, diferentemente das gerações passadas, levam um estilo de vida diferente, que incluem o uso intensivo de tecnologia no cotidiano. Para atender às demandas de um novo perfil de consumidor, o setor de varejo de alimentos deve promover inovação no serviço oferecidos baseados na era tecnológica, de modo a oferecer interatividade e conectividade. (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010) A tendência da saudabilidade e bem-estar provocará também uma mudança nos ambientes das lojas para adequação ao estilo de vida saudável. De acordo com um estudo do Institute for the future, o varejo de alimentos deve oferecer produtos saudáveis em um ambiente que proporcione o bem-estar. Ultimamente, as pessoas estão atentas aos benefícios de uma vida mais saudável. A busca por alimentos orgânicos é um hábito crescente dos consumidores que procuram uma vida saudável, bem como a preservação do meio ambiente. (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010) Um exemplo disso é a loja Imagine Açaí, localizada em Fortaleza, na Cidade dos Funcionários, no complexo Parque del Sol, que tem como objetivo ir além de um negócio gastronômico, onde são realizadas uma série de ações que estimulam a sociabilidade, o amor, a gentileza e o respeito às pessoas e à natureza. A loja utiliza materiais reutilizados, que vão desde os materiais para compor balcões à distribuição de sementes para plantio. São disponibilizados terra, pazinhas e regadores para que o potinho biodegradável, onde o açaí foi consumido, seja reutilizado para o plantio de flores e hortaliças, tendo como destino a sustentabilidade no lugar de acumular mais lixo.


referencial teórico | capítulo 02 47

Fig. 5. Fachada da loja Imagine açaí, ao lado pode-se ver uma estante com a mudas plantadas dentro do próprio pote biodegradável utilizado pelos usuários após o consumo do produto. Fonte: Fonte: Disponível em: <https://razoesparaacreditar.com/negocios/loja-acai-descontos-clientes-gentis/>


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Fig. 7. MobiliĂĄrio reutilizado e estante de livros. Fonte: DisponĂ­vel em: <http://www.oestadoce.com.br/editorias/gastronauta/projeto-imagine-inaugura-loja-em-fortaleza>

Fig. 8. Uso de arquibancada no lugar de mesas e cadeiras. Fonte: DisponĂ­vel em: <http://www.oestadoce.com.br/editorias/gastronauta/projeto-imagine-inaugura-loja-em-fortaleza>


referencial teórico | capítulo 02 49

Dentre os materiais reutilizados estão: o palco feito com madeira reaproveitada, as poltronas feitas com tambor de óleo (Fig. 07), os banquinhos feitos de lata e o tapete feito de retalhos de tecido. Além disso, a loja não possui mesas e cadeiras, mas sim uma arquibancada para estimular o relacionamento entre os usuários (Fig. 08). O palco, além de local compartilhado para unir as pessoas enquanto se deliciam com o açaí, serve também como palco para eventos culturais e educacionais feitos dentro da loja, sempre com um viés voltado para um mundo melhor. A loja também possui umas prateleiras verdes (Fig. 07), batizada como “árvore de livros”, composto por livros doados, que podem ser levados para casa gratuitamente, trocando por um outro livro para ficar no local. Não precisa de nenhum cadastro ou pagamento, nem precisa devolver o livro. Entre algumas medidas adotadas, estão a de aceitar abraços como parte do pagamento do açaí e a de direcionar, mensalmente, parte do lucro das vendas para uma entidade beneficente. O cliente será avisado do dia da doação e poderá fazer a entrega juntamente com os colaboradores da loja, criando um vínculo com a empresa. “A ideia é que as pessoas se conheçam, se conectem, se respeitem cada vez mais, pratiquem a cultura do amor e da gentileza, e passem a acreditar que juntos e através de pequenas ações é possível tornarmos o mundo um lugar melhor”, explica Marcelo Vieira, empresário e proprietário da loja.


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Cada vez mais é necessário pesquisar, inovar e reaprender a cada dia para manter o negócio na luta pela sobrevivência à pressão do mercado, às exigências cada vez maiores de consumidores e à corrida pela tecnologia. Muitos varejistas buscam se adaptar às novas demandas através das pesquisas de mercado, onde há a procura de constantes inovações nos negócios, para conseguir a tão sonhada vantagem competitiva. (BORGES, 2001) As vendas online são uma possibilidade de inovação para os mercados de bairro. Por outro lado, ainda é um desafio para o pequeno varejo alimentar, pois são poucos que utilizam esse canal. O e-commerce pode substituir as vendas realizadas pelo telefone. Outra possibilidade é o formato “drive”, onde a compra é feita online para retirar os produtos com hora marcada nas lojas física, tendo a compra colocada no carro do cliente. Essa forma resolve os problemas com horários de entrega, disponibilidade para recebimento no domicílio e custo de fretes. (SEBRAE, 2014) Uma nova tendência surge, onde as compras são realizadas por meio de QR CODE, ou seja, são utilizados códigos de barras que podem ser identificados pela maioria dos celulares que contém câmera fotográfica. Para utilizá-lo, o consumidor posiciona o celular em frente ao código do produto, sendo direcionado para o site da loja, onde você seleciona o item desejado, finaliza o pedido e espera ser entregue em casa. No Brasil, o pioneiro nesse formato foi o supermercado Pão de Açúcar, que lançou uma vitrine que simulam gôndolas virtuais, com mais de 300 itens no Shopping Cidade Jardim, na capital Paulista. (SEBRAE, 2014) Para atrair o público mais jovem e exigente, o varejo vem apresentado um formato mais lúdico e de lazer, contemplando espaços de convivência, proporcionando a interação social, tais como cafeterias, casas de chá, livrarias, cervejarias e bares. Nesse nicho também entra a conveniência do cliente como uma das principais tendências


referencial teórico | capítulo 02 51

do varejo, que compreende pela localização de mais de um serviço oferecido em um só lugar. (BORGES, 2001) “Os supermercados percebem a necessidade de prestação de serviços em sua área de vendas, pois é isto que a comunidade espera quando uma nova loja está sendo construída. O que há duas décadas era privilégio de lojas grandes, principalmente hipermercados, as galerias de serviços com cafés, farmácias, bancos, casas lotéricas, lavanderias e salões de beleza, entre outros, hoje está presente em todos os tipos de lojas, em bairros de todas as classes sociais.” (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010, p.154)

O sucesso dos empreendimentos varejistas está na sua capacidade de flexibilização e adaptação às constantes variações das demandas, assim como exigências e necessidades dos consumidores. Um ambiente de varejo adequado à novas exigências dos consumidores é uma maneira de influenciar diretamente na experiência de compra, criando vínculos importantes no processo de fidelização (JÚNIOR, 2006). “Em meio à grande oferta de modelos de varejo explorando a conveniência deverão destacar-se os canais que melhor compreenderem os consumidores e proporcionarem a eles a melhor solução em termos de facilidade de acesso, vizinhança, atendimento rápido, facilidade de pagamento e delivery, entre outras características que vão exigir das empresas processos mais eficientes, capacitação intensiva de pessoal e uso da tecnologia digital.” (BRASIL FOOD TRENDS 2020, 2010, p.153)

É visível que o cliente procura conveniência, ou seja, busca respostas cada vez mais rápidas e efetivas das organizações, que possam lhe proporcionar facilidade, segurança e conforto ao consumir. Dessa forma, os negócios que mais se aproximarem deste conceito terá muitas chances de permanecer e crescer no mercado.


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2.3

A arquitetura sensorial

2.3.1 O SISTEMA PERCEPTIVO Segundo Pallasmaa (2011), no mundo atual da era tecnológica, a escassez de humanismo no espaço arquitetônico e na vida cotidiana das cidades contemporâneas são consequências da falta de cuidado com o corpo e os sentidos, ocasionando um desequilíbrio no nosso sistema sensorial. Como ressalta Pallasmaa (2011, p.17): “O aumento da alienação, do isolamento e da solidão no mundo tecnológico de hoje, por exemplo, pode estar relacionado a certa patologia dos sentidos. ” O nosso corpo é responsável por receber e interpretar os estímulos de um ambiente, que se manifestam de diferentes formas nos mais diversos indivíduos. A percepção e os sentidos podem engrandecer os projetos de arquitetura, pois, se bem feitos, podem interferir nos estados de espírito dos usuários, provocando diversas reações psicológicas, gerar efeitos positivos ou negativos, assim como induzir pensamentos. (DIAS; ANJOS, 2017) A arquitetura é a arte mais completa de todas, por ser capaz de explorar todos os sentidos humanos, criando uma explosão de experiências e sentidos inteligíveis ao homem. E o profissional por trás dessa arte é o arquiteto, grande responsável por projetar espaços capazes de oferecer experiências interativas entre todos os sentidos,


referencial teórico | capítulo 02 53

através do cheiro, do toque, da luz, da visão e do som. É ele quem une a arquitetura ao usuário não somente a uma época, mas um pensamento artístico, além de proporcionar o bem-estar das pessoas que utilizam o ambiente. (DIAS; ANJOS, 2017). Considerando a arquitetura multissensorial como eixo principal da pesquisa, Pallasmaa (2011) cita: “Toda experiência comovente com arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos 5 sentidos clássicos, arquitetura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si.” (PALLASMAA, 2011, p. 39)

Portanto, entende-se a arquitetura multissensorial como toda e qualquer experiência sentimental, seja através da visão, da audição, do olfato, do tato ou do paladar. É através dela que temos a sensação de pertencimento no mundo, reforçando nossa identidade pessoal. A visão é um dos sentidos mais complexos do ser humano, por ser o único sentido rápido o suficiente para acompanhar a velocidade em que o mundo se desenvolve tecnologicamente. Segundo Pallasmaa (2011, p.21), “...o mundo dos olhos está fazendo com que vivamos cada vez mais em um presente perpétuo, oprimidos pela velocidade e simultaneidade. ” É através da tecnologia que chega uma avalanche de imagens de diferentes espaços ao mesmo tempo, o que torna essas imagens efêmeras, como qualquer outro tipo de mercadoria.



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Os gregos acreditavam que na filosofia a certeza baseava-se na visão e na visibilidade. Heráclito escreveu que: “Os olhos são testemunhas mais confiáveis do que os ouvidos”.

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Platão por sua vez considerava a visão como a maior dádiva da humanidade. (PALLASMAA, 2011, p.15)

Uma forma de modificar o estado de espírito através da visão é o uso de iluminação, elemento rico em matéria sensorial, sendo capaz de influenciar reações psicológicas. (DIAS; ANJOS, 2017) A luz é essencial para que a matéria do espaço se torne visível. Ver e perceber o espaço ou o vazio, visualizar componentes individuais, um conjunto de formas ou do todo, só acontece em função da existência da luz. A iluminação, além de matéria comunicativa, proporciona inúmeras sensações, sendo assim, de extrema importância para que se possa sentir a arquitetura. (DIAS; ANJOS, 2017) As estratégias de iluminação natural utilizadas na arquitetura podem potencializar os ganhos e perdas térmicas, através do uso de vidro. Essa é uma maneira de reduzir significativamente o consumo energético do edifício durante o dia, chegando a dispensar a iluminação artificial. (DIAS; ANJOS, 2017) Fig. 9. Iluminação artificial no varejo. Fonte: Max Ostwalt - Unsplash


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O uso das cores em um ambiente é o responsável pela alteração de humor das pessoas que trabalham ou vivenciam um espaço. Pois elas atuam em nosso subconsciente, trazendo memórias sensoriais que remetem a um estado de espírito. Sendo assim, podem provocar alegria ou tristeza, exaltação ou depressão, atividade ou passividade, calor ou frio, equilíbrio ou desequilíbrio, ordem ou desordem, etc. (DIAS; ANJOS, 2017) As cores fazem parte do cotidiano das pessoas e manifestam-se de maneiras diferentes, pois a sua percepção está diretamente ligada à maneira que cada pessoa leva a vida. Além do mais, nem todos conseguem enxergar todas as cores, alguns não conseguem nem mesmo distinguir umas das outras. (DIAS; ANJOS, 2017) Enquanto a visão é o sentido de separação, o tato é o sentido da proximidade, intimidade e afeição. A noção de materialidade, distância e profundidade só é possível com a cooperação da memória tátil. Ou seja, a visão revela o que o tato já conhece, sendo considerado como um sentido inconsciente da visão. Segundo Pallasmaa (2011, p.40), “Nossos olhos acariciam superfícies, curvas e bordas distantes; é a sensação tátil inconsciente que determina se uma experiência é prazerosa ou agradável. É considerado o sentido mais íntimo, por eliminar a distância que existe entre a pele e o objeto a ser tocado. O tato é o sentido que permite o acesso à tridimensionalidade, é o que torna a visão real e revela informações sobre a textura, o peso, a densidade e a temperatura de um objeto, ou seja, é através dele que a arquitetura se torna palpável. De acordo com Pallasmaa (2011), todos os sentidos, incluindo a visão, são extensões do tato, ou seja, todas as sensações são decorrentes dele. (DIAS; ANJOS, 2017)


referencial teórico | capítulo 02 57

Segundo Pallasmaa (2011), o som é onidirecional, o que facilita a criação de experiências

Já o paladar tem como receptor sensorial a língua e é através dele que é possível reco-

da interioridade pela audição. Como mencionado anteriormente, é através da visão

nhecer o sabor das coisas. O paladar e o olfato caminham juntos, uma vez que, como

que se observa um objeto, mas é o som que aborta do observador, o olho alcança, mas o

citado acima, as partículas que cheiramos entram pelo nariz e passam pela nossa boca,

ouvido recebe. (DIAS; ANJOS, 2017)

estimulando o paladar. Quando sentimos o cheiro da madeira usada numa obra arquitetônica, por exemplo, é quase como se sen-

‘‘

A visão isola, enquanto o som incorpora; a visão é direcional, o som é onidirecional. O senso da visão implica exterioridade, mas a audição cria uma experiência de interioridade. Eu observo um objeto, mas o som me aborda; o olho alcança, mas o ouvido recebe. (PALLASMAA, 2011, p.46)

‘‘

O nariz, ao encontrar as partículas de cheiro liberadas no ar, leva as moléculas até as células olfativas. Nele, as informações são processadas e levadas para o sistema nervoso, onde o cheiro é interpretado. Pallasmaa (2011), afirma que um cheiro específico é capaz de levar ao modo inconsciente num espaço totalmente esquecido pela memória da retina. Como afirma Neves (2017, p. 52), “O olfato é o sentido que possui a ligação mais direta com a nossa memória; segundo estudiosos, a lembrança mais persistente de um espaço é o seu cheiro”.

tíssemos o seu sabor, e isso permite criar uma forte ligação sensorial com a edificação. (DIAS; ANJOS, 2017) Após a apresentação de todos os cinco sentidos, percebe-se o quão importante é inseri-lo no projeto, seja ele comercial ou não, pois conecta integralmente o usuário com o ambiente projetado. Segundo Neves (2017, p.45), “Projetar para todos os sentidos pode, portanto, conectar o usuário ao meio projetado, propiciando-lhe uma experiência significativa.”


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2.3.2 APLICAÇÃO NO PROJETO COMERCIAL Vivemos em uma sociedade em que, cada vez mais, as pessoas estão deixando de sentir o mundo, e fazer compras é uma das poucas chances de experimentar as formas materiais do mundo livremente. As compras não planejadas são resultados de tocar, ouvir, sentir ou provar no próprio ponto de venda. (UNDERHILL, 2009) O que faz o consumidor ir à loja não é apenas a necessidade básica do dia a dia, mas a experiência. Ou seja, o consumidor gosta de ver, pegar, sentir, cheirar e escolher o produto. Portanto, a atmosfera da loja exerce um importante papel na formação do comportamento do consumidor, tendo o poder de influenciar na decisão de compra no ponto de venda, visando estimular os clientes a permanecerem mais tempo nas lojas e comprar mais. (BORGES, 2001) O arquiteto é o responsável pela criação de um ambiente que possa transmitir sensações e conectar o usuário aos valores de uma loja. Todos os efeitos, sendo eles negativos ou positivos, gerados nas pessoas, são proporcionados através da arquitetura sensorial. Por exemplo, em uma loja, a primeira impressão que permanece no cliente não é apenas a aparência física do estabelecimento, mas sim como ela se sentiu no ambiente, que envolve a temperatura, o aroma, a umidade de ar, a intensidade da luz, os sons do ambiente, a resposta do piso aos nossos passos. Todos esses elementos podem influenciar no modo como as pessoas se sentem em um lugar. (NEVES, 2017) Muitas empresas varejistas buscam aplicar as técnicas para estimular os sentidos dos consumidores no interior de suas lojas, utilizando-se de estratégias que afetam o comportamento dos consumidores na decisão de compra. Tais estratégias inclui desde a limpeza e iluminação do ambiente, passando pela climatização adequada até a


referencial teórico | capítulo 02 59

beleza arquitetônica, cores, aromas e sonorização. (FURUTA, 2002) Tudo começa pelos aspectos externos de apresentação da loja, muito importante para atrair o consumidor, pois são responsáveis por causar a primeira impressão sobre a qualidade do negócio e do que o cliente irá encontrar na loja. A fachada e a área externa são os primeiros elementos percebidos pelo cliente, podendo ser positivo ou negativo, dependendo de como ela se apresenta. Além disso, seu tamanho, forma, cor e iluminação devem causar uma boa impressão e despertar o interesse de entrar. (SEBRAE, 2016) Após vencido o primeiro quesito, que é o interesse de entrar na loja, o segundo é o convite à entrada, ou seja, a entrada deve facilitar o acesso do cliente à loja. Inclusive, o acesso de pessoas com necessidades especiais, sendo convidativo, limpo, livre de obstáculos e uma boa visão da exposição dos produtos. (SEBRAE, 2016) A atmosfera interna, por sua vez, deve gerar bem-estar e conforto para que o consumidor possa realizar suas compras da melhor forma. Encontrar os produtos desejados e obter informações facilmente é um ponto importante, onde os setores podem ser identificados através de imagens e cores de fácil visualização. (BORGES, 2001) Os equipamentos de exposição, assim como as mercadorias, são elementos fundamentais na criação do ambiente interno da loja. A manutenção e o visual das prateleiras, mesas, gôndolas, balcões, checkouts e displays qualificam ainda mais o espaço. (BORGES, 2001) A iluminação faz total diferença, pois tem o poder convidativo, destaca e melhora a visualização dos produtos, podendo induzir o cliente a permanecer mais tempo na loja e comprar mais. Além disso, transmite uma sensação de limpeza e dão ideia de segurança. Diferente de ambientes escuros, que passam uma sensação de sujeira, insegurança e de produtos de baixa qualidade. (SEBRAE, 2016)


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VIVIRE (FIG. 10)

Outra estratégia foi o uso de um revestimento na parede que representasse areia de

A loja Vivare, é uma conhecida marca de roupas de praia, localizada em Salvador, Bahia,

praia, além de materiais naturais como os seixos brancos, madeira, tijolo e também ele-

na Praia do Forte. A marca recebeu um novo

mentos da costa baiana como parte de sua decoração. (NEVES, 2017)

conceito pelas mãos do escritório Kube Arquitetura, responsável pelo reposicionamento da marca no mercado. (NEVES, 2017)

OUTER.SHOES (FIG. 11)

O escritório de arquitetura recebeu o pedido do cliente para que reforçassem a conexão

A loja Outer Shoes, é outra conhecida loja, que se diferencia pela sua atmosfera própria.

da marca com a natureza. Foi então que a ideia de aplicar a arquitetura sensorial surgiu, explorando os elementos sensoriais na loja. (NEVES, 2017)

É uma rede de nacional de lojas de sapatos, bolsas e acessórios, que tem como uma de suas principais aspirações a reconexão do homem com a natureza, a Kube desenvolveu o conceito Jardim Urbano para as lojas da marca. (NEVES, 2017)

O primeiro sistema perceptivo trabalhado foi o auditivo, onde trouxe o espírito tropical logo na entrada da loja, através da implantação do canto dos pássaros. Buscou-se também estimular o sistema paladar-olfato, com o plantio de árvores frutíferas no jardim e na orta vertical, que ficam à disposição do cliente. (NEVES, 2017) Para estimular o sentido do tato, foram usadas algumas estratégias. A primeira delas foi sugerido que pendurasse diversos pássaros de origami amarrados por um fio de náilon. O intuito foi de passar a impressão de um brisa refrescante dentro da loja, ao se balançarem com o vento da praia, inconscientemente provocaria um frescor, por associação. (NEVES, 2017)

A idea do Jardim Urbano, é expressada através do uso de elementos naturais. Tais como o uso de texturas naturais, como tijolo, madeira de demolição e chapa de contêiner, e de objetos cotidianos, para que o cliente se sinta em casa e que, ao mesmo tempo, o conecte com a natureza. (NEVES, 2017) A escolha dos materiais teve como objetivo refletir o conceito de aparentar ser orgânico, assim como a natureza é. O piso de madeira maciça, naturalmente imperfeita, passa a ideia so orgânico e natural. Além do conforto térmico, que mantêm a temperatura ideal para que o cliente se sinta confortável ao ficar descalço na loja. (NEVES, 2017)


referencial teórico | capítulo 02 61

Fig. 10. Loja Vivire - uso de materiais naturais como madeira, tijolo e também elementos da costa baiana como parte de sua decoração. Fonte: Disponível em <http://www.kubearquitetura.com.br/projetos/vivire.htm>

Fig. 11. Loja Outer.shoes - uso de madeira, vasos de barro e plantas são elementos que criam um ambiente orgânico e aconchegante. Fonte: Disponível em <http://www.kubearquitetura.com.br/projetos/outer-shoes-14.htm>


3


REFERENCIAL PROJETUAL 3.1 Projetos de referência 3.1.1 Minuto Pão de Açúcar 3.1.2 Supermercado Solera 3.1.3 Mercado Público de Boston 3.2 Estudos de caso 3.2.1 Mercado Campachi 3.2.2 Fazendinha Supermercado

P. 65 P. 68 P. 72

P. 80 P. 84

3


64


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3.1

Projetos de referência

3.1.1 MINUTO PÃO DE AÇÚCAR Nos últimos anos, grandes empresas no setor de varejo como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar estão investindo em lojas compactas. O Minuto Pão de Açúcar foi inaugurado em 2014 e tem 75 lojas nesse mesmo modelo no Estado de São Paulo. O Minimercado Extra consta com 182 lojas nesse formato. Já o Carrefour Express abriu a primeira loja de vizinhança também em 2014, no bairro do Tatuapé, zona leste da capital. Hoje, já possui 106 unidades nesse formato no Estado de São Paulo. Para o Presidente do conselho de Programa de Administração do Varejo, comprar próximo de casa é uma das principais demandas do consumidor que mora nas grandes cidades, o que justifica o avanço das grandes redes que vem seguindo esse formato de minimercados. Ainda afirma que esse formato demorou para surgir no Brasil porque os formatos maiores proporcionavam maiores ganhos. Porém, nos últimos anos, com a estabilidade financeira e o acesso das classes C e D ao consumo, e da dificuldade de encontrar grandes imóveis com boa localização, o varejo passou a investir em lojas menores.


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Fig. 12. Formato e design do Minuto Pão de Açúcar. Fonte: Disponível em <http://www. omegalight.com.br/cases/minuto-pao-de-acucar>

Esses formatos de lojas atendem muito bem o consumidor single, ou seja, as pessoas que moram sozinhas, casais recém-formados e pequenas famílias de duas a três pessoas. Por isso é tão frequente encontrar embalagens menores e a venda de alimentos prontos e semiprontos, bem como de rápido preparo, como saladas prontas e lanches. A proposta é que esse formato possa atender aos mais variados perfis de clientes, em seus mais diversos momentos de compra e que o consumidor tenha uma boa experiência no ponto de venda, sem ter que pegar filas ou perder tempo procurando produtos em longos corredores, e que esse relacionamento seja cada vez mais prazeroso. O Minuto Pão De Açúcar é uma loja de proximidade voltado para o público A/B, que oferece desde itens básicos até produtos especiais e importados. As lojas oferecem um ambiente que reúne praticidade, comodidade, qualidade e confiança. Contam com iniciativas de sustentabilidade e oferecem atendimento e serviço personalizado. O novo formato recebeu uma estrutura adequada ao que se propõe. Houve uma reestruturação em todos os mobiliários, dando uma nova cara, que convida o consumidor a comprar, além de passar a sensação de acolhimento, o que não acontece nos grandes supermercados. Junto a isso, recebeu uma identidade próprio e atual, o que atrai cada vez mais as novas gerações.



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3.1.2 SUPERMERCADO SOLERA O supermercado Solera, localizado na Alemanha, possui 500m² e vende produtos espanhóis, trazendo o que tem de melhor para a Alemanha. O Solera possui uma fachada que chama muita atenção, sendo marcada pela core preta, azul, vermelha e amarela, que torna esse supermercado contemporâneo e atual. (Fig. 13) O Solera apresenta cores alegres e diferentes das usadas tradicionalmente nos supermercados. A cor que predomina no projeto é o preto, oferecendo seriedade, que contrasta com as outras cores vibrantes. Além das cores marcantes, utilizou-se da identidade visual na sinalização do espaço, que segue padrões desenhados para a marca e em cada momento oferece uma emoção adicional ao espaço de compra, de forma a transmitir a alegria da Espanha. (Fig. 14) Apesar de compacto, é um supermercado limpo, organizado, com sua própria identidade visual, que é marcada loga na fachada, onde chama a atenção do público, sobretudo os mais jovens. Por fim, o Supermercado Solera possui uma cozinha que serve tanto para degustações quanto para eventos, onde ocorre seminários, workshops e cursos, interessante espaço que agrega o supermercado e proporciona a interação social. (Fig. 15)

Localização: Colonia, Alemanha Área: 500,00 m²


referencial projetual | capĂ­tulo 03 69

Fig. 13. Fachada do Supermercado Solera. Fonte: DisponĂ­vel em <https://www. archdaily.com.br/br/876297/supermercado-solera-masquespacio>


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Fig. 14. Identidade visual do Supermercado Solera. Fonte: DisponĂ­vel em <https://www.archdaily.com.br/br/876297/supermercado-solera-masquespacio>


referencial projetual | capítulo 03 71

Fig. 15. Degustações e seminários são realizados no espaço aberto, onde fica a cozinha. Fonte: Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/876297/supermercado-solera-masquespacio>

Fig. 16. O Supermercado Solera possui apenas dois checkouts. Fonte: Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/876297/supermercado-solera-masquespacio>


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Localização: Bonton, Estados Unidos Arquitetos: Architerra Área: 8.534,00 m² Ano: 2015

3.1.3 MERCADO PÚBLICO DE BOSTON O Mercado de Boston, inaugurado em julho de 2015, foi o primeiro mercado público do país a oferecer comida local e sustentável, além de frutas, verduras, legumes e carnes frescas. O mercado abriga mais de 35 barracas de fornecedores durante todo o ano e está aberto sete dias por semana. No centrão da cidade é onde ele se encontra, localizado em uma área bastante acessível para turistas e moradores, ele ocupa uma grande área do térreo de um edifício de uso misto, que foi totalmente reformado para recebê-lo. Ganhou grandes aberturas de vidro e um sistemas de segurança e de acessibilidade. Também foram instaladas estruturas com sistema hidráulico e refrigeração para atender as necessidades dos vendedores. O projeto comporta três corredores grandes, com um espaço destinado para área de alimentação no meio, o The Hub (Fig. 17). Nas laterais, existem outros corredores que levam às lojas (Fig. 18), aos banheiros e ao The Kitchen, espaço que comporta uma cozinha montada especialmente para aulas, cursos e exibições da arte culinária (Fig. 19). O design integra sete entradas, atraindo visitantes e moradores de toda a cidade (Fig. 20 e 21). Por meio de exposições, sinalização e instruções ativas, todo o mercado é projetado como uma plataforma para a educação pública.


referencial projetual | capítulo 03 73

Fig. 17. The hub, local no meio do mercado composto por área de convivência e praça de alimentação. Fonte: Disponível em <https://www.archdaily.co/co/790398/mercado-publico-de-boston-architerra>

Fig. 18. Estrutura dos boxes do Mercado Público de Boston. Fonte: Disponível em <https://www.archdaily.co/co/790398/mercado-publico-de-boston-architerra>


conect - rede de supermercados compatos 74

Fig. 19. The Kitchen, espaço que comporta uma cozinha montada especialmente para aulas, cursos e exibições da arte culinária. Fonte: Disponível em <https://www.archdaily.co/co/790398/mercado-publico-de-boston-architerra>


referencial projetual | capĂ­tulo 03 75


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Fig. 20. Planta de acessos do Mercado de Boston, onde foram integrados sete entradas Ă ele. Fonte: DisponĂ­vel em <https://www.archdaily.co/co/790398/mercado-publico-de-boston-architerra>


referencial projetual | capĂ­tulo 03 77

Fig. 21. P.lanta baixa do Mercado de Boston. Fonte: DisponĂ­vel em <https://www.archdaily.co/co/790398/mercado-publico-de-boston-architerra>


conect - rede de supermercados compatos 78

05

03

04 04

01

02 05

01 POSTES FLEXÍVEIS Revestidos em painéis desmontáveis, os postes com espaçamento regular definem o módulo alugado e as execuções elétricas para atender a uma infinidade de configurações possíveis de fornecedores, permitindo facilidade de alteração com o tempo.

02 LAJE DE CONCRETO ELEVADO Unificando o mercado em dois níveis acessíveis, a laje elevada de concreto de 3” apoiada em isolamento rígido, também permite que a tubulação de drenagem do piso e o conduíte da caixa de piso elétrico atendam de forma flexível aos fornecedores neste espaço.

03 DOSSEL DE TRANSPORTADORA Dosséis de alumínio corrugado revestem uma estrutura de aço com fendas, organizando a infraestrutura de HVAC, o sistema de aspersão e as principais tubulações e instalações elétricas. Painéis de acesso de alumínio corrugado integral são fornecidos em cada box.


referencial projetual | capítulo 03 79

03

04 04

01

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Fig. 22. Sistema estrutural dos boxes.

04 ILUMINAÇÃO GERAL E ILU-

MINAÇÃO DE EXIBIÇÃO

A iluminação dos pendentes iluminam os dosséis de alumínio branco, criando um plano luminoso, enquanto as luzes de trilho de LED destacam a mercadoria abundante.

05 ESTRUTURA EXISTENTE Acima do mercado, o concreto pré-moldado de dupla estrutura na garagem e, abaixo do mercado, uma rede complexa de lajes e vigas de concreto bidirecionais desafia o mercado a ter infraestrutura autônoma sem acesso através de um plenário adjacente ou cavidade.

Fonte: Disponível em <https:// www.archdaily.co/co/790398/ mercado-publico-de-boston-architerra>


conect - rede de supermercados compatos Fig. 23. Fachada do Mercado Campachi.

80

Fonte: Autora.

3.2

Estudos de caso 3.2.1 MERCADO CAMPACHI O Mercado Campachi, localizado em Fortaleza, Ceará, é uma distribuidora de hortifruti, que atua no mercado há mais de duas décadas. A Campachi possui uma grande variedade de frutas, vegetais e cereais, além de diversos outros produtos. A Campachi foi visitada pela autora deste trabalho durante o dia, em fevereiro de 2020. Onde foi possível visitar todos os ambientes do estabelecimento, com o registro fotográfico da área de vendas e medição tanto da área de circulação da área de vendas e da área de serviço quanto dos mobiliários. O Mercado tem, aproximadamente, 150m² de área construída. O layout é composto por um checkout, refrigeradores verticais, balcões expositores para frutas e legumes, um pequeno café no interior da loja, banheiro para clientes e sala administrativa. O espaço possui uma circulação confortável, com 1,20m em algumas áreas, e acima disso em outras áreas no interior da loja.

A área de serviço é composta pelo recebimento, higienização com área para embalamento das frutas, armazenamento de material, câmera fria, refeitório e banheiro para funcionários. Todos os ambientes estão bem dimensionados e possui boa circualção. Utilizou-se da madeira, cimento queimado, tijolinho aparente, metalon, pintura branca e preta nas paredes. O vinílico foi usado no piso para tornar o espaço mais aconchegante. O mobiliário, feito de metalon e madeira, referencia as barraquinhas das feirinhas de Mercado. O tijolinho aparente e o cimento queimado fazem parte do revestimento das paredes. Todos esses elementos são agradáveis e acolhedores no ambiente. Com um pé direito de 2,68m e uma área de layout com 80m², aproximadamente, o espaço recebe climatização por ar-condicionado. A iluminação é feita através de trilhos de spots durante a noite, e, durante o dia, as janelas iluminam bem o interior da loja.



conect - rede de supermercados compatos 82

Fig. 26. BalcĂľes expositores de frutas de metalon e madeira. Fonte: Autora

Fig. 24. Prateleiras em parede de tijolinho aparente. Fonte: Autora

Fig. 27. MobiliĂĄrios expositores de frutas feito de madeira pinus. Fonte: Autora

Fig. 25. Refrigeradores verticais. Fonte: Autora

Fig. 28. Mesas do cafĂŠ. Fonte: Autora


referencial projetual | capítulo 03 83

Fig. 29. Pequena cozinha do café. Fonte: Autora

Fig. 32. Prateleiras e geladeira na entrada da loja. Fonte: Autora

Fig. 30. Circulação entre o checkout e expositor de frutas. Fonte: Autora

Fig. 31. Circulação entre os refrigeradores verticais e balcões expositores. Fonte: Autora

Fig. 33. Checkout de atendimento. Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos Fig. 34. Interior do Fazendinha Supermercado.

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Fonte: Autora.

3.2.2 FAZENDINHA SUPERMERCADO A Fazendinha, localizado em Fortaleza, Ceará, na Rua Vicente Linhares, 1111 - Aldeota, é um supermercado compacto com, aproximadamente, 350m² de área de vendas. A Fazendinha foi visitada pela autora deste trabalho durante o dia, em fevereiro de 2020. Onde foi possível visitar somente a área de vendas do estabelecimento, com o registro fotográfico da mesma e medição tanto da área de circulação quanto dos mobiliários. Seu layout é composto por quatro checkouts, refrigeradores verticais, balcões expositores, prateleiras, hortifruti, padaria, açougue e banheiro para clientes. Com o pé direito duplo, o escritório fica em um mezanino com vista para toda a área de vendas, dessa forma é possível acompanhar toda a movimentação da loja. Os fluxos internos, assim como o dimensionamento e circulação estão bem definidos,e o espaço se encontra muito limpo e organizado. O espaço para circulação é de 1,15m em algumas áreas, e acima disso em outras áreas no interior da loja. O piso utilizado é o cerâmico de cor clara, antiderrapante e resistente. As paredes da padaria e açougue são revestidas por cerâmica, assim como o piso e estão adequadas. O supermercado possui uma estrutura de coberta metálica, forrada com placas de PVC, permitindo um pé direito de 6,54m. O espaço recebe climatização por ar-condicionado e é um espaço que recebe uma grande quantidade de lêmpadas para iluminar o estabelecimento.


referencial projetual | capĂ­tulo 03 85


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Fig. 37. Pé direito duplo na área de vendas. Fonte: Autora

Fig. 35. Circulação ampla e escritório no mezanino. Fonte: Autora

Fig. 38. Área de hortifruti com pé direito de 2,90m. Fonte: Autora

Fig. 36. Escritório com vista para a área de vendas. Fonte: Autora

Fig. 39. Área dos refrigeradores verticais próximo aos checkouts, na entrada. Fonte: Autora


referencial projetual | capítulo 03 87

Fig. 40. Padaria e açougue se encontram ao lado direito. Fonte: Autora

Fig. 43. Área do açougue. Fonte: Autora

Fig. 41. A Fazendinha possui quatro checkouts. Fonte: Autora

Fig. 42. Área de hortifruti e congelados. Fonte: Autora

Fig. 44. Amplos corredores com prateleiras. Fonte: Autora


4


DIAGNÓSTICO DO BAIRRO 4.1 O Bairro Montese 4.1.1 A escolha do local 4.1.2 A legislação vigente 4.1.3 O terreno 4.1.4 As características climáticas

P. 91 P. 100 P. 102 P. 106

4


90


91

4.1

O Bairro Montese

4.1.1 A ESCOLHA DO LOCAL O projeto arquitetônico proposto visa ser implantado em Fortaleza, Ceará, no Bairro Montese, o antigo Pirocaia. O Montese recebeu esse nome em 14 de abril de 1946 pelo dr. Raimundo Nonato Ximenes, como forma de homenagem aos soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram vitoriosamente na cidade italiana homônima, durante a II Guerra Mundial, fato que impactou fortemente o país. Desde os anos 90, o Montese é conhecido pela sua intensa atividade comercial, contando com mais de 1500 estabelecimentos, incluindo lojas de renome nacional, tais como “Casas Bahia”, “Insinuante” e “Lojas Americanas”. Seu crescimento se deu principalmente por estar situado em um ponto estratégico de acesso à capital, entre as avenidas Godofredo Maciel, Osório de Paiva e Silas Munguba, que dá acesso à Arena Castelão, onde as outras duas vinculam Fortaleza com os municípios de Maracanaú, e Maranguape. O bairro faz parte de uma região denominada de “Grande Montese”, composta por ele e bairros vizinhos: Parreão, Bom Futuro, Damas, Jardim América, Itaóca, Aeroporto e Vila União.


conect - rede de supermercados compatos 92

Segundo o Plano Municipal de Saúde de Fortaleza 2018-2021 (2017)4, o bairro em

(Mapa 3), como a Avenida João Pessoa que conecta o bairro com os lados norte e sul; a

questão faz parte da Regional IV, composta por 281.645 habitantes, com renda média de

Rua Alberto Magno e a Avenida Prof. Gomes de Matos e a Avenida Expedicionários que o

R$ 845,20.

conectam com o lado sul; a Rua Desembargador Praxedes a Avenida Senador Carlos Je-

A Regional IV distribui-se em 20 bairros: Aeroporto (Base Aérea), Benfica, Bom Futuro,

reissati (aeroporto) juntamente com a Rua 15 de Novembro, conectam o bairro com os

Couto Fernandes, Damas, Demócrito Rocha,

lados leste e oeste da cidade.

Dendê, Fátima, Itaóca, Itaperi, Jardim América, José Bonifácio, Montese, Pan Americano,

Durante o dia, o Montese ferve com o comér-

Parangaba, Parreão, Serrinha, Vila Peri e Vila União. Segundo o censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)5, registrou que o Montese possui 25.970 moradores, distribuídos numa área de 1,9 km², com IDH muito baixo de 0,47 e com renda média de R$ 728,96. Falando de ensino, 88,57% dos moradores do bairro são alfabetizados, onde 49,7% de seus moradores possuem Ensino Fundamental, 37,80% têm Ensino Médio e apenas 6,22% concluíram o Ensino Superior. No que diz respeito à infraestrutura, 91,56% possuem abastecimento de água; 99,19% possuem coleta de lixo; 99,87% possuem energia elétrica; e 83,09% possuem esgotamento sanitário. O Montese se conecta com a cidade através de algumas avenidas e ruas importantes

cio forte localizado na Rua Alberto Magno e na Av. Professor Gomes de Matos, que varia de agências bancárias a diversos outros serviços. Essas duas vias comerciais têm muita relevância no bairro, pois atrai pessoas de toda a cidade a procura de seu comércio. Suas duas vias comerciais é a marca registrada do bairro, principalmente as lojas de roupas para festas, sobretudo de casamento, que são referência para toda a cidade, sendo procurado durante o ano todo. A seguir, serão apresentados mapas contendo diversas análises. Foi escolhido uma área no bairro, no qual encontra-se destacada nos mapas. A proposta de trabalho consiste em um projeto de arquitetura, uma rede de supermercados compactos, como forma de proporcionar não só um espaço comercial para gerar movimento na área, mas também um local de encontros entre os residentes e trabalhadores locais, para poder estimular as relações sociais entre eles.

Disponível em: <https://saude.fortaleza.ce.gov.br/images/planodesaude/20182021/_Plano-Municipal-de-Saude-de-Fortaleza-2018-2021_.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2019. 5 Disponível em: <http://mapas.fortaleza.ce.gov.br/#/>. Acesso em: 25 mar. 2019. 4


diagnóstico do bairro | capítulo 04 93

Mapa 1. Mapa da cidade de Fortaleza, com o bairro Montese em destaque. Fonte: Autora

Mapa 2. Bairro Montese em destaque, e os bairros vizinhos. Fonte: Autora

Mapa 3. Mapa do bairro Montese com o traçado das vias, e o quarteirão escolhido para o projeto em destaque Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos 94

Mapa de mobilidade urbana O mapa de mobilidade urbana compreende a malha cicloviária existente no bairro Montese, bem como as paradas de ônibus que atendem à demanda da população. As principais vias que facilitam o acesso ao terreno através do sistema de transporte público são a Av. Professor Gomes de Matos, Rua Alberto Magno, Av. João Pessoa, Rua 15 de Novembro, e a própria Rua Barão de Sobral, a qual o terreno está inserido. Essas são as ruas principais que conectam o Montese a diferentes bairros da cidade. Nota-se que o bairro é abastecido de paradas de ônibus nas vias principais. Em relação ao terreno escolhido, há poucas paradas, sendo uma delas praticamente na frente do terreno, o que é um ponto positivo, pois facilita o acesso ao projeto.


diagnóstico do bairro | capítulo 04 95

Mapa 4. Mapa de mobilidade urbana. Fonte: Autora

RU AB AR

ÃO

DE

SO BR

AL

0

250

500m


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Mapa dos principais equipamentos O mapa de distribuição de equipamentos principais do bairro mostra que nas regiões mais bem equipadas localizam-se mais próximo da Av. João Pessoa. O bairro possui diversos problemas, sobretudo, nas vias comerciais, como o trânsito caótico, uso irregular das calçadas, insegurança, poluição, ausência de áreas verdes, de polos de lazer e alternativas de esporte e lazer para os jovens e dependentes químicos. Mas nem tudo no bairro são lamentações. “Quem mora aqui, costuma bater no peito de orgulho porque aqui temos muitas coisas que faltam em outros bairros”, salienta a dona de casa, Marília Nascimento6. Apesar da baixa quantidade de equipamentos existentes, a educação chega como um ponto forte do bairro. São 39 estabelecimentos educacionais, contendo tanto escolas particulares como públicas. Além disso, possui o Grau Técnico (01), um curso de capacitação técnica para jovens estudantes. Alguns dos pontos de referência destacados no Montese são a igrejinha de Nossa Senhora Aparecida (02), o Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos (IMPARH) (03), reconhecido como importante centro de línguas, e o comércio da Avenida Prof. Gomes de Matos (04) e a Rua Alberto Magno (05). Ao contrário de outros bairros que sequer tem paróquia, o Montese possui duas: Nossa Senhora de Nazaré e Nossa Senhora da Aparecida, padroeira do Brasil. Além dessas paróquias, o bairro possui uma grande diversidade de locais religiosos.

Disponível em: < https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/comercio-forte-e-transito-caotico-marcam-o-montese-1.577506>. Acesso em: 25 mar. 2019. 6


diagnóstico do bairro | capítulo 04 97

Mapa 5. Mapa dos principais equipamentos. Fonte: Autora

03

04 05

01

02

0

01 GRAU TÉCNICO 02

NOSSA SENHORA APARECIDA

03 IMPARH 04

AV. PROF GOMES DE MATOS

05 RUA ALBERTO MAGNO

250

500m


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Mapeamento com o raio de influência dos mercadinhos no bairro

O Montese possui uma grande quantidade de mercadinhos de porte pequeno (estão representados na cor azul), com raio de influência de 300 metros, e dois supermercados, o Nidobox, (estão representados na cor verde), de médio porte, com raio de influência de 500 metros. Os raios de influência foram considerados de acordo com o estudo realizado no capítulo II, no qual fala da área de influência dos supermercados compactos, juntamente com a vivência da autora, pois mora no bairro e frequenta alguns dos mercadinhos mapeados no mapa, que levou em consideração uma distância mediana para caminhar levando as compras.


diagnĂłstico do bairro | capĂ­tulo 04 99

Mapa 6. Mapeamento com o raio de influĂŞncia dos mercadinhos no bairro. Fonte: Autora

0

250

500m


conect - rede de supermercados compatos 100

4.1.2 A LEGISLAÇÃO VIGENTE De acordo com a LUOS, Lei Complementar nº 236 de 11 de agosto de 2017, legislação vigente para a cidade de Fortaleza, Ceará, que define o parcelamento do uso e ocupação do solo do município de Fortaleza, são apresentadas as normas gerais e os instrumentos aplicáveis para o desenvolvimento da cidade de forma equilibrada e sustentável. O terreno proposto está inserido em uma Zona de Requalificação Urbana 1 (ZRU 1). Além disso, localiza-se também dentro de uma Zona Espacial, as Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS), na qual fica sobreposta à macrozona. A intenção da ZEDUS é favorecer, através da flexibilização de padrões de ocupação, as atividades sociais e econômicas nos locais que possuem vocação para tal. Portanto, se estimula a ocupação, o adensamento e a verticalização dessas áreas.

Tabela 2 Parâmetros Urbanos de Ocupação ZONAS ESPECIAIS DE DINAMIZAÇÃO URBANÍSTICA E SOCIECONÔMICA - ZEDUS - MONTESE TAXA DE PERMEABILIDADE: 30% TAXA DE OCUPAÇÃO: 60% (Solo e subsolo) ÍNDICE DE APROVEITAMENTO: 2,00 (Bás) 3,00 (Máx.) ALTURA MÁXIMA DA EDIFICAÇÃO: 72,00m DIMENSÕES MÍNIMAS DO LOTE: 6 x 25m / 150m2 Fonte: Adaptado do Anexo 4.2 e 4.3 da LUOS 2017.

Tabela 3 Classificação das atividades por grupo e subgrupo GRUPO: Comercial SUBGRUPO: Comércio varejista (CV) ATIVIDADE: Supermercado CLASSE: 2 PORTE: Até 2.500m² VAGA: 1/25m² A.C.C Fonte: Adaptado do Anexo 5.2 da LUOS 2017.

Tabela 4 Adequação dos usos às zonas ZEDUS MONTESE SUBGRUPO: CV

A atividade atribuída ao empreendimento se encaixa no Grupo Comercial (Subgrupo CV), do anexo 5 da Lei de Uso e Ocupação do Solo. Este tipo de uso está adequado para ser implantado na ZEDUS MONTESE, onde se encontra o terreno escolhido. O terreno possui duas frentes: uma delas, para uma Via Local (Rua Elvira Pinho), e a outra, para uma Via Coletora (Rua Barão de Sobral), no qual está adequada para o uso que se propõe.

CLASSE: 2

USO ADEQUADO

Fonte: Adaptado do Anexo 6.16 da LUOS 2017.

Tabela 5 Adequação dos usos ao sistema viário GRUPO: Comercial SUBGRUPO: CV CLASSE: 2 VIA EXPRESSA

ADEQUADO

VIA ARTERIAL I

ADEQUADO

VIA ARTERIAL II

ADEQUADO

VIA COLETORA

ADEQUADO

VIA COMERCIAL

ADEQUADO

VIA LOCAL

INADEQUADO

Fonte: Adaptado do Anexo 8.2 da LUOS 2017.


diagnóstico do bairro | capítulo 04 101

Macrozoneamento

ZP A

O terreno encontra-se na Zona de Requalificação Urbana 1 (ZRU 1) que ZOP 1

“caracteriza-se pela insuficiência ou precariedade da infraestrutura e dos ZPA ZOP1

ZRU 1

ZRU1

serviços urbanos; destinando-se à requalificação urbanística e ambiental, à adequação das condições de habitabilidade, acessibilidade e mobilidade e à intensificação e dinamização do uso e ocupação do solo dos imóveis não uti-

Mapa 7. Mapa Macrozonas LUOS - Recorte bairro Montese. Fonte: Adaptado da LUOS 2017

lizados e subutilizados”.

Zonas especiais

ZED

US

ZEDUS

Mapa 8. Mapa zonas especiais ZRU1 - Recorte bairro Montese. Fonte: Adaptado da LUOS 2017

O terreno também encontra-se em uma zona especial, a Zonas Especiais de Dinamização Urbanística e Socioeconômica (ZEDUS) que “são porções do território destinadas à implantação e/ ou intensificação de atividades sociais e econômicas, com respeito à diversidade local, e visando ao atendimento do princípio da sustentabilidade”.

Sistema viário

ARTERIAL I ARTERIAL II COLETORA COMERCIAL OBS: DEMAIS VIAS, LOCAIS

Mapa 9. Mapa sistema viário básico - Recorte bairro Montese. Fonte: Adaptado da LUOS 2017

O bairro possui duas vias comerciais, Rua Alberto Magno e Av. Prof. Gomes de Matos, que é composta por agências bancárias e diversos outros serviços. O terreno escolhido fica no encontro de uma via Coletora e uma via Local, próximo à Av. João Pessoa e a Rua 15 de Novembro.


conect - rede de supermercados compatos 102

4.1.3 O TERRENO A quadra fica entre as ruas Barão de Sobral, Elvira Pinho, Zacarias Gondim e Desembargador João Firmino, com área de 2.899,15m². O entorno é composto, sobretudo, por edificações residenciais. Mas também possui hospital, igrejas, escolas e uma área de lazer, o que torna essa área mais movimentada. Além disso, a Rua Barão de Sobral é a via que faz a ligação entre a Av. Senador Carlos Jereissati (avenida do aeroporto) e a Av. João Pessoa, o que torna a localização acessível e gera um grande fluxo de veículos e pessoas. A escolha do terreno levou em consideração a proximidade com residencias, por ser uma área de fácil acesso e bem movimentada, por ser próximo à grandes avenidas que ligam o bairro, e por apresentar poucos supermercados para atender os residentes do seu entorno. Atualmente, o terreno escolhido está ocupado por duas pequenas edificações (1), uma de uso misto (comercial + residencial) e outra de uso residencial, com frente para a Rua Barão de Sobral; e um grande terreno vazio (2), com frente para a Rua Elvira Pinho, que poderia ser incorporado ao projeto. Tais edificações serão removidas para dar lugar a um supermercado compacto. O comércio existente na edificação de uso misto, trata-se de um mercadinho de bairro consolidado há mais de 30 anos no mercado, portanto o motivo da escolha do projeto de um Supermercado Compacto nessa área é uma forma de manter o público já existente e atrair um novo público. Mapa 10. Delimitação do terreno proposto para o projeto, com a marcação das edificações que serão removidas. Fonte: Autora


diagnĂłstico do bairro | capĂ­tulo 04 103

1

2 0

5

10

20

40m


Fig. 45. Imagem aérea da quadra, com a demarcação do limite do terreno proposto. Fonte: Google Earth Pro

1

rua

zac a

rias

gon

dim

rua desemba

rgador joão fir

mino

rua barão de sobral

rua elvira pinho

2


diagnóstico do bairro | capítulo 04

1

Fig. 46. Edificações de uso misto (comercial + residencial) e residencial que estão dentro dos limites do terreno proposto e que serão removidos. Vista a partir da Rua Barão de Sobral. Foto: Autora

2

Fig. 47. Terreno vazio com vista a partir da Rua Elvira Pinho. Foto: Autora

105


conect - rede de supermercados compatos 106

4.1.4 AS CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS Foram analisados os fatores climáticos da cidade, para que se pudesse tirar proveito ao

Carta Solar Fortaleza

máximo, dentro das condições, fatores como a ventilação e iluminação natural no projeto. A porção do terreno voltada para a Rua Desembargador João Firmino é favorecida com a ventilação sudeste e leste, pois é desta direção que vêm os ventos predominantes da cidade. Já a maior extensão do terreno, voltada para a Rua Zacarias Gondim, recebe a insolação do poente, sendo necessária a proteção nesta direção. Verificou-se, através do mapa de gabarito, que os ventos sudeste e leste não encontrariam nenhuma barreira que pudesse bloquear a ventilação.

FACHADA SUDOESTE FACHADA NORDESTE

Quanto à insolação, as fachadas noroeste e sudoeste do terreno, são as que mais recebem a insolação do sol da tarde, sendo necessária uma proteção maior nestas orientações. Já as fachadas nordeste e sudeste são as que recebem menos insolação, pois estão na orientação em que o sol nasce (leste).

FACHADA NOROESTE

nância da horizontalidade, com a maioria das edificações de 1 a 2 pavimentos. As edificações mais altas de 5 pavimentos estão presentes de maneira pontual e em quantidade muito pequena.

FACHADA SUDESTE

A partir do mapa de gabarito das edificações do entorno (Mapa 11), nota-se a predomi-

Fig. 48. Carta Solar de Fortaleza-CE. Foto: Adaptado da Plataforma Projeteee <http://projeteee. mma.gov.br/>


diagnóstico do bairro | capítulo 04 107

Mapa de gabarito das edificações

LEGENDA (número de pavimentos) 1 (térreo) 2 3 4 5 terreno proposto

ventilação predominante

Mapa chave: Inserção das quadras em destaque no Montese

0

25

50

100

Mapa 11. Mapa de gabarito das edificações próximas ao terreno. Fonte: Autora

200m


5


PROJETO ARQUITETÔNICO 5.1 CONECT rede de supermercados compactos 5.1.1 O projeto 5.1.2 Diretrizes projetuais 5.1.3 Programa de necessidades 5.1.4 Pesquisa de satisfação 5.1.5 Ideias iniciais 5.1.6 Partido arquitetônico 5.1.7 Setorização 5.1.8 Situação e implantação 5.1.9 Os sentidos 5.1.10 Os materiais 5.1.11 Identidade visual 5.1.12 O mobiliário 5.1.13 Desenhos técnicos 5.1.14 Sistema estrutural 5.1.15 Detalhes construtivos 5.1.16 Perspectivas

P. 111 P. 113 P. 114 P. 117 P. 122 P. 124 P. 126 P. 130 P. 136 P. 138 P. 140 P. 144 P. 152 P. 168 P. 170 P. 176

5


110


111

5.1

CONECT REDE DE SUPERMERCADOS COMPACTOS

5.1.1 O PROJETO A proposta de uma rede de supermercados compactos surgiu pela sua importância relacionada à economia do país e os impactos positivos trazidos, sobretudo, para o bairro e para a população que reside ou trabalha na região. Um dos benefícios ao comprar do pequeno negócio é o ato de movimentar o dinheiro dentro do próprio bairro. Além de garantir uma maior circulação de pessoas, a maior circulação de dinheiro acaba gerando novas oportunidades de negócios no entorno, contribuindo para a produção de empregos, em prol da melhor distribuição de renda na cidade. A presença desse tipo de comércio pode, inclusive, valorizar a região e os imóveis, visto que a preferência na hora de escolher a moradia, dá-se através da quantidade de comércios e serviços nas proximidades do imóvel. Segundo dados do SEBRAE (2015)7, as micro e pequenas empresas representam mais de 95% de todas as empresas brasileiras, sendo responsáveis por 27% do PIB. Cerca de 52% da população, 17 milhões de pessoas, trabalham com carteira assinada nos pequenos negócios. Segundo o presidente do SEBRAE nacional, Luiz Barretto, além de dinamizar a economia, podem ainda contribuir para a recuperação e a valorização de espaços urbanos.

7

Disponível em: <https://www.investe.sp.gov.br/noticia/pequenos-gigantes/>. Acesso em: 25 mar. 2019.


conect - rede de supermercados compatos 112

“Uma padaria que fica famosa pelo sabor e a qualidade dos pães, uma oficina mecânica que se destaca pelo atendimento de qualidade e pela relação de confiança com seus clientes, um salão de beleza que lança um pacote promocional diferenciado: tudo isso tem potencial para modificar a vida de uma comunidade”, afirma.

As compras realizadas em pequenos comércios, é uma forma de contribuir para uma melhor qualidade de vida, já que nem sempre é necessário o uso do carro para fazer as compras, por conta da proximidade do local. Os grandes deslocamentos no veículo motorizado em busca dos supermercados para adquirir produtos do dia a dia, podem ser evitados, poupando os cidadãos e o meio ambiente de poluições do ar, sonora e visual, contribuindo para uma cidade mais limpa. O ponto forte e o diferencial entre os mercadinhos de bairro e os grandes supermercados é sua característica de potencializar as relações sociais da região. Ou seja, a relação que se desenvolve entre os comerciantes e os clientes, bem como a interação e o convívio diário entre os frequentadores de mercados de bairro, os próprios moradores e trabalhadores locais. Essa afetividade que se constrói é uma forma de fidelização, além do fortalecimento da memória afetiva do indivíduo com o local, aflorando cada vez mais o sentimento de pertencimento com a região. O projeto tem como proposta a implantação não só de um espaço comercial, como também um ambiente de encontro, que possa estimular o relacionamento entre os consumidores, bem como proporcionar boas experiência na hora da compra através da arquitetura sensorial, identidade visual e do melhor aproveitamento da ventilação e iluminação natural.


projeto arquitetônico | capítulo 05 113

5.1.2 DIRETRIZES PROJETUAIS valorização de espaços urbanos O estacionamento voltado para a via coletora, Elvira Pinho, seria fechado para promover atividades e eventos, como atividades físicas ou feirinha.

áreas de convivência Criou-se espaços de convivência para conectar pessoas e promover as relações sociais entre os usuários, composto por áreas externas e internas.

fatores climáticos Aproveitou-se da iluminação e ventilação natural para promover o conforto necessário ao projeto.

estrutura metálica Utilizou-se da estrutura metálica pela sua versatilidade, pois permite vãos mais amplos para o melhor aproveitamento dos espaços, e pela rapidez na obra.

qualificação de espaços comerciais Promoveu-se a qualificação do ambiente comercial, através da arquitetura sensorial, provocando uma experiência agradável ao consumidor na hora da compra.

mobiliário e sinalização Desenvolveu-se a identidade visual, assim como o mobiliário que foi concebido de acordo com as diferentes necessidades de apresentação de cada setor.


conect - rede de supermercados compatos 114

5.1.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES A definição do programa constituiu-se também através do resultado de uma pesquisa de satisfação feita com os fregueses do mercadinho que se encontra no terreno do projeto. Foi através dele que pode-se conhecer o público-alvo e de acrescentar setores e outros serviços ao novo projeto, como uma área de convivência central no supermercado, destinado ao café e espaços para leitura, assim como as salas, tendo como objetivo de promover cursos, workshops e eventos. A pesquisa encontra-se na página 117-121. Após a definição das diretrizes projetuais e depois de conhecer o público-alvo através da pesquisa de satisfação, foi elaborado o programa de necessidades. O programa de necessidades adotado é simples e funcional, composto por quatro zonas distintas: A zona de acesso ao público é composta pelas áreas de convívio tanto dentro quanto fora do supermercado, como o café, as áreas de leitura e áreas de estar externa e interna. A zona de serviço é composta pelos ambientes destinados ao funcionamento do supermercado. A zona administrativa é composta pelas áreas de organização do supermercado, como o escritório compartilhado, diretoria, financeiro, sala de reunião e monitoramento. A zona de comércio é composta pela área de vendas do supermercado, como o setor de hortifrúti, área de expositores, área de geladeiras, açougue, padaria, congelados e frios.


projeto arquitetônico | capítulo 05 115

ZONA ACESSO AO PÚBLICO AMBIENTE

PAVIMENTO

ZONA DE SERVIÇO AMBIENTE

PAVIMENTO

Estacionamento

Térreo

Carga/descarga

Click & collect

Térreo

Portaria com wc

Térreo Térreo

Estar/leitura Pátio de refeições

Térreo Térreo

Depósito de lixo Depósito de gás

Térreo Térreo

Bar/cafeteria WC acessível masculino

Térreo Térreo

Recebimento Higienização

Térreo Térreo

WC acessível feminino

Térreo

Estoque de mercadoria

Térreo

WC masculino WC feminino Cozinha experimental

Térreo Térreo Superior

Casa de máquinas DML Câmera hortifruti

Térreo Térreo Térreo

Cozinha experimental infantil Sala multiuso

Superior Superior

Câmera laticínios Câmera congelados Câmera frios Câmera carnes Preparo açougue Preparo padaria Preparo frios Cozinha cafeteria Despensa cafeteria Refeitório Sala de descanso Vestiário funcionários masc Vestiário funcionários fem

Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo Térreo

Tabela 6. Programa de necessidades - zona de acesso ao público.

ZONA DE COMÉRCIO AMBIENTE

PAVIMENTO

Área de vendas

Térreo

Hortifruti Expositores açougue Expositores padaria Expositores frios

Térreo Térreo Térreo Térreo

Tabela 7. Programa de necessidades - zona de comércio.

ZONA ADMINISTRATIVA AMBIENTE Recepção Escritório compartilhado Diretoria com wc Sala de reunião Financeiro com wc Monitoramento

PAVIMENTO Superior Superior Superior Superior Superior Superior

Tabela 8. Programa de necessidades - zona administrativa.

Tabela 9. Programa de necessidades - zona de serviços.


conect - rede de supermercados compatos 116


projeto arquitetônico | capítulo 05 117

5.1.4 PESQUISA DE SATISFAÇÃO Com o intuito de conhecer o mercadinho que existe no terreno hoje, para que seja feita a qualificação do projeto proposto, sem destoar da sua essência, foi elaborado uma pesquisa de satisfação com os clientes do comércio em questão. Com o objetivo de conhecer os principais fatores que os levam a comprar em mercadinhos de bairro, como também analisar os fatores positivos e negativos deste espaço, para que melhorias possam ser trabalhadas. A pesquisa foi realizada no Mercadinho Bandeirante, localizado em Fortaleza-CE, na Rua Barão de Sobral, Montese. Onde os clientes foram abordados no momento em que realizavam suas compras dentro do estabelecimento, nos dias 15 e 16 de abril de 2019. O questionário foi aplicado de forma direta aos clientes, que somaram um total de 30 participantes. A pesquisa encontra-se no apêndice 1, na página 204 e 205. A pesquisa conteve questões abrangendo a quantidade de vezes e há quanto tempo os clientes frequentam o mercadinho, os serviços preferencialmente adquiridos nesse estabelecimento, as razões que os levam a frequentá-lo e o que pode ser agregado ao espaço, considerando-o como espaço de convívio. Além disso, conteve questões pessoais como idade, sexo e nível de escolaridade, para identificar o perfil e o comportamento desses consumidores. A partir da análise dos dados coletados (Gráficos 1, 2 e 3), verificou-se que a maioria dos consumidores é composta por mulheres (63%), tendo em vista que apenas 37% dos entrevistados é do sexo masculino. A faixa etária dos consumidores que frequentam este mercadinho varia entre 18 anos a 77 anos, com predominância da faixa de 50-60 anos (23%) e acima de 60 anos (23%), ou seja, o maior público é composto por idosos. Com relação a escolaridade, o público maior possui o ensino médio completo (30%) e ensino superior completo (27%).


conect - rede de supermercados compatos 118

PESQUISA DE SATISFAÇÃO (30 respostas)

Qual a sua idade?

E sexo?

Qual a sua escolaridade?

Gráfico 1

Gráfico 2

Gráfico 3

Menos de 20 anos

3% 17%

63% De 20 a 30 anos

10%

Homem

13%

Fund. completo

10%

Médio completo Médio incompleto

De 31 a 40 anos

27%

17%

37% Mais de 41 anos

67%

Mulher

30% 6%

Superior completo Superior incompleto Fund. incompleto

Quantas pessoas moram com você?

Como você se dirige ao mercadinho?

Gráfico 4

Gráfico 5

30%

73%

17%

10%

A pé

Bicicleta

Carro

Menos de 4 Mais de 4 70%

O gráfico 4 mostra que a quantidade de pessoas na família vem diminuindo a cada geração, onde a maioria dos entrevistados moram com uma família com menos de quatro pessoas (70%), enquanto que só 30% apresentam uma família com mais de 4 pessoas morando juntas. Segundo Rocha (2018)9, nos anos 80 a média de pessoas por família era de 4,3. Já em 2018, esse número foi reduzido para 1,7, segundo os dados da ONU.

De acordo com os dados coletados, representados no Gráfico 5, a grande maioria dos entrevistados (73%) faz suas compras a pé, ou seja, o público deste mercadinho são os residentes e trabalhadores locais. Porém, a loja também possui um público que faz suas compras de carro (10%) e de bicicleta (17%), o que significa que deve-se dar atenção também a estacionamento e bicicletário no estabelecimento.

Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/10/17/estudo-da-onu-aponta-que-tamanho-das-familias-no-brasil-esta-abaixo-da-media-mundial.ghtml>. Acesso em: 25 mar. 2019. 9


projeto arquitetônico | capítulo 05 119

O que te faz cliente deste mercadinho? Gráfico 6 Qualidade/variedade dos produtos Proximidade da residência Facilidade de pagamento Preço Limpeza e organização Estacionamento Entrega em domicílio Atendimento 0%

5%

10%

15%

20%

Quando questionados sobre os fatores que fazem dos entrevistados clientes do mercadinho (Gráfico 6), observa-se que os três principais fatores dizem respeito, respectivamente, ao atendimento (20%), por ser personalizado, ou seja, é o proprietário da loja que atende os clientes; a proximidade da residência (19%), pois as pessoas buscam praticidade no dia a dia; e a facilidade de pagamento (15%), pelas variadas possibilidades de pagamento. O atendimento personalizado é um grande diferencial dos pequenos estabelecimentos, se comparado aos grandes, onde o proprietário da loja conhece cada cliente que frequenta sua loja, o que gera fidelidade do cliente com a loja.

Quantas vezes na semana você realiza compras aqui? Gráfico 7 3%

Mais de 5 vezes

7% 10% 3%

60%

17%

Cinco vezes Quatro vezes Três vezes Duas vezes Uma vez

No gráfico 7, percebe-se que a grande maioria dos entrevistados (69%) frequenta o mercadinho de bairro mais de cinco vezes na semana. Ou seja, é preferível frequentar mais vezes o mercadinho e fazer compras menores a fazer as “compras do mês” em um grande supermercado.


conect - rede de supermercados compatos 120

Há quanto tempo você frequenta este mercadinho?

O que poderia vender neste mercadinho que não vende?

Gráfico 8

Gráfico 10

10%

Mais de 30 anos

27% 20%

De 10 a 20 anos

Não falta nada

13%

De 20 a 30 anos

37% 20%

Variedade de bebidas

De 1 a 10 anos 20%

Menos de 1 ano

23%

Variedade de carnes

30%

Lanches

Com base nos dados do Gráfico 8, o mercadi-

O mercadinho em questão, apesar possuir na

nho em questão está no mercado há mais de 30 anos, ou seja, é um estabelecimento que ganhou seu espaço e apresenta um público fiel, que envelheceu junto com ele. A maioria dos entrevistados (27%) frequenta este estabelecimento há mais de 30 anos.

loja de tudo um pouco e conseguir suprir as necessidades básicas do dia a dia dos consumidores, de acordo com a pesquisa e a opinião dos entrevistados, representados no Gráfico 10, poderia vender mais variedade de carnes, bebidas e lanches.

O que lhe agrada neste espaço? Gráfico 9

Disposição e organização dos setores e produtos

20% 34%

Ambiente confortável, amigável e familiar Setor de hortifruti

13%

Limpeza 10%

23%

O Gráfico 9 apresenta dados sobre o que agrada os consumidores no estabelecimento, ficando em primeira opção, com 34%, a disposição e organização dos setores e produtos. Ou seja, quanto mais organizado e bem setorizado, mais rápido o cliente realiza sua compra diária. Em seguida, com 23%, é que o ambiente possui características aco-

Atendimento personalizado

lhedor, amigável e familiar, juntamente com o atendimento personalizado, com 20%, são fatores que diferenciam os pequenos comércios dos grandes, sendo possível reencontrar a vizinhança e construir relações cada vez mais fiéis, além de proporcionar afeto com a loja e colaboradores.


projeto arquitetônico | capítulo 05 121

Você frequenta algum supermercado?

Gráfico 11

Como consequência das respostas apresentadas no Gráfico 10, o Gráfico 11 mostra que os clientes do mercadinho frequentam outro

13%

supermercado (87%) à procura de produtos que não são encontrados no pequeno estabelecimento, ou seja, o cliente gosta de varie-

87%

dade e de ter o poder de escolher. Além disso, foi citado a questão de preço e promoções que são constantes nos supermercados.

Você acha que fatores como iluminação, climatização, identidade visual, identificação dos setores, mobiliário e circulação adequados influenciariam positivamente nas suas compras?

Sim Não

Gráfico 12 3%

O Gráfico 12, mostra que 97% dos entrevistados acreditam que fatores como iluminação, climatização, identidade visual, identificação dos setores, mobiliário e circulação adequados é uma forma de influenciar positivamente nas compras no ponto de venda.

97% Sim Não

Se o mercadinho oferecesse outro tipo de serviço, você utilizaria? Gráfico 13

Segundo dados colhidos e representados no Gráfico 13, 73% dos clientes que frequentam este estabelecimento, gostaria de utilizar outro serviço oferecido no mercadinho. Sendo eles: espaço para leitura, cafeteria e cursos/workshops.

27%

73%

Sim Não

espaço para leitura

cafeteria

cursos/workshops


conect - rede de supermercados compatos 122

5.1.7 IDEIAS INICIAIS Antes de mostrar o partido arquitetônico, é importante mostrar quais foram as ideias e o partido inicial, feitas antes mesmo do dimensionamento e da definição do layout.

1. O terreno possui duas frentes, uma para uma via coletora, e outro para uma via local, com área de 2.889,15m².

2. A volumetria geral do projeto seguiria o formato natural do terreno.

3.

Após seguir o formato natural do tereno, foram aplicados os recuos, seguindo os parâmetros urbanísticos. Foi então que surgiu a ideia de criar uma conexão entre as duas vias, deixando um fluxo livre para a caminhabilidade do pedestre, livre de qualquer construção.


projeto arquitetônico | capítulo 05 123

4. Também foi pensado em deixar no centro, entre os dois blocos do projeto, uma área de convivência, para promover a interação social.

5. Em seguida, foram definidas as alturas e volumes de cada bloco, que segue o gabarito do seu entorno.

6.

O restaurante seria um bloco independente do supermercado, e entre eles teria uma praça. Portanto, os dois blocos seriam voltados para a praça central, ou seja, o seu acesso seria através dessa área central.


conect - rede de supermercados compatos 124

5.1.6 PARTIDO ARQUITETÔNICO Edificações removidas

Terreno escolhido para o projeto


projeto arquitetônico | capítulo 05 125

desenvolvimento da proposta 1.

Formato linear, que ligasse as duas vias com a intenção de oferecer passagem aos pedestres e usuários do projeto (assim como na ideia inicial, porém o pedestre passará por dentro do supermercado e não por fora. O café e a área de convivência também permaneceram no projeto, porém fazem parte no mesmo bloco, em uma área central).

2. Criou-se duas frentes com estacionamento, e dois acessos diferentes ao projeto. A zona de serviço, assim como a carga/descarga foram situadas de frente para a via local.

3. Também foi necessário criar um recuo na lateral da edificação para dispor elementos que possam proporcionar ventilação e iluminação natural ao projeto. Além de distanciá-lo da edificação que se encontra ao lado.

4. Foram dispostos volumes sacando para mostrar o funcionamento da cozinha experimental, com o intuito de despertar o interesse do pedestre que esteja caminhando na calçada e, como forma de convidá-lo a entrar e conhecer o supermercado.


conect - rede de supermercados compatos 126

5.1.7 SETORIZAÇÃO volumetria geral

pavimento superior cores referentes ao uso

circulação vertical setor de acesso ao público setor administrativo passarela metálica

pavimento térreo cores referentes ao uso

circulação vertical setor de serviço setor de acesso ao público setor de comércio


projeto arquitetônico | capítulo 05 127

volumetria geral A coberta, em estrutura metálica, é composta por telhas metálicas tipo sanduíche isotérmica, juntamente com aberturas zenitais, que permitem a entrada da iluminação natural no ambiente interno. A estrutura é composta por pilares e vigas metálicas, e laje em steel deck. As paredes externas são de concreto, e as internas, em drywall. A fachada é composta por placas de ACM nas cores cinza, laranja e amarela, que são fixadas a uma estrutura metálica portante, para permitir o fluxo de ar e manter a fachada sempre resfriada.

pavimento superior O pavimento superior é composto pelos blocos suspensos em draywall e esquadrias de metal com fechamento em vidro, que comporta as salas de cozinha experimental, interligadas através de uma passarela metálica, que se conectam ao setor administrativo. O café, juntamente com o pátio de refeição, está localizado na área central do pavimento térreo, e são conectados visualmente ao pavimento superior através de uma passarela transparente metálica, e um pergolado que direciona o olhar para o meio externo.

pavimento térreo O pavimento térreo é composto por toda a zona de comércio, serviço e de acesso ao público. O layout utilizado no setor de vendas segue o modelo misto (grade+butique), composto por mobiliários soltos desenvolvidos para este projeto. O estacionamento, voltado para as duas vias, é composto por vagas de carro, moto e bicicleta. Além de servir como estacionamento, essa área, voltada para a via local, também é destinada a eventos e atividades físicas para os moradores locais.


conect - rede de supermercados compatos 128

o joĂŁ

b

em s e

d ga r a

or

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ru ab

ar ĂŁo

de

so

br al

f

no

i irm


projeto arquitetĂ´nico | capĂ­tulo 05 129

rua

elv ira

pin

ho

im

d on

ru

sg a i r ca a az


conect - rede de supermercados compatos 130

5.1.8 SITUAÇÃO E IMPLANTAÇÃO Planta de situação N


RUA BARÃO DE SOBRAL ACESSO

ACESSO

CARRO

PEDESTRE 1

8

9

3

4

5

6

10

11

12

13

IDOSO IDOSO

7

2

IDOSO

CALHA IMPERMEABILIZADA

TELHA METÁLICA TIPO SANDUÍCHE i=5%

CALHA IMPERMEABILIZADA

TELHA METÁLICA TIPO SANDUÍCHE i=5%

RUA ZACARIAS GONDIM

MURETA h=1,20m

MURETA h=1,20m

LAJE IMPERMEABILIZADA

VAZIO

+3.87

VAZIO

ESCADA DE MARINHEIRO

ACESSO CAIXAS D’ÁGUA

ESCADA DE MARINHEIRO LAJE IMPERMEABILIZADA

+9.81

LAJE IMPERMEABILIZADA MURETA h=1,20m

+3.87 LAJE IMPERMEABILIZADA

+6.76

VAZIO

+3.87

RUA DESEMBARGADOR JOÃO FIRMINO

+3.87

Área total do terreno: 2.873,03m² Área construída: 2.495,03m² Índice de aproveitamento: 0,56 Taxa de ocupação: 57%

MURETA h=0,80m

VAZIO

Área permeável: 174,33m² (27%) Área semi permeável: 784,95m² (6%)

ACESSO FUNCIONÁRIOS MURETA h=0,80m

14

15

16

17

18

19

20

(placas cimentícias permeáveis - 90% permeável)

21

Taxa de permeabilidade: 33%

22

23

24

25

26

Vagas de carro: 27 Vagas de moto: 29 Vagas de bicicleta: 16

27

ACESSO

ACESSO

ACESSO

ACESSO

CARRO

PEDESTRE

MOTO

CARGA/DESCARGA

RUA ELVIRA

PINHO N

IMPLANTAÇÃO ESCALA 1/500 5

10

20

30

50m


conect - rede de supermercados compatos 132

RU A

BA R

ÃO

DE

SO BR A

L

Fig. 49. Imagem aérea da quadra atualmente, voltada para a Rua Barão de Sobral. Fonte: Google Earth Pro


projeto arquitetônico | capítulo 05 133

RU A

BA R

ÃO

DE

SO BR A

L

Fig. 50. Imagem aérea da quadra com o projeto, voltado para a Rua Barão de Sobral. Fonte: Adaptado do Google Earth Pro.


conect - rede de supermercados compatos 134

RA

A RU

Fig. 51. Imagem aĂŠrea da quadra atualmente, voltada para a Rua Elvira Pinho. Fonte: Google Earth Pro

VI EL

O NH

PI


projeto arquitetônico | capítulo 05 135

RA

A RU

Fig. 52. Imagem aérea da quadra com o projeto, voltado para a Rua Elvira Pinho. Fonte: Adaptado do Google Earth Pro.

VI EL

O NH

PI


conect - rede de supermercados compatos 136

5.1.9 OS SENTIDOS A sensação causada pelos materiais é um dos fatores de maior impacto na psicologia dos ambientes e nas sensações que possam causar, sendo ela positiva ou negativa. No projeto em questão, foram trabalhados materiais pensados para estimular o uso dos sentidos. O tato foi explorado nas texturas dos materiais da fachada (vidro, metal e ACM em cores diferentes) e nas diferentes cores e texturas na zona de acesso ao público e de comércio. O olfato é estimulado em diversas áreas do supermercado, a cefeteria e a padaria, por exemplo, são ambientes que promovem essa experiência sensorial. O olfato é estimulado através dos alimentos ou no processo dos mesmo, onde seu aroma é exalado pelo ambiente, trazendo aquela boa recordação de algum momento da vida. O paladar é trabalhado nas aulas que acontecem dentro da cozinha experimental, onde os alunos podem degustar e experimentar preparos de alimentos e aprender como são feitos. A visão é o sentido que mais recebe estímulo, e também é o que menos é perceptível, justamente por receber uma enxurrada de imagens ao mesmo tempo. O uso das cores, assim como texturas e todos os materiais utilizados, são grandes estimuladores da visão. As esquadrias dispostas de formas diferentes no supermercado, assim como as aberturas zenitais na coberta, são elementos que permitem que a luz penetre no ambiente de maneiras diferentes, dando a sensação de amplitude, além de ajudar no conforto térmico e acústico. O setor de hortifruti é o protagonista e o maior estimulador dos cinco sentidos, onde os usuários podem tocar e cheirar as frutas e legumes, sentir sua textura e levar ao paladar o sabor da lembrança de cada uma delas, trazendo consigo junto um momento vivido.


projeto arquitetônico | capítulo 05 137


conect - rede de supermercados compatos 138

5.1.10 OS MATERIAIS METAL O metal foi utilizado na estrutura do estabelecimento, vigas e pilares, assim como as esquadrias, que possuem o vidro como fechamento. Além disso, a passarela também recebeu o metal como estrutura, tornando-o mais leve e passando a impressão de flutuar no espaço. Por ser uma estética mais industrial e funcional, transmite um ar moderno e urbano, onde sua beleza está na sua leveza e nos seus padrões de acabamento.

CONCRETO O cimento queimado faz parte do revestimento das paredes internas na área de vendas do supermercado. Ele transmite um toque urbano, elegante e neutro, que permite que sejam incluídas na decoração peças mais lúdicas, divertidas e dos mais variados estilos, como forma de dar mais vivacidade e calor frente à frieza cinza do cimento.

MADEIRA A madeira foi utilizada no mobiliário do projeto, por proporcionar uma sensação aconchegante pelo seu visual rústico. Além da estética, ele tem como função a absorção dos sons, melhorando a acústica dos ambientes.

CORES DA FACHADA Foi proposto o uso de ACM nas cores cinza, laranja e amarelo, que juntos fazem a composição da fachada. O cinza tem como principal utilização de ressaltar outras cores, além disso sua cor está associada à tecnologia. Já as cores laranja e amarela, são estimulantes de apetite, além de estimular a criatividade e auxiliar na atração de consumidores e despertar o seu desejo de ação. Essas cores também foram escolhidas por fazerem parte da composição da paleta do entorno, composto por grande parte de edificações residenciais.


projeto arquitetônico | capítulo 05 139

[MATERIALIDADE] 1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

1. concreto aparente

4. madeira pinus

7. tijolo aparente na cor branco

2. estrutura metálica

5. esquadrias em metal e vidro

8. metalon pintado de branco

3. tela metálica para trepadeiras

6. placas de ACM

9. chapa metálica perfurada


conect - rede de supermercados compatos 140

5.1.11 IDENTIDADE VISUAL A ideia do nome CONECT ( junção da palavra em inglês, connect + palavra em português, conecte) surgiu pelo principal objetivo desse projeto, um espaço que conecta pessoas a outras, ao lugar, a uma ação, a ideias, a experiências, ou tudo isso ao mesmo tempo. Ou seja, um local que conecta o usuário com o simples ato de realizar compras, mas de forma presente e consciente, num mundo em que as pessoas estão realizando atividades cada vez mais automáticas, sempre com a cabeça e o pensamento distante, onde o presente não é vivenciado e aproveitado verdadeiramente. É preciso sentir e prestar atenção em cada detalhe que é oferecido ao seu redor, onde pode ser estimulado ainda mais com o uso da arquitetura sensorial, e através dela poder proporcionar diferentes estímulos em um só lugar.

[CORES]

CMYK 76/20/51/2

CMYK 5/72/94/0

CMYK 70/64/63/65

RGB 57/153/140

RGB 230/105/48

RGB 43/43/43

HEX #39998c

HEX #e66930

HEX #2b2b2b

[SÍMBOLO]

CONEXÃO

VERDE

CONECT


projeto arquitetônico | capítulo 05 141

[ALGUMAS POSSIBILIDADES DO LOGOTIPO]

Fig. 53. Logotipo - versão horizontal. Fonte: Autora.

Fig. 54. Logotipo - versão vertical. Fonte: Autora.


conect - rede de supermercados compatos 142

[APLICAÇÕES - ECOBAGS/SACO DE PAPEL]

Fig. 55. Aplicação da marca de diferentes formas em ecobag e saco de papel. Fonte: Autora.


projeto arquitetônico | capítulo 05 143

[APLICAÇÕES - CAMISAS]

Fig. 56. Aplicação da marca de diferentes formas em camisa. Fonte: Autora.


conect - rede de supermercados compatos 144

5.1.12 O MOBILIÁRIO O mobiliário foi desenvolvido de acordo com a necessidade de cada setor do supermercado, de forma que pudesse oferecer mais de uma possibilidade de combinação e de layout. Teve como conceito principal a simplicidade visual, de modo que proporcionasse o mínimo de ruído possível no projeto, deixando o protagonismo das cores e texturas para as frutas, legumes, verduras, produtos e tudo que compõe o supermercado. Os materiais utilizados na composição desses mobiliários foram a combinação de madeira e ferro. Onde utilizou-se do metalon para a estrutura, que foi combinado com a madeira pinus para o fechamento. A utilização desses materiais foram escolhidos por serem acessíveis e pela sua fácil execução. Além de fazer parte do interior do projeto, esses mobiliário também podem ser utilizados na área externa, o estacionamento, para promover eventos aos moradores locais, como feirinha e food truck.

[1]

[2]

[3]

[3]

[4]

[5]


projeto arquitetônico | capítulo 05 145

[1] MESA DE ENCONTRO A mesa de encontro está situada na área central do supermercado, área destinada ao café. A mesa quadrada, com dimensões de 0,80m x 0,80m x 0,73m, dá lugar para até 4 pessoas, mas pode atender muito mais, se forem unidas umas as outras. Essa coleção possui cores distintas, sendo: cinza, verde, amarelo e laranja, que proporcionam uma série de possibilidades e trazem vida ao projeto.

Perfil de metalon (3x3cm) com pintura eletrostática preta

Tampo em madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água

MDF revestido na cor cinza/laranja/amarelo/verde

Fig. 57. Mesa de encontro. Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos 146

[2] BANCO/APOIO PARA CESTAS O mobiliário, composto por madeira pinus, estrutura em metalon e tela metálica, foi utilizado tanto como banco quanto para apoiar as cestas logo na entrada do supermercado, com dimensões de 2,90m x 0,55m x 0,90m.

1,5

0,90

0,47

Cestas

0

5

0,5

Tela metálica Assento em madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água

Perfil de metalon (3x3cm) com pintura eletrostática preta

Fig. 58. Banco/apoio para cestas. Fonte: Autora


projeto arquitetônico | capítulo 05 147

[3] GÔNDOLAS + EXPOSITORES A gôndola (3,25m x 1,00m x 2,00m) é usada para expor todos os produtos secos da mercearia, que pode combina-se com dois tipos de expositores (1,00m x 0,50m x 2,00m / 1,00m x 0,45m x 1,80m).

0 1,0

0

1,0

Expositor lateral

2,00

Gôndola

2,00

Gôndola Expositor lateral Madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água

0,5

0

3,2

5

Perfil de metalon (3x3cm) com pintura eletrostática preta 0

1,0

Expositor lateral

0

1,0

2,00

Gôndola

Gôndola 1,80

Expositor lateral 3,2

0,4

5

Madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água Madeira tipo pinus pintada na cor preta e envernizada

Fig. 59. Gôndolas + expositores laterais. Fonte: Autora

5


conect - rede de supermercados compatos 148

[5] EXPOSITORES DE HORTIFRUTI Esse mobiliário foi pensado para receber frutas, legumes e verduras, que fica situado no setor de hortifruti do supermercado. Os materiais utilizados foram a madeira tipo pinus, metalon pintado de

0,93

branco, caixotes e rodízio para facilitar no transporte desses alimentos. Com dimensões de 1,50m x 1,15m x 0,93m.

1,5 0

5 1,1

Perfil de metalon (2x2cm) com pintura eletrostática branca Madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água Perfil de metalon (3x3cm) com pintura eletrostática branca Caixotes de plástico para estocar as frutas, legumes e verduras Rodízio para facilitar na locomoção desses alimentos Madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água

Fig. 60. Expositor de hortifruti. Fonte: Autora


projeto arquitetônico | capítulo 05 149

[5] EXPOSITORES MODULARES O expositor modular é a composição de diversos módulos com dimensões de 0,50m x 0,50m x 0,50m, que, ao se unirem, formam diferentes modulações que são adaptados às diversas funções, ou seja, se adaptam a qualquer tipo de exposição de produto.

Perfil de metalon (3x3cm) com pintura eletrostática branca

MDF revestido na cor branca

Madeira tipo pinus com acabamento em verniz à base de água

Rodízio para facilitar no deslocamento

OPÇÃO DE MODULAÇÃO

Fig. 61. Expositores modulares. Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos 150

[USOS DO MOBILIÁRIO - ÁREA EXTERNA]

Estacionamento vazio

Feirinha


projeto arquitetônico | capítulo 05 151

Food trucks

Feirinha + food trucks


conect - rede de supermercados compatos 152

5.1.13 DESENHOS TÉCNICOS PAVIMENTO TÉRREO (NÍVEL +0,00) O pavimento térreo possui duas frentes, portanto, duas entradas ao supermercado. Tanto a carga/descarga quanto a entrada dos funcionários, é voltada para a Rua Elvira Pinho, uma via local. O térreo é o pavimento principal para o consumidor que deseja realizar suas compras do dia a dia, composto pela área de vendas, hortifruti, açougue, padaria e frios. Além da zona de comércio, é composto por toda a parte da zona de serviço e áreas de convivência. Nº

NOME DO AMBIENTE ÁREA(m²)

NOME DO AMBIENTE ÁREA(m²)

01

PORTARIA

4,00

26

SAÍDA DE LIXO

8,32

02

WC PORTARIA

2,40

27

ESTACIONAMENTO MOTO

97,59

03

CARGA/DESCARGA

111,39

28

ESTACIONAMENTO CARRO

320,25

CLICK & COLLET

32,90

04

DEPÓSITO DE LIXO

7,70

29

05

DEPÓSITO DE GÁS

6,00

30

WC CLICK & COLLET

2,40

CHECKOUTS 1

61,38 31,26

06

RECEBIMENTO/CONTROLE

16,38

31

07

CIRCULAÇÃO DE SERVIÇOS

30,81

32

ÁREA PROMOCIONAL

08

HIGIENIZAÇÃO

14,40

33

ÁREA DE ESTAR/LEITURA

28,95

EXPOSITORES

129,44

09

ESTOQUE DE MERCADORIA

41,89

34

10

CASA DE MÁQUINAS

15,28

35

DML

2,43

PÁTIO DE REFEIÇÕES

89,34 24,17

11

DML

12,47

36

12

CÂMERA HORTIFRUTI

8,26

37

BAR/CAFETERIA

13

CÂMERA LATICÍNIOS

8,26

38

COZINHA CEFETERIA

8,12

DESPENSA

3,43

14

CÂMERA CONGELADOS

8,26

39

15

CÂMERA FRIOS

8,26

40

CONGELADOS

62,20

16

CÂMERA CARNES

8,26

41

ÁREA DE ESTAR/LEITURA

28,95

HORTIFRUTI

91,60

17

CIRCULAÇÃO DE SERVIÇOS

91,03

42

18

EXPOSITORES AÇOUGUE

12,41

43

ÁREA PROMOCIONAL

37,82

CHECKOUTS

61,09 3,00

19

PREPARO AÇOUGUE

19,25

44

20

EXPOSITORES PADARIA

12,41

45

WC ACESSÍVEL MASC

21

PREPARO PADARIA

19,25

46

WC ACESSÍVEL FEM

3,00

47

WC MASC

11,32

22

EXPOSITORES FRIOS

8,27

23

PREPARO FRIOS

11,82

48

WC FEM

11,32

49

ESTACIONAMENTO CARROS

339,13

24

VEST FUNC MASC

36,49

25

VEST FUNC FEM

39,83


B 1

2

3

4

49

5

6

12

13

FAIXA ELEVADA

-0.20

0.00

IDOSO

IDOSO

PROJ. DA SALA

7

8

9

10

11 PASSEIO

0.00 BICICLETÁRIO 8 VAGAS

ENTRADA/SAÍDA

ADEGA

46

0.00

ADEGA

48

CESTAS

-0.01

44 BEBIDAS GELADAS

0.00

47

-0.01

45

0.00

43

CERVEJA

0.00

42

PROJ. DA SALA

0.00

REFRIGERANTE

0.00

SORVETES

41

40

0.00

C

LATICÍNIOS

PROJ. DA SALA

38-0.01 360.00

SAUDÁVEIS

370.00 390.00

12-0.01 11

34

0.00

13 -0.01

350.00

PROJ. DA SALA

A

MATINAIS

PÃES EMBALADOS

MASSAS

BISCOITOS

LIMPEZA

PERFUMARIA

FESTAS

SOBREMESAS

LATARIA

MERCEARIA

ACESSO ADMINISTRATIVO

330.00

0.00

10

14 -0.01

15 -0.01

19 -0.01

18

0.00

A 0.00

16-0.01

17 0.00

32

090.00

0.00

30-0.01

21 -0.01

20

0.00

24

AUTOATENDIMENTO

0.00

-0.01

31

CESTAS

29

0.00

07

23-0.01

22

0.00

0.00

08-0.01

ENTRADA/SAÍDA

BICICLETÁRIO 8 VAGAS

PASSEIO

ACESSO FUNCIONÁRIOS

0.00

25

-0.01

260.00 PROJ. DA SALA

1

16

2

17

3

18

4

19

5

20

6

21

060.00

SAÍDA DE LIXO

16

17

18

19

20

21

7 FAIXA ELEVADA

28

8

0.00

-0.20

22

27

03

23

-0.20

-0.20

22

23

24

25

26

27

9

24

10

25

11

26

12

27

13

28

14

29

05

N

02-0.01 01

PAVIMENTO TÉRREO ESCALA 1/250

04

0.00

2,5

15

C

15

B

14

5

10


conect - rede de supermercados compatos 154

PAVIMENTO SUPERIOR (NÍVEL +3,88) Já o pavimento superior é composto por toda a área administrativa do projeto. Além disso, conta também com salas de cozinha experimental para todas as idades e uma sala multiuso, conectadas por uma passarela, que dá acesso também a parte administrativa.

NOME DO AMBIENTE

ÁREA(m²)

01

RECEPÇÃO

17,10

02

REFEITÓRIO FUNCIONÁRIOS

34,22

03

ESCRITÓRIO COMPARTILHADO

45,63

04

SALA DE DESCANSO

22,22

05

DIRETORIA

18,52

06

WC DIRETORIA

3,42

07

SALA DE REUNIÃO

27,78

08

FINANCEIRO

16,08

09

WC FINANCEIRO

3,42

10

MONITORAMENTO

11,09

11

TERRAÇO

42,45

12

COZINHA EXPERIMENTAL

42,74

13

COZINHA EXPERIMENTAL

42,74

14

ACESSO SALAS

38,20

15

COZINHA EXPERIMENTAL INFANTIL

39,64

16

SALA MULTIUSO

60,51

17

COZINHA EXPERIMENTAL INFANTIL

39,64

18

COZINHA EXPERIMENTAL

42,74

19

COZINHA EXPERIMENTAL

42,74

20

ACESSO SALAS

38,20


B IDOSO

IDOSO

19

+3.87

20

+3.87

18

+3.87

+3.88

17

+3.87

C

+3.88

16

+3.88

11

+3.87

+3.88

+3.88

02

A

A

+3.87

15

+3.87

01

+3.88

04

+3.88

+3.88

03

+3.88

+3.88

05

+3.88

13

+3.87

+3.87

08

+3.87

07

+3.88

10

09

+3.88

+3.87

Q 2 "

ยบ

csE

+3.87

N

PAVIMENTO SUPERIOR ESCALA 1/250 2,5

C

12

B

14

06

+3.87

5

10



projeto arquitetônico | capítulo 05 157

C

B

CORTES

A

PLANTA CHAVE

C

B

A



TELHA METÁLICA TIPO

ESTRUTURA METÁLICA PARA

SANDUÍCHE ISOTÉRMICA

TRELIÇAS METÁLICAS

SUSTENTAR A COBERTA TOPO DA CAIXA D’ÁGUA +9,81

LAJE IMPERMEABILIZADA

ESCADA DE MARINHEIRO

CALHA IMPERMEABILIZADA

ACESSO CAIXA D’ÁGUA CAIXA D’ÁGUA

ESQUADRIAS DE METAL COM FECHAMENTO EM VIDRO

BARRILETE

COBERTA +6,76

LAJE IMPERMEABILIZADA

GUARDA-CORPO EM PERFIS METÁLICOS COM FECHAMENTO EM TELA METÁLICA PERGOLADO EM ESTRUTURA METÁLICA

EXPOSITORES

ÁREA DE ESTAR/LEITURA

0

2,5

REFEITÓRIO

COZINHA EXPERIMENTAL INFANTIL

COM FECHAMENTO EM TELA METÁLICA

5

ACESSO SETOR ADM

CÂMERA CONGELADOS

PAV. SUPERIOR +3,87

LAJE IMPERMEABILIZADA

PAV. TÉRREO 0,00

CASA DE MÁQUINAS

CORTE AA

10m

TOPO DA COBERTA +10,26

TELHA METÁLICA TIPO SANDUÍCHE ISOTÉRMICA

TOPO DO BLOCO SACANDO +7,40

COZINHA EXPERIMENTAL INFANTIL

FAIXA ELEVADA

2,5

0

5

PASSEIO

CHECKOUTS

ÁREA PROMOCIONAL

PAV. SUPERIOR +3,87

COZINHA EXPERIMENTAL INFANTIL

CAIXA ELEVADOR

EXPOSITORES

CONGELADOS

HORTIFRUTI

ÁREA PROMOCIONAL

CHECKOUTS

PASSEIO

FAIXA ELEVADA

PAV. TÉRREO 0,00

CORTE BB

10m

ESCADA DE MARINHEIRO PLACAS DE ACM NA COR CINZA

ACESSO CAIXA D’ÁGUA

PLACAS DE ACM NA COR CINZA

TOPO DA COBERTA +10,26

COBERTA +6,76

WC FINANCEIRO

PAV. SUPERIOR +3,87

PAV. TÉRREO 0,00

CARGA/DESCARGA

0

2,5

5

10m

WC FUNCIONÁRIOS FEMININO

FINANCEIRO

WC DIRETORIA

WC FUNCIONÁRIOS MASCULINO

DIRETORIA

SALA DE DESCANSO FUNCIONÁRIOS

REFEITÓRIO FUNCIONÁRIOS

TERRAÇO

CIRCULAÇÃO SERVIÇO

CORTE CC



projeto arquitetônico | capítulo 05 161

FACHADAS

FACHADA B

FACHADA D

FACHADA C

FACHADA A

PLANTA CHAVE



FACHADA A 0

2,5

5

10m

5

10m

FACHADA B 0

2,5



FACHADA C 0

2,5

5

10m

5

10m

FACHADA D 0

2,5



Fig. 62. Perspectiva das fachadas A e B. Fonte: Autora

Fig. 63. Perspectiva das fachadas C e D. Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos 168

5.1.14 SISTEMA ESTRUTURAL A estrutura metálica para o supermercado foi escolhida pelas diversas vantagens que ela traz, sobretudo pela versatilidade, rapidez na obra e pela redução do pesa da estrutura. O sistema foi inserido com a intenção de possibilitar grandes vãos, para um maior aproveitamento do espaço, e para dar leveza ao projeto. Além disso, como as peças são criadas em fábrica, já com as dimensões e especificações corretas, a sua montagem é feita rapidamente. O supermercado possui um pé direito de 10 metros, fazendo com que o ar quente suba e o ar frio permaneça embaixo, sempre renovando-se a medida em que os ventos vão circulando no ambiente, e assim evitando o aquecimento no pavimento superior. Além da estrutura metálica, foi utilizada a laje em steel deck, o que possibilita maiores vãos entre pilares e uma maior liberdade à divisão dos espaços internos. Já para as paredes, foi utilizado o drywall, para as internas, e o concreto, para as externas. A coberta adotada no projeto consiste em uma estrutura metálica, com fechamento de placas de telha metálica tipo sanduíche isotérmica. Além disso, foram dispostas, ao longo da coberta, telhas translúcidas, para o aproveitamento da iluminação natural zenital.


projeto arquitetônico | capítulo 05 169

Telha metálica tipo sanduíche isotérmica + telhas translúcidas

Estrutura metálica da coberta

Estrutura metálica composta por vigas (seção “I” 20 x 30 cm) e pilares (seção “I” 20 x 20 cm) do pavimento superior

Laje em steel deck

Estrutura metálica composta por vigas (seção “I” 20 x 30 cm) e pilares (seção “I” 20 x 20 cm) do pavimento térreo

Fig. 64. Sistema estrutural. Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos 170

5.1.15 DETALHES CONSTRUTIVOS

Telha metálica tipo sanduíche isotérmica

Placas de ACM nas cores cinza, laranja e amarelo

Esquadrias em metal com fechamento em vidro DETALHE 01

Estrutura metálica portante para fixar as placas de ACM no concreto

Espaço entre as placas e a alvenaria para ventilação e resfriamente

Viga metálica

Esquadrias em metal com fechamento em vidro

Fig. 65. Corte perspectivado com vista para a fachada C. Fonte: Autora


projeto arquitetônico | capítulo 05 171

[FACHADA VENTILADA] O sistema de fachada ventilada caracteriza-se por painéis, que são fixados à fachada

gura média de 10 a 15 centímetros, por onde

principal da edificação, com aço inoxidável

ocorre a ventilação contínua no sentido vertical. Além da estética, esse sistema propor-

ou alumínio. O afastamento entre as duas estruturas, cria uma cavidade de ar, com lar-

ciona economia de energia, conforto térmico, segurança e durabilidade.

DETALHE 01 - FACHADA VENTILADA

Alvenaria em tijolo de concreto

Material de isolante térmico

Placas de ACM nas cores cinza, laranja e amarelo fixaddas na estrutura metálica portante

Estrutura metálica portante fixada no concreto

Espaço entre as placas e a alvenaria para ventilação e resfriamento da fachada

Fig. 66. Detalhe 01 - fachada ventilada. Fonte: Autora


conect - rede de supermercados compatos 172

Telha metálica tipo sanduíche isotérmica Treliça metálica Telha translúcida para iluminação zenital Vigas metálicas Esquadrias em metal com fechamento em vidro

Esquadrias em metal com fechamento em vidro Guarda-corpo em perfis metálicos com fechamento em tela metálica DETALHE 02

Piso em chapa metálica perfurada Estrutura de vigas e ilares metálicos

Laje em steel deck

Fig. 67. Corte perspectivado com vista para o térreo e para a cozinha experimental infantil no pavimento superior. Fonte: Autora


projeto arquitetônico | capítulo 05 173

[LAJE STEEL DECK] Esse sistema é composto por chapas de aço galvanizado em forma de trapézio. Essas chapas possuem “buracos” a cada dobradiça, onde são instalados toda a parte hidráulica e elétrica do imóvel. Umas das suas vantagens é o processo de construção de forma

DETALHE 02 - LAJE STEEL DECK

Concreto

Armadura

Forma metálica (steel deck)

Viga metálica

Fig. 68. Detalhe 02 - laje steel deck. Fonte: Autora

mais rápida e prática, pois possui apenas três etapas: a instalação das chapas de aço, o posicionamento da malha, e a aplicação do concreto. Além disso, ela gera uma menor quantidade de entulho, se comparada a outras construções.


conect - rede de supermercados compatos 174

Esquadrias em metal com fechamento em vidro

Esquadrias em metal com fechamento em vidro

Esquadrias em metal com fechamento em vidro

DETALHE 03

Guarda-corpo em perfis metรกlicos com fechamento em tela metรกlica

Piso em chapa metรกlica perfurada

Estrutura de vigas e pilares metรกlicos

Laje em steel deck

Fig. 69. Corte perspectivado com vista para cozinha experimental infantil no pavimento superior. Fonte: Autora


projeto arquitetônico | capítulo 05 175

[PASSARELA METÁLICA]

DETALHE 03 - PASSARELA METÁLICA

Guarda-corpo em perfis metálicos com fechamento em tela metálica

Guarda-corpo em perfis metálicos com fechamento em tela metálica

contraventamento metálico

Piso em chapa metálica perfurada montante metálico perfil “C”

viga metálica perfil “I”

Fig. 70. Detalhe 03 - passarela metálica. Fonte: Autora



Fig. 71. Perspectiva da fachada voltada para a Rua Elvira Pinho. Fonte: Autora



Fig. 72. Perspectiva da fachada voltada para a Rua BarĂŁo de Sobral. Fonte: Autora



Fig. 73. Perspectiva dos checkouts. Fonte: Autora



Fig. 74. Perspectiva do setor hortifruti. Fonte: Autora



Fig. 75. Perspectiva do corredor de refrigeradores verticais. Fonte: Autora



Fig. 76. Perspectiva da cafeteria. Fonte: Autora



Fig. 77. Perspectiva dos expositores. Fonte: Autora



Fig. 78. Perspectiva do aรงougue, padaria e frios. Fonte: Autora



Fig. 79. Perspectiva vista da passarela. Fonte: Autora



Fig. 80. Perspectiva da cozinha experimental. Fonte: Autora



Fig. 81. Perspectiva da cozinha experimental. Fonte: Autora


6


CONSIDERAÇÕES Considerações finais Referências bibliográfias

6

P. 200 P. 202


200

considerações finais Diante de um mercado cada vez mais competitivo, é preciso manter a sobrevivência e o crescimento das micro e pequenas empresas, para que assim possa movimentar dinheiro dentro do próprio bairro, gerando novas oportunidades de negócios. Sendo esta uma forma de contribuir para uma melhor distribuição de renda da cidade. A realização deste trabalho foi enriquecedora, pois através dele foi possível visualizar a real importância que os pequenos negócios, como os mercadinhos de vizinhança, exercem no bairro e no Brasil. Após o entendimento do funcionamento destes estabelecimentos comerciais, foi possível propor melhorias através de estratégias arquitetônicas, da arquitetura sensorial, identidade visual e do aproveitamento de ventilação e iluminação natural. Por ter vindo de pais comerciantes, e te der convivido desde pequena dentro do mercadinho dos meus pais, pude notar o quanto aquele ambiente fazia parte de mim. Ali era como se fosse uma extensão da minha própria casa, onde iria sempre para reencontrar e conversar com os vizinhos. Ao decorrer dos anos, pude notar que esse mesmo vínculo de pertencimento também era um sentimento que os fregueses tinham, que faziam suas compras diariamente, e passavam


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horas e horas, reunidos, sentados ao lado do balcão, para colocar o papo em dia com meus pais, os proprietários do estabelecimento. Em vista disso, o projeto proposto aqui, é uma resposta as inquietações que foram percebidas nesses pequenos estabelecimentos comerciais. Um projeto que possa ser replicados às diversas situações na cidade de Fortaleza, que busca torná-lo acessível à todas as classes, assim como um requalificador dos espaços urbanos. As propostas sugeridas aqui tem como objetivo transformar esses estabelecimentos em um ambiente que fosse além de um espaço comercial, mas como um potencializador das relações sociais, criador de conexões, que promovesse espaços de troca de ideias, encontros e experiências, além de despertar o sentimento de pertencimento dos moradores e trabalhadores do bairro e entorno. Por fim, espera-se que este Trabalho Final de Graduação (TFG) possa ter contribuído positivamente para os projetos comerciais, mostrando a essência dos mercadinhos de bairro e do que eles são capazes de proporcionar, além de poder tornar esses pequenos estabelecimentos mais visíveis e aproximá-los ao olhar do leitor.


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Referências bibliografias FORTALEZA, Prefeitura Municipal. Lei complementar nº236 de 11 de agosto de 2017. Parcelamento, uso e ocupação do solo. BERNARDINO, E. C.; PACANOWSKI, M.; KHOURY, N.; REIS, U.; Marketing de Varejo. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. BLESSA, Regina. Merchandising no ponto-de-venda. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2012. BORGES, Admir Roberto. Marketing de varejo: as estratégias adotadas pelos supermercados de vizinhança para conquistar e fidelizar clientes. 2001. 173 f. (Pós-Graduação em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. BRASIL FOOD TRENDS 2020. São Paulo: [S.I], 2010. CAMPOS FILHO, Candido Malta. Reinvente seu bairro: Caminhos para você participar do planejamento de sua cidade. São Paulo: 34, 2010. DIAS, Alisson de Souza; ANJOS, Marcelo França dos. Projetar sentidos: a arquitetura e a manifestação sensorial. 5° Simpósio De Sustentabilidade E Contemporaneidade Nas Ciências Sociais, Coopex, 2017. p. 1 - 18. Estado de S. Paulo. Pequenos gigantes. 2015. Disponível em: <https://www.investe.sp. gov.br/noticia/pequenos-gigantes/>. Acesso em: 25 mar. 2019. FURUTA, Erika Cristina. Razões de escolha de supermercados de vizinhança como ponto de compra. 2002. 98 f. TCC (Graduação) - Curso de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. JÚNIOR, José Vanildo de Oliveira. Fluxograma do processo de planejamento arquitetônico aplicado a mercados públicos. 2006. 147 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Urbana, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012. LAS CASAS, Alexandre Luzzi; GARCIA, Maria Tereza. Estratégias de Marketing para Varejo: Inovações e diferenciações estratégicas que fazem a diferença no marketing de varejo. São Paulo: Novatec, 2007. LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto: Planejamento, dimensionamento e projeto. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. MATTAR, Fauze Najib. Administração de varejo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. NEVES, Juliana Duarte. Arquitetura Sensorial: A arte de projetar para todos os sentidos. Rio de Janeiro: Mauad, 2017. NOGUEIRA, Heloisa; SOUZA, Marco. Gestão de Marketing I. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2009. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: A arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.


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PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores: Um livro de consulta e referência para projetos. São Paulo: G. Gili, Ltda, 2013. Plano municipal de saúde de Fortaleza: 2018 - 2021 / Secretaria Municipal da Saúde. – Fortaleza: Secretaria Municipal da Saúde, 2017. QUEIROZ, Tatiana Silva de; SOUZA, Tereza de; GOUVINHAS, Reidson Pereira. Estratégias de marketing como um diferencial na escolha do supermercado de bairro. Ram – Revista de Administração Mackenzie, Natal, v. 9, n. 3, p.58-84, 2008. ROCHA, Gessyca. Estudo da ONU aponta que tamanho das famílias no Brasil está abaixo da média mundial. 2018. Disponível em: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/ noticia/2018/10/17/estudo-da-onu-aponta-que-tamanho-das-familias-no-brasil-esta-abaixo-da-media-mundial.ghtml>. Acesso em: 25 mar. 2019. SEBRAE. Mercados de vizinhança ganham força no Brasil. 2014. Disponível em: <http:// www.agenciasebrae.com.br/sites/asn/uf/NA/mercados-de-vizinhanca-ganham-forca-no-brasil,d4f48c6b6d199410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 25 mar. 2019. SEBRAE. Merchandising nos pequenos negócios. Sebrae, Minas Gerais, nov. 2018. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/mg/artigos/merchandising-nos-pequenos-negocios,c5b05865750a9410VgnVCM1000003b74010aRCRD> Acesso em: 25 mar. 2019. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Ações para minimercado sustentável: Série minimercados. SEBRAE, 2014. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Autodiagnostico para minimercados: Série minimercados. SEBRAE, 2016. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Como montar um minimercado. SEBRAE. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Estudo setorial minimercados: Série estudos mercadológicos. SEBRAE, 2014. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Comércio e serviços: Varejo de alimentos: Mercadinhos. SEBRAE, 2017. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. 6 Tendências de sustentabilidade para pequenos negócios. SEBRAE. SOARES, Sergio Arreguy; BORGES, Fabio Roberto Ferreira; BORGES, Admir Roberto. O cross merchandising e a promoção nos supermercados compactos: juntando fraldas, livros, vinhos, queijos, pimenta e gergelim, de forma atraente. In: INTERCOM – XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Curitiba, 2009. p. 01 - 15. UNDERHILL, Paco. Vamos às compras!: A ciência do consumo nos mercados globais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. VAROTTO, Luis F. História do Varejo. GV-executivo, São Paulo, v.5, n.1, 2006, p.86 – 90.


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Apêndice 1 - Formulário de pesquisa PESQUISA FEITA DENTRO DO MERCADINHO BANDEIRANTE DURANTE MOMENTO DE COMPRA

Nome Resposta: Profissão Resposta: Idade Resposta: Sexo Masculino

Feminino

Em qual bairro você mora? Resposta: 1. Qual a sua escolaridade? Ensino fundamental completo Ensino fundamental incompleto Ensino médio completo Ensino médio incompleto Ensino superior completo Ensino superior incompleto 2. Quantas pessoas moram com você? De 1 a 3 De 3 a 5 De 6 a 9 Acima de 9 3. Como você se dirige ao mercadinho para fazer suas compras? De carro A pé De táxi De ônibus De bicicleta 4. Escolha os três fatores principais que fazem de você um cliente deste mercadinho. (O que te leva a comprar aqui?) Atendimento Entrega em domicílio Estacionamento Limpeza e organização Preço


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Facilidade de pagamento Proximidade da residência Qualidade/variedade dos produtos Outro: 5. Quantas vezes na semana você realiza compras neste mercadinho? Resposta: 6. Há quanto tempo você frequenta este mercadinho? Menos de 6 meses De 6 meses a 1 ano De 1 ano a 2 anos De 2 ano a 3 anos De 3 ano a 4 anos Mais de 4 anos 7. O que lhe agrada neste espaço? Resposta: 8. Na sua opinião, o que este mercadinho não vende e que poderia vender? Resposta: 9. Você frequenta algum supermercado? Quais? Com que frequência? Por quê? Resposta: 10. Você acha que fatores como: iluminação, identidade visual, identificação dos setores, mobiliário adequado e circulação adequada, influenciariam positivamente nas suas compras? Sim Não 11. Se o mercadinho oferecesse outro tipo de serviço, você utilizaria? Qual? Sim Cafeteria Cursos/workshops Salas de coworking Espaço para leitura Outro: Não


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Anexo 1 - Normas gerais FONTE: LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA

Art. 89. A área de construção computável no cálculo do índice de aproveitamento é calculada de acordo com os seguintes usos: I - Residencial: A soma das áreas privativas das unidades autônomas definidas pela NBR nº 12.721, excluídas as sacadas com largura total máxima de 1,05m (um metro e cinco centímetros) e as áreas destinadas a estacionamento; II - Edifício-garagem: Corresponde a 90% (noventa por cento) da área total construída; III - Demais Usos: Corresponde a 65% (sessenta e cinco por cento) da área total construída, excluídas as sacadas com largura total máxima de 1,05m (um metro e cinco centímetros) e as áreas destinadas a estacionamento.


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Anexo 2 - Adequação ao sistema viário Normas e adequação dos usos ao sistema viário FONTE: LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA

Tabela 6 Adequação dos usos ao sistema viário GRUPO: Comercial SUBGRUPO: CV CLASSE: 2 VIA COLETORA

ADEQUADO

RECUOS (FT): 10m RECUOS (LT): 3m RECUOS (LT): 3m Fonte: Adaptado do Anexo 8.2 da LUOS 2017.

2. Ao pavimento térreo é permitido reduzir os recuos laterais até encostar nos confinantes (vizinhos), respeitados os recuos de frente e fundos, a taxa de ocupação, o índice de aproveitamento, a taxa de permeabilidade da zona e as condições mínimas de ventilação e iluminação dos compartimentos e ao disposto no Art. 1301 da Lei nº 10.406/2002 - Código Civil Brasileiro. Neste caso o nível da laje de cobertura não poderá ultrapassar a cota de 5,50m (cinco metros e cinquenta centímetros), contados do nível mais baixo do passeio por onde existe acesso. Esta Norma não se aplica aos imóveis inseridos nas Zonas de Interesse Ambiental e para Zona de Orla - Trecho VI Cais do Porto. 4. Deverá ter área própria para carga e descarga, observando o disposto nos Anexos 8.1 e 8.2.


Lista de figuras Figura 01 Figura 02 Figura 03 Figura 04 Figura 05 Figura 06 Figura 07 Figura 08 Figura 09 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41

Varejo de alimentos O autosserviço O visual merchandising Pequeno estabelecimento Supermercado compacto Fachada da loja Imagine Açaí Mobiliário reutilizado e estante Uso de arquibancada Iluminação artificial no varejo Loja vivire Loja Outer.shoes Formato e design no Minuto Pão de Açúcar Fachada do Supermercado Solera Identidade visual do Supermercado Solera Degustações e seminários na cozinha O Supermercado Solera possui dois checkouts The hub, local destinado a praça de alimentação Estrutura dos boxes do Mercado de Boston The kitchen, cozinha para aulas, cursos e exibições Planta de acesso do Mercado de Boston Planta baixa do Mercado de Boston Sistema estrutural dos boxes Fachada do Mercado Campachi Prateleiras em parede de tijolinho aparente Refrigeradores verticais Balcões expositores de frutas de metalon e madeira Mobiliários expositores de frutas feito em madeira Mesas do café Pequena cozinha do café Circulação entre checkout e expositor de frutas Circulação entre os refrigeradores e expositores Prateleiras e geladeira ne entreda da loja Checkout de atendimento Interior do Fazendinha Supermercado Circulação ampla e escritório no mezanino Escritório com vista para a área de vendas Pé direito duplo na área de vendas Área de hortifruti com pé direito de 2,90m Área dos refrigeradores próximo aos checkouts Padaria e açougue se encontram ao lado direito A Fazendinha possui quatro checkouts

28 31 37 41 43 47 48 48 54 61 61 67 69 70 71 71 73 73 74 76 77 78 81 82 82 82 82 82 83 83 83 83 83 85 86 86 86 86 86 87 87


Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura 60 Figura 61 Figura 62 Figura 63 Figura 64 Figura 65 Figura 66 Figura 67 Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72 Figura 73 Figura 74 Figura 75 Figura 76 Figura 77 Figura 78 Figura 79 Figura 80 Figura 81

Área de hortifruti e congelados Área do açougue Amplos corredores com prateleiras Imagem aérea da quadra, com o limite do terreno Edificações dentro do terreno que serão removidas Terreno vazio com vista a partir da Rua Elvira Pinho Carta Solar de Fortaleza-CE Imagem aérea quadra atualmente, Rua Barão de Sobral Imagem aérea quadra projeto, Rua Barão de Sobral Imagem aérea quadra atualmente, Rua Elvira Pinho Imagem aérea quadra projeto, Rua Elvira Pinho Logotipo - versão horizontal Logotipo - versão vertical Aplicação da marca de diferentes formas em ecobag/saco Aplicação da marca de diferentes formas em camisa Mesa de encontro Bancos/apoio para cestas Gôndolas + expositores laterais Expositores de hortifruti Expositores modulares Perspectiva das fachadas A e B Perspectiva das fachadas C e D Sistema estrutural Corte perspectivado com vista para a fachada C Detalhe 01 - fachada ventilada Corte perspectivado - térreo e cozinha experimental Detalhe 02 - laje steel deck Corte perspectivado - cozinha experimental infantil Detalhe 03 - passarela metálica Perspectiva da fachada voltada para a Rua Elvira Pinho Perspectiva da fachada voltada para Rua Barão de Sobral Perspectivas dos checkouts Perspectiva do setor hortifruti Perspectiva do corredor de refrigeradores verticais Perspectiva da cafeteria Perspectiva dos expositores Perspectiva do açougue, padaria e frios Perspectiva vista passarela Perspectiva da cozinha experimental Perspectiva da cozinha experimental

87 87 87 104 105 105 106 132 133 134 135 141 141 142 143 145 146 147 148 149 167 167 169 170 171 172 173 174 175 176 178 180 182 184 186 188 190 192 194 196


Lista de tabelas Tabela 01 Tabela 02 Tabela 03 Tabela 04 Tabela 05 Tabela 06 Tabela 07 Tabela 08 Tabela 09 Tabela 10

Os 6 Ps do composto varejista Parâmetros Urbanos de Ocupação Classificação das atividades por grupo e subgrupo Adequação dos usos às zonas Adequação dos usos ao sistema viário Programa de necessidades - zona de acesso ao público Programa de necessidades - zona de comércio Programa de necessidades - zona administrativa Programa de necessidades - zona de serviços Adequação dos usos ao sistema viário

33 100 100 100 100 115 115 115 115 207

Lista de gráficos Gráfico 01 Gráfico 02 Gráfico 03 Gráfico 04 Gráfico 05 Gráfico 06 Gráfico 07 Gráfico 08 Gráfico 09 Gráfico 10 Gráfico 11 Gráfico 12 Gráfico 13

Idade dos entrevistados Sexo dos entrevistados Escolaridade dos entrevistados Quantidade de pessoas que moram com o entrevistado Como o entrevistado se dirige ao mercadinho Fatores que fazem dos entrevistados clientes Frequência que os entrevistados fazem compras Tempo que os entrevistados frequenta o mercadinho O que agrada os entrevistados no mercadinho O que poderia vender que não vende Frequência dos entrevistados em um supermercado Fatores que influenciam positivamente nas compras Se o entrevistado utilizasse outro tipo de serviço

118 118 118 118 118 119 119 120 120 120 121 121 121

Lista de mapas Mapa 01 Mapa 02 Mapa 03 Mapa 04 Mapa 05 Mapa 06 Mapa 07 Mapa 08 Mapa 09 Mapa 10 Mapa 11

Mapa de Fortaleza, com o bairro Montese em destaque Bairro Montese em destaque, e os bairros vizinhos Mapa do bairro Montese com o traçado das vias Mapa de mobilidade urbana Mapa dos principais equipamentos Mapeamento com o raio de influência dos mercadinhos Mapa Macrozonas LUOS - Recorte Montese Mapa zonas especiais ZRU1 - Recorte Montese Mapa sistema viário - Recorte Montese Delimitação do terreno proposto para o projeto Mapa de gabarito das edificações próximas ao terreno

93 93 93 95 97 99 101 101 101 103 107


Anotações


FONTES UTILIZADAS Nexa xbold Nexa book Nexa light Gelo bold Gelo regular

#b4b5b9

C=30 M=24 Y=22 K=0

#69d4ce

C=53 M=0 Y=25 K=0

#3b3c96

C=93 M=91 Y=2 K=0

#b3bb3f

C=34 M=15 Y=95 K=0

#e66639

C=5 M=74 Y=87 K=0

por JULIETE MACÊDO diagramação modelagem renderização pós-produção julietemacedo.arq@gmail.com



O Trabalho Final de Graduação (TFG) em questão, trata do desenvolvimento do protótipo de uma situação real de projeto de uma rede de supermercados compactos, implantado no Montese, Fortaleza-CE. Todo um referencial teórico foi desenvolvido para dar o embasamento necessário às propostas sugeridas aqui. O projeto tem como proposta oferecer um ambiente que vai além de um espaço comercial, mas como um local de conexão, de encontro e de troca de ideias e experiências. O tema propõe a qualificação desses estabelecimentos, que são frequentados diariamente pela população local, tendo como premissa principal a aplicação do conceito da arquitetura sensorial, com o intuito de influenciar positivamente nas compras e proporcionar experiências prazerosas aos consumidores.


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