Jornal Jundiaí Notícias | 017

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O T I U T A GR

“Força Aérea” ataca mosquitos em Várzea Prefeitura contrata drone para bisbilhotar telhados de imóveis fechados. PÁGINA 3

Jundiaí

19 a 25 de março de 2015 Edição nº 17, ano 1 Verão Aglomerado Urbano de Jundiaí + Itatiba | www.jundiainoticias.com.br | www.facebook.com/jnoficial

ANIVERSÁRIO

PÁGINAS 6 A 15

UM RECORDE DE DIVÓRCIOS EM JUNDIAÍ

COM MUDANÇA NA LEI, CASAIS QUE NÃO BRIGAM SE SEPARAM NO CARTÓRIO SEM RECORRER À JUSTIÇA. PÁGINA 4

POLÍTICA

DEPUTADO DE JUNDIAÍ TOMA POSSE Alexandre Pereira promete trabalhar pelas cidades da região. PÁGINA 16 HIstória

patrimônio

festa

roquinho já é parte da história de nossas cidades

museu de jundiaí faz jubileu de ouro no sábado

ITUPEVA PROMOVE SHOW COM O CANTOR LEONARDO

Quarenta anos chefiando gabinetes tornaram Roquinho conhecido no Estado. PÁGINA 15

Acervo está no Solar do Barão, primeiro prédio tombado em todo o Estado. PÁGINA 4

Será no sábado (21) no Parque da Cidade. E o melhor de tudo: é de graça. PÁGINA 10

Roque Agostinho, o Excelência | DIVULGAÇÃO


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EDITORIAL

ARTIGO

19 a 25 de março de 2015

EDITORIAL

Dia de reflexão

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esde 1992, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o Dia Mundial da Água, o 22 de março vem sendo comemorado a fim de despertar a atenção de povos do mundo todo sobre a necessidade da preservação e da manutenção deste recurso hídrico. Mas esta necessidade de preservação nunca foi tão discutida como nos últimos 12 meses, com a severa crise hídrica que afetou principalmente os estados de São Paulo e Minas Gerais. O Sistema Cantareira, o maior complexo produtor de água para a Região Metropolitana de São Paulo, chegou a níveis alarmantes. Cidades da região de Jundiaí, como Itu, viveram o drama das torneiras secas por meses. Foi uma situação crítica e desesperadora para milhares de famílias mas chamou a atenção da população para um fato até então ignorado: a água é um elemento esgotável. Jundiaí foi uma exceção em meio à crise. A DAE manteve o abastecimento normal e a cidade foi citada como exemplo de boa gestão hídrica em mídias locais, regionais e até nacionais como Época, Veja, Bandeirantes, SBT Brasil e Rede Globo. Todas as reportagens buscaram entender o porquê não houve crise no município. A resposta é simples: a situação confortável de Jundiaí diante da crise é resultado de planejamento e de investimentos realizados anos atrás e que vem sendo mantidos. É resultado da mente visionária de ex-prefeitos das décadas de 70 e 80 e de funcionários que passaram pela DAE ou que ainda estão trabalhando na empresa. Todos deixaram con-

tribuições como a inauguração da Estação de Tratamento de Água de Jundiaí e da Casa de Bombas, a autorização de captação da água do Rio Atibaia; construção das duas represas e da barragem do Parque da Cidade e outras obras que foram essenciais para garantir o abastecimento durante a crise. E estes investimentos não podem parar. Esta administração vem trocando tubulações antigas que reduzem a perda física e substituindo hidrômetros com mais de cinco anos de uso. Desde 2013 realiza projetos de recuperação, conservação e preservação de manancial que vão garantir, daqui a cinco ou seis anos, o aumento da produção de água do Rio Jundiaí Mirim, a principal fonte de abastecimento do município. Também está em estudo a ampliação da represa, de 8.3 bilhões de litros de água para cerca de 9 bilhões de litros. A DAE também está investindo, desde 2014, em campanhas de uso racional e, com o apoio de toda a população, o consumo caiu 15% e hoje não falta água em Jundiaí. É de suma importância que a população entenda que os atos de lavar a calçada ou tomar banhos demorados são práticas que devem ser abolidas do dia a dia. E que o investimento em tecnologias simples, como torneiras com temporizador ou válvulas de descarga com duplo acionamento, trazem retorno a curto prazo e grande benefício ao meio ambiente. É por isso que neste Dia Mundial da Água convido a todos a uma reflexão sobre a importância da preservação e do bom uso deste recurso hídrico, para que juntos possamos preparar o ambiente para a chegada das novas gerações.

Jamil Yatim - Advogado e diretor presidente da DAE Jundiaí, empresa que atua na área de saneamento básico no município

Falta respeito e educação

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oradores de condomínios reclamam cada vez mais da falta de respeito e educação em seus prédios. São os acintes de vizinhos, a arrogância de síndicos, seguranças e porteiros, o barulho fora de hora e principalmente, a falta de punição e além de tudo, as taxas que não param de aumentar. Não importa a classe social, o padrão. O problema está na maioria, nuns mais, noutros menos. Queixamse os moradores de prédios da indolência e da preguiça dos funcionários, que recebem em dia, reclamam muito e pouco fazem. Num dos casos, o morador precisa passar um cartão magnético na portaria para abrir a cancela e sair com o carro.

Em dias de chuva torrencial, os porteiros não se mexem. O morador precisa abrir o vidro, esticar o praço, se molhar, para a cancela abrir. Queixam-se também os moradores do excesso de gente na limpeza - são comuns, dizem, as rodinhas desse pessoal em horário de trabalho e a má vontade de passar a vassoura onde está sujo. Entre moradores também há encrencas por falta de educação. O principal motivo é a posse de animais de estimação, prática proibida terminantemente na maioria dos regulamentos internos, mas tão comum que alguns entendem que nem deveria haver regulamentos. E o problema não é a posse do animal, normalmente cães. Há casos de reclamações de donos de cachorro que fi-

cam fora do apartamento o dia inteiro, deixando o animal abandonado, que chora e late, incomodando os demais. Não adianta reclamar. Síndicos não costumam se indispor com moradores, e esses, que têm animais, têm sua defesa pronta quando aparecem reclamações - sempre alegam perseguição. Para a maioria que reclama, o problema é falta de educação e respeito. E dizem ainda que não será agora, que todos os perturbadores são adultos, que irão adquirir hábitos civilizados. Educação é coisa que vem de berço. E quem não respeita, quem não tem educação, apenas está mostrando como foi sua criação - num estábulo ou num galinheiro.

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GERAL

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Várzea usa sua “força aérea” para atacar mosquito da dengue Em vez de procurar os focos de criação na maneira convencional, prefeitura resolveu usar um drone

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prefeitura de Várzea anunciou, com pompa e circunstância, o uso de um drone, ou de sua “força aérea”, para combater o mosquito da dengue. Explicando: não haverá tiros nem bombardeios - o drone vai sobrevoar grandes imóveis, como galpões, que podem, em tese, ter água acumulada em seus telhados. E vai fotografar o que encontrar, para depois intimar seus donos para tirar essa água. Bonito né? Não. É um típico caso de invasão de privacidade. Ao sobrevoar determinada área, não há garantias de quem esteja operando o drone vá se limitar aos telhados. Pode encontrar coisa mais interessante em seu caminho. O procedimento normal para uma prefeitura adotada por todas as brasileiras, exceto Várzea do prefeito Nem-a-pau-Juvenal - é localizar os donos de imóveis que não estejam ocupados e pedir autorização para lá entrar e verificar se há focos do mosquito. Na pior das hipóteses (quando o dono não é encontrado), é recorrer à Justiça, que poderá autorizar a entrada dos agentes de saúde. A prefeitura de Várzea usou o atalho - está sobrevoando garbosamente os imóveis que suspeita com o drone e fotografando tudo. Como invasão de privacidade é crime, é quase certo que logo apareça alguma ação contra a prefeitura - basta um vizinho se sentir espionado para motivar a queixa-crime. No ano passado, por exemplo, a Oi (empresa de telefonia) ganhou uma multa de R$ 3,5 milhões do Ministério da Justiça porque andou bisbilhotando o que seus clientes conversavam. A multa só não foi maior porque a OI, ao saber que estava sendo investigada, suspendeu a farra. Há quem entenda também que o uso de drones pode acarretar em invasão de domicílio, e aí a coisa se complica quando cometido por funcionário público, pois a pena é aumentada. Melhor seria a prefeitura procurar os focos como todo mundo - olhando as casas, pedindo autorização para os donos de imóveis para entrar, e não contratando uma “força aérea” para fazer mais asneiras.

Drone invade privacidade | DIVULGAÇÃO


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GERAL

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Museu Histórico e Cultural de Jundiai completa 50 anos

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o próximo dia 28, o Museu Histórico e Cultural de Jundiaí estará completando 50 anos de sua fundação. Não está programada nenhuma exposição especial - e nem precisa, tamanha a riqueza cultural e importância de seu acervo. O museu foi criado em 1955, mas só foi instalado e inaugurado dez anos depois. Seu primeiro organizador e diretor foi o padre Antonio Tolói Stafuzza, mais conhecido pelas encrencas que arrumava na cidade do que por suas orações. Stafuzza tinha uma língua afiada, e não poupava ninguém, colecionando inimigos (os que eram criticados) e amigos (os que se aproximavam para serem poupados). Mas Stafuzza tinha muitas qualidades, dentre elas a visão de futuro e o empreendedorismo. Para organizar o museu, contou com ajuda de muita gente, aí incluindo alguns historiadores, como Aldo Cipolato, Alceu de Toledo Pontes, Nelson Foot, além de pessoas que de uma forma ou outra colaboraram com a história da cidade: Francisco de Matheo, Romeu Pelliciari e Benedito de Paula Certain. O museu começou pequeno, no Parque Comendador Carbonari. Em 1982 foi trans-

ferido para o Solar do Barão, o primeiro prédio tombado no Estado de São Paulo. Mantém originais sua estrutura e afrescos internos, incluindo pisos, portas e janelas. Foi construído no final do século 18 e início do 19. A data exposta atualmente na placa na entrada do prédio remonta ao ano de 1862, quando aconteceu uma reforma na casa devido ao casamento de uma das filhas do barão. São três espaços: um com exposição de longa duração, que aborda a história da cidade e região. Outro de média duração, com exposições que ficam de três a quatro meses, e um terceiro espaço em curto período, de 30 a 40 dias. Atualmente pode ser vista a exposição “Brinquedos e Brincadeiras”, de média duração, até a primeira quinzena de maio, com brinquedos a partir da década de 50 até os anos 90. A exposição de curta duração atual tem como foco o patrimônio arqueológico em Jundiaí e tem como título “Patrimônio Cultural de Jundiaí: Presente e Passado”. O Museu Histórico e Cultural de Jundiaí funciona de terça a sexta-feira das 10 às 17 horas, e aos sábados das 9 às 13 horas. As visitas são gratuitas. Outras informações pelos telefones 45216259 e 4586-8414.

O museu funciona numa casa que foi do Barão de Jundiaí, que foi tombada em 1970 por seu valor histórico

Governador Adhemar de Barros e padre Stafuzza | DIVULGAÇÃO

Jundiaí é quase uma recordista em divórcios Desde que a lei mudou, permitindo aos casais se separarem sem advogado e precisar brigar na frente do juiz, o número de divórcios feitos em cartório em Jundiaí cresceu, ao contrário das demais cidades do Brasil. Só no ano passado, foram 186 casais - em 2013, foram 132. O presidente do Conselho Notarial do Brasil (CNB), Carlos Fernando Brasil Chaves, acha que a situação vai se normali-

zar, passada a novidade, estabelecida em 2007. Daquele ano até agora os cartórios paulistas fizeram mais de 105 mil papeladas desse tipo - ou eram divórcios ou conversões de separações em divórcio. Antes, para o homem se livrar da mulher, ou viceversa, era mais complicado. Precisava haver a separação, o desquite, e depois de algum tempo vinha o divórcio. Com a lei valendo desde 2007, basta os dois quererem, sem briga bem entendido, ir ao car-

tório e assinar que tudo está sendo feito dentro da vontade de ambos. Se o casal tiver filhos com guarda já definida, também não é problema. Caso contrário, o jeito é ir pelo método tradicional - aquele, que durante o processo tem toda a roupa suja da casa lavada quase em público, e que no final os dois saem da audiência com juras de ódio eterno, até que a morte de um os separe de verdade.


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Dengue se alastra e está perto de ser epidemia Das 645 cidades paulistas, 604 já registraram pelo menos um caso. E a cada dia, novas suspeitas

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té agora, neste ano, são 281 casos para cada 100 mil habitantes em todo o Estado de São Paulo. Se chegar a 300, aí sim a dengue será considerada epidemia. 90% das cidades já confirmaram pelo menos um caso - algumas muito mais. Os dados são do Ministério da Saúde, divulgados no domingo passado (15). Marília, Catanduva, Rio Claro, Sorocaba e Guararapes estão entre as cidades com as maiores ocorrências da doença. De acordo com o ministério, o Estado já registrou 35 mortes entre 1º de janeiro e o dia 7 deste mês, 26 a mais que o ocorrido no mesmo tempo de 2014. A Secretaria Estadual

da Saúde, por sua vez, informou que, em janeiro e fevereiro, foram confirmados 38.714 casos e 32 mortes. A secretaria só considera as ocorrências confirmadas por exames. Sorocaba está na frente: 12.780 casos, com 12 mortes. A secretaria de Saúde de lá tem previsão nada otimista - até o fim do ano deverão ser 45 mil casos. Hoje a média, em Sorocaba, é de 700 casos por dia. Na semana passada havia 25 pessoas internadas com suspeita de dengue hemorrágica. Em Catanduva são 15 mortes, mas são investigadas outras 19 mortes que podem ter sido causadas pela dengue. Por lá, há 7.649 casos. Marilia tem 7.240 casos, seis mortes con-

firmadas e oito sob investigação. Campinas não fica atrás. A cada dia surgem novos casos. Jundiaí está mais confortável por enquanto. Na semana passada, havia 300 casos já confirmados e outros 120 sob suspeita. “Não é comum nessa época do ano. Eu lembro que tivemos um período muito longo de estiagem no ano passado e isso fez com que houvesse uma mudança no perfil epidemiológico. Em todo o Estado de São Paulo temos encontrado um grande número já no começo do ano”, diz o gerente da Zoonoses Carlos Ozahata. Jundiaí tem um programa de controle da dengue e as ações são realizadas ao longo

Harrison Ford, eterno Indiana Jones | DIVULGAÇÃO

do ano todo. “Nesse período de transmissão mais intensa foram estabelecidas novas estratégias, principalmente investigação dos casos suspeitos”, completa, explica Ozahata. Em Campo Limpo Paulista, até o dia 6 passado havia 143 casos confirmados, ou seja, um para cada 500 habitantes. Há 270 casos detectados em consultas medidas, que precisam ser confirmados ou não com

exames de laboratório. No distrito de Botujuru foi registrado o maior número de casos. Várzea Paulista tem sete casos confirmados e 80 aguardando resultados de exames. Outras cidades da região, como Jarinu, Itupeva, Louveira, têm poucos casos. A única que escapou até agora foi Cabreúva - até a semana passada não havia sequer um caso suspeito.


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CIDADES

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Cidades completam 50 anos, unidas pelas ferrovias

A chegada do trem teria a mesma importância dos aviões nos diasde hoje. Ingleses foram os primeiros

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uatro cidades, antigos distritos de Jundiaí, completam 50 anos de emancipação política no dia 21 de março - Louveira, Itupeva, Campo Limpo e Várzea Paulista. Em comum, têm o fato de terem crescido como povoados, bairros e distritos com a chegada dos trens a partir de 1867, ano de inauguração da Southern San Paulo Railway Co. Ltd. (SPR), depois Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Num tempo de pouquíssimas estradas, todas de terra, de fazendas, sem carros e caminhões, cabia aos tropeiros e outros aventureiros as viagens do litoral para o interior, feitas no lombo de mulas, principalmente, mais resistentes que os cavalos. A chegada da estrada de ferro mudou tudo. Cinco anos após a SPR, os fazendeiros paulistas, aliados ao governo, criaram outra estrada, a Companhia Paulista, partindo de Jundiaí para Campinas, e depois para Rio Claro. A intenção era só uma: levar a produção de café do interior para o porto de Santos. Uma peste, que matou muita gente em Campinas, obrigou a Paulista transferir sua sede para Jundiaí. Também em 1872, foi inaugurado o primeiro trecho da Ytuana, ligando Jundiaí a Pimenta, hoje Indaiatuba. Depois o trecho foi estendido até Itu. Devido a problemas financeiros, a Ytuana acabou absorvida pela Estrada de Ferro Sorocabana pouco tempo depois. A linha tronco (Jundiaí-Itu) passava por Itupeva, e sua estação transformou-se, com a extinção da ferrovia, na antiga prefeitura. Em 1884 surgiu a Estrada de Ferro Bragantina, ligando Bragança Paulista á Parada de Campo Limpo. Seis anos depois, foi inaugurada a

Ferrovias permitiram desenvolvimento da maioria das cidades | DIVULGAÇÃO

Companhia Itatibense de Estrada de Ferro, ligando Itatiba a Louveira com o mesmo propósito - escoar a produção de café pelo trem. A ferrovia tornou possível o transporte de máquinas, e assim surgiram as indústrias, que depois usaram os trilhos para mandar sua produção a outras cidades. No começo produzia-se principalmente, tecidos e ferramentas agrícolas. A indústria provocou outra mudança - o homem deixou a agricultura para se fixar nas cidades, e elas cresceram com o surgimento do comércio e outros serviços.

Campo Limpo, Várzea, Jundiaí e Itupeva também se ligavam pela água - todas são banhadas pelo Rio Jundiaí, outrora piscoso e navegável em muitos trechos. A partir do início do século 20 a transformação foi maior. Ramais ferroviários foram construídos para dentro das fábricas (caso da Argos, em Jundiaí), e as próprias empresas construíram suas vilas de operários - era a mentalidade inglesa, de dar conforto e manter seus funcionários perto do trabalho. Campo Limpo teve seu conjunto de casas, ainda existente, construído pela

Santos-Jundiaí. A Paulista construiu sua vila operária onde hoje está a Vila Municipal - algumas casas ainda se assemelham à construção original, na rua França. A partir do governo Carvalho Pinto, nos anos 1960, a ferrovia entrou em declínio. Primeiro, todas foram unificadas, transformando-se em Fepasa (Ferrovias Paulistas SA). Aos poucos, os ramais considerados deficitários foram extintos, como o de Louveira a Itatiba, o da Bragantina, em Campo Limpo, e o da Sorocabana, em Jundiaí. Hoje, as avenidas dos Fer-

roviários e Luiz Latorre, em Jundiaí, estão exatamente sobre o leito da antiga Sorocabana. O bairro Novo Horizonte (antigo Varjão), em Jundiaí, surgiu pela ocupação ilegal das terras que pertenciam à Fepasa (antiga Sorocabana) já se sabia que o Estado não cuida do que é seu. Hoje as ferrovias transportam somente carga - o único trecho, operado pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que transporta passageiros, está entre Jundiaí e São Paulo, com paradas em Várzea e Campo Limpo Paulista.


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CIDADES

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Os trens faziam a diferença Transporte de passageiros era levado a sério com vagões de primeira clasase

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uem hoje usa o trem como transporte não sabe o quanto eram bons os tempos antigos. Os trens de passageiros eram insuperáveis. A Companhia Paulista, por exemplo, tinha vagões pintados de azul e branco. Os da Araraquarense (que passavam por Jundiaí com destino a São Paulo), eram em aço escovado. Os da Sorocabana eram de madeira. As locomotivas eram atração à parte. Todas tinham nomes dados por funcionários, como Vandeca ou Lambreta. Eram movidas a diesel ou eletricidade- as da Sorocabana eram a vapor, as marias-fumaça. Os vagões eram divididos em primeira e segunda classes - os de primeira, mais confortáveis,

com verdadeiras poltronas. Havia mais luxo nos carros Pullman da Paulista - janelas panorâmicas, poltronas que giravam em todas as direções, mesas e serviço de bar. E podia-se fumar. E fumar era elegante. Havia, nos trens de longo percurso, o vagão restaurante (restaurante de verdade, com serviço a la carte) e o vagão dormitório. E, em todos os vagões, passava o carrinho com lanches e bebidas. O apito do trem era inconfundível, assim como o apito do chefe da estação. Acertava-se o relógio pela chegada do trem, tamanha sua pontualidade. Mas até hoje ninguém explicou o porquê do funcionário que batia com um martelo de madeira as rodas de aço dos trens.

Última viagem da Bragantina | DIVULGAÇÃO




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CIDADES

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Itupeva, da agricultura familiar às grandes indústrias Ao longo de 50 anos, Itupeva deixou de ser uma cidade agrícola para se tornar um dos maiores polos industriais

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Antiga estação do Monte Serrat | DIVULGAÇÃO

Show de Leonardo abre comemorações O prefeito de Itupeva, Ricardo Bocalon, anunciou a programação para comemorar os 50 anos de emancipação de Itupeva, no dia 21 de março. A prefeitura preparou diversos eventos para a população e abrindo a programação um show do cantor sertanejo Leonardo e, no decorrer de todo o semestre a entrega de várias obras. “É uma data histórica para a cidade e temos muitas conquistas para serem comemoradas em nossa administração. Nesses dois anos, nós arrumamos a casa e preparamos a cidade para os próximos dois anos, por isso podemos dizer que nasce um novo tempo em Itupeva. Ao longo deste semestre teremos a inauguração de obras importantes para nossa cidade e o show do Leonardo vai abrir este ciclo de inau-

gurações”, destaca o prefeito. A programação começa no dia 21, sábado, a partir das 19 horas, com show do cantor sertanejo Leonardo na área de eventos do Parque da Cidade. Com entrada gratuita, o cantor vai trazer para Itupeva grandes sucessos de sua atual turnê Nada Mudou. No domingo (22) a partir das 9h, acontece o tradicional Passeio Ciclístico, que chega à sua 11ª edição. Com saída do Parque da Cidade, as inscrições já estão abertas e podem ser feitas na seda da secretaria de Esportes e Lazer, no Parque - basta colaborar com um quilo de alimento não perecível ou um litro de leite. As inscrições vão até a sexta-feira (20). No dia 29, domingo, Itupeva recebe um jogo do Corinthians junto com o astro Alexandre Frota defendendo o Corinthians Steamrollers contra o Underdogs Football na primeira partida de fute-

bol americano da história da cidade. O jogo ser no estádio Mário Milani (Campão), na avenida José Carlos, 318, a partir das 10h. O evento também contará com várias atrações, com a dupla de palhaços Teleco Teco e os funkeiros MC Dhimenor e MC Negão da ZL. Não há cobrança de ingresso. Inaugurações - Serão diversas obras que, a partir de abril, a prefeitura inaugura na cidade, como a Creche do Rio das Pedras, que vai gerar mais 250 vagas na rede; a ligação viária do Jardim Brasil com o Santo Antonio, a pavimentação da rua Arthur Sandaniel, o Centro do Idoso, a 1ª Fase da avenida Emilio Checchinato, o Complexo Esportivo Dorival Raimundo (Ginásio), e a pista de Skate e Half Pipe.

omo as demais cidades que comemoram seus 50 anos, Itupeva também era um bairro de Jundiaí, Tinha sítios e fazendas, a lavoura era seu forte, até que em 1953 tornou-se distrito de paz. Quatro anos depois ganhou seu primeiro Cartório de Registro Civil, entregue a Dorival Raymundo, depois efetivado por concurso – Dorival ficou à frente do cartório até 1982. Em 1963, um grupo de moradores abraçou a causa da emancipação, liderados pelo então vereador do distrito, José Polli. Quatro outros se entregaram a esse trabalho: Xisto Araripe Paraíso, Ari Pereira Lobo, Luiz Poli e Dorival Raymundo. Nesse ano foi aprovado o projeto criando a cidade, instalada dois anos depois. Itupeva era servida por estradas não pavimentadas e pela Sorocabana, cujo ramal chegava a Itu. O prédio onde funcionava a prefeitura era a estação da cidade. Itupeva cresceu pra valer nos últimos anos. Ganhou dois parques gigantescos, o Hopi Hari e o Wet´n Wild, um outlet concorridíssimo e muitas indústrias, atraídas pela facilidade logística. Está em Itupeva também o primeiro shopping aéreo do Brasil, o Serra Azul, construído sobre a Rodovia dos Bandeirantes. Recentemente ganhou mais status, com a inauguração de seu Forum, passando a não depender de Jundiaí, e com a construção da Escola Técnica, ligada ao Centro Paula Souza. “Agora sim podemos dizer que Itupeva tem vida própria, diz o prefeito Ricardo Bocalon. Quando a Etec estiver pronta, nossos jovens não precisarão mais ir a outras cidades para sua formação”. As indústrias escolheram Itupeva por sua lo-

calização e fácil acesso a outros centros – está a 50 quilômetros do Rodoanel, e tem acesso à rodovia Dom Gabriel, à Anhanguera e à Bandeirantes. É uma das poucas, em todo o país, que tem nome de um vice-prefeito numa rodovia, a Hermenegildo Tonoli. Itupeva ganhou destaque também com Bocalon, que preside o Aglomerado Urbano de Jundiaí (reúne sete cidades). Dona do Parque da Cidade, oferece uma das maiores áreas de lazer da região, juntamente com a Pedreira. Para abrigar sua população, sempre crescente, Ricardo Bocalon anunciou recentemente que vai construir mil casas populares. Para comemorar seu jubileu de ouro, a prefeitura também anunciou inaugurações (ver quadro). Como curiosidade: um de seus bairros é o Quilombo. Originou-se de uma fazenda, que pertenceu a José Estanislau do Amaral, onde os escravos eram livres, podiam plantar e negociar a produção – um verdadeiro quilombo, sem ameaça dos capitães-do-mato.

Prefeito Ricardo Bocalon


CIDADES

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Campo Limpo busca mais indústrias para se reforçar

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Campo Limpo de hoje não chega a passar por dificuldades, mas a situação não é aquela maravilha. No começo do ano, por exemplo, o prefeito José Roberto de Assis anunciou corte de despesas. Não deu dinheiro para o carnaval, fez o plano de demissão de funcionários comissionados e regulou até o cafezinho. No mesmo tempo, anunciou que busca novas indústrias para a cidade. Não faltam interessadas. O principal motivo, por enquanto, é o novo viaduto ligando a marginal do Rio Jundiaí à rodovia Edgar Máximo Zamboto, que tira todo o trânsito da cidade e, de quebra, facilita a vida dos caminhões.

Na rodovia há dois distritos industriais em implantação, que deverão atrair empresas devido à facilidade de escoamento de sua produção. Pela rodovia, chega-se a uma das mais movimentadas estradas do país, a Fernão Dias. Hoje Campo Limpo ainda depende muito da Krupp, que chegou à cidade em junho de 1961, para fabricar peças para a indústria automobilística. Além do comércio, sempre crescendo, a cidade tornou-se também um polo educacional importante. Tem também bom hospital (de Clínicas) e dá conta da demanda. Uma curiosidade: é costume do motorista de Campo Limpo parar o carro assim que o pedestre

coloca o pé na rua - coisa de europeu, elogiada por todos. Vai comemorar seu aniversário com pouca festa afinal, os tempos estão difíceis. Sua Guarda Municipal também faz 50 anos, e vai ganhar três novos carros com o dinheiro economizado no carnaval - a cidade quer conter a onda de violência, e foi uma das recordistas em furtos e roubos de automóveis. Uma violência que vem de outros tempos - Campo Limpo teve dois prefeitos assassinados. Adherbal da Costa Moreira, em 7 de junho de 1968, por questões de terra. Adherbal foi seu primeiro prefeito. O outro assassinato foi de Mitiharu Tanaka, no dia 9 de abril de 1983.

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CIDADES

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Várzea, a cidade-problema, agora está nas mãos de Deus Fruto de administrações desastrosas, Varzea Paulista é a que mais tem problemas em seus 50 anos

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Crescimento desorganizado é problema quase sem solução | DIVULGAÇÃO

esde que se tornou município, Várzea Paulista só acumulou problemas. Sua geografia, a princípio, era estranhíssima - casas ao longo do corredor formado pela avenida Fernão Dias Paes Leme. Depois ficou pior, com os loteamentos feitos a olho e com as ocupações já legalizadas, como a Vila Real. Tem poucas indústrias de peso, que poderiam ajudar em sua economia - hoje conta com a Elekeiroz (Itaú), com a Continental Teves (antiga Alfred Teves) e com a KSB, mas no passado já teve uma das mais importantes fábricas de torno do Brasil, a Promeca. Teve também muitas olarias - por sinal, foi sua primeira atividade comercial, em 1886. Entre os prefeitos que passaram por lá, poucos fizeram algo de útil para a cidade. O primeiro prefeito, João Aprillanti, fez o que era possível para dar início à cidade. Outros nem tanto. Clemente Manoel de Almeida salva-se de enrascada - de olho na modernidade, passou os serviços de água e esgoto para a Sabesp, e com o dinheiro construiu o viaduto dos Emancipadores, hoje insuficiente para o volume de trânsito. Eduardo Pereira, durante oito anos administrou a cidade de uma maneira um tanto estranha, Conseguiu para ela o título de Cidade das Orquídeas - seria mais lógico Cidade dos Buracos e dos Radares. O atual prefeito, Juvenal Rossi, entregou tudo para Deus resolver. Como Deus anda ocupado com outros probllemas maiores, ainda não encontrou tempo para os de Várzea. Mas Juvenal ainda espera pelo milagre divino. Várzea é a segunda cidade mais populosa da região. Tinha 110 mil habitantes em 2010 - em 1980, eram 34 mil. Não se preparou para isso, e

a consequência é inevitável: ruas abandonadas, cheias de buracos, sem sinalização (salva-se mal e má a avenida principal) e com sérios problemas de violência. Mais uma vez as orações de Juvenal não ecoaram nos céus. Sua prefeitura tem dívidas, herança do prefeito anterior, e isso complica mais ainda a situação de Juvenal, o Messias - muitas empresas não querem nem ouvir falar em fornecer qualquer coisa à prefeitura de Várzea. Famosa por multas de radares e escândalos em auto escolas, a cidade tem seu nome associado a fraudes - coisa que incomoda seus moradores, que não têm culpa de nada, a não ser de escolher mal seus governantes. Muitos evitam dizer que moram por lá. Durante o governo de Eduardo Pereira a cidade pensou ter ganho um hospital, o da Cidade, no lugar da antiga Amec, cujo processo ainda está na Justiça - a Amec foi praticamente expropriada pela prefeitura. Mas é um hospital meia-boca. Tão ruim que ficou conhecido entre os varzinos como “rodoviária de doente” - quem fica doente vai até ele para pegar uma ambulância e ser levado ao São Vicente, em Jundiaí. E Juvenal, o Salvador, tem mais problemas pela frente o vereador Luciano Marques representou ao Ministério Público contra o prefeito por improbidade. Motivo: o abandono da marginal do Rio Jundiaí, que é de responsabilidade da prefeitura. O chororô por falta de dinheiro na prefeitura é enorme. Mesmo assim, Juvenal, o Enviado do Senhor, está construindo novo viaduto na Ponte Seca e, ironia das ironias, mandou um projeto para a Câmara no mês passado sobre créditos adicionais. Motivo do projeto: excesso de arrecadação.



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CIDADES

19 a 25 de março de 2015

Uva de Louveira é uma das mais italianas da região Cidade foi fundada por um espanhol, mas foi a imigração italiana que deu impulso à agricultura local

Frango Assado em foto de 1956 | DIVULGAÇÃO

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ouveira já foi a maior produtora de uva – e ainda é uma das grandes. Hoje tem um parque industrial de fazer inveja, mantém suas origens agrícolas e é dona de uma qualidade de vida que seus moradores (pouco mais de 42 mil) não abrem mão – a taxa de alfabetização da cidade é de 92%. E tem uma história curiosa; durante 300 anos pertenceu a Jundiaí e outros 17 a Vinhedo. Para entender: Vinhedo era antes a Vila da Rocinha, passou a distrito da Rocinha, pertencente a Jundiaí, tal como Louveira, também vila e depois distrito. Em 1948, quando Vinhedo se tornou cidade, Louveira passou a ser distrito de Vinhedo, e não mais de Jundiaí. Seu fundador foi o espanhol Gaspar de Oliveira, natural de Lagronã, que quando ali chegou encontrou uma espécie de árvore, a Louveira, que deu nome à cidade. Gaspar também plantou as primeiras videiras, com mudas trazidas de Jaraguá. A partir de 1872, com a inauguração da estação ferroviária, da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, Louveira passou a crescer. Anos depois chegaram os imigrantes italianos, que expandiram as videiras e tornaram a cidade a principal produtora de uvas da região. Os italianos deixaram costumes que duram até hoje, como

as festas e brincadeiras, principalmente no bairro da Abadia. Como integrante do Circuito das Frutas, Louveira atrai visitantes para os passeios de Agroturismo. Os roteiros oferecem a oportunidade de conhecer atividades agropecuárias, agroindustriais e artesanais que são desenvolvidas nas pequenas propriedades familiares. Outro atrativo é o Artesanato, que se destaca pelos moldes, cores e texturas que caracterizam a cidade de Louveira. As cores das frutas, as paisagens e a criatividade contribuem na confecção dos diversos artesanatos. A comemoração dos 50 anos começa no sábado, na Área de Lazer do Trabalhador, a partir das dez da manhã, com show dos palhaços Patati e Patatá, marcado para as quatro da tarde, e apresentação da dupla sertaneja Cesar Menotti e Fabiano, às nove da noite. Todos os shows são gratuitos. A prefeitura espera receber três mil pessoas nos eventos. No mesmo dia, às duas da tarde, acontece jogo beneficente entre o Master do Futebol Brasileiro e a seleção Master de Louveira. Será no estádio José Silveira Nunes, e para entrar, basta levar um quilo de alimento não perecível. Nesse jogo estarão presentes jogadores como Ademir da Guia (ex-Palmeiras), Biro-Biro (ex-Corinthians), Ademar, Capitão e Ronaldão.


CIDADES

www.jundiainoticias.com.br

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De historiador à história, ou os casos de Sua Excelência Roquinho tornou-se uma espécie de lenda na região, ao chefiar gabinetes de prefeitos de diversas cidades

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advogado Roque Jose Agostinho nasceu em Bragança há 73 anos. Em 1956, mudou-se com a família para Campo Limpo. Família de muitos ferroviários, como o avô, maquinista da Bragantina, ou o tio, conferente da SPR ou o primo, chefe de estação. O pai, Octávio, montou um bar na rua da estação. Roquinho faz parte da primeira turma de formandos do Divino Salvador, em Jundiaí, junto com o atual prefeito da cidade, José Roberto de Assis. Formou-se em Direito, e passou a ser doutor Roquinho, e aí começou fazer história. Integrou a Comissão de Emancipação de Campo Limpo, em 1963, e foi eleito vereador – ficou quatro anos na Câmara, como secretário. Agora, aposentado após 40 anos de vida pública, Roquinho, ou Excelência, ou doutor Roque, coleciona tudo o que é histórico – ele mesmo é parte da história. Foi chefe de gabinete dos prefeitos Jorge de Maio Vellasco e Alcebíades Pardal Grandizoli (Campo Limpo), Walmor Barbosa Martins (Jundiaí), Toninho Ribas e Messias Cândido da Silva (Cajamar) e Benedicto dos Santos Neto (Louveira). “Posso dizer com tranquilidade que não é fácil a vida dos prefeitos – diz ele. É preciso atender vereadores, população, secretários, comparecer a eventos e solenidades, pedir obras a secretários e governador e ainda cuidar da família”. Roque sabe o que está dizendo. Além de prefeituras do interior, foi chefe de gabinete também da sub-chefia da Casa Civil do governo estadual e da sub-prefeitura da Freguesia do Ó, na Capital, acompanhando Pardal. O trato com pessoas de todos os níveis – de secretários estaduais, deputados, prefeitos, governadores e o cidadão comum – formou

40 anos no serviço público tornaram Roquinho conhecido no Estado um hábito: Roquinho chama todos de Excelência. Tanto chama que acabou também assim sendo chamado. Casado com dona Cecília, pai de Thiago e Camila e avô de Matteo, com 30 dias, Roquinho prepara dois livros. Um, “Eu também já fui excelência”, está quase pronto. O outro vai demorar mais – “Silhuetas que vivem na Campo Limpo do meu tempo”. É uma espécie de Google – sabe tudo e lembra de tudo. “Participei de todas as reuniões da comissão de emancipação no Nacional Atlético Clube, conta ele. Só uma reunião foi fora de lá, no bar do meu pai”. Quando o município foi instalado pelo juiz eleitoral José Duílio Nogueira de Sá (pai do desembargador Márcio Franklin Nogueira), Roquinho foi o encarregado de fazer a ata, pelo próprio juiz. Depois, ajudou a criar o brasão de Campo Limpo. Como vereador, foi secretário da Câmara. Fala com orgulho de Campo Limpo: “A cidade mudou, cresceu, mas tínhamos até uma fábrica de fogos de artifícios, a Dois Anões, que funciou durante 17 anos. A chegada da Krupp, em 1959, transformou a cidade”. Lembra ainda que o túnel de Botujuru ainda é o maior túnel ferroviário do Brasil. Tem idéias próprias a respeito da administração de uma cidade. “Gabinete forte é aquele que domina todas as áreas da prefeitura, que centraliza para descentralizar”. Não se arrepende do que faz e já fez: “Se tivesse hoje de começar de novo, faria tudo outra vez”.

Roquinho, doutor Roque ou Excelência, tanto faz | DIVULGAÇÃO

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de março

Água, nossa gratidão.

A Prefeitura convida você para prestigiar as atividades de comemoração do Dia da Água.

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março

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março

Cine Debate: ‘A lei da Água’

Compareça aos eventos. Confira a programação!

Com produção de Fernando Meirelles 19h: aberto ao público Local: Plenário da Câmara Municipal Entrada franca

Limpeza do Rio Atibaia Se você possui um barco e pode ajudar, participe como voluntário na limpeza do rio, retirando lixo e materiais inservíveis. A Guarda Municipal Ambiental, a Defesa Civil, o Departamento de Bombeiros e a equipe da Secretaria de Meio Ambiente contam com seu apoio!

Local: em frente à captação da Sabesp, às 8h

21

março

Abertura da Exposição Feira Ambiental Esperamos por você! Veja a programação: 13h: abertura do evento 13h10: participe da colocação de placas de identificação da flora itatibense. Esse ato é a continuação do evento ocorrido no último dia 18, quando uma equipe de ambientalistas apresentou as peculiaridades da flora itatibense à população 13h30: teatro 14h: Phelipe Agnelli com o Hang Drum 15h: show com a Banda Namoradeira 17h: encerramento da Feira Ambiental Local: Parque Luís Latorre www.itatiba.sp.gov.br


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ENTREVISTA

19 a 25 de março de 2015

Alexandre, o deputado da região, toma posse. Trabalho Ele é um dos mais jovens deputados estaduais, e desde domingo representa as cidades da região de Jundiaí

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Alexandre Pereira, deputado estadual | DIVULGAÇÃO

lexandre Pereira nasceu em Caieiras, passou parte da infância em Franco da Rocha e mora em Jundiaí, no Jardim Paulista. Aos 34 anos, casado com Érica e pai de dois filhos, Pedro Paulo e Lucas, é um dos deputados mais jovens empossados no domingo passado (15). Com isso, vai deixar a empresa que planta e vende pimentões aos cuidados da mulher para tocar adiante seu projeto político. É filho do deputado Paulo Pereira, o Paulinho da Força, mas procurou não usar essa ligação quando pediu votos em todo o estado no ano passado. “Algumas vezes fui ajudado por amigos de meu pai, em algumas cidades, mas procurei não me aproveitar do fato de ser filho do Paulinho da Força”, diz ele. Foi uma campanha e tanto, que lhe deu 60.267 votos em 504 das 645 cidades paulistas. “Não fui privilegiado no partido, o Solidariedade, por ser filho do Paulinho – continua Alexandre. Em algumas cidades, havia compromissos anteriores do meu pai e precisei respeitar tais compromissos”. Alexandre passou sua vida longe do movimento sindical, onde seu pai, Paulinho, sempre esteve. Participou de um evento ou outro, mas só para estar junto com o pai. Formado em Administração de Empresas, tratou de tocar sua vida com uma empresa dedicada ao plantio e comercialização de pimentões. O gosto pela política apareceu em 2007, e no ano seguinte foi candidato a vereador em Jundiaí, sem conseguir se eleger. Inscrito no PDT, ajudou reorganizar o partido, e em 2011 passou a presidir o diretório jundiaiense. Em 2012 ficou fora de disputas por cargos, mas passou a organizar o Solidariedade (SD) – foi a maior coleta de assinaturas em todo o estado, até que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tornou o partido oficial.

Alexandre hoje é o secretário geral do partido em São Paulo. No ano passado, disputou a eleição para deputado estadual e conseguiu chegar à Assembléia. Continua o mesmo, simples e objetivo. Gravata e paletó só em dia de sessão no plenário, caso contrário, manga de camisa. Alexandre dirige seu próprio carro, dispensa motorista, e garante que carro oficial somente para compromisso oficial. “É preciso dar bons exemplos, coisa que aprendi com meu pai”, afirma ele. Bom político, se dá bem com todos os prefeitos e vereadores das cidades da região. “Pretendo fazer um trabalho pela região, estar próximo das cidades – diz ele. É preciso identificar os problemas e ver o que é possível com o Estado. Precisamos trabalhar com as dificuldades de cada região”. Já tem cafezinho marcado com diversos prefeitos, incluindo o de Jundiaí, Pedro Bigardi. Como vida de deputado é uma correria de dar gosto, Alexandre já começa sentir os desencontros de horários entre os compromissos de trabalho e os de família, mas garante que dá para conciliar tudo. “A Érica (mulher) já está se acostumando com isso, e até a algumas reuniões foi comigo”. Alexandre começou bem como deputado. Poucos dias depois da posse já estava comandando a formação do “Blocão”, um grupo que já reúne 26 deputados de diversos partidos (PTN, PSL, PR, PP, PSB, PV e PSC), e que pode ser o fiel da balança nas votações da Assembléia. O “Blocão” deverá chegar a todas as cidades também, uma vez que a idéia é unir vereadores dos mesmos partidos. No caso de Jundiaí, quando o “Blocão” chegar, começa com sete vereadores, mais que um fiel da balança. Em tempo: no último domingo, tomou posse também o ex-deputado federal Luiz Machado.


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