AVMag

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OUTUBRO . 2009


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OUTUBRO . 2009


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OUTUBRO . 2009


ÍNDICE videotech

editorial

22

06

High bit-rate ou simplesmente HB-R

Missão Cumprida

tecnologia 26

mailbox

Amplificação e organicidade

08

Dúvidas, críticas, elogios e sugestões dos leitores

Testes de Áudio 30

TESTE 1 Caixa B&W 800 D

30

cds do mês 66

Euclides Marques, um dos melhores discos de choro

50 Teste 2

dvds do mês

Conjunto TRI TRV CD45 e TRV-88SE

68

Testes de Áudio

Beethoven/Brahms-Violin Concertos com Itzhak Perlman

56 Teste 3

espaço aberto

Caixa Neat Motive 3

78

Testes de home theater

Um mundo novo

62

Excelentes oportunidades de negócios

bastidores 70

Sound design do Blue Man Group entrevista 74

Uli Schneider 70

74 OUTUBRO . 2009

VENDAS E TROCAS 80

Comparativo de caixas satélite

4

16

Muitos lançamentos neste mês

Testes de Áudio

62 Teste 1

novidades


OUTUBRO . 2009

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editorial

MISSÃO CUMPRIDA

Fernando Andrette

fernando@clubedoaudio.com.br

Você está recebendo, amigo leitor, uma

últimos 10 anos. Voltando ao presente,

revista completamente rejuvenescida não

esta edição marca a entrada do novo

só em termos de roupagem mas também

editor-chefe da revista, Ricardo de Marino,

editorialmente. Minha missão enquanto

um jovem e promissor profissional com

editor-chefe por 150 edições termina aqui.

qualidades ímpares que levará, não tenho

Sinto-me orgulhoso de ter realizado tão

dúvidas, a Audio Video Magazine a um

ambicioso projeto em um país que passou

novo patamar. Conheço-o há aproxi-

por uma insana reserva de mercado,

madamente 12 anos. Nossa amizade foi

deixando milhares de consumidores órfãos

construída lentamente. Há cerca de três

da noite para o dia de produtos de renome

anos já me passava pela cabeça prepará-

como Quad, McIntosh, Waferdale, JBL,

lo para o cargo, mas a confirmação só veio

Thorens, Akai, Revox e tantas outras

realmente após o término da nossa sala de

lendas que fizeram o mercado da alta

trabalho. Sua dedicação, empenho e

fidelidade explodir na década de sessenta

profissionalismo me deram a certeza de

e setenta.

que ele era a pessoa certa. Muitas das

Quando veio a sinalização que a reserva de mercado estava com seus dias

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OUTUBRO . 2009

mudanças editoriais feitas na revista já possuem sua marca.

contados, aceitei o pedido de meu pai e

Ele já lutava por elas ainda quando era

ainda que, com enorme resistência,abracei

apenas nosso colaborador. Além de

o projeto de publicar uma revista voltada

corretas, elas condizem com a nova

ao mercado high-end. Foram anos de

realidade do mercado. Como escrevi no

grandes desafios, obstáculos, suor e

mês passado, deixo a editoria para assumir

lágrimas, mas também anos de grandes

um novo e enorme desafio no nosso novo

alegrias e reconforto pelo carinho de tantos

portal pontohiend.com (leia mais na seção

leitores,

Espaço

anunciantes,

colaboradores,

Aberto

desta

edição).

Aqui

músicos e de meus familiares. Alguns

continuarei responsável pelo teste aberto

momentos

a

do mês, resenhas de CDs e a seção

realização dos quatro discos para o

Espaço Aberto, que gosto tanto de

desenvolvimento de nossa metodologia,

escrever. No portal terei a incumbência de

os primeiros cursos de percepção auditiva

cuidar da área comercial, consultoria e da

realizados no Hotel Linson com mais de 70

produção dos discos da Cavi Records.

foram

gloriosos

como

leitores por turma, os hi-fi shows e, claro,

Espero que você aprecie todas as

muitos produtos enviados mensalmente

mudanças feitas na revista, amigo leitor, e

para teste que me deram uma ideia

continue a nos prestigiar aqui e agora

permanente da evolução do high-end nos

também no portal.


Alpha (11) 3255-9353 | Áudio & Vídeo Interiores (61) 3361-7766 | Áudio & Vídeo (71) 3452-3958 | Crystal Áudio (11) 3313-1198 | DB5 (11) 5584-5011 Definitive (21) 2431-9001 / 2431-6946 | Eletrosates (11) 3331-8577 | Hi-Fi Club (31) 2555-1223 | Home Cinema (31) 3213-1999 | Iclub (11) 3034-3671 Mundi Center (11) 3337-7090 | Photovideo – Jundiaí (11) 4497-0907 | Photovideo (11) 6881-7488 | PRK 22nd (11) 3022-4234 Ricardsom (21) 2509-3365 | Studio Rivera (Alphaville) (11) 4195-3060 | Studio VIP (85) 3242-6995 | Target (11) 3229-4669

©2009 Klipsch Group, Inc.

OUTUBRO . 2009 No Brasil distribuído por Impel, www.impel.com.br/klipsch, contato@impel.com.br Tel.: (11) 3582-3994

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EXPEDIENTE

MAILBOX

DIRETOR Fernando Andrette

Subwoofer Melhor Compra

5594-8172. Importados - Chord (Audiofonia) (11)

Prezado Fernando, Possuo um Home-Theater

3438-3767 ou 4421-0539, van den Hul (Gramo-

da Onkyo, modelo HT-S5100. Tenho a intenção de

phone) (11) 3663-5859, Audioquest (Som Maior) (47)

Clement Zular

substituir o meu subwoofer por outro melhor. Seria

3472-2666, Kimber Cable (Ferrari Technologies) (11)

Guilherme Petrochi

um modelo de uso misto (filmes e músicas), para

5102-2902, Supra (Chiave) (48) 3025-4790, Nordost

Henrique Bozzo Netto

ambientes tanto pequenos quanto grandes. Gostaria

(Liquid Sound) www.liquidsound.com.com.br Pes-

José Carlos Marques

de uma sugestão de um modelo que apresente a

quise e se tiver alguma dúvida, por favor, entre nova-

José Olímpio Sousa

melhor qualidade e que pudesse comprá-lo de “olhos

mente em contato. Um abraço.

fechados”. Atenciosamente,

Fernando Andrette

Rodrigo de Queiroz Telles Qual o tamanho da sua sala? Seu gosto musical? Quanto você deseja gastar? Existem excelentes opções da PSB, Tannoy, AAD, B&W etc. Mas como caixas acústicas, os valores podem ir de US$ 1,000 a US$ 2,000. Outra boa opção é ver a seção de Vendas e Trocas na Revista e as lojas de usados, pois sempre aparecem boas opções, geralmente 40% mais baratas que os novos. Um abraço, Fernando Andrette

COLABORADORES

Omar Castellan Ricardo de Marino Rodrigo Moraes

Opinião Acabei de adquirir caixas B&W 804S + central

RCEA * REVISOR CRÍTICO DE EQUIPAMENTO DE ÁUDIO

HTM4+ sub ASW800 e gostaria da opinião de vocês

Fernando Andrette

sobre qual eletrônica combina com essas caixas (pré

Flávio Adami

amplificador + amplificador ou um integrado), além

Ricardo de Marino

das caixas surround (precisa ser uma B&W?) Gosto

Rodrigo Moraes

50% de filmes e 50% som estéreo , e a minha sala mede 21m2 (5,50x3,80m). Desde já, agradeço de coração!

CONSULTOR TÉCNICO Víctor A. Mirol

Luis Carlos Saccon ILUSTRADOR

No momento, utilizo o meu sistema Onkyo em

flickr.com/diosanto

um quarto pequeno de casal (4 metros de largura por

Acredito que para a 804S e o tamanho da

3 de comprimento). Minha expectativa era investir

sala você realmente tem duas opções: ou um bom

em torno de R$ 1.200,00. Resta saber se é possível

integrado (na faixa de 5 a 7 mil dólares) ou partir para

TRADUÇÃO

encontrar nesta faixa um subwoofer competente.

pré/power (na faixa de 7 a 10 mil dólares). Consulte

Eronildes Ferreira

Nas horas vagas, costumo ouvir Bossa Nova e

nossas últimas três edições Melhores do Ano 2006,

Jazz. Acredito que seja interessante um modelo

2007, 2008. Lá você encontrará excelentes opções.

FOTOGRAFIA

de mesmo tamanho que o original (10 polegadas).

Depois que você escolher uma ou duas opções nos

Ricardo de Marino

Busco algo mais macio (aveludado), com subgraves

passe outro e-mail para o ajudarmos na definição,

bem definidos e que responda à baixas freqüências

ok? Um abraço.

num baixo volume, com o mínimo de distorção

Fernando Andrette

AGÊNCIA E PROJETO GRÁFICO Cantaloop Comunicação

possível. É difícil encontrar alguém com autoridade, IMPRESSÃO E ACABAMENTO

quando o assunto é subwoofer. Cada um tem uma opinião e quer vender o seu peixe, isto sem contar a diversidade de modelos. Enfim, seguirei os seus conselhos com relação aos usados, principalmente pelo custo x benefício. Rodrigo de Queiroz Telles

Parabéns Parabéns AudioClassic! Fui o primeiro cliente do Júlio há seis anos atrás quando comprei um integrado usado de entrada no mundo Hi-Fi. Ontem estava curtindo meu vinil do Led Zeppelin da Classic

Cabos

records de 200g quando vi o anúncio do aniversário

Gostaria de contar com a opinião de vocês

da AudioClassic na CAVI e percebi que o Júlio me

sobre qual cabo vai me proporcionar um som mais

vendeu o Michell ORBE com braço SME, o Marantz

claro, mais nítido, equivalente com as caixas que

SA11S2 que uso para meus SACDs e CDs, as caixas

possuo . Mais uma vez,obrigado!

Cremona M além do maravilhoso projetor Sony

Luis Carlos Saccon

BluDiamond VW200 e minhas caixas Apogee do HT. Obrigado Júlio, pois sem ter exclusividade com

Caro Luis, Cabos não devem ser comprados

nenhuma marca, sempre arruma bons negócios.

por proporcionar um som mais claro, mais nítido,

Ao longo destes seis anos como cliente, passei por

etc. Cabos devem ser escolhidos pela sinergia com o

vários problemas com os fornecedores mas quem

sistema, equilíbrio tonal, musicalidade, sound stage,

tomou a bucha e teve que consertar os estragos foi

etc. Existem excelentes fabricantes com opções

o Júlio que atua como verdadeira bucha de canhão

boas e baratas. O ideal é que você veja o quanto

quando os fornecedores pouco profissionais pisam

você deseja gastar e que compare todos os modelos

feio na bola. Parabéns gaúcho e vamos para o

do mesmo fabricante. Vamos as marcas: Nacionais

próximo upgrade!

- Logical Cables (21) 8666-0000 e Sunrise Lab (11)

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OUTUBRO . 2009

Victor Emanoel

Gráfica Igil DISTRIBUIDOR Fernando Chináglia R. Teodoro da Silva, 907 | Grajaú CEP 20563-900 Rio de Janeiro / RJ (21) 575.7766

Audio Video Magazine é uma publicação mensal, produzida pela EDITORA CAVI LTDA. Redação, Administração e Publicidade, Editora Cavi Ltda R. Piata, 202 | Vila Izolina Mazzei Cep.: 02080-010 São Paulo / SP (11) 5041.1415 Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.


MAILBOX

Cabo Inspiration Recentemente adquiri um integrado Cambridge

Caro Felipe, Obrigado pelo seu e-mail. Fico feliz

840A v2, que substituiu meu Aura VA100II, um AC

que tenha gostado das dicas dos cds usados por

Organizer 3500, e um pré de fono da Cambridge

nós em nossa metodologia. O Gonzalo Diz, acho

(640p). O que sobrou do sistema antigo foram o

sempre na Livraria Cultura e Fnac. Sei também de

Rega Planar 3 com cápsula da Dynavector, e o Philips

muitos leitores que compraram pela submarino.com,

963SA. As caixas são as EVO 3. Em outro e-mail,

tentarei ficar anônimo pelo menos até nosso novo

sobre troca de cabos, você me indicou o VDH wind

projeto estar no ar, pois depois de lançado acho que

como opção para substituir um CS 122 bem antigo

não terei muito sôssego. Um abraço

e muito curto que eu tinha. Acabei comprando um

Fernando Andrette

Inspiration nos classificados de usados, quase que pelo preço do Wind novo. A pergunta é qual a melhor maneira de ligar o cabo? Vi no review antigo da CAVI

Ajuda

uma conexão monocablada (havia fotos de algum

Sr. Fernando Andrette. Estou lhe escrevendo

tipo de terminal no cabo). Os meus vieram sem esse

para pedir sua ajuda. Além de muito pouco

terminal. Existe um tipo de “solda” nas quatro pontas

conhecimento,

e o antigo proprietário o usava bicablando as caixas.

qualquer equipamento eletroeletrônico, tipo travar o

Se você puder me ajudar mais uma vez eu agradeço.

equipamento e não saber fazer ele funcionar. Todos

Abraço.

os cabos desse computador tem uma plaquinha

Eduardo Guerra

tenho

MEDO

de

mexer

em

presa e fiz também um pequeno desenho do fundo da torre e dos outros equipamentos ligados

Caro Eduardo, Acho que o melhor a fazer é falar

a ele. Isso só escrevi para demonstrar meu medo

com o pessoal da Gramophone e ver os terminais

e preocupação. No meu equipamento antigo, em

que eles indicam. E até mesmo a solda ideal para as

uso e muito simples (financeiramente), tenho um

quatro pontas. Um abraço.

Receiver STR-DE475 (sony) e um conjunto de caixas

Fernando Andrette

(home teater) Polkaudio 5.1, cujos cabos são do tipo DESCASCADOS. Acabei de comprar uma TV de Plasma (Panasonic TH-42PY85LB) e uma DVD player

Parabéns 2

(Sony DVP-NS708HP). Gostaria que vc me mostra-

Primeiramente, parabéns por levar a revista no

se como fazer as conecções. Tudo bem que os dois

patamar que está hoje, num ótimo editorial sempre, e

novos tem a entrada HDMI, porém o Receiver é velho

tornou-se minha publicação favorita, e extremamente

e tem as conecções: (multi ch in) (cd) (md/tape)(tv/

útil em muitos momentos. Gostei muito destas

sat) (video (sub woofer (out) e SPEAKERS (que são

últimas edições onde você descreveu alguns dos CDs

usados atualmente para a ligação das Polk. Tem

utilizados por vocês nos testes, cheguei inclusive a

como manter as caixas Polk, existem plugs para a

comprar alguns - Uakti e Banda Mantiqueira, e adorei

venda onde eu possa colocar os cabos descascados

ambos. Como aconteceu com ambos, tive uma certa

ou vou ter de adquirir novos cabos? Obrigado.

dificuldade em encontrá-los, tanto na internet quanto

Hilton de O. Rocha Lima

nas lojas de Florianópolis. Agora, qualquer disco do Gonzalo Rubalcaba, simplesmente impossível!

Caro Hilton, O ideal é ligar o DVD Player nas

Não consegui encontrar um único exemplar deste

entradas multi canal seguindo as orientações do DVD.

artista, e em todo lugar que achei no catálogo da loja,

Canal Frontal e Sunround. E os cabos descascados

nenhuma tinha o Diz. Onde é possível encontrar este

da caixa podem ser usados seguindo a orientação de

(e os outros) álbuns? Sei que pode ser complicado

cor vermelho (positivo) e preto (negativo). Um abraço

publicar na revista, favorecer uma loja específica, mas

Fernando Andrette

às vezes não temos opção mesmo, especialmente em cidades como a minha, que não tem *grandes* lojas de CDs. O lugar mais “fácil” é a Saraiva MegaStore; infelizmente, nem sempre consigo o que procuro. Os discos da última edição ainda não tive tempo de procurar, mas creio que terei a mesma dificuldade -- exceto pelo Genuinamente Brasileiro, que já vi ter disponível na loja virtual da CAVI. Um grande abraço, e boa sorte na sua volta ao anonimato! Felipe Braun Azambuja

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MAILBOX

Projeto de terra verdadeiro Olá Fernando, tudo bem? Creio que você esteve e está muito ocupado com a reformulação editorial da revista e que a nova edição de setembro ainda não chegou devido a esta greve dos Correios. Eu creio que você não teve tempo de me responder, pedirei novamente. Você pode me enviar de novo o projeto de terra verdadeiro de sua sala de audição? Você pode me tirar a dúvida do que é o artefato chamado “loop de terra”, e como evitar ele? A última pergunta se trata de cabo de conexão digital de um transporte para um DAC. Eu li em alguns fóruns na Internet que um bom cabo coaxial SPDIF “BNC” seria a melhor opção para transmitir o sinal digital, sendo superior à conexão AES/EBU balanceada (XLR) e à SPDIF

é suficiente para fazer bom par com meu integrado

1) “Você pode me tirar a dúvida do que é o

consiste num Audia Two integrado, um cabo Nordost

artefato chamado “loop de terra” e como evitar ele?”

RCA Frey do BD player Pioneer ao Audia, um Frey

A corrente circula ao longo da terra (como de

XLR a ser usado na ligação balanceada do futuro CD

qualquer “condutor” ou “resistência” - todo condutor

player/DAC, caixas Paradigm Studio 20 v4 e cabo

possui resistência) gerando deferência de potencial

de caixa Nordost Baldur biwire. Filtro de energia: PS

ao longo do percurso (quando digo “terra” incluo,

Audio Quintet, um cabo de força Nordost Vishnu para

também, todo circuito de ‘”aterramento” ou mesmo

a futura fonte digital, tomada Furutech com contatos

de sinal, incluindo cabos, blindagem de cabos,

banhados a ródio e um fusível Furutech 13 A para

etc). Quando diferentes componentes do sistema

a fase desta mesma tomada. Reenvie o projeto

de áudio estão aterrados a lugares diferentes (com

de terra e dê sua opinião em relação às dúvidas de

diferente potencial) desse percurso,

fonte digital.

de potencial pode manifestar-se como ruído. Daí a

Alexandre Tonet

1 0

de adquirir o DAC Bryston BDA-1 ou um CD player

Para o meu aterramento, utilizei 6 barras

Bryston BCD-1. Vendi meu Audia Flight CD Two para

de cobre de 2,5 metros enterradas, formando 2

pagar dívidas (uma tristeza) e meu atual Apollo para

triângulos equiláteros de 3 metros de distância entre

fazer um upgrade de fonte digital. Talvez você não

cada barra. Quem fez o aterramento foi o Mauricio

tenha escutado o Bryston BDA-1, nem o CD player

Ichi, da Gramophone Eletrônica, junto com o Ricardo

Bryston BCD-1. Eu fico bastante em dúvida se o

de Marino. Quanto ao Loop de Terra, acredito que

DAC da Bryston com um bom cabo Digital BNC

o Victor Mirol possa lhe dar mais explicações e lhe

ou XLR e um transporte como o dCS Verdi que tem

fornecer mais detalhes de como evitá-lo. Quanto ao

sido anunciado por US$ 2,500 a 3,500 no Audiogon

CD/DAC da Bryston, eu nunca os ouvi. Portanto não

seria uma boa combinação de transporte-DAC. Se

sei o que dizer. Um abraço,

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a diferença

importância de ter um ponto “0” referencial, onde todos os componentes estejam ligados para que,

RCA. Essa informação é verdadeira? Gostaria muito

você já ouviu o Bryston BCD-1, você acha que ele

Caro colega Alexandre:

Audia Two via conexão XLR? Meu sistema atual

Fernando Andrette

assim, a diferença de potencial seja nula. O ponto ideal de aterramento é justamente a terra, já que esse é o referencial universal, incluso na companhia de eletricidade. Para que essa conexão com a terra seja eficaz, deve ser realizada com várias hastes de cobre (ou outro adequado se houver) longas para conseguir uma baixa resistência entre os circuitos elétricos a ela ligados e à terra propriamente dita. Usam-se várias hastes para conseguir mais superfície de contato e, também, um potencial referencial mais próximo ao ‘zero’ terrestre, eliminando pequenas


MAILBOX

deferências entre diferentes pontos dessa terra.

d) Os conectores XLR são adequados, em

Existem normas técnicas para isso, que incluem

câmbio, para conexões de 110 ohms, como é o

distância entre as hastes, instalação adequada de

caso do padrão AES/EBU. Naturalmente, devem ser

acordo com a umidade no ponto de instalação,

utilizados com cabos de 110 ohms.

revisão do estado de condutividade das hastes periódicas para o qual utiliza-se um ohmímetro

e) Por outro lado sabe-se que, para ter real

especial denominado terrômetro, etc. O objetivo é

influência, essa alteração da impedância teria que

conseguir uma resistência mínima entre os circuitos/

afetar um comprimento comparável a 15 ou 20%

componentes e a terra propriamente dita. Quando

da longitude da onda que transita pelo cabo. Nas

não é possível realizar essa conexão à terra real,

frequências utilizadas normalmente, incluindo sinais

deve-se pelo menos obter a menor resistência entre

de alta definição, um par de conectores XLR ou RCA

os aterramentos dos diversos componentes. A

em cabos de 75 ohms não deveriam ter importância

situação ideal é que todos eles convirjam no mesmo

decisiva, pelo menos em sistemas eletrônicos

ponto com conexões sólidas. O “loop” se forma

robustos em ambos os extremos.

justamente entre os diferentes pontos do circuito de áudio (ou nas malhas de blindagem, que formam

f) Muitas vezes a construção (e qualidade)

parte, mesmo em circuitos balanceados, do caminho

do conector ou tipo de conexão (soldada ou

das correntes dispersas) quando não existe um

crimpada) podem ter maior importância que o tipo

ponto único de convergência do aterramento, seja

de conector em si.

ele na terra propriamente dita ou não. g) Concluindo: se quiser o correto, use cabos de 2) “...cabo de conexão digital de um transporte

110 ohms e conectores XLR para padrão AES/EBU.

para um DAC. Eu li em alguns fóruns na Internet que

Para S/PDIF use cabo de 75 ohms e conectores

um bom cabo coaxial SPDIF “BNC” seria a melhor

BNC. Porém, o uso de conectores escolhidos tipo

opção para transmitir o sinal digital, sendo superior a

RCA poderia dar bons resultados. Qual é melhor?

conexão AES/EBU balanceada (XLR) e à SPDIF RCA.

Não tenho uma opinião definitiva a dar, existem

Essa informação é verdadeira?”

controvérsias. AES/EBU é melhor, sem dúvida, para longos percursos de cabo e ambientes com muita

a) A impedância característica de um sistema

interferência eletromagnética.

cabo-conector é importante para manter a integridade do sinal digital transmitido. O padrão S/PDIF (single-

De todas as maneiras, não misture padrões S/

ended, também chamado de ‘consumer’) utiliza

PDIF e AES/EBU, em especial de SPDIF para AES.

75 ohms e o AES/EBU (balanceado, também

Em determinadas combinações de Transportes/

chamado de professional) e, hoje, conhecido como

DACs pode não dar certo, embora equipamentos

AES3 quando não interligado obrigatoriamente com

modernos com entradas S/PDIF costumam aceitar

transformador, 110 ohma. Existem outras diferenças

conexões AES3. Se for o caso, utilize adaptadores

entre ambos os padrões, tanto de voltagem como da

da Canare - BCJ-XJ-TRB/BCJ-XP-TRB (impedância,

estrutura do fluxo (e significado) de dados e existe,

bidirecionais)

também, o padrão AES3id que utiliza 75 ohms single-

com 10 dB de atenuação: http://www.canare.com/

ended. É comum que conexões S/PDIF utilizem

ProductItemList.aspx?productCategoryID=2) ou da

conectores RCA e AES/EBU conectores XLR.

4-audio Systems GmbH - SA X e SAP X, http://

ou

BCJ-XJ-A10TRA

(impedância

www.proaudio.uk.com/dip/c4home.htm. Ou faça um b) Teoricamente, a única conexão que garante 75 ohms de impedância característica é a realizada

circuito específico com resistores. Naturalmente,

utilize

cabos

e

conectores

com conectores BNC, desde que o cabo e o

adequados a cada padrão em cada extremo. Uma

conector sejam corretamente realizados para esse

olhada

fim (a maioria dos conectores BNC comuns são de

Interfacing%20AES3%20and%20SPDIF.pdf poderá

50 ohms).

mostrar melhor o dito acima. Um abraço,

c) Os conectores RCA não mantêm essa

em

http://www.rane.com/pdf/ranenotes/

Victor Mirol

impedância por razões de geometria de condutores e dielétricos, portanto eles afetariam a manutenção da impedância correta em 75 ohms. Mesmo assim, existem fabricantes que garantem essa impedância em conectores RCA, como, por exemplo, Canare (conectores RCAP), Eichmann bullet e van den Hul.

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MAILBOX

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Prezado Ricardo de Marino, Após ler o teste do

cabeamento digital muito comprido, por exemplo,

enormes ganhos de qualidade na monitoração em

conversor da Cambridge Audio DacMagic, resolvi lhe

isso não representará problema algum. Você poderá

estúdios simplesmente alterando o posicionamento

escrever para tirar algumas dúvidas. Trabalho como

conectá-lo ao sistema via S/PDIF, Toslink ou USB e

das caixas e dos objetos e equipamentos próximos

engenheiro de mixagem e utilizo a plataforma Pro

usar as saídas balanceadas (mais aconselhadas no

a elas.

Tools 003 rack. Gostaria de saber se utilizando o

seu caso).

Já trabalhei com gravação tendo monitorado

conversor da Cambridge, ao invés do da Digidesign,

Utilizando o DacMagic no lugar do 003, você

mixagens tanto em estúdios como em meu sistema

estaria utilizando uma conversão melhor para a minha

estará substituindo um equipamento com múltiplos

hi-end. Posso dizer que ele se presta muitíssimo

monitoração. Atenciosamente,

recursos e diversas entradas/saídas por outro

bem a esta finalidade e permite percepções e

Alexandre Esteves

dedicado exclusivamente à função de conversão.

análises impossíveis de outra forma. Na maior

Aconselharia você a primeiro ouvi-lo no seu setup

parte da monitoração proáudio, o som é do tipo

Caro Alexandre, O DacMagic, da Cabridge

e avaliar os benefícios obtidos. Lembre-se ser

“na cara”, frontal, enquanto que um bom setup hi-

Áudio, é uma excelente opção de conversão DA

fundamental proporcionar as condições corretas para

end proporcionará a percepção dos detalhes de

tanto em um sistema hi-end como no proáudio.

usufruir do potencial de um equipamento de áudio

maneira mais sutil e refinada. Boa sorte em suas

Já tive em minhas mãos o DAC1, da Benchmark,

refinado. Estude cuidadosamente o resto do sistema

experimentações e comente os resultados.

citado lá fora por muitos engenheiros de som como

de monitoração utilizado, a instalação e tratamento

sendo ótimo conversor, mesmo para masterização,

da rede elétrica e a acústica da sua sala. Veja se

e impressionou-me muito mais a performance do

todas as suas caixas acústicas e seus amplificadores

DacMagic. O único recurso que você não terá

(ou monitores ativos), seus cabos de interligação e

disponível será o de uma entrada digital AES/EBU,

de força têm bom nível e são compatíveis entre si

a menos que você tenha obrigatoriamente que

quanto a sua sonoridade. Não se esqueça de estudar

utilizar este padrão. Se for obrigado a utilizar um

o posicionamento dos monitores. Eu já acompanhei

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Ricardo de Marino


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novidades

LG lança as primeiras TVs de 22’’ e 26’’ Full HD do mercado A LG Electronics lança a linha de *TVs LU50*, única no mercado com modelos LCD de 22 e 26 polegadas com resolução Full HD (22LU50FR/ 26LU50FR). Os lançamentos oferecem ao consumidor o máximo da qualidade na reprodução de imagens (1.920 x 1.080 pixels), além de exclusivo design White & Black Piano. A combinação perfeita da cor branca com a preta acrescentou mais sofisticação e modernidade ao produto, que possui suporte cromado e base giratória com detalhe transparente. Os modelos *LU50* se destacam por unificar várias tecnologias em um só produto. Entre os diferenciais está o recurso Smart Energy Saving Plus, que possibilita ao usuário controlar o consumo de energia da TV por meio do

compatíveis com essa função sejam

quando comparada a outros painéis de

ajuste do brilho da imagem, de maneira

operados pelo controle remoto da TV por

LCD disponíveis no mercado.

bastante simples, economizando até 60%

intermédio de conexão via cabo HDMI (2

de energia. Outra conveniência que o

entradas no modelos de 22 polegadas e 3

Preço médio sugerido

aparelho apresenta é o recurso Simplink,

no modelo de 26). A linha conta também

22” 22LU50FR: R$ 1.399,00

que

com baixo tempo de resposta (5ms),

26” 26LU50FR): R$ 1.899,00

possibilita

que

equipamentos

Elsys lança aparelho com funções inovadoras A Elsys investe em tecnologia e

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LNBF, mais sujeitos a danos por curto.

que funcionem à rede 110/220 volts, que

inovação e traz para o mercado os modelos

Além dessas comodidades, os novos

voltem ligados após uma queda de energia,

de receptores 2.7 e 2.0 Plus, que facilitarão

modelos apresentam outros diferenciais,

como: abajur, aparelho de som, rádio, etc.

e muito o uso pelo consumidor final. Uma

como o controle remoto com comando de

A tecnologia oferecida pelos novos

das novidades é que o receptor dispensa a

TV, que associado a um cabo especial

modelos de receptores 2.7 e 2.0 Plus gera

necessidade de ajustes manuais para a

Infravermelho (IR), possibilita transferir as

praticidade para o usuário e ainda agrada

configuração do tipo de LNB / LNBF,

funções essenciais do controle da TV para

os instaladores, que podem ampliar o

utilizado na antena parabólica, o que reduz

o controle remoto Elsys, ou seja, você

número

consideravelmente o tempo de instalação

passa a ter apenas um controle para os

receptores comuns, com conceito antigo,

do receptor. Ou seja, a nova função

dois aparelhos. Estes aparelhos têm outro

precisam de muito mais tempo e paciência

“Localizador de Satélite” dispensa também

diferencial

para

o

mais

segurança aos consumidores: o Simulador

seguindo uma série de passos para

conhecido como satellite finder, e a

de Presença, que através de uma função

configurar corretamente o sistema. Já a

necessidade de um monitor de TV no local

temporizada aleatoriamente por software,

exclusividade das funções mantém a linha

da instalação da antena, processo que

que “liga/desliga” a tomada auxiliar do

Elsys na nova geração de receptores de

dificultava a instalação. Atrelada a essa

receptor, simula a presença de alguém no

satélite banda-C”, comenta Claudio Blatt,

função, temos a Proteção Contra Curto de

interior do cômodo em que for ligado. A

gerente geral comercial da companhia. Os

Instalação, que anula danos provenientes

grande vantagem é que, nesta função,

novos modelos podem ser encontrados

de acidentes na instalação, protegendo

além de funcionar com o aparelho de TV, é

nos principais distribuidores do país.

principalmente o servo motor e o LNB/

possível substituí-la por outros aparelhos

uso

de

localizador

externo,

OUTUBRO . 2009

exclusivo

que

trará

mais

de

realizar

instalações

esta

diárias.

operação

“Os

manual,


NOVIDADES

Panasonic lança Mini Systems de alta potência e conectividade

A Panasonic do Brasil traz aos

duas caixas acústicas frontais, cada uma

MusicPort, Entrada Aux.

consumidores os produtos da linha 2009

com 250 watts, e um subwoofer de 10”

• Seletor de Música Rotativo.

de Mini System, composta pelo AK-181,

com mais 250 watts, totalizando 750 watts

• 750 watts RMS.

modelo de entrada, e AK-780 e AK-970,

RMS de potência, e o AK181 tem o total

• Subwoofer 25 cm (10 pol.) e Woofer de

tops de linha da marca. Os principais

de 250 watts RMS, divididos em duas

20 cm (8 pol.).

diferenciais

caixas de som com 125W – uma das

• Mecanismo 5 CD-R/RW*4: toca 1, troca

equipamentos são a alta potência sonora e

maiores

4 e sem interrupção.

a possibilidade de conexão com diferentes

segmento de preço em que está inserido.

apresentados

pelos

potências

RMS

dentro

do

• MUSICPORT: entrada frontal diferenciada para MP3 players.

players e gravação de CDs, Rádio, Music

Além disso, o AK780 oferece também

Port e entrada Auxiliar para dispositivos

o sistema “CD Rip” que é capaz de gravar

• Entrada auxiliar traseira: conexão com

USB. “O objetivo da linha 2009 de Mini

sinais de áudio digital (CD) ou analógico

DVD player, TV, etc.

System é aliar a melhor qualidade sonora

(Rádio, saída Aux. e Music Port) para

• Mic Mix: diversão com karaokê (entrada

com a praticidade das diferentes conexões.

dispositivos USB e também conta com a

para microfone).

A ideia é que o consumidor ouça suas

entrada frontal para microfone “Mic Mix”

• D. Bass: supergraves com controle de

músicas prediletas por meio da mídia que

proporcionando diversão através da função

intensidade.

lhe

karaokê.

AK181

for

mais

conveniente”,

explica

• Entrada USB: dispositivos pen drive,

Alessandro Batista, Analista de Produto da Principais características:

HDD e MP3.

AK970

• 250 watts RMS (total).

mercado e são oferecidos com acabamento

• CD Rip: grava músicas (CD) para

• Seletor de música rotativo.

‘black piano’ - o mesmo usado em TVs de

dispositivos USB*3 (MP3, pen drive, HDD)

• Mecanismo 5 CD-R/RW: Toca 1, troca 4

Plasma, LCD e Home Theaters - e têm

• 1.000 watts RMS

e sem interrupção.

tamanho robusto. A proposta da Panasonic

• 2 Subwoofers 25 cm (10 pol.)

• MUSIC PORT: entrada frontal diferenciada

é combinar os Mini Systems com ambientes

• Mecanismo 5 CDs: toca 1, troca 4, sem

para MP3 players.

que já possuam outros equipamentos

interrupção.

• Entrada auxiliar traseira: conexão com

eletrônicos com esse design.

• MUSIC PORT: entrada frontal diferenciada

DVD player, TV, etc.

para MP3 players.

• D. Bass: supergraves com controle de

• Entrada auxiliar traseira: conexão para

intensidade.

Panasonic do Brasil. Os modelos seguem a tendência de

Detalhes dos modelos AK780 e AK181 Os

modelos

DVD player, TV, etc. AK780

e

AK181

• Mic Mix: diversão com karaokê (entrada

Preço sugerido

apresentam algumas características em

para microfone).

AK970 – R$ 1.999,00

comum com o AK970 como entrada USB,

•D. Bass: supergraves com controle de

AK780 – R$ 1.299,00

sistema D. Bass Super Graves, Music Port,

intensidade.

AK181 – R$ 699,00

mecanismo de 5 CDs além do Seletor de

AK780

música rotativo. Porém o AK780 possui

• CD Rip: gravação de CD/MP3, Rádio,

OUTUBRO . 2009

1 7


NOVIDADES

Panasonic apresenta primeira TV LCD com sintonizador digital

A Panasonic do Brasil acaba de

a

possibilidade

de

exclusiva

função

Intelligent

Scene

aumentar a oferta de TVs da marca no

assistir à TV sem mudança na qualidade,

Controller, que gerencia a luminosidade do

mercado com o lançamento da TC-

mesmo em ângulos agudos de visão”,

painel e abertura dos pixels de acordo com

L37G11B - primeiro modelo LCD Full HD

completa Kawano.

a cena, reproduzindo gamas maiores de

da linha Viera adaptada à TV Digital. Entre

Além disso, a Panasonic alcançou uma

as características do televisor, destacam-

maior economia de energia, já que exige

se também o painel mais resistente e com

menos componentes para o funcionamento

Outro destaque é o exclusivo “Modo

nova tecnologia, diminuição do consumo

da TV, aliando qualidade de imagem e

Game”, ideal para os amantes dos jogos

de energia e leitor de cartão SD para fotos

preocupação com o meio ambiente. Outra

eletrônicos. A função propicia menor tempo

e vídeos. A série G de TVs da linha Viera é

vantagem do televisor fica por conta de

de resposta no processamento de imagens,

100% preparada para TV Digital, o que

uma exclusiva película de proteção que

dando

proporciona uma nova experiência de

elimina os reflexos e permite maior

principalmente aos de ação. A TV também

imagem e som aos telespectadores. “A

resistência do painel contra choques.

oferece o sistema Viera Link, que possibilita

cores claras e escuras, o que garante a sensação de realismo.

mais

realidade

aos

jogos,

Panasonic acredita no potencial da TV

Com contraste dinâmico de 20.000:1,

Digital e lançou, em 2008, modelos de

a TV TC-L37G11B traz, ainda, a exclusiva

equipamentos Panasonic de alta definição

plasma 42, 50 e 58 polegadas com

tecnologia Viera Image Viewer, que permite

via cabo HDMI e proporciona maior

sintonizadores embutidos. Para a linha

a leitura de fotos em JPEG e arquivos de

racionalização do consumo de energia dos

2009, decidimos oferecer essa possibilidade

vídeo no formato AVCHD diretamente na

televisores. Com o manuseio apenas por

também

TV,

cabos,

meio do controle remoto da TV, é possível

preferem a tecnologia LCD”, explica Daniel

computador e até mesmo das câmeras e

operar as funções de blu-ray, DVD Theater

Kawano,

filmadoras para compartilhar fotos e vídeos

e filmadoras, desligá-los automaticamente

com familiares e amigos.

assim que o aparelho de TV é desligado ou

para

os

Analista

consumidores de

Produto

que da

Panasonic do Brasil.

1 8

espectador

dispensando

o

uso

de

convergência

digital

com

Com a nova tecnologia IPS Alpha de

O modelo possui também o avançado

painéis de LCD, o modelo da Panasonic

processador de imagem de 3ª geração, o

apresenta o maior ângulo de visão de cores

V-Real3, responsável por remasterizar os

Preço sugerido

e contraste do mercado pois possui pixels

sinais que entram na TV, melhorando a

R$ 3.099,00

uniformes, o que o difere dos painéis

qualidade

www.panasonic.com.br

convencionais. “Essa tecnologia traz ao

processador, a TC-L37G11B oferece a

OUTUBRO . 2009

de

imagem.

Aliado

ao

outros

quando é alterada a entrada do mesmo.


NOVIDADES

Chega ao Brasil primeiro smartphone Android: Galaxy i7500 A Samsung, mantendo sua tradição de pioneirismo

tecnológico

e

oferta

de

múltiplas plataformas, traz ao Brasil o smartphone Galaxy (i7500), seu primeiro modelo mundial na plataforma Android, sistema operacional desenvolvido pela Open Handset Alliance, um grupo de 47 empresas da área móvel e de tecnologia que se uniram para acelerar a inovação na área

móvel

midores

e

uma

oferecer experiência

aos

consu-

rica,

mais

econômica e melhor. A Samsung é a primeira a lançar o produto no Brasil, com entrega ao mercado esta semana. “Antecipamos a chegada da plataforma

no

mercado

garantimos

o

compromisso

brasileiro com

e o

pioneirismo e desenvolvimento tecnológico

5.76 Mbps (850/ 1900/2100 MHz) EDGE /

no país, uma das marcas da empresa.

GPRS (850/900/1800/1900)

Apoiamos e oferecemos sempre o que há

- Display: 3.2” HVGA (320 x 480) AMOLED

de melhor no mercado para os nossos

- Câmera fotográfica com resolução de 5

consumidores”, afirma Silvio Stagni, Vice-

megapixels com recursos profissionais +

Presidente da Divisão de Telecom da

Flash Power LED

Samsung. Compacto, com apenas 11,9

- Conectividade: USB 2.0,

mm e tela 3.2“AMOLED full touch screen

Bluetooth 2.0, Wi-Fi

de vidro temperado antirrisco, o Galaxy

- Sistema Operacional: AndroidTM

permite aos usuários navegação em alta

- Áudio: MP3/ AAC/ AAC+/

velocidade, com conectividade 3G e Wi-Fi.

eAAC+/ WMA/ RA

“A Samsung é pioneira mais uma vez,

- Vídeo: MPEG4/ H.263/ H.264/ WMV

sendo a primeira empresa a aprovar o

- GPS

produto na Anatel e entregá-lo ao mercado.

- Aplicativos: Browser Chrome-Lite,

Este é o primeiro modelo da série que irá

Android market

crescer até o fim do ano”, explica Hamilton

- Modo Off-line

Yoshida, Diretor de Marketing para a

- Viva Voz

Divisão de Telecom da Samsung.

- Bateria: 1500 mAh

O Galaxy i7500 possui câmera com 5

- Memória interna de 8 GB expansível por

megapixels e memória interna de 8 GB,

cartão micro SD

expansível até 32 GB para desfrutar de

- Capacidade máxima de memória: 32 GB

todas as aplicações e conteúdos multimídia.

- Kit básico inclui, além do aparelho,

Especificações Técnicas

bateria, fone de ouvido estéreo e cabo de dados USB

Samsung Galaxy i7500 - Dimensões: 115 x 56 x 11,9 mm/114,4 g

Preço sugerido

- Tecnologia: HSDPA 7.2 Mbps/ HSUPA

R$ 1.799,00

OUTUBRO . 2009

1 9


NOVIDADES

Gravador Blu-Ray da LaCie de 8x chega ao Brasil pela Controle Net

Com a tecnologia Blu-Ray, o mercado

reler discos BD-R e BD-RE, além dos

de produções de vídeos em alta definição

tradicionais CD e DVD. O produto conta,

(High Definition - HD) conquistou um

ainda, com duas interfaces de conexão ao

seguro e eficaz recurso para armazenamento

computador, a USB 2.0 e Firewire. Outra

e reprodução com máxima qualidade. Com

característica do hardware é a com-

foco nesse mercado, a Controle Net,

patibilidade com PC e Macintosh, que é

empresa especializada em soluções de

possível

armazenamento em rede com mais de

embutidos: o Toast 9 Titanium para Mac e

duas décadas de experiência de mercado,

o Easy Media Creator 10 para Windows.

em

função

dos

softwares

traz ao Brasil o gravador profissional d2 Blu-Ray Drive, da LaCie, que grava discos single e dual-layer com velocidade de até

Características Técnicas:

8x. Voltado para profissionais, o hardware tem capacidade de armazenamento de até

d2 Blu-Ray Drive

quatro horas de vídeos em HD em duas

Fabricante: LaCie

camadas de 25 GB de um único disco,

Capacidade: 4 h de gravação e 50 GB

totalizando 50 GB. Tal diferencial é quase

Interfaces: USB 2.0 e Firewire

10 vezes superior à capacidade de

Sistema Operacional Requerido: Mac OS X

memória do DVD. “Com essa solução da

10.4.8 ou superior para Macs e Windows

LaCie, a qualidade da imagem e do áudio

XP, Vista ou superior para Windows.

das produções é mantida. Além disso, o

Dimensões: 172.8 x 44.8 x 251.1 mm

armazenamento é seguro e com custo

Peso: 1,400 kg

reduzido devido à alta capacidade de cópia em um único disco”, destaca Julio Esteves,

Disponibilidade e Preço

Gerente de Marketing da Controle Net.

Onde encontrar:

Com design robusto, o gravador d2 Blu-Ray Drive permite gravar, regravar e

2 0

OUTUBRO . 2009

www.loja.controle.net Preço: R$ 2.990,00


OUTUBRO . 2009

2 1


video tech

HIGH BIT-RATE OU SIMPLESMENTE HB-R Fernando Andrette

fernando@clubedoaudio.com.br

Creator e Scenarist SD para a definição do nível de compressão ideal para cada parte do

filme

observando

ambientação,

mudanças

luminosidade,

de

textura

e

velocidade. Depois de feito este trabalho de forma quase que artesanal, como se estivesse editando novamente o filme, passa-se para a última etapa na qual se estabelece manualmente quais cenas deverão ser recodificadas para que se obtenha

o

melhor

desempenho

do

algoritmo de compressão. Esse processo, chamado de segment re-cording, é a fase mais complexa e delicada do processo, posto que é preciso recodificar cena a cena observando-se

as sequências de

fotogramas e otimizando seus parâmetros individuais. Paralelamente, a Visom Digital em seu estúdio de áudio realiza uma remasterização do áudio multicanal e estéreo do filme e extras, otimizando sua espacialização, equalização,

volume

emprestando

ao

dinâmica

e

espectador

a

dramaticidade dos estúdios de finalização de Holywood. A tecnologia HB-R tem por meta ampliar

a

capacidade

sensorial

do

telespectador de uma forma totalmente nova. Para a nossa avaliação, a Europa Filmes nos enviou quatro filmes em publicações originais e em versão HB-R. distintas: escolha dos melhores filmes que

Foram eles: Piaf - Um Hino Ao Amor, O

telefonema do Carlos de Andrade, da

poderão

de

Som Do Coração, O Pianista e Tristão e

Visom Digital, falando que iria me enviar

refinamento, seguido de estudo minucioso

Isolda. Em edições extremamente bem

alguns DVDs que haviam sido modificados

pela

cuidadas de luxo, a versão HB-R possui 2

disponibilizando uma qualidade superior

estabelecendo

em tratamento de imagem e áudio, graças

contraste e brilho para cada uma das

a uma menor taxa de compressão de seus

sequências filmadas compensando as

Oppo modelo BDP-83, TV de plasma

conteúdos audiovisuais.

perdas provenientes de compressões

Panasonic Viera de 42 polegadas Full HD,

Foi em meados de julho que recebi um

2 2

passar

Visom

pelo

Digital

processo do

parâmetros

material, de

cor,

discos – filme e extras. Para o teste, utilizamos O Blu Ray da

O processo batizado de HB-R (High

estremas do formato MPEG-2 (o algoritmo

Receiver Cambridge Áudio Azur 340 R,

Bit-Rate) foi desenvolvido pela própria

utilizado nos DVDs). O próximo passo é a

caixas para home theater AAD Reference e

Visom Digital e consiste em três fases

utilização do sistema Sonic Solutions-

Mordaunt

OUTUBRO . 2009

Short

Alumni

para

2.0,


VIDEO TECH

amplificador integrado MBL 7008 e caixas

A segunda experiência foi rever o

versão HB-R realmente fazem grande

PSB Imagine T. Cabos HDMI da Oppo e

Pianista pela décima vez. Foi comovente

diferença. Melhor contraste, cores mais

Logical Cables, caixas Van den Hul - Clear

perceber o grau e interpretação e entrega

naturais e um áudio extremamente realista,

Water e de interligação The Name da Van

de Adrien Brody, não somente através de

colocando o telespectador dentro da batalha (principalmente em 5.1).

den Hul e Ethernity da Logical Cables.

suas feições, mas também do esforço

Como eu não havia assistido no cinema

físico que ele impõe no começo de sua

A tecnologia HB-R é a prova que,

Piaf, este foi o primeiro DVD que abri.

heroica sobrevivência em que seus gestos

quanto menor for a compressão do vídeo e

Comecei por ver a versão original e, depois

são firmes e depois, com o passar do

do áudio, maior será o prazer em assistir

de algumas anotações, passei para a

tempo, e com o longo processo de

grandes filmes. Trata-se de uma enorme

versão HB-R.

inanição, já sem forças, ele vai se

evolução e que foi desenvolvido totalmente

Foi um choque tanto em termos visuais

entregando. Na versão HB-R, o áudio de

no Brasil por uma das mais importantes

como de áudio. A começar pelo grau de

seus movimentos pelos escombros de

empresas de autoração de DVDs na

inteligibilidade de detalhes como barulho

Varsóvia vão se tornando cada vez mais

América Latina: a Visom Digital.

de rua, sons ambientes, na relação de

sutis e se percebe nitidamente o grau de

Com a tecnologia HB-R, qualquer

volume dos instrumentos e voz de Piaf. Os

perfeccionismo de toda a equipe de

cinéfilo realmente realizará seu sonho de

diálogos

ganharam

filmagem em tornar cada cena o mais

possuir versões definitivas de seus filmes

tornando

o

realista possível.

preferidos. Esperamos sinceramente que a

maior

espectador

presença,

ainda

mais

de

Europa Filmes não pare por aqui e lance

É notória a força que uma imagem

inteligibilidade do processo de degradação

em um curto espaço de tempo muitos

exerce em nosso cérebro. E a forma mais

moral e física é retratado de forma

outros títulos.

honesta de descrever a experiência de

excepcional também através do áudio.

Consumidores ávidos por produtos de

assistir a versão HB-R é que realmente

Para os fãs de batalhas épicas, Tristão e

melhor qualidade certamente agrade-

realizamos uma viagem sensorial muito

Isolda deve realmente ser um deleite. As

cerão e farão o que for preciso para possuir

mais profunda e focada.

imagens com menor compressão na

a versão HB-R.

presente e cúmplice.

No

processo

HB-R,

o

grau

OUTUBRO . 2009

2 3


2 4

OUTUBRO . 2009


2 5

OUTUBRO . 2009


tecnologia

AMPLIFICADORES E ORGANICIDADE Guilherme Petrochi

guilherme@clubedoaudio.com.br

Minha formação em eletrônica, aliada à

escolha da marca dos componentes,

influenciam na linearidade do amplificador.

paixão pelo áudio, sempre me apontou

fiação interna, material das placas e do

Existem pelo menos dez tipos de circuitos

uma simples questão: somos capazes de

chassi, são fatores que contribuem na

Push-Pull, grande variedade de transistores

avaliar

dinâmica,

sonoridade final do amplificador. Além

e técnicas de redução de distorção, como

demais

disso, há uma complexa base teórica da

a polarização (Classes A, B e AB) e a

engenharia na qual vamos nos adentrar.

Realimentação Negativa.

a

respostas

transparência, de

características qualificar

uma

transientes subjetivas. audição

a e

Mas

como

através

características técnicas?

qual parte do sinal de saída é usada para

O Projeto diretamente

reduzir distorções, ganhou má reputação

madrugadas fuçando uma infinidade de

relacionada com o tipo de componente

ao longo do tempo, principalmente na

sites sobre o assunto, posso dizer que

ativo utilizado (válvula ou transistor) e a

audiofilia.

percorri o mundo inteiro via internet e

filosofia

ou

Essa injustiça aconteceu porque os

terminei minha jornada adquirindo também

simplicidade). A primeira adota técnicas

primeiros amplificadores transistorizados

alguns livros bem específicos (graças ao

avançadas

conse-

usavam altas taxas de Realimentação

Amazon) para me aprofundar mais um

quentemente

com-

Negativa e tinham sonoridade inferior à dos

pouco na questão. Além disso, trabalhar

plexidade.

na

valvulados da época. A péssima qualidade

diretamente com áudio me possibilitou ter

utilização do menor número possível de

sonora não era resultado apenas da

acesso a muito material impresso e, o

componentes no circuito de amplificação.

elevada realimentação, mas sim da falta de

Não perdi tempo. Depois de virar

A

sonoridade

de

está

projeto de

A

(linearidade

engenharia

circuitos segunda

de

e alta

baseia-se

melhor de tudo, poder acompanhar e

conhecimento

apreciar muitas audições, como avaliações

Filosofia da linearidade

(transistores) e de como utilizá-los. Mesmo

de sistemas no trabalho, medições em

Amplificadores que seguem a filosofia

assim, devido ao baixo custo de produção,

salas de clientes ou simplesmente ouvir

da linearidade soarão mais “transparentes”.

a venda de amplificadores transistorizados

boa música para relaxar com os amigos. A

Transparência é sinônimo de distorção

superou a dos valvulados.

gente sempre tem a oportunidade de

baixa, principalmente de harmônicos de 2ª

Com a experiência adquirida ao longo

conhecer os mais diversos tipos de

ordem, possível somente em estágios de

de 50 anos de amplificação transistorizada,

equipamento e sentir a alma de cada um.

saída Push-Pull. Essa afirmação nos leva a

a Realimentação Negativa, quando bem

Assim a resposta para o que parecia uma

pensar

implantada, tornou-se fundamental a todo

simples questão deu conteúdo de sobra

amplificadores

para este artigo.

“transparentes”, pois 99% deles são Push-

A Classe de Operação é outro fator

Pull. Na verdade, vários outros fatores

que tem grande influência na linearidade

Sabemos que ajustes finos, através da

2 6

A Realimentação Negativa, técnica na

de

OUTUBRO . 2009

que

praticamente transistorizados

todos são

dos

novos

dispositivos

amplificador de excelente linearidade.


Jamo Série C 80: uma festa para os olhos e ouvidos Por 40 anos, a Jamo tem estado na vanguarda da aclamada indústria Dinamarquesa de caixas acústicas. Somos reconhecidos no mundo inteiro como um fabricante de produtos de áudio para aplicações residenciais e comerciais de alta qualidade e premiado design. Nossa missão é criar memoráveis experiências com produtos que reflitam elegância em design e em som. A Série C 80 da Jamo recria a experiência perfeita do concerto e do cinema. Incluindo os belamente projetados gabinetes de alta qualidade, a Série representa a personificação e filosofia de design e acústica da Jamo. Cada um dos oito modelos da Série C 80 se caracterizam pela sua verdadeira projeção de som, proporcionando um elevado nível de detalhes em todos os sentidos. Série C 80: O Som e o Design Dinamarquês nunca foram tão belamente expressos.

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2 7


tecnologia

pela impressão de naturalidade. Os fabricantes: Kondo, Audio Note, Cary, Unison Research, Air Tight, Lamm e Audiopax, tornaram-se referência entre amplificadores Single-Ended valvulados. Entre os transistorizados, destacam-se: Pathos, EAR e Blue Circle. Fabricantes de amplificadores Push-Pull transistorizados como Pass Labs, Pathos, Dartzeel, Bow também são adeptos da

Technologies

filosofia da simplicidade. Essa filosofia é relativamente recente e desconsidera a tentativa de reduzir ao máximo a distorção, uma vez que se acredita ser desnecessário mantê-la muito abaixo do que podemos perceber. O amplificador destina-se à do amplificador. Os Classe A têm a menor

W. T. Cocking estabeleceu que a distorção

reprodução de música e deve agradar ao

distorção possível, pois são os mais

máxima tolerada em um amplificador de

ouvinte e não a equipamentos de medição

eficientes na redução da distorção de

qualidade seria 5%. Todos os esforços em

em laboratórios. Anúncios e especificações

harmônicos de alta ordem.

diante foram voltados para obter a menor

técnicas de alguns fabricantes orgu-

engenharia

distorção possível. Fabricantes como Quad

lhosamente

convencional, sabe-se que a segunda

e McIntosh obtiveram resultados notáveis

Realimentação Negativa, técnica padrão

melhor Classe de Operação é a B e não a

no final dos anos 40: cerca de 1%. Nos

de redução de distorção, consolidada há

AB, criada para eliminar a problemática

anos 70, alguns fabricantes conseguiram

mais de 80 anos.

Distorção de Transição inerente ao circuito

chegar em 0,05%, valor bem abaixo do

Push-Pull em Classe B. Em amplificadores

que somos capazes de perceber (0,1%).

Conclusão

Classe AB, a passagem abrupta da região

Agora temos amplificadores com distorção

Dizer qual tipo de amplificador soa

A para B gera distorções inexistentes nos

abaixo de 0,001%, mas deixemos esse

melhor é impossível, pois os propósitos

amplificadores Classe B cuidadosamente

detalhe como caráter informativo apenas.

das duas filosofias são distintos. Além

Contradizendo

a

não

usar

a

projetados. A Distorção de Transição é

Sobre o assunto, vale relembrar: a

disso, a associação com os diversos tipos

responsável por apenas parte da Distorção

Distorção Total de um amplificador é

de caixas acústicas, pré-amplificadores,

Total

composta

fontes sonoras, cabos e, acima de tudo, o

do

amplificador,

portanto,

se

pela

distorção

de

vários

eliminados todos os outros componentes

harmônicos. Harmônicos de alta ordem

gosto

e o estágio de saída ficar rigorosamente

distorcidos, mesmo que em pequena

impossibilitam um consenso. Há também

estabilizado em Classe B, este amplificador

quantidade, podem fazer um amplificador

o caso de fabricantes que conseguem unir

apresentará menor distorção que um

soar

virtudes das duas filosofias, como Jeff

Classe AB convencional. Krell, Plinius,

enquanto que altos níveis de distorção de

Rowland,

Cambridge Audio, Audiolab são equi-

harmônicos de baixa ordem podem fazê-lo

Electrocompaniet e Bryston.

pamentos com baixíssima distorção que

soar com maior “naturalidade”.

seguem a filosofia da linearidade. Algumas pessoas

consideram

sua

sonoridade

“fria” ou “sem vida”.

2 8

declaram

extremamente

desagradável,

De

pessoal,

Naim, modo

são

fatores

Accuphase, geral,

que

Gamut,

amplificadores

Durante os anos 80, no Japão, e 90 no

extremamente “transparentes” (filosofia da

resto do mundo, os audiófilos passaram a

linearidade) reproduzem os detalhes da

reconhecer e valorizar os amplificadores

gravação com maior precisão, no entanto

Single-Ended

tornam a audição de discos mal gravados

valvulados.

A

distorção

Filosofia da simplicidade

desse tipo de amplificador é proporcional

inviável.

Em contraposição à linearidade, a

ao volume e costuma chegar aos 5% na

“naturais” (filosofia da simplicidade) são

filosofia da simplicidade ganhou espaço no

potência máxima. No entanto, ela é

mais tolerantes quanto à qualidade da

mercado High-End. A origem conceitual da

composta essencialmente pela distorção

gravação, porém limitam o detalhamento

Alta Fidelidade foi na data de 1934, quando

de harmônicos de 2ª ordem, responsável

de gravações excelentes.

OUTUBRO . 2009

os

amplificadores

mais


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2 9


3 0

OUTUBRO . 2009


teste audio 1

CAIXA ACÚSTICA B & W 800D Fernando Andrette

fernando@clubedoaudio.com.br

Nossos leitores mais antigos, com excelente memória, devem estar pensando: mas a B&W 800D já não foi testada?

Mas para se chegar ao produto final acabado levou-se um grande período de tempo e um investimento financeiro astronômico.

Sim e não é a resposta, amigo leitor. Pois, na verdade, o que

O processo se dá quando gases aquecidos em um plasma a

fizemos foi um ensaio com a caixa na própria sede da Som Maior,

temperaturas similares à superfície do Sol se ligam para formar os

em abril de 2006.

cristais de diamante, que podem então ser utilizados na cúpula do

Para os que tiverem a edição de número 112, será interessante uma consulta. Mas como de lá para cá ganhamos uma centena de

tweeter. Para o leigo, todo esse dispendioso trabalho merece um única pergunta: para que tanto esforço?

novos leitores, vou repetir grande parte da introdução feita no ensaio,

Segundo os engenheiros da B&W, para se conseguir criar uma

pois trata-se de material técnico e informativo de suma importância

cúpula que se mantenha rígida, exibindo um comportamento

para se entender o alto padrão da caixa.

pistonico perfeito, tão alto na escala de frequência quanto o possível

Ouvir novamente a 800D em nossa sala foi um desafio animador,

de se atingir na prática.

já que a havia escutado em excelentes condições em uma das

Para se atingir este grau de perfeição, o mais indicado são

melhores salas do showroom da Som Maior. Muitas questões me

materiais com a mais elevada rigidez versus densidade. E o diamante

vieram à mente, mas a que mais me cutucava era como a 800D se

possui uma dureza quase infinita e massa próxima de zero. A grande

comportaria em nossa sala, principalmente na reprodução das

dificuldade, no entanto, não foi desenvolver o diamante no tamanho

baixas frequências.

e peso desejados e sim desenvolver o anel vertical para a bobina

Assim aceitamos o desafio de bate-pronto.

móvel, que resultou depois de solucionado no pedido de uma

As 800D enviadas para teste vieram lacradas, o que determinou

patente. Devido às radicais mudanças na cúpula do tweeter, os

um período de 200 horas de queima antes de iniciarmos nossas

engenheiros também tiveram que redesenhar o crossover,

observações. A 800D incorpora um número significativo de avanços.

simplificando e passando-o de quarta para primeira ordem e

E o mais relevante avanço é, sem dúvida alguma, o tweeter de domo

deslocando o novo tweeter levemente para frente, a fim de manter

de diamante. Graças aos novos processos industriais, o diamante

coerência de fase com o falante de médio.

pode ser sintetizado em grandes quantidades numa enorme variedade de formas e tamanhos.

Ainda que o desenvolvimento do tweeter de cúpula de diamante tenha sido a mudança mais radical, os outros falantes também

O diamante é resistente a ataques químicos, transparente a

sofreram modificações. A unidade de Kevlar, responsável pela

ultravioleta e infravermelho, além de um ótimo condutor de calor e

reprodução da região média, sofreu alterações na borda e um novo

isolante elétrico.

material em espuma, com uma impedância mecânica resistiva

A escolha da B&W se deu principalmente na sua força e rigidez,

idêntica à extremidade do cone, colocada por debaixo do mesmo.

pois o diamante mostrou-se ideal para ser utilizado na nova cúpula

Com isso, ondas curvilíneas viajando pelo cone são praticamente

de tweeter que a B&W estava desenvolvendo.

absorvidas pelo anel de espuma.

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3 1


teste audio 1

O chassis desse falante também foi redesenhado, com o objetivo de minimizar qualquer impedimento à circulação do ar na traseira do falante. E para reduzir ainda mais o excesso de material por detrás do cone, foram utilizados novos magnetos de neodímio os quais, segundo o fabricante, fornecem a mesma força magnética a partir de uma geometria menor e muito mais leve. Os dois falantes de 9 polegadas também sofreram alterações. Para o novo cone, foi escolhido o Rohacell, uma sofisticada construção de cone composta de espuma endurecida entre duas superfícies de fibra de carbono. Segundo os engenheiros da B&W, esse novo material tornou as unidades ainda mais leves, duras e velozes. No primeiro ensaio, realizado em abril de 2006 na sala Parco Della Musica, o equipamento utilizado foi: power 501 da Jeff Rowland alimentando os graves, power 201 também da Jeff alimentando os médio/agudos, préamplificador Meridian G68, CD player também Meridian G98 DH, cabos WireWorld Eclipse, Polaris e interligação Audioquest Sky. Já para o nosso teste aberto, nossa configuração foi: power Krell Evolution 600, pré-amplificador Accuphase C-2810, CD player dCS Puccini, clock externo também da dCS, toca-discos Transrotor Zet 3.2, cápsula Benz Micro LP, braço SME série IV e pré de phono ASR Basis Exclusive. Cabos de caixa Transparent Áudio Reference XL SS para os graves, Logical Cables Edição Especial para os médios e agudos. Cabos de interligação: Jubilee da Van den hul, Purist Anniversary e Logical Cables Edição Especial. Cabos de força Purist Anniversary no AC Organizer LC 311 SE e no restante dos equipamentos Transparent Áudio Power Link MM. Rack Airon série X com plataforma Ricardo de Marino. Levamos dois dias estudando a melhor posição da 800D em nossa sala de teste. Conseguimos duas excelentes posições: uma a cerca de 1m50 da parede a suas costas e 1m das paredes laterais e outra, ainda mais impactante, a 1m80 da parede a suas costas e 1m10 das paredes laterais. Na primeira posição, ainda que tivéssemos menos deslocamento de ar, o palco era majestosamente gigantesco e com um foco e recorte de tirar o fôlego.

nossa sala. Trata-se de uma configuração perfeita de extensão, decaimento

Já na segunda posição, ainda que desfavorecendo o palco

suave e velocidade que nos faz a todo instante prestar atenção de

gigantesco, ganhamos em deslocamento de ar e energia muito mais

forma redobrada na reprodução das altas frequências. Nada de

convincente nas baixas frequências. Optamos pela segunda posição

brilho ou agressividade ainda que estejamos a ouvir a última oitava

para o teste aberto.

de um violino, um trompete com surdina, uma gaita ou um piccollo.

Foram duas semanas de intensas audições antes de escolhermos

A região média, além de ultratransparente, possui sempre um alto

a seleção de 22 CDs e 4 Lps que foram apresentados no teste. Mas

grau de suavidade e naturalidade que só engrandecem a reprodução

para a escolha dos discos ouvimos, com certeza, mais de 100

de texturas, sejam elas simples ou complexas.

discos utilizados pela metodologia. Quando testamos um produto

As vozes são reproduzidas com tamanha naturalidade que nos

que permite um leque tão grande de opções, estamos frente a um

remetem obrigatoriamente a prestar total atenção ao mínimo detalhe.

produto de enorme potencial.

Sem a menor sensação de fadiga auditiva, a B&W 800D permite

O que já havia constatado no ensaio anterior em relação à beleza

3 2

dos agudos se confirmou de forma ainda mais contundente em

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horas e horas de audição.


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CAIXA ACÚSTICA B&W 800D

Em relação ao ensaio realizado em 2006, a maior diferença que

diversas etapas da gravação, mixagem e masterização. Basta olhar

notei foi na região grave. Naquela data, apesar de ter me convencido

uma centena de fichas técnicas de selos como Decca, Telarc, etc e

que os amplificadores Jeff Rowlands haviam dado conta do recado

ver que a caixa utilizada foi a 800 ou a 801D, e também que um dos

em termos de velocidade e precisão, não escutei o deslocamento de

mais famosos estúdios de gravação do mundo, o Abbey Road,

ar e nem tampouco a enorme energia dos graves que extraímos em

utiliza a 800D.

nossa sala.

Se ela não fosse uma caixa de inúmeras qualidades, seu sucesso

Em muitos momentos, a 800D foi simplesmente visceral. A maior

e longevidade não seria tão sólido. Para quem possui uma excelente

diferença foi justamente no disco Toccata e Fuge de Bach com o

eletrônica, sala de tamanho adequado e uma paixão por “audições

organista Ton Kopman. No ensaio, ainda que grandioso em termos

viscerais”, a 800D é uma excelente opção. Ainda que se trate de

de ambiência e equilíbrio tonal, a energia das baixas frequências

uma caixa de 100 mil reais! Ela será um investimento de sólido

foram por demais controladas.

retorno emocional e auditivo.

No teste aberto, o impacto foi coletivo (leia opinião dos leitores). Os graves, quando acionados, vinham em ondas fazendo vibrar até mesmo nossas cadeiras. Mas o controle era tão correto e tinha um grau de inteligibilidade tão perfeito, que a vontade era de repetir a faixa dezena de vezes. Mas é, certamente, em grandes massas orquestrais que a 800D se sente em casa. Nada imacula seu poder de autoridade e precisão, seja na reprodução de micro ou macrodinâmica. Ela se impõe de tal maneira que chega a intimidar o ouvinte desavisado. Ainda que, em volumes próximos do limite auditivo e do bom senso, ela não se dobra. Para os que escutam absurdamente alto, a 800D merece uma

Resposta de freqüência 25Hz a 33 Khz Sensibilidade 90 dB Impedância 8 ohms 3,1 (mínima) Dimensões 1180 mm de altura 450 mm de largura 645 mm de profundidade Peso 125 Kg Compatibilidade com amplificadores de 50 a 1000 watts Corte em 350 Hz e 4 Khz

audição obrigatória. Diria que ela é uma caixa que se sente realmente à vontade quando exigida, e se a eletrônica estiver à altura de seu fôlego nada irá comprometer a audição.

Conclusão

CAIXA ACÚSTICA B & W 800D Equilíbrio Tonal

10,0

Sound Stage

10,0

A 800D não é apenas uma caixa admirada e respeitada no

Textura

10,0

mercado high end. O mercado de áudio profissional a utiliza em

Transientes

10,0

Dinâmica

10,0

Corpo Harmônico

10,0

Organicidade

10,0

Musicalidade

10,0

Total

80

Pontuação máxima, equipamento categoria Diamante: 80 VOCAL ROCK . POP JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA SINFÔNICA

DISTRIBUIDOR SOM MAIOR Tel (47) 3472.2666 Preço sob consulta

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SEGUNDA OPINIÃO

CAIXA ACÚSTICA B & W 800D

opinião do FABRICANTE Luis Assib Zattar

Gostaria de começar agradecendo a oportunidade de conhecer a bela sala de áudio do Fernando Andrette, de excelente sonoridade,

para simular maior ambiência em alguns CDs.

assim como conhecer os leitores Euclides Marques e Danilo Monteiro

Mas foi somente ao final de mais de vinte faixas de CDs, quando

e os colaboradores da revista, Rodrigo Moraes e Ricardo de Marino.

ouvimos o som glorioso do LP “O Grande Circo Místico” de Edu

Logo no começo da audição, pude perceber a boa sinergia das

Lobo e Chico Buarque, um LP bem gravado, mas sem pretensões

caixas com a eletrônica utilizada, que mesmo tendo uma assinatura

audiófilas, que pudemos confirmar tudo aquilo que as B&W 800

sônica diferente da que costumamos utilizar (Classé e Jeff Rowland)

Diamond são capazes: uma reprodução envolvente e comovente,

apresentaram excelente desempenho.

capaz de arrepiar nossos pelos e marejar nossos olhos.

Nas várias peças musicais analisadas, de vocais solos a

As demais músicas ouvidas em LPs, Songs for Distingue Lovers

pequenos trios, de pequenas orquestras a grandes sinfônicas, piano

(Billie Holiday), Waltz for Debby (Bill Evans) e o excepcional Friday

solo ou violões, a clareza, recorte, precisão de planos e volumes,

Night in San Francisco (Al Di Meola, John McLaughlin e Paco de

tudo se materializava com incrível veracidade à nossa frente,

Lucia) confirmaram o fato de que simplesmente não há como

fazendo-nos acreditar estar diante do espetáculo real. Merece

comparar o som ouvido da fonte digital com o velho e bom analógico.

destaque especial a excelente graduação dinâmica, micro ou macro.

E as B&W 800Diamond não deixaram dúvida do fato!

As diferenças de técnicas de microfones utilizados nas gravações

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eram facilmente percebidas, bem como o uso de artifícios eletrônicos

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Obrigado pela oportunidade de participar e comentar.


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teste audio 1 . SEGUNDA OPINIÃO

opinião do LEITOR Euclides Marques

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Existem certos acontecimentos na vida que naturalmente nos

citados acima. Mas já aprendi que, nessas ocasiões, o melhor a

causam grande expectativa. A primeira noite de Natal de que nos

fazer é conseguir utilizar toda a energia da adrenalina em ebulição

lembramos, com o presente tão sonhado, a primeira viagem sem os

em prol do trabalho a ser realizado. E o trabalho desta vez era ouvir!

pais, o primeiro vestibular, o primeiro jantar com a mulher amada, o

Ouvir atentamente, com a máxima concentração no acontecimento

casamento, o nascimento do filho, etc. Mesmo para nós artistas,

musical. Na manhã do dia marcado, num refúgio cercado de Mata

mais acostumados a lidar com as emoções (não apenas as dos

Atlântica, desfilaram diante de nossos ouvidos os exemplos de mais

outros, mas, principalmente, com a nossa), a expectativa e a

de vinte CDs escolhidos a dedo pelo Fernando.

ansiedade podem levar ao limite da insônia como, por exemplo, na

Começamos com o duo de violões, numa gravação primorosa

véspera do primeiro recital, do primeiro concerto para milhares de

do Genuinamente Brasileiro I, formado por Paulo Belinati e meu

pessoas, a primeira sessão de gravação em estúdio, a primeira

colega de instrumento Camilo Carrara. As diferenças de toque entre

apresentação ao vivo na TV.

os dois músicos, as sutilezas das texturas, a ótima focagem e

Quando fui convidado pelo Fernando Andrette para participar do

velocidade na reprodução de transientes permitiram até perceber,

Teste Aberto, tinha consciência do que se tratava: uma oportunidade

sem dificuldades, diferenças na microfonação de cada instrumento.

única de passar algumas horas ouvindo música de qualidade

Em seguida fomos assaltados por um guitarrista californiano tocando

inquestionável numa das melhores salas de audição do Brasil (quiçá

violão de aço com palheta. As batidas do pé, os mínimos gemidos

do mundo!). E aqui, não me refiro apenas ao valor estratosférico dos

da voz e a “pegada” vigorosa e quente de sua mão direita foram

equipamentos disponíveis, ou à excelência do projeto acústico do

reproduzidos com uma agilidade vertiginosa, arrebatando-nos já de

Ricardo de Marino, mas acima de tudo, ao know-how de toda uma

início no quesito transientes. Que ritmo!

vida dedicada à audiofilia, na busca das melhores combinações

Depois ouvimos um coro à capela, com os King’s Singers sendo

sinérgicas e, em última instância, das melhores condições para se

materializados na nossa frente. As menores inflexões de voz, o

apreciar música. Isso tudo e muito mais que lá estaria não tem preço!

posicionamento de cada cantor, o grave impressionante do barítono,

Como se não bastasse, o teste seria voltado para o modelo tope de

bem como a delicadeza do soprano cantando em falsete, tudo

linha de um dos maiores fabricante de caixas acústicas da história,

estava escancaradamente ali mesmo.

as B&W 800D - sendo que eu já me delicio com as minhas pequenas

Eu já sabia, tanto de ouvir falar como por experiência própria

porém premiadas bookshelfs B&W 685 que, pela primeira vez,

com as minhas caixas, que a reprodução das regiões média e aguda

incorporam tecnologias de suas irmãs mais velhas da série 800.

é um ponto forte das B&W. Mas o que rapidamente começou a me

Devo confessar que tive um pouco de dificuldade para pegar no

impressionar foi a qualidade dos graves das 800D. Contrabaixos e

sono na noite anterior, invadido pela ansiedade típica dos momentos

bumbos de bateria, como nos discos de George Duke e Shirley

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teste audio 1 . SEGUNDA OPINIÃO

Horn, soavam com uma energia, um deslocamento de ar, precisão,

ou realmente o sound stage tinha pouca altura. E então comecei a

firmeza e definição fora do comum. Nunca me foi tão fácil acompanhar

conjeturar com meus botões que talvez as Dynaudio Temptation,

um walking-bass, mesmo nas regiões mais profundas da tessitura

afastadas nos cantos do fundo da sala, por serem mais altas,

do baixo, o que proporcionou um equilíbrio tonal espetacular,

pudessem proporcionar um resultado melhor (mesmo sabendo que

exibindo toda a riqueza do timbre de cada instrumento ou das vozes,

não existe relação tão direta entre a altura do sonofletor e a

em todo o espectro de frequências audíveis.

do palco sonoro).

E a massa sonora, bem como a quantidade e complexidade de

Minhas suspeitas se dissiparam como a bruma leve aos primeiros

informação musical, foi aos poucos aumentando. A gravação de

raios de sol quando o Andrette colocou Tom Koopman tocando

Marta Gomez, com a limpeza de sua voz e a interpretação comovente,

Bach ao órgão de tubos. Os graves mais profundos e poderosos

a de Mike Stern e grupo ao vivo no Village Vanguard, bem como do

indo até o mais tênue harmônico superior audível começaram a

choro-canção Falando de Amor, composto pelo nosso maestro

brotar violentamente de toda a parede ao fundo das caixas (eu disse

soberano Tom Jobim, em gravação magistral do Genuinamente

TODA, inclusive naquela parte imaginária que sobe além do teto!). A

Brasileiro II, recriaram um palco sonoro magnífico, com foco, recorte,

sala virou catedral, e eu já não tinha mais dúvidas...

arejamento e silêncio (o famoso “fundo negro”) inacreditáveis. Isso

Depois de ouvir CDs por quase três horas, que para mim

possibilitou um altíssimo grau de transparência e eu, que ia deixando

pareceram alguns minutos, o Fernando resolveu fechar o teste, no

de ser ouvinte e já me achava na condição de testemunha, era

item musicalidade, com chave de ouro, ou melhor, de “diamante

tentado a levantar da poltrona e “agarrar” o sax barítono do parceiro

referência”. Foi quando pôs para rodar o JR Transrotor ZET 3.2 com

de Stern, ou o cello da Angelique Camargo, ou a própria e

cápsula Benz Micro Lp, um toca-discos que mais parece um satélite

encantadora Marta Gomez (com todo o respeito!).

da NASA (ou algo espacial do tipo) e então mergulhamos todos num

A Banda Mantiqueira também não se sentiu nem um pouco

Após tocar preciosidades de Lps gravados nos anos 50 e 60,

do meu colega de disco, o Proveta, estava a uns quatro metros

sacou “da manga” um Som Livre, fininho e flexível como papel, mas

diante de mim, cada camada dos naipes – os saxofones à frente,

que para mim é um dos discos mais lindos de toda a história da

trompetes e flugel logo atrás, trombones também um pouco mais ao

nossa música brasileira – O Grande Circo Místico – fazendo Milton

lado direito e a seção rítmica (bateria ao centro-esquerdo, percussão

Nascimento, no auge de sua voz, cantar a bela e onírica Beatriz. Elis

na direita, baixo e guitarra) - todos em seus devidos lugares, nesta

Regina dizia que, se Deus cantasse, seria com a voz do Milton! E foi

gravação sublime do CD Terra Amantiquira, que considero uma das

mais ou menos o que presenciamos. O colega Luis Assib, da Som

melhores que pode haver de big band. No quesito dinâmica,

Maior, virou pra mim e disse: “Pra que nós estamos aqui até agora

sabidamente um dos mais críticos para impedir a reprodução

ouvindo música? Bastava ter colocado esse vinil no começo que eu

eletrônica de igualar-se à música ao vivo, ainda assim o disco foi

já teria ido embora satisfeito.”

soberbamente arrasador.

E não paramos por aí. Ainda fui generosamente atendido no

Eu já tinha ouvido esta gravação em 32 bits e 96 Khz durante

meu pedido para ouvir Saturday Night in San Francisco, com os

uma masterização no Reference Mastering Studio, do Homero

solos endiabrados da dupla Paco de Lucia e Al di Meola sendo

Lotito, que foi quem gravou a Banda Mantiqueira juntamente com o

reproduzidos com precisão e velocidade estonteantes (e ainda fiquei

Lucinei de Lima Luiz; mas tenho minhas dúvidas se a reprodução no

sabendo que andam dizendo nos fóruns virtuais por aí que Lp tem

limitado formato 16/44 PCM que ouvimos no teste ficou atrás. Se

transientes ruins!). Basta reproduzirem direito do vinil que verão o

ficou, foi por pouco. Outro exemplo que as B&W 800D reproduziram

famoso “massacre da serra elétrica”, como diria o Fernando,

com uma dinâmica assombrosa foi o Pictures at an Exhibition, com

“destruidor de ilusões audiófilas”.

a orquestra de Minessota regida por Eiji Oue explodindo

Não me considero propriamente um audiófilo. Sou um músico apaixonado por música que descobre, a cada dia, o quanto a música

dentro da sala! A única dúvida que me ocorreu ao longo do teste foi em relação

pode ser melhor apreciada e, assim, o quanto posso dela melhor

à altura do palco sonoro. Embora a imagem holográfica apresentasse

alimentar-me. Por isso, o Teste Aberto foi para mim, sem dúvida

boa profundidade e lateralidade, nos exemplos que se sucediam

nenhuma, um acontecimento inesquecível. Que bom que podemos

comecei a desconfiar que talvez o foco dos diversos instrumentos

hoje, em nosso país, desfrutar de uma realidade como essa no que

estivesse um pouco achatado para baixo, principalmente na

diz respeito ao fantástico universo da audiofilia!

belíssima gravação do trompetista Tiger Okoshi. Nela, o trompete que se colocava bem à direita parecia estar a cerca de um metro e pouco do chão. Ou seja: ou o trompetista estava tocando sentado,

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outro ambiente, outra dimensão, totalmente diferente da primeira.

acanhada de instalar-se materialmente na nossa frente. O clarinete

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opinião do LEITOR

CAIXA ACÚSTICA B&W 800D

Danilo Ferrari Monteiro @gmail.com

Foi com grande prazer que participei do teste aberto das caixas B&W 800. Experiência que recomendo para os demais leitores, como forma de comprovar o profissionalismo do trabalho desenvolvido pelo Fernando Andrette e sua equipe, a organização e seriedade da metodologia utilizada nos testes de equipamentos, e principalmente

testemunhar

a

sua

paixão

pela

música,

a qual herdou do seu pai e com certeza já contaminou a nova geração dos Andrette. Como leitor da Revista nos últimos mais de 10 anos, ao ser informado que participaria do teste das B&W, me veio a memória o Hi-Fi Show de 1998, realizado em uma mansão no Morumbi, meu primeiro ano de Clube do Áudio. Lembro-me perfeitamente quando entrei em uma biblioteca, com pé-direito duplo e lá estavam tocando um par de B&W, super imponentes, em uma apresentação inesquecível, esta foi a primeira vez que eu ouvi falar da marca e desde então sempre tive curiosidade de acompanhar os testes e audições deste fabricante nos demais Hi-Fi Shows. Apesar de já conhecer o sistema de referência utilizado pela Revista em dois cursos de percepção auditiva que participei, é muito difícil dar uma opinião sobre um produto com apenas uma audição, ainda mais considerando que a eletrônica utilizada e o ambiente eram distintos da minha experiência anterior. Foram pelos menos três horas de audições utilizando CDs da metodologia desenvolvida pela Revista, momentos muito prazerosos, com nenhuma fadiga auditiva, pelos quais pude notar que se tratava de uma caixa excepcional. Me impressionaram os trompetes, saxofones e baterias reproduzidos pelas caixas com extrema fidelidade, permitindo identificar o posicionamento dos músicos e ambiente da gravação. Após ouvirmos as 22 músicas reservadas para audição no toca CDs, iniciamos então a audição das últimas 4 músicas a serem reproduzidas através de um toca discos de vinil. Eu acreditava que com toda aquela parafernália eletrônica utilizada já tínhamos conseguido extrair o máximo que as Caixas B&W tinham sido planejadas para tocar pelo seu fabricante, no entanto, após uma despretensiosa apresentação do disco que ouviríamos, um disco antigo de MPB, de baixa gramatura, já bastante rodado e chacoalhado pelo Fernando momentos antes da sua reprodução, foi então que eu percebi que as Caixas poderiam tocar ainda melhor. Foi com “Beatriz”, interpretada pelo Milton Nascimento, que daquele momento em diante eu larguei minhas anotações, parei de analisar as caixas, que na verdade desapareceram por completo, e passei a apenas apreciar e curtir a música. Então eu pude perceber como é complexa a análise de um produto deste quilate, com as

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inúmeras possibilidades de eletrônica, mídia utilizada, casamento de cabos, posicionamento das caixas e dos ouvintes, e como é fundamental a utilização de uma metodologia séria e transparente que permita aos leitores e fabricantes possam confiar que realmente um produto está sendo exposto ao seu limite em um teste de classificação. Parabéns ao Andrette, Ricardo e demais colaboradores pelo trabalho desenvolvido e pelo Luiz da Som Maior pelo belíssimo produto distribuído.


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teste audio 1 . SEGUNDA OPINIÃO

opinião do LEITOR Rodrigo P. Moraes @gmail.com

Seria hipocrisia negar que me senti privilegiado em poder ouvir

se destaca ou se acanha e as partes somam-se para a obtenção de

mais uma conceituada caixa de som no sistema de referência do

uma unidade sonora realmente harmoniosa, mostrando que a B&W

Fernando Andrette. Desta vez a audição seria da caixa acústica

utiliza tecnologias e soluções de engenharia extremamente

fabricada pela B&W, a 800D, topo de linha da série 800, que, dentre

apropriadas em seus produtos. A assinatura sônica da 800D, é

outras soluções, adota o tweeter de domo de diamante sintético,

realmente interessante e muito sedutora e se fosse para resumir em

uma evolução do tweeter utilizado na afamada Nautilus predecessora.

apenas uma palavra a sonoridade da 800D, utilizaria a palavra

A série 800 da B&W é reconhecida mundialmente como sinônimo de

“integração”. Os graves descem com extrema propriedade e

qualidade e excelência, não só por audiófilos e melômanos, mas

autoridade sem causar qualquer coloração. Graves secos como os

também por grandes estúdios de gravação, incluindo o mais famoso

do bumbo da bateria de Manu Katché, que acompanha Joe Satriani

deles, o Abbey Road, que utiliza as B&W 800D como monitores em

em seu CD homônimo lançado em 1995, soam absolutamente

todas as suas instalações, inclusive em suas unidades móveis. Não

sólidos, controlados, precisos, poderosos e apresentam tanto

seria de todo inútil lembrar que no Abbey Road Studios já foram

deslocamento de ar quanto a dinâmica exige. Notas graves como as

gravados inúmeros artistas e bandas de renome mundial, tais como,

possibilitadas por um contrabaixo possuem excepcional articulação;

The Beatles, Pink Floyd, U2, dentre muitos outros.

o som das vibrações das cordas do instrumento é preservado e as

Outro grande estúdio que adota produtos da série 800 como

notas são reproduzidas com a extensão necessária, pois, seja uma

monitores é o Skywalker Sound, no qual George Lucas e sua equipe

semibreve, seja uma fusa, o tempo da nota é preservado e o controle,

sonorizam grandes produções de Hollywood em protocolos

a articulação, e o timbre são mantidos.

multicanal. A escolha destes grandes estúdios

A zona média é apresentada com grande

pelos produtos da série 800 da B&W, demonstra

naturalidade,

que

sustentação e está completamente integrada

tal

linha

diferenciados,

é

composta

versáteis,

por

produtos

equilibrados

e

calor,

transparência,

de

aos graves e agudos, não havendo qualquer

altíssima fidelidade, conforme foi constatado

destaque. Há um grande refinamento nos médios

durante a audição da 800D. Não poderia iniciar o

e a 800D faz um excelente trabalho em relação

relato da análise observacional por outra

aos timbres dos instrumentos em geral e às

propriedade sonora que não fosse o equilíbrio

vozes, tanto as femininas quanto as masculinas,

tonal, pois este é surpreende e, sem dúvida, é o

seja a fonte digital, seja a fonte analógica. Em

ponto de destaque da B&W 800D.

relação à fonte digital, poderia destacar a faixa

Nas especificações técnicas de inúmeros

4 4

certo

12, do CD de Marta Gomes, cuja reprodução

produtos, não raras vezes, constatamos números e dados

apresentou a voz da cantora com imensa naturalidade, ou para ser

surpreendentes mas que na prática não traduzem um bom

mais preciso, com uma beleza mais acentuada do que havia

desempenho, motivo pelo qual não costumo conferir muita

constatado no sistema de referência em audições anteriores. Em

importância para dados técnicos, pois acredito que um equipamento

relação à fonte analógica, o destaque foi para a execução da

deve convencer acerca de suas qualidades durante sua utilização e

belíssima “Beatriz”, na voz de Milton Nascimento, em LP de Edu

não “no papel”. No caso do produto em teste, a B&W informa que a

Lobo e Chico Buarque, “O Grande Circo Voador”, cuja beleza e

800D possui uma resposta de freqüência de 25Hz a 33kHz ± 3dB,

emoção foram sentidas em uníssono pelos presentes na audição.

e, muito mais do que apenas um dado técnico, a caixa demonstrou

Para mim algumas mulheres são inesquecíveis e “Beatriz” está entre

ser admirável e possuir autoridade de um extremo ao outro no

elas. Salvo grande engano, acredito que os leitores farão referência

espectro sonoro passível de reprodução e audição. Muito mais que

a “Beatriz” em seus relatos. As altas freqüências são um caso à

coerente, o equilíbrio tonal revela uma interação e uma integração

parte. O tweeter de domo de diamante é excepcional em relação à

entre

adequada,

transparência, aos timbres e proporciona uma altíssima resolução

demonstrando que a escolha dos materiais dos drivers pela B&W,

as

faixas

de

freqüências

dos agudos sem perda de musicalidade, imposição de qualquer

sendo eles, o rohacell para os graves, o kevlar para os médios e o

artificialidade ou sinal de saturação. Os agudos são absolutamente

diamante sintético para os agudos, combinados, dentre outros

cristalinos, naturais, com ar e possuem excelente extensão,

fatores, com o projeto do crossover que atua em 350Hz e 4kHz, e

sustentação e decaimento. Não poderia deixar de mencionar o

com a grande coerência de fases, conferem muito mais que um

surpreendente som metálico de um prato, de um trompete ou de um

equilíbrio tonal adequado, conferem uma unidade tonal onde nada

chimbal. Madeiras já ouvi muitas que gostei, metais nem tanto.

OUTUBRO . 2009

extremamente


OUTUBRO . 2009

4 5


CAIXA ACÚSTICA B&W 800D

4 6

Geralmente associamos agudos “metálicos” como algo indesejável,

Isto faz com que a dinâmica seja altamente privilegiada, tanto a

o que é absolutamente correto se não considerarmos o que este

macro quanto a microdinâmica, pois a macrodinâmica faz parecer

tweeter de domo de diamante é capaz de reproduzir. Poderia apenas

que as caixas podem ser exigidas ao ponto de saírem pulando pela

dizer que durante uma condução há, entre os dois pratos de um

sala sem que haja qualquer distorção ou ressonâncias de gabinete e

chimbal, um diálogo “metálico” extremamente íntimo, veloz e

a microdinâmica contribui para a formação dos detalhes tímbricos e

alternado entre o bottom e o top, o qual já ouvi ao vivo milhões de

inflexão das notas e vozes, seja qual for a pressão sonora atingida

vezes, e este foi um dos únicos ou talvez o único tweeter que

no momento. Todos os timbres que exigem microdinâmica para lhes

reproduziu de forma muito aproximada tamanha intimidade e

conferir a imediaticidade sonora necessária, tais como, cellos,

especificidade sonora. Metais como flugelhorns ou trompetes soam

violinos, contrabaixos, sax tenores e barítonos, dentre outros, são

de forma diferenciada, sendo perceptível não só as texturas mas em

altamente beneficiados.

algumas gravações, a própria espessura dos instrumentos e das

Ainda considerando-se uma boa alimentação, a alta sensibilidade

campanas. Agudos e médios integram-se com total e absoluta

e a dinâmica que a 800D é capaz de deglutir, se pode concluir que

intimidade e entregam um som muito equilibrado ao ouvinte. Trata-

a caixa é capaz de tocar em ambientes realmente grandes com total

se de um tweeter que proporciona agudos realmente diferenciados.

folga e autoridade, sem perda de conforto auditivo. Percebe-se,

Apesar do peso de 125Kg, pelo qual se conclui que grandes

nitidamente, que a 800D precisa de um espaço amplo para mostrar

massas estão presentes, inclusive nos drivers dos graves, verifica-se

seu palco sonoro. Em comparação com as caixas de referência,

que o projeto, na prática, proporciona altíssimas velocidades de

verifica-se que o palco sonoro proporcionado pela 800D é um pouco

deslocamento dos cones. A 800D não perde uma nota musical

menor na largura e um pouco mais baixo nas laterais, o que não

sequer e ainda as apresenta com grande resolução, sejam notas

significa uma limitação, já que em termos absolutos, o tamanho do

graves, médias ou altas. Apenas como exemplo,

palco sonoro formado pelas caixas de referência

poderia citar o LP “Friday Night in San Franciso”,

é realmente muito generoso e a 800D é capaz de

no qual Al Di Meola, Paco de Lucia e John

acomodar o evento musical com certa margem

McLaughlin, demonstram todo o talento e técnica

de folga, mesmo considerando-se uma ligeira

que possuem. No referido LP há um diálogo

aproximação dos planos que é compensada

entre dois dos músicos e tal diálogo se dá por

pelo corpo harmônico algo menor em relação à

meio das mesmas frases que são tocadas com

referência. A 800D mantém um excelente foco

incrível velocidade, alternamente, por cada um

durante todo o discurso musical e apresenta um

dos artistas. A caixa não só não perde nenhuma

excelente recorte dos instrumentos de modo

informação como ainda proporciona que o

geral que, somados à desejável falta de

ouvinte perceba, claramente, que o músico

identificação da fonte emissora das freqüências

reproduzido no canal direito adianta, ainda que em décimos de

direcionais, ao baixo ruído de fundo apresentado e à ótima

segundo, o tempo da música em comparação com o músico

reprodução da ambiência, seja a natural, seja a digital, proporcionam

reproduzido no canal esquerdo, o qual parece um relógio suíço,

um ótimo grau de organicidade à música.

tamanha a precisão da execução das frases no tempo exato dos

Posso concluir que a B&W 800D é uma caixa extremamente

compassos. A velocidade da caixa ainda proporciona transientes de

versátil e demonstrou suas virtudes com todo o material que lhe foi

ataque precisos e muito rápidos, como os constatados ao ouvir o

imposto, desde CDs com qualidade técnica apropriada ou qualidade

grupo Shakti, liderado pelo guitarrista John McLaughlin, que no LP

técnica menor até LPs, cuja qualidade técnica e prensagem em

“A Handful of Beauty”, demonstra a energia e a musicalidade da

nada se assemelham com gravações audiófilas mas que

percussão do oriente ou ainda, os constatados no CD “I Ching”, do

possibilitaram um show em termos de musicalidade. A B&W 800D

grupo Uakti. Apenas para simplificar, poderia dizer que a velocidade

também não faz qualquer distinção entre ritmos ou timbres,

de resposta da caixa aos transientes é realmente admirável. Devido

reproduzindo todo tipo de informação com muita autoridade e

à alta sensibilidade de 90dB, as caixas trabalham sempre com muita

propriedade, sendo altamente recomendada para aqueles que

folga, principalmente se considerada a bicablagem utilizada e os

possuem um gosto musical eclético, seja em relação à música

dois monoblocos Krell Evolution 600, duas usinas de força que

propriamente dita, seja em relação à qualidade das gravações. Com

podem fazer qualquer caixa acústica que não seja muito competente

eletrônica a altura, um generoso espaço para acomodá-las e cabos

em seu propósito corar de vergonha mas que possibilitaram concluir

equivalentes em qualidade, a B&W 800D poderá chamar a atenção

que, quando devidamente alimentadas, as B&W 800D são

daqueles que buscam um som equilibrado, correto de um extremo

extremamente capazes e competentes.

ao outro, e que ainda se apresenta de forma muito musical.

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Alta Fide

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lidade de som e imagem

3rstudio.com.br

A Alta Fidelidade Ê uma empresa criada por amantes da música para atender ao mercado de à udio high-end e Home-Theater de alta performance. Faça uma visita à nossa loja, marque um horårio e conheça nosso showroom.

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teste audio 2

TRI CD PLAYER TRV-CD45 E INTEGRADO TRV-88 SE Flávio Adami

flavio@clubedoaudio.com.br

Eu costumo dizer que amplificação a válvulas é o tipo da coisa

Quando desembalei o amplificador integrado Tri TRV-88 SE,

que já surgiu tocando bem desde os tempos em que Lee de Forest

notei de cara um aspecto de construção bastante tradicional com o

inventou e patenteou a válvula tríodo, em 1907. Longe de ser uma

quatro válvulas KT-88, aparentemente cobertas por uma grade de

tecnologia do passado, a válvula se tornou um item habitual no

proteção que permite uma ventilação ideal para as válvulas, onde

mundo do áudio, e com certeza isso se deu devido à grande

além das KT-88 de saída, o circuito utiliza duas 12 AX7 e uma 12

digitalização existente no mundo moderno, que trouxe consigo um

AU7 no estágio de pré-amplificação. O transformador toroidal de

som geralmente mais frio e clínico, que carecia de mais emoção e

força e os transformadores de saída são especialmente construídos

calor. As válvulas têm como característica um som naturalmente

para esse amplificador, aplicando um processo que permite uma

doce, rico em harmônicos, musical e natural, em oposição ao som

baixíssima fuga magnética, permitindo uma resposta de frequência

geralmente mais neutro dos transistores.

de amplo espectro dos 10 Hz aos 100 kHz, com o quatro válvulas

A proliferação dos Ipods é uma realidade no mundo de hoje. O audiófilo. quando utiliza Ipods em seu sistema de som, geralmente

KT-88 trabalhando no sistema push pull, permitindo uma potência de 50 watts rms por canal.

opta pelo uso de uma pré-amplificação valvulada para tornar o som

São construídos à mão, quase de forma artesanal, com um

menos duro e mais macio. Os estúdios de gravação da era digital,

respeitável peso de 15 quilos, não possuem controle remoto, mas

principalmente aqueles que se propõem a fazer gravações audiófilas,

contam com detalhes como uma saída para fones de ouvido que já

retornaram ao uso das válvulas para processar sinais gravados,

não vejo há muito tempo, mas que considero de grande utilidade, e

como exemplo vozes, que muito se beneficiam da textura e calor na

quatro entradas de linha, sendo uma frontal, pronta para adoçar a

reprodução.

agressividade de qualquer Ipod, e uma saída para sinal de gravação.

Um bom amplificador a válvulas, de conceito simples e tradicional,

Conta com saídas para caixas de 8 ohms e 6 ohms, bastando

consegue rivalizar com um amplificador a transistores de preço

conectar

muito mais elevado, principalmente com músicas que não exigem

impedância.

grandes reservas de potência e graves viscerais, tais como música de câmara e quartetos como exemplo.

os

bornes

correspondentes

para

cada

tipo

de

O CD player TRV-CD4 SE tem um formato compacto com apenas 13,4 polegadas de largura e 4 de altura e, da mesma forma

Recebi para um teste subjetivo dois exemplos do mais puro

que o amplificador integrado, é extremamente bem construído,

conceito a válvulas. O amplificador integrado modelo TRV-88 SE e o

utilizando componentes de alta qualidade como capacitores

CD player TRV-CD 4SE, ambos fabricados pela Triode Corporation,

Nichicon, Vima e Real cap, uma fonte superdimensionada com uma

produtos de certa forma desconhecidos do público brasileiro,

excelente blindagem que faz com que esse compacto do CD player

entretanto empresa fundada há mais de 15 anos no Japão, que

pese 8 quilos. O estágio de saída é alimentado por uma válvula dupla

dedica seus projetos aos tradicionais amplificadores valvulados,

tríodo 6dj8 Electroharmonix, e o conversor, um Burr Brown

principalmente no sistema single ended e single ended paralelo.

24/192Khz, e o transporte utilizado são um Sony. Possui saídas

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teste audio 2

RCA e balanceadas e também ótica e digital. Conta também com um elegante controle remoto com todas funções básicas e a possibilidade de se poder variar a intensidade de luz do display, inclusive com modo apagado. Primeiramente escutei apenas o power para não perder as referências, conectado a um CD player Unico CDP que possui as mesmas características do CD player Tri com saída valvulada. Foram utilizadas também caixa Opera 1.5 bookshelf e Wharfedale 9.5 tipo torre, ambas com 6 ohms de impedância, o que permitiu um excelente casamento e com eficiência em torno dos 88 dB. Amplificador ficou ligado por um bom período até que eu tirasse as primeiras conclusões, e logo de início, escutando o CD da cantora Janet Seidel “Charade”, deu para perceber de imediato o destaque da voz extremamente aveludada e natural, criando uma enorme sensação de presença física. Os graves também me surpreenderam pela extensão, e mostraram que gravações de vozes, principalmente

5 2

as femininas, também contidas nos CDs Best Audiophile Voices

harmônicos. Em compensação, o timbre e o calor da flauta, o corpo

números 1 e 2, aparecem com aquela tonalidade quente e agradável,

harmônico do saxofone, se apresentaram de uma forma a arrepiar

que é uma característica dos valvulados. Notei também uma

meus tímpanos.

frontalidade muito gostosa de escutar, projetando de forma evidente

Outro CD que sempre utilizo como referência é o “Tutti”, da

instrumentos como piano, violinos e cellos com excelente

Reference Recordings, com várias gravações de orquestra sinfônica

corpo e presença.

e música de câmara. A satisfação que tive em escutar clássicos foi

Partindo para uma gravação de características completamente

muito grande. Deu para notar que é um amplificador valvulado que,

diferentes, escutei o CD “Going Home”, gravação de 1977 japonesa

apesar de não ter muita potência, possui uma capacidade de

da EW, extraído originalmente de corte direto. O dedilhar das cordas

corrente que não se intimidou nem um pouco com os tímpanos do

no início, extremamente velozes, o detalhe da percussão como as

Pássaro de Fogo de Ígor Stravinski, as cordas do contrabaixo de

vassouras da bateria... fica até difícil explicar com palavras, mas

Brian Bromberg e tudo aquilo que exige uma boa dinâmica sem um

posso resumir que o integrado do Tri não é completamente explícito

mínimo de compressão.

e parece que esconde para si algo que normalmente escuto com

Quando liguei o CD player Tri junto ao amplificador integrado, as

mais clareza em outros amplificadores, escondendo um pouco os

coisas ficaram ainda melhores. Esse CD possui algumas

detalhes microdinâmicos, tirando um pouquinho do ar que existe lá

características que me agradaram muito, principalmente quanto à

em cima nas frequências muito altas, prejudicando um pouco os

zona de alta frequência, com bastante arejamento e uma alta

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TRI CD PLAYER TRV-CD45 E INTEGRADO TRV-88 SE CD Player: Total harmonic distortion: 0.002% Signal to noise ratio: 100 db Frequency response: 20-20 khz +- o.2 db Channel Separation : 92 db Dynamic range: 120 db Digital/analog Converters: Burr Brown Pcm 1792u 24 bit dac chips Tube: 6dj8 (6922) Transport : Sony Digital output: one rca and one optical connectors Power requirements: 20 w Dimension: 13.4 + 13+ 4 Inch (w/d/h)

resolução de microdetalhes que deixaram transparecer com muita clareza coisas que antes não eram muito explícitas. Naquele CD “Going Home” que eu havia citado, a coisa realmente ficou muito

Amplificador Integrado kt-88 class ab push pull output class ab: 50 watts at 8 ohms Total distortion: 0.1% (1khz) sn level: 90 db Input sensitivity: o.4 v Input Impedance: 100k ohm Output: 6 and 8 ohms speaker taps and one headphone Input terminals: 4 (front 1, rear 3) Output terminals: 1 (rec out 1) Tube compliments: 4kt-88 2-12ax7 (ecc83) 1-12au7 (ec82) Power consumption: 120 watts no signal,max 240 watts Dimensions: 330 mm+280 mm+ 150mm (W/D/H)

melhor, inclusive quanto ao palco sonoro que antes parecia menos amplo tanto em largura como em profundidade. O CD player Tri, no quesito graves, em comparação ao Unisom, me pareceu menos gordo, porém com maior extensão nas baixas frequências e uma articulação ainda melhor, provando que os dois tocando juntos

TRI CD PLAYER TRV-CD45 E INTEGRADO TRV-88 SE

deixaram transparecer uma sinergia excelente, inclusive melhorando

Equilíbrio Tonal

9,5

em muito o equlíbrio tonal.

Sound Stage

9,0

Textura

8,5

CONCLUSÃO

Transientes

8,5

Este dueto integrado e CD player possuem aquela característica

Dinâmica

8,5

de musicalidade que eu muito aprecio. Tonalmente se mostraram

Corpo Harmônico

9,0

muito corretos e com ótimo equilíbrio, onde especialmente a gama

Organicidade

9,0

média alta e aguda é de uma beleza muito especial para este nível

Musicalidade

9,5

de preço. Possuem aquela característica das válvulas, que por

Total

71

natureza enfatizam toda a beleza da música, mesmo que

Pontuação máxima, equipamento categoria Ouro: 72

comprometam um pouquinho os extremos do espectro sonoro. Eu já escutei uma infinidade de amplificações transistorizadas, e apenas aquelas muito caras conseguem rivalizar a beleza da Eufonia que as válvulas miraculosamente conseguem reproduzir desde os mais antigos projetos, que vêm desde a década de cinquenta. Ao longo de todo tempo que estes dois estiveram comigo, qualquer gravação

VOCAL ROCK . POP JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA SINFÔNICA

que escutei, desde a mais doce até a mais agressiva, sempre me causou uma grande satisfação em simplesmente escutar música.

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OURO REFERÊNCIA

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teste audio 3

caixa neat motive 3 Ricardo de Marino

ricardo@clubedoaudio.com.br

Fazer o teste de uma caixa acústica é algo que pode ser

Em muitos aspectos as bookshelfs Motive 3 da Neat se

instigante e delicioso... ou totalmente frustrante. Nenhum outro elo

comportaram de maneira muito próxima às Dynaudio, sem que isto

do sistema é capaz de alterar o som de forma tão drástica. Mesmo

signifique que a sonoridade de ambas seja a mesma. Significa que a

boas caixas, mas de projeto e concepção diferentes, proporcionarão

posição da “janela” na redoma é bastante próxima entre elas.

“perspectivas” distintas para a apreciação musical. Se considerarmos

Logicamente que a partir daí cada qual imprime suas características

o evento musical como um objeto envolto por uma redoma opaca, a

individuais que refletem as singularidades de cada projeto.

caixa acústica seria a pequena janela através da qual sua observação

Confirmação de semelhança veio com o fato de não ter sido

seria possível. Mas unicamente a partir de determinado ângulo, uma

necessário alterar meu setup para fazê-las tocar em meu sistema.

faceta de cada vez. Quanto melhor a caixa, mais ampla a janela.

Foi então que, ao pesquisar sobre a marca, descobri que o

Ainda assim teríamos de nos contentar com a perspectiva oferecida

casamento entre as marcas inglesas Neat com Naim é muito utilizado

pela

graus

e aclamado como sendo dos deuses. O setup completo utilizado no

simultaneamente. E quando falamos de caixas acústicas, o metro

teste foi: pré Naim 112x com o power supply Flatcap II, amplificador

quadrado da janela custa caro.

Naim 150x e conversor Accuphase DC-61. Os cabos utilizados

janela,

impossibilitados

de

apreciar

os

360

Em meu atual sistema utilizo as Focus 140 da Dynaudio, caixas

foram o Van den Hul Breeze de caixa, o Logical Cables Millenium de

bookshelf que considero de excepcional desempenho e custo/

interconexão, o Furutech Reference III alimentando o conversor e o

performance. Testei recentemente as Acoustic Energy AE1 mk III e

Purist Audio Anniversary alimentando o AC Organizer LC-311 no

para ouvi-las adequadamente, ou seja, observar o evento musical

qual tudo fora ligado.

pela janela mais ampla que eram capazes de criar, tive de mudar o

As Motive 3 possuem dimensões bastante reduzidas: 32,5 cm

setup de cabos de caixa e interconexão. Aquilo que resultou divino

de altura por 16 cm de largura e 20 cm de profundidade. São caixas

com as AE se negava a funcionar com minhas caixas. Foi preciso

bass reflex de duas vias com 8 ohms de impedância e 85 dB de

caminhar até outro ponto da redoma, esquecer tudo aquilo com o

sensibilidade. Disponibilizam dois pares de entradas para possibilitar

que estava habituado para então fazer uma apreciação musical

ligação bi-wire. Os agudos são reproduzidos através de um tweeter

inteiramente nova. Quem já passou por isto sabe que é exatamente

de titânio do tipo domo invertido e os graves através de um woofer

desta forma. Fiquei inteiramente satisfeito com o novo resultado,

com cone de papel de 5.5 pol. Ambos os alto falantes são

exceto por um pensamento que não me fugia a mente: como juntar

desenvolvidos sob especificação do fabricante. O visual da caixa é

isto aqui com aquilo que eu tinha anteriormente? Não crie falsas

sóbrio e elegante: clássico. Tudo é muito bem acabado e a madeira

expectativas. O produto em teste não é a resposta a esta pergunta

possui um bonito aspecto.

e, infelizmente, acho que tal produto ainda não foi criado. De qualquer

Ao ouvi-las, a primeira forte impressão foi causada por sua

modo, usarei a imagem descrita acima para explicar minhas

capacidade dinâmica e a surpreendente profundidade nos graves

impressões sobre o produto em teste.

(levando-se em conta as dimensões da caixa). O descompasso

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teste audio 3

instrumento utilizado na gravação. O quanto roncava, o quanto tinha o ataque e de precisão na digitação ou então a forma como seu som era encorpado e com ótima sustentação. Coisa similar ocorreu na reprodução de bumbos e tons de bateria que, apesar da ligeira falta de deslocamento de ar (esta caixa ainda consegue reproduzir deslocamento de ar!), tinham uma sonoridade muito representativa de instrumentos reais. Neste ponto acho que vale citar que a marca Neat foi criada por dois músicos, sendo que um deles também é engenheiro de gravação. Em meio ao desenvolvimento dos produtos, são feitas gravações próprias que então são utilizadas na etapa de ajuste final das caixas. Os agudos são muito abertos e mantém-se integrados à música. Em relação às Dynaudio, há menor refinamento nesta região do espectro e uma sonoridade que favorece maior realismo na reprodução de instrumentos de metal do que naqueles de madeira. Pratos de bateria, por exemplo, são reproduzidos com uma velocidade e clareza estonteantes, às vezes parecendo estarem “dentro da sala”. Sons de sintetizadores também ficam com uma sonoridade muito detalhada. Esta sonoridade mais “descritiva” lembra um pouco aquela a qual músicos estão mais habituados. Ouvindo Fight for Your Mind do Ben Harper nada faltou de impacto e o contrabaixo soava surpreendentemente grande. A inteligibilidade era ótima e ele podia ser ouvido simultaneamente e distintamente do bumbo da bateria. Na guitarra e na caixa da bateria faltava um corpo mais sólido, mas isto em comparação ao resultado com caixas maiores. Via de regra as Motive 3 imprimiram muito vigor na reprodução de gravações de rock com compressão (bem feita) e bom padrão técnico de captação. Isto foi observado ouvindo outros discos, tais como: Talking Timbuktu, colaboração entre o guitarrista africano Ali Farka Toure e Ry Cooder e no disco homônimo de Joe Satriani. Na abertura de Time do Pink Floyd (versão da Mobile Fidelity) a velocidade nos agudos era tal que parecia possível “enxergar” o entre o tamanho da caixa e o corpo harmônico e impacto do som

despertador soando. Havia muita extensão nos agudos, contudo,

reproduzido faria qualquer um que as ouvisse vendado pensar estar

percebia-se pouco a reverberação nos rototons percutidos durante

ouvindo caixas bem maiores. Um amigo meu, engenheiro de

a abertura da faixa e na voz de David Gilmour. O caráter “rasgado”

gravação, de passagem em casa durante o teste comentou a este

da voz era recriado conforme a interpretação do cantor. Até mesmo

respeito: “isto seria simplesmente impensável há 10 anos atrás”.

a dobra (sobreposição criada por uma segunda gravação da voz) era

Podemos desta forma concluir que extensão nos graves e corpo

claramente ouvida. As Motive 3 nos passa a sensação de não se

harmônico são pontos fortes? Certamente. Há um leve reforço nos

perder nenhuma nota, mesmo se for um intricado solo de bateria.

médios graves, entre 80 e 100 Hz, característico de caixas bookshelfs

Na introdução de Strange Meadow Lark, onde Dave Brubeck

mas, que nas Motive 3, não é suficientemente pronunciado a ponto

explora ambos os extremos de seu piano, havia peso nas notas mais

de borrar a textura de informações nesta região do espectro. Apenas

graves e não se perdia o corpo harmônico nas agudas. A dinâmica

favorecendo o corpo harmônico de instrumentos cujas fundamentais

entre mão esquerda e mão direita do pianista foi muito bem

das notas caiam nesta região.

representada, tanto no extremo do sutil durante os ataques

De inicio impressionei-me com a reprodução de contrabaixos elétricos. Quer ouvisse Miles Davis, King Crimson ou Mike Stern era totalmente possível uma descrição minuciosa a respeito do

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fortíssimos. Ao longo de toda a faixa o sistema manteve boa integração entre os músicos. Algumas das características que favoreceram a reprodução de


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caixa neat motive 3

estilos musicais como o rock e o pop, tornaram-se desfavoráveis durante a reprodução de música clássica por retratar os instrumentos de maneira muito presente. Em obras tocadas ao piano faltou aquela perspectiva mais distante, desejável para que se crie a sensação de estarmos a ouvir uma apresentação real. No disco The Final Sessions Vol. 2 em que Claudio Arrau executa músicas de Claude Debussy este foi o único senão. De resto estava tudo lá: precisão, inteligibilidade, dinâmica e muita velocidade. Podia-se ouvir até mesmo o esbarrar das unhas às teclas do piano. De maneira similar, na reprodução de música sinfônica, a falta da ambiência da sala de gravação se fazia perceber principalmente durante passagens mais densas, com muitos instrumentos soando ao mesmo tempo, prejudicando assim a sensação de se estar presente ao concerto. Conclusão Nesta faixa de preço é simplesmente impossível esperar um produto completo. As Motive 3 mostraram inúmeros méritos e surpreenderam na autoridade e vigor com que reproduziram rock e pop. Foram capazes de preservar a integridade musical das gravações e de ser muito detalhadas. Na hora de escolher os cabos, tenha a atenção de não utilizar aqueles que sejam duros ou realcem a região dos agudos, preferindo os de característica mais doce ou suave. Tenha, desta forma, maior cuidado com cabos de prata. Estas caixas não se recusam a tocar nenhum estilo musical e suportaram

bem

grandes

massas,

porém,

impondo

suas

características mais fortemente quando se trata de música clássica.

CAIXA NEAT MOTIVE 3

Ficou claro durante o teste que se trata de produtos desenvolvidos

Equilíbrio Tonal

8,0

por quem sabe aquilo que está fazendo sendo uma excelente opção

Sound Stage

8,5

para salas pequenas e para aqueles que valorizam a parte rítmica, o

Textura

8,0

impacto e a coerência musical na reprodução eletrônica.

Transientes

9,0

Dinâmica

8,0

Corpo Harmônico

8,0

Organicidade

8,0

Musicalidade

8,5

Total

66

Pontuação máxima, equipamento categoria Ouro: 72 VOCAL ROCK . POP JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA SINFÔNICA

DISTRIBUIDOR AUDIOFONIA Tel (11) 4421.0558 / 8175.3864 audiofonia@audiofonia.com.br / R$ 4450,00

OURO RECOMENDADO

6 0

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teste HOME THEATER

CAIXAS ACÚSTICAS DE TAMANHO REDUZIDO E DESIGN DIFERENCIADO Fernando Andrette

fernando@clubedoaudio.com.br

Há muito tempo os fabricantes de caixas acústicas se debruçam

perceber que não se conseguirá ouvir música decentemente por

em projetos que atendam ao exigente gosto feminino e que possuam

mais de alguns minutos. Nos últimos dois meses saí a campo à

qualidade suficiente para receber a denominação de caixas para

procura de caixas acústicas que conseguissem aliar tamanho,

home theater com qualidade hi-fi.

design e musicalidade suficientes para apresentar a você consumidor. mulheres

Tenho que confessar que achei muito mais design do que qualidade

determinarem o que entra e não entra em suas casas, os fabricantes

neste segmento, mas o que deu para sentir é que as coisas estão

lançam a cada ano novos produtos cada vez menores e com design

evoluindo e inúmeros fabricantes estão buscando soluções

mais ousado.E aí se abre espaço para uma pergunta: é possível

interessantes, que começam a dar ‘bons frutos’.

Percebendo

essa

tendência

irreversível

das

conciliar tamanho reduzido com qualidade? E irei mais adiante:

Neste primeiro momento selecionei três sistemas completos,

caixas de tamanho reduzido, além de filmes, também são capazes

com preços diferenciados, mas que atendem aos que desejam dar

de reproduzir música com qualidade razoável?

o primeiro passo e construir um sistema de home theater capaz de

Eu sempre defendi que qualquer caixa acústica que reproduza convenientemente música com baixa fadiga auditiva será excelente

6 2

assistir filmes e shows e também ouvir música (em estéreo e multicanal) com razoável qualidade.

para reprodução de filmes. Já o contrário infelizmente não ocorre.

Acredito que, para ambientes de até 12 metros quadrados,

Basta tentar ouvir música por uma hora em sistemas de home

qualquer das três opções dará conta do recado. Para a avaliação

theater compactos com suas inevitáveis caixas de plástico para

das caixas e seus respectivos subwwofers, montamos todos os

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sistemas em nossa sala de

de médio/grave, virado para cima para uma dispersão em 360 graus.

home theater de 12 metros

O subwoofer que acompanha o conjunto, também de tamanho

quadrados.

cuidado

reduzido, utiliza um falante de 70 mm (veja box com informações

importante que tivemos foi na

técnicas). Tivemos enorme facilidade para posicionar as cinco

escolha da eletrônica, já que

caixas, mas sofremos um bocado para achar o posicionamento

queríamos um Receiver e um

correto do sub, assim como para ajustar o seu volume (principalmente

DVD

para música) pois ele não possui botão de corte de frequência

player

Outro

que

fossem

suficientemente ‘musicais’ reproduzindo em estéreo. A escolha recaiu no Receiver Azur 340 R da

apenas de volume. Isso realmente pesou no

Cambridge Áudio e no DVD da Oppo 840, player que utilizo há mais

computo

de dois anos de forma regular também para reproduzir música.

sistema pois quando conse-

Os cabos utilizados em todas as cinco caixas foram o Clear

guíamos

final

da

acertar

nota o

do

volume

Water da Van den Hul e os cabos de interligação foram o HDMI da

correto do sub para filmes ele

Logical Cables e o Wind da empresa Timi Áudio em reprodução de

ficava exagerado para ouvir

CDs. Os cabos e força foram os originais e o condicionador de

música. Acreditamos que, se o

energia utilizado foi o Upsai ACR 2200.

fabricante oferecesse uma opção de sub com corte de frequência

Para o teste, selecionamos os seguintes DVDs de filme: O Pianista,

em pelo menos 50, 60 e 80 Hz, o sistema como um todo cresceria

Carros e Tristão e Isolda. Shows e Balé: Blue Man Group, Sonhos de

consideravelmente. As caixas satélites possuem muitos méritos,

uma Noite de Verão e The Keith Jarrett Trio - Live At Open Theater

como boa inteligibilidade e transparência, boa extensão nos agudos,

East. CDs: João Bosco - Não Vou Para o Céu, Ella Fitzgerald - Joe

velocidade e baixo grau de fadiga em volumes moderados. Para

Pass - Take Love Easy, The Bill Evans Trio - I Will Say Goodbye, Willie

filme, você realmente não precisará mais do que o sistema Nanosat

Nelson e Wynton Marsalis - Two Men With the Blues, Marta Gomes -

para sentir que todo o investimento valeu a pena, e ainda ganhará

Cantos de Água Doce, Joss Stone - Mind Body e Soul, Bem Harper

enormes elogios de todos pelo seu belo design e tamanho.

and the Blind Boys of Alabama - There will be a Light, Cláudio Arrau -

Para Shows, haverá que se tomar grande cuidado com o volume

The Final Sessions Debussy vol. 2 e Sergey Rachmaninov - Trio

pois elas sofrem quando exigidas ao seu extremo. No DVD do Blue

Élegiaque 1 e 2.

Man Group tivemos que várias vezes baixar o volume pois elas

O primeiro sistema escolhido para avaliação foi da Mirage, o

realmente cliparam. Já com o balé Quebra Nozes, o grau de

Nanosat, com suas minúsculas caixas que cabem na palma da mão.

inteligibilidade das cordas e sopros foi bastante satisfatório.O mesmo

Seu design realmente chama atenção, principalmente pelo fato de

ocorreu com a reprodução do trio do pianista Keith Jarrett, com

possuir um tweeter que fica desacoplado da caixa, acima do falante

exceção do contrabaixo que tivemos dificuldade de ajustar o sub.

OUTUBRO . 2009

6 3


Com música, a Nanosat se saiu muito bem com vozes,

Com o último sistema do Alumni da

mostrando bom equilíbrio tonal, alto grau de inteligibilidade, mesmo

Mordaunt Short, conseguimos nova-

nas gravações com maior compressão (Joss Stone e Ben Harper).

mente uma boa reprodução da região

Novamente uma bela surpresa

média, com enorme transparência, e os

foi a reprodução do CD do

melhores agudos dos três sistemas. No

pianista Cláudio Arrau e da

entanto, o sub da Mordaunt Short, ainda

maravilhosa

o

que bastante superior ao do sistema

guitarrista Joe Pass e, claro, a

Nanosat (ainda que de tamanho muito

singela e doce Marta Gomes.

próximo do da Mirage), não foi páreo

Já com o trio do pianista Bill

para o da Morel.

Ella

com

Evans,

Wynton

Sergey

Rachmaninov,

e

Para filmes e shows, a transparência do sistema Alumni realmente

nova-

faz a diferença. Melhor grau de inteligibilidade, possibilidade de

Marsalis

mente tivemos a limitação do subwoofer. O segundo sistema foi da empresa Israelita Morel com as bonitas e maciças Aplause Soundspot AS-2 MK II e do subwoofer

utilizar menores volumes com um ganho extra no tempo de exposição, sem fadiga auditiva e possibilidade de acompanhar até os detalhes mais micros dos efeitos sonoros dos filmes e shows.

Soundsub 9. Com elas pudemos constatar como um sub em caixas

Para música estéreo, o sistema Alumni também se mostrou

satélites fazem total diferença. O Sub 9 foi de longe o melhor sub

alguns passos à frente. Seu grau de transparência na região média

dos três sistemas testados. Com ele, os filmes ganharam vivacidade,

permitiu observar o grau exagerado de compressão no disco da

os efeitos sonoros peso (mas nunca em excesso) e a música e

cantora Joss Stone, assim como mostrou

shows se tornaram mais interessantes.

com

clareza

a

total

ausência

de

Com filmes, o grau de inteligibilidade e calor é muito satisfatório,

compressão e equalização na voz de

os detalhes de áudio que estão em segundo plano passam também

Marta Gomes. Seu equilíbrio tonal foi o

a serem audíveis e o grau de fadiga é inexistente. Como o sub da

mais satisfatório dos três sistemas,

Morel segura o tranco, a tendência é o usuário começar a testar o

permitindo uma melhor apresentação de

limite da sala do sistema.

todos os discos utilizados. Se o sub

Com shows e balé, tivemos boas surpresas, porém também

desse sistema tivesse um pouco mais de

percebemos com maior facilidade que o tweeter da Nanosat da

refinamento,

Mirage possui mais extensão que o da Morel. Não que comprometesse

pertenceria a uma outra categoria.

certamente

a

Alumni

o resultado, mas o ideal seria que a extensão nos agudos fosse tão boa como a os graves (mas é sempre importante lembrar que nesta faixa de preço não existe milagres e sim compromissos).

Se pudéssemos pegar o melhor de

Com música estéreo, as vozes ficaram deliciosas, toda a região

cada sistema, a composição seria: o

média do sistema Soundspot é musical e quente, tornando as

arejamento do tweeter da Nanosat com

audições muito confortáveis, seja em volumes reduzidos ou

a extensão do tweeter da Alumni, o calor

abusando um pouco do volume.

do médio da Soundspot da Morel com a

Mas é o ritmo e o tempo da música que contagiam. Com o Sub

transparência da Alumni da Mordaunt

9, da Morel, pudemos ouvir a linha de baixo dos discos da cantora

Short e os graves e peso do sub da

Joss Stone e do Ben Harper de forma precisa.

Morel. Já o design eu deixaria para você,

Outro ponto importante é

amigo leitor, escolher. Se sua verba é

que, na reprodução de pianos, a

reduzida e seu objetivo são caixas satélites para assistir basicamente

mão esquerda, graças ao sub,

filmes, a Nanosat dará conta do recado (desde que sua sala não

ganhou mais peso e veracidade,

passe de 12 metros quadrados e você não abuse do volume). Se for

ajudando de forma consistente

para assistir shows, o volume deverá ser rigorosamente controlado

a audição de passagens mais

assim como os estilos musicais.

complexas.Diria que o Sub 9 foi

Para música estéreo, o ideal é que também sejam pequenos

fundamental para a apresentação

grupos ou, por exemplo, música popular brasileira. Já o sistema

do CD do pianista Bill Evans e

Soundspot, da Morel, aceita voos mais altos, tanto para filmes como

para a obra de câmara de Sergey Rachmaninov.

6 4

Conclusão

OUTUBRO . 2009

para shows. No caso de música em multicanal, o cuidado com o


cabo de caixa e de interligação deverá ser redobrado. Para se extrair agudos com melhor decaimento, deverá se estudar bem qual cabo casa melhor. O sistema da Morel proporcionará horas e mais horas de entretenimento sem o menor vestígio de fadiga auditiva. Nos pareceram um pouco mais críticas em relação ao alinhamento entre as caixas frontais e o canal central. Na nossa sala,

FILMES

SHOWS

MÚSICA

NANOSAT

NANOSAT

NANOSAT

APPLAUSE 5.1

APPLAUSE 5.1

APPLAUSE 5.1

ALUMNI

ALUMNI

ALUMNI

DESING

ACABAMENTO

SUBWOOFER

NANOSAT

NANOSAT

NANOSAT

APPLAUSE 5.1

APPLAUSE 5.1

APPLAUSE 5.1

ALUMNI

ALUMNI

ALUMNI

o melhor resultado em termos de inteligibilidade para filmes foi o posicionamento em arco, com o canal central um pouco mais recuado que os frontais (esses literalmente alinhados entre si). Para música, como já escrevi, o sub da Morel fez a diferença. Possui qualidades suficientes para tocar com autoridade e segurança os mais variados estilos musicais. Para quem deseja um sistema mais consistente, o Soundspot atenderá muito bem até mesmo em salas um pouco maiores (até 16 metros quadrados) graças ao sub 9. O sistema Alumni, da Mordaunt

Short,

possui

as

caixas

satélites e central um pouco melhores já que são mais equilibradas tonalmente e possui enorme transparência para o seu tamanho. Como disse, a transparência permite apresentações em volumes menores, o que é um trunfo, principalmente para cinéfilos que utilizam seus fins de semana para ver vários filmes, já que a fadiga auditiva será muito menor. Reproduzindo shows, este sistema se comportou muito bem, mostrando autoridade e controle ainda que com volumes um pouco mais altos (veja que falei um pouco mais alto, pois em caixas satélites não existe milagre da multiplicação de watts). E para música, as Alumnis se

Nanosat Sistema Omnipolar; Resposta de frequência 110 hz a 20 khz; Tweeter 19 mm PTH, pure Titanium Hybrid; Woofer 7 0mm Titanium Polypropylene; Crossover 2,7 khz; Eficiência 87 dB; Potência Recomendada 10 a 100 watts RMS; Impedância 8 ohms, mínimo 4 ohms; Subresposta – 45 hz a 100 hz; Cores Platinum, Platinum/Black and White Applause 5.1 Falante de médio - 4 polegadas; Tweeter de 1 polegada soft dome; magneto de Neodymium; Impedância 8 ohms; Resposta de frequência 80 hz a 22 khz; Sensibilidade 85 dB; Crossover corte em 4000 hz; Cores: branco, preto e prata Subwoofer 9 Woofer de 9 polegadas; Resposta de frequência 30 a 160 hz; Potência 100 watts; Peso 14 quilos Alumni 2 (bookshelves) Sensibilidade 86dB (1 Watt input); Resposta de frequência 100Hz - 20kHz; Impedância 4 - 8 Ohms; Potência Recomendada 15 - 80W; Falantes (1) 3.5” CPC mid/bass (1) 1” tweeter; Peso 2 kg Alumni 5 (center)

mostraram ainda mais confortáveis com

Sensibilidade 86dB (1 Watt input); Resposta de frequência 100hz -

qualquer gênero musical. Se você deseja

20kHz; Impedância 4 - 8 Ohms; Power 15 - 80W recommended; Drive

um sistema de caixas satélites mais

units (2) 3.5” CPC mid/bass (1) 1” tweeter; Peso 3 kg

transparente e convincente com filmes, shows e música estéreo, eis uma opção muito convincente.

Alumni 9 (subwoofer) Sensibilidade Line in: 270mV (for max output); High level in: 2.15V (L&R driven for max output); Resposta de frequência 35Hz - 200Hz; Power 120W amplifier built in; Mains voltage 220 - 240 volts 50Hz or 110 - 120 volts 50 - 60Hz; Drive units 8” long throw CPC woofer; Peso 15 kg

SAIBA MAIS Veja link para as músicas, filmes e shows citados no teste acessando a página de artigos no portal: www.pontohiend.com

Nanosat Distribuidor: Impel T.: (11) 3582.3994 Preço: R$ 3.000,00 Applause Soundspot 5.1 Distribuidor: Relm Chantral T.: (11) 5524.5491 Preço: R$ 7.200,00 Alumni Distribuidor: Gramophone Eletronic T.: (11) 3663.5859 Preço: US$ 2.825,00

OUTUBRO . 2009

6 5


cds lançamento Com a nova linha editorial da revista, decidimos apresentar dentro desta nova seção discos que aliem qualidade artística e técnica. Mas o que irá determinar os discos apresentados mensalmente será sempre a qualidade artística. Para este mês, escolhemos quatro gravações de altíssimo nível artístico e que merecem ser ouvidas com enorme atenção. depois as gravadoras reclamam que estão perdendo mercado.Ainda que o disco do Bem Harper estivesse em promoção na FNAC por R$ 23,00, a parte gráfica é simplesmente sofrível! No entanto a qualidade artística é uma surpresa. Realmente Bem Harper ainda não cometeu o erro de viver do passado e ficar “requentando” seus principais sucessos em novas versões. Inquieto, ele busca a cada novo trabalho novas sonoridades e propostas. Se tivesse que descrever em uma só palavra este CD, eu usaria o termo visceral! Com apenas 4 músicos (duas guitarras, baixo e bateria), a sonoridade extraída de cada faixa é minimalista, repleta de distorções e um

EUCLIDES MARQUES E LUIZINHO 7 CORDAS - REMEXENDO

BILL EVANS TRIO-SUNDAY AT THE VILLAGE VANGUARD (XRCD K2) Gravado em 25 de junho de 1961, no Village Vanguard, esse é sem dúvida alguma um dos três

O leitor que já leu o teste 1 de áudio desta edição

melhores discos do pianista Bill Evans. E certamente

irá notar que a opinião de um dos nossos leitores foi

a presença do fabuloso baixista Scott LaFaro e do

justamente do Euclides Marques. Quando veio para o

baterista Paul Motian o tornam um disco para ser ou-

teste aberto em nossa sala, ele me trouxe (com dedicatória e tudo) seu mais recente trabalho feito com o consagrado Luizinho 7 Cordas. Me entregou e disse: “não possui qualidade audiófila, mas gostaria que você escutasse com carinho”. Acabou o teste e eu

em muitos sistemas pelo alto grau de distorção, o resultado musicalmente é gratificante. Qualidade Artística Qualidade Técnica

vido milhares de vezes com a mesma atenção. Para os críticos de jazz, se Scott não tivesse morrido tão prematuramente, certamente ele tocaria com Bill Evans por muitas décadas pois a admiração era mútua. E a sinergia e o casamento musical entre ambos era realmente algo excepcional. Se você não conhece

naquela mesma noite coloquei para ouvir e fiquei sim-

esta obra-prima, eis uma oportunidade fantástica.

plesmente emocionado com tamanha genialidade a

Esta versão japonesa da JVC remasterizada em 20

serviço da música popular brasileira. Estamos diante

bit K2 só perde em termos de sonoridade para a

de um dos mais completos violonistas da atualidade,

versão original em LP. E, em relação ao LP, possui

dono de uma técnica impecável e um dom artístico

uma grande vantagem ao dar de bônus 5 faixas.

ímpar. Há muitos anos eu desejo gravar um disco

Qualidade Artística Qualidade Técnica

de choro para o mercado internacional. Será, sem

som bastante cru! Ainda que seja difícil de reproduzir

JOÃO BOSCO - NÃO VOU PRO CÉU, MAS JÁ NÃO VIVO NO CHÃO

dúvida, meu projeto mais ambicioso. Procurei nos últimos 8 anos um músico que fosse a “mola mestre” do projeto, e que em volta dele pudesse convidar al-

Quem me falou desse disco foi o Carlão, da Visom

guns grandes nomes do Choro. Quis o destino que

Digital, ao me telefonar para explicar a respeito da tecnologia HB-R (leia nesta edição seção Videotech).

o músico que tanto procurei fosse leitor assíduo da

No final da conversa ele me pediu para escutar o

revista, e que um belo dia veio à minha casa assistir

novo CD do João Bosco gravado no seu estúdio

a um teste aberto e me desse de presente um dos

Visom, sem equalização, compressão e com enorme

mais belos CDs que escutei em minha vida! Se você

cuidado na mixagem e masterização. Ele utilizou

gosta de choro e procura algo realmente divino, ouça

as três palavrinhas mágicas para despertar meu

Remexendo de Euclides Marques e Luizinho 7 Cor-

interesse. E, ao escutar o disco em nosso sistema

das. Como escreveu Beth Carvalho na contracapa

de referência, ficou evidente que tínhamos um

do CD, “este disco é um presente para o povo brasil-

João Bosco que gostaríamos de ouvir em todos os

eiro e ele já nasce imortal”.

seus trabalhos. Com uma voz limpa, sem sibilação

BEN HARPER AND RELENTLESS 7 WHITE LIES FOR DARK TIMES

excessiva pelo uso de reverberação digital, seu belo violão sem nenhum tipo de equalização ou compressão, nos deixando apreciar todo o seu

Qualidade Artística Qualidade Técnica

Ainda que eu esteja usando óculos, não consegui

indiscutível talento. Oxalá o novo disco do João

ler absolutamente nada da ficha técnica da

Bosco passe a ser referência de padrão de qualidade

contracapa do CD. A letra colocada é corpo 5 ou 6. A gravadora deveria fornecer uma Lupa de brinde. Inacreditável o desrespeito com o consumidor. E

6 6

OUTUBRO . 2009

para o Milton, Caetano, Gil, etc, etc, etc. Qualidade Artística Qualidade Técnica


OUTUBRO . 2009

6 7


dvds José Olimpio Sousa olimpiosousa@gmail.com

único

fagote sobre o ritmo penetrante do

Concerto para Violino e Orquestra em mi

tímpano.Após a cadenza o violino e um

menor, op. 61 durante os meses de

solo de fagote penetram rapsódicamente

novembro e dezembro de 1806 para

no tema de fechamento numa apoteose

atender a um requisito de seu amigo Franz

lírica que influenciou certamente o ponto

Clement, principal violinista da orquestra

correspondente no Concerto para Violino e

do teatro vienense. Clement realizou a

Orquestra de Brahms. O Larghetto em sol

premiére do concerto em 23 de dezembro

maior é música de sublime tranqüilidade

do mesmo ano. Antes da publicação em

onde flautas,oboés,trompetes e tímpanos

1808 Beethoven realizou várias alterações

estão silenciosos e o solista em comunhão

no manuscrito principalmente na parte

com o restante da orquestra, na realização

dedicada ao solo de violino. Diferente das

da textura delicada da música de câmara.

Sinfonias e Piano concertos, esta peça

O movimento possui uma série de gentis

encontrou indiferença durante a vida do

variações sobre o solene tema de abertura,

compositor pelos críticos da época e

interrompida por duas aparições de uma

somente foi aceita como peça de repertório

sustentável melodia de violino marcada-

após a performance de Joseph Joachim

mente cantabile a qual aprofunda e

em 1844 na cidade de Londres sob a

concentra o absorto lirismo da música.

Beethoven

Beethoven/Brahms-Violin Concertos Itzhak Perlman Berliner Philharmoniker Conductor: Daniel Barenboim

6 8

OUTUBRO . 2009

escreveu

seu

Após dois exaltados movimentos,

batuta de Félix Mendelssohn. provido

apresenta-se um rondo com um dos mais

para o solista expressar-se

abertos e descomplicados movimentos

virtuosísticamente, especialmente no finale,

finales de Beethoven com um irresistível e

este é de longe o mais tranqüilo e poético

cativante tema principal numa travessa

dos Concertos para Violino e Orquestra.

cumplicidade entre o solista e a orquestra.

Nele há longos trechos em que o violino

Como é usual nos finales dos concertos de

simplesmente acompanha a orquestra

Beethoven existe uma longa, harmônica e

tocando somente uma tríade de arpégios e

intrépida

nada mais. A arquitetura do primeiro

idealizou o seu Concerto para Violino e

movimento com seus grandes arcos de

Orquestra em ré op. 77 para quatro

tensão necessita de grande planejamento,

movimentos, porém mostrou-se insatisfeito

tanto da parte do solista como da orquestra

com os movimentos intermediários, os

para sua execução e é comparável em

quais achavam falhos, resolvendo então

dificuldade aos Concertos para Violino e

compor um adágio para substituí-los,

Orquestra

dos

adotando a tradicional forma de 03(três)

intérpretes certa maturidade. O vasto

movimentos. Este adágio foi considerado

movimento de abertura, rico em poder

débil a ponto do grande pianista e maestro

contrasta com a suavidade inicial do

Hans Von Bülow disparar que Max Bruch

tímpano. Como na Sinfonia Pastoral o

havia composto um concerto para o violino

desenvolvimento subverte sua tradicional

e este composto por Brahms era contra o

função reduzindo a tensão em lugar de

violino. O violinista Bronislaw Huberman

aumentá-la. Aqui Beethoven adiciona mais

tratou de contrabalançar a polêmica gerada

quadros

com

por esta feroz crítica de Von Bülow,

diálogos meditativos entre o violino e o

afirmando que o concerto composto por

Embora espaço

Beethoven

de

de

Mozart

ritmos

tenha

exigindo

harmônicos

coda.

Brahms

originalmente


dvds

Brahms não era contra o violino e sim um duelo entre a orquestra e o violino, com a vitória do violino no final. A primeira performance deste concerto deu-se no ano novo de 1879 e foi executada por Joseph Joachim, violinista e amigo

de

Brahms,que

composição

consultou-o

durante acerca

a das

técnicas violinísticas tendo o mesmo participado indiretamente desta sugerindo

Beethoven-Symphony 6-“Pastoral” Berliner Staatskapelle/Daniel Barenboim

modificações e alterações adotadas em parte por Brahms. O allegro ma non troppo

A sexta Sinfonia em Fá maior, op. 68 foi

inicial é bastante bravo e ao mesmo tempo

escrita entre 1805 e 1808 ao mesmo tem-

lírico, contrastando com o adágio que

po em que Beethoven trabalhava na com-

possui uma delicada e refinada decoração

posição da Quinta Sinfonia, recebeu o

extraída de uma melodia relativamente

nome de “Pastorale” devido ás suas carac-

simples. O finale apresenta-se com um

terísticas peculiares e foi dedicada ao prín-

novo humor, numa repentina rajada de

cipe Lobkowitz e ao conde Razumovsky.

ventos de influências húngaras ,mais

Teve sua estréia a 22 de dezembro de

declaradamente ciganas,num tributo aos

1808 no Theater an der Wien e diferente-

antepassados de Joachim, em um vigoroso

mente de suas outras sinfonias que até

e inventivo rondo que culmina numa

então davam ênfase somente á música em

marcha totalmente alegre.

seu estado puro, esta era de certo modo

Perlman executa nesta gravação as

programática, fazendo referências explici-

cadenzas de Joseph Joachim.Perlman é

tas á fenômenos da natureza, não prevale-

um dos mais celebrados virtuoses do

cendo nela a estrutura fixa e clássica das

nosso tempo, e é dono de uma técnica

sinfonias da época possuindo não quatro,

quase sem limites possuindo total domínio

porém cinco movimentos pré-determina-

de seu instrumento com suas mãos largas

dos adaptados ao tema, cada um como

e ao mesmo tempo maleáveis.

um episódio particular da vida campestre.

É constantemente associado pelas

Como a “Eroica” possui um título que a co-

legendárias séries de gravações realizadas

loca firmemente dentro de uma particular

para a gravadora EMI intitulada de Great

tradição e o mundo de expressão que ex-

Romantic Concertos onde o mesmo

plora são completamente diferentes da-

interpreta

de

queles dos primeiros trabalhos.Aqui temos

Beethoven,Brahms,Max Bruch,Paganini, e

concertos

para

violino

um Beethoven mostrando um comporta-

Tchaikovski como também outras obras de

mento de diferentes aspectos, ou seja, seu

Pablo de Sarasate, Wieniawski, Vieuxtemps

amor pela natureza e pelas coisas cam-

e Kreisler. O maestro Daniel Barenboim é

pestres. O termo “Pastoral relembra cita-

possuidor de uma natural espontaneidade

ção encontrada na música barroca,porém

e espiritual intensidade atuando ao lado da

estas são baseadas em contextos sagra-

Berliner Philharmoniker.

dos e aparecem normalmente como Bach’s Christmas Oratorios.

OUTUBRO . 2009

6 9


7 0

OUTUBRO . 2009


BASTIDORES

Ross Humphrey

o sound designer do blue man group Ricardo de Marino

ricardo@clubedoaudio.com.br

Convidado pelo sound designer do Blue Man Group, Ross

Enquanto o fazem, percutem seus instrumentos de PVC, golpeiam

Humphrey, fui assistir ao show que o grupo fez em São Paulo que é

tambores e martelam violentamente um piano a corda. A sonorização

parte da turnê How to be a Megastar 2.0. Ao final, Ross gentilmente

de tudo isto é resolvida de duas maneiras: captação direta com

me concedeu uma breve entrevista. Assisti a um espetáculo de

microfones e utilização de sons sampleados.

divertimento recheado de efeitos visuais e multimídias que eram

Exemplos de captações acústicas são o “drumbone”, usado no

apoio à performance dos três homens azuis que, por pouco, não me

ato de abertura (instrumento formado por dois segmentos de tubos

arrastaram ao palco (uma vez que estava dentre as primeiras fileiras).

de PVC articulados que são percutidos e movimentados pelos três

O show é concebido para hiperestimular os sentidos e ter apelo a

de forma a modular a frequência das notas produzidas), e o bumbo

um público bem heterogêneo: era comum observar adultos levados

de fanfarra de 60 polegadas (que produz um deslocamento de ar

a pedido dos filhos pequenos e que, uma vez lá, também se

absurdo que pode ser sentido independentemente do PA). Entre os

divertiam. Mesmo tendo uma concepção comercial (ao modelo

sampleados, está o grande emaranhado de tubos de PVC repleto de

americano),

aberturas que fica ao centro do palco. Quando tocado pelos homens

uma

cota

de

originalidade

e

percebe-se

profissionalismo na execução.

azuis, ouvimos notas que foram pré-gravadas a partir de um

Misturando o high-tech à linguagem circense, os três homens

instrumento similar dentro de um estúdio onde, sem variação na

azuis parecem vir de um limbo entre o pop e o cult. O que não se

temperatura, pode ser corretamente afinado. Para permitir

pode negar é seu êxito em criar uma “demanda nova” para suas

expressividade à execução, cada nota é gravada em sete níveis

apresentações (a exemplo do Cirque de Soleil) através de

distintos de intensidade. Quando um tubo é percutido durante o

personagens “únicos” e uma identidade sonora criada a partir dos

show, a força aplicada é medida para reproduzir o som sampleado

instrumentos de PVC. Em São Paulo foram necessárias 11

na nota e intensidade corretas, permitindo expressividade à

apresentações adicionais. Sua caracterização com as cabeças e

performance ao vivo. O técnico de som pode, desta forma, alterar a

mãos azuis, roupas pretas e performance muda,serve aos propósitos

“disposição” das notas nos tubos entre músicas (selecionar novas

acima e permite a execução de apresentações simultâneas (usando

afinações ou escalas musicais). Também os tambores que projetam

diferentes atores) enquanto quem os assiste continua com a

tinta quando golpeados utilizam o recurso similar.

sensação de consumir o original. How to be a Megastar 2.0 é fortemente apoiado na banda de

Com 25 anos de experiência em gravações ao vivo e mixagens

rock que toca a trilha original da performance e algumas músicas

de grandes artistas, Ross gravou e mixou o show The Complex Live

conhecidas, como: Jump do Van Halen, One of These Days do Pink

do BMG em estéreo e 5.1. e atualmente faz o sound design da turnê

Floyd e I Feel Love da Donna Summers. Os homens azuis interagem

How to be a Megastar 2.0. Ele nos conta um pouco sobre seu

entre si com os recursos e artefatos multimídia e com o público.

trabalho com o grupo:

OUTUBRO . 2009

7 1


Como é levar um show tão complexo a lugares que oferecem condições técnicas muito diferentes?

todo. Há questões como o fato de haver três sets de bateria no palco, por exemplo, um kit de bateria tradicional e dois sets com

Se estivermos nos Estados Unidos carregamos todo o

instrumentos de percussão que incluem grandes tons. Desta forma

equipamento de som conosco. Isto ajuda a garantir a qualidade e

há muita competição na região médio grave e grave do espectro

nos permite chegar ao local do show às 9 da manhã e ter as portas

sonoro. Uso microfones diferentes em cada set para melhorar a

abertas às 18h30. Fora dos Estados Unidos, quando não for viável

definição entre os instrumentos. Há também casos como quando o

transportar o sistema de amplificação completo, levamos nossos

guitarrista entra na cabine de acrílico e o som da guitarra é ou não

equipamentos de mixagem, monitoração, interconexão e microfones.

ouvido conforme a porta é aberta ou fechada, em que tive de

Interligar tudo ao sistema local exige um dia inteiro de trabalho. Em

desenvolver um tipo de sensor especial para sincronizar o movimento

cidades americanas como Los Angeles, Chicago e New York

feito no palco com o áudio do PA.

costumamos encontrar ótimas condições, mas nem sempre podemos saber o que teremos pela frente. Há casos onde temos de

Quais discos e gravações você utiliza como referência?

encarar uma arena de hóquei, por exemplo, ou outro tipo de lugar

Acredito que a performance e a energia normalmente produzem

com acústica muito ruim. Fora dos EUA, países como o Reino Unido,

as melhores gravações, mesmo que haja falhas técnicas. Prefiro

Japão, Alemanha, França e Suíça têm ótima tradição em áudio. Na

escutar algo com feeling a algo que soa perfeito mas não me toca.

América Latina o padrão costuma ser ruim. O melhor lugar onde

Na preparação dos shows, utilizo gravações ao vivo feitas por mim

operei foi São Paulo.

para alinhar o sistema de PA. Então passo para músicas com as quais sou bem familiarizado. Normalmente escolho gravações com

Com oito músicos e os três atores no palco, como é feita

ampla faixa de frequência e muita dinâmica. Sempre afino o sistema

a monitoração e a coordenação para ter perfeito sincronismo

no mesmo nível de pressão sonora (decibéis). Dependendo de como

entre performance e áudio?

a presença do público afeta a acústica do local, posso subir ou

Tanto os músicos quanto os três homens azuis utilizam monitoração in-ear [intra-auricular] e recebem um retorno de som

descer um pouco, mas procuro manter um nível razoável (não tão alto) preservando impacto e força no som.

individualizado. Nosso engenheiro de monitor utiliza todas as 96 entradas da sua PM1D (mesa de som digital) e faz 17 ou 18 mixagens

Comente um pouco sobre a produção artística hoje em dia.

de retorno. Temos 5 microfones distribuídos no palco para

Eu realmente apreciava a época onde os músicos gravavam

intercomunicação entre músicos e a equipe técnica. Ela é formada

uma música do início ao fim. Agora é como se qualquer um fosse

pelo técnico de som que fica no palco e cuida da mixagem do

capaz de tudo com equipamentos baratos. Não há mais substância

retorno dos músicos, um técnico de iluminação e um assistente que

na música... não consigo ouvir a rock moderno. Fora isto, ouço

me auxilia na mixagem do som front end (mixagem do PA ou sistema

muita música com graves profundos e boas captações de bateria.

de sonorização para o público. Com tanta coisa acontecendo no

Afinal, é isso que o Blue Man é.

palco, mesmo com uma mesa digital, tenho que mixar o tempo

7 2

OUTUBRO . 2009


OUTUBRO . 2009

7 3


entrevista

Ulrich Schneider

produtor de gravações da sala são paulo Ricardo de Marino

ricardo@clubedoaudio.com.br

O produtor de gravações Ulrich Schneider, ou Uli como costuma ser chamado pelos amigos brasileiros, realizou sua primeira gravação

outros estilos musicais. Como se iniciou uma conexão tão forte com a música?

da OSESP em 2003. Desde então passou a vir ao Brasil por este

Muito cedo. Tive a sorte de ter nascido em uma família musical

mesmo motivo até trocar em definitivo sua cidade natal - Hamburg

do tipo tradicional, que tocava música de câmara em casa. Aos seis

na Alemanha - por São Paulo. Agora, além de encarregado das

anos de idade iniciei aulas de piano clássico. Tive também influência

gravações da orquestra é também administrador artístico da

de música de igreja. Entre os onze e dezesseis anos minha paixão foi

fundação, responsável pela elaboração da programação da sala de

tocar teclado e guitarra em bandas. Gostava de grupos como

concerto. Você lerá a seguir uma entrevista na qual Uli conta sua

Weather Report, Chick Corea Eletric Band e das formações “elétricas”

trajetória profissional até o momento. Nas próximas edições haverá

de Miles Davis, e também tocava rock. Lembro-me de que na época

artigos sobre a programação da Sala São Paulo e comentando os

as pessoas tinham hábito de ouvir de tudo um pouco. Eram mais

bastidores de futuras gravações.

abertas (musicalmente falando). Desta forma o escopo do repertório que tocava era diversificado e rico. Aos quatorze comecei o estudo

Além

7 4

de

produtor

e

tenho

de baixo acústico clássico, mas tinha muito prazer tacando jazz e

conhecimento de que você também é músico de formação

outros estilos no baixo elétrico. Durante este período ficou claro para

clássica, tendo estudado piano e baixo acústico, e que elegeu

mim que minha vida teria algo a ver com música e fui me interessando

o baixo elétrico para expressar sua paixão por fusion, jazz e

cada vez mais pelo lado técnico da música: a geração de som pelos

OUTUBRO . 2009

engenheiro

de

som,


entrevista

instrumentos, sua amplificação, até a forma de registrar estes sons em gravações.

Conte-me um pouco do estúdio e dos equipamentos utilizados para fazer as audições. Tínhamos um bom estúdio e, você sabe, todos os microfones

Explique o que significa Tonmeister?

eram Neumann. Na época a Neumann era o principal fornecedor de

Na velha escola da rádio alemã dos anos 50 e 60 havia três

microfones para as rádios alemãs e nós possuíamos uma das

níveis para aqueles que trabalhavam nas gravações: o técnico de

melhores coleções que pude conhecer. Eles queriam que os

gravação, o engenheiro de gravação e o produtor de gravação.

estudantes usassem os microfones deles e, sabe o que, foram bem

Enquanto o engenheiro de gravação era o responsável pelo

sucedidos: eu ainda estou usando. Nossa vivência no estúdio era a

posicionamento dos microfones, pela captação do som e por fazer

mais completa possível, desta forma tomávamos parte até nas

a mixagem (função hoje chamada balance engineer), o produtor de

tarefas de manutenção. Para avaliar as gravações, tínhamos algumas

gravação estava lá somente pela música e fazendo sugestões ao

salas e dois estúdios. A monitoração, por influência de alguns

regente. Ele trabalhava a nível musical como um parceiro do regente.

professores que ensinavam na época, utilizava monitores eletrostáticos

Tonmeister é este papel onde você deve ter todo o domínio técnico

da Quad. A amplificação era Quad também, acho que o modelo 606,

para a captação e realização da gravação mas, antes disto, vem o

muito purista. Acho que eles ainda existem. Eu mesmo ainda tenho

trabalho artístico e musical junto ao regente e à orquestra.

um par de Quads na Alemanhã, mas não as uso agora. Você sabe como elas são, parecem um aquecedor... um pouco grandes para

Como você se formou Tonmeister?

uma sala pequena. Mas são belas caixas e ainda não fui capaz de

Aos 18 fui conhecer a Musikhochschule Detmold que formava

me desfazer. Guardo boas recordações delas e agora já estou

produtores de gravação. Esta área de conhecimento era tão

pensando que talvez seja uma boa idéia tê-las aqui. (risos)

específica e restrita na época que só havia mais uma universidade no mundo com este curso. Iniciei o curso em Detmold em 1986. A

Como foi a conclusão da segunda parte do seu curso?

formação levou cinco anos sendo que nos dois primeiros havia

Havia mais três anos à frente antes do exame final e durante um

muitas matérias técnicas teóricas. Isto significa estudar os aspectos

destes anos seria foi feito intercâmbio com uma universidade

de acústica, matemática e física aplicadas à música para compreender

canadense que havia iniciado um curso similar. Este curso era

a forma como o som é criado, como se irradia a partir dos

organizado de maneira um pouco diferente do nosso, mais parecido

instrumentos musicais e como isto pode ser recriado em uma

com o modelo americano no qual você faz bacharelado em música

gravação. Foi um período bastante técnico mas, ao mesmo tempo,

e pós graduação em gravação musical (sound recording). É uma

tínhamos matérias de música como: regência, musicologia, teoria

graduação de dois anos, mas nós havíamos eliminado muitas das

musical, leitura musical e percepção musical (ear training). Todos os

matérias. Na época, as pessoas a frente de ambas as universidades

alunos tinham de fazer aulas de piano e podiam também ter aulas de

eram amigas e criaram este programa de intercâmbio que infelizmente

um segundo instrumento (caso piano não seja seu instrumento

não existe mais. Foi uma experiência interessante pois, o modelo

principal). Eu elegi o piano como meu instrumento principal e

americano, dá mais ênfase ao lado técnico... é mais focado na figura

continuei o estudo de baixo acústico paralelamente ao curso. A

do engenheiro de som. Temas como técnicas de microfonação, pré-

seleção para este curso era realmente difícil. Você tinha de fazer

amplificação, e outros foram explorados com nível de excelência.

testes, como um vestibular, para cada curso do programa. Foi

Este intercâmbio com a universidade McGill foi uma bela

preciso se apresentar ao piano para uma banca também. Entrei na

complementação à nossa formação mais centrada em produção.

segunda tentativa, e somente outros seis alunos foram aprovados

Ao término deste ano fora, retornamos à Detmond para um ano

comigo. A universidade limita este número para manter um alto nível

adicional de estudos antes do exame final. Este muito intenso, com

e possibilitar muitas horas de vivência em estúdio para a prática das

apresentação de piano aberta a estudantes do curso de música e

gravações. Além do mais, não faz sentido formar mais profissionais

testes de percepção musical muito exigentes. Este foi muito, muito

do que o mercado de trabalho tem possibilidade de absorver. Isto

difícil... para dar um exemplo, uma sequência de 30 acordes era

tornava a competição para o curso de Tonmeister muito acirrada e

tocada ao piano e então tínhamos de fazer a transcrição das

todos que conseguiam entrar se sentiam muito afortunados. Após

modulações destes acordes de memória, tendo os ouvido uma só

este dois anos iniciais, você é graduado Bacharel e se livra das

vez. Talvez esta busca por excelência tenha sido até exagerada, mas

matérias técnicas. É aí que a coisa começa de verdade... quando

uma vez que superado o processo você podia contar com um ótimo

você começa a fazer gravações próprias e apresentá-las ao

background.

professores. Então todos lá ouviam e comparavam suas gravações com as dos demais e com aquelas de mercado.

OUTUBRO . 2009

7 5


entrevista

Sua carreira profissional se iniciou então logo após a

novo golpe de sorte para mim pois fui levado a muitas gravações de

conclusão do curso?

artistas de rock e pop que alguém como eu jamais teria contato a

Até mesmo um pouco antes. O contato dos alunos com estúdios

menos que fizesse parte disto. Nós utilizávamos uma unidade móvel

e gravadoras era encorajado durante os últimos anos do curso. Eu

que era única na época. O reboque possuía um sistema que se

também fiz trabalhos free-lancers durante minhas férias de verão e

expandia lateralmente até o dobro da largura normal, proporcionando

até mesmo durante as aulas. Era fantástico acompanhar os trabalhos

um estúdio de gravação amplo. Era equipado com os melhores

de gravação como assistente. Então, em 1990, em vias de me

equipamentos da época e isto gerava muita demanda de trabalho.

formar, minha vida profissional começou de forma muita intensa.

Era engraçado, pois, havia semanas nas quais gravávamos a

Tive a felicidade de ser chamado pela Sony, através de um dos

filarmônica de Berlin e em seguida partíamos para grandes festivais

estúdios para o qual havia trabalhado, para fazer meu primeiro

de rock para gravar artistas como Van Halen e Bon Jovi. Até então

trabalho: a gravação de retorno do Rostropovich à Russia após 16

eu só havia ouvido falar destas pessoas, escutado seus discos e de

anos de exílio. [Rostropovich foi exilado de sua terra natal por ter

repente, lá estava eu... Esta foi uma feliz coincidência e, estas coisas,

sido pego pelo partido dando abrigo um escritor dissidente do

por mais malucas que possam parecer, proporcionaram experiências

regime opressor. Sua cidadania foi restaurada em 1990 por

muito engrandecedoras. Na produção musical é essencial aprender

Gorbachev]. Foi um belo início para mim... viajar para a Russia

a se comunicar bem com pessoas que são diferentes: com astros

naquele contexto do colapso da União Soviética e fazer uma

de rock, maestros, músicos de orquestras e engenheiros de som.

gravação ao vivo do Rostropovich acompanhado por uma orquestra americana e recebido de volta pelos russos de uma maneira muito

Como se deu sua vinda para o Brasil?

emocional. Foi algo incrível... um grande evento! [neste concerto

Após 1996 a Sony se transferiu para a Inglaterra e recebi uma

Rostropovich foi acompanhado pela Sinfônica

proposta para trabalhar lá. Recusei, pois, para

Nacional de Washington, da qual fora regente e

mim era só uma questão de tempo para que a

diretor musical.

sede se estabelecesse em definitivo em NY. Havia divergências quanto à forma de trabalhar

Então foi desta forma que se iniciou sua relação com a Sony?

com os artistas entre o braço americano e o braço europeu. A forma de trabalhar européia

Nesta época a Sony comprou a CBS e Norio

era mais colaborativa, mais horizontal. Por

Ogha, que era um fã de musica clássica,

exemplo, nos EUA, por influência da escola

especialmente de Karajan, tornou-se CEO e

antiga da CBS, durante uma mixagem você veria

fundou a Sony Classical. Então, em Hamburgo,

o produtor de gravação sentado no centro da

um dos chefes de produção da Deutsche

console [mesa de som] entre as caixas e o

Grammophon se tornou presidente desta divisão. Imagine que tinha

engenheiro de mixagem para o lado. A função do produtor figurava

tido a oportunidade de estudar na melhor universidade e a Sony

como um diretor da gravação, quase que acima da do artista. Na

estava estruturando uma nova empresa com os melhores recursos

forma européia todos os profissionais entendem de múltiplas áreas e

técnicos e os melhores artistas e precisava de gente nova. É claro

há muita comunicação entre as pessoas, sem fundamentalismos

que todos queriam ir trabalhar lá e talvez eu tenha tido a sorte de ter

quanto a sugestões musicais. Considero esta forma muito boa. São

participado daquela primeira gravação... Participei então de projetos

duas maneiras diferentes de trabalhar, não quero julgar, ambas

como a reedição das sinfonias de Beethoven com Karajan

produzem bons resultados e, além do mais, as coisas já mudaram

anteriormente lançadas pela Deutsche. Tivemos acesso a todas as

desde então. Em 1997 tomei a decisão de criar minha própria

fitas digitais multipista originais e o material foi re-editado e re-

empresa de produção musical e com ela tive a possibilidade de

mixado. Após este projeto, em 1991, eles me ofereceram um

realizar trabalhos muito diversificados... grandes desafios. Através

emprego.

de um velho colega do intercâmbio canadense se iniciaram minhas colaborações com o selo Bis e no início de 2003, através da Bis, vim

7 6

Mas você não gravou exclusivamente música clássica?

a conhecer esta orquestra OSESP. Passei a vir com regularidade, de

Isto foi engraçado. A Sony Classical só fazia música clássica,

uma a duas vezes por ano, para fazer as gravações da orquestra.

mas como éramos os únicos a utilizar a tecnologia Sony 20 bit, e seu

Antes disto, em 1994, havia conhecido Neschling durante uma

padrão de qualidade era inédito na época, havia muita demanda

gravação para a Sony. Foi uma gravação de ópera, que é uma

para que também fizéssemos grandes festivais de rock e trabalhos

especialidade de Neschling. Gravamos Il Guarany, de Carlos Gomes,

de outros grandes artistas ligados à família Sony Music. Este foi um

com Placido Domingo no papel principal em Bonn na Alemanhã.

OUTUBRO . 2009


entrevista

Tivemos um bom contato e este evento foi provavelmente responsável

na ponta é um desafio ainda maior. Espero que haja continuidade

por minha vinda ao Brasil. Neschling teve muita visão, na época, ao

em nosso trabalho de forma a fazer crescer o reconhecimento

apostar em um selo menor e que trabalhava com excelência a nível

internacional. Espero que através desta exposição internacional

musical e técnico sem ter grandes custos na parte artística como os

possamos ser excelentes embaixadores da cultura Brasileira.

grandes. A Bis priorizava ter um belo catálogo a procurar trabalhos de maior faturamento. Neschling se percebeu disto e agora vemos

Para encerrar nossa entrevista, farei uma pergunta

que as gravadoras que costumavam ser consideradas pequenas na

diferente. Levei você à casa de um cliente meu alguns anos

época são hoje as mais atuantes enquanto que os grandes selos

atrás para ouvir sua sala de audição crítica com um sofisticado

como Sony e Deutsche Gramophone têm grandes artistas, mas não

sistema hi-end. Gostaria que comentasse a experiência.

fazem tantas produções novas. A Hyperium é outro exemplo de

Ouvir música por puro prazer auditivo será uma experiência

gravadora antes pequena que hoje é considerada como uma grande

inteiramente diferente se feita em um sistema hi-end ou em um

competidora no mercado de gravações de música clássica. Sempre

sistema simples. Costuma-se dizer que quando a gravação e a

fui feliz com minha ligação com a Bis. Todos que trabalham lá são

produção forem boas então ela deverá soar bem em qualquer

amigos ou conhecidos e compartilhamos de um mesmo idealismo:

sistema. É claro que isto é verdadeiro, mas ouvindo uma boa

por o foco na produção musical e ter excelência técnica, mas

gravação em um sistema hi-end você passa a sentir a música e

precisamente nesta ordem.

perceber novas coisas. Você sente a localização dos instrumentos, percebe os espaços, sente muito mais a dinâmica, consegue ter

Esta é a primeira vez que você desenvolveu uma colaboração estreita com uma orquestra em particular.

uma projeção realista do instrumento solando e percebe uma voz humana muito próxima ou muito distante dependendo da intenção

Já prestei consultoria a outras orquestras como a Die Deutsche

de produção da gravação. Quando ouvimos minhas gravações no

Kammerphilharmonie Bremen, acredito eu que uma das melhores

sistema hi-end de seu cliente me senti como tivesse voltado ao local

orquestra de câmara da atualidade, mas com a OSESP é a primeira

de gravação. Também percebi pequenos erros de delay aqui e lá

vez que tenho este tipo de envolvimento. Minhas experiências

(risos). Mas ouvir à gravação reconhecendo o local que você esteve

passadas trouxeram experiências como arrecadação de fundos,

durante foi uma experiência ótima. Era este o resultado que nós, na

patrocínios, programação e outras que estou utilizando atualmente.

Bis, havíamos buscado com a gravação. Acho que ter um sistema

Fui contratado pela Fundação Sala São Paulo como produtor de

hi-end em casa, especialmente se houver uma sala adequadamente

gravação, responsável pelas gravações da OSESP. Agora acumulo a

preparada, talvez seja o mais próximo que se possa chegar do

função de administração artística sendo responsável, por exemplo,

prazer musical de se ouvir música ao vivo.

pela programação dos concertos. Como alguém com sua vasta experiência internacional vê a estrutura de nossa sala de concerto e a OSESP? O que podemos esperar para o futuro? A Fundação São Paulo tem sorte em possuir uma das melhores salas de concerto que eu conheço. O nível de excelência musical da orquestra e a ótima acústica da sala, combinados, proporcionam ao público uma experiência fantástica de alto valor artístico e musical. Reproduzir esta experiência em cada gravação que faço é, para mim, um desafio contínuo. Desde 2002 a OSESP tem gravado de maneira muito profissional e vem adquirindo a incrível capacidade de saber antecipar aquilo que deve ser feito para se atingir um resultado melhor. Trabalhando desta forma se atingiu um nível de excelência para as gravações que não é comumente encontrado. Só posso dizer que esta combinação da orquestra e sala de concerto é algo próximo ao ideal no que diz respeito à produção musical. Atingir os primeiros 75% de excelência artística é algo relativamente fácil. A dificuldade deste desenvolvimento aumenta exponencialmente, não linearmente. A partir daí a coisa fica cada vez mais difícil e se manter

OUTUBRO . 2009

7 7


espaço aberto

UM MUNDO TOTALMENTE NOVO Quando meu pai ainda era vivo, sempre comentava com ele que

Passei meus últimos dois anos colhendo informações, ouvindo

às vezes me sentia como um juiz tamanha a quantidade de

muitos leitores e anunciantes, a fim de detectar os problemas mais

reclamações que escutava e lia semanalmente dos leitores, das

comuns antes de sair alinhavando soluções.

revendas especializadas, dos fabricantes. Para mim, esses 14 anos na revista mostraram que ainda que se tenha feito muito, há tanto por fazer que por mais que tentemos só a revista não será capaz de suprir tantas necessidades. Quanto eu mais me empenhava em encontrar soluções, mais me vinha à mente que novas ferramentas haveriam de ser criadas para trabalharem integradas com a revista.

do público consumidor de produtos high-end. É notório que a renovação do público consumidor não atende as expectativas do mercado, sendo muito mais lenta que o desejado. Pelo lado do leitor/consumidor, a principal queixa é a dificuldade em ouvir muitos dos equipamentos testados pela revista mensalmente

Ainda que os cursos de percepção auditiva e o hi-fi show tenham

e também que as principais revendas hoje existentes trabalham com

ajudado na divulgação, por serem ações que demandam uma

pacotes fechados de poucos distribuidores, o que dificulta em muito

logística muito pesada, não conseguem resultados na velocidade

futuros upgrades.

que o mercado necessita.

7 8

Por parte dos importadores, fabricantes e revendas especializadas o problema primordial sem dúvida alguma é a renovação e ampliação

OUTUBRO . 2009

Outra reclamação muito comum é a dificuldade que o consumidor


espaço aberto

tem de vender seus produtos usados, pois quando são aceitos na

compatíveis com a realidade de mercado, projetos especiais e

troca por um novo, o valor oferecido não possui uma regra de

divulgação em tempo real de grandes novidades.

mercado, como por exemplo no segmento de automóveis.

Com a ajuda do Ricardo de Marino e do Junior Sanches, que

Já as revendas especializadas, principalmente as que estão fora

não só abraçaram a ideia como foram buscar no mercado pessoas

do eixo Rio-São Paulo, têm grande dificuldade de mostrarem seus

capazes de desenvolver o portal, nasce o pontohiend.com, que

serviços e suas propostas, já que os anúncios veiculados nas revistas

estará no ar no dia 15 de outubro.

do segmento não atendem completamente suas necessidades.

Este será meu próximo grande desafio. Com o Portal e a Revista

A princípio totalmente avesso à ideia da internet como solução

inteiramente integrados, estaremos oferecendo uma ferramenta

para os problemas citados, já que por mais que visse uma centena

poderosa para o mercado finalmente dar o salto que tanto necessita.

de sites feitos em todo o mundo não me convencia de que essa

Ainda que apenas por curiosidade não deixe de conhecer nosso

seria a melhor ferramenta, ainda assim comecei a colocar algumas

portal, ele realmente é a chave para um novo mundo de possibilidades,

ideias que me vinham à cabeça, como a criação de um leilão virtual

comodidade e interatividade.

para a venda de equipamentos usados, compra inteligente para consumidores afastados dos grandes centros urbanos, consultoria técnica também a distância, comunidade de debate de assuntos pertinentes ao mercado, cursos de treinamento a distância, tutoriais, dowloads de música e vídeo, downloads dos produtos por nós testados, produção de discos especiais para estudo de timbre e equilíbrio tonal do sistema, destaques da programação da Sala São Paulo, inclusive com download dos ensaios da orquestra em alta resolução, e muito mais.

Fernando Andrette

fernando@clubedoaudio.com.br

Fundador da Revista Áudio e Vídeo, foi editor da

Para as revendas e anunciantes, mais que banners bem

mesma por 14 anos. Desenvolveu a metodologia

produzidos, queríamos também oferecer soluções dignas do século

de testes, ministra cursos de percepção auditiva e

21 como hotsites, comerciais de 30 ou 60 segundos com custos

também produz gravações audiófilas.

OUTUBRO . 2009

7 9


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