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OUTUBRO . 2009
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OUTUBRO . 2009
3
OUTUBRO . 2009
ÍNDICE videotech
editorial
22
06
High bit-rate ou simplesmente HB-R
Missão Cumprida
tecnologia 26
mailbox
Amplificação e organicidade
08
Dúvidas, críticas, elogios e sugestões dos leitores
Testes de Áudio 30
TESTE 1 Caixa B&W 800 D
30
cds do mês 66
Euclides Marques, um dos melhores discos de choro
50 Teste 2
dvds do mês
Conjunto TRI TRV CD45 e TRV-88SE
68
Testes de Áudio
Beethoven/Brahms-Violin Concertos com Itzhak Perlman
56 Teste 3
espaço aberto
Caixa Neat Motive 3
78
Testes de home theater
Um mundo novo
62
Excelentes oportunidades de negócios
bastidores 70
Sound design do Blue Man Group entrevista 74
Uli Schneider 70
74 OUTUBRO . 2009
VENDAS E TROCAS 80
Comparativo de caixas satélite
4
16
Muitos lançamentos neste mês
Testes de Áudio
62 Teste 1
novidades
OUTUBRO . 2009
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editorial
MISSÃO CUMPRIDA
Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Você está recebendo, amigo leitor, uma
últimos 10 anos. Voltando ao presente,
revista completamente rejuvenescida não
esta edição marca a entrada do novo
só em termos de roupagem mas também
editor-chefe da revista, Ricardo de Marino,
editorialmente. Minha missão enquanto
um jovem e promissor profissional com
editor-chefe por 150 edições termina aqui.
qualidades ímpares que levará, não tenho
Sinto-me orgulhoso de ter realizado tão
dúvidas, a Audio Video Magazine a um
ambicioso projeto em um país que passou
novo patamar. Conheço-o há aproxi-
por uma insana reserva de mercado,
madamente 12 anos. Nossa amizade foi
deixando milhares de consumidores órfãos
construída lentamente. Há cerca de três
da noite para o dia de produtos de renome
anos já me passava pela cabeça prepará-
como Quad, McIntosh, Waferdale, JBL,
lo para o cargo, mas a confirmação só veio
Thorens, Akai, Revox e tantas outras
realmente após o término da nossa sala de
lendas que fizeram o mercado da alta
trabalho. Sua dedicação, empenho e
fidelidade explodir na década de sessenta
profissionalismo me deram a certeza de
e setenta.
que ele era a pessoa certa. Muitas das
Quando veio a sinalização que a reserva de mercado estava com seus dias
6
OUTUBRO . 2009
mudanças editoriais feitas na revista já possuem sua marca.
contados, aceitei o pedido de meu pai e
Ele já lutava por elas ainda quando era
ainda que, com enorme resistência,abracei
apenas nosso colaborador. Além de
o projeto de publicar uma revista voltada
corretas, elas condizem com a nova
ao mercado high-end. Foram anos de
realidade do mercado. Como escrevi no
grandes desafios, obstáculos, suor e
mês passado, deixo a editoria para assumir
lágrimas, mas também anos de grandes
um novo e enorme desafio no nosso novo
alegrias e reconforto pelo carinho de tantos
portal pontohiend.com (leia mais na seção
leitores,
Espaço
anunciantes,
colaboradores,
Aberto
desta
edição).
Aqui
músicos e de meus familiares. Alguns
continuarei responsável pelo teste aberto
momentos
a
do mês, resenhas de CDs e a seção
realização dos quatro discos para o
Espaço Aberto, que gosto tanto de
desenvolvimento de nossa metodologia,
escrever. No portal terei a incumbência de
os primeiros cursos de percepção auditiva
cuidar da área comercial, consultoria e da
realizados no Hotel Linson com mais de 70
produção dos discos da Cavi Records.
foram
gloriosos
como
leitores por turma, os hi-fi shows e, claro,
Espero que você aprecie todas as
muitos produtos enviados mensalmente
mudanças feitas na revista, amigo leitor, e
para teste que me deram uma ideia
continue a nos prestigiar aqui e agora
permanente da evolução do high-end nos
também no portal.
Alpha (11) 3255-9353 | Áudio & Vídeo Interiores (61) 3361-7766 | Áudio & Vídeo (71) 3452-3958 | Crystal Áudio (11) 3313-1198 | DB5 (11) 5584-5011 Definitive (21) 2431-9001 / 2431-6946 | Eletrosates (11) 3331-8577 | Hi-Fi Club (31) 2555-1223 | Home Cinema (31) 3213-1999 | Iclub (11) 3034-3671 Mundi Center (11) 3337-7090 | Photovideo – Jundiaí (11) 4497-0907 | Photovideo (11) 6881-7488 | PRK 22nd (11) 3022-4234 Ricardsom (21) 2509-3365 | Studio Rivera (Alphaville) (11) 4195-3060 | Studio VIP (85) 3242-6995 | Target (11) 3229-4669
©2009 Klipsch Group, Inc.
OUTUBRO . 2009 No Brasil distribuído por Impel, www.impel.com.br/klipsch, contato@impel.com.br Tel.: (11) 3582-3994
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EXPEDIENTE
MAILBOX
DIRETOR Fernando Andrette
Subwoofer Melhor Compra
5594-8172. Importados - Chord (Audiofonia) (11)
Prezado Fernando, Possuo um Home-Theater
3438-3767 ou 4421-0539, van den Hul (Gramo-
da Onkyo, modelo HT-S5100. Tenho a intenção de
phone) (11) 3663-5859, Audioquest (Som Maior) (47)
Clement Zular
substituir o meu subwoofer por outro melhor. Seria
3472-2666, Kimber Cable (Ferrari Technologies) (11)
Guilherme Petrochi
um modelo de uso misto (filmes e músicas), para
5102-2902, Supra (Chiave) (48) 3025-4790, Nordost
Henrique Bozzo Netto
ambientes tanto pequenos quanto grandes. Gostaria
(Liquid Sound) www.liquidsound.com.com.br Pes-
José Carlos Marques
de uma sugestão de um modelo que apresente a
quise e se tiver alguma dúvida, por favor, entre nova-
José Olímpio Sousa
melhor qualidade e que pudesse comprá-lo de “olhos
mente em contato. Um abraço.
fechados”. Atenciosamente,
Fernando Andrette
Rodrigo de Queiroz Telles Qual o tamanho da sua sala? Seu gosto musical? Quanto você deseja gastar? Existem excelentes opções da PSB, Tannoy, AAD, B&W etc. Mas como caixas acústicas, os valores podem ir de US$ 1,000 a US$ 2,000. Outra boa opção é ver a seção de Vendas e Trocas na Revista e as lojas de usados, pois sempre aparecem boas opções, geralmente 40% mais baratas que os novos. Um abraço, Fernando Andrette
COLABORADORES
Omar Castellan Ricardo de Marino Rodrigo Moraes
Opinião Acabei de adquirir caixas B&W 804S + central
RCEA * REVISOR CRÍTICO DE EQUIPAMENTO DE ÁUDIO
HTM4+ sub ASW800 e gostaria da opinião de vocês
Fernando Andrette
sobre qual eletrônica combina com essas caixas (pré
Flávio Adami
amplificador + amplificador ou um integrado), além
Ricardo de Marino
das caixas surround (precisa ser uma B&W?) Gosto
Rodrigo Moraes
50% de filmes e 50% som estéreo , e a minha sala mede 21m2 (5,50x3,80m). Desde já, agradeço de coração!
CONSULTOR TÉCNICO Víctor A. Mirol
Luis Carlos Saccon ILUSTRADOR
No momento, utilizo o meu sistema Onkyo em
flickr.com/diosanto
um quarto pequeno de casal (4 metros de largura por
Acredito que para a 804S e o tamanho da
3 de comprimento). Minha expectativa era investir
sala você realmente tem duas opções: ou um bom
em torno de R$ 1.200,00. Resta saber se é possível
integrado (na faixa de 5 a 7 mil dólares) ou partir para
TRADUÇÃO
encontrar nesta faixa um subwoofer competente.
pré/power (na faixa de 7 a 10 mil dólares). Consulte
Eronildes Ferreira
Nas horas vagas, costumo ouvir Bossa Nova e
nossas últimas três edições Melhores do Ano 2006,
Jazz. Acredito que seja interessante um modelo
2007, 2008. Lá você encontrará excelentes opções.
FOTOGRAFIA
de mesmo tamanho que o original (10 polegadas).
Depois que você escolher uma ou duas opções nos
Ricardo de Marino
Busco algo mais macio (aveludado), com subgraves
passe outro e-mail para o ajudarmos na definição,
bem definidos e que responda à baixas freqüências
ok? Um abraço.
num baixo volume, com o mínimo de distorção
Fernando Andrette
AGÊNCIA E PROJETO GRÁFICO Cantaloop Comunicação
possível. É difícil encontrar alguém com autoridade, IMPRESSÃO E ACABAMENTO
quando o assunto é subwoofer. Cada um tem uma opinião e quer vender o seu peixe, isto sem contar a diversidade de modelos. Enfim, seguirei os seus conselhos com relação aos usados, principalmente pelo custo x benefício. Rodrigo de Queiroz Telles
Parabéns Parabéns AudioClassic! Fui o primeiro cliente do Júlio há seis anos atrás quando comprei um integrado usado de entrada no mundo Hi-Fi. Ontem estava curtindo meu vinil do Led Zeppelin da Classic
Cabos
records de 200g quando vi o anúncio do aniversário
Gostaria de contar com a opinião de vocês
da AudioClassic na CAVI e percebi que o Júlio me
sobre qual cabo vai me proporcionar um som mais
vendeu o Michell ORBE com braço SME, o Marantz
claro, mais nítido, equivalente com as caixas que
SA11S2 que uso para meus SACDs e CDs, as caixas
possuo . Mais uma vez,obrigado!
Cremona M além do maravilhoso projetor Sony
Luis Carlos Saccon
BluDiamond VW200 e minhas caixas Apogee do HT. Obrigado Júlio, pois sem ter exclusividade com
Caro Luis, Cabos não devem ser comprados
nenhuma marca, sempre arruma bons negócios.
por proporcionar um som mais claro, mais nítido,
Ao longo destes seis anos como cliente, passei por
etc. Cabos devem ser escolhidos pela sinergia com o
vários problemas com os fornecedores mas quem
sistema, equilíbrio tonal, musicalidade, sound stage,
tomou a bucha e teve que consertar os estragos foi
etc. Existem excelentes fabricantes com opções
o Júlio que atua como verdadeira bucha de canhão
boas e baratas. O ideal é que você veja o quanto
quando os fornecedores pouco profissionais pisam
você deseja gastar e que compare todos os modelos
feio na bola. Parabéns gaúcho e vamos para o
do mesmo fabricante. Vamos as marcas: Nacionais
próximo upgrade!
- Logical Cables (21) 8666-0000 e Sunrise Lab (11)
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OUTUBRO . 2009
Victor Emanoel
Gráfica Igil DISTRIBUIDOR Fernando Chináglia R. Teodoro da Silva, 907 | Grajaú CEP 20563-900 Rio de Janeiro / RJ (21) 575.7766
Audio Video Magazine é uma publicação mensal, produzida pela EDITORA CAVI LTDA. Redação, Administração e Publicidade, Editora Cavi Ltda R. Piata, 202 | Vila Izolina Mazzei Cep.: 02080-010 São Paulo / SP (11) 5041.1415 Todos os direitos reservados. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.
MAILBOX
Cabo Inspiration Recentemente adquiri um integrado Cambridge
Caro Felipe, Obrigado pelo seu e-mail. Fico feliz
840A v2, que substituiu meu Aura VA100II, um AC
que tenha gostado das dicas dos cds usados por
Organizer 3500, e um pré de fono da Cambridge
nós em nossa metodologia. O Gonzalo Diz, acho
(640p). O que sobrou do sistema antigo foram o
sempre na Livraria Cultura e Fnac. Sei também de
Rega Planar 3 com cápsula da Dynavector, e o Philips
muitos leitores que compraram pela submarino.com,
963SA. As caixas são as EVO 3. Em outro e-mail,
tentarei ficar anônimo pelo menos até nosso novo
sobre troca de cabos, você me indicou o VDH wind
projeto estar no ar, pois depois de lançado acho que
como opção para substituir um CS 122 bem antigo
não terei muito sôssego. Um abraço
e muito curto que eu tinha. Acabei comprando um
Fernando Andrette
Inspiration nos classificados de usados, quase que pelo preço do Wind novo. A pergunta é qual a melhor maneira de ligar o cabo? Vi no review antigo da CAVI
Ajuda
uma conexão monocablada (havia fotos de algum
Sr. Fernando Andrette. Estou lhe escrevendo
tipo de terminal no cabo). Os meus vieram sem esse
para pedir sua ajuda. Além de muito pouco
terminal. Existe um tipo de “solda” nas quatro pontas
conhecimento,
e o antigo proprietário o usava bicablando as caixas.
qualquer equipamento eletroeletrônico, tipo travar o
Se você puder me ajudar mais uma vez eu agradeço.
equipamento e não saber fazer ele funcionar. Todos
Abraço.
os cabos desse computador tem uma plaquinha
Eduardo Guerra
tenho
MEDO
de
mexer
em
presa e fiz também um pequeno desenho do fundo da torre e dos outros equipamentos ligados
Caro Eduardo, Acho que o melhor a fazer é falar
a ele. Isso só escrevi para demonstrar meu medo
com o pessoal da Gramophone e ver os terminais
e preocupação. No meu equipamento antigo, em
que eles indicam. E até mesmo a solda ideal para as
uso e muito simples (financeiramente), tenho um
quatro pontas. Um abraço.
Receiver STR-DE475 (sony) e um conjunto de caixas
Fernando Andrette
(home teater) Polkaudio 5.1, cujos cabos são do tipo DESCASCADOS. Acabei de comprar uma TV de Plasma (Panasonic TH-42PY85LB) e uma DVD player
Parabéns 2
(Sony DVP-NS708HP). Gostaria que vc me mostra-
Primeiramente, parabéns por levar a revista no
se como fazer as conecções. Tudo bem que os dois
patamar que está hoje, num ótimo editorial sempre, e
novos tem a entrada HDMI, porém o Receiver é velho
tornou-se minha publicação favorita, e extremamente
e tem as conecções: (multi ch in) (cd) (md/tape)(tv/
útil em muitos momentos. Gostei muito destas
sat) (video (sub woofer (out) e SPEAKERS (que são
últimas edições onde você descreveu alguns dos CDs
usados atualmente para a ligação das Polk. Tem
utilizados por vocês nos testes, cheguei inclusive a
como manter as caixas Polk, existem plugs para a
comprar alguns - Uakti e Banda Mantiqueira, e adorei
venda onde eu possa colocar os cabos descascados
ambos. Como aconteceu com ambos, tive uma certa
ou vou ter de adquirir novos cabos? Obrigado.
dificuldade em encontrá-los, tanto na internet quanto
Hilton de O. Rocha Lima
nas lojas de Florianópolis. Agora, qualquer disco do Gonzalo Rubalcaba, simplesmente impossível!
Caro Hilton, O ideal é ligar o DVD Player nas
Não consegui encontrar um único exemplar deste
entradas multi canal seguindo as orientações do DVD.
artista, e em todo lugar que achei no catálogo da loja,
Canal Frontal e Sunround. E os cabos descascados
nenhuma tinha o Diz. Onde é possível encontrar este
da caixa podem ser usados seguindo a orientação de
(e os outros) álbuns? Sei que pode ser complicado
cor vermelho (positivo) e preto (negativo). Um abraço
publicar na revista, favorecer uma loja específica, mas
Fernando Andrette
às vezes não temos opção mesmo, especialmente em cidades como a minha, que não tem *grandes* lojas de CDs. O lugar mais “fácil” é a Saraiva MegaStore; infelizmente, nem sempre consigo o que procuro. Os discos da última edição ainda não tive tempo de procurar, mas creio que terei a mesma dificuldade -- exceto pelo Genuinamente Brasileiro, que já vi ter disponível na loja virtual da CAVI. Um grande abraço, e boa sorte na sua volta ao anonimato! Felipe Braun Azambuja
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MAILBOX
Projeto de terra verdadeiro Olá Fernando, tudo bem? Creio que você esteve e está muito ocupado com a reformulação editorial da revista e que a nova edição de setembro ainda não chegou devido a esta greve dos Correios. Eu creio que você não teve tempo de me responder, pedirei novamente. Você pode me enviar de novo o projeto de terra verdadeiro de sua sala de audição? Você pode me tirar a dúvida do que é o artefato chamado “loop de terra”, e como evitar ele? A última pergunta se trata de cabo de conexão digital de um transporte para um DAC. Eu li em alguns fóruns na Internet que um bom cabo coaxial SPDIF “BNC” seria a melhor opção para transmitir o sinal digital, sendo superior à conexão AES/EBU balanceada (XLR) e à SPDIF
é suficiente para fazer bom par com meu integrado
1) “Você pode me tirar a dúvida do que é o
consiste num Audia Two integrado, um cabo Nordost
artefato chamado “loop de terra” e como evitar ele?”
RCA Frey do BD player Pioneer ao Audia, um Frey
A corrente circula ao longo da terra (como de
XLR a ser usado na ligação balanceada do futuro CD
qualquer “condutor” ou “resistência” - todo condutor
player/DAC, caixas Paradigm Studio 20 v4 e cabo
possui resistência) gerando deferência de potencial
de caixa Nordost Baldur biwire. Filtro de energia: PS
ao longo do percurso (quando digo “terra” incluo,
Audio Quintet, um cabo de força Nordost Vishnu para
também, todo circuito de ‘”aterramento” ou mesmo
a futura fonte digital, tomada Furutech com contatos
de sinal, incluindo cabos, blindagem de cabos,
banhados a ródio e um fusível Furutech 13 A para
etc). Quando diferentes componentes do sistema
a fase desta mesma tomada. Reenvie o projeto
de áudio estão aterrados a lugares diferentes (com
de terra e dê sua opinião em relação às dúvidas de
diferente potencial) desse percurso,
fonte digital.
de potencial pode manifestar-se como ruído. Daí a
Alexandre Tonet
1 0
de adquirir o DAC Bryston BDA-1 ou um CD player
Para o meu aterramento, utilizei 6 barras
Bryston BCD-1. Vendi meu Audia Flight CD Two para
de cobre de 2,5 metros enterradas, formando 2
pagar dívidas (uma tristeza) e meu atual Apollo para
triângulos equiláteros de 3 metros de distância entre
fazer um upgrade de fonte digital. Talvez você não
cada barra. Quem fez o aterramento foi o Mauricio
tenha escutado o Bryston BDA-1, nem o CD player
Ichi, da Gramophone Eletrônica, junto com o Ricardo
Bryston BCD-1. Eu fico bastante em dúvida se o
de Marino. Quanto ao Loop de Terra, acredito que
DAC da Bryston com um bom cabo Digital BNC
o Victor Mirol possa lhe dar mais explicações e lhe
ou XLR e um transporte como o dCS Verdi que tem
fornecer mais detalhes de como evitá-lo. Quanto ao
sido anunciado por US$ 2,500 a 3,500 no Audiogon
CD/DAC da Bryston, eu nunca os ouvi. Portanto não
seria uma boa combinação de transporte-DAC. Se
sei o que dizer. Um abraço,
OUTUBRO . 2009
a diferença
importância de ter um ponto “0” referencial, onde todos os componentes estejam ligados para que,
RCA. Essa informação é verdadeira? Gostaria muito
você já ouviu o Bryston BCD-1, você acha que ele
Caro colega Alexandre:
Audia Two via conexão XLR? Meu sistema atual
Fernando Andrette
assim, a diferença de potencial seja nula. O ponto ideal de aterramento é justamente a terra, já que esse é o referencial universal, incluso na companhia de eletricidade. Para que essa conexão com a terra seja eficaz, deve ser realizada com várias hastes de cobre (ou outro adequado se houver) longas para conseguir uma baixa resistência entre os circuitos elétricos a ela ligados e à terra propriamente dita. Usam-se várias hastes para conseguir mais superfície de contato e, também, um potencial referencial mais próximo ao ‘zero’ terrestre, eliminando pequenas
MAILBOX
deferências entre diferentes pontos dessa terra.
d) Os conectores XLR são adequados, em
Existem normas técnicas para isso, que incluem
câmbio, para conexões de 110 ohms, como é o
distância entre as hastes, instalação adequada de
caso do padrão AES/EBU. Naturalmente, devem ser
acordo com a umidade no ponto de instalação,
utilizados com cabos de 110 ohms.
revisão do estado de condutividade das hastes periódicas para o qual utiliza-se um ohmímetro
e) Por outro lado sabe-se que, para ter real
especial denominado terrômetro, etc. O objetivo é
influência, essa alteração da impedância teria que
conseguir uma resistência mínima entre os circuitos/
afetar um comprimento comparável a 15 ou 20%
componentes e a terra propriamente dita. Quando
da longitude da onda que transita pelo cabo. Nas
não é possível realizar essa conexão à terra real,
frequências utilizadas normalmente, incluindo sinais
deve-se pelo menos obter a menor resistência entre
de alta definição, um par de conectores XLR ou RCA
os aterramentos dos diversos componentes. A
em cabos de 75 ohms não deveriam ter importância
situação ideal é que todos eles convirjam no mesmo
decisiva, pelo menos em sistemas eletrônicos
ponto com conexões sólidas. O “loop” se forma
robustos em ambos os extremos.
justamente entre os diferentes pontos do circuito de áudio (ou nas malhas de blindagem, que formam
f) Muitas vezes a construção (e qualidade)
parte, mesmo em circuitos balanceados, do caminho
do conector ou tipo de conexão (soldada ou
das correntes dispersas) quando não existe um
crimpada) podem ter maior importância que o tipo
ponto único de convergência do aterramento, seja
de conector em si.
ele na terra propriamente dita ou não. g) Concluindo: se quiser o correto, use cabos de 2) “...cabo de conexão digital de um transporte
110 ohms e conectores XLR para padrão AES/EBU.
para um DAC. Eu li em alguns fóruns na Internet que
Para S/PDIF use cabo de 75 ohms e conectores
um bom cabo coaxial SPDIF “BNC” seria a melhor
BNC. Porém, o uso de conectores escolhidos tipo
opção para transmitir o sinal digital, sendo superior a
RCA poderia dar bons resultados. Qual é melhor?
conexão AES/EBU balanceada (XLR) e à SPDIF RCA.
Não tenho uma opinião definitiva a dar, existem
Essa informação é verdadeira?”
controvérsias. AES/EBU é melhor, sem dúvida, para longos percursos de cabo e ambientes com muita
a) A impedância característica de um sistema
interferência eletromagnética.
cabo-conector é importante para manter a integridade do sinal digital transmitido. O padrão S/PDIF (single-
De todas as maneiras, não misture padrões S/
ended, também chamado de ‘consumer’) utiliza
PDIF e AES/EBU, em especial de SPDIF para AES.
75 ohms e o AES/EBU (balanceado, também
Em determinadas combinações de Transportes/
chamado de professional) e, hoje, conhecido como
DACs pode não dar certo, embora equipamentos
AES3 quando não interligado obrigatoriamente com
modernos com entradas S/PDIF costumam aceitar
transformador, 110 ohma. Existem outras diferenças
conexões AES3. Se for o caso, utilize adaptadores
entre ambos os padrões, tanto de voltagem como da
da Canare - BCJ-XJ-TRB/BCJ-XP-TRB (impedância,
estrutura do fluxo (e significado) de dados e existe,
bidirecionais)
também, o padrão AES3id que utiliza 75 ohms single-
com 10 dB de atenuação: http://www.canare.com/
ended. É comum que conexões S/PDIF utilizem
ProductItemList.aspx?productCategoryID=2) ou da
conectores RCA e AES/EBU conectores XLR.
4-audio Systems GmbH - SA X e SAP X, http://
ou
BCJ-XJ-A10TRA
(impedância
www.proaudio.uk.com/dip/c4home.htm. Ou faça um b) Teoricamente, a única conexão que garante 75 ohms de impedância característica é a realizada
circuito específico com resistores. Naturalmente,
utilize
cabos
e
conectores
com conectores BNC, desde que o cabo e o
adequados a cada padrão em cada extremo. Uma
conector sejam corretamente realizados para esse
olhada
fim (a maioria dos conectores BNC comuns são de
Interfacing%20AES3%20and%20SPDIF.pdf poderá
50 ohms).
mostrar melhor o dito acima. Um abraço,
c) Os conectores RCA não mantêm essa
em
http://www.rane.com/pdf/ranenotes/
Victor Mirol
impedância por razões de geometria de condutores e dielétricos, portanto eles afetariam a manutenção da impedância correta em 75 ohms. Mesmo assim, existem fabricantes que garantem essa impedância em conectores RCA, como, por exemplo, Canare (conectores RCAP), Eichmann bullet e van den Hul.
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MAILBOX
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Prezado Ricardo de Marino, Após ler o teste do
cabeamento digital muito comprido, por exemplo,
enormes ganhos de qualidade na monitoração em
conversor da Cambridge Audio DacMagic, resolvi lhe
isso não representará problema algum. Você poderá
estúdios simplesmente alterando o posicionamento
escrever para tirar algumas dúvidas. Trabalho como
conectá-lo ao sistema via S/PDIF, Toslink ou USB e
das caixas e dos objetos e equipamentos próximos
engenheiro de mixagem e utilizo a plataforma Pro
usar as saídas balanceadas (mais aconselhadas no
a elas.
Tools 003 rack. Gostaria de saber se utilizando o
seu caso).
Já trabalhei com gravação tendo monitorado
conversor da Cambridge, ao invés do da Digidesign,
Utilizando o DacMagic no lugar do 003, você
mixagens tanto em estúdios como em meu sistema
estaria utilizando uma conversão melhor para a minha
estará substituindo um equipamento com múltiplos
hi-end. Posso dizer que ele se presta muitíssimo
monitoração. Atenciosamente,
recursos e diversas entradas/saídas por outro
bem a esta finalidade e permite percepções e
Alexandre Esteves
dedicado exclusivamente à função de conversão.
análises impossíveis de outra forma. Na maior
Aconselharia você a primeiro ouvi-lo no seu setup
parte da monitoração proáudio, o som é do tipo
Caro Alexandre, O DacMagic, da Cabridge
e avaliar os benefícios obtidos. Lembre-se ser
“na cara”, frontal, enquanto que um bom setup hi-
Áudio, é uma excelente opção de conversão DA
fundamental proporcionar as condições corretas para
end proporcionará a percepção dos detalhes de
tanto em um sistema hi-end como no proáudio.
usufruir do potencial de um equipamento de áudio
maneira mais sutil e refinada. Boa sorte em suas
Já tive em minhas mãos o DAC1, da Benchmark,
refinado. Estude cuidadosamente o resto do sistema
experimentações e comente os resultados.
citado lá fora por muitos engenheiros de som como
de monitoração utilizado, a instalação e tratamento
sendo ótimo conversor, mesmo para masterização,
da rede elétrica e a acústica da sua sala. Veja se
e impressionou-me muito mais a performance do
todas as suas caixas acústicas e seus amplificadores
DacMagic. O único recurso que você não terá
(ou monitores ativos), seus cabos de interligação e
disponível será o de uma entrada digital AES/EBU,
de força têm bom nível e são compatíveis entre si
a menos que você tenha obrigatoriamente que
quanto a sua sonoridade. Não se esqueça de estudar
utilizar este padrão. Se for obrigado a utilizar um
o posicionamento dos monitores. Eu já acompanhei
OUTUBRO . 2009
Ricardo de Marino
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novidades
LG lança as primeiras TVs de 22’’ e 26’’ Full HD do mercado A LG Electronics lança a linha de *TVs LU50*, única no mercado com modelos LCD de 22 e 26 polegadas com resolução Full HD (22LU50FR/ 26LU50FR). Os lançamentos oferecem ao consumidor o máximo da qualidade na reprodução de imagens (1.920 x 1.080 pixels), além de exclusivo design White & Black Piano. A combinação perfeita da cor branca com a preta acrescentou mais sofisticação e modernidade ao produto, que possui suporte cromado e base giratória com detalhe transparente. Os modelos *LU50* se destacam por unificar várias tecnologias em um só produto. Entre os diferenciais está o recurso Smart Energy Saving Plus, que possibilita ao usuário controlar o consumo de energia da TV por meio do
compatíveis com essa função sejam
quando comparada a outros painéis de
ajuste do brilho da imagem, de maneira
operados pelo controle remoto da TV por
LCD disponíveis no mercado.
bastante simples, economizando até 60%
intermédio de conexão via cabo HDMI (2
de energia. Outra conveniência que o
entradas no modelos de 22 polegadas e 3
Preço médio sugerido
aparelho apresenta é o recurso Simplink,
no modelo de 26). A linha conta também
22” 22LU50FR: R$ 1.399,00
que
com baixo tempo de resposta (5ms),
26” 26LU50FR): R$ 1.899,00
possibilita
que
equipamentos
Elsys lança aparelho com funções inovadoras A Elsys investe em tecnologia e
1 6
LNBF, mais sujeitos a danos por curto.
que funcionem à rede 110/220 volts, que
inovação e traz para o mercado os modelos
Além dessas comodidades, os novos
voltem ligados após uma queda de energia,
de receptores 2.7 e 2.0 Plus, que facilitarão
modelos apresentam outros diferenciais,
como: abajur, aparelho de som, rádio, etc.
e muito o uso pelo consumidor final. Uma
como o controle remoto com comando de
A tecnologia oferecida pelos novos
das novidades é que o receptor dispensa a
TV, que associado a um cabo especial
modelos de receptores 2.7 e 2.0 Plus gera
necessidade de ajustes manuais para a
Infravermelho (IR), possibilita transferir as
praticidade para o usuário e ainda agrada
configuração do tipo de LNB / LNBF,
funções essenciais do controle da TV para
os instaladores, que podem ampliar o
utilizado na antena parabólica, o que reduz
o controle remoto Elsys, ou seja, você
número
consideravelmente o tempo de instalação
passa a ter apenas um controle para os
receptores comuns, com conceito antigo,
do receptor. Ou seja, a nova função
dois aparelhos. Estes aparelhos têm outro
precisam de muito mais tempo e paciência
“Localizador de Satélite” dispensa também
diferencial
para
o
mais
segurança aos consumidores: o Simulador
seguindo uma série de passos para
conhecido como satellite finder, e a
de Presença, que através de uma função
configurar corretamente o sistema. Já a
necessidade de um monitor de TV no local
temporizada aleatoriamente por software,
exclusividade das funções mantém a linha
da instalação da antena, processo que
que “liga/desliga” a tomada auxiliar do
Elsys na nova geração de receptores de
dificultava a instalação. Atrelada a essa
receptor, simula a presença de alguém no
satélite banda-C”, comenta Claudio Blatt,
função, temos a Proteção Contra Curto de
interior do cômodo em que for ligado. A
gerente geral comercial da companhia. Os
Instalação, que anula danos provenientes
grande vantagem é que, nesta função,
novos modelos podem ser encontrados
de acidentes na instalação, protegendo
além de funcionar com o aparelho de TV, é
nos principais distribuidores do país.
principalmente o servo motor e o LNB/
possível substituí-la por outros aparelhos
uso
de
localizador
externo,
OUTUBRO . 2009
exclusivo
que
trará
mais
de
realizar
instalações
esta
diárias.
operação
“Os
manual,
NOVIDADES
Panasonic lança Mini Systems de alta potência e conectividade
A Panasonic do Brasil traz aos
duas caixas acústicas frontais, cada uma
MusicPort, Entrada Aux.
consumidores os produtos da linha 2009
com 250 watts, e um subwoofer de 10”
• Seletor de Música Rotativo.
de Mini System, composta pelo AK-181,
com mais 250 watts, totalizando 750 watts
• 750 watts RMS.
modelo de entrada, e AK-780 e AK-970,
RMS de potência, e o AK181 tem o total
• Subwoofer 25 cm (10 pol.) e Woofer de
tops de linha da marca. Os principais
de 250 watts RMS, divididos em duas
20 cm (8 pol.).
diferenciais
caixas de som com 125W – uma das
• Mecanismo 5 CD-R/RW*4: toca 1, troca
equipamentos são a alta potência sonora e
maiores
4 e sem interrupção.
a possibilidade de conexão com diferentes
segmento de preço em que está inserido.
apresentados
pelos
potências
RMS
dentro
do
• MUSICPORT: entrada frontal diferenciada para MP3 players.
players e gravação de CDs, Rádio, Music
Além disso, o AK780 oferece também
Port e entrada Auxiliar para dispositivos
o sistema “CD Rip” que é capaz de gravar
• Entrada auxiliar traseira: conexão com
USB. “O objetivo da linha 2009 de Mini
sinais de áudio digital (CD) ou analógico
DVD player, TV, etc.
System é aliar a melhor qualidade sonora
(Rádio, saída Aux. e Music Port) para
• Mic Mix: diversão com karaokê (entrada
com a praticidade das diferentes conexões.
dispositivos USB e também conta com a
para microfone).
A ideia é que o consumidor ouça suas
entrada frontal para microfone “Mic Mix”
• D. Bass: supergraves com controle de
músicas prediletas por meio da mídia que
proporcionando diversão através da função
intensidade.
lhe
karaokê.
AK181
for
mais
conveniente”,
explica
• Entrada USB: dispositivos pen drive,
Alessandro Batista, Analista de Produto da Principais características:
HDD e MP3.
AK970
• 250 watts RMS (total).
mercado e são oferecidos com acabamento
• CD Rip: grava músicas (CD) para
• Seletor de música rotativo.
‘black piano’ - o mesmo usado em TVs de
dispositivos USB*3 (MP3, pen drive, HDD)
• Mecanismo 5 CD-R/RW: Toca 1, troca 4
Plasma, LCD e Home Theaters - e têm
• 1.000 watts RMS
e sem interrupção.
tamanho robusto. A proposta da Panasonic
• 2 Subwoofers 25 cm (10 pol.)
• MUSIC PORT: entrada frontal diferenciada
é combinar os Mini Systems com ambientes
• Mecanismo 5 CDs: toca 1, troca 4, sem
para MP3 players.
que já possuam outros equipamentos
interrupção.
• Entrada auxiliar traseira: conexão com
eletrônicos com esse design.
• MUSIC PORT: entrada frontal diferenciada
DVD player, TV, etc.
para MP3 players.
• D. Bass: supergraves com controle de
• Entrada auxiliar traseira: conexão para
intensidade.
Panasonic do Brasil. Os modelos seguem a tendência de
Detalhes dos modelos AK780 e AK181 Os
modelos
DVD player, TV, etc. AK780
e
AK181
• Mic Mix: diversão com karaokê (entrada
Preço sugerido
apresentam algumas características em
para microfone).
AK970 – R$ 1.999,00
comum com o AK970 como entrada USB,
•D. Bass: supergraves com controle de
AK780 – R$ 1.299,00
sistema D. Bass Super Graves, Music Port,
intensidade.
AK181 – R$ 699,00
mecanismo de 5 CDs além do Seletor de
AK780
música rotativo. Porém o AK780 possui
• CD Rip: gravação de CD/MP3, Rádio,
OUTUBRO . 2009
1 7
NOVIDADES
Panasonic apresenta primeira TV LCD com sintonizador digital
A Panasonic do Brasil acaba de
a
possibilidade
de
exclusiva
função
Intelligent
Scene
aumentar a oferta de TVs da marca no
assistir à TV sem mudança na qualidade,
Controller, que gerencia a luminosidade do
mercado com o lançamento da TC-
mesmo em ângulos agudos de visão”,
painel e abertura dos pixels de acordo com
L37G11B - primeiro modelo LCD Full HD
completa Kawano.
a cena, reproduzindo gamas maiores de
da linha Viera adaptada à TV Digital. Entre
Além disso, a Panasonic alcançou uma
as características do televisor, destacam-
maior economia de energia, já que exige
se também o painel mais resistente e com
menos componentes para o funcionamento
Outro destaque é o exclusivo “Modo
nova tecnologia, diminuição do consumo
da TV, aliando qualidade de imagem e
Game”, ideal para os amantes dos jogos
de energia e leitor de cartão SD para fotos
preocupação com o meio ambiente. Outra
eletrônicos. A função propicia menor tempo
e vídeos. A série G de TVs da linha Viera é
vantagem do televisor fica por conta de
de resposta no processamento de imagens,
100% preparada para TV Digital, o que
uma exclusiva película de proteção que
dando
proporciona uma nova experiência de
elimina os reflexos e permite maior
principalmente aos de ação. A TV também
imagem e som aos telespectadores. “A
resistência do painel contra choques.
oferece o sistema Viera Link, que possibilita
cores claras e escuras, o que garante a sensação de realismo.
mais
realidade
aos
jogos,
Panasonic acredita no potencial da TV
Com contraste dinâmico de 20.000:1,
Digital e lançou, em 2008, modelos de
a TV TC-L37G11B traz, ainda, a exclusiva
equipamentos Panasonic de alta definição
plasma 42, 50 e 58 polegadas com
tecnologia Viera Image Viewer, que permite
via cabo HDMI e proporciona maior
sintonizadores embutidos. Para a linha
a leitura de fotos em JPEG e arquivos de
racionalização do consumo de energia dos
2009, decidimos oferecer essa possibilidade
vídeo no formato AVCHD diretamente na
televisores. Com o manuseio apenas por
também
TV,
cabos,
meio do controle remoto da TV, é possível
preferem a tecnologia LCD”, explica Daniel
computador e até mesmo das câmeras e
operar as funções de blu-ray, DVD Theater
Kawano,
filmadoras para compartilhar fotos e vídeos
e filmadoras, desligá-los automaticamente
com familiares e amigos.
assim que o aparelho de TV é desligado ou
para
os
Analista
consumidores de
Produto
que da
Panasonic do Brasil.
1 8
espectador
dispensando
o
uso
de
convergência
digital
com
Com a nova tecnologia IPS Alpha de
O modelo possui também o avançado
painéis de LCD, o modelo da Panasonic
processador de imagem de 3ª geração, o
apresenta o maior ângulo de visão de cores
V-Real3, responsável por remasterizar os
Preço sugerido
e contraste do mercado pois possui pixels
sinais que entram na TV, melhorando a
R$ 3.099,00
uniformes, o que o difere dos painéis
qualidade
www.panasonic.com.br
convencionais. “Essa tecnologia traz ao
processador, a TC-L37G11B oferece a
OUTUBRO . 2009
de
imagem.
Aliado
ao
outros
quando é alterada a entrada do mesmo.
NOVIDADES
Chega ao Brasil primeiro smartphone Android: Galaxy i7500 A Samsung, mantendo sua tradição de pioneirismo
tecnológico
e
oferta
de
múltiplas plataformas, traz ao Brasil o smartphone Galaxy (i7500), seu primeiro modelo mundial na plataforma Android, sistema operacional desenvolvido pela Open Handset Alliance, um grupo de 47 empresas da área móvel e de tecnologia que se uniram para acelerar a inovação na área
móvel
midores
e
uma
oferecer experiência
aos
consu-
rica,
mais
econômica e melhor. A Samsung é a primeira a lançar o produto no Brasil, com entrega ao mercado esta semana. “Antecipamos a chegada da plataforma
no
mercado
garantimos
o
compromisso
brasileiro com
e o
pioneirismo e desenvolvimento tecnológico
5.76 Mbps (850/ 1900/2100 MHz) EDGE /
no país, uma das marcas da empresa.
GPRS (850/900/1800/1900)
Apoiamos e oferecemos sempre o que há
- Display: 3.2” HVGA (320 x 480) AMOLED
de melhor no mercado para os nossos
- Câmera fotográfica com resolução de 5
consumidores”, afirma Silvio Stagni, Vice-
megapixels com recursos profissionais +
Presidente da Divisão de Telecom da
Flash Power LED
Samsung. Compacto, com apenas 11,9
- Conectividade: USB 2.0,
mm e tela 3.2“AMOLED full touch screen
Bluetooth 2.0, Wi-Fi
de vidro temperado antirrisco, o Galaxy
- Sistema Operacional: AndroidTM
permite aos usuários navegação em alta
- Áudio: MP3/ AAC/ AAC+/
velocidade, com conectividade 3G e Wi-Fi.
eAAC+/ WMA/ RA
“A Samsung é pioneira mais uma vez,
- Vídeo: MPEG4/ H.263/ H.264/ WMV
sendo a primeira empresa a aprovar o
- GPS
produto na Anatel e entregá-lo ao mercado.
- Aplicativos: Browser Chrome-Lite,
Este é o primeiro modelo da série que irá
Android market
crescer até o fim do ano”, explica Hamilton
- Modo Off-line
Yoshida, Diretor de Marketing para a
- Viva Voz
Divisão de Telecom da Samsung.
- Bateria: 1500 mAh
O Galaxy i7500 possui câmera com 5
- Memória interna de 8 GB expansível por
megapixels e memória interna de 8 GB,
cartão micro SD
expansível até 32 GB para desfrutar de
- Capacidade máxima de memória: 32 GB
todas as aplicações e conteúdos multimídia.
- Kit básico inclui, além do aparelho,
Especificações Técnicas
bateria, fone de ouvido estéreo e cabo de dados USB
Samsung Galaxy i7500 - Dimensões: 115 x 56 x 11,9 mm/114,4 g
Preço sugerido
- Tecnologia: HSDPA 7.2 Mbps/ HSUPA
R$ 1.799,00
OUTUBRO . 2009
1 9
NOVIDADES
Gravador Blu-Ray da LaCie de 8x chega ao Brasil pela Controle Net
Com a tecnologia Blu-Ray, o mercado
reler discos BD-R e BD-RE, além dos
de produções de vídeos em alta definição
tradicionais CD e DVD. O produto conta,
(High Definition - HD) conquistou um
ainda, com duas interfaces de conexão ao
seguro e eficaz recurso para armazenamento
computador, a USB 2.0 e Firewire. Outra
e reprodução com máxima qualidade. Com
característica do hardware é a com-
foco nesse mercado, a Controle Net,
patibilidade com PC e Macintosh, que é
empresa especializada em soluções de
possível
armazenamento em rede com mais de
embutidos: o Toast 9 Titanium para Mac e
duas décadas de experiência de mercado,
o Easy Media Creator 10 para Windows.
em
função
dos
softwares
traz ao Brasil o gravador profissional d2 Blu-Ray Drive, da LaCie, que grava discos single e dual-layer com velocidade de até
Características Técnicas:
8x. Voltado para profissionais, o hardware tem capacidade de armazenamento de até
d2 Blu-Ray Drive
quatro horas de vídeos em HD em duas
Fabricante: LaCie
camadas de 25 GB de um único disco,
Capacidade: 4 h de gravação e 50 GB
totalizando 50 GB. Tal diferencial é quase
Interfaces: USB 2.0 e Firewire
10 vezes superior à capacidade de
Sistema Operacional Requerido: Mac OS X
memória do DVD. “Com essa solução da
10.4.8 ou superior para Macs e Windows
LaCie, a qualidade da imagem e do áudio
XP, Vista ou superior para Windows.
das produções é mantida. Além disso, o
Dimensões: 172.8 x 44.8 x 251.1 mm
armazenamento é seguro e com custo
Peso: 1,400 kg
reduzido devido à alta capacidade de cópia em um único disco”, destaca Julio Esteves,
Disponibilidade e Preço
Gerente de Marketing da Controle Net.
Onde encontrar:
Com design robusto, o gravador d2 Blu-Ray Drive permite gravar, regravar e
2 0
OUTUBRO . 2009
www.loja.controle.net Preço: R$ 2.990,00
OUTUBRO . 2009
2 1
video tech
HIGH BIT-RATE OU SIMPLESMENTE HB-R Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Creator e Scenarist SD para a definição do nível de compressão ideal para cada parte do
filme
observando
ambientação,
mudanças
luminosidade,
de
textura
e
velocidade. Depois de feito este trabalho de forma quase que artesanal, como se estivesse editando novamente o filme, passa-se para a última etapa na qual se estabelece manualmente quais cenas deverão ser recodificadas para que se obtenha
o
melhor
desempenho
do
algoritmo de compressão. Esse processo, chamado de segment re-cording, é a fase mais complexa e delicada do processo, posto que é preciso recodificar cena a cena observando-se
as sequências de
fotogramas e otimizando seus parâmetros individuais. Paralelamente, a Visom Digital em seu estúdio de áudio realiza uma remasterização do áudio multicanal e estéreo do filme e extras, otimizando sua espacialização, equalização,
volume
emprestando
ao
dinâmica
e
espectador
a
dramaticidade dos estúdios de finalização de Holywood. A tecnologia HB-R tem por meta ampliar
a
capacidade
sensorial
do
telespectador de uma forma totalmente nova. Para a nossa avaliação, a Europa Filmes nos enviou quatro filmes em publicações originais e em versão HB-R. distintas: escolha dos melhores filmes que
Foram eles: Piaf - Um Hino Ao Amor, O
telefonema do Carlos de Andrade, da
poderão
de
Som Do Coração, O Pianista e Tristão e
Visom Digital, falando que iria me enviar
refinamento, seguido de estudo minucioso
Isolda. Em edições extremamente bem
alguns DVDs que haviam sido modificados
pela
cuidadas de luxo, a versão HB-R possui 2
disponibilizando uma qualidade superior
estabelecendo
em tratamento de imagem e áudio, graças
contraste e brilho para cada uma das
a uma menor taxa de compressão de seus
sequências filmadas compensando as
Oppo modelo BDP-83, TV de plasma
conteúdos audiovisuais.
perdas provenientes de compressões
Panasonic Viera de 42 polegadas Full HD,
Foi em meados de julho que recebi um
2 2
passar
Visom
pelo
Digital
processo do
parâmetros
material, de
cor,
discos – filme e extras. Para o teste, utilizamos O Blu Ray da
O processo batizado de HB-R (High
estremas do formato MPEG-2 (o algoritmo
Receiver Cambridge Áudio Azur 340 R,
Bit-Rate) foi desenvolvido pela própria
utilizado nos DVDs). O próximo passo é a
caixas para home theater AAD Reference e
Visom Digital e consiste em três fases
utilização do sistema Sonic Solutions-
Mordaunt
OUTUBRO . 2009
Short
Alumni
para
2.0,
VIDEO TECH
amplificador integrado MBL 7008 e caixas
A segunda experiência foi rever o
versão HB-R realmente fazem grande
PSB Imagine T. Cabos HDMI da Oppo e
Pianista pela décima vez. Foi comovente
diferença. Melhor contraste, cores mais
Logical Cables, caixas Van den Hul - Clear
perceber o grau e interpretação e entrega
naturais e um áudio extremamente realista,
Water e de interligação The Name da Van
de Adrien Brody, não somente através de
colocando o telespectador dentro da batalha (principalmente em 5.1).
den Hul e Ethernity da Logical Cables.
suas feições, mas também do esforço
Como eu não havia assistido no cinema
físico que ele impõe no começo de sua
A tecnologia HB-R é a prova que,
Piaf, este foi o primeiro DVD que abri.
heroica sobrevivência em que seus gestos
quanto menor for a compressão do vídeo e
Comecei por ver a versão original e, depois
são firmes e depois, com o passar do
do áudio, maior será o prazer em assistir
de algumas anotações, passei para a
tempo, e com o longo processo de
grandes filmes. Trata-se de uma enorme
versão HB-R.
inanição, já sem forças, ele vai se
evolução e que foi desenvolvido totalmente
Foi um choque tanto em termos visuais
entregando. Na versão HB-R, o áudio de
no Brasil por uma das mais importantes
como de áudio. A começar pelo grau de
seus movimentos pelos escombros de
empresas de autoração de DVDs na
inteligibilidade de detalhes como barulho
Varsóvia vão se tornando cada vez mais
América Latina: a Visom Digital.
de rua, sons ambientes, na relação de
sutis e se percebe nitidamente o grau de
Com a tecnologia HB-R, qualquer
volume dos instrumentos e voz de Piaf. Os
perfeccionismo de toda a equipe de
cinéfilo realmente realizará seu sonho de
diálogos
ganharam
filmagem em tornar cada cena o mais
possuir versões definitivas de seus filmes
tornando
o
realista possível.
preferidos. Esperamos sinceramente que a
maior
espectador
presença,
ainda
mais
de
Europa Filmes não pare por aqui e lance
É notória a força que uma imagem
inteligibilidade do processo de degradação
em um curto espaço de tempo muitos
exerce em nosso cérebro. E a forma mais
moral e física é retratado de forma
outros títulos.
honesta de descrever a experiência de
excepcional também através do áudio.
Consumidores ávidos por produtos de
assistir a versão HB-R é que realmente
Para os fãs de batalhas épicas, Tristão e
melhor qualidade certamente agrade-
realizamos uma viagem sensorial muito
Isolda deve realmente ser um deleite. As
cerão e farão o que for preciso para possuir
mais profunda e focada.
imagens com menor compressão na
a versão HB-R.
presente e cúmplice.
No
processo
HB-R,
o
grau
OUTUBRO . 2009
2 3
2 4
OUTUBRO . 2009
2 5
OUTUBRO . 2009
tecnologia
AMPLIFICADORES E ORGANICIDADE Guilherme Petrochi
guilherme@clubedoaudio.com.br
Minha formação em eletrônica, aliada à
escolha da marca dos componentes,
influenciam na linearidade do amplificador.
paixão pelo áudio, sempre me apontou
fiação interna, material das placas e do
Existem pelo menos dez tipos de circuitos
uma simples questão: somos capazes de
chassi, são fatores que contribuem na
Push-Pull, grande variedade de transistores
avaliar
dinâmica,
sonoridade final do amplificador. Além
e técnicas de redução de distorção, como
demais
disso, há uma complexa base teórica da
a polarização (Classes A, B e AB) e a
engenharia na qual vamos nos adentrar.
Realimentação Negativa.
a
respostas
transparência, de
características qualificar
uma
transientes subjetivas. audição
a e
Mas
como
através
características técnicas?
qual parte do sinal de saída é usada para
O Projeto diretamente
reduzir distorções, ganhou má reputação
madrugadas fuçando uma infinidade de
relacionada com o tipo de componente
ao longo do tempo, principalmente na
sites sobre o assunto, posso dizer que
ativo utilizado (válvula ou transistor) e a
audiofilia.
percorri o mundo inteiro via internet e
filosofia
ou
Essa injustiça aconteceu porque os
terminei minha jornada adquirindo também
simplicidade). A primeira adota técnicas
primeiros amplificadores transistorizados
alguns livros bem específicos (graças ao
avançadas
conse-
usavam altas taxas de Realimentação
Amazon) para me aprofundar mais um
quentemente
com-
Negativa e tinham sonoridade inferior à dos
pouco na questão. Além disso, trabalhar
plexidade.
na
valvulados da época. A péssima qualidade
diretamente com áudio me possibilitou ter
utilização do menor número possível de
sonora não era resultado apenas da
acesso a muito material impresso e, o
componentes no circuito de amplificação.
elevada realimentação, mas sim da falta de
Não perdi tempo. Depois de virar
A
sonoridade
de
está
projeto de
A
(linearidade
engenharia
circuitos segunda
de
e alta
baseia-se
melhor de tudo, poder acompanhar e
conhecimento
apreciar muitas audições, como avaliações
Filosofia da linearidade
(transistores) e de como utilizá-los. Mesmo
de sistemas no trabalho, medições em
Amplificadores que seguem a filosofia
assim, devido ao baixo custo de produção,
salas de clientes ou simplesmente ouvir
da linearidade soarão mais “transparentes”.
a venda de amplificadores transistorizados
boa música para relaxar com os amigos. A
Transparência é sinônimo de distorção
superou a dos valvulados.
gente sempre tem a oportunidade de
baixa, principalmente de harmônicos de 2ª
Com a experiência adquirida ao longo
conhecer os mais diversos tipos de
ordem, possível somente em estágios de
de 50 anos de amplificação transistorizada,
equipamento e sentir a alma de cada um.
saída Push-Pull. Essa afirmação nos leva a
a Realimentação Negativa, quando bem
Assim a resposta para o que parecia uma
pensar
implantada, tornou-se fundamental a todo
simples questão deu conteúdo de sobra
amplificadores
para este artigo.
“transparentes”, pois 99% deles são Push-
A Classe de Operação é outro fator
Pull. Na verdade, vários outros fatores
que tem grande influência na linearidade
Sabemos que ajustes finos, através da
2 6
A Realimentação Negativa, técnica na
de
OUTUBRO . 2009
que
praticamente transistorizados
todos são
dos
novos
dispositivos
amplificador de excelente linearidade.
Jamo Série C 80: uma festa para os olhos e ouvidos Por 40 anos, a Jamo tem estado na vanguarda da aclamada indústria Dinamarquesa de caixas acústicas. Somos reconhecidos no mundo inteiro como um fabricante de produtos de áudio para aplicações residenciais e comerciais de alta qualidade e premiado design. Nossa missão é criar memoráveis experiências com produtos que reflitam elegância em design e em som. A Série C 80 da Jamo recria a experiência perfeita do concerto e do cinema. Incluindo os belamente projetados gabinetes de alta qualidade, a Série representa a personificação e filosofia de design e acústica da Jamo. Cada um dos oito modelos da Série C 80 se caracterizam pela sua verdadeira projeção de som, proporcionando um elevado nível de detalhes em todos os sentidos. Série C 80: O Som e o Design Dinamarquês nunca foram tão belamente expressos.
C 809
www.jamo.com
Revendas: Altafidelidade (21) 2227-0671 | Áudio Vídeo (71) 3452-3958 | Áudio & Vídeo Interiores (61) 3361-7766 | AV Home Theater (24) 2249-1000 | Automa (98) 2108-6363 | Braazi (85) 3264-5425 Crystal Áudio (11) 3313-1198 | Cynthron (11) 3846-8100 | Definitive (21) 2431-9001 / 2431-6946 | Digital Home Store (47) 3419-7999 | DTS (51) 3328-9092 | Eletrosates (11) 3331-8577 Habitat Automação (85)3224-7001 | Hi-Fi Club (31) 2555-1223 | Hi-Teck (19) 3342-5721 | Home Sound (85) 3472-2000 | Home Sound (85) 3472-2000 | Juãosom (16) 3621-1661 Kitsom (11) 3222- 0099 | Maestro Home Theater (11) 3034-3189 | Mundi Center (11) 3337-7090 | Photovideo (11) 4497-0907 | Som Maravilha (11) 3331-3660 | Target (11) 3229-4669 Tektron (14) 3227-5552 | Studio Rivera (11) 5052-8635 OUTUBRO . 2009 ©2009 Klipsch Group, Inc.
2 7
tecnologia
pela impressão de naturalidade. Os fabricantes: Kondo, Audio Note, Cary, Unison Research, Air Tight, Lamm e Audiopax, tornaram-se referência entre amplificadores Single-Ended valvulados. Entre os transistorizados, destacam-se: Pathos, EAR e Blue Circle. Fabricantes de amplificadores Push-Pull transistorizados como Pass Labs, Pathos, Dartzeel, Bow também são adeptos da
Technologies
filosofia da simplicidade. Essa filosofia é relativamente recente e desconsidera a tentativa de reduzir ao máximo a distorção, uma vez que se acredita ser desnecessário mantê-la muito abaixo do que podemos perceber. O amplificador destina-se à do amplificador. Os Classe A têm a menor
W. T. Cocking estabeleceu que a distorção
reprodução de música e deve agradar ao
distorção possível, pois são os mais
máxima tolerada em um amplificador de
ouvinte e não a equipamentos de medição
eficientes na redução da distorção de
qualidade seria 5%. Todos os esforços em
em laboratórios. Anúncios e especificações
harmônicos de alta ordem.
diante foram voltados para obter a menor
técnicas de alguns fabricantes orgu-
engenharia
distorção possível. Fabricantes como Quad
lhosamente
convencional, sabe-se que a segunda
e McIntosh obtiveram resultados notáveis
Realimentação Negativa, técnica padrão
melhor Classe de Operação é a B e não a
no final dos anos 40: cerca de 1%. Nos
de redução de distorção, consolidada há
AB, criada para eliminar a problemática
anos 70, alguns fabricantes conseguiram
mais de 80 anos.
Distorção de Transição inerente ao circuito
chegar em 0,05%, valor bem abaixo do
Push-Pull em Classe B. Em amplificadores
que somos capazes de perceber (0,1%).
Conclusão
Classe AB, a passagem abrupta da região
Agora temos amplificadores com distorção
Dizer qual tipo de amplificador soa
A para B gera distorções inexistentes nos
abaixo de 0,001%, mas deixemos esse
melhor é impossível, pois os propósitos
amplificadores Classe B cuidadosamente
detalhe como caráter informativo apenas.
das duas filosofias são distintos. Além
Contradizendo
a
não
usar
a
projetados. A Distorção de Transição é
Sobre o assunto, vale relembrar: a
disso, a associação com os diversos tipos
responsável por apenas parte da Distorção
Distorção Total de um amplificador é
de caixas acústicas, pré-amplificadores,
Total
composta
fontes sonoras, cabos e, acima de tudo, o
do
amplificador,
portanto,
se
pela
distorção
de
vários
eliminados todos os outros componentes
harmônicos. Harmônicos de alta ordem
gosto
e o estágio de saída ficar rigorosamente
distorcidos, mesmo que em pequena
impossibilitam um consenso. Há também
estabilizado em Classe B, este amplificador
quantidade, podem fazer um amplificador
o caso de fabricantes que conseguem unir
apresentará menor distorção que um
soar
virtudes das duas filosofias, como Jeff
Classe AB convencional. Krell, Plinius,
enquanto que altos níveis de distorção de
Rowland,
Cambridge Audio, Audiolab são equi-
harmônicos de baixa ordem podem fazê-lo
Electrocompaniet e Bryston.
pamentos com baixíssima distorção que
soar com maior “naturalidade”.
seguem a filosofia da linearidade. Algumas pessoas
consideram
sua
sonoridade
“fria” ou “sem vida”.
2 8
declaram
extremamente
desagradável,
De
pessoal,
Naim, modo
são
fatores
Accuphase, geral,
que
Gamut,
amplificadores
Durante os anos 80, no Japão, e 90 no
extremamente “transparentes” (filosofia da
resto do mundo, os audiófilos passaram a
linearidade) reproduzem os detalhes da
reconhecer e valorizar os amplificadores
gravação com maior precisão, no entanto
Single-Ended
tornam a audição de discos mal gravados
valvulados.
A
distorção
Filosofia da simplicidade
desse tipo de amplificador é proporcional
inviável.
Em contraposição à linearidade, a
ao volume e costuma chegar aos 5% na
“naturais” (filosofia da simplicidade) são
filosofia da simplicidade ganhou espaço no
potência máxima. No entanto, ela é
mais tolerantes quanto à qualidade da
mercado High-End. A origem conceitual da
composta essencialmente pela distorção
gravação, porém limitam o detalhamento
Alta Fidelidade foi na data de 1934, quando
de harmônicos de 2ª ordem, responsável
de gravações excelentes.
OUTUBRO . 2009
Já
os
amplificadores
mais
OUTUBRO . 2009
2 9
3 0
OUTUBRO . 2009
teste audio 1
CAIXA ACÚSTICA B & W 800D Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Nossos leitores mais antigos, com excelente memória, devem estar pensando: mas a B&W 800D já não foi testada?
Mas para se chegar ao produto final acabado levou-se um grande período de tempo e um investimento financeiro astronômico.
Sim e não é a resposta, amigo leitor. Pois, na verdade, o que
O processo se dá quando gases aquecidos em um plasma a
fizemos foi um ensaio com a caixa na própria sede da Som Maior,
temperaturas similares à superfície do Sol se ligam para formar os
em abril de 2006.
cristais de diamante, que podem então ser utilizados na cúpula do
Para os que tiverem a edição de número 112, será interessante uma consulta. Mas como de lá para cá ganhamos uma centena de
tweeter. Para o leigo, todo esse dispendioso trabalho merece um única pergunta: para que tanto esforço?
novos leitores, vou repetir grande parte da introdução feita no ensaio,
Segundo os engenheiros da B&W, para se conseguir criar uma
pois trata-se de material técnico e informativo de suma importância
cúpula que se mantenha rígida, exibindo um comportamento
para se entender o alto padrão da caixa.
pistonico perfeito, tão alto na escala de frequência quanto o possível
Ouvir novamente a 800D em nossa sala foi um desafio animador,
de se atingir na prática.
já que a havia escutado em excelentes condições em uma das
Para se atingir este grau de perfeição, o mais indicado são
melhores salas do showroom da Som Maior. Muitas questões me
materiais com a mais elevada rigidez versus densidade. E o diamante
vieram à mente, mas a que mais me cutucava era como a 800D se
possui uma dureza quase infinita e massa próxima de zero. A grande
comportaria em nossa sala, principalmente na reprodução das
dificuldade, no entanto, não foi desenvolver o diamante no tamanho
baixas frequências.
e peso desejados e sim desenvolver o anel vertical para a bobina
Assim aceitamos o desafio de bate-pronto.
móvel, que resultou depois de solucionado no pedido de uma
As 800D enviadas para teste vieram lacradas, o que determinou
patente. Devido às radicais mudanças na cúpula do tweeter, os
um período de 200 horas de queima antes de iniciarmos nossas
engenheiros também tiveram que redesenhar o crossover,
observações. A 800D incorpora um número significativo de avanços.
simplificando e passando-o de quarta para primeira ordem e
E o mais relevante avanço é, sem dúvida alguma, o tweeter de domo
deslocando o novo tweeter levemente para frente, a fim de manter
de diamante. Graças aos novos processos industriais, o diamante
coerência de fase com o falante de médio.
pode ser sintetizado em grandes quantidades numa enorme variedade de formas e tamanhos.
Ainda que o desenvolvimento do tweeter de cúpula de diamante tenha sido a mudança mais radical, os outros falantes também
O diamante é resistente a ataques químicos, transparente a
sofreram modificações. A unidade de Kevlar, responsável pela
ultravioleta e infravermelho, além de um ótimo condutor de calor e
reprodução da região média, sofreu alterações na borda e um novo
isolante elétrico.
material em espuma, com uma impedância mecânica resistiva
A escolha da B&W se deu principalmente na sua força e rigidez,
idêntica à extremidade do cone, colocada por debaixo do mesmo.
pois o diamante mostrou-se ideal para ser utilizado na nova cúpula
Com isso, ondas curvilíneas viajando pelo cone são praticamente
de tweeter que a B&W estava desenvolvendo.
absorvidas pelo anel de espuma.
OUTUBRO . 2009
3 1
teste audio 1
O chassis desse falante também foi redesenhado, com o objetivo de minimizar qualquer impedimento à circulação do ar na traseira do falante. E para reduzir ainda mais o excesso de material por detrás do cone, foram utilizados novos magnetos de neodímio os quais, segundo o fabricante, fornecem a mesma força magnética a partir de uma geometria menor e muito mais leve. Os dois falantes de 9 polegadas também sofreram alterações. Para o novo cone, foi escolhido o Rohacell, uma sofisticada construção de cone composta de espuma endurecida entre duas superfícies de fibra de carbono. Segundo os engenheiros da B&W, esse novo material tornou as unidades ainda mais leves, duras e velozes. No primeiro ensaio, realizado em abril de 2006 na sala Parco Della Musica, o equipamento utilizado foi: power 501 da Jeff Rowland alimentando os graves, power 201 também da Jeff alimentando os médio/agudos, préamplificador Meridian G68, CD player também Meridian G98 DH, cabos WireWorld Eclipse, Polaris e interligação Audioquest Sky. Já para o nosso teste aberto, nossa configuração foi: power Krell Evolution 600, pré-amplificador Accuphase C-2810, CD player dCS Puccini, clock externo também da dCS, toca-discos Transrotor Zet 3.2, cápsula Benz Micro LP, braço SME série IV e pré de phono ASR Basis Exclusive. Cabos de caixa Transparent Áudio Reference XL SS para os graves, Logical Cables Edição Especial para os médios e agudos. Cabos de interligação: Jubilee da Van den hul, Purist Anniversary e Logical Cables Edição Especial. Cabos de força Purist Anniversary no AC Organizer LC 311 SE e no restante dos equipamentos Transparent Áudio Power Link MM. Rack Airon série X com plataforma Ricardo de Marino. Levamos dois dias estudando a melhor posição da 800D em nossa sala de teste. Conseguimos duas excelentes posições: uma a cerca de 1m50 da parede a suas costas e 1m das paredes laterais e outra, ainda mais impactante, a 1m80 da parede a suas costas e 1m10 das paredes laterais. Na primeira posição, ainda que tivéssemos menos deslocamento de ar, o palco era majestosamente gigantesco e com um foco e recorte de tirar o fôlego.
nossa sala. Trata-se de uma configuração perfeita de extensão, decaimento
Já na segunda posição, ainda que desfavorecendo o palco
suave e velocidade que nos faz a todo instante prestar atenção de
gigantesco, ganhamos em deslocamento de ar e energia muito mais
forma redobrada na reprodução das altas frequências. Nada de
convincente nas baixas frequências. Optamos pela segunda posição
brilho ou agressividade ainda que estejamos a ouvir a última oitava
para o teste aberto.
de um violino, um trompete com surdina, uma gaita ou um piccollo.
Foram duas semanas de intensas audições antes de escolhermos
A região média, além de ultratransparente, possui sempre um alto
a seleção de 22 CDs e 4 Lps que foram apresentados no teste. Mas
grau de suavidade e naturalidade que só engrandecem a reprodução
para a escolha dos discos ouvimos, com certeza, mais de 100
de texturas, sejam elas simples ou complexas.
discos utilizados pela metodologia. Quando testamos um produto
As vozes são reproduzidas com tamanha naturalidade que nos
que permite um leque tão grande de opções, estamos frente a um
remetem obrigatoriamente a prestar total atenção ao mínimo detalhe.
produto de enorme potencial.
Sem a menor sensação de fadiga auditiva, a B&W 800D permite
O que já havia constatado no ensaio anterior em relação à beleza
3 2
dos agudos se confirmou de forma ainda mais contundente em
OUTUBRO . 2009
horas e horas de audição.
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CAIXA ACÚSTICA B&W 800D
Em relação ao ensaio realizado em 2006, a maior diferença que
diversas etapas da gravação, mixagem e masterização. Basta olhar
notei foi na região grave. Naquela data, apesar de ter me convencido
uma centena de fichas técnicas de selos como Decca, Telarc, etc e
que os amplificadores Jeff Rowlands haviam dado conta do recado
ver que a caixa utilizada foi a 800 ou a 801D, e também que um dos
em termos de velocidade e precisão, não escutei o deslocamento de
mais famosos estúdios de gravação do mundo, o Abbey Road,
ar e nem tampouco a enorme energia dos graves que extraímos em
utiliza a 800D.
nossa sala.
Se ela não fosse uma caixa de inúmeras qualidades, seu sucesso
Em muitos momentos, a 800D foi simplesmente visceral. A maior
e longevidade não seria tão sólido. Para quem possui uma excelente
diferença foi justamente no disco Toccata e Fuge de Bach com o
eletrônica, sala de tamanho adequado e uma paixão por “audições
organista Ton Kopman. No ensaio, ainda que grandioso em termos
viscerais”, a 800D é uma excelente opção. Ainda que se trate de
de ambiência e equilíbrio tonal, a energia das baixas frequências
uma caixa de 100 mil reais! Ela será um investimento de sólido
foram por demais controladas.
retorno emocional e auditivo.
No teste aberto, o impacto foi coletivo (leia opinião dos leitores). Os graves, quando acionados, vinham em ondas fazendo vibrar até mesmo nossas cadeiras. Mas o controle era tão correto e tinha um grau de inteligibilidade tão perfeito, que a vontade era de repetir a faixa dezena de vezes. Mas é, certamente, em grandes massas orquestrais que a 800D se sente em casa. Nada imacula seu poder de autoridade e precisão, seja na reprodução de micro ou macrodinâmica. Ela se impõe de tal maneira que chega a intimidar o ouvinte desavisado. Ainda que, em volumes próximos do limite auditivo e do bom senso, ela não se dobra. Para os que escutam absurdamente alto, a 800D merece uma
Resposta de freqüência 25Hz a 33 Khz Sensibilidade 90 dB Impedância 8 ohms 3,1 (mínima) Dimensões 1180 mm de altura 450 mm de largura 645 mm de profundidade Peso 125 Kg Compatibilidade com amplificadores de 50 a 1000 watts Corte em 350 Hz e 4 Khz
audição obrigatória. Diria que ela é uma caixa que se sente realmente à vontade quando exigida, e se a eletrônica estiver à altura de seu fôlego nada irá comprometer a audição.
Conclusão
CAIXA ACÚSTICA B & W 800D Equilíbrio Tonal
10,0
Sound Stage
10,0
A 800D não é apenas uma caixa admirada e respeitada no
Textura
10,0
mercado high end. O mercado de áudio profissional a utiliza em
Transientes
10,0
Dinâmica
10,0
Corpo Harmônico
10,0
Organicidade
10,0
Musicalidade
10,0
Total
80
Pontuação máxima, equipamento categoria Diamante: 80 VOCAL ROCK . POP JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA SINFÔNICA
DISTRIBUIDOR SOM MAIOR Tel (47) 3472.2666 Preço sob consulta
MELHOR COMPRA
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SEGUNDA OPINIÃO
CAIXA ACÚSTICA B & W 800D
opinião do FABRICANTE Luis Assib Zattar
Gostaria de começar agradecendo a oportunidade de conhecer a bela sala de áudio do Fernando Andrette, de excelente sonoridade,
para simular maior ambiência em alguns CDs.
assim como conhecer os leitores Euclides Marques e Danilo Monteiro
Mas foi somente ao final de mais de vinte faixas de CDs, quando
e os colaboradores da revista, Rodrigo Moraes e Ricardo de Marino.
ouvimos o som glorioso do LP “O Grande Circo Místico” de Edu
Logo no começo da audição, pude perceber a boa sinergia das
Lobo e Chico Buarque, um LP bem gravado, mas sem pretensões
caixas com a eletrônica utilizada, que mesmo tendo uma assinatura
audiófilas, que pudemos confirmar tudo aquilo que as B&W 800
sônica diferente da que costumamos utilizar (Classé e Jeff Rowland)
Diamond são capazes: uma reprodução envolvente e comovente,
apresentaram excelente desempenho.
capaz de arrepiar nossos pelos e marejar nossos olhos.
Nas várias peças musicais analisadas, de vocais solos a
As demais músicas ouvidas em LPs, Songs for Distingue Lovers
pequenos trios, de pequenas orquestras a grandes sinfônicas, piano
(Billie Holiday), Waltz for Debby (Bill Evans) e o excepcional Friday
solo ou violões, a clareza, recorte, precisão de planos e volumes,
Night in San Francisco (Al Di Meola, John McLaughlin e Paco de
tudo se materializava com incrível veracidade à nossa frente,
Lucia) confirmaram o fato de que simplesmente não há como
fazendo-nos acreditar estar diante do espetáculo real. Merece
comparar o som ouvido da fonte digital com o velho e bom analógico.
destaque especial a excelente graduação dinâmica, micro ou macro.
E as B&W 800Diamond não deixaram dúvida do fato!
As diferenças de técnicas de microfones utilizados nas gravações
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eram facilmente percebidas, bem como o uso de artifícios eletrônicos
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Obrigado pela oportunidade de participar e comentar.
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teste audio 1 . SEGUNDA OPINIÃO
opinião do LEITOR Euclides Marques
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Existem certos acontecimentos na vida que naturalmente nos
citados acima. Mas já aprendi que, nessas ocasiões, o melhor a
causam grande expectativa. A primeira noite de Natal de que nos
fazer é conseguir utilizar toda a energia da adrenalina em ebulição
lembramos, com o presente tão sonhado, a primeira viagem sem os
em prol do trabalho a ser realizado. E o trabalho desta vez era ouvir!
pais, o primeiro vestibular, o primeiro jantar com a mulher amada, o
Ouvir atentamente, com a máxima concentração no acontecimento
casamento, o nascimento do filho, etc. Mesmo para nós artistas,
musical. Na manhã do dia marcado, num refúgio cercado de Mata
mais acostumados a lidar com as emoções (não apenas as dos
Atlântica, desfilaram diante de nossos ouvidos os exemplos de mais
outros, mas, principalmente, com a nossa), a expectativa e a
de vinte CDs escolhidos a dedo pelo Fernando.
ansiedade podem levar ao limite da insônia como, por exemplo, na
Começamos com o duo de violões, numa gravação primorosa
véspera do primeiro recital, do primeiro concerto para milhares de
do Genuinamente Brasileiro I, formado por Paulo Belinati e meu
pessoas, a primeira sessão de gravação em estúdio, a primeira
colega de instrumento Camilo Carrara. As diferenças de toque entre
apresentação ao vivo na TV.
os dois músicos, as sutilezas das texturas, a ótima focagem e
Quando fui convidado pelo Fernando Andrette para participar do
velocidade na reprodução de transientes permitiram até perceber,
Teste Aberto, tinha consciência do que se tratava: uma oportunidade
sem dificuldades, diferenças na microfonação de cada instrumento.
única de passar algumas horas ouvindo música de qualidade
Em seguida fomos assaltados por um guitarrista californiano tocando
inquestionável numa das melhores salas de audição do Brasil (quiçá
violão de aço com palheta. As batidas do pé, os mínimos gemidos
do mundo!). E aqui, não me refiro apenas ao valor estratosférico dos
da voz e a “pegada” vigorosa e quente de sua mão direita foram
equipamentos disponíveis, ou à excelência do projeto acústico do
reproduzidos com uma agilidade vertiginosa, arrebatando-nos já de
Ricardo de Marino, mas acima de tudo, ao know-how de toda uma
início no quesito transientes. Que ritmo!
vida dedicada à audiofilia, na busca das melhores combinações
Depois ouvimos um coro à capela, com os King’s Singers sendo
sinérgicas e, em última instância, das melhores condições para se
materializados na nossa frente. As menores inflexões de voz, o
apreciar música. Isso tudo e muito mais que lá estaria não tem preço!
posicionamento de cada cantor, o grave impressionante do barítono,
Como se não bastasse, o teste seria voltado para o modelo tope de
bem como a delicadeza do soprano cantando em falsete, tudo
linha de um dos maiores fabricante de caixas acústicas da história,
estava escancaradamente ali mesmo.
as B&W 800D - sendo que eu já me delicio com as minhas pequenas
Eu já sabia, tanto de ouvir falar como por experiência própria
porém premiadas bookshelfs B&W 685 que, pela primeira vez,
com as minhas caixas, que a reprodução das regiões média e aguda
incorporam tecnologias de suas irmãs mais velhas da série 800.
é um ponto forte das B&W. Mas o que rapidamente começou a me
Devo confessar que tive um pouco de dificuldade para pegar no
impressionar foi a qualidade dos graves das 800D. Contrabaixos e
sono na noite anterior, invadido pela ansiedade típica dos momentos
bumbos de bateria, como nos discos de George Duke e Shirley
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teste audio 1 . SEGUNDA OPINIÃO
Horn, soavam com uma energia, um deslocamento de ar, precisão,
ou realmente o sound stage tinha pouca altura. E então comecei a
firmeza e definição fora do comum. Nunca me foi tão fácil acompanhar
conjeturar com meus botões que talvez as Dynaudio Temptation,
um walking-bass, mesmo nas regiões mais profundas da tessitura
afastadas nos cantos do fundo da sala, por serem mais altas,
do baixo, o que proporcionou um equilíbrio tonal espetacular,
pudessem proporcionar um resultado melhor (mesmo sabendo que
exibindo toda a riqueza do timbre de cada instrumento ou das vozes,
não existe relação tão direta entre a altura do sonofletor e a
em todo o espectro de frequências audíveis.
do palco sonoro).
E a massa sonora, bem como a quantidade e complexidade de
Minhas suspeitas se dissiparam como a bruma leve aos primeiros
informação musical, foi aos poucos aumentando. A gravação de
raios de sol quando o Andrette colocou Tom Koopman tocando
Marta Gomez, com a limpeza de sua voz e a interpretação comovente,
Bach ao órgão de tubos. Os graves mais profundos e poderosos
a de Mike Stern e grupo ao vivo no Village Vanguard, bem como do
indo até o mais tênue harmônico superior audível começaram a
choro-canção Falando de Amor, composto pelo nosso maestro
brotar violentamente de toda a parede ao fundo das caixas (eu disse
soberano Tom Jobim, em gravação magistral do Genuinamente
TODA, inclusive naquela parte imaginária que sobe além do teto!). A
Brasileiro II, recriaram um palco sonoro magnífico, com foco, recorte,
sala virou catedral, e eu já não tinha mais dúvidas...
arejamento e silêncio (o famoso “fundo negro”) inacreditáveis. Isso
Depois de ouvir CDs por quase três horas, que para mim
possibilitou um altíssimo grau de transparência e eu, que ia deixando
pareceram alguns minutos, o Fernando resolveu fechar o teste, no
de ser ouvinte e já me achava na condição de testemunha, era
item musicalidade, com chave de ouro, ou melhor, de “diamante
tentado a levantar da poltrona e “agarrar” o sax barítono do parceiro
referência”. Foi quando pôs para rodar o JR Transrotor ZET 3.2 com
de Stern, ou o cello da Angelique Camargo, ou a própria e
cápsula Benz Micro Lp, um toca-discos que mais parece um satélite
encantadora Marta Gomez (com todo o respeito!).
da NASA (ou algo espacial do tipo) e então mergulhamos todos num
A Banda Mantiqueira também não se sentiu nem um pouco
Após tocar preciosidades de Lps gravados nos anos 50 e 60,
do meu colega de disco, o Proveta, estava a uns quatro metros
sacou “da manga” um Som Livre, fininho e flexível como papel, mas
diante de mim, cada camada dos naipes – os saxofones à frente,
que para mim é um dos discos mais lindos de toda a história da
trompetes e flugel logo atrás, trombones também um pouco mais ao
nossa música brasileira – O Grande Circo Místico – fazendo Milton
lado direito e a seção rítmica (bateria ao centro-esquerdo, percussão
Nascimento, no auge de sua voz, cantar a bela e onírica Beatriz. Elis
na direita, baixo e guitarra) - todos em seus devidos lugares, nesta
Regina dizia que, se Deus cantasse, seria com a voz do Milton! E foi
gravação sublime do CD Terra Amantiquira, que considero uma das
mais ou menos o que presenciamos. O colega Luis Assib, da Som
melhores que pode haver de big band. No quesito dinâmica,
Maior, virou pra mim e disse: “Pra que nós estamos aqui até agora
sabidamente um dos mais críticos para impedir a reprodução
ouvindo música? Bastava ter colocado esse vinil no começo que eu
eletrônica de igualar-se à música ao vivo, ainda assim o disco foi
já teria ido embora satisfeito.”
soberbamente arrasador.
E não paramos por aí. Ainda fui generosamente atendido no
Eu já tinha ouvido esta gravação em 32 bits e 96 Khz durante
meu pedido para ouvir Saturday Night in San Francisco, com os
uma masterização no Reference Mastering Studio, do Homero
solos endiabrados da dupla Paco de Lucia e Al di Meola sendo
Lotito, que foi quem gravou a Banda Mantiqueira juntamente com o
reproduzidos com precisão e velocidade estonteantes (e ainda fiquei
Lucinei de Lima Luiz; mas tenho minhas dúvidas se a reprodução no
sabendo que andam dizendo nos fóruns virtuais por aí que Lp tem
limitado formato 16/44 PCM que ouvimos no teste ficou atrás. Se
transientes ruins!). Basta reproduzirem direito do vinil que verão o
ficou, foi por pouco. Outro exemplo que as B&W 800D reproduziram
famoso “massacre da serra elétrica”, como diria o Fernando,
com uma dinâmica assombrosa foi o Pictures at an Exhibition, com
“destruidor de ilusões audiófilas”.
a orquestra de Minessota regida por Eiji Oue explodindo
Não me considero propriamente um audiófilo. Sou um músico apaixonado por música que descobre, a cada dia, o quanto a música
dentro da sala! A única dúvida que me ocorreu ao longo do teste foi em relação
pode ser melhor apreciada e, assim, o quanto posso dela melhor
à altura do palco sonoro. Embora a imagem holográfica apresentasse
alimentar-me. Por isso, o Teste Aberto foi para mim, sem dúvida
boa profundidade e lateralidade, nos exemplos que se sucediam
nenhuma, um acontecimento inesquecível. Que bom que podemos
comecei a desconfiar que talvez o foco dos diversos instrumentos
hoje, em nosso país, desfrutar de uma realidade como essa no que
estivesse um pouco achatado para baixo, principalmente na
diz respeito ao fantástico universo da audiofilia!
belíssima gravação do trompetista Tiger Okoshi. Nela, o trompete que se colocava bem à direita parecia estar a cerca de um metro e pouco do chão. Ou seja: ou o trompetista estava tocando sentado,
4 0
outro ambiente, outra dimensão, totalmente diferente da primeira.
acanhada de instalar-se materialmente na nossa frente. O clarinete
OUTUBRO . 2009
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4 1
opinião do LEITOR
CAIXA ACÚSTICA B&W 800D
Danilo Ferrari Monteiro @gmail.com
Foi com grande prazer que participei do teste aberto das caixas B&W 800. Experiência que recomendo para os demais leitores, como forma de comprovar o profissionalismo do trabalho desenvolvido pelo Fernando Andrette e sua equipe, a organização e seriedade da metodologia utilizada nos testes de equipamentos, e principalmente
testemunhar
a
sua
paixão
pela
música,
a qual herdou do seu pai e com certeza já contaminou a nova geração dos Andrette. Como leitor da Revista nos últimos mais de 10 anos, ao ser informado que participaria do teste das B&W, me veio a memória o Hi-Fi Show de 1998, realizado em uma mansão no Morumbi, meu primeiro ano de Clube do Áudio. Lembro-me perfeitamente quando entrei em uma biblioteca, com pé-direito duplo e lá estavam tocando um par de B&W, super imponentes, em uma apresentação inesquecível, esta foi a primeira vez que eu ouvi falar da marca e desde então sempre tive curiosidade de acompanhar os testes e audições deste fabricante nos demais Hi-Fi Shows. Apesar de já conhecer o sistema de referência utilizado pela Revista em dois cursos de percepção auditiva que participei, é muito difícil dar uma opinião sobre um produto com apenas uma audição, ainda mais considerando que a eletrônica utilizada e o ambiente eram distintos da minha experiência anterior. Foram pelos menos três horas de audições utilizando CDs da metodologia desenvolvida pela Revista, momentos muito prazerosos, com nenhuma fadiga auditiva, pelos quais pude notar que se tratava de uma caixa excepcional. Me impressionaram os trompetes, saxofones e baterias reproduzidos pelas caixas com extrema fidelidade, permitindo identificar o posicionamento dos músicos e ambiente da gravação. Após ouvirmos as 22 músicas reservadas para audição no toca CDs, iniciamos então a audição das últimas 4 músicas a serem reproduzidas através de um toca discos de vinil. Eu acreditava que com toda aquela parafernália eletrônica utilizada já tínhamos conseguido extrair o máximo que as Caixas B&W tinham sido planejadas para tocar pelo seu fabricante, no entanto, após uma despretensiosa apresentação do disco que ouviríamos, um disco antigo de MPB, de baixa gramatura, já bastante rodado e chacoalhado pelo Fernando momentos antes da sua reprodução, foi então que eu percebi que as Caixas poderiam tocar ainda melhor. Foi com “Beatriz”, interpretada pelo Milton Nascimento, que daquele momento em diante eu larguei minhas anotações, parei de analisar as caixas, que na verdade desapareceram por completo, e passei a apenas apreciar e curtir a música. Então eu pude perceber como é complexa a análise de um produto deste quilate, com as
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OUTUBRO . 2009
inúmeras possibilidades de eletrônica, mídia utilizada, casamento de cabos, posicionamento das caixas e dos ouvintes, e como é fundamental a utilização de uma metodologia séria e transparente que permita aos leitores e fabricantes possam confiar que realmente um produto está sendo exposto ao seu limite em um teste de classificação. Parabéns ao Andrette, Ricardo e demais colaboradores pelo trabalho desenvolvido e pelo Luiz da Som Maior pelo belíssimo produto distribuído.
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teste audio 1 . SEGUNDA OPINIÃO
opinião do LEITOR Rodrigo P. Moraes @gmail.com
Seria hipocrisia negar que me senti privilegiado em poder ouvir
se destaca ou se acanha e as partes somam-se para a obtenção de
mais uma conceituada caixa de som no sistema de referência do
uma unidade sonora realmente harmoniosa, mostrando que a B&W
Fernando Andrette. Desta vez a audição seria da caixa acústica
utiliza tecnologias e soluções de engenharia extremamente
fabricada pela B&W, a 800D, topo de linha da série 800, que, dentre
apropriadas em seus produtos. A assinatura sônica da 800D, é
outras soluções, adota o tweeter de domo de diamante sintético,
realmente interessante e muito sedutora e se fosse para resumir em
uma evolução do tweeter utilizado na afamada Nautilus predecessora.
apenas uma palavra a sonoridade da 800D, utilizaria a palavra
A série 800 da B&W é reconhecida mundialmente como sinônimo de
“integração”. Os graves descem com extrema propriedade e
qualidade e excelência, não só por audiófilos e melômanos, mas
autoridade sem causar qualquer coloração. Graves secos como os
também por grandes estúdios de gravação, incluindo o mais famoso
do bumbo da bateria de Manu Katché, que acompanha Joe Satriani
deles, o Abbey Road, que utiliza as B&W 800D como monitores em
em seu CD homônimo lançado em 1995, soam absolutamente
todas as suas instalações, inclusive em suas unidades móveis. Não
sólidos, controlados, precisos, poderosos e apresentam tanto
seria de todo inútil lembrar que no Abbey Road Studios já foram
deslocamento de ar quanto a dinâmica exige. Notas graves como as
gravados inúmeros artistas e bandas de renome mundial, tais como,
possibilitadas por um contrabaixo possuem excepcional articulação;
The Beatles, Pink Floyd, U2, dentre muitos outros.
o som das vibrações das cordas do instrumento é preservado e as
Outro grande estúdio que adota produtos da série 800 como
notas são reproduzidas com a extensão necessária, pois, seja uma
monitores é o Skywalker Sound, no qual George Lucas e sua equipe
semibreve, seja uma fusa, o tempo da nota é preservado e o controle,
sonorizam grandes produções de Hollywood em protocolos
a articulação, e o timbre são mantidos.
multicanal. A escolha destes grandes estúdios
A zona média é apresentada com grande
pelos produtos da série 800 da B&W, demonstra
naturalidade,
que
sustentação e está completamente integrada
tal
linha
diferenciados,
é
composta
versáteis,
por
produtos
equilibrados
e
calor,
transparência,
de
aos graves e agudos, não havendo qualquer
altíssima fidelidade, conforme foi constatado
destaque. Há um grande refinamento nos médios
durante a audição da 800D. Não poderia iniciar o
e a 800D faz um excelente trabalho em relação
relato da análise observacional por outra
aos timbres dos instrumentos em geral e às
propriedade sonora que não fosse o equilíbrio
vozes, tanto as femininas quanto as masculinas,
tonal, pois este é surpreende e, sem dúvida, é o
seja a fonte digital, seja a fonte analógica. Em
ponto de destaque da B&W 800D.
relação à fonte digital, poderia destacar a faixa
Nas especificações técnicas de inúmeros
4 4
certo
12, do CD de Marta Gomes, cuja reprodução
produtos, não raras vezes, constatamos números e dados
apresentou a voz da cantora com imensa naturalidade, ou para ser
surpreendentes mas que na prática não traduzem um bom
mais preciso, com uma beleza mais acentuada do que havia
desempenho, motivo pelo qual não costumo conferir muita
constatado no sistema de referência em audições anteriores. Em
importância para dados técnicos, pois acredito que um equipamento
relação à fonte analógica, o destaque foi para a execução da
deve convencer acerca de suas qualidades durante sua utilização e
belíssima “Beatriz”, na voz de Milton Nascimento, em LP de Edu
não “no papel”. No caso do produto em teste, a B&W informa que a
Lobo e Chico Buarque, “O Grande Circo Voador”, cuja beleza e
800D possui uma resposta de freqüência de 25Hz a 33kHz ± 3dB,
emoção foram sentidas em uníssono pelos presentes na audição.
e, muito mais do que apenas um dado técnico, a caixa demonstrou
Para mim algumas mulheres são inesquecíveis e “Beatriz” está entre
ser admirável e possuir autoridade de um extremo ao outro no
elas. Salvo grande engano, acredito que os leitores farão referência
espectro sonoro passível de reprodução e audição. Muito mais que
a “Beatriz” em seus relatos. As altas freqüências são um caso à
coerente, o equilíbrio tonal revela uma interação e uma integração
parte. O tweeter de domo de diamante é excepcional em relação à
entre
adequada,
transparência, aos timbres e proporciona uma altíssima resolução
demonstrando que a escolha dos materiais dos drivers pela B&W,
as
faixas
de
freqüências
dos agudos sem perda de musicalidade, imposição de qualquer
sendo eles, o rohacell para os graves, o kevlar para os médios e o
artificialidade ou sinal de saturação. Os agudos são absolutamente
diamante sintético para os agudos, combinados, dentre outros
cristalinos, naturais, com ar e possuem excelente extensão,
fatores, com o projeto do crossover que atua em 350Hz e 4kHz, e
sustentação e decaimento. Não poderia deixar de mencionar o
com a grande coerência de fases, conferem muito mais que um
surpreendente som metálico de um prato, de um trompete ou de um
equilíbrio tonal adequado, conferem uma unidade tonal onde nada
chimbal. Madeiras já ouvi muitas que gostei, metais nem tanto.
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extremamente
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CAIXA ACÚSTICA B&W 800D
4 6
Geralmente associamos agudos “metálicos” como algo indesejável,
Isto faz com que a dinâmica seja altamente privilegiada, tanto a
o que é absolutamente correto se não considerarmos o que este
macro quanto a microdinâmica, pois a macrodinâmica faz parecer
tweeter de domo de diamante é capaz de reproduzir. Poderia apenas
que as caixas podem ser exigidas ao ponto de saírem pulando pela
dizer que durante uma condução há, entre os dois pratos de um
sala sem que haja qualquer distorção ou ressonâncias de gabinete e
chimbal, um diálogo “metálico” extremamente íntimo, veloz e
a microdinâmica contribui para a formação dos detalhes tímbricos e
alternado entre o bottom e o top, o qual já ouvi ao vivo milhões de
inflexão das notas e vozes, seja qual for a pressão sonora atingida
vezes, e este foi um dos únicos ou talvez o único tweeter que
no momento. Todos os timbres que exigem microdinâmica para lhes
reproduziu de forma muito aproximada tamanha intimidade e
conferir a imediaticidade sonora necessária, tais como, cellos,
especificidade sonora. Metais como flugelhorns ou trompetes soam
violinos, contrabaixos, sax tenores e barítonos, dentre outros, são
de forma diferenciada, sendo perceptível não só as texturas mas em
altamente beneficiados.
algumas gravações, a própria espessura dos instrumentos e das
Ainda considerando-se uma boa alimentação, a alta sensibilidade
campanas. Agudos e médios integram-se com total e absoluta
e a dinâmica que a 800D é capaz de deglutir, se pode concluir que
intimidade e entregam um som muito equilibrado ao ouvinte. Trata-
a caixa é capaz de tocar em ambientes realmente grandes com total
se de um tweeter que proporciona agudos realmente diferenciados.
folga e autoridade, sem perda de conforto auditivo. Percebe-se,
Apesar do peso de 125Kg, pelo qual se conclui que grandes
nitidamente, que a 800D precisa de um espaço amplo para mostrar
massas estão presentes, inclusive nos drivers dos graves, verifica-se
seu palco sonoro. Em comparação com as caixas de referência,
que o projeto, na prática, proporciona altíssimas velocidades de
verifica-se que o palco sonoro proporcionado pela 800D é um pouco
deslocamento dos cones. A 800D não perde uma nota musical
menor na largura e um pouco mais baixo nas laterais, o que não
sequer e ainda as apresenta com grande resolução, sejam notas
significa uma limitação, já que em termos absolutos, o tamanho do
graves, médias ou altas. Apenas como exemplo,
palco sonoro formado pelas caixas de referência
poderia citar o LP “Friday Night in San Franciso”,
é realmente muito generoso e a 800D é capaz de
no qual Al Di Meola, Paco de Lucia e John
acomodar o evento musical com certa margem
McLaughlin, demonstram todo o talento e técnica
de folga, mesmo considerando-se uma ligeira
que possuem. No referido LP há um diálogo
aproximação dos planos que é compensada
entre dois dos músicos e tal diálogo se dá por
pelo corpo harmônico algo menor em relação à
meio das mesmas frases que são tocadas com
referência. A 800D mantém um excelente foco
incrível velocidade, alternamente, por cada um
durante todo o discurso musical e apresenta um
dos artistas. A caixa não só não perde nenhuma
excelente recorte dos instrumentos de modo
informação como ainda proporciona que o
geral que, somados à desejável falta de
ouvinte perceba, claramente, que o músico
identificação da fonte emissora das freqüências
reproduzido no canal direito adianta, ainda que em décimos de
direcionais, ao baixo ruído de fundo apresentado e à ótima
segundo, o tempo da música em comparação com o músico
reprodução da ambiência, seja a natural, seja a digital, proporcionam
reproduzido no canal esquerdo, o qual parece um relógio suíço,
um ótimo grau de organicidade à música.
tamanha a precisão da execução das frases no tempo exato dos
Posso concluir que a B&W 800D é uma caixa extremamente
compassos. A velocidade da caixa ainda proporciona transientes de
versátil e demonstrou suas virtudes com todo o material que lhe foi
ataque precisos e muito rápidos, como os constatados ao ouvir o
imposto, desde CDs com qualidade técnica apropriada ou qualidade
grupo Shakti, liderado pelo guitarrista John McLaughlin, que no LP
técnica menor até LPs, cuja qualidade técnica e prensagem em
“A Handful of Beauty”, demonstra a energia e a musicalidade da
nada se assemelham com gravações audiófilas mas que
percussão do oriente ou ainda, os constatados no CD “I Ching”, do
possibilitaram um show em termos de musicalidade. A B&W 800D
grupo Uakti. Apenas para simplificar, poderia dizer que a velocidade
também não faz qualquer distinção entre ritmos ou timbres,
de resposta da caixa aos transientes é realmente admirável. Devido
reproduzindo todo tipo de informação com muita autoridade e
à alta sensibilidade de 90dB, as caixas trabalham sempre com muita
propriedade, sendo altamente recomendada para aqueles que
folga, principalmente se considerada a bicablagem utilizada e os
possuem um gosto musical eclético, seja em relação à música
dois monoblocos Krell Evolution 600, duas usinas de força que
propriamente dita, seja em relação à qualidade das gravações. Com
podem fazer qualquer caixa acústica que não seja muito competente
eletrônica a altura, um generoso espaço para acomodá-las e cabos
em seu propósito corar de vergonha mas que possibilitaram concluir
equivalentes em qualidade, a B&W 800D poderá chamar a atenção
que, quando devidamente alimentadas, as B&W 800D são
daqueles que buscam um som equilibrado, correto de um extremo
extremamente capazes e competentes.
ao outro, e que ainda se apresenta de forma muito musical.
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Alta Fide
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lidade de som e imagem
3rstudio.com.br
A Alta Fidelidade Ê uma empresa criada por amantes da música para atender ao mercado de à udio high-end e Home-Theater de alta performance. Faça uma visita à nossa loja, marque um horårio e conheça nosso showroom.
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teste audio 2
TRI CD PLAYER TRV-CD45 E INTEGRADO TRV-88 SE Flávio Adami
flavio@clubedoaudio.com.br
Eu costumo dizer que amplificação a válvulas é o tipo da coisa
Quando desembalei o amplificador integrado Tri TRV-88 SE,
que já surgiu tocando bem desde os tempos em que Lee de Forest
notei de cara um aspecto de construção bastante tradicional com o
inventou e patenteou a válvula tríodo, em 1907. Longe de ser uma
quatro válvulas KT-88, aparentemente cobertas por uma grade de
tecnologia do passado, a válvula se tornou um item habitual no
proteção que permite uma ventilação ideal para as válvulas, onde
mundo do áudio, e com certeza isso se deu devido à grande
além das KT-88 de saída, o circuito utiliza duas 12 AX7 e uma 12
digitalização existente no mundo moderno, que trouxe consigo um
AU7 no estágio de pré-amplificação. O transformador toroidal de
som geralmente mais frio e clínico, que carecia de mais emoção e
força e os transformadores de saída são especialmente construídos
calor. As válvulas têm como característica um som naturalmente
para esse amplificador, aplicando um processo que permite uma
doce, rico em harmônicos, musical e natural, em oposição ao som
baixíssima fuga magnética, permitindo uma resposta de frequência
geralmente mais neutro dos transistores.
de amplo espectro dos 10 Hz aos 100 kHz, com o quatro válvulas
A proliferação dos Ipods é uma realidade no mundo de hoje. O audiófilo. quando utiliza Ipods em seu sistema de som, geralmente
KT-88 trabalhando no sistema push pull, permitindo uma potência de 50 watts rms por canal.
opta pelo uso de uma pré-amplificação valvulada para tornar o som
São construídos à mão, quase de forma artesanal, com um
menos duro e mais macio. Os estúdios de gravação da era digital,
respeitável peso de 15 quilos, não possuem controle remoto, mas
principalmente aqueles que se propõem a fazer gravações audiófilas,
contam com detalhes como uma saída para fones de ouvido que já
retornaram ao uso das válvulas para processar sinais gravados,
não vejo há muito tempo, mas que considero de grande utilidade, e
como exemplo vozes, que muito se beneficiam da textura e calor na
quatro entradas de linha, sendo uma frontal, pronta para adoçar a
reprodução.
agressividade de qualquer Ipod, e uma saída para sinal de gravação.
Um bom amplificador a válvulas, de conceito simples e tradicional,
Conta com saídas para caixas de 8 ohms e 6 ohms, bastando
consegue rivalizar com um amplificador a transistores de preço
conectar
muito mais elevado, principalmente com músicas que não exigem
impedância.
grandes reservas de potência e graves viscerais, tais como música de câmara e quartetos como exemplo.
os
bornes
correspondentes
para
cada
tipo
de
O CD player TRV-CD4 SE tem um formato compacto com apenas 13,4 polegadas de largura e 4 de altura e, da mesma forma
Recebi para um teste subjetivo dois exemplos do mais puro
que o amplificador integrado, é extremamente bem construído,
conceito a válvulas. O amplificador integrado modelo TRV-88 SE e o
utilizando componentes de alta qualidade como capacitores
CD player TRV-CD 4SE, ambos fabricados pela Triode Corporation,
Nichicon, Vima e Real cap, uma fonte superdimensionada com uma
produtos de certa forma desconhecidos do público brasileiro,
excelente blindagem que faz com que esse compacto do CD player
entretanto empresa fundada há mais de 15 anos no Japão, que
pese 8 quilos. O estágio de saída é alimentado por uma válvula dupla
dedica seus projetos aos tradicionais amplificadores valvulados,
tríodo 6dj8 Electroharmonix, e o conversor, um Burr Brown
principalmente no sistema single ended e single ended paralelo.
24/192Khz, e o transporte utilizado são um Sony. Possui saídas
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teste audio 2
RCA e balanceadas e também ótica e digital. Conta também com um elegante controle remoto com todas funções básicas e a possibilidade de se poder variar a intensidade de luz do display, inclusive com modo apagado. Primeiramente escutei apenas o power para não perder as referências, conectado a um CD player Unico CDP que possui as mesmas características do CD player Tri com saída valvulada. Foram utilizadas também caixa Opera 1.5 bookshelf e Wharfedale 9.5 tipo torre, ambas com 6 ohms de impedância, o que permitiu um excelente casamento e com eficiência em torno dos 88 dB. Amplificador ficou ligado por um bom período até que eu tirasse as primeiras conclusões, e logo de início, escutando o CD da cantora Janet Seidel “Charade”, deu para perceber de imediato o destaque da voz extremamente aveludada e natural, criando uma enorme sensação de presença física. Os graves também me surpreenderam pela extensão, e mostraram que gravações de vozes, principalmente
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as femininas, também contidas nos CDs Best Audiophile Voices
harmônicos. Em compensação, o timbre e o calor da flauta, o corpo
números 1 e 2, aparecem com aquela tonalidade quente e agradável,
harmônico do saxofone, se apresentaram de uma forma a arrepiar
que é uma característica dos valvulados. Notei também uma
meus tímpanos.
frontalidade muito gostosa de escutar, projetando de forma evidente
Outro CD que sempre utilizo como referência é o “Tutti”, da
instrumentos como piano, violinos e cellos com excelente
Reference Recordings, com várias gravações de orquestra sinfônica
corpo e presença.
e música de câmara. A satisfação que tive em escutar clássicos foi
Partindo para uma gravação de características completamente
muito grande. Deu para notar que é um amplificador valvulado que,
diferentes, escutei o CD “Going Home”, gravação de 1977 japonesa
apesar de não ter muita potência, possui uma capacidade de
da EW, extraído originalmente de corte direto. O dedilhar das cordas
corrente que não se intimidou nem um pouco com os tímpanos do
no início, extremamente velozes, o detalhe da percussão como as
Pássaro de Fogo de Ígor Stravinski, as cordas do contrabaixo de
vassouras da bateria... fica até difícil explicar com palavras, mas
Brian Bromberg e tudo aquilo que exige uma boa dinâmica sem um
posso resumir que o integrado do Tri não é completamente explícito
mínimo de compressão.
e parece que esconde para si algo que normalmente escuto com
Quando liguei o CD player Tri junto ao amplificador integrado, as
mais clareza em outros amplificadores, escondendo um pouco os
coisas ficaram ainda melhores. Esse CD possui algumas
detalhes microdinâmicos, tirando um pouquinho do ar que existe lá
características que me agradaram muito, principalmente quanto à
em cima nas frequências muito altas, prejudicando um pouco os
zona de alta frequência, com bastante arejamento e uma alta
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TRI CD PLAYER TRV-CD45 E INTEGRADO TRV-88 SE CD Player: Total harmonic distortion: 0.002% Signal to noise ratio: 100 db Frequency response: 20-20 khz +- o.2 db Channel Separation : 92 db Dynamic range: 120 db Digital/analog Converters: Burr Brown Pcm 1792u 24 bit dac chips Tube: 6dj8 (6922) Transport : Sony Digital output: one rca and one optical connectors Power requirements: 20 w Dimension: 13.4 + 13+ 4 Inch (w/d/h)
resolução de microdetalhes que deixaram transparecer com muita clareza coisas que antes não eram muito explícitas. Naquele CD “Going Home” que eu havia citado, a coisa realmente ficou muito
Amplificador Integrado kt-88 class ab push pull output class ab: 50 watts at 8 ohms Total distortion: 0.1% (1khz) sn level: 90 db Input sensitivity: o.4 v Input Impedance: 100k ohm Output: 6 and 8 ohms speaker taps and one headphone Input terminals: 4 (front 1, rear 3) Output terminals: 1 (rec out 1) Tube compliments: 4kt-88 2-12ax7 (ecc83) 1-12au7 (ec82) Power consumption: 120 watts no signal,max 240 watts Dimensions: 330 mm+280 mm+ 150mm (W/D/H)
melhor, inclusive quanto ao palco sonoro que antes parecia menos amplo tanto em largura como em profundidade. O CD player Tri, no quesito graves, em comparação ao Unisom, me pareceu menos gordo, porém com maior extensão nas baixas frequências e uma articulação ainda melhor, provando que os dois tocando juntos
TRI CD PLAYER TRV-CD45 E INTEGRADO TRV-88 SE
deixaram transparecer uma sinergia excelente, inclusive melhorando
Equilíbrio Tonal
9,5
em muito o equlíbrio tonal.
Sound Stage
9,0
Textura
8,5
CONCLUSÃO
Transientes
8,5
Este dueto integrado e CD player possuem aquela característica
Dinâmica
8,5
de musicalidade que eu muito aprecio. Tonalmente se mostraram
Corpo Harmônico
9,0
muito corretos e com ótimo equilíbrio, onde especialmente a gama
Organicidade
9,0
média alta e aguda é de uma beleza muito especial para este nível
Musicalidade
9,5
de preço. Possuem aquela característica das válvulas, que por
Total
71
natureza enfatizam toda a beleza da música, mesmo que
Pontuação máxima, equipamento categoria Ouro: 72
comprometam um pouquinho os extremos do espectro sonoro. Eu já escutei uma infinidade de amplificações transistorizadas, e apenas aquelas muito caras conseguem rivalizar a beleza da Eufonia que as válvulas miraculosamente conseguem reproduzir desde os mais antigos projetos, que vêm desde a década de cinquenta. Ao longo de todo tempo que estes dois estiveram comigo, qualquer gravação
VOCAL ROCK . POP JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA SINFÔNICA
que escutei, desde a mais doce até a mais agressiva, sempre me causou uma grande satisfação em simplesmente escutar música.
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OURO REFERÊNCIA
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caixa neat motive 3 Ricardo de Marino
ricardo@clubedoaudio.com.br
Fazer o teste de uma caixa acústica é algo que pode ser
Em muitos aspectos as bookshelfs Motive 3 da Neat se
instigante e delicioso... ou totalmente frustrante. Nenhum outro elo
comportaram de maneira muito próxima às Dynaudio, sem que isto
do sistema é capaz de alterar o som de forma tão drástica. Mesmo
signifique que a sonoridade de ambas seja a mesma. Significa que a
boas caixas, mas de projeto e concepção diferentes, proporcionarão
posição da “janela” na redoma é bastante próxima entre elas.
“perspectivas” distintas para a apreciação musical. Se considerarmos
Logicamente que a partir daí cada qual imprime suas características
o evento musical como um objeto envolto por uma redoma opaca, a
individuais que refletem as singularidades de cada projeto.
caixa acústica seria a pequena janela através da qual sua observação
Confirmação de semelhança veio com o fato de não ter sido
seria possível. Mas unicamente a partir de determinado ângulo, uma
necessário alterar meu setup para fazê-las tocar em meu sistema.
faceta de cada vez. Quanto melhor a caixa, mais ampla a janela.
Foi então que, ao pesquisar sobre a marca, descobri que o
Ainda assim teríamos de nos contentar com a perspectiva oferecida
casamento entre as marcas inglesas Neat com Naim é muito utilizado
pela
graus
e aclamado como sendo dos deuses. O setup completo utilizado no
simultaneamente. E quando falamos de caixas acústicas, o metro
teste foi: pré Naim 112x com o power supply Flatcap II, amplificador
quadrado da janela custa caro.
Naim 150x e conversor Accuphase DC-61. Os cabos utilizados
janela,
impossibilitados
de
apreciar
os
360
Em meu atual sistema utilizo as Focus 140 da Dynaudio, caixas
foram o Van den Hul Breeze de caixa, o Logical Cables Millenium de
bookshelf que considero de excepcional desempenho e custo/
interconexão, o Furutech Reference III alimentando o conversor e o
performance. Testei recentemente as Acoustic Energy AE1 mk III e
Purist Audio Anniversary alimentando o AC Organizer LC-311 no
para ouvi-las adequadamente, ou seja, observar o evento musical
qual tudo fora ligado.
pela janela mais ampla que eram capazes de criar, tive de mudar o
As Motive 3 possuem dimensões bastante reduzidas: 32,5 cm
setup de cabos de caixa e interconexão. Aquilo que resultou divino
de altura por 16 cm de largura e 20 cm de profundidade. São caixas
com as AE se negava a funcionar com minhas caixas. Foi preciso
bass reflex de duas vias com 8 ohms de impedância e 85 dB de
caminhar até outro ponto da redoma, esquecer tudo aquilo com o
sensibilidade. Disponibilizam dois pares de entradas para possibilitar
que estava habituado para então fazer uma apreciação musical
ligação bi-wire. Os agudos são reproduzidos através de um tweeter
inteiramente nova. Quem já passou por isto sabe que é exatamente
de titânio do tipo domo invertido e os graves através de um woofer
desta forma. Fiquei inteiramente satisfeito com o novo resultado,
com cone de papel de 5.5 pol. Ambos os alto falantes são
exceto por um pensamento que não me fugia a mente: como juntar
desenvolvidos sob especificação do fabricante. O visual da caixa é
isto aqui com aquilo que eu tinha anteriormente? Não crie falsas
sóbrio e elegante: clássico. Tudo é muito bem acabado e a madeira
expectativas. O produto em teste não é a resposta a esta pergunta
possui um bonito aspecto.
e, infelizmente, acho que tal produto ainda não foi criado. De qualquer
Ao ouvi-las, a primeira forte impressão foi causada por sua
modo, usarei a imagem descrita acima para explicar minhas
capacidade dinâmica e a surpreendente profundidade nos graves
impressões sobre o produto em teste.
(levando-se em conta as dimensões da caixa). O descompasso
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teste audio 3
instrumento utilizado na gravação. O quanto roncava, o quanto tinha o ataque e de precisão na digitação ou então a forma como seu som era encorpado e com ótima sustentação. Coisa similar ocorreu na reprodução de bumbos e tons de bateria que, apesar da ligeira falta de deslocamento de ar (esta caixa ainda consegue reproduzir deslocamento de ar!), tinham uma sonoridade muito representativa de instrumentos reais. Neste ponto acho que vale citar que a marca Neat foi criada por dois músicos, sendo que um deles também é engenheiro de gravação. Em meio ao desenvolvimento dos produtos, são feitas gravações próprias que então são utilizadas na etapa de ajuste final das caixas. Os agudos são muito abertos e mantém-se integrados à música. Em relação às Dynaudio, há menor refinamento nesta região do espectro e uma sonoridade que favorece maior realismo na reprodução de instrumentos de metal do que naqueles de madeira. Pratos de bateria, por exemplo, são reproduzidos com uma velocidade e clareza estonteantes, às vezes parecendo estarem “dentro da sala”. Sons de sintetizadores também ficam com uma sonoridade muito detalhada. Esta sonoridade mais “descritiva” lembra um pouco aquela a qual músicos estão mais habituados. Ouvindo Fight for Your Mind do Ben Harper nada faltou de impacto e o contrabaixo soava surpreendentemente grande. A inteligibilidade era ótima e ele podia ser ouvido simultaneamente e distintamente do bumbo da bateria. Na guitarra e na caixa da bateria faltava um corpo mais sólido, mas isto em comparação ao resultado com caixas maiores. Via de regra as Motive 3 imprimiram muito vigor na reprodução de gravações de rock com compressão (bem feita) e bom padrão técnico de captação. Isto foi observado ouvindo outros discos, tais como: Talking Timbuktu, colaboração entre o guitarrista africano Ali Farka Toure e Ry Cooder e no disco homônimo de Joe Satriani. Na abertura de Time do Pink Floyd (versão da Mobile Fidelity) a velocidade nos agudos era tal que parecia possível “enxergar” o entre o tamanho da caixa e o corpo harmônico e impacto do som
despertador soando. Havia muita extensão nos agudos, contudo,
reproduzido faria qualquer um que as ouvisse vendado pensar estar
percebia-se pouco a reverberação nos rototons percutidos durante
ouvindo caixas bem maiores. Um amigo meu, engenheiro de
a abertura da faixa e na voz de David Gilmour. O caráter “rasgado”
gravação, de passagem em casa durante o teste comentou a este
da voz era recriado conforme a interpretação do cantor. Até mesmo
respeito: “isto seria simplesmente impensável há 10 anos atrás”.
a dobra (sobreposição criada por uma segunda gravação da voz) era
Podemos desta forma concluir que extensão nos graves e corpo
claramente ouvida. As Motive 3 nos passa a sensação de não se
harmônico são pontos fortes? Certamente. Há um leve reforço nos
perder nenhuma nota, mesmo se for um intricado solo de bateria.
médios graves, entre 80 e 100 Hz, característico de caixas bookshelfs
Na introdução de Strange Meadow Lark, onde Dave Brubeck
mas, que nas Motive 3, não é suficientemente pronunciado a ponto
explora ambos os extremos de seu piano, havia peso nas notas mais
de borrar a textura de informações nesta região do espectro. Apenas
graves e não se perdia o corpo harmônico nas agudas. A dinâmica
favorecendo o corpo harmônico de instrumentos cujas fundamentais
entre mão esquerda e mão direita do pianista foi muito bem
das notas caiam nesta região.
representada, tanto no extremo do sutil durante os ataques
De inicio impressionei-me com a reprodução de contrabaixos elétricos. Quer ouvisse Miles Davis, King Crimson ou Mike Stern era totalmente possível uma descrição minuciosa a respeito do
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fortíssimos. Ao longo de toda a faixa o sistema manteve boa integração entre os músicos. Algumas das características que favoreceram a reprodução de
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caixa neat motive 3
estilos musicais como o rock e o pop, tornaram-se desfavoráveis durante a reprodução de música clássica por retratar os instrumentos de maneira muito presente. Em obras tocadas ao piano faltou aquela perspectiva mais distante, desejável para que se crie a sensação de estarmos a ouvir uma apresentação real. No disco The Final Sessions Vol. 2 em que Claudio Arrau executa músicas de Claude Debussy este foi o único senão. De resto estava tudo lá: precisão, inteligibilidade, dinâmica e muita velocidade. Podia-se ouvir até mesmo o esbarrar das unhas às teclas do piano. De maneira similar, na reprodução de música sinfônica, a falta da ambiência da sala de gravação se fazia perceber principalmente durante passagens mais densas, com muitos instrumentos soando ao mesmo tempo, prejudicando assim a sensação de se estar presente ao concerto. Conclusão Nesta faixa de preço é simplesmente impossível esperar um produto completo. As Motive 3 mostraram inúmeros méritos e surpreenderam na autoridade e vigor com que reproduziram rock e pop. Foram capazes de preservar a integridade musical das gravações e de ser muito detalhadas. Na hora de escolher os cabos, tenha a atenção de não utilizar aqueles que sejam duros ou realcem a região dos agudos, preferindo os de característica mais doce ou suave. Tenha, desta forma, maior cuidado com cabos de prata. Estas caixas não se recusam a tocar nenhum estilo musical e suportaram
bem
grandes
massas,
porém,
impondo
suas
características mais fortemente quando se trata de música clássica.
CAIXA NEAT MOTIVE 3
Ficou claro durante o teste que se trata de produtos desenvolvidos
Equilíbrio Tonal
8,0
por quem sabe aquilo que está fazendo sendo uma excelente opção
Sound Stage
8,5
para salas pequenas e para aqueles que valorizam a parte rítmica, o
Textura
8,0
impacto e a coerência musical na reprodução eletrônica.
Transientes
9,0
Dinâmica
8,0
Corpo Harmônico
8,0
Organicidade
8,0
Musicalidade
8,5
Total
66
Pontuação máxima, equipamento categoria Ouro: 72 VOCAL ROCK . POP JAZZ . BLUES MÚSICA DE CÂMARA SINFÔNICA
DISTRIBUIDOR AUDIOFONIA Tel (11) 4421.0558 / 8175.3864 audiofonia@audiofonia.com.br / R$ 4450,00
OURO RECOMENDADO
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teste HOME THEATER
CAIXAS ACÚSTICAS DE TAMANHO REDUZIDO E DESIGN DIFERENCIADO Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Há muito tempo os fabricantes de caixas acústicas se debruçam
perceber que não se conseguirá ouvir música decentemente por
em projetos que atendam ao exigente gosto feminino e que possuam
mais de alguns minutos. Nos últimos dois meses saí a campo à
qualidade suficiente para receber a denominação de caixas para
procura de caixas acústicas que conseguissem aliar tamanho,
home theater com qualidade hi-fi.
design e musicalidade suficientes para apresentar a você consumidor. mulheres
Tenho que confessar que achei muito mais design do que qualidade
determinarem o que entra e não entra em suas casas, os fabricantes
neste segmento, mas o que deu para sentir é que as coisas estão
lançam a cada ano novos produtos cada vez menores e com design
evoluindo e inúmeros fabricantes estão buscando soluções
mais ousado.E aí se abre espaço para uma pergunta: é possível
interessantes, que começam a dar ‘bons frutos’.
Percebendo
essa
tendência
irreversível
das
conciliar tamanho reduzido com qualidade? E irei mais adiante:
Neste primeiro momento selecionei três sistemas completos,
caixas de tamanho reduzido, além de filmes, também são capazes
com preços diferenciados, mas que atendem aos que desejam dar
de reproduzir música com qualidade razoável?
o primeiro passo e construir um sistema de home theater capaz de
Eu sempre defendi que qualquer caixa acústica que reproduza convenientemente música com baixa fadiga auditiva será excelente
6 2
assistir filmes e shows e também ouvir música (em estéreo e multicanal) com razoável qualidade.
para reprodução de filmes. Já o contrário infelizmente não ocorre.
Acredito que, para ambientes de até 12 metros quadrados,
Basta tentar ouvir música por uma hora em sistemas de home
qualquer das três opções dará conta do recado. Para a avaliação
theater compactos com suas inevitáveis caixas de plástico para
das caixas e seus respectivos subwwofers, montamos todos os
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sistemas em nossa sala de
de médio/grave, virado para cima para uma dispersão em 360 graus.
home theater de 12 metros
O subwoofer que acompanha o conjunto, também de tamanho
quadrados.
cuidado
reduzido, utiliza um falante de 70 mm (veja box com informações
importante que tivemos foi na
técnicas). Tivemos enorme facilidade para posicionar as cinco
escolha da eletrônica, já que
caixas, mas sofremos um bocado para achar o posicionamento
queríamos um Receiver e um
correto do sub, assim como para ajustar o seu volume (principalmente
DVD
para música) pois ele não possui botão de corte de frequência
player
Outro
que
fossem
suficientemente ‘musicais’ reproduzindo em estéreo. A escolha recaiu no Receiver Azur 340 R da
apenas de volume. Isso realmente pesou no
Cambridge Áudio e no DVD da Oppo 840, player que utilizo há mais
computo
de dois anos de forma regular também para reproduzir música.
sistema pois quando conse-
Os cabos utilizados em todas as cinco caixas foram o Clear
guíamos
final
da
acertar
nota o
do
volume
Water da Van den Hul e os cabos de interligação foram o HDMI da
correto do sub para filmes ele
Logical Cables e o Wind da empresa Timi Áudio em reprodução de
ficava exagerado para ouvir
CDs. Os cabos e força foram os originais e o condicionador de
música. Acreditamos que, se o
energia utilizado foi o Upsai ACR 2200.
fabricante oferecesse uma opção de sub com corte de frequência
Para o teste, selecionamos os seguintes DVDs de filme: O Pianista,
em pelo menos 50, 60 e 80 Hz, o sistema como um todo cresceria
Carros e Tristão e Isolda. Shows e Balé: Blue Man Group, Sonhos de
consideravelmente. As caixas satélites possuem muitos méritos,
uma Noite de Verão e The Keith Jarrett Trio - Live At Open Theater
como boa inteligibilidade e transparência, boa extensão nos agudos,
East. CDs: João Bosco - Não Vou Para o Céu, Ella Fitzgerald - Joe
velocidade e baixo grau de fadiga em volumes moderados. Para
Pass - Take Love Easy, The Bill Evans Trio - I Will Say Goodbye, Willie
filme, você realmente não precisará mais do que o sistema Nanosat
Nelson e Wynton Marsalis - Two Men With the Blues, Marta Gomes -
para sentir que todo o investimento valeu a pena, e ainda ganhará
Cantos de Água Doce, Joss Stone - Mind Body e Soul, Bem Harper
enormes elogios de todos pelo seu belo design e tamanho.
and the Blind Boys of Alabama - There will be a Light, Cláudio Arrau -
Para Shows, haverá que se tomar grande cuidado com o volume
The Final Sessions Debussy vol. 2 e Sergey Rachmaninov - Trio
pois elas sofrem quando exigidas ao seu extremo. No DVD do Blue
Élegiaque 1 e 2.
Man Group tivemos que várias vezes baixar o volume pois elas
O primeiro sistema escolhido para avaliação foi da Mirage, o
realmente cliparam. Já com o balé Quebra Nozes, o grau de
Nanosat, com suas minúsculas caixas que cabem na palma da mão.
inteligibilidade das cordas e sopros foi bastante satisfatório.O mesmo
Seu design realmente chama atenção, principalmente pelo fato de
ocorreu com a reprodução do trio do pianista Keith Jarrett, com
possuir um tweeter que fica desacoplado da caixa, acima do falante
exceção do contrabaixo que tivemos dificuldade de ajustar o sub.
OUTUBRO . 2009
6 3
Com música, a Nanosat se saiu muito bem com vozes,
Com o último sistema do Alumni da
mostrando bom equilíbrio tonal, alto grau de inteligibilidade, mesmo
Mordaunt Short, conseguimos nova-
nas gravações com maior compressão (Joss Stone e Ben Harper).
mente uma boa reprodução da região
Novamente uma bela surpresa
média, com enorme transparência, e os
foi a reprodução do CD do
melhores agudos dos três sistemas. No
pianista Cláudio Arrau e da
entanto, o sub da Mordaunt Short, ainda
maravilhosa
o
que bastante superior ao do sistema
guitarrista Joe Pass e, claro, a
Nanosat (ainda que de tamanho muito
singela e doce Marta Gomes.
próximo do da Mirage), não foi páreo
Já com o trio do pianista Bill
para o da Morel.
Ella
com
Evans,
Wynton
Sergey
Rachmaninov,
e
Para filmes e shows, a transparência do sistema Alumni realmente
nova-
faz a diferença. Melhor grau de inteligibilidade, possibilidade de
Marsalis
mente tivemos a limitação do subwoofer. O segundo sistema foi da empresa Israelita Morel com as bonitas e maciças Aplause Soundspot AS-2 MK II e do subwoofer
utilizar menores volumes com um ganho extra no tempo de exposição, sem fadiga auditiva e possibilidade de acompanhar até os detalhes mais micros dos efeitos sonoros dos filmes e shows.
Soundsub 9. Com elas pudemos constatar como um sub em caixas
Para música estéreo, o sistema Alumni também se mostrou
satélites fazem total diferença. O Sub 9 foi de longe o melhor sub
alguns passos à frente. Seu grau de transparência na região média
dos três sistemas testados. Com ele, os filmes ganharam vivacidade,
permitiu observar o grau exagerado de compressão no disco da
os efeitos sonoros peso (mas nunca em excesso) e a música e
cantora Joss Stone, assim como mostrou
shows se tornaram mais interessantes.
com
clareza
a
total
ausência
de
Com filmes, o grau de inteligibilidade e calor é muito satisfatório,
compressão e equalização na voz de
os detalhes de áudio que estão em segundo plano passam também
Marta Gomes. Seu equilíbrio tonal foi o
a serem audíveis e o grau de fadiga é inexistente. Como o sub da
mais satisfatório dos três sistemas,
Morel segura o tranco, a tendência é o usuário começar a testar o
permitindo uma melhor apresentação de
limite da sala do sistema.
todos os discos utilizados. Se o sub
Com shows e balé, tivemos boas surpresas, porém também
desse sistema tivesse um pouco mais de
percebemos com maior facilidade que o tweeter da Nanosat da
refinamento,
Mirage possui mais extensão que o da Morel. Não que comprometesse
pertenceria a uma outra categoria.
certamente
a
Alumni
o resultado, mas o ideal seria que a extensão nos agudos fosse tão boa como a os graves (mas é sempre importante lembrar que nesta faixa de preço não existe milagres e sim compromissos).
Se pudéssemos pegar o melhor de
Com música estéreo, as vozes ficaram deliciosas, toda a região
cada sistema, a composição seria: o
média do sistema Soundspot é musical e quente, tornando as
arejamento do tweeter da Nanosat com
audições muito confortáveis, seja em volumes reduzidos ou
a extensão do tweeter da Alumni, o calor
abusando um pouco do volume.
do médio da Soundspot da Morel com a
Mas é o ritmo e o tempo da música que contagiam. Com o Sub
transparência da Alumni da Mordaunt
9, da Morel, pudemos ouvir a linha de baixo dos discos da cantora
Short e os graves e peso do sub da
Joss Stone e do Ben Harper de forma precisa.
Morel. Já o design eu deixaria para você,
Outro ponto importante é
amigo leitor, escolher. Se sua verba é
que, na reprodução de pianos, a
reduzida e seu objetivo são caixas satélites para assistir basicamente
mão esquerda, graças ao sub,
filmes, a Nanosat dará conta do recado (desde que sua sala não
ganhou mais peso e veracidade,
passe de 12 metros quadrados e você não abuse do volume). Se for
ajudando de forma consistente
para assistir shows, o volume deverá ser rigorosamente controlado
a audição de passagens mais
assim como os estilos musicais.
complexas.Diria que o Sub 9 foi
Para música estéreo, o ideal é que também sejam pequenos
fundamental para a apresentação
grupos ou, por exemplo, música popular brasileira. Já o sistema
do CD do pianista Bill Evans e
Soundspot, da Morel, aceita voos mais altos, tanto para filmes como
para a obra de câmara de Sergey Rachmaninov.
6 4
Conclusão
OUTUBRO . 2009
para shows. No caso de música em multicanal, o cuidado com o
cabo de caixa e de interligação deverá ser redobrado. Para se extrair agudos com melhor decaimento, deverá se estudar bem qual cabo casa melhor. O sistema da Morel proporcionará horas e mais horas de entretenimento sem o menor vestígio de fadiga auditiva. Nos pareceram um pouco mais críticas em relação ao alinhamento entre as caixas frontais e o canal central. Na nossa sala,
FILMES
SHOWS
MÚSICA
NANOSAT
NANOSAT
NANOSAT
APPLAUSE 5.1
APPLAUSE 5.1
APPLAUSE 5.1
ALUMNI
ALUMNI
ALUMNI
DESING
ACABAMENTO
SUBWOOFER
NANOSAT
NANOSAT
NANOSAT
APPLAUSE 5.1
APPLAUSE 5.1
APPLAUSE 5.1
ALUMNI
ALUMNI
ALUMNI
o melhor resultado em termos de inteligibilidade para filmes foi o posicionamento em arco, com o canal central um pouco mais recuado que os frontais (esses literalmente alinhados entre si). Para música, como já escrevi, o sub da Morel fez a diferença. Possui qualidades suficientes para tocar com autoridade e segurança os mais variados estilos musicais. Para quem deseja um sistema mais consistente, o Soundspot atenderá muito bem até mesmo em salas um pouco maiores (até 16 metros quadrados) graças ao sub 9. O sistema Alumni, da Mordaunt
Short,
possui
as
caixas
satélites e central um pouco melhores já que são mais equilibradas tonalmente e possui enorme transparência para o seu tamanho. Como disse, a transparência permite apresentações em volumes menores, o que é um trunfo, principalmente para cinéfilos que utilizam seus fins de semana para ver vários filmes, já que a fadiga auditiva será muito menor. Reproduzindo shows, este sistema se comportou muito bem, mostrando autoridade e controle ainda que com volumes um pouco mais altos (veja que falei um pouco mais alto, pois em caixas satélites não existe milagre da multiplicação de watts). E para música, as Alumnis se
Nanosat Sistema Omnipolar; Resposta de frequência 110 hz a 20 khz; Tweeter 19 mm PTH, pure Titanium Hybrid; Woofer 7 0mm Titanium Polypropylene; Crossover 2,7 khz; Eficiência 87 dB; Potência Recomendada 10 a 100 watts RMS; Impedância 8 ohms, mínimo 4 ohms; Subresposta – 45 hz a 100 hz; Cores Platinum, Platinum/Black and White Applause 5.1 Falante de médio - 4 polegadas; Tweeter de 1 polegada soft dome; magneto de Neodymium; Impedância 8 ohms; Resposta de frequência 80 hz a 22 khz; Sensibilidade 85 dB; Crossover corte em 4000 hz; Cores: branco, preto e prata Subwoofer 9 Woofer de 9 polegadas; Resposta de frequência 30 a 160 hz; Potência 100 watts; Peso 14 quilos Alumni 2 (bookshelves) Sensibilidade 86dB (1 Watt input); Resposta de frequência 100Hz - 20kHz; Impedância 4 - 8 Ohms; Potência Recomendada 15 - 80W; Falantes (1) 3.5” CPC mid/bass (1) 1” tweeter; Peso 2 kg Alumni 5 (center)
mostraram ainda mais confortáveis com
Sensibilidade 86dB (1 Watt input); Resposta de frequência 100hz -
qualquer gênero musical. Se você deseja
20kHz; Impedância 4 - 8 Ohms; Power 15 - 80W recommended; Drive
um sistema de caixas satélites mais
units (2) 3.5” CPC mid/bass (1) 1” tweeter; Peso 3 kg
transparente e convincente com filmes, shows e música estéreo, eis uma opção muito convincente.
Alumni 9 (subwoofer) Sensibilidade Line in: 270mV (for max output); High level in: 2.15V (L&R driven for max output); Resposta de frequência 35Hz - 200Hz; Power 120W amplifier built in; Mains voltage 220 - 240 volts 50Hz or 110 - 120 volts 50 - 60Hz; Drive units 8” long throw CPC woofer; Peso 15 kg
SAIBA MAIS Veja link para as músicas, filmes e shows citados no teste acessando a página de artigos no portal: www.pontohiend.com
Nanosat Distribuidor: Impel T.: (11) 3582.3994 Preço: R$ 3.000,00 Applause Soundspot 5.1 Distribuidor: Relm Chantral T.: (11) 5524.5491 Preço: R$ 7.200,00 Alumni Distribuidor: Gramophone Eletronic T.: (11) 3663.5859 Preço: US$ 2.825,00
OUTUBRO . 2009
6 5
cds lançamento Com a nova linha editorial da revista, decidimos apresentar dentro desta nova seção discos que aliem qualidade artística e técnica. Mas o que irá determinar os discos apresentados mensalmente será sempre a qualidade artística. Para este mês, escolhemos quatro gravações de altíssimo nível artístico e que merecem ser ouvidas com enorme atenção. depois as gravadoras reclamam que estão perdendo mercado.Ainda que o disco do Bem Harper estivesse em promoção na FNAC por R$ 23,00, a parte gráfica é simplesmente sofrível! No entanto a qualidade artística é uma surpresa. Realmente Bem Harper ainda não cometeu o erro de viver do passado e ficar “requentando” seus principais sucessos em novas versões. Inquieto, ele busca a cada novo trabalho novas sonoridades e propostas. Se tivesse que descrever em uma só palavra este CD, eu usaria o termo visceral! Com apenas 4 músicos (duas guitarras, baixo e bateria), a sonoridade extraída de cada faixa é minimalista, repleta de distorções e um
EUCLIDES MARQUES E LUIZINHO 7 CORDAS - REMEXENDO
BILL EVANS TRIO-SUNDAY AT THE VILLAGE VANGUARD (XRCD K2) Gravado em 25 de junho de 1961, no Village Vanguard, esse é sem dúvida alguma um dos três
O leitor que já leu o teste 1 de áudio desta edição
melhores discos do pianista Bill Evans. E certamente
irá notar que a opinião de um dos nossos leitores foi
a presença do fabuloso baixista Scott LaFaro e do
justamente do Euclides Marques. Quando veio para o
baterista Paul Motian o tornam um disco para ser ou-
teste aberto em nossa sala, ele me trouxe (com dedicatória e tudo) seu mais recente trabalho feito com o consagrado Luizinho 7 Cordas. Me entregou e disse: “não possui qualidade audiófila, mas gostaria que você escutasse com carinho”. Acabou o teste e eu
em muitos sistemas pelo alto grau de distorção, o resultado musicalmente é gratificante. Qualidade Artística Qualidade Técnica
vido milhares de vezes com a mesma atenção. Para os críticos de jazz, se Scott não tivesse morrido tão prematuramente, certamente ele tocaria com Bill Evans por muitas décadas pois a admiração era mútua. E a sinergia e o casamento musical entre ambos era realmente algo excepcional. Se você não conhece
naquela mesma noite coloquei para ouvir e fiquei sim-
esta obra-prima, eis uma oportunidade fantástica.
plesmente emocionado com tamanha genialidade a
Esta versão japonesa da JVC remasterizada em 20
serviço da música popular brasileira. Estamos diante
bit K2 só perde em termos de sonoridade para a
de um dos mais completos violonistas da atualidade,
versão original em LP. E, em relação ao LP, possui
dono de uma técnica impecável e um dom artístico
uma grande vantagem ao dar de bônus 5 faixas.
ímpar. Há muitos anos eu desejo gravar um disco
Qualidade Artística Qualidade Técnica
de choro para o mercado internacional. Será, sem
som bastante cru! Ainda que seja difícil de reproduzir
JOÃO BOSCO - NÃO VOU PRO CÉU, MAS JÁ NÃO VIVO NO CHÃO
dúvida, meu projeto mais ambicioso. Procurei nos últimos 8 anos um músico que fosse a “mola mestre” do projeto, e que em volta dele pudesse convidar al-
Quem me falou desse disco foi o Carlão, da Visom
guns grandes nomes do Choro. Quis o destino que
Digital, ao me telefonar para explicar a respeito da tecnologia HB-R (leia nesta edição seção Videotech).
o músico que tanto procurei fosse leitor assíduo da
No final da conversa ele me pediu para escutar o
revista, e que um belo dia veio à minha casa assistir
novo CD do João Bosco gravado no seu estúdio
a um teste aberto e me desse de presente um dos
Visom, sem equalização, compressão e com enorme
mais belos CDs que escutei em minha vida! Se você
cuidado na mixagem e masterização. Ele utilizou
gosta de choro e procura algo realmente divino, ouça
as três palavrinhas mágicas para despertar meu
Remexendo de Euclides Marques e Luizinho 7 Cor-
interesse. E, ao escutar o disco em nosso sistema
das. Como escreveu Beth Carvalho na contracapa
de referência, ficou evidente que tínhamos um
do CD, “este disco é um presente para o povo brasil-
João Bosco que gostaríamos de ouvir em todos os
eiro e ele já nasce imortal”.
seus trabalhos. Com uma voz limpa, sem sibilação
BEN HARPER AND RELENTLESS 7 WHITE LIES FOR DARK TIMES
excessiva pelo uso de reverberação digital, seu belo violão sem nenhum tipo de equalização ou compressão, nos deixando apreciar todo o seu
Qualidade Artística Qualidade Técnica
Ainda que eu esteja usando óculos, não consegui
indiscutível talento. Oxalá o novo disco do João
ler absolutamente nada da ficha técnica da
Bosco passe a ser referência de padrão de qualidade
contracapa do CD. A letra colocada é corpo 5 ou 6. A gravadora deveria fornecer uma Lupa de brinde. Inacreditável o desrespeito com o consumidor. E
6 6
OUTUBRO . 2009
para o Milton, Caetano, Gil, etc, etc, etc. Qualidade Artística Qualidade Técnica
OUTUBRO . 2009
6 7
dvds José Olimpio Sousa olimpiosousa@gmail.com
único
fagote sobre o ritmo penetrante do
Concerto para Violino e Orquestra em mi
tímpano.Após a cadenza o violino e um
menor, op. 61 durante os meses de
solo de fagote penetram rapsódicamente
novembro e dezembro de 1806 para
no tema de fechamento numa apoteose
atender a um requisito de seu amigo Franz
lírica que influenciou certamente o ponto
Clement, principal violinista da orquestra
correspondente no Concerto para Violino e
do teatro vienense. Clement realizou a
Orquestra de Brahms. O Larghetto em sol
premiére do concerto em 23 de dezembro
maior é música de sublime tranqüilidade
do mesmo ano. Antes da publicação em
onde flautas,oboés,trompetes e tímpanos
1808 Beethoven realizou várias alterações
estão silenciosos e o solista em comunhão
no manuscrito principalmente na parte
com o restante da orquestra, na realização
dedicada ao solo de violino. Diferente das
da textura delicada da música de câmara.
Sinfonias e Piano concertos, esta peça
O movimento possui uma série de gentis
encontrou indiferença durante a vida do
variações sobre o solene tema de abertura,
compositor pelos críticos da época e
interrompida por duas aparições de uma
somente foi aceita como peça de repertório
sustentável melodia de violino marcada-
após a performance de Joseph Joachim
mente cantabile a qual aprofunda e
em 1844 na cidade de Londres sob a
concentra o absorto lirismo da música.
Beethoven
Beethoven/Brahms-Violin Concertos Itzhak Perlman Berliner Philharmoniker Conductor: Daniel Barenboim
6 8
OUTUBRO . 2009
escreveu
seu
Após dois exaltados movimentos,
batuta de Félix Mendelssohn. provido
apresenta-se um rondo com um dos mais
para o solista expressar-se
abertos e descomplicados movimentos
virtuosísticamente, especialmente no finale,
finales de Beethoven com um irresistível e
este é de longe o mais tranqüilo e poético
cativante tema principal numa travessa
dos Concertos para Violino e Orquestra.
cumplicidade entre o solista e a orquestra.
Nele há longos trechos em que o violino
Como é usual nos finales dos concertos de
simplesmente acompanha a orquestra
Beethoven existe uma longa, harmônica e
tocando somente uma tríade de arpégios e
intrépida
nada mais. A arquitetura do primeiro
idealizou o seu Concerto para Violino e
movimento com seus grandes arcos de
Orquestra em ré op. 77 para quatro
tensão necessita de grande planejamento,
movimentos, porém mostrou-se insatisfeito
tanto da parte do solista como da orquestra
com os movimentos intermediários, os
para sua execução e é comparável em
quais achavam falhos, resolvendo então
dificuldade aos Concertos para Violino e
compor um adágio para substituí-los,
Orquestra
dos
adotando a tradicional forma de 03(três)
intérpretes certa maturidade. O vasto
movimentos. Este adágio foi considerado
movimento de abertura, rico em poder
débil a ponto do grande pianista e maestro
contrasta com a suavidade inicial do
Hans Von Bülow disparar que Max Bruch
tímpano. Como na Sinfonia Pastoral o
havia composto um concerto para o violino
desenvolvimento subverte sua tradicional
e este composto por Brahms era contra o
função reduzindo a tensão em lugar de
violino. O violinista Bronislaw Huberman
aumentá-la. Aqui Beethoven adiciona mais
tratou de contrabalançar a polêmica gerada
quadros
com
por esta feroz crítica de Von Bülow,
diálogos meditativos entre o violino e o
afirmando que o concerto composto por
Embora espaço
Beethoven
de
de
Mozart
ritmos
tenha
exigindo
harmônicos
coda.
Brahms
originalmente
dvds
Brahms não era contra o violino e sim um duelo entre a orquestra e o violino, com a vitória do violino no final. A primeira performance deste concerto deu-se no ano novo de 1879 e foi executada por Joseph Joachim, violinista e amigo
de
Brahms,que
composição
consultou-o
durante acerca
a das
técnicas violinísticas tendo o mesmo participado indiretamente desta sugerindo
Beethoven-Symphony 6-“Pastoral” Berliner Staatskapelle/Daniel Barenboim
modificações e alterações adotadas em parte por Brahms. O allegro ma non troppo
A sexta Sinfonia em Fá maior, op. 68 foi
inicial é bastante bravo e ao mesmo tempo
escrita entre 1805 e 1808 ao mesmo tem-
lírico, contrastando com o adágio que
po em que Beethoven trabalhava na com-
possui uma delicada e refinada decoração
posição da Quinta Sinfonia, recebeu o
extraída de uma melodia relativamente
nome de “Pastorale” devido ás suas carac-
simples. O finale apresenta-se com um
terísticas peculiares e foi dedicada ao prín-
novo humor, numa repentina rajada de
cipe Lobkowitz e ao conde Razumovsky.
ventos de influências húngaras ,mais
Teve sua estréia a 22 de dezembro de
declaradamente ciganas,num tributo aos
1808 no Theater an der Wien e diferente-
antepassados de Joachim, em um vigoroso
mente de suas outras sinfonias que até
e inventivo rondo que culmina numa
então davam ênfase somente á música em
marcha totalmente alegre.
seu estado puro, esta era de certo modo
Perlman executa nesta gravação as
programática, fazendo referências explici-
cadenzas de Joseph Joachim.Perlman é
tas á fenômenos da natureza, não prevale-
um dos mais celebrados virtuoses do
cendo nela a estrutura fixa e clássica das
nosso tempo, e é dono de uma técnica
sinfonias da época possuindo não quatro,
quase sem limites possuindo total domínio
porém cinco movimentos pré-determina-
de seu instrumento com suas mãos largas
dos adaptados ao tema, cada um como
e ao mesmo tempo maleáveis.
um episódio particular da vida campestre.
É constantemente associado pelas
Como a “Eroica” possui um título que a co-
legendárias séries de gravações realizadas
loca firmemente dentro de uma particular
para a gravadora EMI intitulada de Great
tradição e o mundo de expressão que ex-
Romantic Concertos onde o mesmo
plora são completamente diferentes da-
interpreta
de
queles dos primeiros trabalhos.Aqui temos
Beethoven,Brahms,Max Bruch,Paganini, e
concertos
para
violino
um Beethoven mostrando um comporta-
Tchaikovski como também outras obras de
mento de diferentes aspectos, ou seja, seu
Pablo de Sarasate, Wieniawski, Vieuxtemps
amor pela natureza e pelas coisas cam-
e Kreisler. O maestro Daniel Barenboim é
pestres. O termo “Pastoral relembra cita-
possuidor de uma natural espontaneidade
ção encontrada na música barroca,porém
e espiritual intensidade atuando ao lado da
estas são baseadas em contextos sagra-
Berliner Philharmoniker.
dos e aparecem normalmente como Bach’s Christmas Oratorios.
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6 9
7 0
OUTUBRO . 2009
BASTIDORES
Ross Humphrey
o sound designer do blue man group Ricardo de Marino
ricardo@clubedoaudio.com.br
Convidado pelo sound designer do Blue Man Group, Ross
Enquanto o fazem, percutem seus instrumentos de PVC, golpeiam
Humphrey, fui assistir ao show que o grupo fez em São Paulo que é
tambores e martelam violentamente um piano a corda. A sonorização
parte da turnê How to be a Megastar 2.0. Ao final, Ross gentilmente
de tudo isto é resolvida de duas maneiras: captação direta com
me concedeu uma breve entrevista. Assisti a um espetáculo de
microfones e utilização de sons sampleados.
divertimento recheado de efeitos visuais e multimídias que eram
Exemplos de captações acústicas são o “drumbone”, usado no
apoio à performance dos três homens azuis que, por pouco, não me
ato de abertura (instrumento formado por dois segmentos de tubos
arrastaram ao palco (uma vez que estava dentre as primeiras fileiras).
de PVC articulados que são percutidos e movimentados pelos três
O show é concebido para hiperestimular os sentidos e ter apelo a
de forma a modular a frequência das notas produzidas), e o bumbo
um público bem heterogêneo: era comum observar adultos levados
de fanfarra de 60 polegadas (que produz um deslocamento de ar
a pedido dos filhos pequenos e que, uma vez lá, também se
absurdo que pode ser sentido independentemente do PA). Entre os
divertiam. Mesmo tendo uma concepção comercial (ao modelo
sampleados, está o grande emaranhado de tubos de PVC repleto de
americano),
aberturas que fica ao centro do palco. Quando tocado pelos homens
há
uma
cota
de
originalidade
e
percebe-se
profissionalismo na execução.
azuis, ouvimos notas que foram pré-gravadas a partir de um
Misturando o high-tech à linguagem circense, os três homens
instrumento similar dentro de um estúdio onde, sem variação na
azuis parecem vir de um limbo entre o pop e o cult. O que não se
temperatura, pode ser corretamente afinado. Para permitir
pode negar é seu êxito em criar uma “demanda nova” para suas
expressividade à execução, cada nota é gravada em sete níveis
apresentações (a exemplo do Cirque de Soleil) através de
distintos de intensidade. Quando um tubo é percutido durante o
personagens “únicos” e uma identidade sonora criada a partir dos
show, a força aplicada é medida para reproduzir o som sampleado
instrumentos de PVC. Em São Paulo foram necessárias 11
na nota e intensidade corretas, permitindo expressividade à
apresentações adicionais. Sua caracterização com as cabeças e
performance ao vivo. O técnico de som pode, desta forma, alterar a
mãos azuis, roupas pretas e performance muda,serve aos propósitos
“disposição” das notas nos tubos entre músicas (selecionar novas
acima e permite a execução de apresentações simultâneas (usando
afinações ou escalas musicais). Também os tambores que projetam
diferentes atores) enquanto quem os assiste continua com a
tinta quando golpeados utilizam o recurso similar.
sensação de consumir o original. How to be a Megastar 2.0 é fortemente apoiado na banda de
Com 25 anos de experiência em gravações ao vivo e mixagens
rock que toca a trilha original da performance e algumas músicas
de grandes artistas, Ross gravou e mixou o show The Complex Live
conhecidas, como: Jump do Van Halen, One of These Days do Pink
do BMG em estéreo e 5.1. e atualmente faz o sound design da turnê
Floyd e I Feel Love da Donna Summers. Os homens azuis interagem
How to be a Megastar 2.0. Ele nos conta um pouco sobre seu
entre si com os recursos e artefatos multimídia e com o público.
trabalho com o grupo:
OUTUBRO . 2009
7 1
Como é levar um show tão complexo a lugares que oferecem condições técnicas muito diferentes?
todo. Há questões como o fato de haver três sets de bateria no palco, por exemplo, um kit de bateria tradicional e dois sets com
Se estivermos nos Estados Unidos carregamos todo o
instrumentos de percussão que incluem grandes tons. Desta forma
equipamento de som conosco. Isto ajuda a garantir a qualidade e
há muita competição na região médio grave e grave do espectro
nos permite chegar ao local do show às 9 da manhã e ter as portas
sonoro. Uso microfones diferentes em cada set para melhorar a
abertas às 18h30. Fora dos Estados Unidos, quando não for viável
definição entre os instrumentos. Há também casos como quando o
transportar o sistema de amplificação completo, levamos nossos
guitarrista entra na cabine de acrílico e o som da guitarra é ou não
equipamentos de mixagem, monitoração, interconexão e microfones.
ouvido conforme a porta é aberta ou fechada, em que tive de
Interligar tudo ao sistema local exige um dia inteiro de trabalho. Em
desenvolver um tipo de sensor especial para sincronizar o movimento
cidades americanas como Los Angeles, Chicago e New York
feito no palco com o áudio do PA.
costumamos encontrar ótimas condições, mas nem sempre podemos saber o que teremos pela frente. Há casos onde temos de
Quais discos e gravações você utiliza como referência?
encarar uma arena de hóquei, por exemplo, ou outro tipo de lugar
Acredito que a performance e a energia normalmente produzem
com acústica muito ruim. Fora dos EUA, países como o Reino Unido,
as melhores gravações, mesmo que haja falhas técnicas. Prefiro
Japão, Alemanha, França e Suíça têm ótima tradição em áudio. Na
escutar algo com feeling a algo que soa perfeito mas não me toca.
América Latina o padrão costuma ser ruim. O melhor lugar onde
Na preparação dos shows, utilizo gravações ao vivo feitas por mim
operei foi São Paulo.
para alinhar o sistema de PA. Então passo para músicas com as quais sou bem familiarizado. Normalmente escolho gravações com
Com oito músicos e os três atores no palco, como é feita
ampla faixa de frequência e muita dinâmica. Sempre afino o sistema
a monitoração e a coordenação para ter perfeito sincronismo
no mesmo nível de pressão sonora (decibéis). Dependendo de como
entre performance e áudio?
a presença do público afeta a acústica do local, posso subir ou
Tanto os músicos quanto os três homens azuis utilizam monitoração in-ear [intra-auricular] e recebem um retorno de som
descer um pouco, mas procuro manter um nível razoável (não tão alto) preservando impacto e força no som.
individualizado. Nosso engenheiro de monitor utiliza todas as 96 entradas da sua PM1D (mesa de som digital) e faz 17 ou 18 mixagens
Comente um pouco sobre a produção artística hoje em dia.
de retorno. Temos 5 microfones distribuídos no palco para
Eu realmente apreciava a época onde os músicos gravavam
intercomunicação entre músicos e a equipe técnica. Ela é formada
uma música do início ao fim. Agora é como se qualquer um fosse
pelo técnico de som que fica no palco e cuida da mixagem do
capaz de tudo com equipamentos baratos. Não há mais substância
retorno dos músicos, um técnico de iluminação e um assistente que
na música... não consigo ouvir a rock moderno. Fora isto, ouço
me auxilia na mixagem do som front end (mixagem do PA ou sistema
muita música com graves profundos e boas captações de bateria.
de sonorização para o público. Com tanta coisa acontecendo no
Afinal, é isso que o Blue Man é.
palco, mesmo com uma mesa digital, tenho que mixar o tempo
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entrevista
Ulrich Schneider
produtor de gravações da sala são paulo Ricardo de Marino
ricardo@clubedoaudio.com.br
O produtor de gravações Ulrich Schneider, ou Uli como costuma ser chamado pelos amigos brasileiros, realizou sua primeira gravação
outros estilos musicais. Como se iniciou uma conexão tão forte com a música?
da OSESP em 2003. Desde então passou a vir ao Brasil por este
Muito cedo. Tive a sorte de ter nascido em uma família musical
mesmo motivo até trocar em definitivo sua cidade natal - Hamburg
do tipo tradicional, que tocava música de câmara em casa. Aos seis
na Alemanha - por São Paulo. Agora, além de encarregado das
anos de idade iniciei aulas de piano clássico. Tive também influência
gravações da orquestra é também administrador artístico da
de música de igreja. Entre os onze e dezesseis anos minha paixão foi
fundação, responsável pela elaboração da programação da sala de
tocar teclado e guitarra em bandas. Gostava de grupos como
concerto. Você lerá a seguir uma entrevista na qual Uli conta sua
Weather Report, Chick Corea Eletric Band e das formações “elétricas”
trajetória profissional até o momento. Nas próximas edições haverá
de Miles Davis, e também tocava rock. Lembro-me de que na época
artigos sobre a programação da Sala São Paulo e comentando os
as pessoas tinham hábito de ouvir de tudo um pouco. Eram mais
bastidores de futuras gravações.
abertas (musicalmente falando). Desta forma o escopo do repertório que tocava era diversificado e rico. Aos quatorze comecei o estudo
Além
7 4
de
produtor
e
tenho
de baixo acústico clássico, mas tinha muito prazer tacando jazz e
conhecimento de que você também é músico de formação
outros estilos no baixo elétrico. Durante este período ficou claro para
clássica, tendo estudado piano e baixo acústico, e que elegeu
mim que minha vida teria algo a ver com música e fui me interessando
o baixo elétrico para expressar sua paixão por fusion, jazz e
cada vez mais pelo lado técnico da música: a geração de som pelos
OUTUBRO . 2009
engenheiro
de
som,
entrevista
instrumentos, sua amplificação, até a forma de registrar estes sons em gravações.
Conte-me um pouco do estúdio e dos equipamentos utilizados para fazer as audições. Tínhamos um bom estúdio e, você sabe, todos os microfones
Explique o que significa Tonmeister?
eram Neumann. Na época a Neumann era o principal fornecedor de
Na velha escola da rádio alemã dos anos 50 e 60 havia três
microfones para as rádios alemãs e nós possuíamos uma das
níveis para aqueles que trabalhavam nas gravações: o técnico de
melhores coleções que pude conhecer. Eles queriam que os
gravação, o engenheiro de gravação e o produtor de gravação.
estudantes usassem os microfones deles e, sabe o que, foram bem
Enquanto o engenheiro de gravação era o responsável pelo
sucedidos: eu ainda estou usando. Nossa vivência no estúdio era a
posicionamento dos microfones, pela captação do som e por fazer
mais completa possível, desta forma tomávamos parte até nas
a mixagem (função hoje chamada balance engineer), o produtor de
tarefas de manutenção. Para avaliar as gravações, tínhamos algumas
gravação estava lá somente pela música e fazendo sugestões ao
salas e dois estúdios. A monitoração, por influência de alguns
regente. Ele trabalhava a nível musical como um parceiro do regente.
professores que ensinavam na época, utilizava monitores eletrostáticos
Tonmeister é este papel onde você deve ter todo o domínio técnico
da Quad. A amplificação era Quad também, acho que o modelo 606,
para a captação e realização da gravação mas, antes disto, vem o
muito purista. Acho que eles ainda existem. Eu mesmo ainda tenho
trabalho artístico e musical junto ao regente e à orquestra.
um par de Quads na Alemanhã, mas não as uso agora. Você sabe como elas são, parecem um aquecedor... um pouco grandes para
Como você se formou Tonmeister?
uma sala pequena. Mas são belas caixas e ainda não fui capaz de
Aos 18 fui conhecer a Musikhochschule Detmold que formava
me desfazer. Guardo boas recordações delas e agora já estou
produtores de gravação. Esta área de conhecimento era tão
pensando que talvez seja uma boa idéia tê-las aqui. (risos)
específica e restrita na época que só havia mais uma universidade no mundo com este curso. Iniciei o curso em Detmold em 1986. A
Como foi a conclusão da segunda parte do seu curso?
formação levou cinco anos sendo que nos dois primeiros havia
Havia mais três anos à frente antes do exame final e durante um
muitas matérias técnicas teóricas. Isto significa estudar os aspectos
destes anos seria foi feito intercâmbio com uma universidade
de acústica, matemática e física aplicadas à música para compreender
canadense que havia iniciado um curso similar. Este curso era
a forma como o som é criado, como se irradia a partir dos
organizado de maneira um pouco diferente do nosso, mais parecido
instrumentos musicais e como isto pode ser recriado em uma
com o modelo americano no qual você faz bacharelado em música
gravação. Foi um período bastante técnico mas, ao mesmo tempo,
e pós graduação em gravação musical (sound recording). É uma
tínhamos matérias de música como: regência, musicologia, teoria
graduação de dois anos, mas nós havíamos eliminado muitas das
musical, leitura musical e percepção musical (ear training). Todos os
matérias. Na época, as pessoas a frente de ambas as universidades
alunos tinham de fazer aulas de piano e podiam também ter aulas de
eram amigas e criaram este programa de intercâmbio que infelizmente
um segundo instrumento (caso piano não seja seu instrumento
não existe mais. Foi uma experiência interessante pois, o modelo
principal). Eu elegi o piano como meu instrumento principal e
americano, dá mais ênfase ao lado técnico... é mais focado na figura
continuei o estudo de baixo acústico paralelamente ao curso. A
do engenheiro de som. Temas como técnicas de microfonação, pré-
seleção para este curso era realmente difícil. Você tinha de fazer
amplificação, e outros foram explorados com nível de excelência.
testes, como um vestibular, para cada curso do programa. Foi
Este intercâmbio com a universidade McGill foi uma bela
preciso se apresentar ao piano para uma banca também. Entrei na
complementação à nossa formação mais centrada em produção.
segunda tentativa, e somente outros seis alunos foram aprovados
Ao término deste ano fora, retornamos à Detmond para um ano
comigo. A universidade limita este número para manter um alto nível
adicional de estudos antes do exame final. Este muito intenso, com
e possibilitar muitas horas de vivência em estúdio para a prática das
apresentação de piano aberta a estudantes do curso de música e
gravações. Além do mais, não faz sentido formar mais profissionais
testes de percepção musical muito exigentes. Este foi muito, muito
do que o mercado de trabalho tem possibilidade de absorver. Isto
difícil... para dar um exemplo, uma sequência de 30 acordes era
tornava a competição para o curso de Tonmeister muito acirrada e
tocada ao piano e então tínhamos de fazer a transcrição das
todos que conseguiam entrar se sentiam muito afortunados. Após
modulações destes acordes de memória, tendo os ouvido uma só
este dois anos iniciais, você é graduado Bacharel e se livra das
vez. Talvez esta busca por excelência tenha sido até exagerada, mas
matérias técnicas. É aí que a coisa começa de verdade... quando
uma vez que superado o processo você podia contar com um ótimo
você começa a fazer gravações próprias e apresentá-las ao
background.
professores. Então todos lá ouviam e comparavam suas gravações com as dos demais e com aquelas de mercado.
OUTUBRO . 2009
7 5
entrevista
Sua carreira profissional se iniciou então logo após a
novo golpe de sorte para mim pois fui levado a muitas gravações de
conclusão do curso?
artistas de rock e pop que alguém como eu jamais teria contato a
Até mesmo um pouco antes. O contato dos alunos com estúdios
menos que fizesse parte disto. Nós utilizávamos uma unidade móvel
e gravadoras era encorajado durante os últimos anos do curso. Eu
que era única na época. O reboque possuía um sistema que se
também fiz trabalhos free-lancers durante minhas férias de verão e
expandia lateralmente até o dobro da largura normal, proporcionando
até mesmo durante as aulas. Era fantástico acompanhar os trabalhos
um estúdio de gravação amplo. Era equipado com os melhores
de gravação como assistente. Então, em 1990, em vias de me
equipamentos da época e isto gerava muita demanda de trabalho.
formar, minha vida profissional começou de forma muita intensa.
Era engraçado, pois, havia semanas nas quais gravávamos a
Tive a felicidade de ser chamado pela Sony, através de um dos
filarmônica de Berlin e em seguida partíamos para grandes festivais
estúdios para o qual havia trabalhado, para fazer meu primeiro
de rock para gravar artistas como Van Halen e Bon Jovi. Até então
trabalho: a gravação de retorno do Rostropovich à Russia após 16
eu só havia ouvido falar destas pessoas, escutado seus discos e de
anos de exílio. [Rostropovich foi exilado de sua terra natal por ter
repente, lá estava eu... Esta foi uma feliz coincidência e, estas coisas,
sido pego pelo partido dando abrigo um escritor dissidente do
por mais malucas que possam parecer, proporcionaram experiências
regime opressor. Sua cidadania foi restaurada em 1990 por
muito engrandecedoras. Na produção musical é essencial aprender
Gorbachev]. Foi um belo início para mim... viajar para a Russia
a se comunicar bem com pessoas que são diferentes: com astros
naquele contexto do colapso da União Soviética e fazer uma
de rock, maestros, músicos de orquestras e engenheiros de som.
gravação ao vivo do Rostropovich acompanhado por uma orquestra americana e recebido de volta pelos russos de uma maneira muito
Como se deu sua vinda para o Brasil?
emocional. Foi algo incrível... um grande evento! [neste concerto
Após 1996 a Sony se transferiu para a Inglaterra e recebi uma
Rostropovich foi acompanhado pela Sinfônica
proposta para trabalhar lá. Recusei, pois, para
Nacional de Washington, da qual fora regente e
mim era só uma questão de tempo para que a
diretor musical.
sede se estabelecesse em definitivo em NY. Havia divergências quanto à forma de trabalhar
Então foi desta forma que se iniciou sua relação com a Sony?
com os artistas entre o braço americano e o braço europeu. A forma de trabalhar européia
Nesta época a Sony comprou a CBS e Norio
era mais colaborativa, mais horizontal. Por
Ogha, que era um fã de musica clássica,
exemplo, nos EUA, por influência da escola
especialmente de Karajan, tornou-se CEO e
antiga da CBS, durante uma mixagem você veria
fundou a Sony Classical. Então, em Hamburgo,
o produtor de gravação sentado no centro da
um dos chefes de produção da Deutsche
console [mesa de som] entre as caixas e o
Grammophon se tornou presidente desta divisão. Imagine que tinha
engenheiro de mixagem para o lado. A função do produtor figurava
tido a oportunidade de estudar na melhor universidade e a Sony
como um diretor da gravação, quase que acima da do artista. Na
estava estruturando uma nova empresa com os melhores recursos
forma européia todos os profissionais entendem de múltiplas áreas e
técnicos e os melhores artistas e precisava de gente nova. É claro
há muita comunicação entre as pessoas, sem fundamentalismos
que todos queriam ir trabalhar lá e talvez eu tenha tido a sorte de ter
quanto a sugestões musicais. Considero esta forma muito boa. São
participado daquela primeira gravação... Participei então de projetos
duas maneiras diferentes de trabalhar, não quero julgar, ambas
como a reedição das sinfonias de Beethoven com Karajan
produzem bons resultados e, além do mais, as coisas já mudaram
anteriormente lançadas pela Deutsche. Tivemos acesso a todas as
desde então. Em 1997 tomei a decisão de criar minha própria
fitas digitais multipista originais e o material foi re-editado e re-
empresa de produção musical e com ela tive a possibilidade de
mixado. Após este projeto, em 1991, eles me ofereceram um
realizar trabalhos muito diversificados... grandes desafios. Através
emprego.
de um velho colega do intercâmbio canadense se iniciaram minhas colaborações com o selo Bis e no início de 2003, através da Bis, vim
7 6
Mas você não gravou exclusivamente música clássica?
a conhecer esta orquestra OSESP. Passei a vir com regularidade, de
Isto foi engraçado. A Sony Classical só fazia música clássica,
uma a duas vezes por ano, para fazer as gravações da orquestra.
mas como éramos os únicos a utilizar a tecnologia Sony 20 bit, e seu
Antes disto, em 1994, havia conhecido Neschling durante uma
padrão de qualidade era inédito na época, havia muita demanda
gravação para a Sony. Foi uma gravação de ópera, que é uma
para que também fizéssemos grandes festivais de rock e trabalhos
especialidade de Neschling. Gravamos Il Guarany, de Carlos Gomes,
de outros grandes artistas ligados à família Sony Music. Este foi um
com Placido Domingo no papel principal em Bonn na Alemanhã.
OUTUBRO . 2009
entrevista
Tivemos um bom contato e este evento foi provavelmente responsável
na ponta é um desafio ainda maior. Espero que haja continuidade
por minha vinda ao Brasil. Neschling teve muita visão, na época, ao
em nosso trabalho de forma a fazer crescer o reconhecimento
apostar em um selo menor e que trabalhava com excelência a nível
internacional. Espero que através desta exposição internacional
musical e técnico sem ter grandes custos na parte artística como os
possamos ser excelentes embaixadores da cultura Brasileira.
grandes. A Bis priorizava ter um belo catálogo a procurar trabalhos de maior faturamento. Neschling se percebeu disto e agora vemos
Para encerrar nossa entrevista, farei uma pergunta
que as gravadoras que costumavam ser consideradas pequenas na
diferente. Levei você à casa de um cliente meu alguns anos
época são hoje as mais atuantes enquanto que os grandes selos
atrás para ouvir sua sala de audição crítica com um sofisticado
como Sony e Deutsche Gramophone têm grandes artistas, mas não
sistema hi-end. Gostaria que comentasse a experiência.
fazem tantas produções novas. A Hyperium é outro exemplo de
Ouvir música por puro prazer auditivo será uma experiência
gravadora antes pequena que hoje é considerada como uma grande
inteiramente diferente se feita em um sistema hi-end ou em um
competidora no mercado de gravações de música clássica. Sempre
sistema simples. Costuma-se dizer que quando a gravação e a
fui feliz com minha ligação com a Bis. Todos que trabalham lá são
produção forem boas então ela deverá soar bem em qualquer
amigos ou conhecidos e compartilhamos de um mesmo idealismo:
sistema. É claro que isto é verdadeiro, mas ouvindo uma boa
por o foco na produção musical e ter excelência técnica, mas
gravação em um sistema hi-end você passa a sentir a música e
precisamente nesta ordem.
perceber novas coisas. Você sente a localização dos instrumentos, percebe os espaços, sente muito mais a dinâmica, consegue ter
Esta é a primeira vez que você desenvolveu uma colaboração estreita com uma orquestra em particular.
uma projeção realista do instrumento solando e percebe uma voz humana muito próxima ou muito distante dependendo da intenção
Já prestei consultoria a outras orquestras como a Die Deutsche
de produção da gravação. Quando ouvimos minhas gravações no
Kammerphilharmonie Bremen, acredito eu que uma das melhores
sistema hi-end de seu cliente me senti como tivesse voltado ao local
orquestra de câmara da atualidade, mas com a OSESP é a primeira
de gravação. Também percebi pequenos erros de delay aqui e lá
vez que tenho este tipo de envolvimento. Minhas experiências
(risos). Mas ouvir à gravação reconhecendo o local que você esteve
passadas trouxeram experiências como arrecadação de fundos,
durante foi uma experiência ótima. Era este o resultado que nós, na
patrocínios, programação e outras que estou utilizando atualmente.
Bis, havíamos buscado com a gravação. Acho que ter um sistema
Fui contratado pela Fundação Sala São Paulo como produtor de
hi-end em casa, especialmente se houver uma sala adequadamente
gravação, responsável pelas gravações da OSESP. Agora acumulo a
preparada, talvez seja o mais próximo que se possa chegar do
função de administração artística sendo responsável, por exemplo,
prazer musical de se ouvir música ao vivo.
pela programação dos concertos. Como alguém com sua vasta experiência internacional vê a estrutura de nossa sala de concerto e a OSESP? O que podemos esperar para o futuro? A Fundação São Paulo tem sorte em possuir uma das melhores salas de concerto que eu conheço. O nível de excelência musical da orquestra e a ótima acústica da sala, combinados, proporcionam ao público uma experiência fantástica de alto valor artístico e musical. Reproduzir esta experiência em cada gravação que faço é, para mim, um desafio contínuo. Desde 2002 a OSESP tem gravado de maneira muito profissional e vem adquirindo a incrível capacidade de saber antecipar aquilo que deve ser feito para se atingir um resultado melhor. Trabalhando desta forma se atingiu um nível de excelência para as gravações que não é comumente encontrado. Só posso dizer que esta combinação da orquestra e sala de concerto é algo próximo ao ideal no que diz respeito à produção musical. Atingir os primeiros 75% de excelência artística é algo relativamente fácil. A dificuldade deste desenvolvimento aumenta exponencialmente, não linearmente. A partir daí a coisa fica cada vez mais difícil e se manter
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7 7
espaço aberto
UM MUNDO TOTALMENTE NOVO Quando meu pai ainda era vivo, sempre comentava com ele que
Passei meus últimos dois anos colhendo informações, ouvindo
às vezes me sentia como um juiz tamanha a quantidade de
muitos leitores e anunciantes, a fim de detectar os problemas mais
reclamações que escutava e lia semanalmente dos leitores, das
comuns antes de sair alinhavando soluções.
revendas especializadas, dos fabricantes. Para mim, esses 14 anos na revista mostraram que ainda que se tenha feito muito, há tanto por fazer que por mais que tentemos só a revista não será capaz de suprir tantas necessidades. Quanto eu mais me empenhava em encontrar soluções, mais me vinha à mente que novas ferramentas haveriam de ser criadas para trabalharem integradas com a revista.
do público consumidor de produtos high-end. É notório que a renovação do público consumidor não atende as expectativas do mercado, sendo muito mais lenta que o desejado. Pelo lado do leitor/consumidor, a principal queixa é a dificuldade em ouvir muitos dos equipamentos testados pela revista mensalmente
Ainda que os cursos de percepção auditiva e o hi-fi show tenham
e também que as principais revendas hoje existentes trabalham com
ajudado na divulgação, por serem ações que demandam uma
pacotes fechados de poucos distribuidores, o que dificulta em muito
logística muito pesada, não conseguem resultados na velocidade
futuros upgrades.
que o mercado necessita.
7 8
Por parte dos importadores, fabricantes e revendas especializadas o problema primordial sem dúvida alguma é a renovação e ampliação
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Outra reclamação muito comum é a dificuldade que o consumidor
espaço aberto
tem de vender seus produtos usados, pois quando são aceitos na
compatíveis com a realidade de mercado, projetos especiais e
troca por um novo, o valor oferecido não possui uma regra de
divulgação em tempo real de grandes novidades.
mercado, como por exemplo no segmento de automóveis.
Com a ajuda do Ricardo de Marino e do Junior Sanches, que
Já as revendas especializadas, principalmente as que estão fora
não só abraçaram a ideia como foram buscar no mercado pessoas
do eixo Rio-São Paulo, têm grande dificuldade de mostrarem seus
capazes de desenvolver o portal, nasce o pontohiend.com, que
serviços e suas propostas, já que os anúncios veiculados nas revistas
estará no ar no dia 15 de outubro.
do segmento não atendem completamente suas necessidades.
Este será meu próximo grande desafio. Com o Portal e a Revista
A princípio totalmente avesso à ideia da internet como solução
inteiramente integrados, estaremos oferecendo uma ferramenta
para os problemas citados, já que por mais que visse uma centena
poderosa para o mercado finalmente dar o salto que tanto necessita.
de sites feitos em todo o mundo não me convencia de que essa
Ainda que apenas por curiosidade não deixe de conhecer nosso
seria a melhor ferramenta, ainda assim comecei a colocar algumas
portal, ele realmente é a chave para um novo mundo de possibilidades,
ideias que me vinham à cabeça, como a criação de um leilão virtual
comodidade e interatividade.
para a venda de equipamentos usados, compra inteligente para consumidores afastados dos grandes centros urbanos, consultoria técnica também a distância, comunidade de debate de assuntos pertinentes ao mercado, cursos de treinamento a distância, tutoriais, dowloads de música e vídeo, downloads dos produtos por nós testados, produção de discos especiais para estudo de timbre e equilíbrio tonal do sistema, destaques da programação da Sala São Paulo, inclusive com download dos ensaios da orquestra em alta resolução, e muito mais.
Fernando Andrette
fernando@clubedoaudio.com.br
Fundador da Revista Áudio e Vídeo, foi editor da
Para as revendas e anunciantes, mais que banners bem
mesma por 14 anos. Desenvolveu a metodologia
produzidos, queríamos também oferecer soluções dignas do século
de testes, ministra cursos de percepção auditiva e
21 como hotsites, comerciais de 30 ou 60 segundos com custos
também produz gravações audiófilas.
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