Revista Fevereiro 2018 |JFSDB

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REVISTA | FEVEREIRO 2018 | #008

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nº 0001

CARTÃO MAIS

o cartão que lhe dá mais vantagens Pág 9

GRANDELLA

A história de um bairro Pág 6

PAULO COSTA

Os sons que nasceram na Freguesia Pág 26


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#15

#26

Índice FEVEREIRO 2018 Contactos

Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica Rua António Saúde, 11-13 1500-048 Lisboa T: 21 724 86 10 F: 21 724 86 11 S: www.jf-sdomingosbenfica.pt E: geral@jf-sdomingosbenfica.pt Câmara Municipal de Lisboa Geral: 808 20 32 32 Campo Grande: 21 798 80 00 S: www.cm-lisboa.pt PSP - 3ª Esquadra T: 21 710 82 00 F: 21 710 82 96 Regimento de Sapadores Bombeiros T: 808 215 215 Hospital de Santa Maria T: 21 780 50 00

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P#14

P#32 MUSEU DAS CRIANÇAS AQUEDUTO ANIVERSÁRIO BAIRRO GRANDELLA ___________________ DAS ÁGUAS LIVRES ___________________ DA FREGUESIA ___________________ ___________________ P#24 P#08 P#33 PERFIL P#15 VOX POP CARTÃO MAIS ___________________ Paulo Costa ___________________ EDUCAÇÃO ___________________ P#36 ___________________ P#11 CALERUEGA P#26 ___________________ P#18 MONTRAS DE NATAL COMÉRCIO AQUI ___________________ ESPAÇO PÚBLICO ___________________ P#38 ___________________ OS NOSSOS FISCAIS P#12 P#30 ___________________ P#20 ACADEMIA ROTEIRO P#39 DESPORTO DE SÃO DOMINGOS GASTRONÓMICO BREVES ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ P#06

Executivo

EPAL Roturas na rua: 800 201 600 Falta de água: 800 222 425 Lisboa Gás Fugas de gás: 800 201 722 EDP Assistência técnica: 800 506 506

PRESIDENTE

Ficha Técnica Diretor António Cardoso

ANTÓNIO CARDOSO Pelouros: Direção Geral Ação Social e Saúde Recursos Humanos Comunicação e Eventos

VOGAL

CRISTINA PARENTE Pelouros: Educação Formação

VOGAL

JOÃO DIAS Pelouros: Espaço Público Espaços Verdes Mobilidade Licenciamento Transportes

VOGAL

MÁRIO RUI Pelouro: Atividades Económicas Gestão de Equipamentos Higiene Urbana Mercados

Design e Paginação: C2See Fotografia: José Manuel Costa Impressão: Soartes Depósito Legal: 391733/15 Tiragem: 24.000 Periodicidade: Quadrimestral Redação Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

VOGAL

FRANCISCO ENCARNAÇÃO Pelouros: Gestão Financeira Gestão de Frota Modernização Administrativa Património Sistemas de Informação

VOGAL

PAULO SILVA Pelouros: Associativismo Desporto Proteção Civil Segurança

VOGAL

CRISTINA VALÉRIO Pelouro: Cultura


| EDITORIAL | António Cardoso

MAIS SÃO DOMINGOS

Estar cada vez MAIS PERTO DE SI, freguês e comerciante, que respetivamente vive e exerce a sua atividade comercial em São Domingos de Benfica, é o registo que o Executivo da Junta de Freguesia segue para abraçar um novo projeto estruturante: o cartão MAIS SÃO DOMINGOS. Um cartão de vantagens e de descontos que pretendemos que coabite com as pessoas que vivem e trabalham em São Domingos de Benfica. Um cartão que faça parte do quotidiano das pessoas e que estimule o consumo no comércio local, assim como nas empresas que sediaram os seus serviços no nosso território. A população aderente pode usufruir de vantagens significativas nas diversas áreas de atividade como por exemplo, restauração, saúde, estética, lazer, desporto, hotelaria, serviços, imobiliária, moda, turismo, centros de estudo, entre outros. Da mesma forma, o comércio aderente pode igualmente usufruir de apoios por parte da Junta de Freguesia no desenvolvimento de estratégias sustentadas de marca, publicidade da oferta, das campanhas de promoção e de descontos sazonais e do lançamento dos novos produtos e serviços, assim como do apoio por parte do Gabinete de Economia da Junta de Freguesia no recrutamento de colaboradores a partir da rede de empregabilidade e do desenvolvimento de uma oferta de capacitação para o comércio local em diversas áreas do domínio da atividade comercial. Depois de Mais Educação, de Mais Ação Social e de Mais Espaço Público, agora Mais Economia na defesa do desenvolvimento harmonioso do território de São Domingos de Benfica.

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António Cardoso Presidente da Junta de Freguesia

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PARQUE BENSAÚDE


| HISTÓRIA |

BAIRRO GRANDELLA

O Bairro Grandella (Estrada de Benfica) é um bairro operário da primeira década do século XX, construído por Francisco de Almeida Grandella para alojar as famílias dos empregados dos seus armazéns, à época sitos na baixa lisboeta. –––––––––––––––––––––––––––––––––––– No inicio do seculo XX, o empresário encomendou o projecto dos armazéns ao francês Georges Demaye, especialista em arquitetura do ferro,

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que, inspirado nos armazéns franceses Samaritaine, adotou para estes armazéns em Lisboa uma estrutura de ferro fundido, seguindo um gosto Arte Nova, mas sem esquecer a arte decorativa portuguesa. Tratou-se de um edifício de duas fachadas, com acessos pela Rua do Ouro, onde Grandella já tinha um estabelecimento comercial, e pela Rua do Carmo, desenvolvendo-se em 11 andares a partir da Rua do Ouro e em 6 pisos a contar da entrada da Rua do Carmo. A fachada da Rua do Carmo, andar nobre da casa, exibia um relógio monumental, onde duas figuras de ferreiros batiam as horas,

e arquitetura de vanguarda, um exemplo de comércio moderno, mas também um exemplo ímpar nas relações sociais patrão-empregado.

o qual encimava dois baixos-relevos representando a Verdade e o Comércio. Por sua vez, as colunas entre as portas ostentavam medalhões esculpidos na cantaria com o lema da casa: ‘Sempre por bom caminho e segue’. Objeto de destruição pelo grande incêndio que devastou a zona do Chiado em 25 de agosto de 1988, os Armazéns Grandella reabriram ao público, após a sua reconstrução, em 1996, mas segundo um novo modelo de funcionamento, integrando grandes lojas. A sua fachada da Rua do Carmo conservou, no entanto, o famoso relógio monumental, as figuras da Verdade e do Comércio, assim como os medalhões esculpidos em cantaria. –––––––––––––––––––––––––––––––––––– À época da sua inauguração, abril de 1907, os Armazéns Grandella foram um exemplo de engenharia

Assim, nasceu o bairro Grandella. Este tem uma frente superior a 80m, virada para a Estrada de Benfica, com duas fachadas em forma de pórticos neoclássicos que rematam dois quarteirões com cerca de 90m de profundidade, hoje a Casa da Cidadania (a inaugurar brevemente) e o Forum Grandella. –––––––––––––––––––––––––––––––––––– A organização do bairro traduzia a posição dos moradores nas empresas, sendo as casas com entrada pelas ruas exteriores do bairro destinadas aos empregados das categorias mais baixas e as com acesso a partir da rua central destinadas aos das categorias mais elevadas. –––––––––––––––––––––––––––––––––––– Ainda que possa existir em alguns imoveis uma certa descaracterização face ao projeto inicial, tivemos a oportunidade de visitar uma des-

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| HISTÓRIA |

sas casas, um primeiro andar, na linha do meio, portanto uma casa de um eventual encarregado de secção. Entramos no r/c e deparou-se-nos uma porta à esquerda e uma escada estreita, em madeira, que subimos cautelosamente. No piso superior a porta abriu e ficámos diante de uma janela. A luz entrava e as sombras cruzavam-se de tal for-

rior a 1 m2. Quanto ás janelas, elas estão por todo o lado. Já rodámos 180º, e estamos perante uma outra divisão, a quarta, muito provavelmente outro quarto, pequeno, que não ultrapassa os 6 m2 (hoje ligado a outro espaço). Voltamos para trás e regressamos à entrada onde pela esquerda fomos diretamente para um pequeno quarto de uns 8m2 e

onde muito provavelmente no passado foi a salinha de visitas. A casa estava vista, é pequena, mas muito acolhedora. Funcional, revelou uma atenção para trabalhadores com dois (ou três) filhos. Foi uma visita fugaz que quase nos permitiu recuar cem anos, que nos fez sentir parte do universo Grandella.

ma que numa primeira espreitadela reparámos imediatamente que a casa está pejada de janelas, não há divisão que as não tenha, o que era raro para a época. Transitámos pela direita onde vimos uma pequena salinha (antes sala de jantar), talvez com cerca de 10 m2. Seguindo sempre pela direita ficamos logo a ver que a casa se desenvolvia á volta da escada que subimos. Primeiro uma porta que nos leva até às águas furtadas onde existe um quarto suficientemente espaçoso para ser o dos donos da casa. Rodando no sentido dos ponteiros do relógio vimos à esquerda outro quarto, hoje transformado em casa de banho, depois a cozinha com a sua chaminé clássica em pedra e azulejaria iconográfica. A um canto está uma máquina onde antes foi a casa de banho, talvez um espaço não supeS: www.jf-sdomingosbenfica.pt | F: www.facebook.com/jfsaodomingosbenfica |

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CARTÃO MAIS

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| CARTÃO MAIS |

MAIS VANTAGENS PARA SI Estar cada vez mais perto de si é o mote que a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica tem seguido e que procura aplicar sempre que interage com os fregueses. Agora, porque queremos estar ainda mais perto de si, criámos e desenvolvemos um Cartão Mais que tem por objetivo ligar ainda mais o comércio local aos fregueses, proporcionando mais clientes aos primeiros e consequentemente mais solvabilidade, e oferecendo vantagens aos fregueses e aos que por aqui trabalham, e que, inevitavelmente, acabam por fazer parte da comunidade local. Mas, ainda há terceiros a beneficiar.

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Nasce, então, o Cartão Mais São Domingos, um cartão de descontos e de vantagens, que se pretende que seja utilizado diariamente. E que será efetivamente solidário, uma vez que a Junta de Freguesia doará um valor a estabelecer a instituições locais carenciadas com atuação no âmbito da responsabilidade social. Para aderir ao Cartão Mais São Domingos basta preencher uma ficha, que lhe será enviada para casa ou para o local de trabalho, ou se preferir desloque-se à Junta de Freguesia e subscreva. Mas, atenção, os não residentes terão de o fazer através de solicitação da empresa onde trabalham. Depois de subscrito

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vai receber um cartão personalizado que deverá apresentar nos estabelecimentos aderentes, reconhecidos facilmente por um dístico especifico. Através de um portal temático, os fregueses terão acesso a informação sobre as lojas aderentes, às campanhas comerciais e aos descontos e vantagens proporcionadas. Este é sobretudo um cartão que o une ao comerciante, que o une a uma causa, que nos une a todos que, pela proximidade, queremos partilhar benefícios. Parece fácil. Vamos consumir por aqui e todos vamos ganhar! FEVEREIRO 2018 |JFSDB | P#9


PROGRAMA

DE ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE GRATUITO Junta Freguesia de SÃO DOMINGOS DE BENFICA Informações e inscrições na sua Junta de Freguesia t. 217 248 610 jf-sdomingosbenfica.pt

Centro Social Nossa Senhora do Rosário

FITNESS | 2ª feira 16h30 DANÇA | 4ª feira 16h30 PILATES | 6ª feira 16h30 Quinta da Alfarrobeira

FITNESS | 2ª feira 9h15 / 10h30 / 12h00 DANÇA | 3ª feira 9h15 / 10h30 / 12h00 PILATES | 6ª feira 9h15 / 10h30 / 12h00


MONTRAS DE NATAL 2017

MENOS GASTOS, MAIS SOCIAL.

MAIS ENCANTO E, OS VENCEDORES FORAM:

CATEGORIA “MONTRA DE DIA” Primeiro lugar Florista Que Bem Fica: 308 votos Segundo lugar Florista Bouquet: 260 votos Terceiro lugar Molduraria: 165 votos

CATEGORIA “MONTRA DE NOITE”

Encerrou no passado mês de janeiro a votação para o “Concurso Montras de Natal 2017” da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, com a votação a decorrer Online, via Facebook. Esta iniciativa, no âmbito do “projeto mais solidariedade no Natal com menos gastos” levou cabazes a famílias carenciadas, e registou elevados níveis de votação e participação - mais de 5000 votos online. Para além do interesse solidário pretendeu-se dinamizar o comércio

local da Freguesia de São Domingos de Benfica, tornando-o mais apelativo na época natalícia, e permitiu visualizar e votar diretamente numa das 58 montras que estiveram a concurso nas categorias de “Montras de Dia” e “Montras de Noite”. A votação do público, sempre soberana, recaiu para a “Florista Que Bem Fica” como a mais bela montra de dia, e para a “Salitre Fishing Shop” como a montra mais apreciada durante a noite.

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Primeiro lugar Salitre Fishing Shop: 636 votos Segundo lugar Florista Que Bem Fica: 511 votos Terceiro lugar Luz Café: 317 votos ––––––––––––––––––––––––––––––––––– A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica felicita os vencedores deste concurso bem como todos os estabelecimentos aderentes que, de uma forma impar e graças à sua dinâmica, tornaram São Domingos de Benfica uma Freguesia ainda mais atrativa e radiante durante toda a quadra natalícia. FEVEREIRO 2018 |JFSDB | P#11


ACADEMIA DE SÃO DOMINGOS

SAIR DE CASA E FAZER O IMPENSÁVEL, POR VEZES… Durante as festividades natalícias, os alunos e professores reuniram-se em convívio e partilha de ideias e saberes. Ao mesmo tempo que em termos de atividades extracurriculares realizadas neste trimestre foram realizadas incursões noutras culturas de que resultaram visitas à Mesquita de Lisboa e à Sinagoga de Lisboa. Numa perspetiva histórica e sob a temática dos Descobrimentos fomos ao Museu de Arte Antiga, e visitámos o Palácio Real de Mafra, no contexto dos 300 anos da sua construção. Do ponto de vista das letras o Instituto Cervantes foi o alvo.

A Academia de São Domingos cresce, saudavelmente. Começámos o ano com 18 disciplinas já vamos em 22 e estamos agora com 275 participantes. Trata-se de um crescimento sustentado, paulatino, que visa acompanhar as boas condições de oferta de professores/disciplinas e de instalações com o desejo de fazer mais e melhor de muitos cidadãos que, apesar de uma idade mais avançada, entendem, e bem, que podem continuar a aprender. Longe do fazer por fazer, o mais importante centra-se na capacidade de poder fazer bem às pessoas, que estas se sintam em casa ou numa casa que as apoia, que as ajude a ocupar os tempos (muitos) livres, e as leva a P#12 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

aprender com qualidade e saber. Para que se saiba, a oferta formativa é composta por: Alemão: Iniciação e Continuação; Inglês - Iniciação e Continuação; Espanhol: Iniciação e Continuação; Língua e Cultura Francesa; Mandarim; Cultura Italiana; História de Portugal: Iniciação e Continuação; História da Arquitetura e da Cidade Moderna; História das Religiões; Ciências da Terra; Informática: Iniciação e Continuação; Artes Decorativas; Atelier do Vidro;

Desenho e Pintura; Clube do Bem-estar; Clube de Leitura; Comunicação Emocional; Expressão Dramática; Pilates; Yoga; Bridge; Xadrez; Nunca será demais repetir que a Academia propõe-se ser um espaço de socialização, quebrando o isolamento e despertando interesses culturais, e onde os conhecimentos adquiridos são efetivamente valorizados.

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Num destes dias de azáfama da Academia, surpreendemos os alunos de bridge. Em duas mesas o Professor Pedro Durão acompanhava ora os alunos da classe de 2017 ora da de 2018. Sorridente e muito ativo Pedro Durão já leva muitos anos de bridge, gere o Centro de Bridge de Lisboa e, em determinada altura, pôs mãos à obra e começou a propor a realização de clubes de bridge em associações empresariais, juntas de freguesia e onde ele viu que havia gente com capacidade para continuar a “trabalhar a cabeça”, chegou mesmo a referir que esta Academia está ao nível da UITI que tem 700 alunos e um historial imenso de disciplinas, realçando a nossa capacidade organizativa e as instalações. Explicou que o bridge é ótimo para manter e até melhorar as performances da memória e da articulação do raciocínio, refere que alguns estudos apontam para movimentações na regressão das hipóteses de doenças do foro degenerativo, como o Alzheimer e outras, em mais de 30%. Os alunos, á volta dele só pararam á ordem e aperaltaram-se a dizer que, para além do jogo, onde a cumplicidade é fator determinante, há uma franca convivência. Maria Gomes Filipe acrescentou que para além do bridge, que está a gostar muito, a disciplina de Ciências da Terra é de um nível manifestamente superior e de muita qualidade. José Augusto Batista, acabado de se reformar e, por conseguinte, de chegar á Academia sente que o lugar é ótimo, realça a qualidade das instalações e gostava de ter “um cafezinho” por companhia. Não satisfeitos com a simpatia dos

interlocutores anteriores reparámos numa senhora mais jovem do que habitualmente vimos nestas paragens (assim pensámos). Interpelámos e descobrimos alguém com um gosto especial por aprender. Disse chamar-se Elsa Pereira, ter 48 anos e dois filhos (já crescidos). Geriatra de profissão, diz dispor do seu tempo, o que lhe agrada bastante. Por outro lado, afirma convictamente que o trabalho não é tudo na vida e essa é uma das principais razões porque é aluna da Academia de São Domingos. Até 2011 trabalhou como contabilista, depois veio a crise e “farta” do que tinha feito até então apontou agulhas para um contacto próximo com os mais velhos. A Elsa não encontrou, em Lisboa, outra academia que a aceitasse. Muito nova, foi sempre o argumento apresentado. Muito provavelmente, também, ao argumento inicial terão sido juntadas palavras como “não necessita” e “existem outras coisas para fazer”. Contudo a Elsa, que ainda se sente jovem, pensa que não, acha que tem sede de aprender e está pronta a lutar por fazer parte de uma academia. Apesar de não residir na freguesia veio bater à nossa porta e acolhemo-la como a qualquer outro: “quer aprender, pois que venha”. A aluna faz questão de mencionar a necessidade de poder proporcionar estes espaços a pessoas que, sendo novas e encontrando-se desempregadas, necessitam de ocupar o tempo de forma muito positiva. “São matérias com interesse” – remata. As suas opções recaíram inicialmente nas Artes Manuais e no Atelier do Vidro, e agora acrescentou a Pintura e Desenho e

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a História das Religiões. Por fim, conclui relembrando que o seu hobbie é aprender, sem esquecer o convívio, que também é importante e a fotografia, paixão que vem de longe. Podíamos passar o dia na Academia e colher depoimentos de professores e alunos e ficaríamos sempre com a ideia de que esta obra vale a pena, que estamos no bom caminho. Com mais de duas dezenas de professores e 275 alunos faríamos certamente um livro com histórias de vida, diversas, umas mais incríveis que outras, certamente cheias de aprendizagem. E, estávamos dando por terminada a nossa “intrusão” quando fomos abordados pelo professor Vitor Matos, arquiteto de profissão, e

que agora aos 69 anos se ocupa de ministrar as aulas de desenho e pintura, e que de imediato nos fez o seu pequeno apelo: “vejam o que estas pessoas já fazem em tão pouco tempo de aprendizagem”. Estavam 17 alunos, sentados numa sala, cuja luz não foi preparada para o efeito, com uma folha de papel A3 desenhando…. efeitos de luz. E, afirmando que para este ano estava mais que “cheio”, mas que para o ano vai procurar desdobrar e oferecer condições ímpares nesta aprendizagem. E, fez lembrar, que “é preciso mexer, sair da zona de conforto, da letargia e fazer algo que gostemos, talvez que nunca tenhamos pensado fazer”. FEVEREIRO 2018 |JFSDB | P#13


ANIVERSÁRIO

59º ANIVERSÁRIO DA CRIAÇÃO DA FREGUESIA São Domingos de Benfica assinalou no passado dia 7 de fevereiro, o 59º aniversário da criação da Freguesia com uma celebração litúrgica realizada na Igreja de Nª Srª do Rosário a que se seguiram dois concertos realizados pelos Coro Laudate e o novissimo Coro da Academia de São Domingos de Benfica, tendo o dia terminado com um convívio entre Executivo, Membros da Assembleia de Freguesia, Funcionários e Colaboradores, Fregueses e muitos convidados da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. Durante a intervenção que realizou, António Cardoso referiu ser este “um dia muito especial para todos nós aqui presentes, de um grande simbolismo. O Aniversário da nossa Freguesia” reiterando que “em dia de aniversário queremos reafirmar o nosso compromisso político de continuar a estar perto, muito perto dos nossos fregueses, de com eles firmar um contrato para a verdadeira melhoria da sua qualidade de vida”. P#14 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

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EDUCAÇÃO

CONCURSO DE PRESÉPIOS

Foram entregues os prémios daquela que foi a 5.ª edição do Concurso de Presépios promovido pela Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica este ano sob a premissa de “Um Menino Chamado Natal”. Os prémios, que consistiram em vales para utilizar em compras nas Livrarias Bertrand, foram entregues pelo Presidente e Vogais da Junta de Freguesia numa cerimónia que se realizou no Auditório do Jardim Zoológico à qual assistiram vários participan-

tes no concurso assim como muitas dezenas de Pais e Familiares que encheram por completo aquele espaço. A construção e montagem do Presépio de Natal é um dos rituais mais esperados e significativos desta época da Família e, nas Escolas de São Domingos de Benfica, daí a dinâmica que colocamos no evento. Este Concurso de Presépios, que tem ganho cada vez mais adeptos nas Escolas da Freguesia, e no qual toda

MANUAIS ESCOLARES GRATUITOS Os manuais escolares são parte essencial da aprendizagem das crianças e jovens durante o período da escolaridade obrigatória. No entanto, ao longo dos anos, têm representado um peso cada vez mais elevado na economia familiar dos cidadãos. É prioridade do Executivo Camarário a prevenção da exclusão social e do abandono escolar e a promoção do sucesso escolar e educativo,

de modo a que todos, independentemente das suas condições sociais, económicas, culturais e familiares, cumpram a escolaridade obrigatória e tenham possibilidade de concluir com sucesso o processo de ensino. Foi aprovada uma proposta em reunião de Câmara de 20 de dezembro de 2017, que torna gratuitos os manuais escolares para o 2º e 3º ciclos do Ensino Básico, das Escolas

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a comunidade pôde participar, permitiu dar asas à imaginação das nossas crianças o que se traduziu na criação de autênticas obras-primas. Durante a cerimónia, e para além de serem conhecidos os vencedores, tivemos ainda vários momentos músicais com atuações que não deixaram ninguém indiferente. Um agradecimento especial à Academia de Música Bloom por se ter associado a esta festa e pelas apresentações que nos trouxe.

Públicas de Lisboa, a partir do dia 02 de janeiro de 2018. Neste ano letivo serão abrangidas 22 mil crianças. No próximo ano, a medida será alargada ao 12ºano, cobrindo toda a escolaridade obrigatória.

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| EDUCAÇÃO |

CARNAVAL EM SÃO DOMINGOS

ANIMADO COMO SEMPRE O Carnaval é consequência de várias comemorações realizadas na Antiguidade por povos como os egípcios, hebreus, gregos e romanos. Esses festejos pagãos eram or-

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ganizados para celebrar grandes colheitas e principalmente louvar divindades. É provável que as mais importantes festas ancestrais do Carnaval tenham sido as “saturnais”,

realizadas na Roma antiga em exaltação a Saturno, deus da agricultura. Na época dessa celebração, as escolas fechavam, os escravos eram soltos e os romanos dançavam pelas ruas. Havia até mesmo uma espécie de carros alegóricos, relativamente semelhantes aos atuais. Neles seguiam homens e mulheres nus e eram chamados de carrum navalis, algo como “carro naval”, pois tinham formato semelhante a navios. Provavelmente vem daí a origem da palavra “carnaval”, mas também há que advogue que o termo vem da expressão latina carnem levare, que significa “retirar ou ficar livre da carne”. Na Idade Média, essas velhas festividades pagãs foram incorporadas

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| EDUCAÇÃO |

pela Igreja Católica, passando a marcar os últimos dias de “liberdade” antes das restrições impostas pela quaresma. Nesse período de penitência para os cristãos (durante os 40 dias antes da Páscoa), o consumo de carne era proibido. A variação da data do Carnaval no calendário se deve justamente à ligação direta com a Páscoa. Uma vez determinada a data do feriado cristão, basta retroceder 46 dias no calendário (40 da Quaresma mais seis da Semana Santa) para se chegar à Quarta-Feira de Cinzas. A comemoração do Carnaval adquiriu diferentes formas nos países católicos que mantiveram a celebração. Em Portugal, foi grande a influência do “entrudo”, uma “folia” onde eram comuns as brincadeiras com água. Nos primórdios do século 17, o Carnaval não tinha música nem dança, brincava-se o entrudo. É daí que veio o costume das

“guerras de água”. Mas a “artilharia” daqueles tempos muitas vezes era pesada, com direito não só a baldes e latas de água, como também a lama, laranjas, ovos, limões-de-cheiro, pequenas bolinhas de cera fina recheadas com água e outras substâncias. Outra tradição do Carnaval é o hábito de homens se vestirem com trajes femininos. Há registo disso no desfile de rua desde o início do século 20. “A explicação está na própria psicologia da festa, um espaço de inversão, em que se busca ser exatamente o que não se é no resto do ano”, No passado dia 9 de Fevereiro, sexta-feira que antecedeu o Carnaval, a tradição voltou a cumprir-se em São Domingos de Benfica e mais de 1000 crianças das escolas saíram à rua para participarem no Desfile de Carnaval Infantil 2018.

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Sob o mote “Eu Participo”, este mini-corso foi animado pelos pequenos foliões vestidos de todas as maneiras possíveis e imaginárias. Cor, música e alegria contagiaram o muito público que assistiu ao desfile nas ruas da Freguesia, apesar do mau tempo que se fez sentir. Refira-se que o Desfile de Carnaval Infantil tem constituído desde a sua génese uma das iniciativas com maior envolvimento, empenho e dedicação de toda a comunidade escolar, dos alunos aos professores, auxiliares e encarregados de educação. Graças à criatividade, imaginação e empenho de todos, este desfile apresentou uma vez mais uma enorme qualidade artística. Uma palavra especial para a Policia de Segurança Publica que garantiu as melhores condições de segurança a todos os participantes.

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ESPAÇO PÚBLICO

POR UMA FREGUESIA MELHOR MOBILIDADE E ACESSIBILIDADES Tendo como premissas a inclusão e a autonomia de todos dentro do espaço público existente, São Domingos de Benfica procura afirmar-se como uma freguesia francamente acessível e com melhores acessibilidades na perspetiva da qualidade da mobilidade. Assim, para além de 30 passadeiras já niveladas, dotámo-las de piso táctil e guias de encaminhamento. Destacamos as ruas João de Freitas Branco, Carlos Paggi, Major Neutel de Abreu, Padre Francisco Alvares, Professor Lima Bastos, Praça Nuno Rodrigues dos Santos.

REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO DO LARGO CONDE DE OTTOLINI Encontra-se concluída a empreitada de Requalificação do Espaço Público do Largo Conde de Ottolini, Rua Carlos Pereira e Rua Professor Mascarenhas de Melo. Esta intervenção prevê para além reperfilamento das vias de circulação automóvel, o ordenamento do estacionamento e melhoria das condições de mobilidade e acessibilidade pedonal. Serão criados cerca de mais 135 lugares de estacionamento regular, no total de 244 lugares de estacionamento.

REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO DA RUA ANTÓNIO SAÚDE E LARGO GENERAL SOUSA BRANDÃO

Encontra-se concluída a empreitada de requalificação do espaço público da Rua António Saúde e Largo General Sousa Brandão. Para além do reperfilamento das vias de circulação automóvel, será feito o ordenamento do estacionamento e consequentes melhorias das condições de mobilidade e acessibilidade pedonal. P#18 |JFSDB | FEVEREIRO 2017

As zonas verdes são também alvo de intervenção ao nível de novas plantações e redimensionamento e automatização do sistema de rega. Junto a estas zonas são criadas áreas de estadia, complementadas com mobiliário urbano adequado. Ao nível da iluminação, iremos ter equipamentos mais eficientes e com intensidades adequadas.

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| ESPAÇO PÚBLICO | INICIO DA REQUALIFICAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO DO TERRENO EXPECTANTE JUNTO AO BAIRRO D. LEONOR RUA DOS SOEIROS/RUA MATEUS VICENTE

O presente projeto de execução diz respeito à qualificação do terreno expectante junto ao Bairro D. Leonor, entre a rua dos Soeiros e a Rua Mateus Vicente. A zona de in-

tervenção apresenta uma área de 5.720,00 m2, e apresenta-se na atualidade sem qualquer caracterização urbanística especifica. Será criada uma bolsa de estacionamento com

cerca de 102 novos lugares, devidamente infra-estruturada com rede de drenagem e iluminação.

REQUALIFICAÇÃO DE ZONAS VERDES RUA XAVIER DE ARAÚJO – METRO DAS LARANJEIRAS

Foi recentemente realizada a requalificação das zonas ajardinadas na Rua Xavier de Araújo, que há muito se encontrava degradadas. Essas intervenções, para além de novas plantações, incluem novos sistemas de rega automáticos, tornando-os mais eficientes e permitindo a economia de recursos.

REPAVIMENTAÇÕES • Rua Barjona de Freitas • Rua António Albino Machado • Rua Lúcio de Azevedo

“PROJECTO UMA PRAÇA EM CADA BAIRRO” Conclusão da 1ª FASE do Projeto “Uma Praça em cada Bairro – Praça Marechal Humberto Delgado. Foi feito o parque de estacionamento subterrâneo e concluído a praça pedonal à superfície, faltando concluir a restante intervenção.

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MAIS DOIS NOVOS ECO-PONTOS São Domingos de Benfica conta com mais dois novos Eco-Pontos, um na Rua António Saúde e outro no bairro das Furnas. Nestes pontos específicos serão recebidos no Posto de Limpeza de São Domingos de Benfica os seguintes resíduos: • REE’s (resíduos eléctricos e eletrónicos que não excedam os 55 cm de comprimento em qualquer das suas dimensões), • Lâmpadas usadas não quebradas, • OAU’s (óleos alimentares usados em embalagem fechada), • Roupa usada para ser depositada no contentor da Sarah Trading, • Pilhas (até ser recolocado o pilhão no exterior do Posto de Limpeza).

FEVEREIRO 2017 |JFSDB | P#19


DESPORTO

UM CASO MUITO SÉRIO

O Presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, António Cardoso, acompanhado pelo Vogal do Desporto da JFSDB, Paulo Silva, e o Presidente da Direção do Clube de Futebol “Os Torpedos”, Augusto Cunha, celebraram no dia 22 de dezembro o protocolo que define os termos em que decorrerá a gestão e a utilização do Polidesportivo Salgueiro Maia. O documento estabelece também as condições de cedência daquele equipamento desportivo à instituição, uma verdadeira referência desportiva da nossa Freguesia e que conta já com 32 anos de atividades em prol da FreP#20 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

guesia e dos seus Fregueses. Parecem bélicos, mas não são. Os Torpedos são uma associação desportiva sui generis. Talvez todas as associações tenham na sua génese algo parecido, mas, depois, por circunstancias várias definham e desaparecem ou reconfiguram-se de forma diferente. Os Torpedos nasceram da carolice de meia dúzia de “rapazecos” que por ali viviam, e que por aí ficaram, num limbo de boas maneiras e melhor aprendizagem. E, talvez seja isso que faz diferença, para melhor, claro está. Imaginem, no seculo 21, dois dos “carolas” iniciais mantem a sede em casa da

mãe de um deles, papeis e fatiotas na mala do carro, e aí andam eles e as suas equipas de futsal, de pavilhão em pavilhão, com exceção para os treinos que ainda são feitos no alcatrão do Salgueiro Maia (Rua Sousa Loureiro) entre prédios e gemidos de dor e satisfação, porque as gentes que vivem nas envolventes também querem descansar. Para quem não sabe só se pode competir em pavilhão coberto, lei “xpto” da Federação da modalidade que, enaltecida com o desenvolvimento da mesma assim obriga. Os Torpedos, têm sede e estatutos, e há 32 anos que estão federados. Parti-

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| DESPORTO |

TORPEDOS

ciparam nos campeonatos distritais de futebol de 11, mas como não correu bem acabaram por ir para o campeonato de futebol de 5 da 2ª divisão da AFL. A convite, participaram ao lado do Estoril, Belenenses, e outros bem conhecidos até que chegaram à 1ª divisão. Nessa altura, começaram a fazer trabalho de escola e introduziram os escalões juvenis. E, não mais pararam. Até já tiveram escalões femininos, mas isso acabou por desaparecer. Hoje, vão dos infantis aos seniores, e, nos escalões mais baixos têm enviado muitos atletas para clubes ditos grandes. Quando aqui se instalaram, o Sal-

gueiro Maia recebia muitos clubes e era dificílimo conseguir horas para treinar. Hoje, são clientes únicos, mas como é impossível competir aqui, jogam em diferentes pavilhões, como o do Rego e o do Casal Vistoso. Gostavam de ter casa própria, quem não gosta, e até vêm o pavilhão do Delfim Santos como a casa “eleita” e, não fora os preços “plantavam-se” ali para todo o sempre. Imagine-se só precisam de uma hora diária e quatro horas por fim de semana. “Só conseguimos ter quantidade e qualidade de atletas porque os miúdos vêm da escola e ajudamos a prolongar a atividade desportiva com uma intervenção assente na qualidade do treino”. E fazem isto, ao frio e à chuva, com abnegação e muita força de vontade de todos. Mas, também, há uma lógica de missão e de muita amizade que se constrói com a honestidade de quem dá tudo o que tem para bem do próximo. Não há santos por aqui mas homens determinados. O Augusto Cunha, de 51 anos, passa metade do dia a vender automóveis e o Carlos Alves, de 51 anos (feitos neste dia de conversa) que é casado, que tem 3 filhos para cuidar e o nosso dinheirinho no banco para guardar, fazem questão em convidar todos os jovens, incluindo do sexo feminino, a virem treinar e jogar e a não se iludirem com os clubes de grande nome: “é importante para todos é trabalhar o corpo e fazer algo que gostamos, com quem gostamos” e claro, ajudar a moldar miúdos com uma boa formação e boas práticas de cidadania”. O trabalho

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com as escolas também é muito importante pois permite-nos chegar a um ponto de “realização”, pelo que estar nas escolas da freguesia em regime de Academia e ajudar os mais novos, mesmo com os que têm mais dificuldade, é um sonho que “gostávamos de realizar”. Por último resta acrescentar que os índices de “sobrevivência” estão aceitáveis. Vão a todas as realizações e procuram todos os apoios possíveis, e, uma vez que a inscrição e mensalidades são simbólicas, não é fácil pagar o que os pavilhões da freguesia “pedem”. Como imaginam, acresce o pagamento da água e da luz do Salgueiro Maia, bem como as habituais taxas de organização, o policiamento. Apesar de tudo, este ano foram “mimados” com um patrocínio, e os fatos de treino lá apareceram com Patinhas Mimadas a um canto. Os Torpedos são de facto um fenó-

meno de longevidade, de persistência no trabalho comunitário, no desejo de ajudar os outros, pelo que daqui vai um muito obrigado, de todos nós. FEVEREIRO 2018 |JFSDB | P#21


MUSEU DAS CRIANÇAS

EDUCAR A BRINCAR Carlota Lancastre apresenta-nos o museu da criança e faz um balanço da sua importância na vida das crianças

Bom dia. Estamos aqui com Carlota Lancastre, atual Diretora do Museu das Crianças. Pode nos falar sobre o inicio deste projeto? Olá! Obrigada pela oportunidade de divulgar o trabalho no Museu das Crianças, numa Junta de Freguesia tão dinâmica como a nossa! O Museu das Crianças é uma associação particular de utilidade pública que foi fundada no dia 5 de fevereiro de 1995, por Margarida Lancastre que tendo visto o conceito em Boston, nos Estados Unidos, criou um local, desenhado para P#22 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

crianças, que complementasse o ensino das escolas e que permitisse que estas apreendessem utilizando os cinco sentidos, despertando assim uma maior curiosidade na aprendizagem. O Museu das crianças começou no primeiro andar do Museu da Marinha, com a primeira exposição interativa chamada “Dentro de Mim há um Tesouro”. Esta exposição foi comprada ao Museu das crianças de Bruxelas, e teve um êxito espetacular, tendo sido visitado por mais de 45.000 crianças! Seguiram-se outras exposições, como o “Bom dia Medo”, “Os Cinco Sentidos” e o “Vermelho”, todas elas compradas ao Museu de Bruxelas. Entretanto a oferta lúdico-pedagógica infantil foi crescendo muito em Portugal, tendo

surgido muitos conceitos inovadores, e o Museu das crianças foi-se adaptando, tentando manter uma oferta diferenciadora e mágica para as crianças. Há 13 anos, o Museu saiu do Museu da Marinha e mudou-se para o Jardim Zoológico. Como surgiu a oportunidade de a Carlota ajudar a Margarida? Eu fiz a minha carreira na Grande Distribuição. Onde trabalhei como Gestora Comercial em empresas como Johnson’s Wax, Ferrero, Sonae e Lidl. Quando assumi uma nova função no LIDL, passado pouco tempo, apanhei um susto com um problema de saúde daqueles que nos tiram o sono há noite, durante vários dias...e como tinha duas filhas pequenas, obriguei-me a parar para me tratar

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e descansar. Foi nessa altura em que também Margarida teve um problema de saúde, e começou a afastar-se da gestão do Museu das Crianças. Eu comecei por ajudar, mas rapidamente me apaixonei por este projeto. Uma vez que o Museu estava a começar a perder notoriedade, comprar uma nova exposição estava fora de questão, pelo que comecei por desenhar esta exposição com base na primeira exposição do Museu e na Gestão de Talentos. E foi assim que surgiu “A Viagem ao Meu Futuro”, a primeira exposição desenhada de raiz em Portugal. O objetivo desta exposição é ajudar as crianças a identificarem os seus talentos, para poderem perceber que profissões estão associadas a que talento, embarcando numa viagem ao Futuro. Acreditamos que quando as crianças seguem uma área onde são naturalmente bons, poderão trabalhar com mais facilidade, e com mais paixão. A Ana Maria Caetana ajudou na parte pedagógica da nova exposição, e com seu espirito empreende-

dor e com o seu enorme coração, apoiou-me desde o inicio desta nova exposição! A Exposição está neste momento no terceiro ano, e pode ser visitada de várias formas: Por escolas, em grupos, com marcação prévia, que terá acompanhamento pelas 7 salas de monitores especializados; - Por famílias que nos podem visitar todos os dias de segunda a segunda, das 10.00 às 18.00; Por crianças que aqui escolham festejar o seu dia de anos, numa festa, que tem a duração de 3 horas e o acompanhamento de monitores durante

toda a visita ao Museu; Por crianças nos tempos livres das escolas, nas férias de Natal, Páscoa ou Verão! Além da exposição, que é a joia da coroa, temos ainda teatros, com a duração de cerca de uma hora, que são direcionados para escolas, para grupos, até 45 crianças, e que abordam temas importantes do plano curricular, de forma interativa divertida, como a Viagem ao Corpo Humano, a Fantástica Matemática, o Chefe Louis e a roda dos alimentos, a Ciência com balões, e que são postos em cena pelo fascinante Carlos Martins da Fonseca. Em janeiro, lançámos mais um projeto no Museu que se traduz num teatro interativo, com a duração de uma hora, sobre economia, para introduzir alguns conceitos a crianças entre 5 e os 13 anos, como mercado de trabalho, receitas, custos e poupança. Este curso é uma parceria com Lee Cockerell, ex. Vice-Presidente de Operações da Walt Disney Resort dos USA, uma vez que utiliza alguns dos inspiradores conceitos que Lee utiliza no seu livro “Magia, Estratégias de Liderança na Disney” da Casa das Letras. O curso intitula-se “A economia lá de casa” e está disponível para escolas, com marcação prévia. Gerir o Museu das Crianças significa tentar coordenar todos os detalhes, correr atrás de apoios, criar magia em cada visita, ver o resultado deste empenho tão trabalhoso em cada sorriso, em cada abraço das crianças que recebo, ou cada vez que vejo os olhos deles a

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brilharem quando saem do Museu das Crianças! Carlota, qual acha que é o impacto do Museu das Crianças na vida das crianças? Eu acredito que a vida, por vezes, pode ser muito difícil, e pode pregar-nos partidas...e acredito que quanto maior for a nossa capacidade de sonhar mais fácil será termos capacidade para ultrapassar momentos mais duros. Acredito que todas as crianças devem ter tempo para brincar, para estimular a sua criatividade e para sonhar, e se o Museu for um dos locais onde elas o possam fazer, tenho a esperança de estar a contruir uma geração mais feliz, lutadora e sonhadora, que fará com certeza um Mundo Melhor! Como alguém uma vez disse, “Se podes sonhá-lo, podes fazê-lo!”

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© Nuno Gomes

PERFIL O MEU PATRIMÓNIO: COM ELE SINTO-ME BEM AQUI.

PAULO COSTA.

NATURAL DE LISBOA. HOMEM DA CASA E MUSICO POR OPÇÃO DE VIDA, FOI FUNDADOR DOS

RITUAL TEJO A PENSAR NA SUA TERRA E NA PAIXÃO QUE TEM PELO PATRIMÓNIO LOCAL. A MEMÓRIA, A TRANQUILIDADE, AS ÁGUAS, OS VERDES E SEGURAMENTE A ARTE ESTÃO INTIMAMENTE LIGADOS ÀS SUAS VIVÊNCIAS, E FAZEM PARTE DO SEU PROJETO DE VIDA.

Estes perfis ou entrevistas com gentes da terra têm como objetivo único dar-nos a conhecer uns aos outros e, nesse sentido, diga-nos o que lhe diz São Domingos de Benfica, fale-nos um pouco das suas vivencias por aqui. Nasci e cresci por aqui. Tenho inúmeras memórias dos anos de infância, adolescência e juventude, sempre num prisma romântico de quem cresce despreocupado. A minha escola primária foi o Colégio Príncipe P#24 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

Carlos, paredes meias com o Jardim Zoológico, onde brinquei quase diariamente e ganhei respeito pela natureza, pelos animais. Brinquei nas ruínas do velho Thália, agora felizmente recuperado. Explorei a Mata de São Domingos onde subi árvores e esfolei joelhos. Vi os velhos elétricos a darem a volta no Largo Emídio da Silva. Conheci a estação da Cruz da Pedra e Sete Rios sem viadutos. Vi o Bairro das Furnas do Estado Novo e as barracas dos Altos dos Moinhos.

Convivi, namorei, cantei e toquei pelos jardins da Padre Francisco Álvares. Fiz amizades na Paróquia, onde comecei a cantar. Fiz algumas belíssimas festas de garagem por aqui... Excelentes memórias... O que acha que poderia melhorar por aqui? Bom... Em termos sociais as coisas têm tido bom rumo, mas quando se fala de património ainda há muito a fazer. Sou um apaixonado pela

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| PERFIL |

história, pelos palácios, pelas casas, pelas fontes, pelas pedras que aqui encerram histórias e vidas de outros tempos. Tem de se investir mais na reabilitação. Se pretendemos atrair o turista que visita a cidade há que melhorar o que queremos mostrar-lhe. Por exemplo, o Chafariz de Santo António da Convalescença tem que ser intervencionado por especialistas, é um contrassenso iluminá-lo se é para o mostrar degradado. Apesar de ser privado, há também que recuperar o antigo Convento, que mantém um conjunto de azulejaria único no país e se encontra ao total abandono. Muito tem sido feito, e bem, na reestruturação das ruas, das praças, dos passeios, do mobiliário urbano. Há que dar continuidade a esse bom trabalho. Devia animar-se o parque das merendas do Calhau. Seria importante também terminar a recuperação do Parque Bensaúde, para que os visitantes se sintam finalmente seguros e cómodos. As pessoas, acima de tudo, têm de se sentir bem nos locais públicos. Que lhe diz o Tejo? O Tejo é calma, muita calma. Também é inspiração. Sou um visitante assíduo das suas margens alfacinhas, onde recarrego de boas energias. Essa vivencia teve um peso enorme no nome da banda que então criámos. Essa ligação, honesta, era ponto comum a todos os elementos da banda. No fim de contas a cidade nasceu do rio e sente-se bem virada para ele.

O meu ultimo projeto ativo foi o Ar de Rock que era uma espécie de “Resistência elétrica”. Fizemos dois discos e algumas dezenas de espetáculos. Neste momento dedico-me mais ao Dj’ing.

nho com dois amigos uma rádio online, a AORockRadio (AOR/Melodic Rock/Hard Rock). Nunca deixei de ir a festivais e ouço muita música nova pelo que também gosto de música eletrónica e me mantenho atualizado.

© Nuno Gomes

Que mais gosta de fazer? Para além da música existe alguma outra atração? Para além da música gosto de me dedicar ao património, à sua observação e ao seu estudo. Gosto de arqueologia, historia e olisipografia. O modelismo é o meu hobby mais antigo.

Por onde pensa andar nos próximos 10 anos? Isso tem muito que se lhe diga. Até esta conversa está de certa forma também a ser um ponto de arranque. Sinto que estou a “nascer outra vez”. Vou certamente continuar ligado á música. Tenho algum trabalho músical na gaveta que pretendo reabilitar, algo que decidi não editar em tempos de crise. Para além disso acho que vou voltar a pegar nos lápis e nos pincéis. E fazer de “olheiro” do património local (risos).

Por onde tem andado nos últimos 5 anos?

Preferências músicais? Rock, rock e rock. Velho e novo. Te-

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Agora, sobre os Ritual Tejo, que pensa de fazerem uma música que falasse dos nossos palácios, ou das vidas do Califa, sobre um outro ponto que vos diga algo aqui na freguesia? Voltar a encontrarmo-nos parece, por agora, estar fora de questão. Já voltámos a reunir-nos em 2006 e depois disso não voltámos a tocar juntos. De qualquer forma apenas dois de nós éramos da freguesia, eu e o Quim Zé (baterista). Quem sabe se um dia podemos maturar essa ideia e avançar. Se isso acontecer vocês irão saber em primeira mão.

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COMÉRCIO AQUI

A CASA DA PINTURA A Ana Maria Ferreira Mendes é uma mulher de germânicas, mas quis a vida e a família que se interessasse por arte e pelas coisas que a fazem surgir, os papeis, as telas, os pinceis, as tintas. A Ana Maria fez-se sócia da Papelaria Simões já lá vão muitos anos. A

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Papelaria Simões, a mais antiga da cidade de Setúbal, com mais de 90 anos de existência, era uma boa escola, uma mais valia na aprendizagem do negócio e sobretudo uma lição de vida. Aqui na freguesia, há mais de 40 anos, tem procurado ajudar as pessoas a

iniciarem-se no desenho e na pintura: as belas artes. Ensina a pintar e até a restaurar, sempre a “custo zero”. Para a Ana Maria o importante é dar confiança e ajudar a autoestima das pessoas levando-as a experiências no âmbito das belas artes. As cores atraem e quem passa sempre fica.

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| COMÉRCIO AQUI |

GRANEL

Quando se passa junto à montra sente algo estranho e torna-se impossível não olhar. É certo que não passa despercebida esta loja de produtos naturais cujas compras se fazem a granel, como o nome diz e se pôde constatar. Pois há mais de 5 anos que Cátia Carvalho, mãe de 3 filhos, e proprietária de uma cadela que, segundo a mesma, lhe dá mais trabalho que toda a família, tem uma especial preocupação com a alimentação saudável. Com o marido, iniciou este projeto aqui na freguesia porque aqui gosta de estar e sente que os locais são pessoas com um nível cultural elevado e uma compreensão do fenómeno acima da média. Abriu esta loja em dezembro de 2017 e diz que veio para ficar. Orgulha-se de não ter um plástico dentro da loja, e cita Obama para nos convencer a mudar: “Nada mudará se esperarmos por outra pessoa ou outra altura. Nós somos aqueles por quem temos esperado. Nós somos a mudança que procuramos.” Por fim, explicou-nos que comprar a granel leva-nos a conhecer os nossos hábitos de consumo e permite-nos comprar a quantidade adequada ás nossas necessidades, reduzindo o desperdício. E rematou, “a granel pode comprar-se exatamente o que se precisa”.

HORÁRIO: dias úteis das 10h às 20h Sábados das 10h às 18h CONTACTO: 21 017 48 19 E-MAIL: info@hashtaggranel.pt; MORADA: Estrada de Benfica nº 451A

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| COMÉRCIO AQUI: PEIXARIAS |

FLOR DO MAR FLOAREA ARGANI, RUA FRANCISCO PEREIRA DE SOUSA, 2 Mas que grande peixeira. Alta, atlética e com uma boa disposição que enche os 6 m2 da peixaria por completo. Rir mesmo a escamar ou escamar sempre a rir, como se queira, Floarea afiança que o peixe é sempre fresco, do melhor. O peixe pode ser amanhado, conforme a preferência do cliente que desde 2015 ali vai ou encomenda. Quando terminávamos este pequeno apontamento o telefone tocou. Florea, sempre entre risos e sorrisos lá, levantou uma truta “valente” e despediu-se porque o trabalho aperta. Estão abertos das 8 h às 13:30 h., mas a partir de março estendem o horário pela tarde, até que o sol se ponha.

PEIXARIA DO SENHOR DOMINGOS DOMINGOS SILVA LOPES ESTRADA DE BENFICA, 274 Há 42 anos no local, sempre a vender peixe. Peixe fresco como recorda vezes sem conta. Diz-se cansado e quase de partida. Por lá não havia de muitas espécies, mas pareciam tão frescos que apetecia comer logo ali. Enquanto falávamos atendeu uma chamada e outra e sempre foi dizendo “clientes antigos e fiéis” ou “gente que gosta de peixe como deve de ser”. Entra uma freguesa e outra, e depois outra. Sai choco com tinta, cachucho e umas douradas que se estavam a rir quando pescadas. A tinta do Choco deixava a impressão de com ela poder escrever estas linhas, a cor do cachucho refletiu-se no corado da senhora do lado e prateado da dourada brilhava tanto que nos entreolhámos e sorrimos. P#28 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

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| COMÉRCIO AQUI: SAPATEIROS |

UMA PROFISSÃO EM EXTINÇÃO, MAS QUE TENTA RESISTIR AO TEMPO Em Portugal, remontando aos tempos medievais, o ofício de sapateiro aparece sempre mencionado junto dos curtidores ou da arte de courama. Foram os mouros que introduziram na Península esses ofícios e a primeira notícia conhecida data de 1253. Por esta época os sapateiros eram também conhecidos como borzeguineiros. O sapateiro é uma das profissões antigas que conseguiu evoluir com os tempos, apesar de muitos terem desaparecido com o alargamento da indústria do calçado e a compra dos sapatos no sistema de pronto a vestir. Assim, o sapateiro atual deixou de ter a função de fabricar o calçado mantendo-se somente como reparador de sapatos e botas em pequenas oficinas. A clássica oficina de sapateiro, com a sua mesa de trabalho e a sua caixa de ferramentas desapareceu com a chegada das máquinas, com a Revolução Industrial. A profissão de sapateiro tem uma certa conotação poética, a partir do momento em que a aparente efemeridade de uma profissão que parecia, à partida, ameaçada pelo progresso tecnológico e pelo poderoso braço de ferro entre os diferentes agentes económicos, persiste orgulhosamente como o pinheiro solitário na encosta de uma montanha.

SALTO RÁPIDO

MARIA DO CÉU PRIM

De sol a sol, Norberto faz de tudo, meias solas, capas, coser, uma chave, uma mala, qualquer coisa que meta pele é trabalho para ele. É assim, há 10 anos na freguesia, Norberto tem clientes antigos que vêm de outros lados para uma terapia de calcantes, e apenas se queixa do facto dos chineses terem introduzido no mercado sapatos de muito má qualidade, “daqueles que se usam umas poucas vezes e se deitam fora”. MORADA: Estrada de Benfica, 244

A sapataria da Galeria arranja e vende sapatos, especialmente de senhora. Nas Galerias Atlanta Park, junto à Loja do Cidadão, às Laranjeiras fomos encontrar Maria do Céu Prim e o seu funcionário, bem empenhados na missão de bem tratar de todos nós. Ele batendo solas, mudando capas, ela mais virada para assuntos comerciais. Quisemos saber se havia muitos clientes, como ia o negócio? E entre o “vento em popa” e o “péssimo”, Maria do Céu encontrou um lugar onde ajeitou a sua observação, ou seja, “vai dando”, mas, e porque há sempre um, mas, logo adiantou que gostaria que acabassem com os “terroristas” da EMEL que, segundo ela, atuam de forma persecutória, sem apelo nem agravo, afastam clientes e dificultam fornecedores. Sem que deixasse de dar alguns elogios à atuação da Junta de Freguesia no que respeita a estacionamento, atacou sobre o lixo e pergunta porque não é o mesmo recolhido todos os dias – “olhe que no verão é um cheiro imundo”. Ainda que tentássemos não conseguimos mais falar sobre a atividade do sapateiro, ali parece consolidada. MORADA: Rua Abranches Ferrão – Galerias Atlanta Park

Norberto dos Santos já ouviu bem, mas uma queda retirou-lhe parte da capacidade de comunicação. Será isso muito importante? Claro que é, mas Norberto é de uma simpatia tão grande que olhar para ele basta para nos sentirmos seguros e entregarmos os nossos pés de caminhantes às solas da vida.

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FEVEREIRO 2018 |JFSDB | P#29


ROTEIRO GASTRONÓMICO

DOM SABOR Luís Paulo há muito que tinha em mente fazer uma casa assim, bonita, simples, que servisse coisas boas, diferentes, de manhã, ao almoço (snacks) ou a meio da tarde. Arranjado com gosto, modernaço, esta pequena casa de sabores, ao som de um smooth ajustado, começa por oferecer simpatia. A especialidade são os scones pelas 17 h. , mas o licor do Eduardino (1,€) pleno de ervas aromáticas, maçã, laranja e anis não deve nada à ginja. A esplanada, vegetativa, com as suas cadeiras de metal e tampos de cortiço para um “tutu” mais quentinho, é o cartão de visita exterior, de um promissor tasting de sabores. WIFI / MB / VISA: Sim ESPLANADA: Sim

ESCADINHAS DA CRUZ DE PEDRA

ADEGA DE SÃO DOMINGOS

A Sónia é boa mulher, mãe de filhos, mas não quer ser fotografada. Basta-lhe servir com um sorriso que a todos encanta. E não é modesta, pois perante o atrevimento do fotografo atacou, e perentoriamente afirmando mais não disse do que “o restaurante não é meu, é dos meus pais, eles é que sabem disto melhor que ninguém”. Pois, aqui se servem especialidades raras que levam à casa apreciadores de boa cepa e esclavagistas de estômagos famintos.

Adega antiga, este restaurante dispõe de duas pequenas salas, mas com lotação para 40 pessoas convém aparecer cedo. Há comida portuguesa bem confecionada (coelho à caçadora ou feijoada à transmontana, por exemplo), grelhados em carvão, seja peixe ou carne. As sobremesas da casa são uma referência O serviço tem aquele toque familiar! Disponível para almoços e jantares.

WIFI / MB / VISA: Sim WIFI: Sim ESPECIALIDADES • Arroz de Lampreia (à época) • Cozido á Portuguesa (2ª feira) • Sopa de Cação (4ª feira) • Sopa da Pedra (5ª feira) • Polvo á Lagareiro (sábado)

ESPECIALIDADES • Grelhados no carvão • Sobremesas caseiras CUSTO MÉDIO: 8/10€ por pessoa

CUSTO MÉDIO: 6€ por pessoa CUSTO MÉDIO: 7€ por pessoa HORÁRIO: 8h / 19h Encerra ao domingo

HORÁRIO: 8h / 21h Encerra ao domingo

HORÁRIO: 8h / 22h Encerra ao domingo TELEFONE: 21 726 68 11

TELEFONE: 21 240 41 08 TELEFONE: 21 778 03 86 MORADA: Estrada de Benfica, 182C

MORADA: Rua de S. Domingos de Benfica, 1

MORADA: R. Cândido Figueiredo, 57

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| ROTEIRO GASTRONÓMICO |

MAIS SABORES DA FREGUESIA

BOTEQUIM

O GRELHADOR -MOR

BELMAR

O Botequim está ali, no R/Ch de um prédio de habitação. Parece perdido, mas não está. Ele convida-nos a entrar. Com nova gerência desde julho passado, este restaurante, cuja entrada florida nos encantou, para além dos pratos típicos de carne e peixe, tem á disposição algumas especialidades pouco vistas por estas bandas. A experimentar.

Se não foi ao Brasil então passe neste restaurante. A Tânia, de olhos amendoados e pronuncia despronunciada recebe com a simpatia franca das gentes do sul, de Paraná e de Santa Catarina. Depois, é deixar-se tentar pelo peixe do mar e pelas carnes típicas.

Meu coração é como peixe cego Meu coração é como um peixe cego, Só o calor das águas o orienta, E por isso me arrasta aonde me nego, De puros impossíveis me sustenta (V. Nemésio) Que a brisa do mar nos acalme, porque aqui há peixe bem fresquinho …. E cheio de amor.

WIFI / MB / VISA: Sim

WIFI / MB / VISA: Sim ESPECIALIDADES • Tábua Gaúcha • Feijoada Brasileira (aos sábados)

CUSTO MÉDIO: 10€ por pessoa CUSTO MÉDIO: 7€ por pessoa HORÁRIO: todos os dias 8h / 21h TELEFONE: 21 198 33 80 91 891 83 85

HORÁRIO: 9h / 22h Encerra ao domingo

ESPECIALIDADES • Arroz de Pato (quinta) • Bacalhau com natas (terça) CUSTO MÉDIO: 9€ por pessoa Tb tem menus de grupos

TELEFONE: 21 606 73 73 MORADA: Rua Padre Francisco Alvares, 10A

HORÁRIO: todos dias 10h / 23:30h MORADA: Rua Padre Francisco Álvares, 3

TELEFONE: 21 778 16 06 MORADA: Estrada de Benfica, 327A

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FEVEREIRO 2018 |JFSDB | P#31


| À VOLTA DE SÃO DOMINGOS |

AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES Não esquecendo que os nossos fregueses são cidadãos de Lisboa e que por cá gostam de vaguear, pensámos em algumas sugestões para um destes fins de semana. Por agora, passeamos no magnífico Aqueduto das Águas Livres.

Mandado construir no reinado de D. João V, o Aqueduto das Águas Livres, foi uma obra poderosa que visava abastecer de água a cidade de Lisboa. Assim, entre 1731 e 1799, captou-se água das nascentes da bacia hidrográfica da serra de Sintra, na zona de Belas, a noroeste de Lisboa e, através de um vasto sistema de transporte de água, por via gravítica, levou-se a água a cerca de 30 chafarizes da capital. Foi classificado como Monumento Nacional em 1910 sendo considerado uma obra notável da engenharia hidráulica. O seu trajeto inicial coincidia, em linhas gerais, com o percurso do antigo aqueduto romano, e a sua construção só foi possível graças a um P#32 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

imposto denominado Real de Água, lançado sobre bens essenciais como o azeite, o vinho e a carne. O sistema, que resistiu ao terramoto de 1755, é composto por um troço principal de 14 km de extensão, com início na Mãe de Água Velha, em Belas, e final no reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, em Lisboa. Pelo caminho existem vários troços secundários destinados a transportar a água de cerca de 60 nascentes. No total, o sistema do Aqueduto das Águas Livres, dentro e fora de Lisboa, atingia cerca de 58 km de extensão em meados do século XIX, tendo as suas águas deixado de ser aproveitadas para consumo humano a partir da década de 60, do século XX.

A extraordinária arcaria do vale de Alcântara, numa extensão de 941m, é composta por 35 arcos, incluindo, entre estes, o maior arco em ogiva, em pedra, do mundo, com 65,29 m de altura e 28,86 m de largura. O Museu da Água promove e dinamiza visitas livres e guiadas à arcaria do vale de Alcântara (Calçada da Quintinha,6). A entrada é gratuita aos sábados e domingos, e sempre para os menores de 13 anos. O Museu tem visitas livres entre as 10 e as 17:30 horas e guiadas às 11 horas (marcações: 21 810 02 15). Entretanto, está fechado às segundas e feriados. A não perder!

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CALHAU Perguntar e responder faz parte da missão que nos cabe. Saber escutar e saber fazer são pergaminhos do bom autarca. É por aqui que vamos. E, foi por essa razão que criámos esta rubrica, para saber o que as pessoas pensam e dizem do local onde vivem seja, em tempo útil, escutado por quem de direito, e que estes possam ter ideias e soluções e procurem responder a problemas, sempre que estes estejam ao seu alcance, e sabemos que nem todos estão. Porque é importante saber mais, oferecer mais e melhor. Seguimos juntos e temos uma missão: dar o que é possível e partilhar com uns e outros. Mas, sobretudo estar consigo por São Domingos. Questões às gentes do Calhau: • O que mais viu mudado por aqui nos últimos anos? • De forma geral o que acha prioritário fazer neste local? • E pessoalmente o que mais lhe agradaria alterar à porta de casa? • Em termos de compatibilidade e agradabilidade com o local onde vive, pode classifica-lo, numa tabela de 1 a 5, em que um significa “mau” e 5 significa “muito bom”?

MARIA ESTELA CAMPOS

MARIA DO CÉU GONÇALVES

CELESTINO VIEIRA

Não encontra grandes melhorias, especialmente porque continua a não haver uma mercearia, qualquer coisa onde possa comprar o mínimo do necessário. Segundo a própria, até mesmo para beber um café é preciso sair daqui. Outra das queixas recai sobre o posto de saúde. Para a Maria Estela, era bom que viessem carrinhas itinerantes, do peixe, da carne, do pão, e outras. Vive aqui há 46 anos e gosta muito do local, definindo-o como um local de muita paz. Apostaria num 5 para definir a sua preferência pelo local.

Entende que o Calhau está muito abandonado - somos quase todos pessoas de muita idade e nem um posto médico temos. Necessitamos de mais cuidados que os mais novos, é lógico. Por outro lado, refere que falta alguma segurança na ponte, onde por vezes há assaltos. Para fazer face à solidão local, no seu entender, deveriam ter fundido a Associação de moradores com a coletividade, e assim terem alguma animação. E acrescenta, “isto é um bairro que é mais uma aldeia e quando alguém necessita de algo temos de nos acudir uns aos outros” e remata “gosto de aqui viver, mas tudo seria melhor se aqui existisse algum comércio, quem sabe se até com uma ou duas feiras mensais, um quiosque colocado e concessionado, a vida aqui não seria melhor?”.

O senhor Celestino acha que por aqui faz-se o que se pode. Gostava que a câmara reparasse mais neste bairro e nos seus residentes e assumisse a colocação de um espaço comercial. No seu entender, seria uma parceria publica privada com os olhos posto na população idosa que, apesar de estar a viver em Lisboa, se encontra isolada. Neste canto da cidade, que “me parece lindo, na maior parte dos dias é como viver num cemitério”. Queixa, como todos, de nada haver, uma mercearia, um café, literalmente nada, e lá vai puxando e suspirando por uma “feirinha” mesmo que pontual. Um 4 que poderia ser um 5 por pouco mais.

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ANDANDO POR AÍ JOANA PESTANA LAGES, 38 ANOS. INVESTIGADORA. A Joana vive na freguesia há cerca de um ano e faz a sua vida um pouco por aqui. Mudou para cá para ficar mais perto da escola dos filhos. Nasceu na “linha” e aos 9 anos veio para Lisboa. É aqui que se sente bem e deixou Campolide sem grande saudade. Aqui a vida de bairro “é mais forte, sente-se outro dinamismo, vê-se mais pessoas na rua e há muito comércio local”, adiantou. E, acrescenta que “e tudo muito plano o que me ajuda bastante com filhos pequenos”. Considera que faltam ciclovias e que é necessário explorar mais a proximidade com Monsanto.

JOÃO AZEVEDO, 57 ANOS. TAXISTA. Este “corredor” mora na Amadora, mas trabalha aqui, aliás “por aqui”. Na praça, perto do Califa, tem sempre “gente simpática com exceção para uma pessoa muito bruta, agressiva e que não nos compreende”, e cujo nome não revelou. Não fosse isso e o João considerava o local como “perfeito”. E prosseguiu: “já aqui paro há ano e meio e gosto. Trabalho não falta”. Ainda que consuma pouco na freguesia não deixou de mencionar que está muito bem servida de comércio e de boas estradas.

MARCO GOMES, 23 ANOS. COMERCIAL. Trabalha um pouco por toda a cidade, sobretudo “lá mais para baixo”, pelo que fomos encontra-lo aqui mais por acaso. Tinha estacionado a viatura sem ter necessidade de pagar e estava contente por isso. Sensível à problemática do estacionamento, percebemos o sentimento quanto à EMEL quando nos disse que “ainda bem que esse cancro não chegou aqui, mais do que ordenar e regular o estacionamento, estão para sacar”. Não era nossa intenção rebater e mudámos de assunto, mas o Marco disparou: “as casas aqui têm um preço muito elevado e não sei se alguma vez chego lá…”. Era tempo de partir e com alguma crispação o nosso entrevistado rematou dizendo “deixe lá, não é nada consigo”. servida de comércio e de boas estradas.

DANIEL GONÇALVES, 24 ANOS. REPOSITOR NUMA GRANDE SUPERFÍCIE COMERCIAL. Raramente passa por aqui, e estando de certa forma de acordo com o seu amigo Marco, acha que o local tem muito e bom comércio, pelo que promete voltar com mais consistência. Em jeito de despedida, o Daniel acrescentou o desejo de ver passeios mais largos no futuro.

LURDES GOMES SOARES, 91 ANOS. REFORMADA Nascida em Estremoz, já por aqui vive há mais de 70 anos. O Filho nasceu no Calhariz e netos já são 15. Ainda se lembra de alguma lavoura que por aqui havia. Vem muito para estes lados, umas vezes ao médico, outras para visitar amigas e amigos e tomar um café. Lembra-se de muitos desses amigos viverem em vivendas que hoje dão lugar a prédios altíssimos. Tudo está muito mudado para Lurdes, mas gosta de vir. É mais limpo que muitos outros sítios.

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CALERUEGA

TERRA NATAL DE SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO

No número anterior demos inicio à rubrica “Quem é Quem?” E, começamos muito naturalmente por apresentar São Domingos de Gusmão. Hoje, debrucemo-nos por Caleruega a sua terra natal.

As origens de Caleruega remontam ao início de Castela, no século X, durante o período denominado por a Reconquista. É fundada como uma cidade murada com três portões e cuja aldeia foi agrupada em torno da torre dos Guzmanes e da casa do Senhor da cidade. Das origens da cidade de Caleruega são preservados vários testemunhos, tais como o Torreón de los Guzmanes e a paróquia românica de San Sebastián, onde a torre e o arco de entrada permanecem, ainda originais. Em 1068, o Rei Alfonso VI, o Bravo, criou o Señorío de Caleruega, sendo Don Munio Díaz de Caleruega o seu primeiro dono. No entanto, após a morte sem prole do irmão de São Domingo de Guzmán, o Venerável Antonio de Guzmán, V Señor de la Villa, o Rei Alfonso X, el Sabio, concedeu a Caleruega um titulo privilegiado o de Real Mosteiro. Nessa época, Rodrigo Díaz de Vivar também chamado de El Cid Campeador foi figura proeminente na região por ter sido um nobre guerreiro castelhano que, numa época em que a Hispânia estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros, terá ajudado a expulsar estes últimos das terras de Caleruega. Conta-se que na Peña de San Jorge, uma das montanhas de Caleruega, havia muitas cavernas e, de acordo com a lenda popular, era o local onde os mouros se refugiavam para, quando achavam oportuno, atacarem a cidade. Quando o Cid chegou, a cidade escondida e assustada na Torre dos Guzmanes saiu para a batalha e conseguiu expulsa-los definitivamente. No século XII, a 24 de junho de 1170 nasceu Domingos de Guzman, que foi frade e santo católico fundador P#36 |JFSDB |FEVEREIRO 2018

da Ordem dos Pregadores, cujos membros são conhecidos como dominicanos. Domingos, que teve desde cedo inclinação para a vida religiosa, vai em 1189 estudar para Palência, tornando-se, após a conclusão dos estudos, em 1196, membro do cabido da sua diocese natal, Osma. Em 1203, o rei de Castela solicita ao bispo de Osma que este fosse negociar e trazer uma princesa da Dinamarca para se tornar esposa do seu filho, tendo Domingos sido seu companheiro de viagem. Durante a viagem, Domingos ficou para sempre impressionado com o desconhecimento da doutrina cristã especialmente dos povos do norte da Europa, pelo que se lhe tornou evidente a necessidade de os evangelizar. Domingos não mais parou e tornou-se num pregador com muitos seguidores, e com a bênção papal, cria a sua própria comunidade. Nessa época envia irmãos pregadores para Inglaterra, Escandinávia, Polónia, Hungria e Alemanha. Completamente desgastado pelo esforço e dedicação religiosa, morre em 6 de agosto, em Bolonha, e é canonizado em 1234. No século XIII, após a canonização de Santo Domingo, seu irmão, o Beato Manés, promove a construção de uma capela no seu local de nascimento. Mais tarde, em 1266, o Rei Alfonso X, o Sábio, transformou a mansão dos Guzmanes numa igreja do mosteiro para a qual se mudou a comunidade de freiras dominicanas de San Esteban de Gormaz. No século XVI, sobre a iniciativa e o projeto dos

dominicanos mexicanos, a igreja original do Beato Manés foi substituída por uma mais ampla. Caleruega nasceu como um centro urbano moderno. Inicialmente a propriedade da terra estava em mãos dominicanas que ocupavam o senhorio da cidade, e, por ordem da rainha Elizabeth II em 1868, foi retirado o título ao Mosteiro Real, tendo sido a última Dama de Caleruega a Sra. Casilda Arroyuelo. Desde então, Caleruega cresceu de forma constante, sem grandes alterações demográficas, até chegar a mil habitantes na década de 1950. Em 1952, Caleruega recebeu um novo incremento dominicano com o patrocínio do padre general Manuel Suárez e do Pe. Venâncio Carro. Naquele ano começa a construção do Convento do PP. Dominicanos, que se junta a todo o mosteiro das freiras e faz de Caleruega uma das principais referências da ordem dominicana no mundo. A partir da década de 1960, Caleruega sofreu as consequências do êxodo do campo castelhano, principalmente para Madrid, Burgos, Barcelona e Aranda de Duero. Algum dinamismo económico da década de 1990, juntamente com a recuperação do patrimônio coletivo histórico e social, a chegada de novos trabalhadores imigrantes, projetos de turismo rural e a sua situação em uma área de inegável valor histórico, artístico, natural e ecológico, abriram novos horizontes para Caleruega no século XXI. Atualmente a vila está enquadrada na categoria de “cidades únicas” de Espanha.

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VIAGEM

Espanha

AGOSTO CULTURAL

2018

CALERUEGA

BURGOS 7|12 AGOSTO BILBAO OVIEDO SANTIAGO DE COMPOSTELA

Viagem Anual da JUNTA DE FREGUESIA de SÃO DOMINGOS DE BENFICA a CALERUEGA, terra natal de

SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO

DURANTE AS FESTIVIDADES EM HONRA DO SANTO

Visita a uma das mais belas vilas de Espanha, à Catedral de Burgos, Museu Guggenheim, Costa Cantábria e Astúrias, Santiago de Compostela.

VIAGEM DE 6 DIAS

Autocarro, hotéis, transfers, entradas em monumentos e guias previamente reservados. Até 19 pessoas o valor é 510 €, de 20 a 49 pessoas o valor é 460 € Possibilidade de pagamento faseado. PARA MAIS INFORMAÇÕES

Contacte a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica Rua António Saúde, 11-13 | 1500-048 LISBOA | Tel 21 724 86 10 ou através do email: ana.rebelo@jf-sdomingosbenfica.pt


| QUEM É QUEM |

OS FISCAIS

DA JUNTA DE FREGUESIA A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica tem dois fiscais, por assim dizer, pessoas que estão incumbidas de verificar os licenciamentos, de um modo geral, mas também de eventuais problemas nas calçadas, falta de pintura nas passadeiras, sinais derrubados ou em estado inadequado, pilaretes em falta ou por qualquer razão dobrados, asfalto estragado, tampas

guesia ou da Câmara Municipal de Lisboa, até porque nem tudo é da competência de um só. Ricardo Ramos e Francisco Silva são alguns dos “grandes olhos” das entidades publicas já mencionadas. São portadores de uma missão que não é fácil: saber ouvir, ver e transmitir bem. Naturalmente esta missão dos fiscais da Junta entronca com as necessárias abordagens que de-

de esgoto ou outras degradadas ou em situação perigosa, sarjetas entupidas, verificando se há lixos espalhados, reportando existência de monos na via pública, entre outras situações possíveis e desejáveis de ser reportadas aos departamentos competentes, seja da Junta de Fre-

vem ser feitas aos fregueses sobre os problemas que os mesmos sentem no dia-a-dia em todas as áreas, que vão da higiene urbana até à própria comunicação. E são eles os principais a fazer essa “ponte” que ajuda a ter melhor qualidade de vida, na procura de uma vida mais feliz.

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O Ricardo Ramos, Eng.º Técnico de formação, nasceu na Guarda, naquela que, como ele diz, para além de ser a cidade mais alta de Portugal, é a cidade dos 5efes, Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa. Está a adorar este trabalho que, segundo diz, faz com muita paixão há já dois anos. No entanto, lá, na Guarda, para onde se desloca normalmente aos fins de semana, depois de despir o casaco de fiscal, é apicultor. Um negócio de família, explica, mas especialmente um gosto que vem de muitas gerações para trás. Ferias é no Algarve. Mas, depois de rasgados elogios à freguesia onde já lhe nasceu um filho e tem muitos amigos, diz que “é para ficar”, e que até já foi beneficiado com uma valiosa Caixa do Bebé. São 6h30 e o Francisco Silva levantou-se, arranjou-se e foi passear as duas cadelinhas que com a mulher e duas filhas compõem o agregado. Depois, vem o barco, do Montijo a Lisboa no tempo e com o tempo que der a calhar. Uma rotina que tem 22 anos, 18 de CML e 4 já na Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. Depois do trabalho tem que estudar, até porque está a acabar a licenciatura em Engª de Segurança no Trabalho, no ISEG. Quando pode, aos fins de semana, passeia perto de casa em S. Francisco, ou em Alcochete, por vezes vai à terra natal de Sarilhos Pequenos, onde tem família e amigos, mas são os estudos que mais o preocupam até porque quer terminar este ano algo que já começou há muito tempo. O Francisco adora futebol tendo sido federado durante 22 anos e o seu clube preferido é o Benfica (inconfidência, desnecessária).

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BREVES SÃO DOMINGOS DE BENFICA EM MARCHA! Sim, é verdade! A Comissão de Moradores de São Domingos de Benfica apresentou a sua candidatura na EGEAC que, após a realização de sorteio, contemplou esta associação a desfilar na noite de Santo António, na Avenida de Liberdade e, por esse facto, representar a nossa Freguesia. Também, no dia 3 de junho o grupo

irá desfilar no Altice Arena e, claro está, o grupo que nos representa deseja contar com o apoio de todos. A partir de meados de março, pretendemos que 50 homens e mulheres que, de forma voluntária e por um orgulho imenso de representar a nossa Marcha, possam dar um pouco do seu tempo e disponibilizar-se de corpo e alma para que, todos os

dias, à noite, possam ensaiar. É duro, mas este esforço terá certamente como compensação o orgulho de representar esta Freguesia numa festa tão bonita como é a das Marchas Populares de Lisboa. As inscrições ainda se encontram abertas até 05 de março, na página do Facebook da Comissão de Moradores de São Domingos de Benfica. Bem-vindos.

CORES DE PORTUGAL Maria Graça Campos, no Forum Grandela O Fórum Grandela acolhe até dia 28 de fevereiro a exposição de pintura “CORES DE PORTUGAL” de Maria Graça Campos que foi inaugurada na tarde do dia 25 de janeiro pelo Presidente da Junta de Freguesia, António Cardoso. No momento inaugural, António Cardoso referiu que “a aposta que temos vindo a fazer na área cultural tem-se revelado fundamental para dar a conhecer o talento de muitos artistas que temos na nossa Freguesia, de que Maria Graça Campos é mais um exemplo”. Na cerimónia inaugural esteve presente a família da pintora, amigos e convidados, interessados pela pintura em geral e, para além do Presidente e alguns vogais da Junta, a exposição não passou despercebida ao Vereador da Mobilidade e Segurança da CML, Miguel Gaspar. A pintora, nascida em Lisboa, após 25 anos de percurso na área dos recursos humanos, decidiu aos 55 anos reinventar-se e passou a dedicar-se em exclusivo à sua grande paixão. Iniciou-se como autodidata e depois de uma primeira experiência em pintura a óleo, com pintura à vista e abstracionismo, experimentou outras técnicas no acrílico, vitral, mode pages e no tridimensional. Mais recentemente fez algumas incursões em pirogravura e xarão. A moldagem de peças em estanho é outra das paixões de maria da Graça.

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ESCLARECIMENTO

A JFSDB tem sido confrontada com a possibilidade do jornal Freguês de São Domingos de Benfica (de distribuição gratuita, na região) ser o seu órgão oficial, contudo tal não corresponde à verdade. Alguns comerciantes locais referiram o facto de ter sido apresentado como tal e solicitada a sua distribuição. Fica o esclarecimento de que esse jornal é propriedade de uma entidade privada e em NADA representa esta Junta de Freguesia.

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AÇÃO SOCIAL

AJUDE-NOS A CHEGAR MAIS PERTO DE QUEM PRECISA LINHA GRATUITA DE APOIO AO IDOSO

800 50 25 10

Muitos idosos vivem isolados ou com pouco suporte social, é importante sinalizar e apoiar quem mais precisa. Se tem conhecimento de algum caso ligue para a LINHA GRATUITA DE APOIO AO IDOSO, disponível de 2ª a 6ª, das 9h às 13h e das 14h às 17h.

T: 21 724 86 10 | E: geral@jf-sdomingosbenfica.pt

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