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Revista JM - A Verdadeira Arte devastadora do Gaslighting
from Revista JM - 23
A Verdadeira Arte devastadora do Gaslighting
Analisando os possíveis enquadramentos legais diante da manipulação psicológica
Antes de celebrarmos os grandes contratos de nossas vidas, pelo menos os mais importantes – casamentos, negócios, pactos de fidelidade, juras eternas de amor e etc., devemos observar que a alegria gera uma expectativa sanguínea de felicidade que constitui a própria felicidade. Há pessoas que são bem humoradas, afáveis, românticas; outras são pura razão, sabem dominar suas emoções como ninguém. Entretanto, atenção!
Especialmente nas relações afetivo-amorosas, com o passar do tempo, as verdadeiras impressões são expostas e cada vez mais os distratos (desfazimentos de contratos) são uma realidade concreta. Dessa forma, a mudança é uma real necessidade. Aqui, as celebrações que marcavam a alegria, a felicidade, vão dar lugar às lamentações, aos sofrimentos, aos prantos.
Para os especialistas de saúde mental, gaslighting é uma violação sutil psicológica, pois o manipulador tem como objetivo mexer com a emoção da outra pessoa na tentativa de se beneficiar de alguma forma. Trata-se de uma ação clássica dentro de relacionamentos tóxicos, sejam eles amorosos, familiares ou de amizade.
Assim, não existe emprego de violência e, na verdade, não há a edificação da confiança, mas minar tal sentimento é o objetivo do autor, alterando-se a percepção da realidade, isto é, levando a outra pessoa
a duvidar da sua própria memória e sanidade. A ignorância, o desconhecimento da própria compreensão passam a fazer parte do mundo da vítima.
O termo gaslighting surge no filme de 1944 chamado “Gas Light”. Um marido manipulador, com expectativas e desejos, às vezes, quase que ocultos, provavelmente já proveniente de um traço de personalidade, que de maneira excessivamente invasiva e nada saudável, tenta fazer com que sua esposa pense que está enlouquecendo, adulterando-se, assim, o ambiente.
Com isso, não se trata de viver uma vida simples, nem tampouco uma vida leve. Trata-se de um fardo, excessivamente pesado, com o gosto amargo dos traumas impregnados no fundo da alma. É o perfume azedo, com gosto de ferro, que marca a negativa corriqueira das informações objetivas, que desvaloriza os sentimentos e preocupações da vítima, que muda eventos passados, fazendo com que a vítima questione
a sua própria memória.
Além disso, há a criação de situações confusas, contraditórias e caóticas, fazendo a vítima se sentir desorientada e incapaz de ter uma visão real das suas próprias percepções. Aqui, também, poderá ocorrer o isolamento da vítima de seus familiares, amigos ou outras pessoas de apoio, bem como o manipulador poderá tentar incutir na vítima um sentimento de culpa, levando-a a acreditar que tais ações são decorrentes de problemas e conflitos criados por ela mesma.
Do livro Romeu e Julieta, de William Sheakespeare, depreende-se que: Quando nos prendemos a um ambiente “inadequado”, ou, às vezes, “tóxico”, não nos damos a oportunidade de conhecer outras pessoas, isto é, novas belezas, novos encontros. Uma pessoa sem comparação é sempre uma pessoa sem comparação. Assim, o gaslighting é uma forma traiçoeira, enganadora de abuso
emocional e pode causar danos graves à saúde da vítima, incluindo baixa autoestima, ansiedade, depressão e confusão mental. É importante reconhecer esses sinais e buscar ajuda profissional e emocional, caso a pessoa esteja sendo vítima desse tipo de manipulação.
Do livro Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marques, pode-se observar que você precisa acreditar na sua intuição e, provavelmente, você terá razão, ou seja, siga a sua intuição. Assim, que peso você dá para a sua intuição?
Do ponto de vista jurídico, o comportamento desempenhado no gaslighting pelo autor pode, a depender das leis do país, ser enquadrado em diferentes tipos de crime. No entanto, é importante observar que nem todos os aspectos do gaslighting podem ser enquadrados como crime em todas as jurisdições do mundo.
Destaca-se dentro desse contexto, por exemplo, a chamada violência psicológica ou abuso psicológico, uma espécie de violência doméstica, que pode incluir manipulação mental, humilhação constante e etc., e nesse caso, há enquadramento em quase todas as jurisdições do mundo. No Brasil, há a Lei Maria da Penha, que é a Lei 11.340/2006.
Além disso, o comportamento do agressor pode envolver perseguições constantes, ameaças ou intimidações, que causem angústia emocional à vítima. Isso pode ser considerado assédio, que é um tipo de crime em muitos sistemas jurídicos, e, também, com previsão no sistema legal brasileiro.
Aqui, também, pode-se destacar o assédio moral, pois nesse caso o propósito do autor é humilhar, constranger, ofender, atacar a dignidade da outra pessoa, que também é crime em muitos sistemas jurídicos, inclusive no Brasil.
Os diversos tipos de ameaças, di-
famações, também podem fazer parte de todo esses comportamentos utilizados pelo agressor.
Do livro Um estudo em vermelho, de Sherlock Holmes, pode-se concluir que: Durante as fases da vida, ao mudarmos de ambiente, pessoas que tinham importância em nossas vidas vão deixar de ter, e pessoas que não tinham importância passam a ter maior relevância. Assim, quanto mais cedo você despertar para um problema mais fácil ficará para resolvê-lo.
As vítimas de gaslighting podem ser qualquer pessoa, independente de gênero, idade, raça, classe social ou status. Algumas das categorias de pessoas que podem estar mais propensas a serem vítimas de gaslighting incluem, por exemplo, parceiros em relacionamentos abusivos, sejam eles românticos, familiares ou de amizades, crianças e adolescentes, que podem ser alvos de gaslighting por parte dos pais, tutores ou outros adultos por parte de autoridades, e, também, idosos que podem sofrer com tais abusos em decorrência do
controle de suas finanças, saúde ou decisões pessoais.
Do livro: As cinco áreas da vida, do ex-Juiz de Direito, escritor, professor e palestrante, Dr. Samer Agi, ressalta-se que: as pessoas não são propriedades que passamos para o nosso nome, registramos, passamos a ter domínio e exercemos todo o poder e influência sobre elas. As pessoas se unem por afeto.
Além disso, existem pessoas com problemas de saúde mental, pessoas em situação de dependência financeira. Destacamos ainda dois casos extremamente corriqueiros nas sociedades modernas. Estamos falando dos funcionários em ambiente de trabalho tóxico onde há abuso de poder, assédio ou intimidação, com a busca desenfreada para minar a sua confiança e autopercepção. Há, também, o caso dos grupos minoritários que possuem suas experiências desvalorizadas, bem como as suas percepções e reinvindicações desrespeitadas em decorrência de fatores de discriminação.
Do livro: As cinco áreas da vida, do ex-Juiz de Direito, escritor, professor e palestrante, Dr. Samer Agi, depreende-se que: nada é mais infeliz do que conviver com alguém infeliz. A infelicidade contamina o ambiente, nos contamina, contamina a pessoa que está ao nosso lado, contamina as pessoas que convivem com ela.
Agora, Amigos(as) de Mentes Brilhantes, quero enfatizar os possíveis crimes que podem ser cometidos com tal violência: abuso emocional, violência doméstica, assédio, danos à saúde mental, difamação e calúnia, violência às crianças e idosos, restrição de liberdades, direitos humanos que podem ser infringidos em decorrência de ações do Gaslighting, além de possíveis quebras de contratos, também em decorrências de ações do Gaslighting e etc.
Do livro Romeu e Julieta, de William Sheakespeare, observa-se que todo mundo tem valor, talvez você esteja no lugar errado.
Dessa forma, quero agradecer a todos vocês por dedicarem tempo e energia lendo um tema tão complexo e desafiador. Continuarei a explorar e debater questões importantes que os deixem sobretudo bem informados, e sua participação é inestimável. Obrigado!
Por fim, Companheiros(as) Perspicazes, para encerrar um tema tão espinhoso, quero enfatizar que consultar um advogado, um psicólogo ou outro profissional da área de saúde mental, é fundamental para obter orientação específica sobre os aspectos legais do Gaslighting, além de tratar da saúde mental. Assim, deixe-me saber qual é a sua dúvida? E, para trazer luz à sua escuridão, cito, mais uma vez, o excelente trabalho do Dr. Samer Agi, em seu livro as cinco áreas da vida:
Do livro: As cinco áreas da vida, do ex-Juiz de Direito, escritor, professor e palestrante, Dr. Samer Agi: Depois de um tempo, os verbos e os substantivos mudam. Em vez de
conquistar, queremos conservar. No lugar da novidade, escolhemos a profundidade. O que é raso só interessa àqueles que são rasos.
Cuide-se!
Autor: Wagner Lourenço, Advogado, escritor, especialista em Ciências Criminais e Advocacia Extrajudicial.
E-mail: advwagner1212@gmail.com