Revista JM 24 - Nuvem é a tecnologia mais usada pela indústria brasileira

Nuvem é a tecnologia mais usada pela indústria brasileira

A indústria brasileira está cada vez mais abraçando uma revolução digital, e em 2022, isso ficou evidente com dados impressionantes revelados pela Pesquisa de Inovação Tecnológica Semestral (PINTEC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com essa pesquisa, 84,9% das 9.586 empresas industriais com 100 ou mais funcionários adotaram pelo menos uma tecnologia digital avançada no ano de 2022.

Dentre as inovações mais destacadas, a computação em nuvem se sobressaiu como a líder, sendo mencionada por 73,6% das empresas entrevistadas. Em seguida, encontramos internet das coisas (48,6%), robótica (27,7%), análise de big data (23,4%), produção aditiva (19,2%) e inteligência artificial (16, 9%). Esses números refletem uma tendência crescente na indústria brasileira de tecnologias que impulsionam a eficiência, produtividade e competitividade.

É importante notar que, entre as empresas que optaram por não investir em digital avançado, foram identificados três principais fatores como os problemáticos: altos custos (80,8%), falta de pessoal qualificado (54,6%) e riscos econômicos excessivos (49,5%). Isso ressalta a necessidade de iniciativas tanto do setor público quanto privado para reduzir essas barreiras e promover a adoção tecnológica.

A pesquisa PINTEC também revelou que 85% das empresas pesquisadas utilizaram tecnologias digitais avançadas em 2022. Esse levantamento faz parte de um esforço conjunto entre o IBGE, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para fornecer indicadores setoriais e nacionais sobre inovação e tecnologia na indústria brasileira.

Dentre as empresas que abraçaram as tecnologias digitais avançadas, a computação em nuvem se destacou novamente, com 73,6% de adoção. Além disso, 46,8% utilizaram a internet das coisas (IoT), 27,7% investiram em robótica, 23,4% realizaram análise de big data, 19,2% adotaram a produção aditiva e 16,9% incorporaram a inteligência artificial em suas operações.

A pesquisa também incluiu que a maioria das empresas (31,5%) utilizou duas tecnologias, enquanto 27,7% adotaram apenas uma delas. Surpreendentemente, apenas 3,7% das empresas pesquisadas utilizaram todas as tecnologias investigadas, diminuindo que há espaço para maior conscientização sobre a importância da inovação no setor produtivo.

A PINTEC categoriza as tecnologias em cinco áreas de negócios: desenvolvimento de projetos de produtos, processos e serviços; produção; logística; administração; e comercialização. Os maiores percentuais de uso foram

distribuídos em desenvolvimento de projetos (78,8%) para análise de big data, em produção para computação em nuvem (71,2%), inteligência artificial (84,8%), internet das coisas (76 ,7%) e produção aditiva (88,2%), e em mercados para robótica (84,3%).

Os benefícios da adoção dessas tecnologias foram evidentes, com 97,9% das empresas que as utilizaram relatando benefícios benéficos. A maior flexibilidade nos processos administrativos, produtivos e organizacionais (89,8%) foi o benefício mais direcionado, seguido pelo aumento da eficiência (87,6%) e pela melhoria nas relações com clientes e fornecedores (85,6%).

A pesquisa também explorou os fatores que motivaram as empresas a adotarem essas tecnologias. A estratégia autônoma da empresa (87%) foi o fator mais relatado, diminuindo que muitas empresas optaram por essa abordagem. A influência de fornecedores e clientes (63%) e a concorrência (50,8%) também desempenharam papéis importantes na decisão de adoção. Apenas 26% mencionaram a atratividade de programas de apoio como motivo para a adoção de tecnologias digitais avançadas.

Por outro lado, entre os fatores que dificultaram a implementação dessas tecnologias, os altos custos das soluções tecnológicas (80,8%), a falta de pessoal qualificado (54,6%), riscos econômicos excessivos (49,5%) e a limitada oferta de pessoal qualificado no mercado (48,9%) foram os mais apontados. Isso destaca a necessidade de esforços para mitigar riscos e melhorar a qualificação dos

trabalhadores.

Um dado preocupante revelado pela pesquisa foi o conhecimento limitado dos gestores de indústrias sobre as tecnologias disponíveis no mercado. Entre as empresas que tiveram dificuldades para adotar tecnologias, 39% alegaram desconhecimento do assunto como principais obstáculos. Isso sublinha a importância de iniciativas de sensibilização e educação sobre as vantagens da transformação digital para o setor produtivo.

Além das tecnologias avançadas, uma pesquisa também abordou o teletrabalho e a segurança da informação nas empresas industriais. Cerca de 47,8% das empresas implementaram o teletrabalho em algum grau, com destaque para o setor de administração, onde 94,5% das empresas digitalizadas adotaram essa prática.

Em relação à segurança da informação digital, 82,5% das empresas implementaram pelo menos uma medida de segurança, com proteção (98,1%), controle de acesso à rede (96,8%), atualização de software (95,0%). %) e backup de dados em dispositivo (93,5%) sendo as medidas mais comuns.

No entanto, campanhas educativas e treinamento de funcionários em segurança cibernética empresarial foram menos utilizadas, com 56,9% das empresas adotando essas práticas. Isso ressalta a importância de fortalecer as medidas de segurança da informação e aumentar a conscientização sobre os riscos cibernéticos.

Em resumo, a pesquisa PINTEC

destaca o interesse crescente e adoção de tecnologias digitais avançadas pela indústria brasileira em 2022, com a computação em nuvem liderando o caminho. Os benefícios são evidentes, mas há desafios a superar, incluindo altos custos e a necessidade de pessoal qualificado. A educação e a sensibilização ajudarão um papel fundamental na promoção dessa transformação digital.

Bibliografia : https://www.abdi.com.br/pintecaponta-que-85-das-empresasutilizou-tecnologias-digitaisavancadas-em-2022

De Lucas Carvalho, da redação do LinkedIn Notícias.