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Revista JM - Descobertas: Explorando os Segredos da Matéria Escura
from Revista JM - 33
Descobertas: Explorando os Segredos da Matéria Escura
Baseado na reportagem da Gazeta Brasil. Recentemente, o Telescópio Subaru (SSP) Hyper Suprime-Cam (HSC) foi utilizado para identificar duas novas galáxias satélites, expandindo nosso conhecimento sobre o cosmos. Durante anos, os astrônomos têm enfrentado o desafio de explicar por que a Via Láctea tem menos galáxias satélites do que o previsto pelo modelo padrão de matéria escura, uma questão conhecida como o “problema dos satélites ausentes”. Para investigar essa questão, uma equipe internacional de pesquisadores analisou dados do SSP HSC. Os resultados dessa pesquisa foram publicados nas Publicações da Sociedade Astronômica do Japão em 8 de junho de 2024, envolvendo cientistas do Japão, Taiwan e Estados Unidos.
Nossa galáxia, a Via Láctea, possui várias galáxias menores orbitando ao seu redor, conhecidas como galáxias satélites. Estudar essas galáxias é crucial para ajudar os pesquisadores a desvendar os mistérios da matéria escura e entender melhor a evolução
galáctica ao longo do tempo. “Quantas galáxias satélites existem na Via Láctea? Essa é uma pergunta importante que os astrônomos têm se feito há décadas”, comenta Masashi Chiba, professor da Universidade de Tohoku.
Os pesquisadores acreditam que provavelmente existam muitas galáxias satélites pequenas e ainda não descobertas (galáxias anãs) que estão distantes e são difíceis de detectar. A poderosa capacidade do telescópio Subaru, localizado no topo de uma montanha isolada no Havaí, é ideal para encontrar essas galáxias. De fato, essa equipe de pesquisa já havia identificado anteriormente três novas galáxias anãs utilizando o telescópio. Agora, eles descobriram mais duas novas galáxias anãs, chamadas Virgem III e Sextans II. Com essa descoberta, um total de nove galáxias satélites foram encontradas por diferentes equipes de pesquisa.
Mesmo com essas descobertas, ainda há muito menos galáxias satélites do que as 220 previstas pela teo-
ria padrão da matéria escura. No entanto, a área coberta pelo HSC-SSP não abrange toda a Via Láctea. Se a distribuição dessas nove galáxias satélites for representativa de toda a Via Láctea, os pesquisadores calculam que pode haver cerca de 500 galáxias satélites. Isso sugere que podemos estar lidando com um “problema de satélites demais”, em vez do “problema de satélites ausentes”.
Para determinar com precisão a quantidade real de galáxias satélites, são necessárias mais imagens e análises de alta resolução. “O próximo passo é usar um telescópio mais poderoso que capture uma visão mais ampla do céu”, explica Chiba. “No próximo ano, o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, será utilizado para esse propósito. Espero que muitas novas galáxias satélites sejam descobertas.”