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Revista JM - A Língua Portuguesa Brasileira: força de uma gente guerreira

A Língua Portuguesa Brasileira: força de uma gente guerreira.

Segredos e encantos de nossa alma brasileira. A Língua Portuguesa tão rica, mas tão pobre, tão pouco falada.

Em versos e prosa, merecia ser mais declamada.

Cochilar, dormitar.

Em cada sílaba, um segredo a ser desvendado, em cada palavra, um tesouro a ser encontrado.

É uma quitanda, que ao final a feira do samba já dança.

Na quitanda que samba, a feira já dança.

Nagô na voz, melodia que dança: “Ô acarajé ecó ólalai ó”, encanta.

Cheiro que sobe, lembrança da Bahia, na rua a preta, a culinária irradia, é o português do dia e da noite.

Sorriso largo, acolhida no olhar.

“Vem benzê-em” convida a degustar.

Acarajé quentinho, benção em cada pedaço,

Sabor que abraça,

Alma que voa.

A etimologia investiga a fonte, a raiz, a gênese da palavra.

A cultura aceita, moldando em seu bojo o sentido que lhe abarca.

A pouca leitura “descria”, afogando a riqueza em mar rasa.

A Língua Portuguesa forte e viva, recria, renasce e ultrapassa.

Os iorubás, mestres da constru-

ção, em suas cidades erguiam a civilização.

Economia vibrante, em suas mãos, metalurgia e triste fardo, escravidão.

Nagôs, em Salvador, um novo lar, moldando o falar, o jeito singular.

De um povo miscigenado e sem igual, Português da Bahia, a história a exaltar.

A Língua Portuguesa, herança bendita, veio lá do Latim, antiga escrita, dos Romanos guerreiros, um presente sem fim, que em terras Lusitanas fez morada.

Com ela a gente canta, chora e também sorri, conta história de amor que ninguém nunca viu.

Dos poetas aos cantadores, um encanto sem par.

A Língua Portuguesa, o nosso bem para amar.

Em terras de além-mar, raízes fincou. Em cada palavra, um novo compasso.

A língua espalhou-se, o mundo abraçou. E, em sotaques diversos, encontrou o seu clarão.

Em solo fértil, sob o sol tropical, Índio e Africano, lado a lado a lutar, línguas ancestrais em solo nacional, na alma brasileira a ecoar e a vibrar.

Pouco a pouco, a língua moldando-se. Em terras novas, sotaque encontrado. Do berço lusitano afastando-se. Caminho próprio, um Brasil desenhando.

Palavras novas, como flores a brotar, na boca do povo a se misturar. Um canto único a ecoar, unindo os rincões a nos integrar.

Brasil, de um povo que não se rendeu, que na adversidade a força encontrou, sua identidade na língua teceu. E um futuro brilhante conquistou.

Como um rio que acolhe afluentes diversos, a Língua Brasileira alimenta-se de sotaques, gírias e regionalismos, pulsando a alma brasileira, vibrante e diversa, dos versos de Drummond às canções populares.

Através dela, nomeamos o mundo e tecemos laços, legado em movimento que ecoa forte, em cada canto, em cada voz, espelho da nossa história, da nossa gente.

Que o falar brasileiro, canto e melodia, seja sempre a voz da nossa história e rebeldia, patrimônio vivo, do presente ao passado encantado.

Que a escrita seja espadada a nos defender, da invasão sutil que quer nos vencer, que o Português do Brasil, forte e vibrante, seja a eterna marca de um povo GIGANTE.

Que a nossa Língua Portuguesa Brasileira, seja mais declamada, tão rica, mas tão pouco falada.

Autor: Wagner Lourenço, advogado e escritor

E-mail: advwagner1212@gmail. com

Fotografia: Wagner Lourenço

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