Rui Campante Teles APIC aposta na criação de consensos para o desenvolvimento da CI
Registos Nacionais de Cardiologia de Intervenção
Eduardo Infante de Oliveira
todas as novidades da
6.ª Reunião: assumimos o risco de crescer
6.ª reunião
_ P. 2
“APIC 2015”
_ P.10
_ P. 3
na APP
Congresso
Publicações
DIREtor: José Alberto Soares Distribuição gratuita no dia 27 de novembro 2015
www.justnews.pt
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Women’s Initiative by EAPCI quer igualdade de género na CI
Mais mulheres na Cardiologia de Intervenção Day at the Cath Lab promove ações de formação dinâmicas de caráter hands-on
28 | Jornal Médico
Espaço 22 | Jornal Médico
março 2015
março 2015
Nutrição
Reportagem USF Sol
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Garantir governação clínica conjunta entre hospitais e CSP
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Publicações
a partilhar informação desde 1981
situação, foi assinado um protocolo Associação Portuguesa de Intervenção entre Cardiovascular e o Grupo de Estudo de Fisiopatologia do duas entidades, que integram Esforço e Reabilitação Cardíaca. Estas a Sociedade Portuguesa de foram representadas pelo presidente Cardiologia, da APIC, Hélder Pereira, e coordenadora do GEFERC, pela Ana Abreu.
COMPRIMIDO
A simpatia e a atenção não
dos cuidados de saúde
primários
A opinião dos utentes
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Trabalhar em prol do bem-estar da comunidade
Pediatria
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USF ALPHAMOURO (SINTRA)
protocolo
Enfermagem a
1
K
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Notícia
APIC e GEFErC assinaram
A importância para melhorar reabilitação cardíaca da nutrição Em Portugal, menos de 10% dos doentes acedem a programas de cardíaca após um enfarte agudo Sempre prestaram cuidados nopersonalizado desporto s na oreabilitação do miocárdio (EAM). Com objetivo de melhorar esta
vêm aqui pedir a nossa ajuda e é para isso doméstica e os seus filhos que estão numa que aqui estamos.” casa abrigo, os refugiados Nem que se tenha de fazer e outros utenalguns tes que não têm Pedro Varandas residência quilómetros. Sulfato permanente “Somos a USF que abrange em Évora”. de Glucosamina mais extensões rurais. Isso exige mais MF deslocações, num só comprimido é quase sempre o Não se trata apenas de “alguém de 1500 ter mg primeiromas é um trabalho muito de o fazer”, mas, sobretudo, gratificante.” de “prestar Luís Henriques observa, ina contactar cuidados de saúde a quem os “sabe doentes clusive, que mais precisa e bem sair e ir ter com não Teresa Calhabéu é a enfermeira psiquiátricos tem médico de família por res- maior proximidade estas pessoas não viver ponsável da USF _ que vivem mais longe, que de forma e personalização de Sol. Acompanha a equipa permanente na região.” se encontram numa situação cuidados, mas é com satisfação DIA há muitos anos P. 16 social e ecoque vê que e conhece Tendo em conta que vera bem o modelo essa atenção Fernandes nómica diferente”. Ele próprio estes aten- centro de saúde já era dada no centro de saúfaz parte dimentos se encontram entre e agora o de USF. “Não de. “Esta Dietista Informações essenciais compatíveis coordenadora dos profissionais que se deslocam “situações com RCM do Programaequipa é muito boa e colocamos delicaem página posterior a essas das”, Luís Henriques ou anterior.sinto que o meu trabalho Saudável do Jumbo. e o das minhas sempre Alimentação Membro dos zonas mais afastadas do centro garante que têm “o colegas Sociais da o utente no centro. Conhecemode Évora. máximo de cuidado tenha mudado com a Corpos Portuguesa USF, porque -los aAssociação de Dietistas (APD). Membro da Ordem “Não quero deixar de o fazer!” e, tal como com quase todos há muitos anos dos nº 1581D e, mesoutros utentes residentes permanentes os antes já trabalhávamos a pensar no uten-Nutricionistas verasofia.fernandes@aucha Quanto aos atendimentos de mo na te, tendo o cuidado n.ptno modelo anterior, o atendimento utentes região, não disponibilizamos de prestar cuidados era “esporádicos”, o coordenador muito personalizado.” informações de proximidade.” da USF Sol a qualquer pessoa “A união entre as duas Também já sabia o que entidades guida em consulta sente-se satisfeito. “Somos a ou de qualquer manei- era adequada ingestão de energia Quanto ao feedback dos única USF ter objetivos aAcumprir surge na sequência da iniciativa hospitalar ou pelo de utentes, pode impactar grandemente avaliada, não temeouvido fatores de risco e a promoção Stent for médico de família, cidade de Évora que contratualizou da ra”. nutrientes teme aser capacidade “logo a adaptação de uma Life, mas, desta vez, numa ao atendimento. os níveis de de melhorar forçacríticas sem acesso a um vida estes aconteceu sem Quanto aos objetivos futuros, e energia, perspetiva de programa proble- “Pelo saudável, assim como para atendimentos adicionais, que bem como a saúde global. a performance contrário, estão atlética “es- mas.” multidisciplinar que inclua aumentar e promover uma incluem prevenção secundária. Os doentes muito satisfeitos Neste sentido, a adesão à terapêutica, que cerca de dez mil alunos e professores os peram-se novas instalações e a melhoria que ti- as diversas vertentes opções desenvolvidas por continuarmos recuperação após exercício. é fundamena ser osasseus Reconheceadequada veram um EAM necessitam necessárias à rea- tal”. da contínua nos cuidados enferas USF permitem uma de “alimentos de centros de bilitação.” Universidade de Évora, os para desportistas” Emque meiros.” oposição, um consumo desadequado como turistas, os es- ção”. Relativamente a prestar à populabarras, bebidas, snacks, entre Teresa Calhabéureabilitação cardíaca, não devendo ficar “É uma realidade preocupante, tudantes à passagem a modelo pode resultar em perda de e trabalhadores deslocados, outros, poDiretor: A coordenadora José Alberto porsem um acompanhamento massa mus- dem ser uma Soares os B, Luís Henriques multidiscipli- de Fisiopatologia do Grupo de Estudo que a reabilitação contribui mais-valia (sempre incluídos trabalhadores sazonais que prefere esperar. “Tudo cular (que se traduz em perda Diretora-adjunta: para melhoPaula Pereira vêm apenas a seu tempo. do Esforço e Reabilita- rar de força numa alimentação Só existimos como USF desa qualidade de vida destes Mensaltrabalhar e endurance, bem como num que contemple refei• Novembro por uns 2014meses, os utentes da de doentes, compro- ções completas 1 de novembro de 2013, logo além de diminuir o risco de Ano II Comunidade e equilibradas). • Número 19 Terapêutica misso da função imunitária, • 3 euros da Cáritas Dionão será um segundo endócrina já a nossa prioridade, embora, enfarte”, esclarece Ana Abreu. cesana, as mulheres vítimas e musculoesquelética), risco com o pasde violência sar do tempo, “O trabalho aumentado é idêntico, não senti dos”. para lá caminhemos.” A especialista acredita que fadiga, Felicidade Fernandes garante tempo de recuperação proeste sialterações dedemaior.” que O menos positivo na USF são nergismo entre a APIC e o é colocar o doente no centro longado eQuem lesões.o afirma “Bem cuidar, bem-estar” é o mesmo GEFERC será Neste sentido, Felicidade Fernandes, das atenções as instalações lema da USF Alphamouro, que responsável uma estratégia essencial para pelo passauma provisórias. “A ARS Alentejo mesmo do papel. “Sempre nutrição deverá aumentar a atendimentoadequada foi criada, há cerca de sete parte administrativo. tentá- diz-nos que, dentro Pertence à fazer aposta na reabilitação cardíaca anos, por uma equipa de nove do plano de treino mos facilitar a marcação de em breve, vamos ter do em equipa atleta Portue há ser uma consultas e um novo espaço. vários anos e também sabe médicos, 10 enfermeiros e oito gal, em sintonia com as recomendações prioridade para o comum o atender todos os pedidos É, de facto, com alguma administrativos, em apenas que é estar num dos utentes. expectativa centro de saúde comopraticante de europeias. três semanas. Localizada em que as espero. exercício Na minha opinião, não conta físico intuito numa USF. “Antes Rio de Mouro, no concelho a nomen- colegas administrativas.” Eu e as minhas e já tínhamos(no objetivos ede manter Fausto Pinto, presidente da de clatura, se é uma UCSP ou uma E explica porquê: Sintra, é coordenada por João a sua performance, Sociedaindicadores amelhorar USF.” cumprir, por Carlos Patrício. isso, não tive potencian”Como não temos uma porta de Europeia de Cardiologia, do a sua envolvência na nosconsidera nesta de me adaptar.” Nem sequer sa USF, apanhamos muito a novos pro-prática). que este protocolo “é mais _ Para maximizar frio. Além do uma forma a performance, os gramas de computador. mais, estamos a trabalhar na de dinamizar e reforçar a P. 28/31 principais objetivos dietoterápicos zona onde implementaA responsável considera são gaficava a telefonista e o segurança ção de centros de reabilitação o segrerantir o consumoque e acabacalórico cardíaca, do de a mudança suficiente para estar a correr mos por ser «guias» das pessoas que na Europa do Sul existem se compensar o dispêndiobem que vão energético deve à equipa. numa associapara o ACES, que se situa muito unipercentagem muito baixa”. do“Sempre ao treinofomos no 1.º piso.” e adequar O especiaa ingestão aos objedos, compreensíveis e, como continuaUma situação que se complica lista frisa ainda o trabalho tivos nutricionais quando a de cada fase de treino: da SEC na mos a trabalhar juntos… Marco sala de espera enche. “As pessoas disseminação destes centros, Costa facilita!” Antes dosempre treino passam – maximizar os ní“que vai A articulação entre à frente, porque só querem também não continuar até que se consiga veisLigação de setores glicogénio saber aonde o melhor podia ser melhor. manter níentremuscular, | Representantes “Se MGF se podem dirigirProtocolo para os doentes”. algumae CI – o que é normal –, mas da APIC e do GEFERC assinaram documento ótimosfordepreciso glicemia, coisa, basta irveis retardar a deplebaterpode à portaevitar muitas estas interrupções constantes do colega, Para além de Fausto Pinto, ção muscular, prevenir a seja não facilida enfermagem a assifadiga e manter nar”, afirma Hélder ou doscomplicações tam o nosso trabalho.” Pereira, presidente De forma geral, recomenda-se o estado demédicos, hidratação; _ e conseque guimos ajuda. da Associação Portuguesa de Estamos todos a hidratação seja constante próximos e Intervenção os utentes não reclamam. Durante o P. ao longoFelizmente, treino do 10 – repor parte das dia, não são necessárias Cardiovascular burocracias.” Uma situação que, com especial ênfase antes, durante perdas hidroeletrolíticas, no entender(APIC). Felicie manter Quanto aos utentes, de jádeexistirem Fernandes, se Apesar alguns hospimantêm- os níveis após a prática de exercício físico.dade de glicemia e “esses deve ao facto Em tera chegada da fadiga; mos “o -se há muitos com centros dede anos e os retardar reabilitação atendimento sertais que vieram de alimentos sólidos, recomenda-se: cardíaca, de bom, de se ser simpático Após o treino – repor outras USF também menos glicogénio, de 10% dos doentes têm acesso com as pessoas e de as conhecermos Antes do treino – snacks com bem recebi- Felicidade Fernandes líquidos eforam eletrólitos, elevahá normalizar a glice- do teor aos mesmos. “Com este protocolo, preem glícidos, pouca fibra muitos anos, na maioria mia e promover o anabolismo dos casos”. e gordutendemos e repara- ra (ex.: pão de educar o doente e a família mistura com fiambre ou ção muscular. para a importância do acompanhamento barra de cereais com fruta ou Para maximizar a performance, smoothie); após EAM, sensibilizar os cardiologistas a aliDurante o treino – bastará mentação do atleta/praticante a repopara apostarem mais nesta de exercí- sição hídrica via e alertar e de eletrólitos a partir de cio físico deve ser flexível, a tutela para a importância acomodando água, se treino de abrir mais inferior a 1h. Se superior o estilo de vida e preferências centros.” alimentares a 1h deverão ou não fosse acompanhada ser ingeridas bebidas desMaria Rosa Rodrigues pecom os Um trabalho difícil, “porque los vários médicos da equipa pelas administrativas, os bebés objetivos de cada fase. A adequada portivas isotónicas 54 anos, Vale do Pereiro nem ingestão energética e nutricional e/ou não precisavam estar no mesmo pode ser tam manter a glicemia; géis que permios cardiologistas desde que nasceu. A recente as atuais todos musão melhores. “Aqui astêm a cultura de desafiante quando atletas ou indivíduos dança não suscitou problemas espaço que os adultos…” doentes para estes cenApós o treino – snack com condiçõesencaminhar são muito osdiferentes, Conhece a USF Sol, mas tamtreinos intensos e frequentes Problemas que acabamcom teor moLeonilde tros, além da restrição dos mesmos, têm ho- derado de maior. “A nível do serviço, por de Filipee elevado de glícidos, os gabinetes Santos bém o anterior centro de saúde, porráriosHelena dos médicos de trabalho, treino ser “mais facilmente ultrapassa76 anos,proteína ene responsabilida- idealmente Évora são poucos”.e da sempre fui bem atendida. Quanto fermagemque ao esforço de até 30 min. Não dos, porque todos os são espaçosos e prefiro desDoentes sociais e familiares exigentes. profissionais costumo estar muito tempo reumáticos Tal pode (ex.: bebidas desportivasapós a prática estas.” sensibilização junto da tutela, “é preciso à es- – administrativas, médicos, comprometer a quantidade, são recuperaUtente há mais de 30deanos, passar a mensagem de que partilhados com a MGF qualidade e ção, leite pera de consulta, assim como enfero investimen- Cardiologistas | José Silva Cardoso, Hélder Pereira, com chocolate ou iogurte timings das refeições, os meiras – são muito simpáticos”. _ o que, por sua vez, afirma que Ana Abreu, Fausto Pinto e to nestes centros, que implicam não notou grandes c/ meus familiares”, afirma. frutos oleaginosos). Miguel Mendes equipas AcresP. 12 alterações com o novo modelo. multidisciplinares, vão trazer centa que, se precisar de poupança ção Cardíaca medi“Nem sabia que havia outro (GEFERC) salienta a impora médio e longo prazo, ao camentos, basta pedir e consemonatura do protocolo, que reduzir rein- tância destes Maria da Saúde Caeiro delo, pensei que só se tinha aconteceu doentes poderem usufruir ternamentos por problemas gue a receita de forma fácil, munas próprias instalações cardiovascu- de uma equipa sem 66 anos, Évora Apoio: da Sociedade dado de instalações.” Para multidisciplinar “que lhes lares”. burocracias. LeoPortuguesa de Cardiologia, disponibilize um programa, nilde Filipe, “o médico e também foi Ana Abreu acrescenta: “A O que considera menos poincluindo testemunhado todas maioria treino de exercício por José Silva Cardoso, Dossier É utente há muitos anos. “Já as pessoas da equipa continuam das pessoas que sofrem um para recuperação fun- presidente sitivo na recente mudança EAM é se- cional, sessões para nem me lembro bem da SPC, e Miguel Mendes, a ser as mesmas, por isso, educativas para controlo há quanto USF é a questão das instalações. só me Quanto à mudança de inspresidente eleito. tempo”, refere. Apesar de não posso sentir bem”. Como “No centro de saúde estávamos ser talações, considera que salienas atuais ta, “a simpatia de grandes conversas, salienta e a atenção são melhor. Havia mais espaço, a são boas,_ assim como não simpatia das pessoas já o eram as mesmas e P. 41/55 que a aten- as anteriores. é existia tanta balbúrdia quando “O mais importante principalmente isso que se quer, es- dem, assim como da equipa dos é que sou bem quando estamos távamos à espera de ser atendidos atendida, sempre doentes”. médicos e das enfermeiras. foi assim.” Quanto às novas instalações, PUB
Luís Campos
dependem da nomenclatura
Para maximizar a performance, a alimentação do atleta/ /praticante de exercício físico deve ser flexível, acomodando o estilo de vida e preferências alimentares com os objetivos de cada fase.
MENSAL - Publicação de referência na área dos CSP, especialmente dirigida à Medicina Geral e Familiar.
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27 de novembro 2015
Renato Fernandes, responsável pela iniciativa:
“Os D@CL são uma oportunidade única de partilhar A Just News passou um dia no Laboratório de Hemodinâmica do Hospital de Espírito Santo, em Évora, no âmbito do projeto Day at the Cath Lab (D@CL). Esta iniciativa da APIC tem como objetivo promover ações de formação dinâmicas de caráter hands-on, criando aos participantes oportunidades únicas de aquisição de conhecimento em técnicas e procedimentos mais recentes ou complexos.
D@CL | Nesta primeira edição foram realizadas quatro intervenções
“BVS meets OCT” foi o tema do primeiro Day at the Cath Lab, uma iniciativa de caráter muito prático, do género hands-on, onde os participantes puderam estar na mesa de cateterismo ou junto à consola de OCT, dentro da sala de hemodinâmica. A primeira sessão desta iniciativa teve lugar no passado dia 6 de novembro, no Hospital de Espírito Santo, em Évora, e acolheu seis convidados de fora, provenientes de Lisboa, Vila Nova de Gaia e Ponta Delgada, num total de 10 intervencionistas. De acordo com Renato Fernandes, membro da Direção da APIC e responsável pelo D@CL, tratou-se, tal como se preten-
Renato Fernandes
dia, de um dinâmico e muito interessante dia de partilha de conhecimentos. Foram selecionados e tratados com stents biabsorvíveis (BVS) quatro doentes com lesões longas, tendo todos os procedimentos sido guiados por OCT. “Foi implantada uma média de 2,25 BVS por doente, com um comprimento total médio de 54 mm por indivíduo”, contou. A equipa do laboratório apresentou, ainda, alguns casos de doentes com estas características e já tratados neste espaço, momento este que gerou, também, uma discussão bastante interativa e construtiva. O nosso entrevistado explicou que um
dos objetivos dos membros da organização do D@CL passa, precisamente, por tornar estas sessões o mais práticas possível, característica que obriga à limitação do número de participantes. “Queremos que as pessoas possam estar na sala e ‘em cima do acontecimento’, o que, do ponto de vista de enriquecimento prático, é muito mais vantajoso.” “A iniciativa consiste em workshops, essencialmente práticos, com discussão de casos clínicos reais, do ponto de vista clínico e teórico, e com a máxima proximidade possível em relação à atividade desenvolvida dentro do laboratório”, mencionou Renato Fernandes.
Tal como indica, “os D@CL são uma oportunidade única de partilhar e adquirir experiência nos vários temas a abordar”, isto numa lógica em que os participantes são integrados na equipa de hemodinâmica como se de um dia normal de funcionamento se tratasse. Dentro do programa de ação da APIC, estão planeados mais 11 dias semelhantes a estes, em diferentes laboratórios do país.
BVS meets OCT D@CL pretende abordar, em cada uma das sessões, temas atuais da Car-
Imagem | O OCT permite ver por dentro da artéria o resultado do procedimento
diologia de Intervenção, divididos entre doença coronária, cardiopatia estrutural e intervenção periférica. Pretende-se que em cada um dos workshops seja realizada uma técnica que não esteja disponível ou rotinizada em cada centro em particular e que se pretenda desenvolver ou em que se verifique proficiência em determinado centro e que se pretenda divulgar a outros profissionais da área. O Hospital de Espírito Santo tem vindo a adquirir experiência na avaliação coronária por OCT. Lino Patrício, coor-
denador da Cardiologia de Intervenção desta instituição, fez a sua tese de doutoramento em OCT e a equipa tem vindo a realizar já alguns workshops, de outra índole, acerca da temática. Por seu turno, os BVS são uma tecnologia recente e promissora, sendo que o facto de os atuais dispositivos serem constituídos por um polímero translúcido permite um estudo muito detalhado por técnicas de imagem que utilizam a luz para a visualização das artérias, como é o caso do OCT. “A utilização de BVS em lesões coronárias longas faz todo o sentido, uma vez que não estamos a enjaular a artéria definitivamente, permitindo que fiquem abertas outras opções de vascularização”, explicou Renato Fernandes.
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e adquirir experiência” Além disso, é já sabido que quanto maior é a quantidade de stent de malhas maior é a probabilidade de haver complicações tardias e de ocorrer uma má cicatrização do stent, logo, o risco de tromboses tardias é mais elevado. “Os BVS resolvem estes problemas porque, ao não haver stent, este não pode criar complicações, resolvendo, à partida, o problema. Daí acreditarmos que faz sentido tratar as lesões longas com esta tecnologia”, defendeu. Os cardiologistas de intervenção estão, desde sempre, habituados a trabalhar
Qual a sua opinião acerca deste D@CL?
Próxima sessão D@CL Dia: 3 de dezembro Local: Hospital de Santa Cruz, Carnaxide Tema: E ncerramento do apêndice auricular esquerdo e ablação alcoólica septal na miocardiopatia hipertrófica obstrutiva.
Évora apresenta protocolo em desenvolvimento: BVS/OCT A equipa do Laboratório de Hemodinâmica do Hospital do Espírito Santo aproveitou este D@CL para apresentar um protocolo, em desenvolvimento no seu centro, acerca do uso de BVS em lesões coronárias longas, com angioplastias guiadas por OCT. Trata-se de um estudo observacional da iniciativa de Lino Patrício, que brevemente será divulgado para todos os centros. O objetivo é avaliar por OCT o tratamento de lesões longas com próteses biabsorvíveis. Este grupo de doentes pode beneficiar particularmente deste tratamento, uma vez que, como já foi referido, se mantêm em aberto outras alternativas de revascularização no futuro, tem o potencial de eliminar virtualmente as complicações muito tardias e, ainda, permite à artéria recuperar a sua vasomotricidade e fisiologia normais, o que é particularmente difícil em artérias enjauladas com um “full metal jacket”.
com stents metálicos, logo, sendo os BVS de plástico, representam um desafio para estes profissionais. “Os materiais são completamente diferentes, têm implicações técnicas e comportamentos distintos e o OCT é uma ajuda, pois, permite-nos ver por dentro da artéria, com detalhe, o resultado do procedimento que estamos a efetuar”, referiu.
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Curiosidade
Rui Campante Teles, presidente da APIC: “Este dia no laboratório correspondeu plenamente às expectativas. O objetivo é que as pessoas que trabalham em Portugal, nos vários centros, possam beneficiar com a experiência mútua, aprendendo conjuntamente ao tratar doentes mais complexos ou com técnicas menos comuns. Este projeto visa também criar um espírito de união e dinamismo nas nossas equipas, para que as pessoas possam trabalhar em vários projetos, quer sejam na sala, quer posteriormente, em trabalhos de investigação. A escolha do tema foi crucial para o êxito desta sessão. A associação da imagem do OCT, que é de alta definição e que nos dá uma informação muito rica da artéria antes e depois da artéria ser intervencionada, otimiza o resultado da angioplastia e assegura que estes dispositivos absorvíveis são colocados em situações mais perfeitas e com um resultado ideal.”
Esta iniciativa foi criada já há cerca de 10 anos, em 2005, por Lino Patrício, contudo, com a designação de “Um Dia no Laboratório”. A APIC ainda não existia e este cardiologista de intervenção assumiu o papel de responsável pelo, na altura, Grupo de Estudos de Hemodinâmica e Cardiologia de Intervenção. O objetivo consistia, tal como atualmente, na realização de mini workshops de cariz prático, com a duração de um dia, a implementar em todo o país.
Gustavo Pires de Morais, cardiologista de intervenção no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho: “Sou muito apologista destas ações formativas de curta duração, com pouca gente e muito focadas em temas específicos. Foi a isso que assistimos neste Day at the Cath Lab, uma formação muito dirigida ao uso da imagem e de próteses biabsorvíveis. Considero que é uma ótima iniciativa e que o facto de ser de pequena dimensão faz com que os presentes participem ativamente e se envolvam verdadeiramente na discussão. Gosto bastante de imagem intravascular, nomeadamente da intracoronária, vejo muitas vantagens no uso de material biabsorvível e considero que esta combinação tem muito futuro. Cada vez que fazemos algum procedimento, que vemos os outros fazer ou que discutimos algum caso, tiramos sempre algo para a nossa prática diária. Os casos clínicos desta sessão correram muito bem. Quem lidera esta iniciativa está de parabéns.” Equipa | Médicos e técnicos envolvidos na primeira sessão desta iniciativa da APIC