Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Apoios
SOCIEDADE PORTUGUESA DE MEDICINA INTERNA
Jornal do
Dia do
2015 Distribuição gratuita
Patrocínios
Publicações
www.justnews.pt 21 893 80 30
Idoso
Envelhecer com saúde É possível envelhecer melhor em Portugal, consideram os especialistas, apesar da variedade de problemas de saúde que podem afetar a qualidade de vida. A palavra de ordem é contrariar o envelhecimento. PUB
Dia do
Idoso
1 de outubro
20% da população portuguesa tem mais de 65 anos
A arte de viver saudavelmente Portugal é dos países mais envelhecidos do mundo, estimando-se que existam aproximadamente dois milhões de idosos, o que significa que cerca de 20% da população tem mais de 65 anos. Apesar de ser positivo viver mais anos, é importante que os idosos se mantenham ativos e saudáveis o mais tempo possível. Há cada vez mais idosos, mas a proporção dos indivíduos muito idosos (com mais de 85 anos) tem aumentado de forma ainda mais acelerada. De acordo com Manuel Teixeira Veríssimo, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que se dedica à área da Geriatria desde há vários anos, esta realidade revela uma sociedade desenvolvida. Contudo, esta população tem pouca qualidade de vida, o que indicia uma sociedade que investe pouco nos seus idosos e no designado “envelhecimento ativo e saudável”. “Como sociedade, interessa-nos ter muitos idosos, mas é importante que tenham qualidade de vida, de modo a que sejam ativos, independentes e felizes até próximo da morte”, justifica, desenvolvendo que não é isso que existe atualmente, havendo muita gente acamada, incapacitada e a sofrer durante anos antes da morte.
Como contrariar o envelhecimento?
Para Manuel Teixeira Veríssimo, é possível envelhecer melhor em Portugal. Para isso, é necessário, a partir de certa altura, contrariar o envelhecimento, através de:
É por este motivo que não só em Portugal, mas em toda a União Europeia se tem vindo a lutar pela existência de boas práticas de saúde e de prevenção das doenças associadas ao envelhecimento, de modo a envelhecer bem, vivendo mais anos, com autonomia e independência. Quando é que uma pessoa é idosa?
Manuel Teixeira Veríssimo
A Organização Mundial de Saúde baseia-se na idade cronológica, considerando que se é idoso a partir dos 65 anos. Esta definição foi criada há cerca de 40 anos e, por esse motivo, Manuel Teixeira Veríssimo considera não coincidir com a realidade dos idosos de hoje. “Nas últimas quatro décadas, a esperança média de vida à nascença aumentou cerca de 20 anos e a qualidade
Ter objetivos de vida (seja trabalho ou lazer).
Maior investimento na reabilitação, mesmo em caso de internamento
Dia do
Idoso
1 de outubro
Envelhecer com VIH/SIDA
de vida melhorou, embora os idosos ainda tenham muitas limitações”, menciona. Na sua opinião, a definição de idoso terá de subir para os 70 anos ou até mesmo para os 75 porque, segundo refere, é a partir dessa altura que os problemas da velhice se iniciam.
Principais problemas no tratamento de uma pessoa idosa - Falta de adesão à terapêutica (por esquecimento, carências económicas, dificuldade em gerir a polimedicação, etc.); - Interações medicamentosas.
Alimentação adequada
Se, há alguns anos, estar infetado com o VIH representava quase uma sentença de morte, atualmente, isso já não é verdade: um indivíduo que esteja infetado tem praticamente a mesma esperança média de vida de um não infetado, graças à eficácia das novas terapêuticas antirretrovíricas. Joaquim Oliveira, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA (APECS), refere que algumas patologias próprias do envelhecimento acontecem em fases mais precoces nos infetados pelo Joaquim Oliveira VIH, o que não significa, porém, que seja necessariamente a infeção que está a provocar um envelhecimento mais precoce e mais acelerado. Assim, o que existe, neste momento, é uma população de infetados por VIH mais envelhecida e que, eventualmente, é afetada de forma mais precoce pelos mesmos problemas da população idosa que não está infetada. Por isso, no contexto da infeção por VIH, é considerado idoso o indivíduo com mais de 50 anos.
Embora a terapia antirretrovírica (que prolonga a vida das pessoas com VIH) possa estar a contribuir para aumentar o número de idosos com VIH, outros estão a ser infetados em idades avançadas.
Prevenção das doenças que lhe estão associadas (diabetes, patologias cardiovasculares, pneumonia, entre outras)
aumentar o estímulo cognitivo
Atividade física regular
Dia do
Idoso
1 de outubro
Estigma contra o VIH/SIDA ainda existe
Há algumas preocupações do ponto de vista social com os idosos com VIH, nomeadamente, a desinserção, relativamente frequente, pois, muitos destes doentes cortaram relações com as suas famílias. Adicionalmente, apesar de haver uma cada vez maior abertura, continua a existir resistência por parte de algumas instituições para receber estes doentes. “Estando estabilizados, não precisam de unidades específicas para a infeção por VIH, podendo estar integrados nas unidades para o resto da população”, indica o médico Joaquim Oliveira.
A desinserção social é uma das grandes preocupações na população idosa infetada com VIH.
Tratamento do idoso com VIH/SIDA Há doentes com VIH que não têm outras patologias e, por isso, necessitam apenas de fazer terapêutica antirretrovírica. No entanto, frequentemente, os idosos com VIH têm comorbilidades, o que leva à necessidade de polimedicação (toma de vários medicamentos), o que pode conduzir a interações medicamentosas complicadas e comprometer a adesão à terapêutica. Joaquim Oliveira refere que,
por vezes, é necessário aprender com os especialistas em Geriatria e, ao invés de tratar todas as patologias, eleger as que são fundamentais e que têm impacto quer na sobrevida, quer na qualidade de vida do doente. Por outro lado, o infeciologista alerta para a existência das alterações cognitivas que, a partir de certa altura, tornam o doente incapaz de gerir a sua medicação.
PUB
440 mil milhões de euros
em custos anuais em saúde