Eduardo Infante de Oliveira, presidente da 6.ª Reunião Nacional da APIC
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Cardiovascular Publicações
diretor: José Alberto soares Trimestral | out./nov./dez. 2015 Ano 2 | Número 7 | 3 euros
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José Mesquita Bastos:
“presidir à sph é uma experiência bastante interessante”
Carlos Ribeiro lança livro aos 89 anos
Ser Médico – Cartas aos Jovens Médicos
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Comissão Organizadora empenhada na preparação do CPC2016 Um evento da dimensão do Congresso Português de Cardiologia começa a ser preparado com um ano de antecedência. A edição de 2016, que decorre de 23 a 26 de abril, em Vilamoura, não é exceção. A Just News acompanhou, na Delegação Norte da SPC, uma das reuniões de trabalho da Comissão Organizadora do CPC2016 e esteve à conversa com os cinco elementos que, além do presidente do Congresso, Nuno Bettencourt, marcaram presença nesse dia. Presenciais ou com recurso às novas tecnologias de informação, como o Skype, têm sido várias as reuniões levadas a cabo pela Comissão Organizadora do CPC2016, que este ano tem como lema “O Pulsar da Ciência, ao Ritmo do Coração”. Aos 41 anos, Cristina Gavina, cardiologista no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e assistente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, integra pela terceira vez a Comissão Organizadora do Congresso Português de Cardiologia, participando na elaboração do programa científico, sobretudo na área mais relacionada com a prevenção cardiovascular, a reabilitação cardíaca, as miocardiopatias e
Cristina Gavina
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a doença cardíaca isquémica. De acordo com a médica, cada um dos membros da Comissão Organizadora é responsável por uma área em que tem maior expertise e, nesse sentido, conhece melhor as pessoas que, em Portugal, estão mais dedicadas a cada uma das áreas, o que lhe permite dar o seu contributo de uma forma mais assertiva. No entanto, sublinha, “temos tentado estabelecer uma comunicação muito intensa entre os vários elementos que estão a desenvolver atividade na Comissão Científica, no sentido de podermos ter o maior input possível de informação, para que possamos garantir que não estamos a ter a visão de um túnel na nossa área e esquecermos as outras“. A cardiologista considera “fantástico” poder contribuir para um grupo de trabalho dinâmico, o que é uma oportunidade única de contactar com colegas de outros pontos do país e enriquecer o programa científico de um dos maiores congressos em Portugal. Sobre o CPC2016, Cristina Gavina realça a preocupação com a inclusão de conteúdos mais clínicos e menos relacionados com técnicas, para que todos estejam refletidos no Congresso e possam encontrar pontos de interesse ao longo de todo o evento. Nesse sentido, indica, “há áreas e sessões que se vão repetindo nas mes-
mas salas, para permitir uma continuidade dentro de uma linha de conteúdos mais clínicos e menos técnicos”. Outra das grandes particularidades do Congresso que salienta é o facto de “abrir a porta” a outros clínicos que não cardiologistas, sobretudo aos especialistas em Medicina Geral e Familiar e em Medicina Interna, assim como aos internos, nomeadamente aqueles que vão pela primeira vez ao Congresso, com iniciativas que lhes são particularmente dirigidas. Nesse sentido, foi criada uma iniciativa intitulada “CPC para todos”, que se destina a todos os profissionais de saúde e investigadores que pretendam participar no Congresso Português de Cardiologia a baixo custo. Tal como a iniciativa “O meu primeiro CPC”, que tem como finalidade que os mais jovens vão ao Congresso com um custo muito reduzido. Cursos pré-congresso abrangem áreas para além da Cardiologia Para Pedro Azevedo, 42 anos, cardiologista do Hospital de Braga e secretário-
-adjunto da SPC, tem sido aliciante a experiência de pertencer à Comissão Organizadora do CPC2016. Além do apoio que tem dado na construção do programa científico, o médico tem a seu cargo a preparação dos cursos pré-congresso, que este ano decorrem na sexta-feira, antes do início do Congresso, e se prolongam até à manhã de sábado. O cardiologista salienta que os cursos pretendem também abranger outras especialidades para além da Cardiologia, havendo uns mais técnicos e outros mais práticos. Destaca a realização dos cursos de suporte avançado de vida no adulto e pediátrico, considerados essenciais para a atividade profissional hospitalar de diversas especialidades, bem como o SAVIC (suporte avançado na insuficiência cardíaca aguda) e cursos de ecocardiografia e eletrocardiografia dedicados a não cardiologistas no serviço de urgência e nos vários contextos de patologia cardíaca, iniciativas promovidas pela Escola de Formação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.
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Futuro presidente do congresso integra a comissão organizadora do cpc2016
Pedro Azevedo
Pedro Azevedo adianta que haverá também cursos práticos de colocação ecoguiada de cateteres venosos e um curso de suporte circulatório mecânico agudo que vai incidir nas indicações de manejo da ECMO (oxigenação por membrana extracorpórea). Terá lugar, ainda, uma versão diferente do STEMINEM, uma iniciativa da APIC, o STEMI-CARE, que “visa ser um curso
prático da abordagem das síndromes coronárias agudas no contexto de urgência”. “Tencionamos ter outros cursos, ainda em fase de preparação”, sobre cardiopatia na grávida, abordagem técnica das TAVI, tratamento da insuficiência cardía ca numa fase mais crónica e fisiologia coronária. “Estamos a conseguir ter cursos mais técnicos para situações agudas e depois temos outros para uma abordagem mais crónica e em ambulatório, mais dirigidos a outras especialidades, como a Medicina Geral e Familiar e a Medicina Interna”, conclui. Todo o programa social decorre no hotel Com 53 anos, Maria João Vidigal Ferreira, professora da Faculdade de Medicina de Universidade de Coimbra, assistente hospitalar graduada do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra / Hospitais da Universidade de Coimbra, e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de
Com 52 anos, Mário Oliveira, coordenador do Departamento de Eletrofisiologia e Pacing do Hospital de Santa Marta, em Lisboa, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa e vice-presidente da SPC, faz parte, pela terceira vez, de uma Comissão Organizadora do Congresso Português de Cardiologia, mas este ano numa condição diferente. É que, em 2017, será ele próprio a presidir ao Congresso. Neste contexto, apesar de considerar uma tarefa difícil pertencer à Comissão Organizadora de um congresso desta envergadura, Mário Oliveira tem noção de que, para o próximo ano, as exigências serão ainda maiores porque, enquanto presidente do Congresso, terá de centralizar não só toda a atividade científica, mas outros aspetos logísticos, como a informática, o secretariado, os audiovisuais, a restauração, o hotel, a publicidade, a Indústria e os meios de comunicação social. Para o futuro presidente do Congresso, tudo isto é uma responsabilidade muito grande, mas a experiência de já se ter pertencido a comissões científicas anteriores é uma vantagem. “À medida que se vai participando em diferentes comissões, vamos aprendendo a gerir estas coisas, sendo depois mais fácil a resolução dos problemas que vão surgindo porque já se passou por eles.” Segundo Mário Oliveira, “se as alterações que este ano estão a ser introduzidas forem um sucesso, serão depois implementadas com mais vigor no ano subsequente, enquanto se algumas correrem menos bem, o melhor é não insistir na próxima edição”. Sobre o CPC2016, o médico salienta a aposta em trazer ao Congresso um maior número de médicos de MGF e internistas, que habitualmente participam no evento numa Mário Oliveira percentagem mais pequena. Sublinha ainda que uma das novidades deste ano é o facto de, durante a realização das sessões magnas, todas as salas estarem focadas nesse acontecimento, ou seja, haverá momentos em que estarão “largas centenas de pessoas numa sala”. Outro aspeto inovador que Mário Oliveira considera “muito interessante” é que a abordagem de grandes áreas temáticas da Cardiologia, como a arritmologia, ser feita sempre na mesma sala. Conforme explica, se uma pessoa vai ao Congresso e se interessa por arritmologia, pode assistir às sessões sempre na mesma sala, porque os temas serão sempre dessa área.”
Cardiologia (SPC), integra, pela segunda vez, a Comissão Organizadora do Congresso Português de Cardiologia. A médica está responsável pela elaboração do programa social, que nesta fase ainda não está completamente definido. No entanto, para já, pode adiantar que o mesmo irá decorrer na sua totalidade no Tivoli Marina Vilamoura, local onde se realiza o evento. Sobre o programa científico, para o qual
também está a contribuir, Maria João Vidigal Ferreira realça que resulta de “uma articulação muito boa de gente que pertence a diferentes áreas científicas” e que irá incluir temas “aliciantes” e “atuais” muito dirigidos para o cardiologista clínico e para o jovem interno de Cardiologia. “Estamos a tentar que os vários temas sejam tratados de modo a que o cardiologista, de uma forma geral, qualquer que seja a sua área de subespecialida-
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Nesta reunião de trabalho não podiam faltar Nuno Bettencourt, presidente do CPC2016, e Antonieta Correia, da Delegação Norte da SPC
de, possa interessar-se pelo que está a decorrer no Congresso”, desenvolve. E destaca que nesta edição do Congresso estarão reunidos grandes nomes da Cardiologia, como Valentín Fuster, Alain Carpentier e Pedro Brugada.
Maria João Vidigal Ferreira
A vice-presidente da SPC confessa que tem sido aliciante trabalhar com um grupo de pessoas jovens, “cheias de garra e ideias”. Uma situação que admite ter tido nela própria um efeito rejuvenescedor.
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Imagem modernizada pretende chegar a um maior número de pessoas Gustavo Pires de Morais, 33 anos, cardiologista de interven- No que toca à estratégia de comunicação, uma das grandes ção no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, também in- particularidades é a alteração da designação do Congresso: tegra a Comissão Organizadora e, além de contribuir para a o nome deixa de incluir o número da edição do Congresso elaboração do programa científico, está responsável também em numeração romana e passa a usar apenas as iniciais de Congresso Português de Cardiologia; além disso, o ano em pela conceção gráfica e estratégia de comunicação. Segundo o médico, “o objetivo foi modernizar a imagem do Con- que decorre o Congresso surge à frente da sigla: CPC2016. O gresso, conseguir uma estratégia de comunicação mais organi- objetivo é valorizar o Congresso enquanto entidade / marca, zada e sistematizada, que consiga chegar a um maior número de forma a ser facilmente identificável. De destacar ainda a otimização do microsite de pessoas, e, sobretudo, permita que os destinatários da comunicação se identifido Congresso, a presença “forte” nas redes quem com o Congresso”. Pretende-se, no sociais (facebook, twitter e instagram) e a criafundo, uma imagem mais forte do CPC2016. ção de uma app que estará sempre em atualiO cardiologista de intervenção já estezação durante o Congresso. “Entendemos que ve envolvido na organização de outros as pessoas utilizam maioritariamente as redes eventos científicos, mas com a dimensociais porque é uma plataforma comum atrasão do Congresso Português de Cardiovés da qual conseguem chegar ao microsite e a logia é a primeira vez. No entanto, isso tudo o que precisam, como informações sobre não o assusta. Aliás, Gustavo Pires de o Congresso, ou o acesso a plataformas de insMorais frisa, até, que se pretende que crição ou de submissão de trabalhos.” esta edição tenha uma dimensão ainda Segundo Gustavo Pires de Morais, um dos maior do que teve nos anos anteriores, o objetivos para este ano é que as pessoas posque, na sua opinião, constitui um “desasam interagir com o Congresso, em tempo fio interessante”. Gustavo Pires de Morais real, com recurso a estas plataformas online.