Eurico Monteiro
Artur Condé
Jorge Spratley
O Corredor de Gaza
A mais-valia destas reuniões na formação contínua
Um futuro promissor, tendo em conta a qualidade da formação dada aos novos especialistas
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Distribuição gratuita no dia 6 de dezembro
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Serviço de ORL do Hospital de santo António
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Dar sempre o melhor aos doentes
6 | Jornal Médico
6 de dezembro 2014
Cecília Almeida e Sousa, diretora do Serviço de ORL do Hospital de Santo António:
“Primamos por dar sempre o melhor aos doentes”
Com 105 anos de história, o Serviço de ORL do Centro Hospitalar do Porto é considerado, atualmente, “um serviço de referência”. Sua diretora há quase dez anos, Cecília Almeida e Sousa dá-nos a conhecer o serviço do qual é responsável, referindo o esforço feito no sentido de dar sempre o melhor aos seus doentes, sobretudo no que se refere à qualidade assistencial. Criado em 1909, é sob o lema “construindo-se um serviço de referência de pessoas para pessoas” que o Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar do Porto tem vindo a escrever a sua história. Sua diretora desde 2005, Cecília Almeida e Sousa afirma que estes profissionais primam por “dar sempre o melhor” aos seus doentes, tanto na qualidade de prestação dos serviços, como na vanguarda e na atualização de conhecimentos em todas as vertentes da ORL. A otorrinolaringologista conta que o serviço foi criado, em 1909, por entendimento da Direção Administrativa do hospital, a fim de atender às crescentes solicitações das “moléstias de ouvidos, nariz e garganta”. Posteriormente, seguiram-se tempos de amadurecimento e afirmação, em que
se contemplaram melhoramentos nas instalações, assim como o alargamento do corpo clínico. Em 1962, foi criado o Internato da Especialidade – o primeiro do Hospital de Santo António e do Norte do País – e, em 1980, iniciado o ensino pré-graduado. Foram, ainda, realizadas inúmeras reuniões científicas internacionais de “elevada qualidade”. Volvidos 105 anos, o serviço acompanha a evolução das técnicas de meios complementares de diagnóstico e tratamento na área assistencial e construiu os alicerces fundamentais, sendo hoje uma unidade atual e moderna em todas as suas vertentes, considerando-se um serviço de referência tanto a nível nacional como internacional.
Vertentes e setores O Serviço de ORL do Centro Hospitalar do Porto tem várias características e vertentes. O Internamento e o Bloco Operatório funcionam no edifício neoclássico, as Consultas Externas e a Urgência na parte nova do hospital, no edifício Dr. Luís de Carvalho. “O funcionamento é integrado, só temos de nos deslocar no espaço físico”, observa Cecília Almeida e Sousa, mencionando a, não menos importante, valência do Ambulatório, que funciona num local exterior ao hospital. “Trata-se de um espaço autónomo, tal como preconizam as regras, e moderno, onde fazemos toda a cirurgia de ambulatório possível em ORL. Os doentes são submetidos aos procedimentos cirúrgicos e têm alta.”
No que respeita às cirurgias pediátricas, Cecília Almeida e Sousa contou que o serviço começou a realizá-las, recentemente, no Centro Materno Infantil do Norte (CMIN). “Desde o encerramento do Hospital Maria Pia que as ‘nossas crianças’ eram operadas no bloco pediátrico do nosso hospital. Atualmente, já transferimos as cirurgias para o CMIN e, dentro de algum tempo, serão as consultas. Portanto, a parte pediátrica vai funcionar toda lá, em pleno”, indica. As Consultas Externas estão, desde 2006, e de acordo com Cecília Almeida e Sousa, setorizadas nas várias vertentes, isto é, o serviço disponibiliza consultas de rinite alérgica, rinoplastia, patologia do sono, foniatria e vertigem. Salvo poucas exceções, os doentes são inicialmente triados pelo gestor de consulta para as diversas subespecializações. O espaço possui todos os exames complementares necessários, sendo o utente, posteriormente, orientado para o tratamento médico ou cirúrgico adequado. Estes profissionais fazem uma média total de 23.500 consultas/ano, isto é, 6500 primeiras consultas e 17 mil subsequen-
tes. São realizados uma média de 26.700 exames anuais. Situados no belo edifício neoclássico do Hospital de Santo António, o Bloco e o Internamento somam uma média de 1700 doentes tratados/ano, com cerca de 900 indivíduos intervencionados em cirurgia convencional e 800 em ambulatório. O tempo médio de internamento é de 2,8 dias. Segundo a diretora deste serviço, a taxa de internamento por cirurgia convencional tem vindo a diminuir, porque os procedimentos são, sempre que possível, efetuados em ambulatório.
Internos conferem dinâmica ao espaço A formação é outra vertente, que Cecília Almeida e Sousa considera muito importante e afirma conferir grande dinâmica ao serviço. “Temos o ensino pré-graduado, que pertence ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e o pós-graduado”, observa. No que se refere a este último, e no seu entender, os internos estão voca-
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Perfil de Cecília Almeida e Sousa
treinar como, por exemplo, numa sala de treino de cirurgia otológica.
Em busca de uma melhor qualidade assistencial
cionados para a pesquisa, investigação e busca de novos temas, o que acaba também por ser uma vantagem no que respeita à atualização e desenvolvimento do serviço. “É, sem dúvida, uma mais-valia, porque acabamos por estar permanentemen-
te em update relativamente às diversas patologias e às novas formas de tratamento, quer médico, quer cirúrgico.” O serviço conta, neste momento, com seis internos da especialidade e tem espaço disponível para que estes jovens médicos em formação possam estar, estudar e
Falando, de um modo geral, do serviço do qual é responsável, assim como destes seus nove anos enquanto diretora, Cecília de Almeida e Sousa faz um balanço muito positivo. Afirmando que se tem esforçado, desde sempre, por dar o seu melhor, a nossa entrevistada diz entender que os objetivos têm sido cumpridos. “A experiência é muito importante, tenho-me empenhado, em primeiro lugar, para dar continuidade ao que os diretores anteriores fizeram pelo serviço. Procuro, e vou conseguindo, que vá sempre progredindo e melhorando em todos os aspetos, sobretudo na qualidade assistencial”, refere a otorrinolaringologista, acrescentando que, apesar de se atravessar uma difícil conjuntura económica, a pouco e pouco, vão conseguido tudo o que necessitam. “O Conselho de Administração faz sempre um esforço no sentido de nos ir dispo-
nibilizando o que faz falta, por exemplo, do ponto de vista de apetrechamento, com material topo de gama, que vai sempre surgindo e queremos ter para prestar um serviço de melhor qualidade aos nossos doentes”, salienta, referindo que até mesmo no que diz respeito aos recursos humanos, e apesar das dificuldades de contratação, sempre que necessário são dadas as autorizações. “Acho que, apesar do contexto político que estamos a atravessar, não me posso queixar. Pedi, recentemente, mais um médico para o serviço e foi autorizado.” O espaço conta assim com 23 médicos – dois chefes de serviço, seis assistentes graduados, nove assistentes hospitalares e seis internos da especialidade. 14 enfermeiros, um na consulta externa e 13 no internamento, e ainda três administrativas, duas na consulta externa e uma no internamento. Para o futuro, a diretora tem como objetivo dar ao espaço outras valências ainda não desenvolvidas, como é o caso da vertigem. “Não temos ainda um espaço físico, mas foi-me prometido que, com a abertura do CMIN, me seria disponibilizado. Contudo, é preciso ainda adquirir meios complementares de diagnóstico mais modernos e de reabilitação”, conclui.
Nascida em Castelo de Paiva, em 1951, Cecília Almeida e Sousa licenciou-se em Medicina pela FMUP, em 1979. Fez, de seguida, o serviço médico à periferia, no Concelho de Esposende e, em 1983, iniciou o seu Internato de ORL, no Hospital de Santo António, no Porto. Foi para Bordéus, em 1988, onde fez um estágio na área da Foniatria. Regressou em 1989 e entrou para o quadro do Hospital de Santo António, no Porto. Altura em que fez, também, o concurso de habilitação ao grau de consultora de ORL. Em 2005, assumiu a Direção do Serviço de Otorrinolaringologia do mesmo hospital e, em 2006, foi promovida à categoria de chefe de serviço. É casada, tem uma filha e dois netos pequenos, um menino e uma menina, com 4 e 2 anos de idade.
Diretores do serviço 1909-1936 – António Teixeira Lopes Júnior 1937-1953 – António Veloso de Pinho 1953-1962 – Eurico de Oliveira 1962-1964 – António Veloso de Pinho 1964-1970 – Alvarenga de Andrade 1970-1971 – Eurico de Oliveira 1971-2003 – António Gameiro dos Santos 2003-2005 – Alcides Lima Desde 2005 – Cecília Almeida e Sousa
Ficha técnica Recursos humanos Médicos especialistas em ORL: Médicos internos: Enfermeiros: Administrativos: Número total de consultas/ano: Primeiras consulta: Subsequentes: Doentes tratados/ano: Cirurgias convencionais: Cirurgias em ambulatório: Meios complementares de diagnóstico:
17 6 14 3 23.500 6500 17.000 1700 900 800 26.700