Um Guia de Arquitetura

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UM GUIA DE

para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

ARQUITETURA

OS 17 OBJETIVOS

Em 2015, os líderes mundiais concordaram sobre 17 objetivos para melhorar o mundo até 2030. Esses objetivos têm o poder de erradicar a pobreza, combater a desigualdade e mitigar as mudanças climáticas. Guiados por esses objetivos, agora cabe a todos nós –governos, empresas, sociedade civil e público em geral – trabalharmos juntos para construir um futuro melhor para todos. https://www.globalgoals.org/

UM GUIA DE ARQUITETURA para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

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São Francisco, EUA A Máquina Viva

Detroit, Iniciativa Fazenda Urbana de Michigan

Bogotá, Bogotá – políticas de

14 Ribe, Dinamarca Centro Oceânico 7 Sandvika, Noruega Usina de energia Kjørbo 2 Detroit, EUA Fazenda de Michigan 8 Gando, Burkina Faso Ateliê Gando 3 Manchester, Grã-Bretanha Maggie’s at the Robert 16 Colombia de mudança 9 Londres, Grã-Bretanha Plástico: reciclado e trabalhado à mão 17 América Latina e no Caribe TECHO – uma organização liderada pela juventude 10 Helsinque Capela 5 Kachumbala, Uganda Maternidade Kachumbala 11 Copenhague, Dinamarca Praça Taasinge

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Noruega

Kjørbo

Helsinque, Finlândia

Capela do Silencio Kamppi

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Qinhuangdao City, China Parque Laço Vermelho

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Harbin City, China Parque Manancial de Águas Pluviais de Qunli

Dinamarca

Oceânico Wadden

4 Vilarejo de Za’atari, Jordânia

Cúpula Comunitária

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Rudrapur, Bangladesh Centro de Treinamento DESI

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Pondicherry, Índia Casa Beneficente para Crianças Sem Teto

UM GUIA DE

para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

ARQUITETURA

PREFÁCIO

17 OBJETIVOS

Erradicação

Fome zero e

Saúde e bem-estar

Educação

Igualdade

5 6 10 16 22 32 44 52 62 72 80 86 94 100 110 118 126 136 146 154 156 CONTEÚDO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . OS
1
da pobreza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
agricultura sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
de qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
de gênero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 Água limpa e saneamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Energia limpa e acessível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Trabalho decente e crescimento econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Indústria, inovação e infraestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Redução das desigualdades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 Cidades e comunidades sustentáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Consumo e produção responsáveis 13 Ação contra a mudança global do clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Vida na água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Vida terrestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Paz, justiça e instituições eficazes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Parcerias e meios de implementação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável convocam todas as nações – pobres, ricas e de rendimento médio – a promover prosperidade e proteger o planeta.

“Arquitetos podem prover ideias básicas e propostas de regulamentações que nos possibilita ter cidades e comunidades sustentáveis no futuro. Arquitetos podem facilitar a abertura de diálogo e trabalho em parcerias a fim de promover soluções e encorajar governos a trazer regulamentos necessários para seguir em frente”.

Mogens Lykketoft

Ex-ministro das Finanças e das Relações Exteriores da Dinamarca, presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas de Setembro de 2015 à Setembro de 2016. Novembro, 2018.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável representam a as piração dos povos da Organização das Nações Unidas por um futuro mais sustentável.

Os Objetivos definem os desafios que precisamos superar a fim de alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos. São problemas globais que encaramos diariamente como a pobreza, desigualdade, clima, degradação ambiental, propriedade, paz e justiça. Os objetivos são conectados profundamente entre si, e para não deixar ninguém de fora, o mundo tem o dever de atingir cada Objetivo até 2030.

Ambiente construído, planejamento, arquitetura e design interagem com cada Objetivo, não somente como aspiração ou como potenciais futuros, mas ativamente no desenvolvimento de comunidades e cidades por todo o mundo; são intervenções que já estão, por toda parte, contribuindo por um mundo mais sustentável e por uma qualidade de vida melhor.

O ambiente construído também faz parte dos desafios atuais – é um dos setores da economia que mais consome energia e recursos naturais, e um dos maiores produtores de lixo. Além disso, como construímos pode exacerbar desigualdades e afetar nossa saúde.

Por isso as faculdades de Arquitetura, Design e Conservação do Instituto de Arquitetura e Tecnologia da Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes, a Associação Dinamarquesa de Arquitetos e a Comissão da UIA dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU criou este guia

6 INTRODUÇÃO

arquitetônico aos ODS. Esperamos que com este guia tornemos mais tangível como a construção civil interage com os Objetivos e inspire arquitetos e investidores na construção de ambientes que os enfrentam. É de responsabilidade de cada um de nós contribuir para a realização de cada Objetivo.

A intenção deste livro é de fornecer um guia arquitetônico com 17 capítulos apresentando como cada Objetivo é definido pela ONU e expor como eles interagem com o ambiente construído assim como exem plos de projetos realizados que ilustram contribuições arquitetônicas contemporâneas.

Todos os casos aqui apresentados são projetos, planos e estruturas concluídas. Muitos deles abordam mais de um Objetivo, mas o foco aqui não é explorar projetos sustentáveis em sua complexidade total mas entender como os Objetivos se relacionam com a arquitetura. A nossa esperança é de que estes casos irão formar uma base para abrir o diálo go de como o ambiente construído contribui para cada Objetivo.

Nesta primeira edição do guia temos de 2-3 casos que ilustram cada Objetivo, muitos na Dinamarca. Para as edições futuras nós gostaríamos de expandir a diversidade de projetos, e gostaríamos também de receber sugestões para a próxima edição planejada para 2020.

Cada exemplo neste guia tem caráter inspirador e de valor, mas eles não são a palavra final da contribuição da arquitetura contemporânea. São projetos já concluídos que ilustram como arquitetos e arquitetura podem

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contribuir para a realização de cada Objetivo. Para caminhar em dire ção de realizá-los são necessárias várias atitudes inovadoras a serem adotadas em relação ao clima local, cultura e aos desafios existentes. Precisamos dos Objetivos não somente como ideias, mas também implementados no dia a dia. É por meio de edificações, comunidades e planejamento que os alcançamos, beneficiando o meio-ambiente e a nossa qualidade de vida.

Esta publicação é dedicada aos estudantes de arquitetura que formarão o futuro da arquitetura, do planejamento e design; aos governos que irão ajudá-los a entender as intercessões entre arquitetura e os Objetivos; e a todos os cidadãos, profissionais e instituições que compartilham do mesmo desafio coletivo à nossa frente – falar das necessidades sociais e proteger o planeta.

Em nome do Comitê Editorial, Natalie Mossin Editora Chefe

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ERRADICAÇÃO DA POBREZA

Erradicar a pobreza em todas as formas e em todos os lugares1

Pobreza é mais do que a falta de recursos e renda que garantam um estilo de vida sustentável. Sua manifestação inclui fome e subnutrição, limita o acesso à educação e a outros serviços básicos, discriminação e exclusão social, bem como a falta de participação na tomada de decisões.¹

Apesar do fato de a taxa de pobreza global ter sido reduzida para metade desde 2000, é necessário intensificar esforços para aumentar a renda, aliviar o sofrimento e construir a resiliência desses indivíduos que ainda a vivem em extrema pobreza.²

Para saber mais sobre o Objetivo 1, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/poverty/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/ sustainabledevelopment/poverty

2 Extraído da Plataforma de Conhecimento ODS da ONU, disponível em: https://sustainabledevelopment.un.org/sdg1

A Arquitetura não pode tirar pessoas da pobreza, porém, o ambiente construído pode afetar o impacto que a pobreza tem nas vidas das pessoas por meio de moradia e infraestrutura de baixo-custo.

Por meio de projeto e de planejamento, arquitetos são capazes de desen volver edificações e assentamentos baratos, seguros e saudáveis. Exem plos disso podem ser encontrados em projetos de habitações de interesse social, cooperativas e projetos de requalificação urbana.

O princípio fundamental é de que edificações e serviços devem assegurar a maior qualidade possível a partir do orçamento e recursos disponíveis. Isso demanda o desenvolvimento de novas soluções arquitetônicas. A partir disso, edificações devem ser projetadas utilizando produtos e materiais que não comprometam o meio ambiente, enquanto mantém a acessibilidade das soluções atuais a problemáticas ambientais, como o telhado de chapa metálica. Além disso, a arquitetura, o projeto pai sagístico e o planejamento devem adaptar a construção ao contexto climático, geográfico e cultural no qual está inserido, trabalhando com o entorno, e não contra, aumentando a qualidade de vida e ajudando os habitantes a economizar eletricidade e outros serviços. Como parte disso, arquitetos que trabalham em planejamento, devem engajar a comunidade local e ajudar os cidadãos pobres e vulneráveis a ganharem propriedade do ambiente construído no qual vivem. Por fim, o processo de construção em si, deve ocorrer em condições que protejam o meio ambiente, assim como as partes interessadas pobres e marginalizadas.

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Casa Beneficente para Crianças Sem Teto

Desafio

Todos têm direito a ter uma casa. Pessoas de baixa renda no mundo tem pouco ou nenhum dinheiro para investir em uma moradia, tornan do relevante que os arquitetos projetem e experimentem tipologias e soluções que sejam decentes, econômicas e que possam ser construídas sem o uso de ferramentas ou materiais caros.

Contribuição

A casa beneficente para crianças sem teto em Pondicherry, Índia, acomoda 15 crianças e 5 pais adotivos. Foi projetada como um experimento, utilizando uma tecnologia rara desenvolvida por Ray Meeker da Cerâmica Golden Bridge, no qual consiste em cozer a casa de adobe in situ depois de construí-la. Manter o custo baixo tem sido um elemento importante no projeto, e como a técnica faz uso de recursos naturais locais possibilita gastar pouco dinheiro com a compra de materiais.

A casa beneficente é basicamente uma casa de adobe com tijolos e argamassa de adobe, que é cozida por três a quatro dias depois da construção para alcançar a força de um tijolo. Tornando a casa em si um forno, cria-se uma maneira eficiente de cozinhar tijolos. Além disso, durante o cozimento da casa, o calor pode ser usado para produzir outros tijolos adobe ou produtos cerâmicos, tais como azulejos. Foi dada prioridade ao desperdício de material de ciclo ascendente para o interior e o acabamento externo, como estruturas de roda de bicicletas para montantes ou barras de janela, garrafas de vidro como unidades estruturais em alvenaria de banheiros e xícaras de vidro para o acabamento de aberturas no topo do domo. O Projeto é um exemplo de um pensamento radical e testagem de novas abordagens de moradias baratas feitas com mão de obra e materiais artesanais.

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Foto: Sonja Winkler
Foto: Alka Hingorani
Origem/Equipe Anupama Kundoo com suporte técnico de Ray Meeker, ONG Volontariat , M. Vinayagam

Habitação sem fins lucrativos de baixo custo em Dortheavej

Desafio

Construir casas com qualidade espacial e um orçamento rigoroso é uma limitação para todas as associações de habitação social que operam na Dinamarca. Devido às condições atuais do mercado, este desafio está ficando mais difícil de superar.

Contribuição

O escritório de arquitetura BIG, foi comissionado para projetar a “Residência Dortheavej” pela associação dinamarquesa de habitação social sem fins lucrativos, Lajerbo, em 2013. O prédio de cinco andares está localizado em Copenhague, e com um orçamento restrito, oferece 66 novas casas para cida dãos de baixa renda.

O característico edifício sinuoso é baseado em uma estrutura pré-fabricada simples, com casas modulares que se repetem ao longo de uma curva e se sobrepõem para alcançar a altura dos edifícios vizinhos. Esta sobreposição cria um espaço adicional para cada apartamento, que passa a ter seu pequeno terraço, proporcionando um ambiente de vida saudável e sustentável. O edifício cria um espaço para uma praça pública na direção da rua, assim como um pátio verde acolhedor. No térreo, o edifício se abre permitindo que tanto os moradores quanto o público em geral possam atravessar livremente para o pátio.

A escolha dos materiais foi bem simples, madeira, concreto e uma paleta de cores claras dominam o interno e externo. Longas tábuas de madeira revestem todas as fachadas, destacando os módulos e alternando-se para acentuar o padrão quadriculado do edifício.

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Origem/Equipe BIG – Bjarke Ingels Group, Lejerbo, MOE Fotos: Rasmus Hjortshoj –COAST

FOME ZERO E AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

Como nós podemos fazer nossa comida crescer, ser dividida e consumida de maneira sustentável? Se bem-feitas, agricultura, silvicultura e pesca podem fornecer alimentos nutritivos para todos e também gerar e faturamento no mesmo tempo em que apoia o desenvolvimento focado na população rural e protege o meio ambiente.¹

Entretanto, neste momento, nossos solos, água doce, oceanos, florestas e a biodiversidade estão sendo rapidamente degradados. A mudança climática está colocando cada vez mais pressão nos recursos do qual dependemos, aumento o risco de desastres naturais, como enchentes e secas. Diversos homens e mulheres da área rural não conseguem sustentar financeiramente sua terra, sendo forçados e migrar para as cidades a procura de oportunidades.

Para saber mais sobre o Objetivo 2, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/hunger/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/poverty

Erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável
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O ambiente construído contribui para a segurança dos suprimentos ali mentares através do planejamento, paisagismo e construção de edificações que protejam os ecossistemas existentes e priorizem a preservação e expansão de áreas para produção de alimentos.

A criação de condições para apoiar a agricultura sustentável deve ser uma parte integrante do desenvolvimento, não esquecendo locais onde as terras férteis são escassas, seja devido a densidade urbana, condições climáticas severas ou acesso restrito. Planejamento, projetos de paisagismo e de edificações podem contribuir desenvolvendo projetos favoráveis ao uso da terra para produção e comida em várias escalas. Exemplos disto pode ser encontrado em projetos de agricultura urbana, cooperativas de produção e projeto paisagístico regenera tivo. Além disso, o ambiente construído pode ajudar na manutenção e na recons trução da diversidade de espécies no entorno, assentamentos e áreas urbanas. Isto requer projetos para áreas de produção de alimentos que trabalhem com a geografia local e com colheitas adaptadas às condições climáticas da região.

O projeto em áreas para a produção de alimentos deve ser robusto e progra mado para lidar com a mudança climática, como temperaturas extremas, secas e enchentes. Frequentemente, a produção de materiais de construção, como madeira ou tijolos, coexiste com produção de alimentos, fazendo com que seja importante considerar como a agricultura interage com a produção de materiais de construção em nível local. Por fim, o projeto deve envolver os usuários finais em uma co-criação de áreas para produção de alimentos.

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Fazenda de Impacto

Desafio

A crescente urbanização e expansão das cidades em megacidades criam a noção de resiliência, eficiência de recursos e segurança alimentar cada vez mais importante. Recursos e tempo gasto em trans porte e fornecimento de alguns alimentos básicos, pode ser economizado pela agricultura local. A escassez de água e energia em muitos lugares, faz com que seja importante inovar os sistemas de cultivo, tornando-os mais eficientes. A fazenda de impacto mira em repensar o fornecimento local de comida. Porém, no contexto onde foi construído (Copenhague e Nova York) foi dado ênfase na educação e formação da comunidade.

Contribuição

A estufa é projetada como um sistema agrícola altamente eficiente, com a capa cidade de produzir duas a três toneladas de safras por ano em apenas 50 m².

Isto é possível graças a um sistema chamado hidropônico, onde plantações são cultivadas sem solo, permitindo que o cultivo se expanda para cima através múltiplos níveis. A irrigação é feita por meio da coleta da água da chuva, e a água recircula dentro de um sistema fechado. O método de cultivo hidropônico resulta em economias significativas no uso de água doce, em cerca de 70-85% em comparação com os métodos mais convencionais de produção.

As fazendas são projetadas para desmontagem, tornando possível acomodar o assentamento temporário e a mudança de local, um desafio comum em áreas metropolitanas de alta demanda. O terreno da fazenda também é concebido como um espaço social para a comunidade. Em Copenhague, a fazenda tem aumentado a conscientização sobre agricultura urbana e suas vantagens, atra vés de workshops educacionais, concertos e festivais de culinária e a maior parte da sua produção é distribuída para cafés e restaurantes próximos.

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19 Origem/Equipe Human Habitat, Miljøpunkt Nørrebro, Realdania, Københavns Professionshøjskole Foto: Abdellah Ihadian Foto: Human Habitat

Iniciativa Fazenda Urbana de Michigan

Desafio

Um relatório de métricas alimentares de Detroit de 2017 mostrou que quase metade das residências de Detroit, estão carentes de acesso confiável a uma quantidade alimentos baratos e nutritivos. Ao mesmo tempo, a cidade em decrescimento tem dentro de seus limites uma área de lotes vagos equivalente área da cidade de Paris. Em face a estes desafios a cultura da agricultura urbana surgiu, e pôs Detroit na vanguarda desse conceito urbano inovador.

Contribuição

Localizada na vizinhança do bairro de North End em Detroit. O campus da Inicia tiva Fazenda Urbana de Michigan (MUFI) abrange mais de 1 ha de área urbana.

Dentro de seus limites, o campus apresenta um conjunto de projetos, cada um em diferentes estágios de desenvolvimento. Aproximadamente um terço do cam pus é dedicado à agricultura de produção, outro terço à agricultura interativa, e restante para outros usos.

A organização sem fins lucrativos visa engajar membros da comunidade na agri cultura sustentável. De acordo com a MUFI, os desafios exclusivos para comuni dades urbanas como Detroit (terrenos vagos e segurança alimentar) apresentam uma oportunidade única para a agricultura apoiada pela comunidade. MUFI trabalha para capacitar as comunidades urbanas, utilizando a agricultura como plataforma para promover a educação, sustentabilidade e senso de comunidade ao mesmo tempo em que reduz a disparidade socioeconômica. O objetivo é potencialmente desenvolver um modelo mais amplo de desenvolvimento para outras comunidades urbanas sustentáveis. Em 2017 a MUFI começou a trabalhar no primeiro agrobairro urbano sustentável dos Estados Unidos. Um agrobairro é um modelo alternativo de crescimento de vizinhança, posicionando a agricultura como a peça central de um desenvolvimento de uso misto.

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Origem/Equipe Iniciativa Fazenda Urbana de Michigan Fotos: Michigan Urban Farming Initiative

SAÚDE E BEM-ESTAR

Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

Assegurar vidas saudáveis e promover bem-estar para todos é importante para a construção de sociedades prósperas. No entanto, apesar de grandes avanços na melhoria da saúde e bem-estar das pessoas nos últimos anos, as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde ainda persistem.¹

São necessários muitos mais esforços para erradicar totalmente uma ampla gama de doenças e abordar várias questões de saúde persistentes e emergentes. Concentrando-se em proporcionar um financiamento mais eficiente dos sistemas de saúde, de saneamento e higiene, aumento de acesso a médicos e mais sugestões sobre formas de reduzir a poluição ambiental, um progresso significativo pode ser feito para ajudar a salvar a vida de milhões de pessoas.²

Para saber mais sobre o Objetivo 3, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/health/

1 Trecho traduzido do relatório da ONU “Porque importa – Boa saúde e bem-estar” – PDF

2 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/hunger/

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A maioria das pessoas passa a maior parte de sua vida dentro de casa, fazendo o clima interno ser um fator que influencia a saúde.

Projeto de edificações deve permitir um ambiente interno com níveis saudáveis de iluminação, acústica, qualidade do ar e exposição à radiação e desgaseifica ção. Isto é importante em todos os edifícios, mas especialmente naqueles com usuários em situação vulnerável, como hospitais. O projeto do edifício deve evitar ainda, o uso de materiais e substâncias ambientalmente perigosas. Além disso, a transmissão de doenças e moléstias acontecem frequentemente no interior da construção, e o projeto de edifícios, bem como o layout dos assentamentos e áreas urbanas são cruciais para conter a propagação e exposição de bactérias.

Infraestrutura, instituições de saúde e áreas urbanas afetam o acesso dos cidadãos a exercícios físicos. Os edifícios, assentamentos e áreas urbanas devem, portanto, ser planejadas de forma a permitir e incentivar a atividade física. O desenho urbano também influencia o risco de acidentes, por exemplo no trânsito, e isso pode ser abordado por meio do projeto.

A arquitetura, em poucas palavras, desempenha um papel crucial na criação de um ambiente construído que apoia a saúde e o bem-estar. Exemplos disso podem ser encontrados em casas que reduzem o risco de infecção pela malária, em edifícios comunitários para pacientes e no projeto de equipamentos de exer cício físico para parques públicos.

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O Projeto Magoda

Desafio

Na África subsaariana, muitas doenças infecciosas, incluindo a ma lária, são adquiridas dentro e ao redor da casa. Existem grandes exi gências para melhorar a saúde dos moradores, especificamente com a melhoria do espaço construído, onde dispendem a maior parte de seu tempo – a casa. Casas de baixo custo prevalecentes na África rural geralmente consistem de paredes de adobe ou tijolo com poucas (se houver) janelas. A circulação de ar é mínima e as instalações básicas, tais como áreas de cozimento de alimentos, abastecimento de água e saneamento são normalmente ausentes ou rudimentares. Modificações arquitetônicas usadas para melhorar a típica casa africana são uma forma eficiente de atingir questões domésticas, como saúde, higiene, conforto, e mais importante, enfermidades.

Contribuição

O projeto Magoda é uma série de oito protótipos de casas construídos em uma vila rural na região Tanga na Tanzânia. O projeto explora elementos tradicionais asiáticos e africanos para gerar uma variedade de projetos de habitação novos com melhorias a fim de minimizar doenças.

As oito casas integram características arquitetônicas asiáticas (para otimizar a circulação de ar) com os métodos de construção africanos tradicionais, familiares ao povo local. Além da colaboração com engenheiros, operários, médicos e sociólogos, os projetos finais são o resultado de pesquisa e observações do clima, para maximizar o conforto interno. As tipologias da construção são casas de um ou dois andares revestidas de madeira, bambu ou tela verde, com cozi nhas semi-externas, tanques de coleta de água e instalações sanitárias. Além disto, o projeto foi utilizado como uma ferramenta de investigação para avaliar a redução na transmissão de doenças, no que se refere ao clima interno de dife rentes projetos de residências, modificações e materiais de construção.

O projeto envolveu os líderes da comunidade local e as partes interessadas para aumentar a aceitação dos novos projetos de habitação. Em médias as casas são 2,3°C mais frescas e têm 86% menos mosquitos do que as casas tradicionais. Desta forma os projetos constituem-se em exemplos arquitetônicos de de como abordar questões ligadas à moradia, tais como saúde, higiene, conforto e doen ças como malária.

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Fotos: Konstantin Ikonomidis Origem/Equipe Arquitetos: Ingvartsen Arkitekter Time do projeto: Jakob Knudsen, Lorenz von Seidlein, William N. Kisinza, Konstantin Ikonomidis, Emi Bryan, Salum Mshamu e Kiondo Mgumi

Konditaget Lüders – O telhado fitness Lüders

Desafio

Dois terços de todas as pessoas com diabetes vivem em cidades, o que faz com que seja importante projetar espaços urbanos que sustentem uma boa saúde e bem-estar, focando e possibilitando o exercício físico. O espaço urbano é escasso e deve acomodar múltiplas funções, tais como infraestrutura, estacionamento de carros e bicicletas e mobiliário urbano como bancos e letreiros. O desafio é encontrar espaço adicional para recreação e exercício em todas as grandes cidades.

Contribuição

A combinação de uma fachada verde, atividades ao ar livre e um estaciona mento, Konditaget Lüders resultou em um “park and play”, híbrido, otimizando o espaço urbano em amenidade pública. Uma escadaria e um corrimão vermelho guia as pessoas do nível da rua até o telhado de 2.400 m² 24 metros acima nível do solo. Aqui, balanços, trampolins, conjunto de brinquedos, equipamentos de crossfit, trepa-trepas e bancos, oferecem uma vista do horizonte de Cope nhague, e uma oportunidade de se exercitarem, para pessoas que desafiam a altitude. O edifício oferece 485 de vagas de estacionamento público em sete andares e pegada de carbono limitada aos propósitos de estacionamento. Além disso, a fachada e o telhado apresentam a oportunidade de aumentar saúde e bem-estar dos moradores do bairro, acrescentando e ativando espaço público adicional, e uma fachada verde viva.

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Origem/Equipe JAJA Architects, Totalentreprenør 5e Byg, Søren Jensen Ingeniører, LOA, DGI, Rama Studio, By og Havn Foto: Rasmus Hjortshøj – COAST for Lokale og Anlægsfonden
Foto: Rasmus Hjortshøj – COAST for Lokale og Anlægsfonden

Maggie’s no Edifício Robert Parfett

Desafio

A capacidade de recuperação de doenças graves pode ser positiva mente influenciada pela arquitetura. Ao longo da história, os refúgios têm sido usados como um santuário para doentes, com base na crença de que o silêncio e ar puro poderiam curar. A pesquisa moderna apoia a crença de que determinado projeto pode otimizar o efeito do tratamento, tal como o uso da luz do dia, a atmosfera afetada por cores e sons, e condições espaciais que promovem a segurança e o conforto.

Contribuição

Maggie’s Center, oferece apoio prático, emocional e social gratuito a pessoas com câncer e suas famílias na Grã-Bretanha. O conceito dos centros é inspirado por Maggie Keswick Jencks, que começou a olhar para a arquitetura para levan tar os ânimos e ajudar no processo de recuperação.

O projeto do centro em Manchester está disposto em um único andar, mantendo seu gabarito baixo e refletindo a escala residencial do entorno. Em todo o centro, há um foco na luz natural, no verde com vistas do jardim, com o objetivo de proporcionar uma acolhedora “casa longe de casa”. O centro combina uma variedade de espaços, desde o íntimo até nichos privados, como uma biblioteca, salas de ginástica e lugares para se reunir e compartilhar uma xícara de chá. O coração do edifício é a cozinha, que é centrada em uma grande mesa comunal. Referências institucionais, tais como corredores e sinalizações hospitalares, foram banidas em favor dos espaços que remetem a atmosfera doméstica.

A extremidade sul do edifício, estende-se para uma estufa, pensada para ser uma celebração da luz e da natureza, que oferece um jardim reservado, um espaço para que as pessoas possam se reunir, fazer atividades manuais ou sim plesmente desfrutar das qualidades terapêuticas da natureza e do ar livre. Será um espaço onde crescerão flores e outros produtos que podem ser utilizados no centro, dando aos pacientes uma sensação de propósito no momento em que eles podem se encontrar em seu estado mais vulnerável.

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Fotos: Nigel Young-Foster + Partners
Origem/Equipe Foster + Partners, HE Simm, Gardiner & Theobald, Dan Pearson Studio, Maggie's

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EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

Obter uma educação de qualidade é fundamental para um desenvolvimento sustentável. Além de melhorar a qualidade de vida, o acesso à educação inclusiva pode ajudar munir cidadãos com as ferramentas necessárias para desenvolver soluções inovadoras para os maiores problemas do mundo.

A falta de professores capacitados, escolas em más condições e a falta de oportunidades disponíveis para a comunidade rural são os fatores à uma educação de baixa qualidade. Para que uma educação de qualidade seja fornecida às crianças de famílias carentes, é necessário investimento em bolsa escolar, treinamento de capacitação aos professores, construir escolas e melhorar o acesso à água e luz nas escolas já existentes.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 4, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/education/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/hunger/

Escolas e espaços para educação são pilares cruciais do nosso investi mento no futuro.

Seja em um campo de refugiados, nas favelas ou no Vale do Silício, o acesso à escola e à educação define o futuro de nossas crianças. Escolas, universidades e outras instituições de ensino exigem uma arquitetura que promova um ambiente de ensino produtivo; mas arquitetura também tem um papel importante na cria ção de soluções econômicas, acessíveis e inclusivas para as comunidades com recursos limitados para a construção de espaços educacionais ou com acesso limitado ao sistema educacional estabelecido na região. Exemplos disso podem ser encontrados em projetos que garantam o estudo à noite, como uma luminária de leitura movida à luz solar para comunidades rurais sem acesso à eletricidade, em salas de aula móveis para as crianças de famílias nômades e em escolas para minorias.

Além disso, a construção civil pode promover oportunidades de treinamento quanto à performance sustentável de edificações, comunidades e áreas urbanas para os usuários e artesãos. Edificações e instalações comunitárias podem interagir e promover uma cultura sustentável de uso durante sua construção e durante sua vida útil. Na educação de base, foca-se na familiarização com o conceito de sustentabilidade será ponto chave na construção do desenvolvi mento sustentável do futuro.

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Escola Avasara

Desafio

Metade de todas as meninas na Índia nunca chegam ao fim do ensino fundamental, e aproximadamente metade das meninas com menos de 18 anos já estão casadas. Até mesmo quando alguma educação fora recebida, o casamento leva as meninas a focar nos afazeres da casa e nos cuidados dos filhos, ao invés do trabalho.

Contribuição

Com a Escola Avasara, a fundadora Roopa Purushothaman busca mudar a men talidade e os valores comuns às meninas na Índia, oferecendo-lhes educação, mentoria e confiança para ser protagonistas de mudanças positivas nas comuni dades que as rodeiam.

Localizada no subúrbio de Pune, Índia, Avasara é uma escola integral, com regime de internato, focada no desenvolvimento do potencial de liderança das jovens mais brilhantes da Índia. A estrutura das áreas internas e externas do campus permite espaços de aprendizagem alinhados com intimidade, conforto e familiaridade para as meninas que estudam e vivem lá. Os espaços foram projetados cuidadosamente para facilitar o desenvolvimento de relacionamen tos entre as estudantes, e o ambiente educacional concede espaço para individualidade, concentração e vida social, tornando possível às jovens mulheres desenvolver quem elas são como indivíduos. Para permitir que a escola seja um santuário e lugar seguro de aprendizagem, a equipe de design trabalhou com a materialidade da escola, incorporando texturas acolhedoras, mobília tradicional e uma paleta de cores específica para o local, que suaviza as paredes de con creto com pigmentos locais usados tradicionalmente em toda aÍndia.

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Origem/Equipe Avasara Academy, Case Design, Malene Bach, Pratik Raval of Transsolar KlimaEngineering Foto: Case Design
Fotos: Ariel Huber

Escola Frederiksbjerg

Desafio

O exercício físico é benéfico para o aprendizado das crianças, e pesquisas comprovam que exercícios físicos de alta intensidade logo após uma aula é benéfico à memória de longo prazo. Ambientes de ensino “parados” promovem em muitas escolas a inatividade e a falta de inspiração dentro e fora da escola, tornando mais difícil a convivência entre as pausas curtas das aulas. A pequena área disponível fez necessário considerar o potencial entre as frestas livres para desenhar espaços multifuncionais com diferentes oportunidades de ensino.

Contribuição

A escola Frederiksbjerg é uma escola pública em Aarhus, Dinamarca, que abrange desde a alfabetização até a primeira metade do ensino fundamental. Projetada para promover a atividade física, é uma das primeiras escolas a cum prir com a nova legislação dinamarquesa que obriga as instituições de ensino a oferecer mais exercício físico no currículo escolar.

A equipe de projeto incorporou os desafios físicos do movimento entre um espaço A até o espaço B repensando a circulação, os telhados, as salas de aula, as paredes e os espaços livres externos. Desta forma, a escola possibilita que as crianças explorem o dia em mais de 100 diferentes maneiras. As salas de aula também foram reformuladas; foi introduzida uma arquibancada na sala de aula ao invés da tradicional mesa e cadeira, garantindo que a criançada não fique sentada o dia inteiro. Nichos e espaços para atividades em grupo promovem imersão e interação. Para aproveitar cada metro quadrado da escola, o telhado foi convertido em área de brincar com parapeitos apropriados; as áreas abertas funcionam como playgrounds, e as áreas de ensino e espaços externos cobertos como espaços de engajamento. Áreas especiais para apresentações, trabalho em grupo e estudo individual mantém os princípios didáticos e educacionais em tornar a atividade física inevitável. Os resultados são uma melhora na absorção de conteúdos e melhor desempenho em exames.

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Origem/Equipe Henning Larsen, Hoffmann, GPP Architects, Niras Møller og Grønborg, Cidade de Aarhus Fotos: Hufton+Crow

Cúpula Comunitária

Desafio

Grande parte dos adultos e crianças que foram desalojadas da Síria es tão vivendo em campos de refugiados informalmente. Recorrentemen te não têm acesso à segurança social, espaços sanitários e educação. 2/3 das crianças refugiadas não frequentam escola.

Contribuição

A meta da campanha “100 escolas para as crianças refugiadas” da EARH é a de providenciar escolas e ferramentas para democratizar construção com técnicas facilmente transmissíveis. Os projetos treinam refugiados do oriente médio em técnicas de construção sustentável e oferece cursos em co-creatividade e alter nativas participativas.

O vilarejo de Za’atari na Jordânia moram de 15 mil sírios e 13 mil jordanianos. EAHR organizou junto com a comunidade local e a ONG local Acting for Change Jordan a expansão de uma escola informal para que fosse usada de acordo com a necessidade, seja como espaço comum, área para brincar ou sala de aula. O espaço é uma cúpula de 25 m² construída com super-adobe. A construção foi inspirada na estrutura vernácula das colmeias presentes na Síria, originarias de Aleppo eHoms, cidades de origem de muitos refugiados. Durante a construção a EARH treinou os trabalhadores locais em técnicas construtivas com o super-a dobe, ampliando os meios de subsistência e contribuindo para o crescimento e fortalecimento das comunidades locais., Espera-se que essas habilidades sejam incorporadas tornando as construções mais sustentáveis, de baixo custo e de consumo de energia mais eficiente nos assentamentos informais do entorno e durante a futura reestruturação da Síria.

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Origem/Equipe Emergency Architecture & Human Rights (EAHR), Acting for Change Jordan, Conselheiro de Ciências Sociais Jawhara Hammuh Fotos: Martina Bo Rubino
Foto: Martina Bo Rubino

IGUALDADE DE GÊNERO

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

A igualdade de gênero não é apenas um direito humano fundamental, mas sim uma base necessária para um mundo com paz, prosperidade e sustentabilidade.¹

No entanto, a desigualdade de gênero persiste em todo o mundo, privando as mulheres e meninas de seus direitos e oportunidades básicas. Alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres e meninas exigirá esforços mais intensos, incluindo estruturas legais, para contrariar discriminação baseada em gênero profundamente enraizada que frequentemente resulta de atitudes patriarcais e normas sociais estabilizadas.²

Para saber mais sobre o Objetivo 5, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/gender-equality/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopmen t/gender-equality/

2 Extraído da Plataforma de Conhecimento ODS da ONU: disponível em: https://sustainabledevelopment.un.org/sdg1

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Para apoiar um movimento em direção à igualdade de gênero, o pro jeto de edifícios, assentamentos e áreas urbanas devem ser inclusivos para todos os cidadãos, independentemente do gênero.

A organização dos espaços públicos, de instituições e serviços deve priorizar a segurança de meninas, mulheres e cidadãos LGBT+ e ajudar a minimizar o risco de abusos. A capacidade de se mover com segurança em espaços públicos, em instituições públicas e no local de trabalho é a chave para a inclusão de mulheres e meninas na vida civil, e para que as mulheres possam manter um emprego fora de casa, que é a chave para a autossuficiência. Para que haja fornecimento de serviços de saúde, sanitários bem como de locais de reunião para mulheres e pessoas LGBTQIA+, é necessário que os edifícios sejam seguros e economicamente acessíveis. Exemplos disso podem ser maternidades, casas de acolhimento ou banheiros públicos.

O projeto de playgrounds, parques públicos e instalações esportivas deve oferecer às meninas e mulheres igualdade de acesso ao lazer e atividades físicas, e também criar condições que incentivem o uso e prática por todos.

A própria indústria da construção civil deve trabalhar em prol da igualdade sala rial, promover a diversidade e trabalhar para combater o assédio sexual. Como parte disso, a indústria deve apoiar a capacidade das mulheres de lidar com processos de construção pesados que são tipicamente reservados à homens. Por exemplo, através da introdução de tecnologias para levantamento de objetos pesados. Desde o projeto até a construção, a indústria deve evitar um uma cultura de trabalho com enfoque no gênero, a fim de promover a diversidade e divisão de responsabilidades, para que mais mulheres possam ingressar na indústria em todos os níveis.

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Maternidade Kachumbala

Desafio

Localizada no leste rural da Uganda, Kachumbala é o Distrito vizinho de Bukedea com casas para 160.000 pessoas, uma região carente com acesso limitado à saúde. Tem um alto nível de taxa de mortalidade materna e infantil, estimadondo-se que 35-40 crianças a cada 1.000 não vivem até seu primeiro aniversário. Muitas vezes o acesso à assistência médica, instalações higiênicas, eletricidade e água é limitado, tornando novas instalações de maternidade muito necessárias na região. Quando o fornecimento de energia não é confiável e os recursos naturais são escassos, as características sustentáveis passivas devem ser priorizadas.

Contribuição

Uma nova maternidade em Kachumbala, substitui uma instalação existente, que não foi capaz de acomodar quatro em cada 10 mulheres que haviam viajado, muitas vezes longas distâncias, para buscar ajuda. A unidade inclui uma nova ala de recuperação pós-parto com 7 leitos, em que novas mães e bebês possam ficar em observação durante o período de 24 horas recomendadas pela OMS. Um espaço de reunião familiar foi incorporado ao projeto, porque mulheres em trabalho de parto, são apoiadas por uma extensa família que viaja com elas até a maternidade para auxiliar no processo, para cozinhar refeições, etc.

Cerca de 92% dos materiais utilizados no projeto são de origem local, e apenas algumas ferramentas elétricas foram usadas na construção. Tijolos feitos a mão foram usados para a estrutura do edifício e foram prensados no solo, eliminando a necessidade de corte e queima de árvores existentes no sítio, reduzindo a quantidade de cimento necessária para construção. O fornecimento de eletri cidade e água é limitado e instável na região e, portanto, a ventilação natural e o sombreamento têm sido as principais diretrizes do projeto, com um telhado de inclinação única, colocação estratégica de janelas operáveis, aberturas e corredores exteriores com painéis de terracota, tudo para contribuir na criação de ventilação cruzada e sombreamento. A eletricidade movida a energia solar é utilizada para a iluminação e refrigeração de remédios, e a captação de água da chuva torna possível a coleta de água durante a estação chuvosa para a utilização da unidade. O projeto foi avaliado por profissionais de saúde sediados no Reino Unido, que também estão fornecendo treinamento de parteiras e outros tipos de apoio aos prestadores de serviços de saúde locais.

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Origem/Equipe HKS Architects, Engineers for Overseas Development, Clyfe Building Skills, Governo Galês Fotos: HKS Architects

Lar de Crianças Nakuru

Desafio

No Quênia, cerca de metade da população feminina vive abaixo da linha da pobreza e menos de 50% das meninas tem acesso à educação além do ensino fundamental. O setor de construção civil é um dos que cresce mais rapidamente na África Oriental e apresenta um grande potencial de educação e emprego para mulheres.

Contribuição

Em 2013, enquanto Orkidstudio estava construindo um lar de crianças perto de Nakuru, no Quênia, Hellen, que vive nas redondezas, pediu para poder trabalhar como voluntária no canteiro de obras e aprender as habilidades que estavam sendo ensinadas. Mãe solteira, com uma grande família e de educação e oportunidades limitadas, Hellen recebeu um salário sob a condição de que ela trabalhasse tão duro quanto e aprendesse duas vezes mais rápido do que as pes soas que já estavam lá. No fim da semana, Helen convidou mais 12 mulheres para participarem do time, que provaram não apenas serem capazes de trabalhar duro e terem resiliência, mas também, ao final do projeto, mostraram-se muito habilidosas e em média, foram os membros mais valiosos do time. Elas mostra ram que mulheres podem e devem serem partes da criação do nosso ambiente construído. Desde 2013, Orkidstudio emprega 50/50 de mulheres e homens na empresa e no canteiro de obras. Com novas habilidades valiosas ao mercado, uma forte autoestima, renda em crescimento e independência econômica, essas mulheres, (1500 até o momento) transformaram suas vidas, e mais importante, conquistaram a confiança de seus colegas do sexo masculino.

Respondendo aos desafios de desenvolvimento que as cidades africanas enfrentam, especialmente o número alarmantemente baixo de artesãos altamente capacitados para atender à demanda da rápida urbanização, e a pobreza persistente nas favelas urbanas, Orkidstudio está lançando o “buildher”, um programa que habilita jovens mulheres carentes no Quênia com novas habilidades para construção, levando-as a uma maior prosperidade financeira, mudando o olhar masculino e promovendo a igualdade dentro da indústria da construção civil.

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Origem/Equipe Cliente: St Jerome’s Centre Equipe de Design: Orkidstudio Engenharia Estrutural: Structuremode Contratante: Orkidstudio Fotos: Orkidstudio

Wonder Wood – Um ciclo de movimento

Desafio

Pesquisas indicam que homens e mulheres possuem preferências diferentes em relação a atividade física e infraestruturas de apoio. Isso também se aplica às crianças, e um esforço especial para engajar meninas em exercícios durante o horário escolar, exige projetos que apoiem seus desejos.

Contribuição

O objetivo geral do projeto do novo pátio da escola Skørping, na Dinamarca, era de incentivar a participação de um número maior de crianças em atividades físicas, incluindo meninas. Pesquisas sobre as crianças pequenas e seus padrões de movimento revelam que garotos se espelham e ocupam o espaço aberto, enquanto garotas de aglomeram e ocupam as margens da área. Ao pensar juntos o pátio da escola e floresta do entorno, o objetivo era criar uma paleta de opções de exercícios físicos para crianças. Como parte do projeto, a equipe criou um trajeto de madeira como rota para ir e voltar da floresta, abrangendo dife rentes elementos como arquibancada, portais, barras de equilíbrio, parede de escalada, balanço, e casas na árvore. O caminho também leva para um lounge ao ar livre para trabalho em grupo, uma grande tela e assentos para o ensino ao ar livre. O projeto do pátio expande os diferentes meios de ser ativo, e contribui com zonas para tipos de exercícios “mais leves” e outras zonas e instalações afastadas, dando segurança para crianças tímidas e ansiosas. Uma pesquisa conduzida após a construção do pátio, mostrou que o percurso de madeira foi um sucesso em atrair mais meninas para brincadeiras ativas durante o recreio.

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Origem/Equipe VEGA landskab Prefeitura de Rebild Frandsen & Søndergaard Skørping Administração Escolar Drøn på Skolegården: Realdania Lokale og Anlægsfonden Kræftens Bekæmpelse Fotos: Leif Tuxen for the Danish Foundation for Culture and Sports Facilities

ÁGUA LIMPA E SANEAMENTO

Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos

Acesso a água, saneamento e higiene é um direito humano, mesmo assim, bilhões de pessoas ainda encontram desafios diários para acessar até os serviços mais básicos. Água limpa e acessível a todos é uma parte essencial do mundo no qual queremos viver, e há água doce o suficiente para tal. Entretanto, devido a economias ruins e infraestrutura precária, diversas pessoas, incluindo crianças, morrem todos os anos por doenças associadas ao suprimento inadequado de água, saneamento e higiene.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 6, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/water-and-sanitation/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/water-and-sanitation/

6

Para aproveitar a chuva em locais onde a água é escassa as edifica ções e áreas urbanas devem ser projetadas a fim de serem capazes de captar a água de chuva, purificá-la e usar como água potável.

Em áreas onde a água de chuva não precisa ser coletada para beber, as edifica ções e áreas urbanas devem ser projetadas para que a água da chuva chegue nas vias subterrâneas sem que haja mistura com efluentes ou seja poluída de outra maneira. Para o saneamento, prédios, serviços, sistemas de esgoto e infraestrutura devem ser projetados para manter separadas bactérias e água contaminada da água limpa e dos cidadãos. A chave para isso é garantir o acesso a instalações sanitárias que são projetadas para lidar com os resíduos produzidos. Devem ser escolhidos materiais de construção que não contribuam para a contaminação das vias subterrâneas, seja na fase de extração, construção ou uso.

Ademais, áreas urbanas, comunidades e edificações devem ser projetados para resistir à mudança climática relacionada à água, como precipitação intensa, enchente e inundações. O paisagismo e o planejamento urbano devem proteger os recursos hídricos utilizando de projetos de conservação e áreas recreativas que protejam, coletem, e interajam com a água.

Como exemplo podemos citar na edificação, o tratamento da água, a nível urbano, projetos de adaptação climática, e a nível local, banheiros comunitários para áreas carentes.

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Torre Warka

Desafio

Na Etiópia a maioria dos problemas de saúde são causados por doenças derivadas da falta de água potável e sistema de saneamen to básico. A qualidade da água é baixíssima, sendo constantemente contaminada por dejetos humanos e de animais. A água contaminada tem um impacto significativo na saúde da comunidade.

Contribuição

A Torre Warka está localizada em Dorze, Etiópia, e é a fonte de água alternativa para populações rurais que enfrentam dificuldades no acesso a água potável, onde a infraestrutura é inexistente e as comunidades são isoladas. O ar apre senta sempre um certo teor de vapor d’agua, independentemente do ambiente e condições de temperatura e umidade. Isso torna possível produzir água a partir do ar em quase qualquer lugar do mundo. A Torre Warka é projetada para coletar água potável da atmosfera, através da chuva, névoa e condensação.

Ela funciona utilizando a gravidade, condensação, evaporação e não necessita de energia elétrica. A torre é projetada para ser operada pelos residentes, fornece um recurso fundamental para a vida – a água- e também cria uma área social para a comunidade, onde as pessoas podem se reunir de baixo da sua cobertura para atividades educativas e comunitárias. Além disso, a Torre é concebida com materiais 100% recicláveis e biodegradáveis.

A filosofia é usar materiais de origem local e técnicas tradicionais o quanto for possível. Não obstante, a torre também é projetada para ser de fácil construção e manutenção pelos moradores, com o uso de ferramentas simples, sem que seja necessário a utilização de andaimes ou utensílios elétricos.

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Origem/Equipe Architecture and Vision (Arturo Vittori), Warka Water Inc. Fotos: Warka Water Inc.
Foto: Warka Water Inc.

sØnæs

Desafio

Mudança climática implica em fortes chuvas na Dinamarca, criando uma pressão crescente no sistema de saneamento básico. As áreas urbanas pavimentadas impedem a infiltração da água no solo, o que faz com que a chuva escorra para a rede de esgoto, que possui uma capacidade limitada para tal, resultando em transbordo e vazamentos para lagos e portos, gerando risco de contaminação de ambientes naturais. A água de chuva de áreas urbanas não é limpa, e não deve ser descartada diretamente em nossos lagos, rios e mares. Essa água contém grande quantidade de areia e nutrientes, que se ligam às partículas de água.

Contribuição

A Prefeitura de Viborg, Dinamarca, criou a área recreativa sØnæs com o intuito de expandir as instalações de tratamento de área urbana, utilizando um parque multifuncional de tratamento de esgoto. O lago de limpeza é formado por água limpa de telhados e vias proveniente de um sistema de saneamento separado, antes da água ser descarregada no lago Sønder. A água pluvial descarregada deriva de uma área de 50 ha, o correspondente a 100 campos de futebol. A superfície da água no lago de limpeza é de aproximadamente 2,6 ha. A equipe juntou a necessidade de adaptação às mudanças climáticas, o tratamento de esgoto, as instalações recreativas, a educação sobre mudanças climáticas com a melhoria das condições ambientais em um só lugar. A área facilita os esportes relacionados à água e à playgrounds, e expõe as técnicas de tratamento, circulação da água e recursos naturais. Partes do parque têm uma superfície de água permanente, enquanto outras são projetadas para serem resistentes a enchentes. O processo de limpeza da água é por sedimentação. A água no tan que de limpeza grande é quase estagnada, o que faz com que areia, partículas e impurezas, afundem. Desse modo, a água é purificada e descartada no lago. No caso de uma chuva extrema, a água fluirá da bacia de tratamento para várias bacias de transbordamento, garantindo que a água esteja sempre limpa antes de chegar ao lago.

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Fotos: Carsten Ingemann
Origem/Equipe Câmara Municipal de Viborg, Energi Viborg, Møller & Grønborg, Orbicon, Svend E. Madsen, Fundação Dinamarquesa para a Cultura e instalações Esportivas, Realdania, Vandplus Agência Dinamarquesa de Floresta e Natureza

A Máquina Viva

Desafio

O descarte de águas não tratadas é um dos eventos que mais amea çam o meio ambiente. Além disso, as áreas urbanas e rurais estão enfrentando cada vez mais os desafios para gerenciar o acesso ao abastecimento de água limpa. Menos de 1% da reserva da água doce da terra é acessível diretamente para o consumo humano. O manejo sustentável e reciclagem da água é, portanto, uma das principais preocupações para o ambiente construído.

Contribuição

A sede da Comissão de Serviços Públicos de São Francisco (SFPUC), com certifi cado LEED Platinum, é um dos primeiros prédios nos Estados Unidos com trata mento no local de águas cinzas e negras por meio de um sistema de “máquina viva”. Este sistema recupera e trata os efluentes do edifício para satisfazer 100% da demanda de baixo fluxo de água para banheiros e mictórios. Esse design inovador foi motivado pela missão da SFPUC de servir como modelo para que outros edifícios implementem o tratamento local de águas servidas. O sistema fornece uma média de 19.000 litros de água reciclada por dia útil, para descarga em vasos sanitários e urinóis, ou 3 milhões de litros por ano.

O processo inicia-se quando todas as águas servidas do edifício vão para um tanque primário, onde depositam-se sólidos e detritos e em seguida, são levados para o esgoto principal. As águas residuais restantes são tratadas por intermédio de um sistema de engenharia que imita as marés naturais dos pântanos. O esgoto é bombeado de um tanque de recirculação para as os tanques de alagamento que, através da ação da gravidade acumula dejetos no fundo e depois água volta para o tanque de recirculação. Enquanto submersa por água de efluentes, uma vasta população de microrganismos sedentos por matéria orgânica se alimenta dessa água rica em nutrientes. Quando os tanques de alagamento são drenados, o ar é puxado para dentro do substrato para oxigenar os microrganismos e facilitar os processos metabólicos aeróbicos. A partir daí as águas residuais parcialmente tratadas são então bombeadas para a etapa 2. Agora essa água é distribuída verticalmente através de uma rede de tubulação perfurada em um ligeiro declive, o que permite que os fluxos verticais sejam então horizontalmente tratados. Uma vez terminado, o efluente é filtrado e peneirado para remover qualquer sólido suspenso restante, e as bactérias e vírus são removidos por meio da desinfecção por luz ultravioleta e a adição de pastilhas de cloro.

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Foto:
Robin Scheswohl
Foto:
Carmen Magana Origem/Equipe Comissão de Serviços Públicos de São Francisco (SFPUC)

ENERGIA LIMPA E ACESSÍVEL

Garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos

Dependemos de serviços de energia seguros e acessíveis para que o nosso dia a dia corra bem e se desenvolva. Aliás, energia é o ponto central dos grandes desafios e oportunidades que o mundo enfrenta hoje. Seja para o trabalho, segurança, mudança climática, produção de comida ou aumento de salários, o acesso à energia para todos é essencial.

Focar no acesso universal à energia, maior eficiência energética e o aumento da produção de energia renovável através de novas oportunidades econômicas e de trabalho é crucial na construção de comunidades mais sustentáveis e inclusivas e na abordagem de problemas ambientais como o aquecimento global.

O problema está longe de ser resolvido enquanto a necessidade por energia e tecnologia limpas exigir um progresso mais significativo na integração de energia renovável na construção civil, transporte e indústria.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 7, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/energy/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/energy/

7

Centros urbanos são os maiores consumidores de energia e potencialmente os maiores produtores de energia.

Edifícios precisam ser projetados para limitar o consumo de energia, como por exemplo, ao usar materiais, componentes e layout que minimizam o superaqueci mento, produzir e reciclar energia ao armazenar o calor excedente durante o dia e utilizá-lo para o aquecimento durante a noite. Isto significa projetar e construir edifícios, comunidades e áreas urbanas que empregam tecnologias energéticas apropriadas dentro das condições geográficas, climáticas e culturais. Exemplos disso pode ser o uso de luz natural, ventilação natural ou a escolha de materiais que suportam o calor ou frio, como paredes grossas em climas quentes e secos. A construção pode também contribuir no desenvolvimento de soluções que aplicam recursos inovadores de energia renovável.

Além disso, a indústria da construção civil deve focar no consumo de energia proveniente da extração de matéria prima, das fases de construção, uso e demolição. Como parte disso, materiais cuja extração requerem um consumo de energia excessivo e de um consumo de energias não limpas, como tijolos quei mados à carvão, devem ser substituídos por novas alternativas. Edifícios também devem ser adaptados às condições climáticas locais para evitar soluções que consomem energia excessivamente, como faixadas de vidro em clima quente.

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Usina de energia Kjørbo

Desafio

O nosso estoque construído detém uma vasta quantidade de energia incorporada e as edificações antigas geralmente gastam muita ener gia para atender às demandas de ventilação e aquecimento contem porâneas. Isto demanda renovações para requalificar esses edifícios sem gastar recursos em sua demolição e substituí-los por estruturas totalmente novas.

Contribuição

Ao otimizar e combinar tecnologias modernas de renovação, um edifício comum de escritórios dos anos 1980 produz agora mais energia renovável do que con some. A reforma completa foi conduzida pelo consórcio de arquitetos, engenhei ros, especialistas e empreendedores que em parceria investem na construção e desenvolvimento de uma série de edifícios que produzem mais energia do que consomem no correr de sua vida util.

A usina de energia Kjørbo localizada em Oslo foi a primeira a ser finalizada, e depois da renovação, o consumo elétrico do edifico foi reduzido em 86%. O edifí cio conta com painéis solares instalados no telhado e no pavimento externo que garantem o aquecimento para os radiadores, água e ventilação, enquanto um zoneamento simples do projeto ajuda a reduzir o consumo de energia e aumenta a produção de energia limpa.

A fase de desenvolvimento do projeto foi caracterizada pela colaboração interdisciplinar desde os primeiros estágios, possibilitando a descoberta de soluções simples que pode sustentar a premissa ambiciosa de criar um edifício de energia positiva. Projetar com ajuda de especialistas e colaborando intensivamente desde o início consome tempo e recursos, mas é recompensado com o resultado, como é visto na escadaria principal, a qual possui função dupla de circulação e de canal de ventilação. Como a conta de energia inclui o consumo de energia durante a produção de materiais construtivos, construção, operação e demolição do edifício, a equipe de projeto assegurou que todos os materiais incorporados estivessem dentro dos altos padrões ambientais, e ao mesmo tempo, mantivessem um consumo baixo de energia.

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Origem/Equipe

Snöhetta, Skanska, The Environmental Organization ZERO, Sapa and Hydro, Asplan Viak, Entra Eiendom

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Fotos: Ketil Jacobsen

Usina Hidrelétrica Øvre Forsland

Desafio

Combustíveis fósseis continuam a ter uma forte presença em siste mas energéticos no mundo. Energia fóssil foi o principal fomentador da revolução industrial e do desenvolvimento tecnológico, social e econômico que se seguiu. Entretanto, os combustíveis fósseis também têm impactos negativos, sendo a fonte principal da poluição do ar e emissor de dióxido de carbono (CO₂) e outros gases de efeito estufa. O aumento da atenção aos desafios da mudança climática associados aos combustíveis fósseis tem feito países do mundo inteiro encontrar alternativas energéticas.

Contribuição

Em 2015 a Helgelands Kraft A/S, uma das maiores produtoras de energia hidráu lica no norte da Noruega, decidiu construir uma série de novas usinas de energia que trouxesse atenção à energia hidráulica, à história e aos benefícios ambien tais dela. A ideia foi de transformar 5 usinas em pontos turísticos e encaixá-las no cenário espetacular da paisagem norueguesa.

Para o projeto da Usina Hidrelétrica Øvre Forsland, a equipe de projeto se inspirou na verticalidade e formas irregulares da floresta de pinheiros que circunda o local, com seu interior exposto através de janelas grandes. Da ponte em frente ao edifício, visitantes podem experimentar a força da água que corre pela estação e podem olhar a água fluindo. O esquema de luzes azul, verde e vermelha das instalações técnicas internas reforçam a experiência da usina de energia mesmo durante o inverno escuro norueguês. A usina produz 30GWh que corresponde a um consumo de 1600 casas.

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Origem/Equipe Stein Hamre Arkitektkontor As, Helgeland Kraft As, SWECO, Stokkan Lys
Fotos: Helgeland
Kraft

Paramit – a fábrica no meio da floresta

Desafio

O setor de construção civil é considerado o maior contribuinte indi vidual ao consumo global de energia e emissão de gases de efeito estufa. Em relação às edificações individuais, o projeto pode ter um impacto crucial na performance energética e mais amplamente na pegada ecológica do edifício.

Contribuição

A Paramit Factory localizada em Penang Science Park, Malaysia, tem 11.600 m2 de fábrica e armazéns e 1.450 m2 de bloco de escritórios e fabricam, manufaturam e pós-processam equipamentos e instrumentos médicos. A fábrica foi projetada como um edifício energeticamente eficiente e sensível ao clima local, totalizando uma redução de 45% de consumo de energia comparado ao consumo de sua outra fábrica localizada nos arredores. Os princípios sustentáveis do projeto foram eficiência energética, eficiência hidráulica, luz natural e biofilia, que é o conceito de que os humanos têm uma necessidade fundamental de estar em contato com natureza. Eficiência energética é alcançada através da junção do projeto passivo e de sistemas de automação complexos, como por exemplo um teto em toldo como se fossem venezianas que garante proteção solar durante a parte mais quente do dia, enquanto entradas de luz direcionadas ao norte com defletores internos garantem uma iluminação natural suave ao longo do dia, ao lado de iluminação de LED de consumo eficiente de energia suspensa ao teto. Árvores e vegetação também foram plantadas estrategicamente para evitar luz solar direta e acúmulo de calor. As plantas adicionam à equação uma redução da temperatura por meio de suas sombras e da evapotranspiração e o ambiente verde ajuda na melhoria da qualidade de ar ao transformar CO₂ em oxigênio durante o dia. Água é um ponto chave no projeto assim como a vegetação em geral ao diminuir os riscos de alagamento provenientes das tempesta des tropicais.

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Origem/Equipe Paramit Malaysia Sdn Bhd, Design Unit Sdn Bhd, IEN Consultants Sdn Bhd Fotos: Lin Ho
Foto: Lin Ho

TRABALHO DECENTE E CRESCIMENTO ECONÔMICO

Promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos

Este objetivo é para promover o crescimento econômico inclusivo, sustentável, emprego e trabalho decente para todos já que a erradicação da pobreza só é possível através de trabalho estável e bem pago.

Hoje quase metade da população mundial ainda vive com o equivalente a 2 dólares por dia com taxas globais de desemprego à níveis de 5.7%. Mas ter um trabalho não garante a chance de escapar da pobreza em muitos lugares, este progresso lento e desigual requer a nós repensar e reformular nossas políticas econômicas e sociais focando à erradicação da pobreza.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 8, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/economic-growth/ 1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/economic-growth/

8

O ambiente construído interage com o trabalho decente e o cresci mento econômico em ambos os níveis de planejamento e construção.

Espaços públicos seguros e caminhos acessíveis ao trabalho são cruciais na busca por emprego. A habilidade em se locomover de casa ao trabalho e o tempo gasto no trânsito determinam quais empregos estão disponíveis, fazendo do espaço público e do sistema de transportes pontos chaves do acesso ao trabalho. Cidades e comunidades devem ser planejadas e projetadas para que o pobre e os cidadãos marginalizados tenham acesso às instalações comerciais, como por exemplo um mercado, onde produtos locais, artesanatos e outros serviços podem ser adquiridos e vendidos. Locais e ambientes de trabalho devem ser concebidos para dar suporte saudável e de trabalho produtivo para os empregados. Investir em boas condições de trabalho retorna para as empresas em crescimento econômico, maior produtividade e menos dias de baixa.

Na indústria da construção, é necessário focar no trabalho decente e na segu rança do trabalho Isso engloba o uso de materiais extraídos e produzidos em ambientes de trabalho seguros e limpos assim como propiciar condições de traba lho seguras e controladas tanto na construção como no processo de demolição. Além disso, ao enfatizar investimentos em recursos humanos, a indústria pode desenvolver um crescimento econômico mais sustentável usando habilidades aprimoradas e conhecimento para reduzir a quantidade de matérias primas e de energia consumidas durante o processo de construção.

Exemplos disso podem ser encontrados em projetos de planejamento de comuni dades informais, em edifícios de escritórios de ponta e em melhorias das condições nos locais de construção.

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Ateliê Gando

Desafio

Comunidades rurais nas regiões de deserto de Burkina Faso encaram muitos desafios econômicos e a taxa de alfabetização dessa popula ção é de 20%, o que exige um suporte educacional maior para qualifi car a mão de obra, gerar crescimento e emprego. Entretanto, a habilidade artesanal da região e o conhecimento em construção, usando materiais locais e adaptados ao clima local, é uma fonte de inovação valorosa ,que pode ser usada para enriquecer práticas construtivas em outras partes do mundo.

Contribuição

O Ateliê Gando em Burkina Faso é o centro para tecnologias de construção sustentáveis e pesquisa com o foco em facilitar trocas entre artesão locais, arqui tetos, estudantes e visitantes a estudar e inovar métodos construtivos nativos para a aplicação em métodos contemporâneos. Ao prover espaços de oficina, acolhimento temporário para estudantes e trabalhadores, e local de armaze nagem para ferramentas e materiais, o projeto tem a premissa de dar apoio ao desenvolvimento e prática do conhecimento construtivo regional. O processo de construção do ateliê foi uma troca criativa entre tradição e métodos construtivos contemporâneos, resultando numa forma volumétrica inspirada nas construções em terra executadas pelas comunidades nativas.

Iniciada sob a organização de Francis Kéré com a Accademia di Architettura di Mendrisio da Suíça, o ateliê facilitará a experiencia arquitetônica aos estudantes de instituições ocidentais com o foco em arquitetura rural de áreas pobres, o uso de métodos que empreguem recursos e materiais construtivos conscientes. Os estudantes visitantes do ateliê irão trabalhar com os desafios da região e com as dinâmicas da colaboração entre nacionalidade e cultura, criando uma educa ção arquitetônica que contempla necessidades e realidades contemporâneas.

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Origem/Equipe

Kéré Architecture, Diébédo Francis Kéré, Accademia di Architettura di Mendrisio em Suíça, “Building Reality” Workshop da Accademia di Architettura di Mendrisio supervisionado por Alberto Pottenghi, Wéneyida Kéré, Alberto Pottenghi

75 Fotos: Kéré Architecture

SiteCover

Desafio

Os canteiros de obras são expostos às variações do tempo, e podem se tornar lugares perigosos quando as superfícies estão molhadas e es corregadias. Logo os canteiros de construção escandinavos podem ser fechados por diversas semanas durante o inverno por conta da geada e chuva, que, em geral, prolonga o tempo de construção. Condições molhadas podem também danificar materiais de construção, dificultando o trabalho em regiões chuvosas.

Contribuição

SiteCover é uma cobertura integrada com guindaste para canteiros de obras possibilitando que a construção de novas edificações se torne uma atividade interna, protegida das intempéries.. SiteCover é à prova de tempestade e neve de acordo com os padrões dinamarqueses, e garantem condições boas, e secas, de trabalho para a mão-de-obra. Isto melhora significantemente as condições de trabalho e de segurança e garante um processo de construção estável sem interrupções causadas pelo clima. A estrutura garante proteção contra o tempo, guindastes e instalações industriais que incluem portões, iluminação e ventila ção, e pode ser usado na construção civil.

SiteCover permite o uso de materiais construtivos orgânicos e sustentáveis, e reduz o tempo de construção consideravelmente porque a cobertura torna pos sível trabalhar 365 dias ao ano. A estrutura é também projetada para ser o molde para futura impressão 3D de edifícios.

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77 Origem/Equipe SiteCover
Foto: Dragør Luftfoto ApS Foto:
Jacob Maintz, SiteCover

Escolas Andarilhas

Desafio

A população trabalhadora sazonal da Índia está estimada em 100 milhões de pessoas por alguns pesquisadores do assunto. Enquanto a migração pode trazer benefícios econômicos às famílias, traz também riscos. Estes riscos são desproporcionalmente sentidos pelas crianças dos migrantes que frequentemente viajam junto de suas famílias à trabalho. Alguns estimam que por volta de 6 milhões de crianças na Índia participam de esquemas familiares de trabalho migrante todo o ano.

Contribuição

A Escola Andarilha aborda um dos desafios da mão-de-obra migrante da Índia: educação. A Escola Andarilha é uma serie de salas de aula móveis que são proje tadas para flutuar, andar e se desdobrar, onde quer que sejam necessárias.

O projeto começou às beiras do rio Tiracol em Goa, Índia, como uma iniciativa de providenciar educação às crianças negligenciadas da comunidade de tra balhadores nômades de Karnataka, que trabalham com a extração de areia à beira rio. A primeira escola abriu em março de 2001. Em 2005 a quarta escola foi aberta sobre uma plataforma flutuante no rio. Já que os grupos se movem para diferentes locais de extração, foi lógico construir escolas flutuantes que podem se locomover junto com eles. Em 2007 o projeto se desenvolveu na versão terrestre da Escola Andarilha.

A escola “corredora” foi construída em junho 2008, sobre um chassis de trator de fazenda. Elas foram projetadas para moverem-se com os trabalhadores que cons troem estradas ou trabalham em canteiros de obras. É desmontável, o chão e as paredes se dobram e permitndo expandir até duplicar o espaço interno, criando assim, uma sala de aula para 25 alunos.

A terceira interação da Escola Andarilha é a versão em forma de tenda projetada para as comunidades ribeirinhas do Gujarat. As tendas podem ser rapidamente montadas e vêm com equipamentos necessários ao ensino. Atualmente há diversas dessas tendas salas de aula, assim como estruturas semipermanentes do projeto Escola Andarilha e um albergue para meninos e meninas que abriu em 2012.

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79 Origem/Equipe Mette
Lange Architects, Anders Linnet Fotos: Mette Lange

INDÚSTRIA, INOVAÇÃO E INFRAESTRUTURA Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação

O crescimento econômico, o desenvolvimento social e as ações climáticas são seriamente dependentes de investimentos de infraestrutura, desenvolvimento industrial sustentável e do desenvolvimento tecnológico. Em face da mudança ligeira do cenário econômico global e do crescimento das desigualdades, o crescimento sustentável deverá incluir uma industrialização que antes de tudo traga oportunidades acessíveis a todos os povos, suportado por inovações e por uma infraestrutura consciente.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 9, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/infrastructure-industrialization/ 1 Trecho traduzido do relatório da ONU “Porque importa – Industria, Inovação e Infraestrutura” – PDF
9

A construção civil produz grandes quantidades de lixo e está consu mindo grandes porções dos recursos naturais e energia.

Um avanço sustentável do ambiente edificado requer o desenvolvimento da indús tria e suas estruturas, opostas às práticas atuais, em direção a novos caminhos de produção e montagem. Devemos desenvolver nossa indústria, seus serviços, produtos e transporte, para poluir menos, consumir menos energia, produzir menos lixo e prover soluções mais seguras e mais saudáveis do que os padrões atuais.

A construção civil, por sua natureza, é assentada em um local específico, e nós deveríamos focar na utilização de indústrias locais e avançar com o desenvolvimento de produtos locais sustentáveis em todos os países. Isto requer o desenvolvimento de ambas as infraestruturas físicas e digitais para promover uma troca mais sustentável e coexistente, dando ênfase no uso industrial de materiais e recursos locais. Onde há uma indústria avançada, a atenção deverá estar no desenvolvimento de produtos que melhorem os padrões existentes e que elevem o nível de sustentabilidade, como por exemplo, ao deslocar o foco na redução de lixo apenas durante o processo de produção a focar na redução de lixo em todo o ciclo de vida.

Isto requer treinamento e o desenvolvimento de novas competências em todos os níveis da indústria da construção civil, assim como na pesquisa e desenvolvimento de protótipos para testar o potencial de novas ferramentas, processos e soluções. As inovações resultantes na construção devem ser analisadas continuamente em relação ao impacto sobre a sustentabilidade local e climática.

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Kvadrat Soft Cells

Desafio

Um ambiente confortável é influenciado pela arquitetura e como sua materialidade afeta os nossos sentidos. Entretanto, materiais constru tivos de superfícies duras nem sempre carregam qualidades acústicas, exigindo o uso de materiais adicionais para fornecer o apoio acústico necessário. Para produzir componentes construtivos sustentáveis à escala industrial, deve-se levar em conta toda cadeia de produção, desmontagem e biodegradação.

Contribuição

Kvadrat Soft Cells é um painel acústico para paredes e teto que proporciona absorção acústica e um ambiente confortável em espaços com superfícies duras, como vidro e concreto. Os painéis podem ser personalizados com cores e tamanhos diferentes e podem ser integrados em situações diversas. Devido ao mecanismo patenteado de tensionamento têxtil, eles são resistentes à umidade e temperatura. Os painéis consistem de duas camadas de tecido tencionado e forro acústico que absorve sons de frequências baixas e médias. Seu design faci lita sua reutilização em contextos diferentese o forro exposto pode ser trocado, prolongando sua vida útil.

Os painéis são projetados para ser facilmente desmontáveis e seus componentes e materiais podem ser também facilmente reciclados. Os quadros estruturais que compõem a peça principal são produzidos em sua maior parte de material reciclado e são cortados sob medida enquanto os resíduos produzidos durante o processo de fabricação é reciclado.

O objetivo está em reduzir o lixo através da reutilização e reciclagem, e Soft Cells está trabalhando continuamente com a Really – uma empresa que reutiliza fibras têxtil para a fabricação de painéis e componentes acústicos – para desenvolver ciclos fechados de uso do material.

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Origem/Equipe Kvadrat Soft Cells
Foto: Ed Reeve Foto: Kvadrat

Plástico: reciclado e trabalhado à mão

Desafio

Desde os anos 1950 mais de 9 bilhões de toneladas de plástico foram produzidos. Disso, aproximadamente 7 bilhões de toneladas foram des cartados. Menos de 10% do plástico descartado foi reciclado. Ninguém sabe ao certo quanto tempo o plástico leva para biodegradar completamente, mas estimativas apontam de 450 anos a nunca.

Contribuição

Smile Plastics é uma empresa de engenharia de materiais e construtora com uma missão de mudar as percepções das pessoas sobre resíduos sólidos através de inovação – por meio do uso da arte e tecnologia para liberar o potencial oculto da reciclagem, e abrir os nossos olhos para a beleza inesperável do lixo. Eles esperam inspirar mais pessoas sobre sustentabilidade e reciclagem.

O foco da linha de produtos da Smile Plastics vai de materiais que têm proprieda des funcionais semelhantes mas que variam de aparência dependendo da com posição original dos materiais. Todos os materiais são feitos à mão, de materiais 100% reciclados e de plásticos não tóxicos recicláveis. Os materiais podem ser usados em uma variedade de aplicações – de interiores à mobília e revestimento de fachadas.

Smile Plastics oferece um padrão de materiais que são feitos de lixo como potes de iogurte, garrafas plásticas e bandejas de comida, mas também trabalham com clientes para criar materiais completamente personalizados e experimentos com o uso de plástico do mar, plásticos de geladeira, WEEE, vasos de planta e copos de café para nomear alguns.

Designers frequentemente combinam diferentes resíduos em um único material. Na maior parte do tempo as combinações são do mesmo tipo de plástico mas também encontraram uma forma de combinar tipos diferentes de material como copos de café e plástico.

Desenvolver um material novo pode levar meses, mas às vezes leva muito mais tempo.

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Origem/Equipe Smile Plastics, Adam Fairweather e Rosalie McMillan Arquitetura: Projeto Clifton Park de Marsh Grochowski Architects Fotos: Smile Plastics

REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES

Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países

As desigualdades baseadas na renda, gênero, idade, deficiência, orientação sexual, raça, classe, etnia, religião e oportunidade persistem em todo o mundo, dentro e entre países. Desigualdade ameaça o desenvolvimento social e econômico a longo prazo, prejudica a redução da pobreza e destrói o senso de completude das pessoas e a autovalorização. Isto, por sua vez, pode gerar crime, doenças e degradação ambiental.

Mais importante ainda, não podemos alcançar o desenvolvimento sustentável e tornar o planeta melhor para todos se as pessoas forem excluídas de oportunidades, serviços e da chance de ter uma vida melhor. Portanto, reduzir a desigualdade dentro e entre países é, questão-chave.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 10, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/inequality/

1 Trecho traduzido do relatório da ONU “Porque importa – reduzir desigualdades” – PDF

10

O ambiente construído pode atuar como um amplificador e indutor das desigualdades.

Os cidadãos portadores de deficiências correm o risco de ficar confinados em suas casas ou incapazes de permanecer em um emprego por causa de escadas, degraus e outras características de design que podem tornar as ruas, os sistemas de transportes e as instituições inacessíveis. Minorias étnicas e religiosas, cida dãos LGBT+ e mulheres já se sentiram confinados em áreas designadas ou isoladas para eles tanto em instituições educacionais como de lazer. Paisagens de qualidade como uma praia ou uma vista panorâmica podem ser fechadas para o público devido a um projeto ou a um plano, tornando-os acessíveis apenas para os proprietários ou clientes.

Para reduzir as desigualdades, a arquitetura deve ser projetada e executada para que assuma sua responsabilidade social de ser inclusiva e que leve em consideração as necessidades de todos os membros da sociedade, não deixando ninguém para trás. Edifícios, assentamentos e áreas urbanas devem ser projeta dos tendo a acessibilidade como a principal funcionalidade, garantindo super fícies uniformes, elevadores e rampas e métodos que considerem passagens e a altura de itens de mobiliário. Isso também significa que a responsabilidade social e a inclusão devem orientar a programação, o planejamento e o projeto de edifícios e áreas urbanas possibilitando e apoiando seu uso por todos, tendo respeito para cada necessidade e identidade cultural do local. Exemplos abran gem desde edifícios de escritórios de última geração que aderem ao desenho universal, locais destinados a culto aberto para todas as religiões e instituições abertas, como parques públicos.

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Capela do Silencio Kamppi

Desafio

Independentemente de sua crença política ou religiosa, circunstâncias desafiadoras da vida ou uma rotina ocupada, às vezes é necessário um momento de reflexão em silêncio. Tradicionalmente, espaços de refúgio e espiritualidade, foram ligados a crenças específicas, cada uma com um conjunto diferente de rituais e de conceitos espaciais. Raramente espaços foram projetados para facilitar a inclusão e a interação entre diferentes públicos. Um novo tipo de construção desafia esta tradição ao acolher todas as pessoas – independentemente da crença – em um espaço solene que é projetado tanto para a contemplação quanto para o diálogo.

Contribuição

A Capela do Silêncio introduz um lugar de sossego e paz, independentemente da religião, fé e origem. Localiza-se no animado centro comercial de Helsinque e seu volume escultórico é construído em madeira finlandesa.

A parede interna maciça flutuante livre da capela é feita de tábuas de amieiro espesso e oleado, e a mobília é composta de madeira maciça, o que torna a atmosfera acolhedora e compõe um ótimo conforto acústico. No lobby, qualquer um pode encontrar-se e falar com eclesiásticos ou assistentes sociais sem hora marcada. A forma arredondada do edifício e a luz que brilha sobre sua superfície curva fornece um santuário a partir do vibrante ambiente urbano.

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Origem/Equipe K2S Architects LTD Helsingin seurakuntayhtymä Insinööritoimisto Vahanen Oy Pakrak Oy Foto: Marko Huttunen
Foto: Tuomas Uusheimo

Bairros de Pequena Escala em Chongqing

Desafio

Durante os próximos 30 anos na China, 300 milhões de pessoas migra rão para cidades. As ruas, que sempre foram o nervo da interação e da vida social, em muitos lugares foram substituídas por autoestradas como o resultado de uma rápida urbanização e motorização. Esta implementação do planejamento urbano modernista tem drenado vida social no nível da rua, e novos bairros de arranha-céus são projetados inteiramente visando aos automóveis – em um país onde 85% da população ainda não possui um carro. De acordo com críticos, o resultado são megacidades cheias de grandes zonas monofuncionais desprovidas de vida humana.

Contribuição

O governo de Chongqing, China, e Gehl Architects melhoraram a qualidade do espaço público urbano da cidade, revitalizando a vida na rua para moradores e pessoas sem carro, e ampliando e aperfeiçoando a macro rede de transporte público inteligando-a com uma micro rede de ruas e espaços públicos.

Com base nos resultados de pesquisa, a equipe fez recomendações e projetou projetos-piloto em locais selecionados para mostrar o efeito do planejamento e projeto com base na escala humana sobre a vida urbana. Foi revelado que 150% mais pessoas passavam mais tempo nas ruas pequenas e antigas do que na área com comércio e espaços públicos novos, e 640% mais pessoas estavam passando tempo em bairros chineses tradicionais com fachadas ativas e abertas do que em ruas com edifícios cujas fachadas formam barreiras. Isto resultou no apoio político para a implementação da escala humana nas ruas.

Um novo Plano de Espaço Público foi criado para todo o centro da cidade, concentrando-se, pela primeira vez em uma cidade chinesa, na qualidade de um espaço público de rua e não apenas na capacidade de acomodar carros. Como resultado, espaços públicos estão agora sendo permanentemente implementa dos pelo planejamento local e equipes de projeto.

Projeto sustentável é entender para quem você projeta (a maioria), e onde eles preferem estar. Portanto, o futuro "centrado nas pessoas” de Chongqing é tam bém a reintrodução das muitas estratégias positivas e aspectos humanamente sustentáveis da cultura tradicional da cidade chinesa.

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Origem/Equipe Gehl Architects, Energy Foundation, CSTC (Centro de Transporte Sustentável da China), Chongqing Planning and Design Institute Fotos: Gehl Architects

Lar da Organização de Pessoas com Deficiência

Desafio

O artigo 9, “Acessibilidade”, da Convenção das Nações Unidas sobre a Direitos das pessoas com deficiência, afirma que: “os Estados Partes tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”. Na construção, a ideia de Desenho Universal aborda a igualdade no projeto de edifícios, produtos ou ambientes que sejam acessíveis a todas as pessoas, independentemente da idade, deficiência ou outros fatores.

Contribuição

Com a ambição de criar o edifício de escritórios mais acessível do mundo, A Organização de Pessoas com Deficiência da Dinamarca desenvolveu e construiu uma sede em Taastrup, Dinamarca, teve êxito em iluminar a necessidade de um design universal no futuro. Para além de reunir as diferentes organizações de deficientes na Dinamarca num ambiente acolhedor, o edifício constitui um exem plo de design acessível e integrado.

Para criar um ambiente de trabalho que seja igual para todos, independente mente de deficiências, a equipe concentrou-se na promoção de soluções inte gradas de baixa tecnologia em vez de criar complementos. O sistema de rotas aborda múltiplos sentidos com som e detalhes táteis, com recursos de orientação e reconhecimento simples, tornando mais fácil para os deficientes visuais ou cognitivos encontrarem o seu caminho. A equipe trabalhou os detalhes desde as primeiras fases do projeto, tornando, por exemplo, os caminhos guiados táteis uma bela e integrada parte do desenho da escadaria.

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93 Origem/Equipe Danske Handicaporganisationer, Cubo, Force4, Niras A/S Fotos: Martin Schubert

CIDADES E COMUNIDADES SUSTENTÁVEIS

Metade da humanidade, 3.5 bilhões de pessoas, vivem em cidades nos dias de hoje, e esse número continuará a crescer. Pelo motivo de o futuro ser urbano para a maioria das pessoas, soluções para as maiores questões da humanidade como pobreza, mudança climática, saúde e educação, devem ser encontradas nas cidades.¹

As cidades são polos de ideias, comércio, cultura, ciência, produtividade, desenvolvimento social e muito mais. Em seu auge, cidades permitiram que pessoas avançassem economicamente e socialmente. Com o número de pessoas que vivem dentro das cidades previsto para aumentar para 5 bilhões até 2030, é importante que o planejamento urbano eficiente e práticas de gestão estejam alinhadas para lidar com os desafios trazidos pela urbanização.²

Para saber mais sobre o Objetivo 11, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/cities/

1 Trecho traduzido do relatório da ONU “Porque importa – Cidades Sustentáveis – PDF

2 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/sustainable-consumptionproduction/

Tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis
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O ambiente construído é fundamental para o desenvolvimento de cidades e comunidades sustentáveis.

A arquitetura, o design e o planejamento contribuem de múltiplas formas para fazer cidades e assentamentos, inclusivos, seguros, sólidos, resilientes e ambien talmente sustentáveis. Entre as principais contribuições estão a concepção e planejamento que garantam uma habitação segura, acessível e saudável, bem como infraestruturas que, através da sua concepção, ajudam a reduzir a poluição causada pelos transportes, permitindo passeios a pé, de bicicleta e de deslocamento em transportes públicos. Além disso, a infraestrutura pode melhorar a mobilidade e a acessibilidade entre partes de uma cidade, bem como entre cidades, subúrbios e zonas rurais.

O desenho urbano pode contribuir para incluir todos os cidadãos e reduzir o risco de exclusão e violência. Como parte disto, devem ser incluídos em fases iniciais de planejamento, a consideração das necessidades de cidadãos marginalizados e desfavorecidos, bem como todos os níveis de interessados devem ser envolvi dos no processo. O desenho urbano também deve ajudar a reduzir e neutralizar os impactos ambientais do uso excessivo, do tráfego, dos resíduos, do ruído e da poluição luminosa em zonas urbanas. Edifícios individuais, bem como complexos de edifícios e os assentamentos devem ser desenvolvidos para aumentar a resiliência e robustez em a face da mudança climática como também incluir vegetação e áreas verdes para ajudar a neutralizar a perda de vegetação e biodiversidade causada pelas zonas urbanas crescimento.

Exemplos disso podem ser encontrados em projetos de renovação de moradias, em planos de adaptação climática, em estações coletivas de reaproveitamento, em parques compactos e em expansões de ciclovias.

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Comunidade de Baixo Custo e Baixo Impacto

Desafio

O projeto pode tornar as nossas cidades mais inclusivas, seguras e resilientes, e a arquitetura pode contribuir para promover formas mais sustentáveis de moradia, de partilhar os recursos comuns, de reduzir a utilização do espaço e da energia, e pode também apoiar a união.

Contribuição

LILAC significa comunidade de baixo custo e baixo impacto (do original: Low Impact Living Affordable Community), localiza-se em Leeds, Grã-Bretanha. A comunidade é moldada em torno da ideia de coabitação, misturando as necessidades das pessoas em ter seu próprio espaço em casas particulares com instalações partilhadas. Esta abordagem de partilha encoraja a interação social em espaços verdes e numa casa comum, incluindo a cozinha comunitária e insta lações de alimentação, quartos de hóspedes e instalações domésticas, incluindo uma lavandaria partilhada.

As casas são feitas utilizando um método de construção pré-fabricado de baixo carbono, utilizando palha e madeira de origem local para criar paredes e telhados super-isolados. Uma casa típica de 80m² construídos usando fardo de palha, pode armazenar 34 toneladas de CO₂. A energia consumida na comunidade é colhida a partir de aquecimento solar de água e painéis fotovoltaicos nos telha dos e segundo a LILAC, os materiais isolantes e a disposição dos edifícios permi tem o armazenamento do calor no Inverno e a rejeição dele no verão, reduzindo assim a necessidade de adicionar métodos elétricos de aquecimento. Aqueci mento, quando necessário, é fornecido por caldeiras individuais de condensação de gás e por sistema de ventilação de recuperação de calor. A comunidade baseia-se num princípio de partilha, por exemplo, de automóveis, de equipa mento e ferramentas, de refeições duas vezes por semana e cultivo de alimentos em hortas. Um modelo de Mutual Home Ownership Society (MHOS), mantém a habitação economicamente acessível através de um único empréstimo bancário do Triodos Bank e membros da LILAC, que detêm ações da Sociedade tem esse valor revertido para o tamanho da sua casa, o que lhes dá o direito de controlar democraticamente a comunidade habitacional em que vivem.

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Origem/Equipe

Arquitetura e Paisagem foram co-desenhados por LILAC e White Design.

Lindum, ModCell, Integral Engineering Design, Progetic, BWA, coho-ltd

Foto: White Design

Praça Taasinge no Bairro Resiliente ao Clima

Desafio

Em julho de 2011, uma nuvem arrebatou Copenhague com 15 centíme tros de chuva em menos de três horas, inundando porões, ruas e as principais estradas. Estima-se que o evento tenha custado 6 bilhões de coroas dinamarquesas em danos. O sistema de esgotos de Copenhague é antigo, e tem sido demasiadamente caro e demasiadamente difícil expandir a capacidade do sistema existente. Por conseguinte, a cidade de Copenhague irá investir em novas soluções, que, ao mesmo tempo, tornem os espaços urbanos da cidade mais verdes e um lugar melhor para passar o tempo.

Contribuição

A Praça Taasinge é o primeiro espaço urbano resiliente ao clima de Copenhague. A praça é um oásis verde, que lida ao mesmo tempo com grandes volumes de água da chuva e cria um lugar para os residentes do bairro se encontrarem.

A resiliência climática na Praça Taasinge está relacionada com o controle e retenção tanto quanto possível da água da chuva que caia ao redor da praça. Sua função é de desviar, evaporar e reter localmente a água da chuva dos telha dos e ruas e retardar o fluxo de água para os esgotos, e, desta forma, assegura que o sistema de esgoto tenha capacidade para lidar com as chuvas torrenciais no futuro. No seu conjunto, a Praça Taasinge pode segurar e percolar a água da chuva de uma área circundante de 4.300 m².

Na Praça Taasinge, o terreno, bem como a vegetação, fazem parte da resiliência projetada, e a vegetação é alocada em uma área urbana que oferece espaço para natureza crescer sozinha, sem parecer selvagem. A chuva, o vento e o sol fazem parte do ritmo da cidade, e são sempre notados. Por meio de um processo de envolvimento com a vizinhança, a Praça Taasinge tornou-se uma parte viva do ambiente urbano, e tem ajudado em fortalecer a familiaridade, a comunidade e o sentido de pertencimento entre os residentes locais. Este compromisso for nece uma base ideal para a transformação de toda a vizinhança de Skt. Kjelds, que se tornará o Bairro Climático de Copenhague, envolvendo a concepção resiliente da paisagem de mais ruas e praças no futuro.

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Foto: Steven Achiam, GHBLandskabsarkitekter Foto: Charlotte Brøndum Origem/Equipe GHB Landskabsarkitekter, Malmos Anlægsgartnere, Orbicon, Feld, studio for digital crafts & ViaTrafik. Klimakvarter, Teknik- og Miljøforvaltningen; Byens Fysik

CONSUMO E PRODUÇÃO RESPONSÁVEIS

Consumo e produção sustentável é promover eficiência de recursos e energia, infraestrutura sustentável, e prover acesso à serviços básicos, trabalho verde e decente e qualidade de vida a todos. Sua implementação ajuda alcançar planos de desenvolvimento gerais a reduzir perdas econômicas, ambientais e sociais, fortalecer competitividade econômica e reduzir a pobreza…

…Já que o consumo e produção sustentáveis focam em “fazer mais e melhor com menos”, os ganhos de práticas de bem-estar social e de atividades econômicas podem ser multiplicadas através da redução do uso de recursos, aumentando ao mesmo tempo a qualidade de vida.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 12, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/sustainable-consumptionproduction/

¹ Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/sustainable-consumption-production/

Garantir
padrões de consumo e de produção sustentáveis
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A construção civil é o maior responsável pelo descarte

Quando edifícios são demolidos a maior parte do valor dos materiais e componentes existentes são perdidos. Ele se aplica às renovações, que transformam grandes quantidades de material em resíduos, desde as sobras de cortes de placas de gesso ao descarte das formas e envelopes, componentes entregues, à materiais danificados pelo tempo ou descuido.

Projetar para uma vida, manutenção pontual e adaptação cuidadosa de edifí cios existentes são pontos chaves para o consumo sustentável na construção civil. Consideraçõessobre durabilidade e ciclo de vida no momento da proje tação pode reduzir perdas econômicas e diminuir a produção de descartes na indústria da construção civil, em componentes individuais, edificações e estru turas. Idealmente, o projeto de edifícios permite transformá-los para outros usos no decorrer do tempo, de modo que materiais e outros recursos investidos na estrutura mantenham seu valor mesmo com a mudança de seu uso. Além disso, componentes e materiais devem ser projetados e empregados de forma a que possam ser reciclados e reutilizados.

Design e construção de novas edificações devem dar prioridade a reduzir a quantidade de recursos empregados e os resíduos produzidos. Por fim, precisa mos de novos componentes e soluções que reduzam o uso de recursos naturais não renováveis e enfatizar materiais locais.

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Centro de Treinamento DESI

Desafio

Muitas pessoas pobres, especialmente em países em desenvolvimento, vivem em condições que são tradicionalmente dependentes da pro dução familiar e da autossuficiência. Mas com o aumento dos padrões de vida vem a mudança do estilo de vida em direção à um nível mais alto de consumo, e mais dependente da importação de produtos. Para os setores da arquitetura e construção, essa tendência é refletida na maioria de todos e no aumento de importação de materiais de construção, que geralmente resulta numa pegada de carbono maior. Ao invés de continuar a construir com materiais locais, usa-se aço e concreto e o ar-condicionado, ao contrário de opções de climatização passivas.

Contribuição

Na zona rural de Rudrapur, Bangladesh, uma escola vocacional de eletrotécnica foi construída combinando métodos tradicionais com modernos e sistemas alternativos de energia. O edifício é aquecido e resfriado passivamente, e com absorção de luz natural otimizada. Um sistema de aquecimento solar garante toda a energia que o edifício precisa, assim como água quente e eletricidade para bombear a água do poço para o reservatório. Os banheiros têm os seus próprios tanques sépticos de câmara dupla. Geralmente na Bangladesh rural todas as funções das casas – comer, dormir, lavar, etc. – são realizadas em estruturas diferentes e construídas em volta de um pátio central. O edifício DESI entretanto, incorpora todas as funções de trabalho e vivência em uma única estrutura. O projeto se volta ao estilo de vida que não é mais ligado com a agricultura, mas mantém relações com o contexto rural e sua cultura. Artesanato tradicional é integrado na construção do edifício em sua ornamentação. Uma parede trançada em bamboo constitui uma bela ornamentação e fomenta o orgulho nos métodos construtivos tradicionais, alimentando um sentimento de pertencimento.

O edifício DESI foi construído com uma visão arquitetônica que – independente mente de status social e financeiro – promove o desenvolvimento das técnicas tradicionais construtivas, ao invés de propagar o consumo de materiais caros e importados. Construtores e artesãos são todos provenientes de Rudrapur.

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Origem/Equipe

Anna Heringer, Shanti-Partnerschaft Bangladesh e.V., Shanti Schweiz, Dipshikha (Sociedade de Treinamento Educacional Informal e Pesquisa pelo Desenvolvimento de Comunidades –Non-formal Education Training and Research Society for Village Development), Bangladesh for DESI (Desenvolvimento de Habilidade Elétrica Dipshikha – Dipshikha Electrical Skill Improvement)

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Foto: Kurt Hoerbst _ Alexandra Grill
Foto: Naquib Hossain
Foto: B.K.S. Inan

Estúdios Reutilizáveis

Desafio

A urbanização está tomando conta do mundo todo, aumentando a demanda por habitação. Isto significa que cerca de 60% das novas áreas urbanas necessárias até 2030 não terão ainda sido construídas. Os resíduos da construção civil também representa um enorme recurso inexplorado e a reutilização e reciclagem de materiais construtivos devem torna-se um objetivopara a construção civil quando buscamos a redução de emissões de CO₂.

Contribuição

Os Estúdios Reutilizáveis foram projetados com a missão de construir uma área residencial com materiais reutilizados e materiais provenientes de resíduos sem comprometer a estética, qualidade e valor. A visão foi minimizar a pegada de carbono total do conjunto habitacional ao reutilizar resíduos como madeira des cartada, concreto macerado e janelas descartadas de outros edifícios. Os Estúdios Reutilizáveis formam um vilarejo escandinavo sustentável, localizado em Ørestad, na periferia de Copenhague, Dinamarca. As casas foram construídas a partir de concreto, vidro e madeira reutilizados, e foram construídos nas condições do mer cado e projetado com capacidade de expansão.

Quando renovamos edifícios, as janelas acabam sendo jogadas nos aterros sani tários ou maceradas e derretidas para outros propósitos usando muita energia. A equipe do projeto decidiu usar janelas velhas com esquadrias de madeira ao invés de alumínio, que de acordo com a equipe, reduziu em 95% da produção de CO₂ esperada. Para alcançar os padrões de isolamento térmico contem porâneos, as janelas enormes no edifício consistem de duas camadas de vidro reciclado. O piso em madeira, paredes e fachada também foram produzidas a partir de sobras da Dinesen, empresa Dinamarquesa de pisos em madeira. As casas foram criadas com alto grau de flexibilidade, tornando-as ideais à um grupo diverso de potenciais residentes, e em um mercado robusto cujo estilo de vida muda constantemente.

A interdisciplinaridade da equipe conferiu um desenvolvimento de reutilização com sucesso satisfatório, na estética dos materiais desde o início do projeto e toda implementação comercial. O projeto tem o potencial de mudar a percepção da reutilização na indústria da construção civil e entre os consumidores.

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Origem/Equipe Lendager Architects, NREP A/S, Arkitektgruppen A/S, MOE A/S, Norrecco A/S
Foto:
Mikkel Strange
Foto: Arkitekt Gruppen

Mjøstårnet

Desafio

Nos próximos 40 anos é esperado que mais de 230 bilhões m² sejam construídos no mundo. A produção de materiais construtivos como aço e concreto contribui com a produção massiva de emissões de CO₂, tornando urgente a necessidade de introduzir materiais novos e mais sustentáveis para construção. Madeira é obviamente a escolha para a construção de edifícios verdes, por ter uma pegada de carbono menor, usar menos energia e água, e é 100% renovável se proveniente de florestas de administração sustentável. Isto coloca madeira à parte de outros materiais como concreto e aço.

Contribuição

Em Brumunddal, Noruega, a estrutura do edifício de madeira mais alto do mundo teve sua obra finalizada e abrirá suas as portas em 2019. Inspirando-se nas igrejas tradicionais de madeira construídas nos anos 1100, que ainda estão de pé, a equipe decidiu ir além dos limites do uso de madeira como material de constru ção. A madeira usada na construção de Mjøstårnet é de origem do local, região conhecida pelas suas florestas e indústria de madeira. Construir em madeira tem as suas vantagens em áreas com grande profusão e árvores por conta de seu consumo natural de CO₂ , neutralizando o edifício. Mesmo quando não sabemos as consequências ao longo prazo do florestamento a madeira é até certo ponto autorregenerativa, tornando-se um material de construção mais amigável do que o concreto e é um dos materiais mais sustentáveis.

Superfícies de madeira também dão um tom orgânico e suave na atmosfera dos ambientes comparado às superfícies de aço e concreto.

O edifício de 18 andares possui uma estrutura que consumiu 11 mil árvores, entre tanto a equipe dop rojeto teve que utilizar concreto nas estruturas de suporte para evitar desconfortos por conta do balanço excessivo devido à baixa densi dade da madeira. A altura máxima oficial do edifício é de 85,4 metros e a planta ocupa 17 metros de largura por 37,5 metros de comprimento.

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109 Origem/Equipe AB invest AS, Hent AS, Voll Arkitekter AS, Moelven Limtre AS, SWECO Foto: Moelven webcam 16.11.2018 Foto: Øystein Elgsaas, Voll Arkitekter

AÇÃO CONTRA A MUDANÇA

GLOBAL DO CLIMA

As alterações climáticas estão afetando todos os países de todos os continentes. Prejudica as economias nacionais e afeta vidas, custando muito caro hoje às pessoas, comunidades e países, e custará mais caro amanhã. Os padrões meteorológicos estão mudando, o nível do mar subindo, os eventos climáticos tornando-se cada vez mais extremos e as emissões de gases com efeito de estufa estão agora nos seus níveis mais elevados em história. Sem ação, é provável que neste século, a temperatura média da superfície da Terra ultrapasse os 3°C. Os mais pobres e mais vulneráveis são as pessoas mais afetadas.

Soluções economicamente acessíveis e escaláveis estão agora disponíveis para permitir aos países saltar para economias mais limpas e resilientes. No entanto, a mudança climática é um desafio global que não respeita fronteiras nacionais. É uma questão que requer soluções que necessitam ser coordenadas a nível internacional para ajudar a desenvolver países para que avancem para uma economia de baixo carbono.

Para saber mais sobre o Objetivo 13, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/climate-chnage-2/ 1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/climate-change-2/

Adotar
medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos
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A pegada de CO₂ do ambiente construído deve ser reduzida, edifícios e povoações devem ser adaptados à mudança climática.

O impacto de CO₂ nos edifícios, povoações e cidades deve ser reduzido rapi damente. Podemos conseguir reduções através de renovações de energia, ao integrar a produção de energia renovável em edifícios, em expandir a sustenta bilidade das infraestruturas de transporte, ao reduzir o transporte de materiais de construção, e ao enfatizar a utilização de materiais locais e renováveis. Além disso, a concepção de novos edifícios pode otimizar o conforto climático com um mínimo de consumo de energia para aquecimento, refrigeração e iluminação. Isto requer levar em conta clima local, projetar com luz e ventilação natural e considerar as propriedades térmicas das estruturas dos edifícios.

Ao mesmo tempo, as alterações climáticas já estão acontecendo, e os edifícios de assentamentos existentes devem ser adaptados às mudanças dessas con dições, que incluem precipitações mais intensas, inundações, furacões, seca e ondas de calor. Isto requer novas soluções projetuais que sejam flexíveis a essas mudanças constantes. Soluções, que por sua vez, sejam sensíveis a cultura e topografia local assim como às condições climáticas. A quantidade necessária de adaptações é de enorme custo e dispendiosas e afetarão os assentamen tos em cidades significativamente ao longo dos próximos anos. A arquitetura, planejamento e design tem uma responsabilidade especial no desenvolvimento de soluções de adaptação climática com mais benefícios, tais como bacias de extravasamento para período de chuva extrema que se tornam uma área recrea tiva quando não estiver chovendo.

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Parque Manancial de Águas Pluviais de Qunli

Desafio

Uma cidade deve ser como uma esponja, disse o presidente chinês Xi Jinping em 2013, ao apoiar um novo movimento do planejamento urbano chines chamado ‘Sponge Cities’ (Cidades Esponja). Com base na ideia de tornar superfícies pavimentadas e impermeáveis da cidade em zonas urbanas verdes e úmidas resilientes, o movimento reintroduz a antiga gestão chinesa de inundações áreas de em suas grandes cidades, que, por sua vez, se expandiram rapidamente utilizando concreto e aço durante os últimos 20 anos.

Contribuição

Inspirado nos antigos sistemas de água chineses e nos conhecimentos da agricultura tradicional, Turenscape criou uma série de paisagens de adaptações climáticas em áreas urbanas, sob o chamado movimento Sponge City. A China encara os dois períodos de mudanças climáticas, a seca, e o aumento do nível do mar e das precipitações, com o objetivo de “reter, adaptar, desacelerar e reutili zar” a água nas zonas urbanas de várias formas. O Parque Manancial de Águas Pluviais de Qunli localiza-se no novo distrito de Harbin City, China e foi conce bido para reintroduzir uma antiga zona de pântano em um novo bairro urbano de 32 milhões de metros quadrados que acolhe um terço de um milhão de novos residentes da cidade. Com uma precipitação anual de 567mm concentrada entre junho e agosto, a área está exposta a inundações, e com apenas 16,4% da zona ocupada como espaço verde permeável, algo tinha de ser feito para prevenir o evento.

A zona de pântano foi concebida como um parque de águas pluviais capaz de reter e limpar a água vinda do novo bairro, ao mesmo tempo proporcionando a seus residentes um parque urbano verde. A equipe deixou o núcleo central do pântano intocada, para a evolução e transformação naturais, e projetou um colar de lagoas-e-montes para infiltração das águas pluviais, ao mesmo tempo servindo como filtro, impedindo que o pântano seja contaminado. As águas pluviais da área urbana são coletadas em um tubo que cerca o parque manan cial e em seguida são liberadas uniformemente para as lagoas de limpeza. As gramíneas e prados nativos do pântano são cultivados em várias profundidades e ajudam no processo de limpeza. Uma rede de caminhos conduz os visitantes através da paisagem, e as plataformas e torres de visualização facilitam uma visão geral tanto da zona pantanosa como do cenário urbano do entorno.

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Fotos: Kongjian Yu, Turenscape Origem/Equipe Kongjian Yu, Turenscape, Governo Municipal da Cidade de Harbin.

Parque Lindevangs

Desafio

O aquecimento global resultará em fenômenos climáticos mais extremos e durante o verão e o outono na Dinamarca, a tendência é que experimentaremos mais chuvas fortes e tempestades se tornarão ainda mais pesadas. Em muitos lugares, o sistema de esgotos não tem a capacidade de lidar com as tempestades, o que exige soluções de drenagem urbana sustentáveis para levar água para outros locais a fim de evitar as inundações. Não obstante, na primavera e no verão há um risco acrescido da seca, fazendo necessária a retenção e coleta de água local para, por exemplo, irrigação.

Contribuição

O Parque Lindevangs é um espaço urbano verde em Frederiksberg, Dinamarca, que mescla a adaptação climática com novas instalações para atividades sociais e locais de encontro para um grupo diversificado de usuários. O parque Lindevangs explora formas de utilizar a adaptação climática para renovar e, ao mesmo tempo, cumprir a expectativas de um parque clássico de cidade num bairro de alta densidade. No parque, a coleta de 3.000 m³ de água é possível através de diferentes medidas.

Junto à entrada sul do parque, o terreno e o projeto paisagístico para a retenção de água substituem um estacionamento. Uma fonte e um canal de água translú cido de 90 m com a forma da sequência Fibonacci exibe a natureza flutuante da água, acrescendo uma atmosfera relaxante ao meio urbano. Uma área central de relva é formada numa grandeconcavidade oval, com o fundo criando um novo cenário. Ao Leste, um longo jardim plantado com groselhas-pretas, maciei ras e flores de prados selvagens serve de dique para coleta de grandes quantida des de água. O desenho paisagístico do Parque Lindevangs combina soluções para tempestades com um novo programa de atividades para o parque, e consegue fazer da água uma característica de desenho integrado, mostrando a história da jornada da água através do parque, mesmo quando chove forte.

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Foto: Torben Petersen Foto:
Carsten Ingeman Origem/Equipe Marianne Levinsen Landskab, Frederiksberg Council, Frederiksberg Water Supplier, Niras A/S

Programa Portland Ruas Verdes

Desafio

Em muitas regiões do mundo, eventos de precipitação extrema têm produzido mais chuva e tornaram-se mais comuns desde os anos 50. O impacto imediato da precipitação intensa é a perspectiva de inunda ção. Este risco pode ser aumentado em zonas urbanas onde pavimentos impermeáveis forçam a água a escorrer rapidamente para redes de sistema de esgoto inadequadas.

Contribuição

Portland é líder na utilização de estratégias que gerem o escoamento de águas pluviais, promover condições habitacionais da comunidade e da vizinhança, e no reforço da economia local. Uma rua que utiliza instalações com plantas para gerir o escoamento de águas pluviais na sua nascente é referida como Rua Verde. A Rua Verde é uma estratégia sustentável de águas pluviais que cumpre a conformidade regulamentar e objetivos de proteção dos recursos hídricos, utilizando uma abordagem de sistemas naturais para gerir essas águas e reduzir os transbordamentos, melhorar a qualidade da água e a saúde da bacia hidrográfica.

Uma das primeiras Ruas Verdes de Portland – o Projeto NE Siskiyou Green Street – foi construído em 2003 como um “retrofit” de águas pluviais para uma rua residencial existente. O projeto reduziu os fluxos de águas pluviais que entram no esgoto, diminuindo sua velocidade e infiltrando-se no escoamento de rua. O projeto é um passeio na Rua Verde e apresenta plantios abaixo do nível da rua de sempre-verdes que se misturam com zonas de paisagem nas propriedades residenciais adjacentes. O projeto é um passeio na Rua Verde e apresenta plantio de vegetações perenes abaixo do nível da rua que se misturam com zonas de paisagem nas propriedades residenciais adjacentes. Os vizinhos têm desempenhado um papel importante na manutenção das duas instalações, fornecendo rega sazonal e capina como parte do Programa Green Street Stewards.

Os projetos-piloto da Rua Verde de Portland exigiam a coordenação de vários gabinetes da cidade, orientados pelo Comitê de Infraestruturas Sustentáveis da cidade, formado em 2001. O comitê, composto por representantes dos três gabinetes de gestão de infraestruturas de Portland, documentou os esforços da cidade em prol de infraestruturas sustentáveis, reuniu investigação sobre projetos de infraestruturas verdes de todo o país, e identificou oportunidades para projetos locais. Desde as primeiras instalações, a Cidade de Portland acres centou mais de 2.000 Ruas Verdes.

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Fotos: Bureau of Environmental Services Origem/Equipe Cidade de Portland, Escritório de Serviços Ambientais

VIDA NA ÁGUA

Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável

Os oceanos do mundo – suas temperaturas, composições químicas, correntes e vida – dirigem um sistema global que faz da Terra habitável para a humanidade. Nossa chuva, tempo, clima, costas, comida e até mesmo o oxigênio no ar que respiramos, são todos influenciados e regulados pelos oceanos. Ao longo da história, oceanos e mares têm sido vetores vitais de troca e transporte.

A administração cautelosa desses recursos globais essenciais é crucial para o futuro da sustentabilidade. Contudo, no presente momento, há uma deterioração contínua das costas devido à poluição e a acidificação dos oceanos tem afetado o funcionamento de ecossistemas e biodiversidade, afetando também os pequenos produtores dependentes da pesca.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 14, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/oceans/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/oceans/

14

A maior parte da construção civil está sobre a terra, mas suas atividades afetam os oceanos.

A indústria da construção civil afeta os oceanos por meio do transporte de mate riais de construção via mar, enquanto houver também comunidades e cidades descartando esgoto sem tratamento nas águas dos oceanos. Para preservar a vida marítima, devemos reduzir o transporte de materiais de construção e componentes por distâncias longas pelo mar através do desenvolvimento de indústrias locais. Devemos também abolir embalagens e componentes plásticos a fim de reduzir a quantidade de descarte no mar de materiais que não são biodegradáveis.

Paisagismo e o planejamento urbano devem garantir que poluentes como pesticidas, nitrogênio e lixo sejam manuseados localmente e adequadamente para que não alcancem os lençóis freáticos e os oceanos. Isso significa que os sistemas de esgoto, as áreas de inundações sazonais e o tratamento d’água devem fazer parte da aliança da do ambiente edificado com os oceanos.

Por intermédio da arquitetura, do planejamento e design, podemos desenvolver soluções que reduzem os custos e trazem benefícios à administração das águas. Além disso, o paisagismo pode assegurar processos regenerativos em áreas poluídas próximas ao mar.

Deve-se haver um cuidado com comunidades e cidades costeiras e de seus ecossistemas frágeis; além disso, instituições de ensino e pesquisa cuidadosa mente planejadas podem gerar novos conhecimentos e ajudar e sensibilizar a opinião pública.

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Centro Oceânico Wadden

Desafio

Localizado no sul de Jutland, Dinamarca, o Centro Oceânico Wadden é o maior parque nacional da Dinamarca e apontado como Patrimônio Mundial pela UNESCO. O pântano cobre cerca de 500km de com primento ao longo da costa da Dinamarca, Alemanha e Holanda. A paisagem, biodiversidade e muitos pássaros migratórios fazem desse litoral um lugar único e também popular entre turistas, atraindo muitos visitantes ao ano. As dinâmicas das correntes enriquecem o habitat da vida silvestre da região, mas seu caráter imprevisível exige cuidado redobrado e respeito.

Contribuição

O Centro Oceânico Wadden é o portal de entrada ao parque nacional e é uma interpretação do que a construção tradicional e das asas de fazenda rural local podem se tornar. O telhado e fachada de palha acentuam as qualidades tátil e de robusteza que são encontradas no artesanato e materiais da região.

Um dos objetivos principais do Centro Oceânico Wadden é de conscientizar sobre os pântanos e oceanos, e sua arquitetura acentua este objetivo por meio da sua coexistência harmônica com a paisagem vasta e horizontal do pântano. Com um espaço para exibições, ensino e pesquisa, café e loja, o centro promove a vida selvagem do parque para os visitantes do mundo inteiro. O centro também é o ponto de entrada para visitas guiadas pelo Mar Wadden, com informações sobre a vida silvestre e as dinâmicas das correntes. A ideia por trás do ambiente de ensino é de que o conhecimento é absorvido por meio da experiência e turmas de universidades, escolas e creches aprendem sobre a fauna, flora e a geomorfologia da paisagem a partir de exercícios de biologia e geografia.

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121Fotos: Adam Mørk Origem/Equipe Dorte Mandrup Architects, Steensen & Varming, Anders Christensen, Marianne Levinsen Landskab, JAC studios + Jason Bruges & No Parking
Foto: Adam Mørk

Linha de Luminárias “Augusta”

Desafio

Ao criar arquitetura sustentável devemos prestar atenção em todos os componentes do edifício, em seus materiais, no processo de produção, na decomposição e na estética. 20% de todo o plástico produzido é usado na construção. Isso apresenta um desafio, mas também um grande potencial ao usar plástico reciclado em construções.

Contribuição

Fischer Lighting criou uma nova linha de iluminação LED projetada para ser instalada em pontos de alto consumo de energia. Desse modo a conversão para o uso de iluminação de baixo consumo elétrico pode ser feito sem gastar energia nem materiais em opções caras. O design da nova lâmpada teve atenção cuida dosa nos princípios de economia circular e a possibilidade de reutilizar e reciclar todos os seus componentes. Todas as lâmpadas são recuperadas ao fim de sua vida útil e metabolizada em componentes e material que são reciclados para ser utilizados em novas lâmpadas.

A primeira luminária, Augusta, foi feita a partir de redes de pescar velhas da indústria de pesca. Abandonadas, perdidas ou descartadas, essas redes de pesca estão prejudicando a vida marinha pelo mundo inteiro, e agora estão sendo reutilizadas em produtos de iluminação de alta qualidade. De acordo com a ONU as chamadas “redes fantasmas” presentes nos oceanos compõem 10% de todo lixo presente nos mares, causando problemas como “pesca fantasma”, onde tartarugas marinhas, aves, e mamíferos morrem ao enroscar-se com essas redes. Uma das soluções foi melhorar a coleta, descarte e reciclagem de todo material descartado de pesca. As lâmpadas foram instaladas no aquário nacio nal da Dinamarca, que apresenta como seu propósito conscientizar sobre a vida aquática e é profundamente engajado na luta contra a poluição com plásticos dos nossos oceanos.

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Foto: Fisher Lighting
Foto: Adam
KROrigem/Equipe Fischer Lighting, 3XN/GXN, Plastix

VIDA TERRESTRE

Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade

O objetivo é de administrar de maneira sustentável nossas florestas, combater desertificação para e restaurar terrenos degredados e parar com a perda de biodiversidade.

Florestas cobrem 30,7% da superfície da Terra, provendo comida e abrigo, elementos chaves no combate à mudança climática. Proporciona a biodiversidade e lar para várias tribos indígenas. Ao proteger florestas, fortalecemos uma administração melhor dos recursos naturais e aumentamos a produtividade por terreno.

Atualmente, 13 milhões de hectares de florestas são perdidas anualmente enquanto uma degradação de terras secas tem levado à desertificação de 3.6 bilhões de hectares. Mesmo que 15% da terra esteja sob alguma proteção, biodiversidade continua em risco.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 15, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/biodiversity/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/biodiversity/

15

A quantidade de edificações, comunidades e cidades ocupando novas terras cresce rapidamente.

Ecossistemas e biodiversidade estão sob pressão imensa devido ao crescimento das cidades e comunidades, fazendas, mineração e em função das mudanças climáticas. Para proteger, restaurar e manter os ecossistemas e biodiversidade, construções e comunidades devem incluir habitats para plantas, insetos e animais. Isso exige que desenvolvimentos de pastos verdes devem ser mantidos ao mínimo e que o planejamento e desenvolvimento de todas as comunidades devem garantir condições sustentáveis para todos os ecossistemas locais, flora e fauna; redes naturais que permitem que plantas se desenvolvam em comunidades e áreas urbanas existentes, a fim de que insetos e animais coexistam com a construção civil. Exemplos disso são encontrados em todas as escalas, de par ques de bolso e “hotéis para insetos” à projetos de planejamento de larga-escala a fim de estabelecer redes naturais em cidades grandes.

Além disso, a indústria da construção civil pode ajudar a promover o reflores tamento sustentável e combater o desmatamento ao usar somente madeira de proveniência sustentável e usando materiais que são renováveis e produzidos de maneira sustentável e que não comprometem a biodiversidade e habitats naturais. A flora e fauna local devem ser a base do planejamento paisagístico na construção e em comunidades, incluindo gramados e plantas de interiores, para que plantas interajam e mantenham os ecossistemas locais. Por fim, edifícios localizados em ecossistemas vulneráveis ou em parques de vida silvestre podem contribuir à preservação através do turismo sustentável e conscientização da população.

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Parque Laço Vermelho

Desafio

Manter a vida silvestre natural enquanto se cria acesso ao verde exuberante em áreas de população densa requer equilíbrio entre intervenção e preservação. Arquitetura trabalha com ambos e nos permite experimentar e apreciar, mas também nos permite a interferir e degradar. Neste projeto o desenho administra a presença humana em um ambiente natural mantendo tanto a experiência quanto a natureza silvestre.

Contribuição

O parque à beira do rio Tangher, China, é um projeto paisagístico que utiliza o mínimo de intervenção e cria um ambiente recreacional que ao mesmo tempo respeita e mantém habitats de vida silvestre, melhorando a natureza inconstante do rio e de suas beiras. O laço vermelho dá voltas e curvas ao longo do rio, levando pessoas através de áreas de vegetação alta e espaços abertos, inte grando passarela, iluminação, repouso, informação ambiental e orientação por diversos pântanos. Quatro pavilhões provêm sombra, pontos de encontro e pon tos visuais como meio de orientação na vegetação densa. Passarelas e caminhos promovem acesso ao rio e mangue aos residentes da cidade de Qinhuangdao e colocam à vista processos ecológicos e qualidades naturais ao mesmo tempo que fortalece o habitat natural do rio e de suas bordas. Ao invés de impor con trole ao rio e às suas dinâmicas com canais de tubulações e de concreto, como foi feito ao longo de outras partes do rio, o projeto fortalece o corredor natural do rio e seus habitats.

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129 Origem/Equipe Kongjian Yu, Turenscape, Yang Lina, The Landscape Bureau, Qinhuangdao City, Hebei Province, e Peking University Graduate School of Landscape Architecture em Beijing Fotos: Kongjian Yu, Turenscape
Fotos: Kongjian Yu, Turenscape

Parque Natural Novo Nordisk

Desafio

Zonas Industriais e comerciais são geralmente associados à edifícios uniformes de grande escala e vastas áreas de asfalto, facilitando esta cionamento e infraestrutura. Hoje essas tipologias urbanas com suas raízes no planejamento urbanístico modernista, são universais e delimitam a periferia na maioria das cidades. A funcionalidade homogênea dessas áreas geralmente se aplica ao paisagismo além da arquitetura, e como resultado a vida silvestre é facilmente suprimida pela falta de acesso aos habitats próprios.

Contribuição

O paisagismo da sede da companhia farmacêutica Novo Nordisk foi inspirado pelas florestas escandinavas e pela topografia de morros cobertos de gelo, man tendo uma variedade de biotipos naturais em várias maneiras. O planejamento verde demonstra uma variedade de plantas nativas e tem mais de mil árvores novas que ao longo do tempo crescerão e formarão pequenas florestas e biotipos autorreguláveis. O parque promove vegetação que se desenvolve naturalmente através das estações do ano e árvores mortas foram integradas como parte do paisagismo com o propósito de aumentar a biodiversidade, fortalecer os ecossistemas do parque e criar novos habitats para insetos, cogumelos e animais maiores. Também provém o cheiro natural de sua decomposição que entra em choque com a estética da natureza de seus ecossistemas.

As árvores foram selecionadas a dedo em viveiros antes da composição a partir de seu habitat natural, forma, volume e em relação ao microclima local para maximizar abrigo aos usuários do parque e aos prédios de escritórios. As árvores também ajudam na absorção da água da chuva, áreas de baixo relevo foram arborizadas com amieiros e outras espécies que são resistentes à água para con tribuir à adaptação do parque. O paisagismo retém 100% da água, toda água da chuva é coletada e usada para irrigação do parque, de suas árvores e vegetação diversificada. A biodiversidade do parque é monitorada e novas espécies tem sido encontradas ali. O parque também se tornou um destino de lazer para os empre gados, visitantes e residentes locais.

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Origem/Equipe SLA Architects, Henning Larsen Architects, Orbicon, Alectia, Skælskør Anlægsgartnere, Urban Green Fotos: Torben Petersen & SLA Architects Foto: Torben Petersen

Pavilhão do Centro Norueguês da Rena Selvagem

Desafio

Assim como cidades continuam a crescer, ambientes naturais são colocados sob stress, onde habitats naturais são transformados em pastos ou estradas. O resultado é um declínio da biodiversidade e um futuro incerto para as gerações futuras gozar dos benefícios que a natureza tem a nos oferecer: desde “serviços ambientais” à experiencias sensoriais. Como a arquitetura pode introduzir respeito à natureza e contribuir para sua preservação e fortalecimento no futuro?

Contribuição

Sobre Hjerkinn na periferia do Parque Nacional Dovrefjell, Noruega, à aproxima damente 1250 metros de altura, o pavilhão tem vistas para a montanha. Serve como pavilhão de observação para programas educacionais da Fundação da Rena selvagem e o lugar é casa para rebanhos de renas, touro almíscar, raposas árticas e uma variedade de espécies botânicas endêmicas. Para chegar lá deve-se caminhar 1.5 km por trilhas, as quais turistas e pesquisadores adoram fazer pela paisagem espetacular que o percurso oferece. Facilitar o acesso aos parques nacionais, dar oportunidades de apreciar a paisagem e vida silvestre com intervenção mínima é uma maneira de fortalecer tanto os parques nacio nais quanto a sua importância para as pessoas. Paisagens naturais, culturais e míticas formam o a base para o conceito arquitetônico onde uma concha rígida pelo lado de fora abriga um interior orgânico e sensível. O interior é em forma de pedra ou gelo que foi erodido pela força da natureza, seja pelos ventos ou pela água corrente, criando assim um espaço acolhedor que preserva a vista à paisagem espetacular à frente dos visitantes. A equipe de projeto focou na qualidade e durabilidade dos materiais para que o edifício pudesse sobreviver o clima árduo ao mesmo tempo em que se integra como elemento da paisagem. Os materiais naturais utilizados no edifício fazem referência às tradições locais, enquanto as técnicas contemporâneas permitem o formato da madeira que foi feita com a ajuda de um braço robótico de grande escala seguindo modelos digitais 3D.

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135 Foto: Roger Brennhagen Foto: Diephotodesigner.de Foto: Diephotodesigner.de Origem/Equipe Snøhetta, Centro Norueguês de Caribou Silvestre, Prebygg AS, Lonbakken AS, Skandinaviska Glassystem AB, Djupevaag Ship Builders AS

PAZ, JUSTIÇA E INSTITUIÇÕES EFICAZES

Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis

Sociedades pacificas, justas e inclusivas são necessárias para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Povos por toda parte precisam ser livres do medo de todas as formas de violência e seguras para que eles vivam suas vidas independentemente de sua etnia, fé ou orientação sexual.

Para avançar com os ODS precisamos de instituições públicas eficazes e inclusivas para entregar educação de qualidade e saúde, políticas econômicas justas e proteção ambiental inclusiva.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 16, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/peace-justice/

1 Trecho traduzido do relatório da ONU “Porque importa – paz, justiça e instituições fortes” – PDF

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Parlamentos, tribunais e bibliotecas públicas são peças fundamentais em uma sociedade justa e pacifica, enquanto centros comunitários, locais de culto e casas seguras podem representar o compromisso dos cidadãos com uma sociedade inclusiva e solidária.

Arquitetura não faz uma instituição justa, mas o esforço e valores colocados em um edifício podem representar o comprometimento de uma sociedade com a justiça, democracia e inclusão. Exemplos disso vão de edifícios de ministérios ou prefeituras à tendas da ONU em zonas de calamidade por desastres.

Para manter a expressividade da sociedade e seus valores através de edifícios e espaços públicos, arquitetura e planejamento devem garantir que esses espaços e instituições sejam inclusivas, acolhedoras, seguras e sem discriminação. Como parte disso, medidas de proteção contraterrorismo devem ser desenvolvidas que sejam inclusivas e convidativas aos cidadãos e visitantes. O desenho de biblio tecas, centros comunitários, cofres e locais de culto devem garantir segurança, inclusão e acessibilidade.

A indústria da construção civil deve prestar muita atenção na contratação e nos processos de construção de modo a desencorajar roubo, corrupção, suborno e todas as formas de crime organizado. A indústria da construção civil deve também garantir a extração, produção e manejo de materiais de construção que não se baseiam no abuso, exploração, tráfico humano nem no trabalho infantil.

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Corte de Crimes Internacionais em Haia

Desafio

A Corte de Crimes Internacionais investiga, e até onde é possível, julga os indiciados pelos crimes mais graves que preocupam a comunidade internacional: genocídio, crimes de guerra, crimes contra humanidade crimes de agressão. A atividade principal pode fazer deles um alvo de pessoas e organizações com motivações hostis. Manter a instituição tão publica quão segura é o dilema que o CCI e muitas outras instituições internacionais lidam. A arquitetura antiterrorista tem o potencial de garantir segurança e inclusão ao espaço público.

Contribuição

O paisagismo que cerca o CCI em Haia, Holanda, foi projetado como um lugar moderno com espaços atrativos ao público com pontos de recreação, mas também contém medidas de segurança importantes. A equipe de projeto teve que lidar com problemas tão diversos como prevenção de terrorismo, criação de identidade, adaptação climática, administração das águas de tempestades, segurança dos visitantes, trabalhadores e pessoas afiliadas ao CCI.

Ao contrário de barricar os edifícios atrás de muros, o CCI é aberto ao público desfrutando de um sofisticado e sensível processo de paisagismo. Dunas, a praça, e jardins se tornaram a face pública da instituição ao mesmo tempo inclusiva, aberta e significativa, mas também que tenta proteger-se de possíveis ataques hostis à instituição. Para enfatizar a importância global da instituição os jardins de parterre nos pátios da instituição foram projetados para representar diferentes regiões do mundo, dando a cada membro constituinte a chance de experimentar familiaridade. A vegetação e organização foram inspirados na África, Europa Ocidental, Ásia, Leste Europeu e América Latina/Caribe, e garante aos empregados e convidados do CCI um ambiente calmo e inclusivo durante o dia corrido.

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139Foto: Torben Petersen Foto: SLA Architects Origem/Equipe ICC, SLA Architects, Schmidt Hammer Lassen Architects, Royal Haskoning Nederland B.V. e Esbensen – Consulting Engineers AS, Brink Groep, Courtys

Bogotá – políticas de mudança

Desafio

Em meados dos anos 1990 a cidade de Bogotá alcançou seu ponto mais baixo. Migração em massa para a cidade deteriorou as condições de vida que já eram críticas e a concentração de população e de pobreza geraram um crescimento rápido da poluição. Uma guerra contra as drogas estava no auge assim como os níveis de crime. Esses desafios enviaram a cidade para o fundo das estatísticas, a taxa de homicídios estava no seu auge e Bogotá era considerada a cidade com pior qualidade de vida da América latina.

Contribuição

Os anos 1990 viram a maior reviravolta, da fama ao orgulho assim que a cidade crescia suas aspirações de se tornar não somente mais sustentável mas também uma fonte de inspiração para outras cidade. A chave foi o comprometimento das lideranças da cidade com o desenvolvimento sustentável.

Duas figuras políticas distintas recebem o crédito por instigar a transformação urbana que a cidade está passando: prefeito Antanas Mockus (primeiro mandato 1995-1997) e o prefeito Enrique Peñalosa (primeiro mandato 1998-2000). Desenvol vimentos massivos em infraestrutura pública, transporte, ciclovias, bibliotecas, parques, casas populares etc. assim como uma série de campanhas fora do comum lançadas por Mockus para desenvolver participação e comunidades mais fortes, trouxe Bogotá aos olhos do mundo como líder no desenvolvimento sustentável urbano.

Enquanto o renascimento da cidade começou nos anos 1990, as políticas em prol de um futuro mais sustentável continuam a ser desenvolvidas. Um investidor importante no desenvolvimento é o Conselho Colombiano de Construção Sustentável (Colombia GBC ou Consejo Colombiano de Construcción Sostenible) uma organização sem fins lucrativos com uma cadeira no Conselho Mundial de Construção Verde e um conselheiro do governo da cidade para questões de desenvolvimento urbano sustentável. O CCCS trabalha para avançar com a prática de planejamento urbano e construção sustentável assim como conecta desenvolvimentos locais e nacionais para alcançar objetivos ambientais, econômicos e sociais em uma escala maior, a global.

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Origem/Equipe

A cidade de Bogotá ganhou reconhecimento mundial pela sua transformação. Políticas progressistas e inovações institucionais dentro da administração da cidade e da entrega de serviços públicos fez com que a cidade entrasse no caminho em direção a um futuro sustentável.

Foto:
Carlos Felipe Pardo
Foto: Vladimix

Biblioteca e Casa de Cultura Tingbjerg

Desafio

Tingbjerg é um bairro em Copenhague, Dinamarca, caracterizado pela habitação social construída nos anos 1950-70, e por uma população de residentes com menos renda. De tempos em tempos, o bairro tem sido marcado pelo crime, e por vários motivos, também relacionados às características do terreno, o bairro parece isolado da sociedade em geral, e ganhou uma má fama.

Contribuição

O bairro de Tingbjerg é cercado de áreas verdes, e foi projetado para ser uma cidade modelo, com sua própria igreja, escola e comércio. A organização da habitação social consiste de blocos de 3 andares, casa germinadas e uma torre única.

O município de Copenhague decidiu expandir a escola com uma nova biblioteca e casa de cultura, que arquitetonicamente respeita o contexto em que estão inseridos e ao mesmo tempo adiciona novidade à área. Usando materiais bási cos encontrados na região como tijolos amarelos e revestimento, o novo edifício faz uma conexão clara com a singularidade de Tingbjerg. Com um formato afunilado que aponta para a escola, o telhado da casa de cultura compreende 4 andares e se inclina para os andares abaixo em direção da entrada da escola. Com uma fachada aberta e transparente para a rua, o edifício mostra suas atividades para as redondezas, acolhendo residentes e convidando visitantes a envolver-se.

A biblioteca e casa de cultura tem a intenção de dar suporte às atividades da comunidade com uma variedade de instituições sob o mesmo teto. À parte de ser uma biblioteca, o edifício é também um centro de ensino pedagógico, ponto de encontro, café, sala de espetáculos e teatro. Todas as instituições dão suporte ao centro comunitário da área.

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COBE, Rune Fjord Studio, Kragh & Berglund, Søren Jensen, C.C. Bruun Enterprise, Kemp & Lauritzen, Juul & Nielsen, Rambøll Arkitektur

Foto: Rasmus Hjortshøj

COAST

Origem/Equipe
Fotos:
Rasmus Hjortshøj
COAST

Uma agenda bem-sucedida para o desenvolvimento sustentável exige parcerias entre governos, setor privado e sociedade civil. Essas parcerias inclusivas construídas sobre princípios, valores, visão e objetivos comuns que colocam povos e o planeta no centro, são necessárias no âmbito global, regional, nacional e local.

Ação urgente é necessária para mobilizar, redirecionar e desbloquear o poder transformador de trilhões de dólares de recursos privados para entregar aos objetivos de desenvolvimento sustentáveis.

Investimentos de longo prazo, incluindo investimento estrangeiro direto, são necessários em setores críticos, especialmente em países em desenvolvimento.¹

Para saber mais sobre o Objetivo 17, acesse: https://www.un.org/sustainabledevelopment/peace-justice/

1 Trecho traduzido do original, disponível em: https://www.un.org/sustainabledevelopment/partnerships/

PARCERIAS E MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável
17

Cada cidade é construída por muitas mãos, similarmente temos de cooperar para alcançar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, assim como nenhum dos intervenientes consegue alcançá-los sozinho.

O desafio de alcançar estes objetivos custa o envolvimento de todos, de gover nos e instituições a pesquisadores, empresários e cidadãos. Arquitetos, designers e planejadores podem contribuir ao compartilhar conhecimento, promovendo soluções sustentáveis.

Exemplos vão de organizações sem fins lucrativos que promovem habitações para os sem- teto a parcerias comerciais para desenvolver produtos e serviços sustentáveis à indústria de construção civil. Ponto importante para as parcerias é a vontade de incluir conhecimento novo, testar novas práticas, envolver-se com o clima local, cultura e recursos e trabalhar com os consumidores finais para garantir o comprometimento e propriedade no ciclo de vida.

Parcerias pelos ODS também inclui associações e redes de profissionais que tem o compromisso de trabalhar pelos Objetivos, da União Internacional dos Arquitetos (UIA) que traz associações de arquitetura do mundo inteiro e representa arquitetos em 124 países aos grupos de estudos locais compartilhando experiências com sistemas de telhados verdes.

Os desafios abordados pelos Objetivos são globais; para alcançá-los devemos trabalhar juntos por meio de diversos campos profissionais e fronteiras.

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TECHO – uma organização liderada pela juventude

Desafio

104 milhões de pessoas vivem em favelas na América Latina. Famílias necessitam de uma casa decente para morar e acesso aos serviços básicos, como água, eletricidade e esgoto. Eles são expostos ao frio, chuva, sujeira e poluição que gera muitos problemas de saúde. Adultos estão frequentemente desempregados e suas crianças têm de trabalhar desde cedo para ajudar no sustento de suas famílias.

Contribuição

TECHO é uma organização sem fins lucrativos comandada por jovens, presente na América Latina e no Caribe. Através do trabalho colaborativo das famílias vivendo em condições de extrema pobreza e jovens voluntários, TECHO busca superar a pobreza nas favelas. A organização acredita que a pobreza pode ser erradicada permanentemente se a sociedade reconhecer a pobreza como prioridade e trabalhar ativamente com este objetivo. Relacionamentos movidos pela missão são pontos chave da estratégia de TECHO, eles estão envolvidos em parcerias corporativas com grandes empresas internacionais que trazem fundos, patrocínio, conhecimento, e até mesmo mão-de-obra para as iniciativas da organização.

TECHO segue 3 objetivos estratégicos Promoção do desenvolvimento da comunidade em favelas, por meio de um pro cesso de fortalecimento da comunidade que promove representatividade e lide rança, ao mesmo tempo em que leva organização e participação de milhares de famílias vivendo em favelas para gerar soluções para os seus próprios problemas.

Promover a conscientização e ação, com ênfase especial em gerar voluntários críticos e determinados a trabalhar com famílias vivendo em favelas, enquanto envolvem diversas entidades sociais.

Advocacia política que promove mudanças estruturais necessárias para garantir que pobreza não se perpetue, e que comece a diminuir rapidamente.

Desde o seu início no Chile, TECHO tomou grande expansão, e depois de 15 anos mantém operações em 19 países pela América latina.

148
Origem/Equipe TECHO é uma organização baseada em Miami, Florida e Nova York, NY. Fotos: TECHO

O Ladrilho Climático

Desafio

A água flui e atravessa as fronteiras municipais e a divisão tradicional na indústria da construção civil demanda uma mudança no modo que planejamos e construímos cidades, a forma como trabalhamos juntos para adaptar-nos ao aumento das chuvas e ao clima extremo. Adaptação climática é um desafio grande para superar hoje, mas também uma oportunidade para inovar e colaborar entre diferentes campos e investimentos.

Contribuição

Baseado em parcerias interdisciplinares e colaborações entre arquitetos, téc nicos de drenagem, recursos técnicos, associações filantrópicas e consultores, foi desenvolvido um sistema de ladrilhos de adaptação climática em áreas de alta densidade.. A forma dos ladrilhos imita os tradicionais encontrados nas calçadas de Copenhague, tornando possível sua integração no cenário atual. Mas ao mesmo tempo o ladrilho introduz um conjunto de capacidades que tratam a água de forma puramente técnica e celebra seu status como recurso natural imensurável.

O Azulejo Climático lida com a água da chuva que cai de telhados e passarelas e garante que ela vá para o seu destino correto, como por exemplo, para canteiros de árvores ou tanques d’água. Tem a capacidade de apanhar e redirecionar 30% de volume além de sua capacidade nominal, prevendo sobrecargas na infraes trutura de drenagem existente. O projeto é visto como uma solução inclusiva que integra tanto estradas, ciclovias, sinalização, mobília urbana e praças públicas, também contribui para o crescimento de natureza urbana e melhoria de micro clima, trazendo melhorias aos residentes.

A parceria foi crucial para desenvolver o sistema de ladrilhos, uma ação em prol do clima ao transformar elementos da infraestrutura existente em objetos resistentes às mudanças climáticas, lidando com o fluxo de águas de forma mais sustentável.

150
151 Fotos: Third Nature Origem/Equipe THIRD NATURE, IBF e ACO Nordic, Cidade de Copenhague, Malmos A/S, Technological Institute, Orbicon, Kollision, Smith Innovation, Realdania, The Market Development Fund

Arquitetura sem fronteiras, Centro de Educação e Informática Magburaka

Desafio

Muitos dos problemas do mundo são relacionados à desigualdade incorporada no ambiente construído, e para combater esta desigual dade temos de colaborar ultrapassando fronteiras a fins de promover arquitetura com equidade, planejamento urbano e métodos construtivos que sejam socialmente responsáveis e respeitem diversas culturas, ao mesmo tempo preservando o patrimônio histórico dos povos.

Contribuição

A Arquitetura sem Fronteiras Internacional (ASF-Int) é uma rede de organizações sem fins lucrativos independentes, que possibilitam comunidades carentes ter acesso à serviços de arquitetura, pesquisa e recursos educacionais. Foi fundada na França em 1979 e tem membros de todas as partes do mundo. Os membros organizam construção e projetos de planejamento em países dos 5 continentes junto à parceiros locais. A colaboração envolveu os níveis organizacionais, polí tico e prático, e incluem uma variedade de campos profissionais.

Um exemplo criado pela ASF, Dinamarca, é o Centro de Educação e Informática Magburaka em Serra Leone. O objetivo do projeto é promover educação sobre TI e prover acesso à informação através de espaços educacionais. O centro inclui um café com internet e centro comunitário, durante sua construção envolveu empreendedores locais e artesãos. À parte dos membros da ASF, a parceria pelo projeto também contou com uma ONG, uma universidade e uma companhia de engenharia, recebeu várias doações públicas e privadas.

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Origem/Equipe

Cliente: React, agora parte de YDC (Youth Dream Centre)

Design e construção: Architecture Without Borders Denmark, MECC-team

Investimento: Non-profit Café Retro, Statens Kunstfond, Paula's Fond, Merkur Bank, Rambøll, doações privadas e captação de recursos por the AWB-DK-Mecc team

Fotos: Carina Refsing Nissen

AGRADECIMENTOS

O comitê editorial gostaria de agradecer os parceiros por trás desta publicação, pelo seu comprometimento com o Guia de Arquitetura para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Um agradecimento especial para a Reitora Lene Dammand Lund por se comprometer com os objetivos, a Escola de Arquitetura, Design e Conservação (Royal Danish Academy) da Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes; ao Presidente Thomas Vonier, União Internacional dos Arquitetos (UIA), por levantar a pauta da sustentabilidade e estabelecer uma Comissão dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU dentro da UIA. Ao Presidente Johnny Svendborg e o CEO Lars Autrup pelo forte engajamento da Associação Dinamarquesa de Arquitetos na sustentabilidade na arquitetura. Agradecimentos ao vice-presidente Ishtiaque Zahir Titas e aos membros da Comissão da UIA dos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU pela contribuição, sem eles essa publicação não seria possível. Obrigado, Funda ção Dreyers pelo apoio financeiro. E acima de tudo, um agradecimento sincero aos arquitetos ao redor do mundo cujo trabalho foi incluído neste livro, pelo seu esforço e comprometimento em fornecer soluções aos desafios do desenvolvi mento sustentável.

A Escola de Arquitetura, Design e Conservação (Royal Danish Academy) da Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes é uma escola de arquitetura em Copenhague, que data de 1754. Em 2015, a KDAK firmou o compromisso em trabalhar com um guia de arquitetura para os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, tornando obrigatório que todos os graduandos engajassem suas teses dentro dos 17 objetivos.

Para mais informação, viste www.kglakademi.dk

A Comissão da UIA para os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU foi estabelecida em 2017 pela União Internacional dos Arquitetos. A Comissão reúne arquitetos do mundo inteiro com o propósito de coletar, analisar e disse minar conhecimento de como a arquitetura e arquitetos podem e irão contribuir para concretizar os objetivos.

Para mais informação: www.uia-architectes.org

A Associação Dinamarquesa de Arquitetos foi fundada em 1879, a fim de apoiar e promover a condição de arquiteto, garantindo ao mesmo tempo, qualidade arquitetônica nas nossas cidades, edificações, paisagens e meio ambiente.

154

A Associação de Arquitetos nos Países Nórdicos, no qual forma o setor nórdico na UIA, sediará o Congresso Internacional da UIA em Copenhague, em 2023, com o tema “Futuros Sustentáveis”. O Congresso focará nos 17 Objetivos de Desenvolvi mento Sustentável da ONU.

Para mais informação: www.arkitektforeningen.dk

REFERÊNCIAS

1) Erradicação da pobreza

https://www.anupamakundoo.com/volontariat-home-for-homeless-children/ https://big.dk/#projects-dong

2) Fome zero e agricultura sustentável

Detroit Food Policy Council and Detroit Health Department, 2017 http://www.miufi.org/about

Hill, Alex B. and Amy Kuras. Detroit Food Metrics Report, 2017 http://www.humanhabitat.dk/portfolio/the-impact-farm/

3) Saúde e bem-estar http://ingvartsen.dk/the-magoda-project/ https://www.ja-ja.dk/project/konditaget-luders/ https://www.loa-fonden.dk/projekter/2016/konditaget-i-nordhavn-i-koebenhavn/ http://www.citieschangingdiabetes.com/about/overview.html

Region Hovedstadens anbefalinger for Helende Arkitektur, Region Hovedstaden, 2010 https://www.fosterandpartners.com/projects/maggie-s-manchester/

4) Educação de qualidade

http://casedesign.in/projects/architecture/Avasara%20Academy http://malenebach.dk/node/97

Donnelly, Ellen E., Case Design – A School in the Making, Archizoom, 2018 https://henninglarsen.com/en/projects/featured/1246-frederiksbjerg-skole/ http://ea-hr.org/100-classrooms-for-refugee-children/

5) Igualdade de gênero http://www.hksinc.com/places/kachumbala-maternity-unit/ https://orkidstudio.org/projects/women/ https://www.loa-fonden.dk/aktuelt/2018/vigtige-kvaliteter-naar-vi-taler-piger-og-idraetsfaciliteter/ https://vegalandskab.dk/projekter/droen-paa-skolegaarden/ Munch, Laura, Mogensen, Mette og Roessler, Kirsten Kaya, ‘Arkitektur Kvinder og Idræt’, Lokale og Anlægsfondens Skriftrække 13, 2007

6) Água limpa e saneamento https://www.warkawater.org/ Hamidreza Rashidi, Ali Ghaffarian Hoseini, Amirhosein GhaffarianHoseini, Nik Meriam Nik Sulaiman, John Tookey, Nur Awanis Hashim, 'Application of wastewater treatment in sustainable design of green built environments: A review' in Renewable and Sustainable Energy Reviews Volume 49, 2015 CSR.dk https://sfwater.org/index.aspx?page=1156

Research interview with Marina Bergen Jensen, Professor mso in Design and Construction of Urban Landscapes Adapted to Climate Change, University of Copenhagen Research interview with Helle Munk Ravnborg, Senior Researcher, Natural resources and develop ment, DIIS

7) Energia limpa e acessível https://snohetta.com/projects/40-powerhouse-kjorbo https://www.powerhouse.no/en/ Energy consumption and efficiency in buildings: current status and future trends Author links open overlay panel A. Allouhia, Y. El Fouiha, T. Kousksoub, A. Jamila, Y. Zeraoulib, Y. Mourada

156

http://www.vakkervannkraft.no/ovre-forsland

Hannah Ritchie and Max Roser (2018) – “Fossil Fuels”. Published online at OurWorldInDa-ta.org. Retrieved from: ‘https://ourworldindata.org/fossil-fuels’ [Online Resource] http://ien.com.my/projects/paramit.html https://blog.interface.com/paramit-factory-in-a-forest/

8) Trabalho decente e crescimento econômico http://www.kere-architecture.com/projects/atelier-gando/ https://www.sitecover.com/ https://mettelange.com/Moving-School-India

Ensuring Education for the Children of India’s Migrants, Reed, Megan June 30, 2014. Center for the Advanced Study of India, University of Pensylvania.

9) Indústria, inovação e infraestrutura http://soft-cells.com/ https://smile-plastics.com/

Contains excerpts from a 01.12.2017 interview by Jim Biddulph for Material Lab.

10) Redução das desigualdades http://www.k2s.fi/k2s.html https://gehlpeople.com/cases/chongqing-china/ https://www.un.org/development/desa/disabilities/convention-on-the-rights-of-persons-withdisabilities/article-9-accessibility.html https://www.handicap.dk/handicaporganisationernes-hus/

11) Cidades e comunidades sustentáveis https://www.lilac.coop/ https://www.white-design.com/architecture/all-projects/lilac/ http://klimakvarter.dk/presse/ https://www.ghb-landskab.dk/projekter/taasinge-plads

12) Consumo e produção responsáveis

http://www.anna-heringer.com/index.php-id=41.html https://lendager.com/arkitektur/upcycle-studios/ https://sbi.dk/Pages/Bygningers-indlejrede-energi-og-miljoepaavirkninger.aspx https://www.moelven.com/mjostarnet/ http://vollark.no/portfolio_page/mjostarnet/

13) Ação contra a mudança global do clima https://www.dmi.dk/en/climate/the-future-climate/denmark/ http://mariannelevinsen.dk/lindevangsparken.html https://www.turenscape.com/en/project/detail/435.html https://www.theguardian.com/world/2017/dec/28/chinas-sponge-cities-are-turning-streetsgreen-to-combat-flooding https://www.portlandoregon.gov/bes/45386

National Climate Assessment (U.S. Global Change Research Program, 2014) Managing Wet Weather with Green Infrastructure Municipal Handbook. Robb Lukes Christopher Kloss Low Impact Development Center. December 2008. Research interview with Mikkel Funder, Senior Researcher Natural resources and development DIIS

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14) Vida na água

https://www.dortemandrup.dk/work/wadden-sea-centre http://www.fao.org/news/story/en/item/19353/icode/ https://www.fischer-lighting.com/solution/fischer-family-august/

15) Vida terrestre

https://www.turenscape.com/en/project/detail/336.html https://www.sla.dk/en/projects/novo-nordisk/ https://snohetta.com/project/2-tverrfjellhytta-norwegian-wild-reindeer-pavilion

16) Paz, justiça e instituições eficazes

https://www.sla.dk/en/projects/icc-international-criminal-court/ https://www.cccs.org.co/wp/ http://www.cobe.dk/project/tingbjerg-library

17) Parcerias e meios de implementação

http://us.techo.org/ https://www.tredjenatur.dk/portfolio/klimaflisen/ http://archive.asfint.org/sites/default/files/IMG/pdf/ASF-Int_PPW_NS_final.pdf https://arkitekterudengraenser.dk/magburaka-education-and-computer-centre/

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UM GUIA DE ARQUITETURA para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU

COMITÊ EDITORIAL

Natalie Mossin (Editora Chefe)

Sofie Stilling, Thomas Chevalier Bøjstrup, Vibeke Grupe Larsen (Editores de Arquitetura)

Maja Lotz (Editor Científico)

Annette Blegvad (Editor Executivo)

Este livro foi publicado pela primeira vez em 2018 em inglês, e é o fruto de uma parceria entre Real Academia Dinamarquesa – Arquitetura, Design, Conservação

The Danish Association of Architects

The UIA Commission on the UN Sustainable Development Goals

A tradução da versão original desta publicação do inglês para o português foi realizada no âmbito das ações de voluntariado do 27º Congresso da União Internacional de Arquitetos – UIA 2021 Rio de Janeiro, numa parceria do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Rio de Janeiro e do Grupo de Trabalho da Agenda 2030 da Comissão de Política Urbana e Habitação Social do IAB.

Tradução: Thaísa Escudero e Guilherme dos Santos Feitosa Revisão: Carla Veras e Rossella Rossetto Coordenação Geral: Cid Blanco Jr.

1a. edição, 1a. impressão, 2022 Publicado pela Real Academia Dinamarquesa – Arquitetura, Design, Conservação, Copenhague ISBN: 978-87-7830-848-1

Projeto gráfico / diagramação

Lene Sørensen Rose / www.roseogrose.dk

Copenhague, Dinamarca Habitação sem fins lucrativos de baixo custo em Dortheavej p. 14 Detroit, EUA Iniciativa Fazenda Urbana de Michigan p. 20

Manchester, Grã-Bretanha Maggie’s no Edifício Robert Parfett p. 30

Vilarejo de Za’atari, Jordânia Cúpula Comunitária p.40

Skørping, Dinamarca Wonder Wood –Um ciclo de movimento p.50

São Francisco , EUA A Máquina Viva p. 60

Copenhague, Dinamarca Konditaget Lüders –O telhado fitness Lüders p. 26

Aarhus, Dinamarca Escola Frederiksbjerg p.38

Nakuru, Quênia Lar de Crianças Nakuru p.48

Viborg, Dinamarca sØnæs p. 58

Pondicherry, Índia Casa Beneficente para Crianças Sem Teto p. 12 Copenhague, Dinamarca Fazenda de Impacto p. 18

Tanga, Tanzânia O Projeto Magoda p. 24

Pune, Índia Escola Avasara p.34 Kachumbala, Uganda Maternidade Kachumbala p.46

Dorze, Etiópia Torre Warka p. 54

Sandvika, Noruega Øvre Forsland, Penang, Malaysia

Paramit –a fábrica no meio da floresta p.68

Goa, Índia Escolas Andarilhas p. 78

Noruega

Usina Hidrelétrica Øvre Forsland p. 66

Dinamarca SiteCover p. 76

Londres, Grã-Bretanha Plástico: reciclado e trabalhado à mão p. 84

Taastrup, Dinamarca Lar da Organização de Pessoas com Deficiência p. 92

Usina de energia Kjørbo p. 64

Gando, Burkina Faso Ateliê Gando p. 74

Dinamarca Kvadrat Soft Cells p. 82

Chongqing, China Bairros de Pequena Escala em Chongqing p. 90

Copenhague, Dinamarca Praça Taasinge no Bairro Resiliente ao Clima p. 98

Brumunddal, Noruega Mjøstårnet p. 108

Helsinque , Finlândia

Capela do Silencio Kamppi p. 88

Leeds, Grã-Bretanha Comunidade de Baixo Custo e Baixo Impacto p. 96

Copenhague, Dinamarca Estúdios Reutilizáveis p. 106

Rudrapur, Bangladesh Centro de Treinamento DESI p. 102

Portland, EUA

Programa Portland Ruas Verdes p. 116

Frederiksberg, Dinamarca Parque Lindevangs p. 114

Dinamarca Linha de Luminárias “Augusta” p. 124

Parque Nacional Dovrefjell , Noruega Pavilhão do Centro Norueguês da Rena Selvagem p. 134

Harbin City, China Parque Manancial de Águas Pluviais de Qunli p.112

Ribe, Dinamarca Centro Oceânico Wadden p. 120

Bagsværd, Dinamarca Parque Natural Novo Nordisk p. 132

Magburaka, Serra Leone Arquitetura sem fronteiras, Centro de Educação e Informática Magburaka p. 152

Qinhuangdao City, China Parque Laço Vermelho p. 128

Bogotá, Colombia Bogotá –políticas de mudança p. 140

Dinamarca O Ladrilho Climático p. 150

Copenhague, Dinamarca Biblioteca e Casa de Cultura Tingbjerg p. 142 HaIA, Holanda Corte de Crimes Internacionais em Haia p.138 América Latina e no Caribe TECHO –uma organização liderada pela juventude p. 148

CHAMADA PARA AÇÃO DOS ARQUITETOS

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU representam o comprometimento das pessoas das Nações Unidas por um futuro mais sustentável. Arquitetura e o ambiente construído são partes do problema atual, assim como partes vitais para as soluções que precisamos para alcançar os objetivos.

Esse Guia é um manual de arquitetura para esses objetivos.

Cada um dos 17 capítulos apresenta um objetivo definido pela ONU, descrevendo como o objetivo interage com o ambiente construído, e dá exemplos de projetos reais que ilustram como arquitetos podem contribuir.

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