mitologia grega

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Mitologia grega

Índice Conteúdo Introdução ..................................................................................................................................... 4 Entendendo a Mitologia Grega................................................................................................. 5 Mitologia: o que é? ....................................................................................................................... 6 O que é Mito? .............................................................................................................................. 7 Mitos escatológicos ....................................................................................................................... 9 Natureza do mito ........................................................................................................................ 10 A função dos Mitos...................................................................................................................... 10 Mito e religião ............................................................................................................................. 11 Mito e sociedade ......................................................................................................................... 12 Mito e psicologia ......................................................................................................................... 13 Mitos de transformação e de transição ...................................................................................... 14 Deuses e heróis ........................................................................................................................... 15 O Mito hoje ................................................................................................................................. 16 A mitologia grega17 O Resgate da Mitologia ........................................................................................................... 20 Deuses gregos ............................................................................................................................. 22 Admeto e alceleste...................................................................................................................... 22 Afrodite ....................................................................................................................................... 24 Apolo........................................................................................................................................... 25 Apolo e Dafne ........................................................................................................................... 26 Apolo e Jacinto ......................................................................................................................... 27 Ares............................................................................................................................................. 28 Ártemis ....................................................................................................................................... 29 As gréias e as górgonas .......................................................................................................... 30 Atena .......................................................................................................................................... 31 Basilisco ..................................................................................................................................... 32 Bóreas ........................................................................................................................................ 33 Cadmo ........................................................................................................................................ 34 Camenas.................................................................................................................................... 35 Campos Elíseos ........................................................................................................................ 36 Céfalo e Prócris ........................................................................................................................ 37 Página 2


Mitologia grega Centauros .................................................................................................................................. 38 Ciclopes ..................................................................................................................................... 41 Clície ........................................................................................................................................... 43 Cronos ........................................................................................................................................ 44 Deméter ..................................................................................................................................... 45 Diana e Actéon ......................................................................................................................... 46 Dioniso ....................................................................................................................................... 47 Éolo ............................................................................................................................................. 48 Eos .............................................................................................................................................. 49 Esfinge ....................................................................................................................................... 50 zeus ............................................................................................................................................. 51

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Mitologia grega Introdução

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos. Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral. Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Grega. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

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Mitologia grega

Entendendo a Mitologia Grega. Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

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Mitologia grega

Mitologia: o que é?

P

ode-se definir Mitologia como o estudo e a interpretação do mito e do conjunto dos mitos de uma determinada cultura. O mito é um fenômeno cultural complexo que pode ser encarado de vários pontos de vista. Em geral é uma narração que descreve e retrata em linguagem simbólica a origem dos elementos e postulados básicos de uma cultura. A narração mítica conta, por exemplo, como começou o mundo, como foram criados os seres humanos e os animais e a origem de certos costumes e formas das atividades humanas. Quase todas as culturas possuem ou possuíram mitos algum dia e viveram de acordo com eles. Os mitos diferenciam-se dos contos de fadas por referiremse a um tempo diferente do tempo comum (contos tradicionais). A sequencia do mito é extraordinária, desenvolvida num tempo anterior ao nascimento do mundo convencional. Como os mitos se referem a um tempo e um lugar extraordinário, bem como a deuses e processos sobrenaturais, têm sido considerados aspectos da religião. Porém, como sua natureza é integradora, o mito pode Página 6


Mitologia grega iluminar muitos aspectos da vida individual e cultural. Desde os primórdios da cultura ocidental, o mito apresenta um problema de significado e interpretação que tem gerado discussões sobre o valor e a importância da mitologia.

O que é Mito? Mitos são histórias tradicionais, quase sempre sobre deuses, heróis ou criaturas do mundo animal, que explicam por que o mundo é do jeito que é. Pessoas de todos os tempos e de todos os tipos de cultura constataram que a vida está repleta de mistérios. Por exemplo: qual é a origem do mundo, por que o sol se movimenta atravessando o firmamento, o que faz as coisas crescerem, por que as plantas morrem no inverno e renascem na primavera, de que modo ocorrem as marés, por que há terremotos, para onde vão as pessoas quando morrem, se é que vão para algum lugar? Na tentativa de responder a perguntas como essas, o homem criou narrativas que transcendem a existência comum e cotidiana e que se enraizaram em diferentes culturas. Dessa maneira, as respostas para as mais complicadas indagações da vida foram transmitidas de geração para geração, na forma de mitos. Em geral havia semelhanças entres as histórias contadas em sociedade marcadamente distintas, como nas Mitologias da Grécia Antiga e dos Nórdicos, nas quais aparecem temas universais como a vida após a morte e a origem do mundo. Os mitos eram bem mais do que o simples contar de histórias. Cada cultura possuía cerimônias e rituais próprios associados aos mitos. Essa associação implicava representar histórias exemplares ou oferecer sacrifícios aos deuses, na esperança de receber alguma benção em troca, Página 7


Mitologia grega como uma boa safra ou a vitória em uma batalha. Explicações mitológicas do mundo diferem das explicações apresentadas pela filosofia, que se baseiam na experiência e na razão. Os filósofos gregos buscavam explicações naturais, não explicações sobrenaturais. Esses filósofos diziam que os mitos não combinavam com um entendimento adequado da realidade. Criticavam as histórias de Homero porque nelas os deuses têm exatamente as mesmas imperfeições dos seres humanos. O pensamento mítico teve início na Grécia, do séc. XXI ao VI a.C. e nasceu do desejo de dominação do mundo, para afugentar o medo e a insegurança. A verdade do Mito não obedece à lógica nem da verdade baseada na experiência, nem da verdade científica. É verdade compreendida, que não necessita de provas para ser aceita. É portanto uma percepção compreensiva da realidade, é uma forma espontânea do homem situar-se no mundo. Normalmente, associa-se, erroneamente, o conceito de mito a mentira, ilusão, ídolo, lenda ou ficção. O mito não é uma mentira, pois é verdadeiro para quem o vive. A narração de determinada história mítica é uma primeira atribuição de sentido ao mundo, sobre o qual a afetividade e a imaginação exercem grande papel. Não podemos afirmar também que o mito é uma ilusão, pois sua história tem uma racionalidade, mesmo que não tenha uma lógica, por trabalhar com a fantasia. Devemos diferenciar mito e ídolo, pois mesmo existindo uma relação entre eles, o mito é muito “maior” que o ídolo (objeto de paixão, veneração). O mito é muito confundido com o conceito de lenda, porém esta não tem compromisso nenhum com a realidade, são meras histórias sobrenaturais. O mito não é exclusividade de povos primitivos, nem de civilizações nascentes, mas existe em todos os tempos e culturas como componente inseparável da maneira humana de compreender a realidade. O mito é, na realidade, uma maneira de entender o passado. Um historiador de religiões certa vez afirmou: “Os mitos Página 8


Mitologia grega contam apenas aquilo que realmente aconteceu”. Isto não quer dizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles sugerem, entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que não pode ser conhecida e/ou examinada.

Tipos de Mitos cosmogônicos.

mitos

Dentre as grandes interrogações que o homem permanece incapaz de responder, apesar de todo o conhecimento experimental e analítico está a origem da humanidade e do mundo que habita. É como resposta a essa interrogação que surgem os mitos cosmogônicos. As explicações oferecidas por esses mitos podem ser reduzidas a alguns poucos modelos, elaborados por diferentes povos. É comum encontrar nas várias mitologias a figura de um criador que, por ato próprio e autônomo, estabeleceu ou fundou o mundo em sua forma atual. Os mitos desse tipo costumam mencionar uma matéria já existente a toda a criação: o oceano, o caos ou a terra. A criação a partir do nada, unicamente pela palavra de Deus, aparece claramente no livro bíblico do Gênesis.

Mitos escatológicos Ao lado da preocupação com o enigma da origem, figura para o homem, como grande mistério, a morte individual, associada ao temor da extinção de todo o povo e mesmo do desaparecimento do universo inteiro. Para a mitologia, a morte não aparece como fato natural, mas como elemento estranho à criação original, algo que necessita de uma justificativa, de uma solução em outro plano de realidade. Página 9


Mitologia grega Algumas explicações predominam nas diversas mitologias. Há mitos que falam de um primeiro período em que a morte não existia e contam como ela sobreveio por efeito de um erro, de um castigo ou para evitar a superpopulação. Outros mitos, geralmente presentes em tradições culturais mais elaboradas, fazem referência à condição original do homem como ser imortal e habitante de um paraíso terreno, e apresentam a perda dessa condição e a expulsão do paraíso como tragédia especificamente humana.

Natureza do mito Um dos livros mitológicos mais conhecidos é a “Ilíada”, de Homero, que conta sobre a Guerra de Tróia. Nenhum leitor, hoje em dia, aceita a obra de Homero como um relato histórico. Porém, não existe quase nenhuma dúvida de que, em algum tempo, muitos séculos antes de Homero, realmente houve uma guerra entre cidades-estados gregas e habitantes do noroeste da Ásia Menor. Outro dos grandes mitos dos povos antigos é o Dilúvio. A versão mais conhecida é o relato encontrado no Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, de Noé e sua arca. Nenhum cientista hoje admitiria que uma enchente pudesse ter coberto toda Terra, com a água atingindo as mais altas montanhas, mas a antiga Mesopotâmia sofreu muitas inundações. É provável que uma excepcional enchente tenha se tornado um tema para a futura criação de um mito. Talvez as ocorrências de muitas inundações foram agrupadas para, juntas, tornar-se uma única estória.

A função dos Mitos Os mitos tentam responder muitas questões. Como o mundo surgiu? Como são os deuses, e de onde Página 10


Mitologia grega vieram? Como surgiu a humanidade? Por que existe o mal no mundo? O que acontece após a morte? Os mitos também tentam explicar costumes e rituais de uma determinada sociedade. Eles explicam as origens da agricultura e a fundação de várias cidades. Além de fornecer tais explicações, os mitos são usados para justificar o modo de vida de uma sociedade. Várias famílias em muitas civilizações antigas justificavam os seus poderes através de lendas que descreviam suas origens como sendo divinas. A narração mitológica envolve basicamente acontecimentos supostos, relativos a épocas primordiais, ocorridos antes do surgimento dos homens (história dos deuses) ou com os “primeiros” homens (história ancestral). O verdadeiro objeto do mito, contudo, não são os deuses nem os ancestrais, mas a apresentação de um conjunto de ocorrências fabulosas com que se procura dar sentido ao mundo. O mito aparece e funciona como intervenção simbólica entre o sagrado e o seu oposto (o profano), condição necessária à ordem do mundo e às relações entre os seres. As semelhanças com a religião mostram que o mito se refere – ao menos em seus níveis mais profundos – a temas e interesses que ultrapassam a experiência imediata, o senso comum e a razão: Deus, a origem, o bem e o mal, o comportamento ético e a escatologia (destino último do mundo e da humanidade).

Mito e religião Alguns especialistas atribuem importância especial ao argumento religioso do mito. Com efeito, são muito freqüentes os mitos que tratam sobre a origem dos deuses e do mundo, dos homens, de determinados ritos religiosos, de preceitos morais, tabus, pecados e redenção. Em certas religiões, os mitos formam um corpo doutrinal e Página 11


Mitologia grega estão estreitamente relacionados com os rituais religiosos, o que levou alguns autores a considerar que a origem e a função dos mitos é explicar os rituais religiosos. Mas tal hipótese não foi universalmente aceita, por não esclarecer a formação dos rituais e porque existem mitos que não correspondem a um ritual. O mito, portanto, é uma linguagem apropriada para a religião. Isso não significa que a religião, tampouco o mito,

conte uma história falsa, mas que ambos traduzem numa linguagem de descrições e narrações uma realidade que ultrapassa o senso comum e a racionalidade humana e que, portanto, não cabe em meros conceitos analíticos. Religião e mito discordam, não quanto à verdade ou falsidade daquilo que narram, mas quanto ao tipo de mensagem que transmitem.

Mito

e

sociedade

Como forma de comunicação humana, o mito está obviamente relacionado com questões de linguagem e também da vida social do homem, uma vez que a narração dos mitos é própria de uma comunidade e de uma tradição comum. Não se conseguiu definir, no entanto, a natureza precisa dessas relações. O estudo da sociedade e da linguagem pode começar apenas com os elementos fornecidos pela fala e pelas relações sociais humanas, mas em cada caso esse estudo se confronta com uma coerência de tradições que não está diretamente aberta à pesquisa. Essa é a área em que atua a mitologia. Algumas concepções mitológicas podem exemplificar a complexidade e a variedade das relações entre mito e sociedade.

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Mitologia grega

Mito e psicologia Freud deu nova orientação à interpretação dos mitos e às explicações sobre sua origem e função. Mais que uma recordação antiga de situações históricas e culturais, ou uma elaboração fantasiosa sobre fatos reais, os mitos seriam, segundo a nova perspectiva proposta, uma expressão simbólica dos sentimentos e atitudes inconscientes de um povo, de forma perfeitamente comparável ao que são os sonhos na vida do indivíduo. Não foi por outra razão que Freud recorreu ao mito grego para dar nome ao complexo de Édipo. Para ele, o mito do rei que mata o pai e casa com a própria mãe simboliza e manifesta a atração de caráter sexual que o filho, na primeira infância, sente pela mãe e o desejo de superar o pai. Mito e arte Pelo caráter simbólico que reveste, o mito pode ser considerado como uma forte manifestação artística e geradora de arte. Em cada povo e civilização, os mitos são fonte de inspiração para as mais diversas obras de arte como esculturas, pinturas, inscrições, monumentos, construções de templos e até mesmo a disposição dos túmulos em cemitérios. Hoje em vários museus do mundo existem quadros e esculturas representando os antigos personagens que fizeram parte da mitologia.

Mito e razão Alguns autores reduzem os mitos a narrativas referentes a tempos antiquados e elaborados em épocas pré-críticas, isto é, antes do uso de métodos racionais de estudo e análise. Entendem que o mito tornou-se, com o tempo, mera Página 13


Mitologia grega literatura, embora encontrem dificuldades para estabelecer com precisão quando teria cessado a criatividade mítica. Outros estudiosos, ao contrário, consideram o pensamento mítico um constante estudo sobre o estudo e a classificação dos caracteres físicos dos grupos humanos, complementares ao pensamento racional e não um estágio “menos evoluído” deste. Apontam, para demonstrá-lo, sinais de que o pensamento mítico está em operação em muitas das manifestações culturais contemporâneas como a arte. O pensamento racional e científico não seria, portanto, um decifrador de mitos e substituto do pensamento mítico, mas pode ser capaz de reconhecer sua atualidade. Enquanto a astronomia, com suas descobertas, esvaziou os céus, antes povoados de deuses, a sociologia e a psicologia descobriram forças que se impõem ao pensamento e à vontade humana e, portanto, atuam e se manifestam de modo independente.

Mitos sobre o tempo e a eternidade Os corpos celestes sempre atraíram a curiosidade e o interesse humano, em todas as culturas. A regularidade e precisão inalteráveis do movimento dos astros foram com certeza uma imagem poderosa na formação de uma idéia de “tempo transcendente”, concebido como eternidade, em contraste com o mundo de incessantes alterações e os acontecimentos inesperados vividos no tempo terreno. O retorno periódico dos fenômenos siderais e de processos naturais terrestres projetou-se, em algumas culturas, na concepção repetitiva do tempo.

Mitos de transformação e de transição Numerosos mitos narram mudanças cósmicas, produzidas Página 14


Mitologia grega ao término de um tempo primordial anterior à existência humana e graças às quais teriam surgido condições favoráveis à formação de um mundo habitável. Outras grandes transformações e inovações, como a descoberta do fogo e da agricultura, estão associadas aos mitos dos grandes fundadores culturais. Nos mitos, são freqüentes as transformações temporárias ou definitivas dos personagens, seja em outras figuras humanas ou em animais, plantas, astros, rochas e outros elementos da natureza. As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social são objetos de particular interesse mitológico e ritual: nascimento, ingresso na vida adulta, casamento, morte – acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade – são interpretados como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas.

Deuses e heróis Em muitas mitologias, descrevem-se hierarquias de deuses, cada uma com um ou mais deuses supremos. A supremacia pode ser partilhada pelos membros de um casal, ou ser atribuída simultaneamente a dois ou três deuses distintos. Pode também variar com o tempo, segundo circunstâncias históricas, como por exemplo o domínio de um povo sobre outro ou o predomínio de determinados interesses e atividades (de tipo agrícola, guerreiro etc.). São freqüentes os relatos de deuses supremos, por vezes identificados como criadores originais do mundo, que a seguir ficam inativos e deixam o governo a cargo de outro deus ou deuses.

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Mitologia grega

O Mito hoje Mas, e quanto aos nossos dias, os mitos são diferentes? Tradicionalmente, a criação de mitos e lendas, olha para o passado para tentar fazer com que o presente tenha sentido. Ao invés disso, alguns mitos modernos olham para o futuro. Os contadores de estórias fazem uso de muitas invenções dos últimos séculos para tentar dar pistas de como a Terra será daqui a centenas de anos, ou para imaginar a vida daqui a bilhões de anos no espaço ou no futuro distante. A criação de mitos, assim como a superstição, não é apenas característica de pessoas que viveram há milhares de anos. Isto persiste através da história. O Oeste Americano do século 19 foi o assunto favorito para a criação de muitos mitos. O Oeste era uma realidade. Havia cowboys, índios, foras-da-lei e xerifes. Já as estórias de “Faroeste”, apresentadas no cinema e na televisão são versões bastante românticas de uma realidade nada feliz. O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mas também afetividade e emoção. Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva. O mito, recuperado do cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com o alcance que se fazia sentir no homem primitivo. Os mitos modernos não envolvem mais a totalidade do real como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas. Podemos escolher um mito da sensualidade, outro da maternidade, sem que tenham de ser coerentes entre si. Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes, passam a encarnar o Bem e a Justiça, assumindo a nossa proteção imaginária. Por que mitos? Por que nos importarmos com eles? O que eles têm a ver com nossas vidas? Um de nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos Página 16


Mitologia grega familiarizados com a literatura do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas práticos do momento. As literaturas grega e latina e a Bíblia costumavam fazer parte da educação de toda gente. Tendo sido suprimidas, em prol de uma educação concorde com uma sociedade industrial, toda uma tradição de informação mitológica do ocidente se perdeu. Muitas histórias se conservavam na mente das pessoas, dando uma certa perspectiva naquilo que acontecia em suas vidas. Com a perda disso, por causa dos valores práticos de nossa sociedade industrial, perdemos efetivamente algo, porque não possuímos nada para pôr no lugar. Essas informações, provenientes de tempos antigos, têm a ver com os temas que sempre deram sustentação à vida humana, construíram civilizações e formaram religiões através dos séculos, e têm a ver com os profundos problemas interiores, com os profundos mistérios, com os profundos limites de nossa travessia pela vida, e se você não souber o que dizem os sinais deixados por outros ao longo do caminho, terá de produzi-los por conta própria.

A mitologia grega Antes de a primeira filosofia evoluir na Grécia antiga, o retrato predominante do mundo era mitológico. Esse retrato ganhou corpo ao longo de séculos. A mitologia grega se desenvolveu plenamente por volta de 700 a.C., quando Homero e Hesíodo registraram compilações de mitos. As mais célebres são os poemas Ilíada e Odisséia, de Homero. Há pelo menos duas explicações possíveis para o surgimento da mitologia grega: os deuses representam fenômenos naturais, como o sol e a lua, ou eram heróis de um passado remoto, que foram glorificados ao longo do tempo. Página 17


Mitologia grega Os Deuses gregos se assemelharam fisicamente aos humanos e revelavam sentimentos humanos, com freqüência se comportando de uma maneira tão egoísta quanto qualquer mortal. As histórias desses deuses falam de uma época heróica, de homens e mulheres com poderes extraordinários. A exemplo do que ocorreu em outras culturas, há também mitos que narram a criação do mundo e da humanidade. Os mitos são crenças e observações dos antigos rituais gregos, o primeiro povo ocidental, surgindo por volta de 2000 a.C. Consiste principalmente de um grupo de relatos e lendas diversos sobre uma variedade de deuses. A mitologia grega tem várias características particulares. Os deuses gregos eram retratados como semelhantes aos humanos em forma e sentimentos. Ao contrário de antigas religiões, como o Hinduísmo ou o Judaísmo, a mitologia grega não envolvia revelações especiais ou ensinamentos espirituais. Também variava largamente na sua prática e crença, com nenhuma estrutura formal, tal como um governo religioso, a exemplo da igreja de nossos dias, e nenhum código escrito, como um livro sagrado. Séculos antes do nascimento de Cristo e do advento do cristianismo, os gregos adoravam um certo número de deuses e deusas que, segundo eles acreditavam, viviam no Monte Olimpo, no sul da Macedônia, na Grécia. As antigas histórias desses deuses inspiraram poetas, pintores e escultores durante vários séculos. Algumas das pinturas e esculturas mais conhecidas e preciosas do mundo representam os deuses do Olimpo e suas aventuras. Os gregos antigos acreditavam que a terra era de forma achatada e circular, seu ponto central o Monte Olimpo ou Delfos. A terra era dividida em duas partes iguais pelo Mar, como era chamado então o Mediterrâneo (medi = meio, terrâneo = terra). Ao redor da terra corria o Rio Oceano, cujo curso regular alimentava o Mar e os rios. Página 18


Mitologia grega Naqueles tempos remotos, os gregos pouco sabiam sobre a existência de outros povos além deles mesmos, a não ser dos povos vizinhos as suas terras. Imaginavam que ao norte vivia uma raça de povo feliz, os Hiperbórios, que viviam numa eterna felicidade. Seu território não podia ser alcançado nem por terra nem por mar. Eles nunca envelheciam nem adoeciam, não trabalhavam, nem guerreavam. Ao sul vivia um outro povo feliz que se chamava Aethiopios. Eram amados pelos deuses que costumavam visitá-los e compartilhar seus banquetes. Ao oeste encontrava-se o lugar o mais feliz de todos, os Campos Elíseos, onde as pessoas que tinham o favor dos deuses eram levadas para viver para sempre. A mitologia grega é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de divindades principais e secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os semideuses e heróis. A mitologia grega apresenta-se como uma transposição da vida em zonas ideais. Superando o tempo, ela ainda se conserva com toda a sua serenidade, equilíbrio e alegria. A religião grega teve uma influência tão duradoura, ampla e incisiva, que vigorou da pré-história ao século IV e muitos dos seus elementos sobreviveram nos cultos cristãos e nas tradições locais. A civilização grega era constituída de pequenas cidadesestados. Os gregos amavam a vida e a viviam com entusiasmo. Eles tinham pouco interesse na vida após a morte, a qual, mesmo para os grandes homens daquele tempo, era acreditada como sendo incômoda. A morte de Aquiles retrata que ele preferia ser um escravo em vida a um rei morto. O melhor que um homem podia esperar seria procurar realizar grandes façanhas que seriam relembradas depois de sua morte.

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Mitologia grega Os gregos acreditavam no individualismo e apreciavam as diferentes personalidades e caracteres. Eles eram fascinados pela contradição que muitas virtudes podem levar um homem exemplar à ruína ou à felicidade. Tinham uma forma de pensamento muito sutil. Seus mitos e religião refletiam estas características. Seus deuses eram personalizados com poder e imperfeições individuais, deuses que cometiam erros e eram flagrados enganando seus cônjuges. Mas também eram deuses heróicos, hábeis, amáveis e desenvolviam artes e habilidades essenciais de diversas maneiras, como música, tecelagem, ferragem etc. Os heróis mortais também tinham um papel importante na mitologia. Houve tempos em que os deuses precisavam de um herói mortal para vencer batalhas por eles. Mas muito raramente faziam com que um herói viesse a se tornar um deus. Muitos dos mais famosos contos heróicos apresentam, vez ou outra, relatos de alguém sendo trazido de volta do mundo subterrâneo. Esta característica apresenta um forte contraste às religiões que consagram que a ida ao mundo além da vida é o caminho correto para objetivo principal da existência.

O Resgate da Mitologia Existe uma espécie de preconceito generalizado contra os pensamentos não-científicos, especialmente contra os métodos filosóficos especulativos e o pensamento mítico.Porém, o estudo da Mitologia não pode ser visto com um interesse meramente histórico. A Mitologia Grega é a base do pensamento ocidental e guarda em si a chave para o entendimento de nosso mundo, de nossa mente analítica e de nossa psicologia. Ao se comparar a Mitologia Grega com as demais mitologias (africanas, indígenas, précolombianas, orientais, etc) descobre-se que há entre todas elas um denominador comum. Algumas vezes estaremos Página 20


Mitologia grega frente aos exatos mesmos deuses, apenas com nomes diferentes, sem que exista nenhuma relação histórica entre eles. Este material comum a todas as mitologias foi descoberto pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung e foi por ele denominado de "Inconsciente Coletivo". O estudo deste material revela-nos a mente humana e seus meandros multifacetados. Como foi dito, os mitos são atemporais e eternos e estão presentes na vida de cada Ser Humano, não importa em que tempo ou em que local. O estudo da Mitologia torna-se então essencial a todo aquele que pretende entender profundamente o Ser Humano e sua maneira de ver o mundo. Os deuses tornam-se forças primordiais da natureza psíquica humana e readquirem vida e poder. Nota-se a sua utilização no cotidiano em cada pequeno detalhe. A existência real dos deuses mitológicos antigos em todas as suas roupagens étnicas reafirma em última instância a idéia de divindade em si: através dos deuses encontra-se a "idéia de Deus" e, através dela, Deus em toda sua misteriosa ambigüidade. A Mitologia transfere o conhecimento humano de um plano meramente materialista (científico) para um plano psíquico vivo (Inconsciente Coletivo) e deste, para um derradeiro plano espiritual. O desafio está em realizar a verdadeira "religião" (religação) do mundo externo ao mundo interno, do concreto ao abstrato, do material ao espiritual, do mortal ao imortal e eterno.

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Mitologia grega

Deuses gregos

Admeto e alceleste

Morte de Alceste - Sacrifício feito para salvar o seu amado

Alceste era a mais bela das filhas do rei Pélias. Por isso foi pedida em casamento por vários reis e príncipes. Mas para não arriscar sua posição política recusando alguns desses reis e príncipes, o rei Pélias declarou que àquele que conseguisse atrelar um javali e um leão em um mesmo carro de corrida e o dirigisse em torno do estádio, seria concedida a mão de Alceste. Ao ter conhecimento disso, Admeto, rei de Feras, invocou o deus Apolo e rogou-lhe que o ajudasse a cumprir as exigências do rei Pélias para obter a mão de Alceste. E tendo-lhe atendido o deus, conseguiu Admeto, com uma mãozinha de Héracles, atrelar os animais e dirigir o carro puxado por esses ao redor do estádio. Tendo sucesso na empreita, Admeto fez um sacrifício à deusa Artêmis antes de se casar com Alceste. Mas não se sabe por qual razão ele omitiu esse sacrifício, o que deixou a deusa furiosa, querendo rapidamente puni-lo. Na noite de Página 22


Mitologia grega núpcias do rei, não havia uma linda esposa esperando-o, mas um gigantesco nó de serpentes. Recorrendo novamente ao deus Apolo, Admeto conseguiu que esse interviesse com a deusa, o que acabou acontecendo, pois ele ofereceu o sacrifício esquecido. Porém, para obter sua amada de volta o rei deveria, quando chegasse a hora, sacrificar sua vida, a não ser que algum membro da família o substituísse por amor a ele, sacrifício em nome do amor. O dia inesperado da morte de Admeto chegou mais cedo que o imaginado. Hermes (deus mensageiro) entrou em seu palácio certa noite e o intimou ao Tártaro (lugar para onde vão os mortos). Desesperado, Admeto foi atrás de seus familiares implorando para que alguém sacrificasse sua vida em seu lugar, o que ninguém se dispôs a fazer. Admeto deveria aceitar seu destino e se sacrificar por amor. Mas o trágico e também mágico é que, por amor, Alceste tomou veneno e se sacrificou por seu amado, indo para o Tártaro em seu lugar e cumprindo a promessa feita à deusa Artêmis. Portanto, quem se sacrifica por alguém, acaba sendo recompensado, pois o amor sempre se identifica no outro que nos completa. E Alceste completou Admeto que a tinha trazido de volta.

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Mitologia grega

Afrodite

A Deusa grega da beleza, da paixão sexual, do amor, da fecundidade e do casamento. Na mitologia romana, é conhecida como Vênus. Há duas versões para sua origem, a mais conhecida é a de que Cronos (deus do tempo) a pedido de sua mãe cortou e jogou no mar o órgão sexual de seu pai, Urano (deus do firmamento). Afrodite nasceu da espuma que se formou na água. O segredo de Afrodite era um cinturão mágico com grande poder de sedução.

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Mitologia grega

Apolo

É o deus grego da beleza, da juventude e da luz. Filho de Leto e de Zeus, Apolo é associado ao sol e ao pastoreio. É descrito como um jovem alto e bonito, além de simbolizar a ordem, a medida e a inteligência, ele também é considerado patrono das artes. Segundo a lenda, embora Apolo não fosse considerado bom esportista, era um arqueiro de grande habilidade. Página 25


Mitologia grega Suas flechas podiam causar doenças e morte súbita aos homens.

Apolo e Dafne

Apolo era o mais belo dos deuses, senhor das artes, música e medicina. Sabendo de seus enormes predicados, Apolo se vangloriou dizendo para Cupido, o pequeno deus do amor, que suas flechas eram mais poderosas do que aquelas do pequeno deus. Cupido disse-lhe que as flechas de Apolo eram poderosas, pois podiam ferir a todos, porém as dele eram mais, pois podiam ferir até mesmo o próprio deus Apolo, esse não acreditou e riu de Cupido. Cupido então lançou uma flecha com ouro na ponta, no coração de Apolo, gerando a paixão dele pela moça Dafne, uma bela ninfa, filha do rio-deus Peneu. Em Dafne, Cupido lançou uma flecha com chumbo na ponta, gerando a repulsão por Apolo.

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Mitologia grega O deus apaixonado perseguia sua amada e essa fugia dele o quanto podia, até que ela pediu a seu pai para que lhe ajudasse e mudasse sua forma. Peneu atendeu ao pedido de Dafne e a transformou em uma planta – o loureiro. Apolo chorou por ter perdido sua paixão e disse que a levaria para sempre consigo, por isso, desde então, o loureiro acompanhou o deus Apolo tornando seu símbolo por todo o sempre.

Apolo e Jacinto

Apolo tinha muito apego pelo jovem Jacinto, acompanhavao em todas as suas atividades físicas, negligenciando suas flechas e liras pela causa de Jacinto. Certa vez Apolo e Jacinto foram lançar discos, Apolo lançou primeiro com muita força e precisão, tipicamente de um deus. O disco arremessado por Apolo percorreu uma distância enorme e Jacinto, entusiasmado para lançar também, correu atrás do disco para pegá-lo. Porém, Zéfiro (o Vento Oeste), que sentia inveja, pois Jacinto preferia Apolo a ele, soprou o disco na direção do jovem, que atingiu fortemente a sua testa. Apolo tentou ajudar o rapaz, porém foi em vão. Enquanto Apolo ajudava Página 27


Mitologia grega Jacinto e falava bonitas palavras ao rapaz, uma flor muito bela nasceu do sangue dele, que após sua morte, passou a receber seu nome.

Ares

O deus grego da guerra, era filho de Zeus e de Hera. Ele simbolizava a agressividade inerente ao espírito guerreiro. Um dos amantes de Afrodite, a deusa da beleza e do amor. Era muito venerado, em especial em regiões como a Trácia, onde as pessoas eram particularmente ferozes. Ele era obcecado pela guerra,batalhas, brigas, etc., e governante terrível da cidade de Esparta. Ares é o único deus que se fere com gravidade, é aprisionado e chega mesmo a estar perto da morte.

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Mitologia grega

Ártemis

A deusa grega da floresta e da caça, filha de Zeus e irmã gêmea de Apolo. Ela era amada em especial pelas Ninfas, com as quais dançava freqüentemente nas florestas. Ártemis era apaixonada por Orion, filho de Posseidon, pois ele também era um caçador como ela. Porém Apolo não simpatizava com ele e muito lhe desagradava à afeição da irmã pelo jovem. Deste modo, certa vez que Orion estava mergulhado na água e somente sua cabeça aparecia, Apolo, mostrou aquele objeto escuro para Ártemis, desafiou-a em acertá-lo. Sem imaginar que se tratava da cabeça de seu amado, ela acertou-a com sua flecha. Momentos depois, as ondas trouxeram o corpo de Orion até a praia e Ártemis, em sua dor, não queria que seu amado desaparecesse para sempre, então resolveu colocá-lo entre as estrelas do céu, onde ele aparece como um gigante com cinto e espada. Página 29


Mitologia grega

As gréias e as górgonas

As gréias e as górgonas eram monstros da mitologia grega. As gréias eram um pouco mais pacíficas, trata-se de três irmãs que tinham cabelos grisalhos desde o nascimento. Já as górgonas eram mais assustadoras, possuíam dentes de javali, garras de bronze e cabelos de serpente, a górgona mais famosa de toda mitologia foi Medusa. Como esses seres, exceto Medusa, não aparecem muito nas histórias da mitologia, os escritores acreditam que esses monstros eram na verdade, personificações de terrores marítimos.

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Atena

A deusa da sabedoria, da paz e da guerra. Era a filha preferida de Zeus. Segundo a mitologia, Zeus pediu para que Hefestos abrisse sua cabeça com um machado, e retirasse de dentro da sua cabeça a deusa Atena. Junto com Zeus, ela dividia o poder dos relâmpagos e das tempestades. Atena obteve diversas vitórias sobre Ares (deus da guerra), além de vencer Posseidon na competição para a posse da cidade de Atenas.

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Basilisco

Representação do basilisco presente em um bestiário medieval.

Descrito em diversos dos bestiários medievais, o basilisco é uma criatura designada como o “rei das serpentes” e teria habilidades letais, podendo matar alguém com um simples olhar. Ao que indica essas mesmas lendas, este animal incomum era reconhecido por sua crista em forma de coroa que lhe conferia a posição distinta em relação aos demais répteis. Além disso, conforme dizem algumas lendas, qualquer réptil que ouvisse o sibilo do basilisco logo se afugentava por temer sua ação devastadora. Para que um basilisco fosse gerado era necessário pegar o ovo de uma serpente e deixá-lo ser chocado por um galo ou fazer com que um ovo de galo fosse gerado no ninho de algum réptil. Essa bizarra mistura dava ao basilisco poderes diversos, como o de queimar qualquer coisa que dele se aproximasse, fender as rochas com sua respiração ou deixar um poderoso veneno ao longo de sua trilha. O naturalista romano Plínio, descreveu o porte deste animal Página 32


Mitologia grega destacando que o mesmo não rastejava como as outras serpentes. Aparentemente, o basilisco era uma criatura indestrutível. Contudo, a doninha era a única criatura capaz de eliminar esse terrível monstro. Para conseguir bater seu oponente, a doninha usava do letal odor de sua urina e se alimentava com as folhas da arruda, planta que não sucumbia à presença do rei das serpentes. Valendo-se dessas armas – e uma incansável vontade de se colocar em confronto – a doninha só encerrava o combate quando percebia que o basilisco estava completamente abatido. Outros relatos ainda dizem que o basilisco poderia morrer quando ouvia o canto de um galo ou caso fosse colocando diante de um espelho. Contudo, mesmo depois de morto, outras lendas contam que o basilisco tinha outras utilidades para o homem. Sua carcaça teria o poder de espantar pequenos animais das casas, como aranhas e andorinhas. Ainda hoje, essa criatura mítica aparece no enredo de algumas obras literárias e nas fantasiosas aventuras dos jogos de videogame.

Bóreas

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Mitologia grega Bóreas era um titã grego, filho de Eos e Austreu, representando juntamente com seus irmãos os ventos, sendo ele o vento norte. Ele freqüentemente era descrito como um homem velho, alado, com cabelos longos e revoltos, segurando uma concha e vestindo uma capa. Ao contrário de seu irmão Zéfiro, que era identificado como uma brisa ou vento mais suave, Bóreas era imprevisível e grandemente furioso.

Cadmo

Cadmo, filho de Agenor rei da Fenícia recebeu ordens do pai para resgatar sua irmã Europa que Júpiter havia raptado e ainda lhe proibiu de voltar sem ela. Por um longo período procurou Europa em lugares distantes, mas não a encontrou. Não querendo voltar sem a irmã, consultou o oráculo de Apolo e então parou de procurá-la e seguiu as instruções do oráculo de vigiar uma vaca e segui-la até que esta caísse cansada. No local onde a vaca caiu, foi fundada a cidade de Cadméia. Em agradecimento a Júpiter, Cadmo mandou seus servos procurarem água pura para oferecer uma cerimônia Página 34


Mitologia grega religiosa, mas estes foram mortos por uma serpente que vigiava o lago. Quando Cadmo veio à procura destes, encontrou apenas fragmentos de membros e o grande monstro saciado. Mesmo estando só e levemente armado, conseguiu subjugar a serpente e semeou os dentes do animal no solo. Deles surgiu um grupo de guerreiros, armados com espadas e lanças. Teriam atacado Cadmo, se este não tivesse tido a idéia de lançar uma grande pedra no meio deles; assim, começaram a atacar uns aos outros, parando apenas quando restavam apenas cinco deles; estes cinco se juntaram a Cadmo e se tornaram os fundadores das cinco grandes famílias de Tebas. Zeus permitiu que Cadmo se casasse com Harmonia, filha de Ares e Afrodite e o casamento foi prestigiado por vários deuses. Cadmo então, tornou-se rei de Tebas e seu reinado foi próspero e tranqüilo. Civilizou a Beócia e ensinou o alfabeto aos gregos. No final de sua vida teve seus filhos e netos mortos como castigo por ter matado a serpente que era consagrada a Marte. Cadmo juntamente com Harmonia foram transformados em serpentes.

Camenas

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Mitologia grega

As camenas eram musas, ninfas das fontes. A camena mais famosa foi Numa, uma ninfa que tinha encontros secretos com o rei de Roma, durante os quais ela lhe dava lições de sabedoria e direito que foram concretizadas nas instituições da jovem nação. Depois que essa camena morreu, ela tornou-se muito leve e transformou-se em uma fonte.

Campos Elíseos Os Campos Elíseos representavam o lugar de destino dos bem-aventurados, era o paraíso, segundo a mitologia grega. Segundo Virgílio, os Campos Elíseos situavam-se debaixo da terra, porém Homero dizia que os homens abençoados não precisavam morrer, iam para o paraíso vivos. Nesse caso os Campos Elíseos se localizavam no extremo ocidente, uma terra maravilhosa que nunca chovia, nunca nevava, nem fazia frio e nem calor. Esse lugar no extremo oriente pode ser imaginário, porém também pode ser objeto de relato de marinheiros que arrastados pelas tempestades, foram levados para as costas da América.

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Céfalo e Prócris

Céfalo era um belo jovem que amava sua esposa Prócris, por isso fugia de toda mulher que o procurava, pois era totalmente devotado ao amor que sentia por ela. Prócris havia dado a ele, dois presentes ganhos pela deusa Diana para serem usados na caça: um cachorro, que era o mais veloz de todos e uma flecha que jamais erraria seu alvo. Durante suas caças na floresta, quando o sol estava a pico, Céfalo deitava numa sombra sobre a relva para se refrescar e descansar. Toda vez que ele descansava, dizia: “Vem brisa suave, vem e refresca o meu peito, vem e mitiga o calor que me faz arder.” Um dia, alguém passou por perto, ouviu o que Céfalo dizia e contou para Prócris, que duvidou e disse que só acreditaria na traição se visse a cena. Então, esperou Céfalo sair para a caça e o seguiu. Enquanto Céfalo descansava, escondida em um arbusto, ela ouviu as mesmas palavras que ele sempre dizia e começou a chorar. Céfalo pensou que era um animal selvagem e lançou sua flecha, que acertou Prócris em cheio. Quando Céfalo percebeu que havia ferido sua amada com o presente que ela mesma havia dado, fez de tudo para que ela não morresse, porém de nada adiantou. Prócris morreu dizendo a Céfalo: “Imploro-te que, se algum dia me amaste, se já Página 37


Mitologia grega alguma vez mereci a bondade de tuas mãos, meu marido, faças este meu último desejo: não te cases com essa odiosa Brisa.”

Centauros

A inteligência e a violência são usualmente associadas à imagem dos centauros.

Os centauros formam uma classe de monstros da mitologia grega que possuem o corpo metade humano, metade cavalo. Segundo a concepção do pensamento mítico grego, o cavalo possuía uma série de virtudes admiráveis e, por isso, a sua mistura com os homens não ira vista como algo negativo. Diversas narrativas mitológicas contam sobre o relacionamento entre os homens e os centauros, o que conferia a esse monstro a capacidade de socialização. A origem dos centauros tem a ver com uma contenda ocorrida entre os deuses olímpicos Íxion, Hera e Zeus. Certa vez, Íxion se apaixonou pela deusa Hera, esposa de Zeus, e por isso tentou estuprá-la. Incomodada com o ocorrido, ela contou a Zeus sobre o comportamento de Íxion esperando que alguma providência fosse tomada. Procurando averiguar o relato da esposa, Zeus esculpiu com nuvens uma estátua de Hera e a colocou perto de Íxion para observar qual seria a sua reação. Ao pensar que a estátua realmente fosse a deusa Hera, Página 38


Mitologia grega Íxion começou a se vangloriar por ter ultrajado uma divindade olímpica. Imediatamente, Zeus prendeu o perverso Íxion em uma roda de fogo que girava infinitamente e depois o lançou no Hades, que representava o inferno na mitologia grega. A nuvem que fora violentada por Íxion deu origem a Kentauros, que deu origem aos primeiros centauros após se enlaçar com algumas éguas magnesianas. Outros relatos mitológicos contam que alguns centauros eram frutos do relacionamento das divindades. O centauro Quíron, por exemplo, era filho do deus Cronos e de Filira, filha do Oceano. Contrariando sua própria espécie, geralmente bastante impulsiva e violenta, Quíron teria, ao longo de sua vida, aprendido diversas habilidades ao ser educado pelos deuses Apolo e Diana. Entre outras habilidades este centauro teria profundo conhecimento sobre caça, medicina, botânica, música e futurologia. Quando o herói Hércules se envolveu em uma batalha contra os centauros, acabou acidentalmente atingindo Quíron, que era grande amigo seu e havia repassado todos seus conhecimentos ao herói grego. Desesperado, Hércules tentou curar o centauro ferido com uma medicação ensinada pelo próprio Qíron. Contudo, infelizmente, não havia como evitar aquela terrível agonia. Transtornado com as dores que sentia, Quíron pediu a Zeus que fosse sacrificado. Triste com a prece daquele admirável centauro, o deus supremo do Olimpo decidiu retirar a sua imortalidade e repassá-la a Prometeu. Para que Quíron jamais fosse esquecido, Zeus decidiu homenageá-lo nos céus, onde ficou sendo representado pela constelação de Sagitário. Em uma outra situação Hércules se tornou amigo e matou acidentalmente o centauro Folo, quando o herói grego foi incumbido da missão de capturar vivo um terrível javali que Página 39


Mitologia grega aterrorizava os moradores da região de Erimanto. Em sua passagem naquele lugar, Hércules foi acolhido por Folo que, tomando por imensa alegria, resolveu abrir um odre de vinho em homenagem a seu amigo humano. No meio tempo em que os amigos desfrutavam da bebida, os outros centauros que viviam na região sentiram o agradável odor do vinho e, por isso, tentaram invadir a residência de Folo e tomar seu estoque de vinho. Atordoado com a invasão, Hércules se armou com seu arco e aniquilou com todos os centauros invasores. Contudo, na pressa de se safar daquelas terríveis criaturas, acabou acertando acidentalmente o seu amigo. A mais famosa lenda grega sobre os centauros conta sobre a batalha dos Lápitas e Centauros. Conforme o relato, Enomau, o rei de Pisa, era pai de uma bela princesa chamada Hipodamia, a quem havia prometido sua mão em casamento para aquele que conseguisse derrotá-lo em uma corrida de carros. Após vencer e matar vários oponentes, o rei foi trapaceado por Pirítoo, que conseguiu vencer a corrida após o cocheiro Mirtilo ter danificado as rodas do carro real. Na organização da festa de casamento, vários centauros foram convidados para participar do evento que consagraria a união entre Pirítoo e a belíssima princesa Hipodamia. Contudo, durante a celebração, o centauro Eurítion ficou embriagado e tentou violentar a princesa. Seguidamente, outros centauros também tentaram fazer o mesmo, dando início a um grande conflito contra os humanos. As criaturas que sobreviveram ao conflito saíram em debandada da região da Tessália. Na interpretação das alegorias mitológicas, o centauro tem a importante capacidade de salientar o conflito entre a razão e a emoção. Sendo a parte superior de seu corpo humana, teria a capacidade de refletir sobre os seus atos. Página 40


Mitologia grega Em oposição a essa característica racional, a parte inferior de seu corpo representaria a violência física e os impulsos sexuais.

Ciclopes

Representação do mito onde Ulisses embebeda o ciclope Polifemo para fugir de sua caverna.

Os ciclopes eram grandes criaturas que possuíam força descomunal e apenas um olho no meio de suas testas. Seu nome vem do termo grego “kýklops”, que significa “olho redondo”. Tendo origem diversa e aparecendo em vários mitos da Grécia Antiga, estas criaturas são organizadas, de acordo com sua origem, em três diferentes espécies: os urânios, filhos de Uranos e Gaia; os sicilianos, filhos de Poseidon, e os construtores, originários do território da Lícia. Os mais antigos ciclopes são Arges, Brontes e Estéropes, todos estes oriundos da espécie dos urânios. Em razão de seu enorme poder, esses três ciclopes foram presos pelo seu pai, mas logo foram libertados por Cronos, atendendo aos pedidos de Gaia. Contudo, foram logo recapturados por conta das forças que estes controlavam. Por fim, Zeus decidiu libertar esses três ciclopes para lutar contra os titãs. Em sinal de agradecimento, estes deram o raio, o trovão e Página 41


Mitologia grega o relâmpago para o principal deus olímpico. Além disso, os ciclopes ofereceram um capacete que tornava Hades invisível e um tridente à Poseidon. Com a vitória dos deuses, Arges, Brontes e Estéropes passaram a fabricar os raios de Zeus. Passado algum tempo, Zeus se mostrou preocupado quando o médico Asclépio, filho de Apolo, conseguiu aprimorar seus estudos e ressuscitar mortos. Para que isso não rompesse com a ordem do mundo, o rei dos deuses e dos homens decidiu exterminálo. Apolo, se sentido ofendido por Zeus, decidiu matar os ciclopes que fabricavam os seus raios. Os ciclopes sicilianos são comumente ligados à descrição feita na “Odisséia”, obra concebida pelo poeta Homero. Ao que consta, os sicilianos eram selvagens, poderosos e costumavam se alimentar com plantas, animais e carne humana. Em uma das aventuras de Ulisses, este herói grego teve que enfrentar com astúcia o ciclope Polifemo. No período helenístico, este personagem da mitologia grega foi transformado em uma fera dominada que, graças ao comando do deus Efesto, deveria fabricar os armamentos divinos. A terceira e última espécie de ciclope encontrada na mitologia grega dispunha de grande capacidade física, mas não apresentava o violento comportamento dos seus semelhantes. Oriundos da Ásia Menor, na região da Lícia, estes ciclopes surgiram na mitologia realizando grandes trabalhos que desafiavam a própria capacidade humana. Entre outros feitos, é a estes ciclopes atribuídos a construção das muralhas que protegiam as cidades de Tirinto e Micenas.

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Mitologia grega

Clície

Clície era uma ninfa aquática apaixonada por Apolo, o deus do sol. Como Apolo não correspondia ao seu amor, ela ficou debilitada e passou a sentar por vários dias no chão frio, se alimentando de suas próprias lágrimas e do orvalho. Para Clície, apenas o sol, representando sua paixão por Apolo, importava. Ela passou a acompanhar todo o seu percurso, desde o nascer até o crepúsculo. Assim, seus pés se enraizaram no chão e seu rosto tornou-se uma flor que gira sobre sua própria haste, voltada sempre para o sol, recebeu o nome de girassol.

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Mitologia grega

Cronos

O mais corajoso e jovem dos Titãs, foi o único a ter coragem de ajudar sua mãe Gaia a se livrar dos castigos de seu pai Urano. Cronos tornou rei supremo dos deuses no lugar seu pai e gerou muitos filhos com sua esposa-irmã Hera. Da mesma forma que seu pai, Cronos temia que um de seus filhos tomasse o poder, passando a devorar seus filhos toda vez que estes nasciam. Auxiliado por Réia, Zeus foi o único filho que não foi devorado e posteriormente, lutou contra Cronos e os outros titãs, venceu e o obrigou a regurgitar os seus irmãos.

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Mitologia grega

Deméter

Também conhecida como Ceres na mitologia romana, era filha dos Titãs Cronos e Réia e deusa da agricultura. Teve vários amantes dos quais teve filhos: Pluto, deus da abundância filho de Lasão; Arion, cavalo mágico e veloz filho de Poseidon; Perséfone filha de Zeus. Perséfone raptada foi para o reino subterrâneo de Hades que a desposou. Deméter, sua mãe, saiu de Olimpo para procurá-la e excomungou a terra por abrir passagem para Hades. Enquanto Deméter esteve fora de Olimpo, a terra tornou-se estéril, os animais morreram, o arado quebrou e os grãos não germinaram. Diante de tudo isso, Zeus pediu a Hades que devolvesse Perséfone e este concordou, porém, deu a ela um fruto da região que faria com que ela voltasse sempre para o inferno, pois quem comesse qualquer alimento nessa região, ficava obrigado a retornar.

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Mitologia grega

Diana e Actéon

Actéon era um garoto que caçava cervos nas montanhas e era filho do rei Cadmo. Diana era uma rainha conhecida como a rainha caçadora. Havia um vale cheio de ciprestes de pinheiros, lugar onde a rainha era consagrada. Existia uma gruta e ao seu lado jorrava uma fonte, que caia em uma bacia aberta, circundada por uma orla verdejante. As deusas costumavam ir naquele lugar para banhar. Certo dia elas entraram com suas ninfas, Diana entregou a uma delas o seu dardo, sua aljava e seu arco, e a outra entregou seu manto enquanto outra tirava suas sandálias. Crócale arrumou o cabelo da deusa enquanto Néfele, Híale e as outras traziam água em vasos grandes. Actéon que havia se separado de seus companheiros, continuou andando até que entrou na gruta, as ninfas percebendo a presença de um homem, gritaram e correram para junto da deusa, tentando escondê-la. Diana cercada pelas ninfas tentou pegar suas fechas, mas não conseguiu. Ela então pegou um pouco de água e jogou na cara de Actéon e disse: “Agora vai e conta, se puderes, que viste Diana desnuda”. Rapidamente, cresceu em sua cabeça um par de chifres de cervos, o pescoço encompridou-se, as orelhas cresceram e Página 46


Mitologia grega tornaram-se pontudas, as mãos tornaram-se cascos, os braços tornaram-se patas e o seu corpo foi coberto por pêlos manchados. Actéon então fugiu. Os cães de caça o avistaram e começaram a correr atrás dele, ele tentou gritar, dizer que era Actéon, mas não saia voz. Um cão atacou suas costas e outro mordeu seu ombro, enterrando os dentes em sua carne. Ele ergueu seus braços em súplica, para que os cães parassem com aquilo. Seus amigos de caça mandaram os cães à procura de Actéon, para que pudesse assistir juntamente com eles a grande diversão. Depois de tantas mordidas e rasgadas, Actéon morreu. E então, a ira de Diana foi saciada.

Dioniso

O deus grego do vinho, das festas, do prazer e do delírio místico. Filho da princesa Sêmele e de Zeus, foi o único deus filho de uma mortal. De todas as divindades, era a que mais aproximava dos homens. Sua mãe morreu antes que tivesse o necessário Página 47


Mitologia grega desenvolvimento, Dioniso passou parte de sua gestação na coxa de seu pai, Zeus. Desde muito cedo demonstrou sua origem divina: amante da caça possuía um estranho poder de amansar os animais mais ferozes. Contraiu matrimônio com Ariadne, após esta ser abandonada por Teseu.

Éolo

O deus Éolo vivia numa ilha flutuante na Eólia com seus doze filhos. Foi presenteado por Zeus e recebeu o poder de despertar e acalmar os ventos tornando-se o deus dos ventos. Odisseu, herói grego, indo visitá-lo foi presenteado por Éolo com uma sacola de couro com todos os ventos dentro. Foi recebido como convidado de honra. Ao partir, Odisseu teve sua sacola de couro aberta por seus marinheiros que pensavam ter dentro da sacola ouro. Varridos pelos ventos voltaram à ilha de Éolo, mas este enfurecido se negou a ajudá-los.

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Mitologia grega Eos

Eos era filha dos titãs Hipérion e Téa, irmã de Selene (Lua) e Hélios (Sol). Eos representava a aurora, o amanhecer, sendo normalmente representada na forma de uma mulher com longos cabelos louros e unhas tingidas de rosa, para colorir o amanhecer, além de ter uma carruagem puxada por cavalos alados. Eos se apaixonou pelo mortal Titono e pediu a Zeus que lhe fizesse imortal. Zeus atendeu o seu pedido, porém a deusa esqueceu de pedir a juventude eterna para seu amante, fazendo com que Titono se tornasse um velho decrépito, sem nunca morrer. Ao ver seu erro, Eos pediu posteriormente que Zeus transformasse Titono em uma cigarra.

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Mitologia grega

Esfinge

A esfinge era um monstro alado com corpo de mulher e leão que afligia a cidade de Tebas. Primeiramente apresentava aos homens o seguinte enigma: “Que animal anda pela manhã sobre quatro patas, a tarde sobre duas e a noite sobre três?” como nenhum dos homens conseguiu decifrar tal enigma, a esfinge os devorava. Isso ocorreu até que Édipo, filho de Laio enfrentou a esfinge e conseguiu decifrar seu enigma respondendo: “O homem, pois engatinha na infância, anda ereto na idade adulta e necessita de bengala na velhice.” Com seu enigma decifrado, a esfinge sofreu uma grande frustração, jogou-se num precipício e pereceu.

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Mitologia grega

zeus

Dentro da mitologia grega é o deus mais importante. Os gregos criam que seus deuses estavam separados em diversos grupos. Os mais poderosos eram os deuses do Olimpo, que se dividiam em várias classes. A classe superior era formada por Zeus, o governante de todos os deuses. Segundo a mitologia, ele teria nascido da União de Réia e Cronos. Seu pai Cronos (deus do tempo), que imperava

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Mitologia grega naquele momento, tinha o costume de engolir seus filhos com medo de que um deles lhe tirasse o trono. No entanto, quando Zeus nasceu, Réia pressentiu que ele era uma criatura especial e o escondeu em uma caverna. Para enganar seu marido ela entregou a ele uma pedra enrolada em panos para que ele engolisse no lugar de seu filho. Depois de adulto, Zeus enfrentou seu pai e o forçou a vomitar todos os seus irmãos, que continuavam vivos. Em seguida ele aprisionou Cronos sob a terra. Daquele momento em diante, Zeus se tornou o grande deus de todos os deuses e foi morar no monte Olimpo. Ele se casou com sua irmã Hera, mas teve vários amores com outras deusas e com mortais, teve vários filhos.

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Mitologia grega

agradecimentos kaio dos santos ferreira contatos: kaio_s.f@hotmail.com numero cel: 952966291

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