Largos longos doces horizontes A desdobrada luz ao fim da tarde Assim é, nas palavras de Sophia, o princípio de Verão1
Na penumbra de uma longa invernia, habitada por densas e longas ausências, em que o medo, ainda, nos devora em segredo, as palavras de Sophia resplandecem como uma luz mais que pura sobre a terra seca
Apesar do vagar da penumbra interior, lá fora a luz clama pelo nosso olhar. Aí, no quadrado aberto da janela o mar cintila coberto de escamas e brilhos como na infância2
1
Breyner Andresen, Sophia de Mello (2011). “Princípio de Verão”. In Obra Poética, 2ª ed. (2011). Lisboa: Editorial Caminho, pp. 741.
Breyner Andresen, Sophia de Mello (2011). “O Sol O Muro O Mar”. In Obra Poética, 2ª ed. (2011). Lisboa: Editorial Caminho, pp. 739-740. 2
4 de 5