U
m belo dia, quando a toupeira pôs a cabeça de fora por entre um monte de terra, para ver se o Sol já tinha nascido, aquilo aconteceu!
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Era redondo e castanho, assemelhava-se a um chouriço, e, pior do que tudo, acertara-lhe em cheio na cabeça.
“Que maçada!”,
berrou a toupeira. “Quem terá feito isto na minha cabeça?”
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Era tão curta de vista que não conseguia ver ninguém.
“Foste tu que fizeste isto na minha cabeça?”,
perguntou ela à pomba que nesse instante passava por ali a voar.
“Eu?! Não, porquê? Aliás, eu faço assim…”, respondeu.
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E, zás, uma pinga branca e húmida caiu no chão, mesmo ao lado da toupeira e salpicou-lhe a pata direita.