01 - Meninos Que Mordem

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

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FEITO POR: Carol maia

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Sinopse: Mamãe vai querer me matar se descobrir que eu estou me transformando em um vampiro... Bom, tecnicamente não pode por que eu sou imortal... Bom, tudo bem, ainda não. Deixe-me explicar. Meu nome é Sunshine Mcdonald e devido ao pior dos casos de confusão de identidade com a minha irmã gêmea gótica, Rayne, fui parar em um clube noturno chamado “Club Fang” onde Magnus, um vampiro que é muito, muito gostoso, acabou mordendo o meu pescoço inocente em vez do dela. Agora, se eu não agir a tempo, Magnus será meu companheiro de sangue para sempre e estarei condenada a ser uma bebedora de asquerosos goles de sangue, pálida e inimiga da luz do dia. Acredite em mim, as mordidas de vampiro, são coisa séria! Depois do lamentável assassinato do líder dos vampiros, compete a minha irmã e eu, e a Magnus, encontrar a única coisa que pode resolver o meu problema: o Santo Graal. Não é brincadeira. Realmente tenho a esperança de sair disto a tempo, por que de alguma forma isto coincidiu com o baile de formatura o qual se supõe que eu irei com o garoto mais lindo e popular da escola, Jake Wilder. E eu não quero ser uma vampira para então... e muito menos para o resto da eternidade.

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Prólogo Sunshine e Rayne Você sabe, ser mordida por um vampiro uma semana antes do baile de formatura é um verdadeiro nojo. Em muuuuuitos níveis. Ok, bem. Estou certa que também seria igualmente asqueroso em outros momentos do calendário. No dia da foto da escola, por exemplo. Um péssimo momento para exibir um chupão com dois furos no pescoço. Na Semana Santa também seria horrível. Imagine-se tendo que explicar a sua mãe que você não pode ir ao serviço ao nascer do sol porque, bom, você é alérgica ao sol. E depois tem o Natal. Certamente você teria muitas possibilidades de se encontrar com o Papai Noel, mas você seria capaz de resistir ao desejo de afundar os dentes em sua alegre e velha jugular? Agora que eu estou pensando, não tem nenhum bom momento para ser mordida por um vampiro. Dito isso, você deve entender. Faz três horas, vinte e cinco minutos e trinta e três segundos que JAKE WILDER me convidou para o baile! Estou falando de JAKE WILDER, gente! O cara mais gostoso de todo o Oakridge High School. O protagonista rompe-corações de cada peça da escola, profundos olhos castanhos e um corpaço digno de babar por ele. Cada garota que eu conheço está oficialmente apaixonada por ele. Inclusive Mary Markson, e isso que ela está praticamente casada com seu namorado, Nick. Mas, eu pergunto para você, quem o Deus do Sexo em questão convidou para o baile de formatura? Oh, sim, essa seria moi. Realmente, se você tivesse me perguntado a apenas três horas, vinte e cinco minutos, e trinta e QUATRO segundos se Jake Wilder sabia sequer meu nome, eu haveria apostado meu iPod a que ele não tinha nem idéia. (E foi uma coisa muito, muito boa que eu não tivesse feito essa aposta porque um dia sem vinte gigas de música entre meus dedos é como um dia sem sol.) Dito isso, não posso dizer que total e completa chatice é estar se transformando lentamente em um vampiro uma semana antes do grande evento.

Mas estou adiantando a mim mesma. Dado que você não tem nem idéia de quem eu sou, provavelmente não te importa muito a minha iminente transformação em uma Criatura da Noite. (Minha mãe sempre diz que eu tenho as piores maneiras que a humanidade já conheceu, então peço desculpas antecipadamente por meus defeitos.) Então, direi tudo sobre mim em um momento. Meu nome é Sunshine Mcdonald. Sim, Sunshine1, e se você acha que isso é ruim, temo te apresentar a minha gêmea idêntica, Rayne2. Eu sei, eu sei, Sushine e Rayne. Te deixa um pouco doente, não é? Bem, pode culpar aos nossos pais cruéis e ex-hippies que (Olá!?) cresceram na era da discoteca e deveriam ter saído pelo Studio 543 dançando toda a noite, em vez de estar na Cooperativa Harvest assando tofu na grelha. Mas, infelizmente, não. Preferiram paz, amor e estúpidos nomes de bebês à músicas dance. Evidentemente, atualmente meu pai provavelmente está dirigindo por aí em um esportivo vermelho, último modelo, enquanto recolhe amantes em Las Vegas. Deixou a minha mãe para “encontrar a si mesmo” faz quase quatro anos e permaneceu perdido desde então. Ocasionalmente, recebemos cartões de aniversário trazidos pela culpa, com as desculpas mais sinceras e uma rangente cédula de cinqüenta dólares dentro, mas isso é tudo. Às vezes eu sinto falta dele, mas o que eu posso fazer?

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[N/T: Sunshine significa luz do sol.] [N/T: Rayne significa chuva.] 3 [N/T: Studio 54 foi uma lendária discoteca localizada em Manhattan, Nova York. "Studio 54" foi idealizada por Steve Rubell, na época áurea do "disco", que agitava a vida de Nova York com todo o frenesi que lhe deu uma reputação internacional. Lá Rubell tentava transformar seu sonho em realidade ao dar as melhores festas que o mundo tinha visto e fazer com que elas durassem para sempre, com toda a decadência e excessos da época (muita droga e muito sexo... livre).] 2

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Enfim, voltemos para mim. Tenho dezesseis anos. Um e sessenta e dois, peso médio, cabelos loiros. Tenho olhos castanhos escuros que algum dia esconderei com lentes azuis, e um milhão de irritantes sardas que não desaparecem sem importar quanto suco de limão eu tenha espremido encima. Mamãe diz que eu herdei as sardas do lado irlandês da família de papai. Papai diz que eu as herdei dos ancestrais escoceses de mamãe. De qualquer forma, Rayne e eu fomos amaldiçoadas no útero por uma fada malvada de genes e não podemos fazer nada para evitar. No colégio eu vou bem. Uma estudante A ou B4, normalmente. Gosto de Inglês. Odeio matemática. Quero ser jornalista quando for “mais velha”. Jogo na equipe de hóquei sobre grama do colégio e fiz duas vezes os testes para a peça da escola, tudo para estar o mais perto possível de Jake Wilder. Até agora eu terminei duas vezes como a suplente de Heather Miller e a estúpida nunca fica doente. Falo da “vencedora da assistência perfeita por dois anos seguidos” nunca ficar doente. Para acrescentar um insulto a essa injúria, ela também tem tetas grandes e se joga em cima de Jake diariamente. Mas de qualquer forma, eu estou certa que você está muito mais interessado em toda a questão dos vampiros do que nos peitos de Heather Miller. (Embora você devesse ver. Ela parece com a maldita Pamela Anderson!) Basicamente, o problema começou quando Rayne decidiu me arrastar para um clube gótico. Agora, para que conste, eu não estou metida nessa da música gótica nem nada relacionado com o tema EM ABSOLUTO. Não é que eu seja uma amante de Britney, é claro. Suponho que você poderia me considerar uma garota de Norah Jones ou Liz Phair. Mas Rayne, por outro lado, é uma garota gótica completamente decidida. Se você a ver alguma vez vestida com algo que não for negro, eu ficaria seriamente em estado de choque e pavor. Ela escuta todas essas músicas estranhas que você jamais vai ouvir nas rádios e adora filmes escuros e retorcidos que não tem nenhum sentido. Por exemplo, ela já viu Donnie Darko cinqüenta vezes e consegue recitar de memória dezessete episódios de Buffy. Quando é lançado um novo livro de Anne Rice, acampa toda a noite para ser a primeira da fila para comprar. (Mesmo que tenha muitos desses livros psicóticos para sair, acredite.) Assim, que de qualquer forma, faz dois dias que Rayne veio e me disse que viu esse panfleto do Newbury Comics sobre um clube gótico para todas as idades em Nashua, New Hampshire. Aproximadamente vinte minutos de onde moramos na fronteira de Massachusetts. Seu nome é, sério pode acreditar, “Club Fang”, que tem que ser, realmente, o nome mais ridículo de todo o planeta. Rayne, por outro lado, está tão animada, que eu estou meio que convencida que ela vá fazer xixi nas calças. (Ou em sua longa saia negra, para ser mais exata, a garota não seria pega nem morta usando calças.) E por que, como eu me lembro, a conheço desde que eu nasci, é evidentemente meu dever de irmã gêmea de renunciar a qualquer tipo de plano que eu tenha para o domingo para ir com ela, já que todas as suas amigas estão muito ocupadas. Eu sou uma sortuda.

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[N/T: Como as notas são nos Estados Unidos. A seria uma nota excelente e B uma nota boa.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Capítulo 01 Gotiquize-me, baby “Dê-me uma boa razão para que eu deva ir esta noite”. É domingo de tarde, cinco horas, e estou tentando desesperadamente escapar da saída ao grande Club Fang que minha irmã planejou. Embora eu não tenha muita esperança. Depois de tudo, é um fato comprovado na vida que o que a Rayne quer, Rayne consegue. Ponto. Fim da história. Rayne gira sobre si mesma, deitada em sua cama com dossel, levanta a cabeça sobre um cotovelo, e expõem seus melhores motivos. “Deixa de choramingar. Vai ser totalmente divertido, e você sabe. Além disso, fui ver Dave Matthews contigo e você não pode nem imaginar o quão doloroso foi para mim suportar isso. Meus ouvidos ainda não se recuperaram.” Minha gêmea dramática esfrega as orelhas com os dedos, como se ainda produzissem dor. Por favor. “Como você disse”. Empurro-a de brincadeira, e volto a cair sobre o colchão. “Parece como se fosse um dever ouvir essa voz de sonhos”. “Dever, não. Castigo cruel e incomum, pior do que a morte? Agora sim você está mais perto”. Rayne pula da cama e caminha até o armário. “Então você vai. Está decidido”. Remexe entre os cabides, com cara de concentração... “Agora devemos encontrar algo para você usar”. Perigo! Perigo! “Oh, não, absolutamente não!” Grito. “Você pode me forçar a ir nesse clube estúpido, mas não penso em me submeter a nenhuma transformação radical gótica. Não há nada de errado com o que eu uso”. Fico de pé para mostrar minha combinação camiseta/calças jeans/botas, que eu sempre uso. Rayne se vira para me olhar durante um segundo. O suficiente para me olhar de cima a baixo e revirar os olhos e depois voltar para seu armário. Pega uma saia comprida negra e um suéter preto. “Não vou usar um suéter em um clube noturno”. Eu protesto. “Suarei até a morte”. “Bem. Caramba. Era só uma idéia”. Coloca o conjunto de novo no armário cheio, mudando para um top negro (surpresa, surpresa). Agora sim, embora por regra geral eu seja uma garota só de camisetas e tops, tento me manter afastada daquelas que são feitas de vinil. “De jeito nenhum”. Sacudo a cabeça. “As pessoas vão pensar que eu vou começar um show de sadomasoquismo e começaram a me dar chicotadas ou a me algemar no palco ou algo assim”. Rayne emite seu suspiro de frustração ante o meu protesto, mas graças a Deus devolve o conjunto sadomasoquista para o armário. Eu, por minha parte, me sento outra vez na cama e me pergunto se eu deveria me preocupar que minha gêmea use um conjunto como esse, para começar. “Que tal isso?” Pergunta. Tira um top justo e muito bonito com as palavras Fashion Victim escritas na frente. “Parece bastante apropriado”. Atiro uma almofada nela. “Apenas no mais irônico dos sentidos, é claro”. Guarda com uma risadinha. “Há sempre esse”. Muda um top por outro. Este rosa com letras escritas dizendo Morda-me! “Onde você conseguiu essa camisa?” Pergunto com curiosidade. “Não parece ser o seu estilo. Ela nem sequer é preta”. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ela dá de ombros. “Um vampiro me emprestou há algum tempo. Eu continuo esquecendo de devolver”. “Vampiro?” Levanto uma sobrancelha. Mesmo sabendo que Rayne se move em um círculo diferente, não havia me dado conta de que eles chamavam a si mesmos de criaturas da noite. “Então, agora nós trocamos roupas com os não-mortos?” Isso explicaria todo o negro. Rayne bufa. “Só pedi emprestada uma camisa, espertinha. Mas só para que conste, sim. Existe esse grande grupo deles em Nashua. Parecem garotos góticos, mas na verdade são membros de um antigo grupo de vampiros”. “Você deve estar brincando” Grunhi. “Além disso, por que alguém ia querer fingir ser um vampiro? Por que isso ia ser legal? Vocês ficam por aí bebendo o sangue um dos outros, ou algo assim?” Rayne encolhe os ombros num gesto em que ela não se compromete a nada, o que me diz que sim, ela acredita que isso é legal, mas que não vai admitir na minha frente. Considero rir dela, mas logo decido que a teoria “viva e deixe viver” das irmãs é o melhor plano de ação nesse momento, e abandono o assunto. Depois de tudo, tenho que sair com ela durante toda a noite. Ter ela irritada comigo só vai deixar as coisas muito mais difíceis. “Está bem. Eu usarei a camisa Morda-me”, digo para deixar ela feliz. Pelo menos não é preta. “Será minha resposta padrão para qualquer um que tente paquerar comigo”. Solto uma risadinha. “Alguém pode vir dizendo, “Ei , baby, qual é o seu signo?”, e eu simplesmente apontarei para a camisa”. Rayne ri apreciativamente e joga a camisa para mim. “Claro, que talvez eles achem que você está apontando para os seus peitos, como se dissesse „São todos seus, garoto‟”. “Argh!” “Não se preocupe”, minha irmã diz, mudando sua camiseta por um longo vestido negro de princesa adornado com uma tonelada de laços. Onde ela encontra todas essas coisas? “A maioria dos garotos são gays, tenho certeza. Todos os bons são, principalmente na cena gótica. Não existem muitos garotos hetero que gostem de usar rímel”. Ela bufa. “Desta forma, pequena e angelical irmã gêmea, me aventuro a dizer que a sua virtude permanecerá intacta, sem importar a camiseta que você use”. Lá vai ela de novo. Eu sabia que não poderíamos ter uma conversa inteira sem as infames provocações “Sunny, a inocente” da Rayne. Minha preciosa gemeazinha perdeu a virgindade no ano passado e tem estado se exibindo por causa disso, desde então. Qualquer um diria que ela ganhou uma medalha Olímpica do sexo, ou algo assim. Mas, sinto muito. Conhecer um skatista porco em um acampamento e fugir para fazer no chão da garagem de barcos não é definitivamente minha idéia de uma primeira experiência enriquecedora. Pode me chamar de brega, mas quero que a minha primeira vez tenha velas e rosas, não estilhaços e queimaduras nos joelhos. Cada um com o seu, suponho. “Então, como eu estava dizendo”, Rayne continua, tomando meu silêncio como uma permissão para continuar se metendo comigo, “pode se sentir segura a sua inocência está a salvo no Club Fang”. Rio, apesar de ser comigo. Soa como se ela estivesse vendendo algo. “Isto está impresso no panfleto?” “Absolutamente”, Rayne declara confiante. “Garantimos que, caso contrário, devolvemos o dinheiro”.

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Capítulo 02 Club Fang O Club Fang acabou sendo mais bonito do que eu imaginava, mesmo eu não tendo expectativas muito altas sobre o lugar. Já que durante o dia esse edifício servia como sala para os Cavaleiros de Colombo5, e só havia alguns colaboradores que transformavam o lugar em algo gótico de noite e ainda assim teriam que ser capazes de tirar as coisas a tempo para o almoço dos Veteranos em seis horas. Não que eles não tenham tentado a velha faculdade. Eles colocaram luzes coloridas piscando nas vigas e penduraram grandes lençóis brancos do chão até o teto, bloqueando as janelas. Nelas ficam os fanáticos por trás destes lençóis de forma que eles ondulem na brisa. Os projetores lançam através da sala imagens misteriosas, indescritíveis nos fundos dos lençóis brancos. Na frente da área do palco que é ligeiramente mais elevado, eles colocaram o piéce de résistance – uma jaula de escravidão. Pelo menos, é isso que parece. Acho que eles só pegaram algumas cercas de arame e pintaram de preto. Por trás da “jaula” tinha um cara obeso com um DJ imundo e de barba desalinhada que verificava os registros e grandes bombas de alto-falantes góticos, industriais e com sons eletrônicos. Eles tinham até uma daquelas máquinas de fumaça com sabor de queijo, e que totalmente me fez começar a tossir no exato segundo ao qual entramos. Parece que os outros garotos do clube não se importam com o sabor de queijo ou com a fumaça. Uniformemente vestidos de preto, eles balançam ao som da música, fazendo uma dança que parece para mim como se seus pés estivessem atolados na lama. Eles lentamente e cuidadosamente retiram os pés do chão, aparentemente atolando o outro também, e obrigando-os a repetir o processo inteiro desde o começo. “Escola!”, Rayne grita no meu ouvido. “Ahn!?” O que significa “escola”? OMG, ela viu alguém da nossa escola secundária? Ah, cara, eu ficaria muito mortificada se alguém que eu conhecesse me descobrisse aqui e principalmente minhas colegas da equipe de hóquei na grama. Eu nunca ouvi o final disso. “Quem está aqui da escola?” “Não, eu disse, é cool6!”, Rayne corrige. Oh. Ufaaaa. Não que eu estivesse de acordo com a sua avaliação, mas pelo menos eu não teria que me esconder por trás de um daqueles lençóis que ondulam. “Vou pegar uma bebida”, diz Rayne, apontando para um bar pequeno, em uma parede improvisada. Diferentemente dos bares nos clubes reais, é claro, este só servia refrigerante. Muito ruim. Não que eu seja alguma alcoólatra, mas neste caso uma cerveja poderia ajudar com a dor. “Traz um Red Bull para mim”, digo. Talvez uma mega dose de cafeína seria o bilhete. Rayne assente e desaparece na neblina. Encontro uma parede e me encosto, perguntando-me por que demônios concordei com essa tortura. Estamos aqui há cinco minutos e já estou com uma dor de cabeça terrível. Para não mencionar, o cheiro dos corpos

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[N/T: A ordem dos Cavaleiros de Colombo é uma associação de leigos católicos fundada em 15 de Maio de 1882 pelo sacerdote norte-americano Michael McGivney, entre outros, com os objetivos de desenvolver uma prática de catolicidade entre os seus membros, para promover a educação e a caridade, proporcionando, como por exemplo, educação católica em lares para crianças órfãs, dotando bolsa em escolas católicas, ministrando palestras sobre a doutrina católica, e atráves de seu departamento de seguros, pelo menos por um período de tempo fornecer ajuda financeira as famílias de seus membros falecidos. 6

[N/T: Dá para perceber aí que foi tipo um jogo de palavras, a Rayne falou a palavra cool que significa legal, mas a Sunny entendeu como School, que significa escola.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite que me faz querer vomitar. Seriamente, o que custa por um pouco de desodorante em suas axilas antes de começar a suar na pista de dança? Tento dar para meu cérebro, Pollyanna, palavras de encorajamento. Bom, tente ter uma boa atitude, Sunny. Rayne já fez muito por você. Deixa de ser tão egoísta e segue a corrente. Quem sabe, eu poderia até me divertir! Sim, claro. Inclusive o meu cérebro-Pollyanna, não acha que ajude muito. É melhor eu ser capaz de aparentar estar bem. “Boa noite”. Ah, não. Um cara. Dirigindo-se para mim. Pensei que Rayne tivesse dito que todo mundo aqui era gay. Levantei o olhar, preparada para apontar para a minha camiseta, quando meu olhar caiu no mais bonito par de olhos que eu já vi em meus dezesseis anos no planeta. Eles são da cor da safira. Quero dizer, eu já vi muitos olhos azuis nos meus dias, mais não como esses. Era ainda melhor, os olhos estavam juntos com um cara igualmente surpreendente. Rapidamente eu fiz um balanço: pele lisa, bochechas salientes, cílios negros da cor de fuligem. Cabelo longo castanho, amarrado em um rabo de cavalo. Não sou normalmente interessada em cabelo grande, mas neste tipo de trabalho, totalmente. Ele se parece com Orlando Bloom de olhos azuis. (O Orlando que fez Piratas do Caribe, e não o que fez SDA e certamente não Tróia, apenas FYI7) E o melhor de tudo, é que diferentemente dos outros garotos góticos do clube, ele não usa nada negro. Apenas uma camisa simples, branca e apertada, e um par de calças jeans baixos. Nenhum lápis de olho, também, graças a Deus. Exploro o lugar, certa de que “Orlando” devia está falando com alguém diferente de mim. Alguma super modelo na minha direita, talvez. Mas não vi ninguém por perto. Hmmm... “O-olá”, digo, minhas palavras soam estridentes e jovens. Odeio minha voz. Me faz soar como se eu tivesse dez anos. Rayne e eu somos gêmeas, mas ela tem essa voz abafada e rouca de alguma maneira. Talvez seja devido ao cigarro, embora, eu sinto muito, mas se for uma escolha possível entre um câncer de pulmão e uma voz estridente, pode me chamar de Minnie Mouse qualquer dia da semana. Em vez de responder, o garoto se aproxima e aperta a palma da sua mão contra a minha bochecha. Sua pele está fresca, mas seu toque queima a minha pele. Seus olhos estudam meu rosto, logo vagam por meu corpo, e de repente eu me sinto nua por baixa de seu brilho deslumbrante. Dou uma tremida involuntária e posso sentir arrepios aparecendo por todo o meu braço. Wow. Não posso lembrar a última vez que um garoto me fez sentir arrepiada! Talvez nunca. Sei que eu deveria por em dúvida o motivo desse garoto ter se aproximado de mim em um clube noturno e claramente ter sentido que não era grande coisa estender a mão e me tocar intimamente, mas não posso encontrar palavras para expressar qualquer objeção. “Sou Magnus”, diz ele com uma voz entrecortada, perigosa com uma pitada de sotaque inglês. “Eu acho que você estava me esperando?” Meu coração se afunda. Maldição, eu sabia que ele estava com a garota errada. Ele provavelmente tinha algum encontro às escuras com outra e me confundiu com ela. (Embora por que um cara de seu calibre teria que ter um encontro às escuras). Espera um segundo. Se ele nem sequer conhece o seu encontro, que tipo de garota sairia com ele? Eles obviamente ainda não eram um casal, o que no meu livro faz disso um jogo limpo. Olhei ao redor, 7

[N/T: Não sei o que significa esse FYI. No inicio da frase ela fala em LOTR, que seria The Lord of the Rings, que em português é SDA, O senhor dos anéis.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite assegurando-me de que não havia nenhum tipo de encontro às escuras esperando, preparada para arrancar meus olhos por andar em seu território. Mas o lugar estava desocupado. “Olá, Magnus”, digo, tendo que gritar sobre a música. “Sou Sunny”. Ele toca sua cabeça, com um olhar confuso em seu rosto. Logo tocou com um dedo o seu ouvido e sorriu para mim. Ah. Entendo. Ele não pode me ouvir sobre a música. Só quando estou a ponto de falar de novo com uma voz mais forte, ele pega a minha mão e me puxa em direção da saída do clube. Posso sentir meu coração golpeando em meu peito – um bilhão de batidas por minuto seria um eufemismo de tempo nesse momento. Para onde ele está me levando? Deveria segui-lo ou me fugir? Procurei Rayne por todo lugar, ao menos poderia avisar a ela, mas não conseguia vê-la em lugar nenhum. Nós fomos para o ar fresco da noite. Fazia muito frio aqui fora, mesmo para New Hampishire, em maio. O segurança do clube nos observa com receio durante um momento antes de voltar atrás para continuar flertando com uma linda loira à sua direita. Magnus me leva para os degraus da frente, ainda segurando a minha mão trêmula. “Uh, para onde vamos?”, pergunto. Depois de tudo, não importa quão bonito seja esse garoto, não sei absolutamente nada sobre ele. E era lógico ouvir vozes do Jiminy Cricket8 na minha cabeça que me advertiam sobre o perigo de seguir um estranho em um clube noturno. Ele se vira e sorri, minhas defesas desmoronam. Certamente, alguém com um sorriso tão bonito não podia ser perigoso, não é? “Era um pouco difícil te ouvir lá”, diz finalmente. Wow, amo seu sotaque! “Pensei que poderíamos vir aqui para fora para podermos conversar”. Bem, um bate-papo. Como em uma conversa. Falar é bom. A conversa não implica em nada que mamãe não aprovaria. Não que eu me preocupe com o que mamãe aprovaria, me lembrei. Quero dizer, tenho dezesseis anos praticamente sou oficialmente uma adulta. Realmente tenho que sair da rotina. “Então, é, você vem sempre aqui?”, perguntei, tentando iniciar uma conversa. Muito tarde percebo como isso foi clichê. Ele sorri suavemente, e sinto o calor no meu rosto. Isto era outra coisa “dor ao extremo” para quem tem pele ligeiramente branca e com sardas. Me ruborizo como ninguém e não posso esconder. Espero que a escuridão ao nosso redor reduza o brilho vermelho como de um caminhão de bombeiros. Quero dizer mais, para me redimir da pergunta idiota, mas minha língua simplesmente não parece querer me ajudar. Que demônios está errado comigo? Meu cérebro diz que eu deveria ir embora, mas meu coração diz que eu deveria seguir a corrente. Afinal, com que freqüência se aproxima um cara magnífico de você em um clube noturno e começa a conversar? Quero dizer, certo, pode ser um feito cotidiano para, suponhamos, Lindsay Lohan, mas isto não aconteceria com uma pessoa como eu. Fomos para trás do prédio, onde existe um estacionamento e um poste que dava um brilho amarelado nos veículos. Magnus deixa de caminhar e sorri. Eu me inclino contra a parede de tijolos do edifício e sorrio timidamente. E agora o quê? Espero que ele não espere um pouco de conversa intelectual, por que não acredito que eu possa continuar.

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[N/T: Jiminy Cricket é aquele Grilo Falante do desenho Pinóquio.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite No entanto, a discussão verbal parece estar longe de sua mente já que dá um passo para mais perto, e roça seu joelho contra a minha coxa. O repentino contanto corporal invoca uma leve sensação de náuseas no meu estômago. Mas náuseas é uma boa coisa, se isso for possível. Ele coloca uma mão em meu rosto novamente, desta vez tocando a minha bochecha com seu dedo suave. Ele olha nos meus olhos, como se eles pudessem ver a minha alma. Tudo isto é tão inquietante e perigoso e sexy, juro que vou desmaiar. “Você é bonita”, sussurra ele. “E tão inocente”. Franzo o cenho. Deus, odeio quando as pessoas dizem isso. Quero dizer que, tecnicamente sou inocente, com uma inocência capital. Mas, realmente, a primeira vista é tão fácil dizer isso de mim. Será, que, uso um grande V em meu peito ou algo assim? Rayne é minha gêmea idêntica e NINGUÉM nunca diz que ELA parece inocente. Ah, não. Os garotos pensam que ela é toda uma sedutora. Uma chuta-traseiros, talvez. Mas nunca inocente. “Eu não sou inocente”, digo, e muito tarde, me dou conta que estou citando a Britney. Realmente tenho que manter a minha boca fechada até que eu possa contar com ela para dizer algo inteligente, espirituoso e interessante. “Não é um insulto”, murmura ele, seu dedo vai à deriva de meu ouvido até meu lóbulo. “Acho que é muito, muito atraente”. Mencionei o quão sexy ele estava? E como ele me acende? E como eu sou totalmente incapaz de responder a tudo que ele diz? “Oh. Bom, é. Obrigada. Acho”. Rio de mim mesma, uma risada tonta que sempre aparece quando estou nervosa. É como o relincho de um burro e eu não gosto nada disso. Ele se inclina para mais perto, sua boca está tão perto que eu posso sentir seu hálito em meu rosto. Ele cheira a hortelã e algo picante que eu não consigo identificar. “Está certa que quer isto?”, ele pergunta, procurando meu rosto outra vez. Eu enrugo meu nariz, perplexa. Estou certa de que quero o quê? Todo este encontro realmente me dá a sensação de que estou deixando passar alguma informação vital. Pela forma que ele está me olhando, tenho a sensação de que está perguntando se estou certa de que ele me beije. E a resposta a esta pergunta é um infernal sim. “Estou certa”, murmuro, esperando que minha voz pareça rouca como a de Demi Moore. Como Rayne. “Muito, muito certa”. Ele sorri. “Bem, então. Vou fazer”. Fecho meus olhos e a próxima coisa que eu posso sentir são seus lábios cheios contra os meus. Calafrios surgem em cada canto do meu corpo e o arrepio retorna como uma vingança. Agora não sou nenhuma perita em beijos (de fato, estou um pouco envergonhada para confessar que só estive com três garotos na minha vida inteira), mas inclusive eu posso dizer que se trata do beijo mais incrível “de toda a minha vida”. Pressiona os lábios contra os meus, como se ele não tivesse comido durante dias. Como se desejasse algo que só a minha boca podia oferecer. Afasta meus lábios, e não consigo segurar um suave gemido de prazer. Espero que ele não ache que eu sou uma qualquer por deixar-me ser beijada deste jeito. Quer dizer, eu mal o conheço. Mas algo sobre isto parece tão certo. Seus lábios abandonam minha boca e beijam meu pescoço. Amo ser beijada no pescoço. É como uma volta completa. Sinto uma ligeira pressão de seus lábios em meu pescoço.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite OWWWW! “O quê?”, salto para trás, horrorizada. OMG! ELE ACABOU DE ME MORDER?

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Capítulo 03 O Contrato (Assinado com sangue) Minhas mãos voam para o meu pescoço. Posso sentir que o sangue quente borbulha da ferida. “O que diabos você fez, idiota?” Ele não tem sequer a decência de parecer arrependido. Só põe suas mãos em seus quadris e franze o cenho. “Você disse que estava certa”, diz ele com uma voz enfurecida. “Maldição, odeio quando as crianças mudam de opinião no último minuto”. “Claro que eu queria te beijar, mas não permiti você saborear a minha jugular”, respondo. “Nunca te dei a idéia...”, vejo ele olhando para o meu Morda-me. Ah. E cruzo meus braços. “Isto não se interpreta literalmente”. “Olha, você sabia que ia haver um leve desconforto durante o procedimento inicial. Está claramente estabelecido no contrato que você assinou”. Agora ele parece irritado. “Contrato? Que louco contrato?”, esse cara é louco. Bonito, mas claramente e completamente louco. Para minha surpresa, ele mete a mão em seu bolso e pega uma pilha grossa de papéis, amarrados com um clipe de pasta preto. Ele os segura e aponta para o final da primeira página. “Com-trato”, ele diz lentamente, como se estivesse tratando com uma criança pequena. Quando o senhor Alto, Perigoso e Charmoso se transformou em um Encantador Idiota? “Olha, não sei do que você está falando, mas nunca assinei nada...” Ele vira para a última página e aponta para uma assinatura... “Assinatura”, diz no mesmo tom paternalista. Apenas resisto ao impulso de bater nele. Meu pescoço está queimando neste momento. O que ele comeu antes de me beijar, wasabi9? Dou uma olhada para a linha de assinatura, tentando entender do que ele está falando. Suspiro quando vejo a letra rabiscada de minha irmã na parte inferior do contrato. “O quê?”, eu sussurro. Tento puxar o contrato da sua mão. Mas ele o segura fortemente – o cara tem um agarre assassino. Levanto o olhar, olhando para ele. “O que é isso?” Ele passa sua mão por seu longo cabelo castanho, que se perde em seu rabo de cavalo. Ele parece selvagem, perigoso e irritado. “Você sabe muito bem o que é isso. Você passou pela turma. Fez a prova. Assinou seu nome, inferno!” “Esse não é o meu nome, amigo. Esta é minha irmã. Agora por que você não me diz o que realmente está acontecendo aqui? Oh, Senhor, o que minha irmã fez agora? Alguma espécie de culto estranho?” Magnus franze o cenho. Ele olha para o contrato e logo para mim. “Sua ir...?” “Magnus?” Pulo um quilômetro quando ouço a voz da minha irmã atravessando o estacionamento. Falando do diabo.

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[N/T: É um tempero da culinária japonesa, que tem um sabor extremamente forte.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Ah, Magnus, você estava aqui fora? Rosa disse que você poderia estar aqui fora. Estou pronta, você sabe. Pronta e disposta, querido”, diz ela, facilmente dominando sua voz sensual que eu tentava usar há alguns minutos atrás. Dou uma olhada em Magnus, que de repente perdeu sua confiante arrogância e parece estar suando muito. Quero dizer, o garoto não era todo bronzeado em primeiro lugar, mas agora ele parecia branco no brilho da noite. Ele me olha, então para trás de mim. Giro e vejo Rayne se aproximar. “Sunny, o que você está fazendo conversando com Magnus?”, Rayne pergunta com desaprovação enquanto ela se aproxima. “Ele não... não te disse nada estranho, não é?” “Rayne... o que diabos está acontecendo aqui?”, exijo saber. “Há... duas...”, Magnus gagueja. “Mas pensei...” “Rayne é minha irmã gêmea”, explico, maravilhando-me com a forma que a minha voz soa. “Mas você parece... pensei...”, Magnus estava fora de si. Rayne, fica pálida. “OH, não”, ela grita. “Você não fez!”, ela coloca uma mão sobre o meu ombro e me puxa olhando ao redor do meu pescoço. “OH, não!”, ela grita. “não, não, NÃO!”. “Alguém, por favor, pode me dizer o que está acontecendo aqui?”, exijo saber, com as mãos em meus quadris. Isto está indo longe demais. “E quero dizer, agora!” “Agora, Sunny, não fique louca, mas...”, Rayne começa, com sua voz tremendo. Eu olho para ela com um brilho raivoso. “Mas o QUÊ, Rayne?” “Eu, uh, acredito que você foi acidentalmente transformada em um vampiro”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Capítulo 04 Um péssimo caso sangrento de identidade errada “Um vampiro?”, grito. “Isto é uma espécie de brincadeira de mal gosto?” Rayne balança a cabeça. “Não é uma brincadeira, Sunny. Mas é um grave problema”. Ela olha para Magnus. “Como você pode fazer isso? Você deveria ser meu patrocinador. E não pode me esperar?” Magnus geme, e logo se inclina e começa a cuspir sobre a calçada. Atraente. Não posso acreditar que faz cinco minutos eu pensei que ele era sexy e atraente. Alguém com quem eu queria me ligar. Neste ponto, prefiro beijar um coveiro. “São exatamente iguais”, queixa-se ele. “Como você acha que eu ia saber?”. Ele fecha sua mão em um punho. “Lucifent vai me matar”. “Hum... tecnicamente você já não está morto?”, pergunto com minha voz doce. Estou tão por fora deste jogo. Ele se vira para disparar para mim um olhar de aspecto sinistro. “Acho que você deveria estar ausente no dia que ensinaram “figura de linguagem” na escola?” Levanto uma sobrancelha. “Pelo menos eu apareci quando nos ensinaram a não morder outras crianças no jardim de infância”. “Garotos, por favor!”, Rayne interrompe. “Deixem de discutir. Isto é sério. Não importa por que isto aconteceu. Já está feito. Temos que fazer alguma coisa. Sunny não pode se transformar em um vampiro. Ela tem um play-off10 de hóquei sobre a grama na próxima semana”. Para registro, o hóquei sobre a grama seria a menor parte das minhas preocupações, o mais grave era se transformar em um vampiro de verdade. Eu teria que pensar mais amplamente: como o fato de toda essa de “dormir o dia todo, caçando humano todas as noites” poderia prejudicar a minha entrada em todas as faculdades que eu pretendia me apresentar. Magnus deu outra cuspida no outro lado da calçada. Ew!! “Ei, o que você tem na cabeça para ficar cuspindo o tempo todo?”, pergunto, distanciando-me dele. “Você é realmente grosseiro”. Ele olha para cima. “Estou tentando tirar todos os rastros de seu sangue da minha boca. Você nunca foi provada. Quem sabe que tipo de doenças você pode ter?”, ele diz com um olhar aterrorizado. “Você não tem AIDS, certo?” De todos os... Gah! Esse cara me faz rir. Como se eu tivesse pedido que ele começasse pela minha jugular. Isso iria servir-lhe bem se eu tivesse alguma doença estranha. Rayne revira os olhos. “Por favor. Sunny é pura como a neve, Mag. Virgem Total com um grande V. A menos que ela tenha algum vício com heroína que ela não me contou. E...”, ela acrescenta com um sorriso perfeito. “estou bastante certa que ela não é uma smackhead11. De qualquer forma, ela não tem exatamente aquela coisa que faz parecer que as pessoas usam heroína, certo?” 10

[N/T: Um playoff desempate (one-game playoff ou pennant playoff) é um tipo de decisão em certos esportes profissionais americanos, para determinar qual de duas equipes, empatadas na classificação final, se qualificará para um torneio de pós-temporada. Tal playoff pode ser um único jogo ou uma série curta (como melhor-de-três).] 11 [N/T: Pessoas que injetam heroína.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “OH, muito obrigada, Rayne”. Agora teremos que falar sobre as circunferências de meus quadris também? Esta noite fica cada vez melhor. “De fato...”, Magnus diz. “Não tem doenças. Bem, pelo menos é alguma coisa. Mas, no entanto... Uma mordida não autorizada! Você sabe como Lucifent vai me matar? Dando-me um chute no traseiro. Quero dizer, que hoje em dia ninguém transforma alguém em um vampiro contra a sua vontade. Não é qualquer coisa que, se possa processar, você só pode esperar...” “Posso te processar? Legal”. Remexo em minha bolsa a procura de uma caneta, com o desejo de escrever isso. “Sob o quê? Negligência médica? Assalto com uma presa mortal?”, levanto o olhar. “Quanto você acha que os advogados conseguiriam por isso?” Rayne franze o cenho. “Sunny, deixa de ser uma cadela. Você não está vendo que o pobre Magnus está pirando aqui?” “Tenho que deixar de ser uma cadela? Para o bem de Magnus?”, olho para ela, sem poder acreditar. “Uh, olá? Ele é o cara que se aproximou e me mordeu por absolutamente nenhum motivo”. “Eu tinha uma razão”, comenta Magnus, com mau humor. “Só pensei que você era Rayne. Foi um péssimo caso sangrento de identidade errada, foi isso”. “Olhem, gente”, continuo. “Não sei que tipo de pequenos jogos doentes vocês gostam de jogar, e na verdade, não pretendo nem querer saber. Vocês andam tanto em cemitérios, que é lamentável que não estivessem mortos. Mas estou fora disso”. Viro para a minha irmã. “Rayne, encontre seu próprio caminho para casa. Já não estou com humor para ir para essa suja pista de dança”. Viro e me aproximo do carro. Mas Rayne aparece por trás de mim, agarra meu ombro, e me vira. Seus olhos estão abertos e assustados e seu rosto está mais branco do que o normal. (E isso é algo a se dizer!) “Sunny, me escute”, grita ela. “Isto não é um jogo. Magnus é um vampiro. E se ele te mordeu, então você vai se transformar em um vampiro, também. Você tem que levar isso a sério”. Reviro meus olhos. “Rayne, querida. Sei que isto pode ser um grande choque para você, mas não existem coisas como vampiros”. “Eu costumava pensar assim, também. Mais aqui está. E Magnus é definitivamente um deles”, insiste Rayne. “Mag, mostre”. De má vontade me viro. Isto vai ser bom. “Sim, Mag, mostre-me”. Magnus salta um suspiro profundo, um pouco exagerado. Como se ele estivesse cansado que o mundo lhe exigisse que demonstre a sua criatura da noite. Estou certa que lhe pedem muito. “Ótimo”, queixa-se, metendo a mão em seu bolso e tirando uma navalha. “Você faz as honras?”, ele pergunta, com a lâmina aberta me oferecendo. “Acredito que já fui muito honrada por um dia, cara”. “Eu faço!!! Eu faço!!!”, Rayne diz com excitação. “O que você vai fazer exatamente?”, pergunto, quando Magnus dá a navalha para minha gêmea impaciente. “Apunhalar ele, é claro”, diz Rayne, normalmente. Claro. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Quando Magnus levanta sua camisa para expor seu estômago (e seus músculos, que eu não posso deixar de notar) pergunto-me como eles farão essa brincadeira. Faca de mentira? Pacotes de sangue incrustado na ponta? “Sabe o que mais? Acho que eu gostaria de fazer isso depois de tudo”, anuncio. Então eu posso denunciá-los e continuar com a minha noite. Rayne se encolhe e me dá a navalha. Passo meu dedo sobre a ponta. Ouch! Uma pequena bolha de sangue sai do meu corte. Realmente está afiada. Hmm. Ouço um gemido suave e levanto o olhar. Magnus contempla meu dedo como se fosse uma sobremesa goumert e ele um naufrago que sobreviveu comendo somente arroz no mês passado. Nunca havia visto tal luxúria nos olhos de alguém. “Você se importaria, uh, em limpar o seu dedo?”, ele diz com uma voz entrecortada, infundida em pânico. “Por que, o que tem de errado?”, pergunto, agitando o dedo no ar. “Você quer chupar ele ou algo assim?” “Sunny, não provoque um vampiro”, repreende-me Rayne. Sabe, realmente tenho que confessar, Magnus atua bem como um vampiro. E eu acho que vejo até mesmo um pouco de baba no canto de sua boca enquanto me olha fixamente, deslumbrado pelo meu dedo ensangüentado, acompanhando-o como um cão que segue seu agrado. “Bom, sinto muito”, digo. Ponho o dedo lentamente na boca e faço um grande espetáculo lambendo meu sangue. Magnus suspira e parece que, por um momento, vai desmaiar. “Agora que você já fez...”, reprova-me Rayne. “Realmente, Sunny”. Eu ri. Eles são tão sérios sobre tudo isso. “Bem, bem”, digo. “O dedo sangrento se foi. Regressemos com a punhalada”. Magnus, que parece se recuperar um pouco, levanta sua camisa novamente. Wow, me pergunto quantos abdominais ele tem que fazer para alcançar aquela perfeição? Pena que ele é um perdedor. Se ele pudesse conseguir um transplante de personalidade ou algo assim, ele seria perfeito. Examino a navalha outra vez. Como isto se retrai? Eu não sinto qualquer mola... “Só se apresse e faça”, diz ele. “Não temos toda a noite”. “Claro. Não quero que você fique preso no sol da manhã e se transforme em poeira,” digo, resmungando. “Muito bem. Aqui vamos”. Seguro a navalha, e logo a pressiono em seu estômago com muita força. “Argh!”, ele grita por causa da dor e se retorce, com a navalha ainda em seu abdômen, sangue escuro sai da ferida. “Uh, hum...”. Wow. Isso parece muito real. Como eles conseguem que todo esse sangue saia da navalha? E como a navalha se incrustou em seu estômago, se é retrátil? E... é, por que ele está agindo como se realmente doesse? “Uh...”

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Dou uma olhada em Rayne, que olha a cena com entusiasmo. Que diabos está acontecendo aqui? Olho para Magnus. Ele caiu de joelhos, agarrando seu estômago, com uma expressão de agonia em seu rosto. Suas mãos estão quase roxas de sangue e ainda gemia de dor. O medo agarra meu coração com um aperto gelado. Eu o apunhalei? A lâmina não se retraiu quando eu fiz pressão? Eu realmente apunhalei esse garoto no estômago? “Você está bem?”, pergunto com preocupação. Pergunta idiota, realmente. A poça de sangue delata. Em resposta, Magnus cai de seus joelhos na calçada – em posição fetal, agarrando seu estômago. Entro em pânico, e forço as minhas pernas a se aproximar para poder examinar a ferida. O sangue sai em grandes quantidades pela ferida. Eu teria explorado melhor a ferida se eu não tivesse tão assustada. “Oh, meu Deus, eu acho que ele realmente está machucado!”, grito, dando voltas para encontrar a minha gêmea. “Rayne! Liga para o 911. Ele precisa de uma ambulância!” Volto para Magnus novamente, procurando uma maneira de deter a hemorragia. Eu deveria tirar a navalha ou deixá-la lá? Minha respiração fica mais difícil, e choro enquanto vejo lampejos da minha vida diante de meus próprios olhos. Eu, Sunshine Mcdonald, acabo de apunhalar alguém no estômago. E agora ele pode morrer. E serei a responsável. Eles vão me acusar de assassinato. Me colocarão na cadeia e jogarão fora a chave. Eles têm pena de morte em New Hampshire? Oh, meu Deus. Por que eu me ofereci para pegar a navalha? O que me possuiu para apunhalar no estômago um adolescente iludido que pensa que é... um vampiro? Estúpida, Sunny. Realmente estúpida. Lágrimas caem pelas minhas bochechas quando me ajoelho ao lado de Magnus. “Você está bem?”, pergunto, chorando. “Pode me ouvir?”, me inclino mais perto. “Você vê alguma luz branca? Se for assim, te rogo que não a siga. Tenho muito... quero dizer, você tem muito pelo que viver”. “Eu não te disse?”. De repente Magnus abre seus olhos, senta-se, e começa a rir histericamente. “Eu já estou morto!” Olho com horror quando ele agarra a navalha e facilmente a tira de sua ferida. Então, incrivelmente, a ferida começa a se fechar, diante de meus próprios olhos. Olho, hipnotizada, quando parece que um fio invisível costura a pele até que somente fique uma cicatriz diminuta. “Oh, meu Deus! Você é realmente um...” Salto para trás, aterrorizada. “OH, meu Deus!” “Desculpe”, ele diz, rindo. “Agora estamos quites, por aquela coisa do seu dedo sangrento”. Viro ao redor para encontrar Rayne. Ela também está estourando de felicidade, praticamente gritando. Como se fosse a coisa mais divertida que ela já viu desde Shrek 2. “Ah, cara!” Ela ri. “Deveria ter visto o seu rosto, Rayne. Essa foi clássica!” Olho para ela, e logo, para Magnus. Não posso acreditar nisso. Simplesmente não posso acreditar. “Você... quero dizer... Pensei...” Wow, perdi completamente a minha capacidade de falar. Eu vou ter que passar o resto da minha vida como uma muda. Andar por aí com um caderno, anotando tudo o que eu era capaz de dizer, antes de ser emudecida por um vampiro que tira uma faca de seu próprio estômago.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Desculpe”, diz Magnus, balançando seus pés. Ele põe a navalha ensangüentada em seu bolso sem limpá-la. “Mas você disse que queria uma prova”. Sinto que vou vomitar. “Então você é realmente...” “...um vampiro?”, ele pergunta, levantando uma sobrancelha. “Sim”. “E isto significa...” Meu estômago está revirado. Como se eu estivesse em um barco sacudido pela tempestade. Ou o Superman passeando no Six Flags12. “...minha mordida te infectou”. Ele suspira, sério novamente. “Infelizmente, sim”. Me inclino e vomito. “Ew”. Rayne salta para trás para evitar meu vômito. “Sunny, isto é nojento”. “Ah, sinto muito por ter te ofendido”, digo com o maior tom sarcástico, limpando minha boca com a minha manga. “Suponha que eu estou descobrindo o fato de que eu fui acidentalmente transformada em um vampiro, assim como você espera que eu me comporte?” Rayne dá de ombros. “Estou de acordo contigo, Sun. Embora não significa que eu goste de ser salpicada por seu vômito”. Reviro meus olhos e me dirijo de novo para Magnus. “Então, espere um segundo”, digo. “Estou atordoada. Eu sempre pensei que para se converter você tivesse que beber o sangue de um vampiro. Tudo o que você fez foi me morder”. “A maldição de Hollywood e seus equívocos barbáros”, diz Magnus, cansado. Ele mete a mão em sua boca e tira algo. Ele o segura na minha frente. É uma presa falsa, meio cheia do líquido vermelho. “Através de nossas pesquisas pós-morte, aprendemos que a maior parte das pessoas prefere beber o sangue de seu patrocinador, o que é um pouco preocupante. Além disso,” acrescenta ele, “como a nossa pele é muito boa na cicatrização, cortando o braço de alguém para o aprendiz beber, posso deixar possíveis cicatrizes. E ninguém quer um vampiro que tenha cicatrizes”. Ele segura o dente, então posso examiná-lo mais de perto. “Estão no Vampcoven.com, acredito que essas são implantações de alguns anos atrás. Invenções sangrentas maravilhosas, realmente. Só basta clicar com meu dedo, para espremer umas gotas de sangue na implantação, logo injeto no aprendiz”. Ele dá de ombros. “Nós poderíamos usar uma seringa para entregar a injeção, é claro; provavelmente seria mais prático e mais higiênico, realmente. Mas os estudos também constataram que os nossos aprendizes desfrutam do romantismo old-school de ser mordidos no pescoço”. Não posso dizer se eu fiquei mais impressionada com o fato que tenham lugares na Internet que vendem o sangue e a injeção ou que estes garotos pedem para suas vítimas preencher os formulários. Magnus mete a mão em sua mochila e pega uma pequena caixa de prata. “Vampcoven.com é o principal fabricante de suprimentos para vampiros. Bolsas de sangue, afiadores de presas, armadura para o corpo, esse tipo de coisas”. Ele abre a caixa e insere a presa falsa em seu forro aveludado. Cara, realmente se pode comprar qualquer coisa na Web. “Bem”, digo. “Mas deixe-me te perguntar algo. Se eu fui convertida em um vampiro, como é que eu não me sinto como um?”

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[N/T: Um parque de diversões.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Como você sabe como se sente ao ser um vampiro?”, diz Rayne, infelizmente é um bom ponto. “Bem, não desejo seu sangue em primeiro lugar”, digo lentamente. “E, uh”, olho para debaixo da minha camisa e pego um colar em forma de cruz. Magnus salta longe. “E a cruz não deveria me queimar ou algo assim”. Penso durante um momento. “E eu poderia definitivamente comer uma fatia de pizza de queijo e alho no café-da-manhã, logo que o sol nasça”. Realmente a última coisa parece tão asquerosa, mas não vou confessar na frente deles. “Poderia... por favor... guardar em seu lugar?”, Magnus pergunta, ofegante. “Então, estou pensando”, eu digo, deliberadamente ignorando ele e agitando minha cruz ao redor, vendo ele dançar de um lado para o outro tentando evitar a cruz. “Como podemos solucionar este problema?”, pergunto. “C-consertar?” “Sim. Como parar a transformação. Reverter. Deve haver um modo de parar isso. Certo? Talvez sugando meu sangue da ferida como faria com uma mordida de uma cobra cascavel?” Percebo que Magnus está tentando dizer algo, mas não consegue formar as palavras. Ah, sim, a cruz. Guardo debaixo da minha camisa. O metal parece um pouco quente sob a minha pele, mas bastante cômodo. No entanto, não é um bom sinal. “Obrigada”, Magnus ofega. “Agora, o que eu estava tentando dizer, é que não tem forma de reverter este processo”. “Resposta errada”. Agarro minha cruz. “Espera!”, ele grita. Paro, com a mão na minha garganta. “Há... poderia haver uma forma. Não tenho certeza. Não sei. Mas Lucifent poderia”. “Quem é Lucifent?” “Meu chefe. O líder da Convenção. É um vampiro de três mil anos. Se alguém sabe de algo, é ele”. Concordo com a cabeça. “Muito bem. Vamos falar com ele”. “Não podemos. Bem, não neste momento, de maneira nenhuma. Ele está em um jantar”. “Sim, mas isto é uma emergência. Não podemos simplesmente ir ao restaurante onde ele está e... Ah”. Engulo com força. “Que tipo de jantar?” Magnus assente com a cabeça. “Ew”. “Sunny, tenta manter a sua mente aberta aqui”, interfere Rayne. “Muitas pessoas tem costumes diferentes e não devemos ridicularizar”. “Então, quando ele vai terminar com seu, uh, jantar?” Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Magnus pensa. “Eu posso ligar para seu secretário e ver. Talvez ele tenha cancelado algo para amanhã de noite, ou algo assim. Por que você não me encontra amanhã no Cemitério San Patricio lá pelas 8 da noite? Esperarei em uma grande lápide que está no centro”. “Amanhã?”, exclamo. “Mas isto ainda está a vinte quatro horas de agora. Tenho escola amanhã”. “Então vá”. Magnus dá de ombros. “Mas o sol não vai me ferir ou algo assim?” “Olha”, ele diz com um suspiro exasperado. Como se fosse eu a que o incomodasse. Por deus! “Precisa de sete dias para completar a transformação de um vampiro. Então, você vai ficar bem. O sol não deverá te incomodar muito nas primeiras vinte e quatro horas. Embora eu sugira que você use um pouco de protetor solar, apenas no caso”. Bem. Protetor solar e escola. Isto vai ser divertido. Não.

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Capítulo 05 O Blog Alguém poderia pensar que depois deste drama e infeliz circunstâncias, deixaríamos o Club Fang imediatamente. Mas não! Quando voltamos ao clube, para Rayne pegar seu casaco, ela insiste em dançar Safety Dance antes que ela vá embora, dizendo que esta é sua canção favorita dos anos oitenta e no mundo inteiro, e este era um castigo cruel e incomum para mim, arrastá-la para longe. Certamente é fácil para ela dançar rebolando e agitando-se sem cuidado na pista de dança, já que não é ela que está se transformando lentamente em uma criatura da noite. Quero dizer, é muito egoísmo? Fico em silêncio a maior parte do caminho para casa, falando só para mencionar que a seleção do hit vampírico de Rayne “Bela Lugosi está morto” em seu iPod poderia parecer um pouco insensível, considerando as circunstâncias. É claro, que ela menciona que tecnicamente Bela era só um ator que interpretou Drácula, não um verdadeiro vampiro. Como se isso devesse me fazer sentir melhor como o coro que canta, “estou morto, estou morto, estou morto, estou morto”. Quando chego em casa, não quero mais nada que não seja rastejar lentamente até a minha cama e dormir. Mas meu edredom pesado de pluma não é tão reconfortante como eu tinha imaginado que fosse. Estou muito acordada, quase como se tivesse tomado cafeína. O que é estranho, já que eu nem sequer cheguei a tomar aquele Red Bull que Rayne deveria trazer para mim. Já que eu não consigo dormir, e tenho um bilhão de perguntas movimentando na minha cabeça, eu decido que a minha melhor opção é perguntar para Rayne. Empurro um pouco a sua porta para ver se está dormindo. Mas ela está em seu computador, digitando furiosamente, e parecendo muito chateada. Balanço a cabeça. Cara, ela pode ser tão monstruosa. Não sei que universo paralelo do Twilight Zone nos tornou irmãs. Bato na sua porta e ela diz que entre, não deixando de olhar a tela do computador. Entro no seu quarto e fecho a porta por trás de mim. Por sorte, mamãe está em algum jantar beneficente salve-o-planeta, então não há ninguém que possa nos ouvir por acaso. Estou bastante certa de que se alguém estivesse escutando às escondidas começaria a ligar para a Clínica Betty Ford antes que eu pudesse dizer não-eu-não-uso-drogassó-sou-uma-criatura-da-noite. Sento em sua cama, maravilhando-me como só há algumas horas atrás, brincávamos sobre o que eu deveria usar no Club Fang. Se eu soubesse a repercussão que teria o Morda-me, eu teria definitivamente engolido o meu bom gosto e ido com a roupa-fetiche na hora, o suor induzido pelo vinil que fosse para o inferno. Depois de alguns cliques do mouse, Rayne vira-se de seu computador e vêm unir-se a mim em sua cama. Ela usa um pijama de flanela xadrez e já lavou a maquiagem preta de seus olhos. Com exceção de seu piercing na língua, ela parece quase normal. “Isso é uma porcaria”, anuncia ela, cruzando as pernas em estilo indiano. “Você acha?”, levanto uma sobrancelha. “Por que eu estou totalmente empolgada com todo este assunto”. “Não para você, e sim para mim. Eu esperei anos por esta noite. Eu pesquisei, fiquei conectada na internet, fiquei em uma lista de espera. E agora, tudo por nada”. “O que você está falando?”, sei que ela fala em inglês, mas nada do que disse tem sentido. “pesquisando e conectada na internet, para o quê?” “Para me tornar um vampiro, é claro”. É claro.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Por que diabos você quer ser um vampiro?” Rayne revira seus olhos, como se eu fosse a pessoa mais estúpida do planeta. “Você está brincando comigo?”, ela pergunta incrédula. “Por que eu ia querer a vida imortal? Por que eu ia querer riquezas mais além do que a minha imaginação mais selvagem? Por que eu ia querer o poder sobre todos os mortais? Você deveria perguntar por que alguém na terra não quer ser um vampiro”. “Sim, mas”, eu estou agarrando palhas aqui, “você não quer concluir a escola secundária? Ir para a universidade? Casar, ter uma vida?” “Não”. “Não?” “De jeito nenhum. Quão chato é isso? Conformar-me com as regras da sociedade? Para ser fraca, impotente, abatida e forçada há viver a idéia de outra pessoa de uma vida plena, só para morrer, doente e só, e fazer seus netos lutar pelas economias de sua pobre vida? Bem. Não, obrigada. Dê-me uma existência poderosa e imortal qualquer dia da semana”. Bom, quando ela coloca desta forma... “Mas... você tem que matar as pessoas”. Rayne suspira exasperadamente. “É o que diz Hollywood. Na vida real, Sun, é tudo muito menos bárbaro”. “É?” “Claro. Eles dão a cada vampiro uma quantidade de doadores. São pessoas que estão dispostas e são capazes de doar uma porção de seu sangue a cada dia para que os vampiros possam sobreviver. Não se preocupe, eles são remunerados muito bem por seus serviços, e podem romper o contrato há qualquer momento, desde que avisem com trinta dias de antecedência. E, é claro, são completamente examinados e testados para as doenças transmissíveis, drogas, esse tipo de coisas, antes de assinarem”. Rayne agita sua cabeça. “Ninguém mata as pessoas como nos filmes”. “Bem, bem. Mas e a coisa do sol? Eu não posso sair na luz do dia, não é?” Rayne examina sua pele branca como pó. “Sim. Eu nunca teria que me preocupar com um bronzeamento acidental. Maravilha”. Ela pensou em tudo, não foi? “E um namorado? Você nunca conseguiria um namorado. Nunca se casaria. A não ser, eu acho, que você tenha um casamento a noite...” “Eu conseguiria algo melhor. Quando alguém é selecionado para se tornar um vampiro, ele ou ela são atribuídos a um patrocinador”, explica Rayne. “A pessoa que consentiu em doar uma gota de seu próprio sangue para ajudar na sua transformação. Depois, você vai compartilhar uma relação de sangue com aquela pessoa para sempre. Ele será sua alma gêmea. Bem, tecnicamente, seu companheiro de sangue, já que você desisti de toda essa coisa de alma, quando você resolve se tornar um vampiro”. Ela faz uma pausa, olhando fixamente para longe, parecendo um pouco triste. “Então, Magnus agora é o seu companheiro. Agora ele é seu”. Aha! Por isso que ela está tão chateada. Pensa que roubei seu namorado. Isso só serve para demonstrar, que mesmo no mundo louco sobrenatural, no final do dia tudo se resume apenas no monstro de olhos verdes, chamado ciúmes. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Cara, você pode ficar com ele”, digo, oferecendo minhas mãos. “Não quero ter nada a ver com esse idiota”. Rayne olha para mim novamente. “Você não entende”, ela diz, com olhos chorões e abatidos. “Ele te converteu. Então vocês estão vinculados. Para sempre. Embora você goste ou não”. “Isso seria um definitivamente não”. “Sabe, você não tem nem idéia do presente que te deram”, diz Rayne, com um tom irritado. “Imortalidade. A existência perfeita. O companheiro de sangue mais sexy de toda terra, e é claro que você está mais preocupada se alguém vai te levar para o baile”. “Bem, é neste sábado...” “Cara, eu não posso acreditar o quanto isso é péssimo”. Rayne golpeia furiosamente seu rosto com sua manga. Está chorando? Ah, cara. Ela está chorando. Está totalmente abatida. “Olha, Rayne”, digo, por algum motivo inexplicável eu realmente me sinto um pouquinho mal por ela, “logo que solucionemos tudo, estou certa que você e Magnus podem continuar sua relação doentia e retorcida. Você pode se tornar um vampiro e viver gótica para sempre”. “É o que desejo”, suspira Rayne. “Mas não. Inclusive se o processo pudesse ser revertido, terei que começar de novo. Voltar para a lista de espera. Encontrar um novo patrocinador”. “Por que?” “Os vampiros só são permitidos transformar uma só pessoa em sua vida. Basicamente assim, nunca haverá uma escassez de sangue como na Cruz Vermelha sempre parece ter”, explica ela. “depois que eles convertem uma pessoa, eles ficam unidos para sempre. Companheiros de sangue, até que um deles morra”. “Ei, como podem morrer se eles têm vida eterna?” “Há muitas maneiras. Queimados pela luz do sol. Presos em um incêndio. Apunhalados por uma estaca de madeira no coração, você sabe. Todas essas coisas trágicas que acontecem nos filmes”. Bem, vamos tomar nota aqui: clichês de filmes que bebem sangue, errado. Os métodos de matar um vampiro, alguém deve ser capaz de fazê-lo, no local. O que me leva a pergunta de 64.000 dólares. “Como você sabe tudo isso?” Rayne dá de ombros. “Como eu disse. Eu estudei. Faz três meses, quando comecei minha formação, criei um blog para catalogar minha pesquisa”. Ela faz gestos para seu computador. “Você provavelmente deveria dar uma olhada. Quero dizer, pelo menos isto irá indicar o que você tem que saber sobre a sua transformação. É muito ruim que você não tenha sido preparada. Todos os outros que são transformados passam por um extenso programa de certificação de três meses”. Ela tem seu certificado de vampiro? É adequado para o enquadramento? “Eu não posso acreditar que você organizou tudo isso”, me maravilho. “É uma operação de bilhões de dólares”, diz Rayne. “E muita tecnologia”. Ela salta da cama e vai até seu computador, clica no monitor. “Vem cá”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Vou por trás dela e vejo a tela. Realmente, é uma espécie de blog, todo gótico em preto e vermelho. Acho que o modelo pastel do Blogspot.com não iria realmente dá para fazer um site de vampiros. “Boys That Bite13?”, pergunto, ao ler o título. Rayne ri tontamente. “Sim, postei com esse nome. Engraçado, né?” “Acho que sim”. Humor de vampiro. Um forte Har Har. Rayne sai de sua cadeira e faz gesto para que eu me sente. “Aqui. Não tenha pressa e leia. Acho que você poderá aprender muito”. Quando eu sento na cadeira com um plop, ela caminha para sua estante e pega um livro de capa dura pesado. “Também tenho O Vampiro, 101 livros que você pode ler. Graças a Deus que eu ainda não tinha devolvido para a biblioteca”. Ela deixa o livro sobre a mesa. “Você não, uh, se importa em pagar pelo atraso, não é?” Olho para baixo para o enorme volume. É estranho na parte da frente e parece ter umas três mil páginas. “Wow. Esta coisa de vampiro tem muito trabalho envolvido, não é?” “Como eu disse, é um curso de três meses. Há muito para aprender. Você vai ter que aprender desta maneira”. Como se eu não tivesse bastante coisa com o que me preocupar, com o final da próxima semana. Folheio o livro. Droga, não têm muitas imagens. “Então, este é um curso por correspondência ou você realmente tem que assistir aulas”. “Aulas. Afinal, não se pode aprender o modo apropriado de administrar uma transfusão de sangue segura e higiênica pela Internet”. “Verdade”. Balanço a cabeça, incapaz de acreditar que eu me misturei de alguma maneira neste espetáculo anormal. Volto novamente para o blog e vou para a primeira entrada. Meu nome é Rayne Mcdonald. Tenho 16 anos e estou pronta para a vida eterna. Como sugerido pelo meu professor, eu criei este blog para narrar a minha transformação. Espero que goste da leitura! Ah, eu vou. Pode acreditar em mim.

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[N/T: Garotos que Mordem.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Capítulo 06 Jake Wilder – Deus do sexo e... par do baile? Depois de ler algumas coisas no blog louco “Boys That Bite” de Rayne e checar uns poucos links no Webring14 de vampiros (sim, realmente existe um Webring de vampiros), a tela brilhante começa a me dar dor de cabeça. Então dou adeus a minha gêmea e me retiro para a segurança da escuridão do meu quarto onde eu me enrolo debaixo do edredom e tento dormir. Mas não consigo. Estou muito ligada com medo e confusão e Deus sabe mais o quê. Além disso, o lugar onde Magnus me mordeu está coçando como louco. Então me sacudo e viro, perguntando-me o que vou fazer. O que vai acontecer se a transformação não puder ser revertida? E se em sete dias eu, Sunshine Mcdonalds, me transformar em vampiro para sempre? Isso significa nenhum final. Nenhuma graduação. Nenhuma viagem ensolarada até as Bahamas com meus amigos neste verão. Nenhuma universidade. Terei que me inscrever em uma escola noturna ou algo assim. Talvez os vampiros tenham a sua própria universidade; parece que eles estão bem organizados. Pergunto-me se eles requerem o SAT15 ou algo parecido. Isto é uma droga16. Desculpem o trocadilho, mas é verdade. Eu tenho toda esta vida diante de mim e agora pode ser que eu não possa vivê-la, tudo por causa de um erro de identidade. Maldita Rayne e seu estúpido blog e sua estúpida idéia de se converter em um não-morto e o estúpido segredo de viver para sempre. O que ela estava pensando? E por que tinha que me arrastar em tudo isso? Eu finalmente consigo dormir, no mesmo momento em que o sol sai no horizonte. No que parece ser cinco minutos mais tarde, meu alarme me desperta com um som dos anos oitenta. Esta manhã o DJ escolheu me despertar com “Thriller” de Michael Jackson. Que apropriado. Grogue, eu tropeço da cama e vou para o chuveiro. A casa está gelada e eu me sinto bem com a água quente escorrendo pelo meu corpo. Eu tento decidir se me sinto diferente. Se tenho algum desejo de chupar o sangue de alguém. Mas não, ainda não, pelo menos isso, graças a Deus. Doador disposto ou não, eu gostaria de resistir a essa parte tanto quanto for possível, muito obrigada. Talvez eu possa me transformar em uma vampira anoréxica? Pergunto-me se isso me ajudaria a perder um pouco de peso como bônus? Eu saio do chuveiro e abro o armário de remédios. Uma variedade impressionante de protetores solares olha de volta para mim. Desde loções de coco tropicais para bronzeamento até a variedade nenhum-raioultravioleta-se-aproxima-em-um-raio-de-cinquenta-quilometros-da-tua-pele-durante-três-semanas. Maldição, esqueci de perguntar para Magnus o FPS17 apropriado para a escola. No final, decido usar algo na metade-do-caminho com proteção 15. Quem sabe talvez pegue um bronzeado. Heh. Eu serei a primeira vampira que parece ter passeado pelo Caribe.

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[N/T: Webring é um sistema de organização de sites por tema, criando uma estrutura de interligação circular (ou anel) entre os sites. De uma forma indireta, o webring pode ser entendido como uma ferramenta de otimização para sistemas de busca. 15

[N/T: O SAT é um exame educacional padronizado nos Estados Unidos aplicado a estudantes do 2º grau, que visa ajudar na escolha dos alunos para a entrada em diversas faculdades e universidades do país (semelhante ao vestibular brasileiro, embora as universidades não se baseiem somente nas notas dos alunos para aprová-los).] 16

[N/T: Aqui ela usa a palavra suck, que além de um monte de palavrão, também significa chupar. Por isso o trocadilho. Mas não conseguir encaixar em nada no português.] 17 [N/T: Para quem não sabe FPS, significa Fator de Proteção Solar.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Depois de aplicar em mim o protetor solar, percebo que ainda tenho que resolver a marca de mordida roxa em meu pescoço. Se alguém vir isso vai pensar que é um chupão e eu não estou pronta para aguentar piadinhas sobre meu amante secreto chupador-de-pescoço, além de tudo. Eu acho que posso dizer a todos que eu queimei meu pescoço com a pranchinha de cabelo, como fez Mary Markson quando Nick cobriu seu pescoço com mordidas de amor, mas também ninguém acreditou. Eu mexo no meu closet, e percebo que eu tenho pouquíssimas roupas desenhadas para cobrir o pescoço. Principalmente devido ao fato que, antes desta manhã, eu não tinha nenhuma razão para mantê-lo escondido. Finalmente, na parte de trás do meu closet, encontro uma velha blusa de gola alta preto. Eu acho que pertence a Rayne, na verdade, mas vai servir. É claro que todo mundo vai pensar que eu sou uma aberração da natureza, que está usando gola alta em maio. Mas o que eu posso fazer? Me transformei em uma vampira adolescente vítima da moda. Ugh. Enquanto ninguém me confunda com uma gótica... *** A escola está bem, embora eu não esteja tão monstruosamente cansada, é difícil prestar atenção. E parece que eu me transformei em um imã para as perguntas dos professores. Eu vou descansar meus olhos por uns poucos segundos e de repente eu sou assediada para iniciar o cálculo de pi ou algo assim. (O que eu não consigo fazer nem com toda uma noite de sono quando eu não estou me transformando em um vampiro). Eu almocei com umas garotas do hóquei de grama, olhando apaticamente para a minha salada enquanto eu as ouço entusiasmadas contar sobre o jogo da semana passada. Minhas outras colegas estão tão envolvidas em suas histórias sobre ser contra a goleira Jennifer Jack por ter torcido seu tornozelo nos primeiros cinco minutos de jogo que elas não percebem que eu estou apenas escutando. O que está bom para mim. A última coisa que eu preciso é chamar atenção no meu atual estado. Felizmente, a minha melhor amiga Audrey esta longe nessa semana no Disney World com seus pais. A garota é tão aterrorizantemente perceptiva que ela perceberia que algo está errado imediatamente. Ao mesmo tempo, ela nunca acreditaria nessa coisa toda de vampiro e pensaria que eu realmente estava perdida. Portanto, embora eu adoraria ter algum apoio moral (Rayne não conta para nada!) é provavelmente melhor que eu não conte aos meus amigos. Eu penso em escapar da aula de teatro depois da escola, mas Magnus me informou que não sairia até as oito horas da noite, então eu pensei que eu poderia ir e matar o tempo antes de minha grande reunião com o chefe vampiro. Além disso, desta forma eu posso ter alguma qualidade de tempo com o Jake Wilder. Forçando qualquer um a se sentir melhor. Ah, Jake Wilder. Como eu sequer posso explicar a grandeza de Jake Wilder? É como se ele não pertencesse a uma normal e cotidiana escola secundária. Como se, ele devesse ter nascido séculos antes, nos tempos Romanos ou algo assim – conduzindo uma carruagem flamejante com seis cavalos brancos espumando pela boca. Ele parece um deus grego, com sua postura de 1,80m, um corpo magro mais musculoso, e maçãs do rosto salientes. Bem, um deus grego ou Chad Michael Murray, escolha o que quiser. Ele tem um cabelo loiro curto e os mais profundos e mais escuros olhos castanhos conhecidos pela humanidade. Uma vez eu escutei umas garotas chamando-o de Bedroom Eyes18. Eu gostaria de ver esses Bedroom Eyes realmente em um quarto. Preferivelmente em meu quarto. Na verdade, se eu pudesse ter algo disso, eu me retiraria do meu estado de Sunny, a inocente, mas rápido do que você pode dizer “fora como um vestido de formatura”. O problema é, ele não tem nenhuma idéia de que eu existo. Nenhuma mesmo. 18

[N/T: Bedroom eyes é uma gíria. Achei isso em um dicionário: olhos grandes, sonhadores, sensuais, ousados e sedutores, que são tão bonitos que quando alguém olha para eles, se perdem lá dentro. Vou deixar a expressão em inglês mesmo.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu culpo Heather Miller. Veja, Jake Wilder é o ator principal, o sexy Conrad Birdie, na produção de nossa turma de Bye Bye Birdie este ano. E Heather está, é claro, interpretando Kim. Nenhuma surpresa até aí. Não importa que peça façamos, Heather pega o papel de protagonista. Em Little Shop of Horrors ela foi Audrey. Em Oklahoma ela foi Laurey. Na segunda série nós formamos The Tortoise and the Hare e Jake fez a tartaruga e ela era a lebre. Ela é a Rainha do Drama com um grande RD. Bonita. Loira. Peituda. Inclusive inteligente, se você puder acreditar nisso. Você ao menos esperaria que ela fosse uma cabeça de vento, mas não. Não, ela também é presidente da Sociedade de Honra, o que não é nada justo para o resto de nós meros mortais. Neste ano, eu nem sequer consegui um pequeno papel na peça. Nem sequer o papel de uma linha de uma groupie de Conried Birdie. Nada. No entanto, eu sou a suplente de Heather Miller. O que significa que eu tenho que fazer todo o trabalho, memorizando as linhas, e somente se a Senhorita prêmio-de-perfeitaassistência ficar doente posso ter o papel principal. O que realmente não é tão terrível como parece, já que eu tenho um caso de medo do palco e se eu fosse de repente empurrada para um papel principal, eu não estou certa se poderia dar conta. Para mim, drama é só a permissão para olhar para Jake Wilder por horas sem fim sem que ninguém ache que eu sou uma Garota Assediadora. Então com isto em mente, me deslizo da segunda para a última fila do auditório da escola e pego meu esboço. Aqui, ninguém pode ver o que eu estou desenhando. Eu agüento tanta merda por ser uma artista, que você não acreditaria. Nenhum respeito. “Sunshine Mcdonald? É você?” Eu olho para cima do meu desenho, um esboço muito brilhante de Jake Wilder, se eu puder dizer. O professor, o senhor Teifert, está embaixo do palco fazendo sinais para que eu vá até lá. O-kay. Isso é estranho. Eu não estava certa se ele sequer sabia meu nome, sem mencionar que ele nunca precisou obter a minha atenção. Eu deslizo meu esboço de volta para a minha bolsa e caminho penosamente para frente do auditório, um pouco cuidadosa. “Sunshine. Graças a Deus que você está aqui”, diz o senhor Teifert, passando uma mão através de seu cabelo preto encaracolado. Ele é pequeno, rechonchudo e parece com o cara do Animal House 19. “Heather está doente. Preciso que tome o seu lugar na prática de hoje”. Eu olho para ele, sem entender a princípio. A rainha perdeu seu trono de assistências? E eles precisam que alguém tome seu lugar? Wow. Eu não estava esperando que isso acontecesse. Especialmente hoje, quando tenho tantas outras coisas em mente. “O-kay”, eu digo, tentando afastar a bolha de medo que imediatamente se forma em meu estômago e começa a viajar até meu esôfago. “Em qual cena estamos trabalhando?” “Na cena em que Birdie beija Kim”, diz uma profunda e deliciosa voz de homem atrás de mim. Eu viro e quase desmaio quando me dou conta que o delicioso Jake Wilder estava parado ali, em carne e osso, à menos de dois metros de distância, realmente falando comigo. E usando a palavra BEIJO em uma frase. Uma frase dirigida para mim.

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[N/T: Pelo que eu conseguir pesquisar, Animal House é um filme de comédia da década de 70.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Beijar Kim?”, falei na minha voz de Minnie Mouse. Muito bem, Sunny. Tão atraente e interessante. “Não fique tão horrorizada”, diz o Sr. Teifert com uma risada. Eu parecia horrorizada porque acabei de soar como uma tonta, e não pela possibilidade de beijar Jake Wilder. Isso não é assustador. Isso é romântico. Um sonho de fantasia que se torna realidade. Mas eu não iria explicar exatamente isso agora, não é? “Eu estou bem. Vamos fazer”, eu digo, forçando a minha voz a voltar ao normal. Eu vou até o cenário, minhas pernas tremendo literalmente de uma maneira que eu espero que não seja evidente. Jake aparece um momento depois e agora está de frente para mim. “Ok, agora a cena é essa, Conrad e Kim estão em um ensaio para o The Ed Sullivan Show. Sunny, você recita seu discurso do clube de fãs de Conrad Birdie, em seguida, Jake está aborrecido com isto e quer sair para uma festa, então interrompe você, blá blá blá, depois a beija. Ronald”, o Sr. Teifert olha para o garoto magro e alto que está interpretando o namorado de Kim, Hugo. “você está no balcão, olhando ferozmente para Birdie, de uma maneira muito ciumenta depois dos beijos, Sunny, você cai com um desmaio”. Desmaiar depois de beijar Jake Wilder? Não deve ser muito difícil fazer com que isso pareça realista! O Sr. Teifert bate palmas. “Entendido? Então todos para seus lugares”. E assim foi. Eu prometi minha devoção para Conrad Birdie, também conhecido como, Jake Wilder. E então ele me interrompe, depois me pega em seus braços e me beija na boca. O tempo parece parar. Eu deixo sair um suspiro involuntário enquanto ele pressiona seus lábios firmes contra os meus. Eu nunca, nunca pensei que teria a oportunidade de sentir como seria Jake Wilder me beijar. E é muito melhor do que eu poderia imaginar nos meus mais selvagens sonhos. Ele para por um momento, como se estivesse surpreso por alguma coisa, depois toma vantagem da minha boca aberta e entra com sua língua. Aghh! Que sensação incrível. Sinto como se eu fosse explodir, isso é tão bom. Jake Wilder está me beijando. Um beijo francês. Será que ele deveria me dá um beijo francês na peça? Penso... Oh, quem se importa se ele deveria ou não. Ele está me beijando, isso é tudo o que importa. “Ei, garotos, está bom, parem. Você deveria desmaiar, Sunny”. A voz do Sr. Teifert soa como se estivesse a um milhão de milhas de distância. Jake se afasta, relutantemente, pelo menos é o que parece. Nossos rostos ainda estão a centímetros de distância – posso sentir seu quente hálito de menta no meu rosto. Depois me dá um pequeno sorriso e sussurra, “Eu acho que precisamos de mais prática”, tão suave que só eu posso ouvir. “Você não acha?” Então eu desmaio. Ou pelo menos finjo desmaiar, embora eu realmente pudesse quase perder a consciência de verdade depois do que acabou de acontecer. Jake Wilder, me beijando. Claro, era só pela peça, mais de alguma maneira pareceu mais do que isso. Pareceu como se ele tivesse desfrutado. Eu sei que eu desfrutei. Obrigada, Heather, por estar ausente. Obrigada, obrigada, obrigada. Isto fez com que cada aborrecido ensaio, todas as horas desperdiçadas como suplente, valerem a pena. E a melhor coisa é que nós temos que fazer tudo outra vez. Várias vezes. A prática leva a perfeição, você sabe.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Depois que o ensaio acaba, eu desço do cenário e vou para a parte de trás, onde deixei a minha bolsa. Minhas pernas parecem Jell-O20. “Ei, Sunny!” Viro, com a bolsa na mão em direção da voz. Eu forço a minha boca para que ela não caia aberta em choque enquanto me dou conta quem vem atrás de mim. “Ei, Jake”, eu digo timidamente, baixando meu olhar. Gah, ele é tão lindo. Mal posso aguentar. Como pode um garoto ser tão bem dotado no departamento de beleza? Quero dizer, inclusive Brad Pitt não tem nada de Jake Wilder. Jake corre uma mão através de seu cabelo, por alguma razão parecendo um pouco nervoso. Estranho. Eu deveria ser quem estava tremendo como um galho aqui, não ele. “Você esteve, uh, genial lá”, ele diz, arrastando um pé para o outro. Eu sorrio ante o elogio. Eu sei que não é legal ficar toda empolgada sobre isso, mas não posso evitar. Jake Wilder acaba de dizer que eu sou genial. Eu, Sunshine Mcdonald, era genial aos olhos de Jake Wilder. “Obrigada”, eu digo no mais casual dos tons. “Você também esteve genial. Posso ver por que você sempre pega o personagem principal”. Ele dá de ombros. “Sim, eu acho”, ele diz, limpando sua garganta. Eu olho para ele com curiosidade. Ele não está agindo com seu excesso de confiança habitual. O que é isso? “Mas você, foi uma deusa”. Uma deusa? O que isso quer dizer? Eu sei que acertei o número de dança, mas eu não pensei que fui especialmente como uma deusa fazendo. Eu reviro meus olhos, não estando certa se ele está zombando de mim. Talvez isso seja uma dessas brincadeiras cruéis que esses garotos populares sempre parecem fazer nos filmes. Aposto que a estrela do futebol não pode fazer com que a Garota Nerd Perdedora se apaixone por ele. Bem, eu não vou cair nisso. “Uh-hum. Deusa. Claro”. Bufo. “Sim, eu sempre pensei em mim como uma adolescente Artemis, agora que você mencionou”. Eu agarrei meu casaco. Depois de tudo que eu passei nas últimas vinte e quatro horas, eu não estou com humor para que o garoto que eu estou paquerando brinque comigo. “Na verdade, eu tenho algumas tarefas do tipo deusa que eu tenho que fazer agora, então eu, hum, te vejo por aí”. Comecei a passar em torno dele. Ele fica na minha frente. “Espera”, ele diz. Eu espero. Meu coração está saltando em meu peito agora. Isto é muito estranho. “Hum, eu queria, uh, perguntar se você...”, ele limpa sua garganta outra vez. Ele está resfriado ou algo assim? “se você tem algum parceiro para o baile, e se não quer ir comigo?”, ele diz bruscamente, em uma grande frase de execução. Eu olho para ele, fazendo todo o possível para não ficar de boca aberta. Ele acaba de dizer o que eu acho que ele disse? Ele acabou... não, eu devo ter ouvido mal. “O q-quê?” pergunto, com a voz esganiçada de Minnie Mouse retornando como uma vingança. Ele ruboriza-se com um vermelho escuro. Jake Wilder. Corando. Entramos em um universo paralelo aqui? Relembrei que tudo isso poderia ser uma brincadeira cruel. Pode ser que quando eu chegue no baile de 20

[N/T: É uma marca americana de gelatina e outras sobremesas.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite formatura, os populares me farão de Carrie, e jogaram sangue de porco quando eu for eleita a rainha do baile. E eu não terei o poder telecinético para queimar a escola em vingança. Mas isso é estúpido. Talvez eu não seja a capitã das líderes de torcida, mas também não sou nenhuma Garota Nerd Perdedora. Tenho toneladas de amigos e jogo na equipe de hóquei de grama da escola. Então, eu duvido que eu esteja no topo da lista dos populares para implicar. Além disso, Jake parece mortalmente sério. “Eu só pensei que se você não fosse com ninguém, você poderia, uh, queria ir, hum, comigo”, ele continua, gaguejando. “digo, se você quiser. Eu entenderia se não. Obviamente você deve ter uns três milhões de caras te perguntando o mesmo”. Eu quase caio para trás em um desmaio verdadeiro desta vez. Como assim, eu ainda não estou completamente segura que meu coração ainda esteja batendo. Jake Wilder acaba de me convidar para o baile de formatura. Jake Wilder! “Uh, sim. Claro. Seria bom”, eu digo dando de ombros, ganhando pontos por não pular de cima para baixo e dá cambalhotas no corredor do auditório. “Por que não?” Ele mostra seu sorriso incrível, parecendo oh-tão-aliviado. “Ótimo”, diz ele. “realmente ótimo. Obrigada. Eu, hum, te verei por aí então”. Ele sorri para mim outra vez – esse infame flash branco de dentes de Jake Wilder – depois vira e abandona o auditório. Eu fico olhando para ele, confusa. Jake Wilder acaba de me convidar para o baile. E eu disse que sim. Antes de hoje eu apostaria qualquer coisa que ele nem sequer sabia meu nome. Agora de repente sou sua parceira no baile? “Ei, Sunny, como você está se sentindo?” Viro. Rayne acaba de entrar no auditório. “Rayne!”, grito. “Você nunca vai adivinhar! Jake Wilder me convidou para o baile de formatura. Isso não é maravilhoso? Quer dizer, Jake Wilder! Você pode acreditar? Eu estou pirando aqui!” Rayne sorri, com seu sorriso condescendente favorito. “Oh, o Perfume Vampiro já está funcionando, hein?” Eu enrugo o rosto. “Perfume de vampiro? De que diabos você está falando? E o que isso tem a ver com o Jake ter me convidado para o baile?” “Sim, você sabe. Tal como os feromônios. Os vampiros desprendem um perfume que leva os meros mortais a loucura de tanto desejo. Eles não podem resistir. É realmente muito útil quando estamos falando em escapar de multas por excesso de velocidade ou conseguir um assento no corredor do avião. Embora a velhinha do assento ao lado conversando sobre seus netos toda a viagem pode ser um infeliz efeito secundário”. Meu coração afunda. Até os meus pés. Então, obviamente, Jake Wilder não sente desejo por mim há anos e só agora reuniu coragem para se aproximar de mim. “Droga”, chuto o assento do auditório em frustração. “E eu aqui pensando que ele tinha uma secreta paixão por mim ou algo assim”. Eu suspiro. Eu sabia que era muito bom para ser verdade. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Nossa, Sunny, não fique tão decepcionada. Quero dizer, você não leu sobre tudo isso ontem à noite no meu blog?” Uh-oh. “Eu, uh, não terminei de ler tudo aquilo. Quero dizer, era muito longo”. Rayne olha para mim. “A coisa do feromônio está no terceiro post de baixo”. “Sim, mas”, eu posso sentir meu rosto esquentando. “tinha estes links e...” “Links?” “Sim, tinha umas histórias muito boas sobre Spike e Angel21...” “Então, deixe-me entender isso”, diz Rayne, cruzando seus braços sobre seu peito, parecendo muito infeliz. “Ao invés de você se atualizar com informações essenciais que precisa saber sobre sua iminente transformação em vampiro, em vez disso você preferiu ler fanfics de Buffy, a caçadora de vampiros?” Ok, quando ela coloca dessa forma, parece ter sido uma má decisão da minha parte. Mas algumas dessas histórias eram muito suculentas e... “Você sabe, você não deveria ter links em seu site da Web se não quer que as pessoas cliquem”, eu digo em minha defesa. Rayne suspira. Profundamente. “Sabe, eu realmente espero que Lucifent tenha uma maneira de te transformar em uma humana novamente, por que você vai ser um total fiasco como vampiro”. Eu comecei a rir. Não conseguia evitar. Vou ser um fiasco como vampiro? Há! “O quê?”, Rayne pergunta. Então ela percebe o seu trocadilho involuntário. “Oh”. Ela franze o cenho, mas eu posso ver as curvas de sua boca levantando-se. “Isso é sério, Sunny”. “Eu sei”, eu choro, ainda uivando de tanto rir. De repente, toda essa situação me atingiu como algo tão absurdo que eu não consigo me conter. “Eu vou ser um vampiro chupador22!” Rayne estoura em risadas. “Falando de deslize freudiano! Não posso acreditar que eu disse isso”. “Sim, ser um vampiro realmente morde”, acrescentei, trazendo uma nova onda de risadas. Nós estávamos praticamente chorando e rolando no corredor, estamos pirando de tanto rir. “Quem é um vampiro?” Uma voz profunda nos corta através de nossas risadas e nos faz ficar sóbrias novamente. Ambas giramos em torno para ver o Sr. Teifert, o professor de teatro, olhando-nos curiosamente por trás de seus óculos escuros. Eu acho que nós estávamos rindo tão alto que não ouvimos ele se aproximar. Rayne sorri perversamente. “Sunny é um vampiro”, ela diz. “Bem, ela está no caminho para ser uma”. Então, ela começar a rir novamente. Chuto-a no tornozelo para fazer com que ela se cale. Enquanto não 21

[N/T: Personagens do seriado Buffy.] [N/T: Nessa parte, foi feito um trocadilho com a palavra suck. A palavra suck, tem como significado chupar, sugar ou mamar. Mas quando usado como gíria, significa droga, fiasco, e um monte de outros palavrões. Quando inicialmente a Rayne fala que a Sunny vai ser um fiasco, ela usa a palavra suck, que tem o significado de chupar, por isso toda a risada da Sunny. Em português, não teve como fazer um trocadilho.] 22

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite estou cem por cento certa de que o Sr. Teifert tomou sua declaração como um dramático grão de sal, eu tenho que trabalhar com o cara na peça escolar. E eu não quero que ele pense que eu sou algum tipo de idiota. Então ele nunca me dará um bom papel e eu ficarei no mundo dos suplentes para sempre. O Sr. Teifert levanta uma sobrancelha espessa. “Isso é verdade, Sunny?”, ele pergunta em uma voz que parece muito mais séria para essa discussão. Qual é o problema dele? “Você é um vampiro?” Graças a Deus, que eu estou usando a gola alta para vir a escola, assim ele não pode ver o machucado, onde o meu pescoço foi mordido. Se visse, ele faria uma discagem rápida para o orientador. “Não, Sr. Teifert”, digo, forçando-me a manter o rosto calmo. “Eu não sou um vampiro. Nós só estamos jogando”. Sua expressão se relaxa e ele sorri. “É bom saber. Especialmente por que precisamos de você na peça. Eu acabo de descobrir que Heather está com mononucleose e não voltará. Então, a partir desse momento, você estará representando o papel de Kim”. Eu me abstive de gritar um alto “WOOW” aqui e tentei parecer preocupada com a pobre pequena Heather Miller. Mas para o inferno com ela! Eu sou agora a estrela da peça escolar. Quão legal é isso? Sabe, além de toda a coisa de vampiro ser depressivo, o resto da minha vida parece estar se transformando para um grande caminho, vai entender. “Obrigada, Sr. Teifert. Eu não o decepcionarei”, digo entusiasmada. “Sei que não fará”, diz ele com uma piscada. “Só prometa para mim que não se transformará em um vampiro. Temos uma grande quantidade de ensaios e a maioria deles é durante o dia”. “Eu, uh, não farei”. Eu digo, rindo nervosamente como um burro relinchando. Como se o que ele estivesse dizendo fosse a coisa mais ridícula do universo. Ele assente, sorri, acena um adeus e sai do auditório. Rayne e eu trocamos olhares, agarramos nossas bolsas e saímos com pressa. “Isso foi muito estranho”, digo, enquanto vamos para o estacionamento até nosso carro. “Isso foi mais que estranho”, concorda Rayne. Ela procura em sua bolsa pelas chaves do carro. “Você precisa ter cuidado com ele”. “Oh, estou certa de que ele só nos escutou falando e pensou que seria divertido se juntar a nossa brincadeira”. Rayne tira as chaves de seu chaveiro de aranhas. “Eu não sei, Sunny. Eu sinto vibrações estranhas vindas dele”. Ela abre a porta e entra no carro. Entro no carro também e sento no banco do passageiro. “O que você é, um leitor de vibrações agora?” eu pergunto ceticamente. “Ele é um professor. Ele pensou que estava sendo engraçado. Você é uma paranóica”. Rayne dá de ombros e coloca a chave na ignição. “Okay, Sunny, tudo bem. Eu só estou tentando cuidar de você. Há muito preconceito com vampiros aí fora, você sabe”. Ela faz uma pausa. “Na verdade, você não sabe”, ela acrescenta. “porque você prefere ler os sexploits23 de Spike e Buffy que pesquisar sobre o assunto”. “Eu realmente prefiro as histórias sobre o Angel”, rio. 23

[N/T: Sexploits, pelo que eu pude entender, são fanfics com um conteúdo mais erótico.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Rayne balança sua cabeça. “Você vê o que eu quero dizer?”, diz ela, soando mais do que um pouquinho frustrada. “Você se recusa a levar o que quer que eu diga a sério. Não sei por que eu me incomodo em te ajudar. Deveria deixar você confusa e tentando descobrir tudo sozinha”. Ela parece realmente irritada, então eu decido atirar-lhe um osso. Afinal, eu preciso de uma carona para o cemitério para encontrar com o Magnus. “Desculpe, Rayne. Eu sei que você está tentando me ajudar”, eu digo com a voz mais sincera que eu consigo. “É que, às vezes, eu uso o humor para me distrair quando estou tensa, em uma situação estressante”. Wow, soei como se devesse estar no Dr. Phil 24. “Embora eu aprecie que você esteja me ajudando. Mais do que você pensa”. “Bem, você é minha irmãzinha”, Rayne responde. “Sim, por sete longos minutos. Fazendo você se tornar muito mais velha, mais sábia, e cosmopolita do que eu jamais poderia ser”. Rayne me atira um olhar. Riu. “Sinto muito”. “Ok, vamos para o cemitério”, diz ela. “e veremos se não podemos inverter toda essa coisa de vampiro”. “Parece um plano”. Rayne sai do estacionamento e pega a esquerda. Ficamos em silêncio por um momento. Então... “Você acha que se eu me transformar em humana, Jake desistirá de seu convite para o baile de formatura?” “Arghh!” “Desculpe”. Ponho minhas mãos em meu colo e ajo como uma boa, silenciosa e séria menina vampiro seria. Embora, eu ainda me pergunte.

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[N/T: Dr. Phil, é um psicólogo dos Estados Unidos da América que tornou-se conhecido do grande público ao participar nos programas da Oprah Winfrey como consultor de comportamento e relações humanas.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Capítulo 07 A Convenção – também conhecida como a incrível mansão subterrânea Nós entramos no cemitério San Patrício, conduzindo entre duas estátuas de pessoas-católicas-mortas que delineavam a entrada de um estreito caminho revestido de lápides. “Você sabe, encontrar com um vampiro em um cemitério, soa como um clichê”, aviso quando olho fixamente a janela, tentando não deixar que as lápides me influenciem muito. Rayne dá de ombros. “Você sabe por que, se leu meu blog, mas ei, estou certa de que realmente era uma emocionante fanfic”. “Você vai parar com o „se lesse meu blog‟, droga?”, digo, revirando meus olhos para ela. “Quero dizer, francamente. Lerei essa coisa. Do inicio até o final, prometo. Mas eu não poderia ter lido exatamente entra a aula de teatro e nossa viagem ao cemitério, poderia?” “Bem, bem”. Rayne vira o volante para que o carro puxe para o lado da estrada. Ela desliga o motor. “Estamos aqui de qualquer maneira”. Olho ao redor. Estamos rodeadas por lápides, tanto quanto os olhos podem ver, o que é, aliás, um pouco desconcertante, dadas as circunstâncias. “Estamos aqui? Onde está Magnus?” Bang! Bang! Algo bate repentinamente na janela, estava olhando para fora e quase me faz saltar de minha pele. Vejo alguém abaixando a cabeça. Falando do diabo. Abaixo a janela. “Santo Deus, Magnus!”, queixo-me. “Você praticamente me deu um ataque cardíaco. Você sempre se move tão silenciosamente?” Ele sorri, não se importando em ter me assustado até quase a morte. “Nós, os vampiros, somos muito bons em ir e vir sem ser notados”. Ok, acrescento isso a super lista secreta de poderes dos vampiros. Provavelmente usavam isso para ajudar a caçar as pessoas antes que eles conseguissem essa coisa de doadores e banco de sangue. Sabe, eles deveriam se tornar assassinos do governo ou algo assim. Esgueirar-se para o Afeganistão e drenar Osama Bin Laden até que fique seco. Hmm. Talvez eles já tenham feito isso e por isso ninguém consegue encontrar o cara... “Uh, você está pronta para ir, ou prefere ficar sentada no carro fazendo cara feia e esperar mais um pouco?”, Magnus pergunta docemente. “Você está com suas presas, não é?”, disparo um olhar sujo para ele. Empurro a porta do carro, sentindo uma leve satisfação quando este o golpeia na canela. (Mesmo que provavelmente só faça cócegas, já que ele é um vampiro e tudo mais). Saio do carro e viro para Rayne. “Você vem?” Ela franze o cenho. “Não fui convidada”. O quê? Ela planeja me deixar sozinha com esse irritante sanguessuga? Ela sendo minha irritante irmã gêmea ou não, não há nenhuma forma que eu vá sozinha com esse esquisito.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Sim, você foi”, digo. “Você está totalmente convidada. Eu convido você. Irei imprimir um convite, de fato, se isso ajudar. Ou que tal um Evite25?” “Não”. A negativa vem do irritante sanguessuga, que não quer convidar minha pobre gêmea. “Não? O que você quer dizer com não?”, digo, me virando para ele, pondo minhas mãos em meus quadris. “Sunny, não posso ir. Só os vampiros podem entrar na convenção sagrada”. “Não pode fazer uma exceção? Uma dispensa especial?”, coloquei minha melhor cara suplicante. A cara que sempre consegue o carro durante as noites escolares quando mamãe pensa que eu deveria estar estudando. “Por favor? Ela é minha irmã gêmea. E depois de tudo, ela sabe mais sobre como ser um vampiro do que eu. Ela até tem um blog sobre essa coisa toda”. Viro para Rayne, dando-lhe um sorriso dissimulado. “Que eu totalmente planejo ler quando chegar em casa”. “Não”, diz Magnus em voz alta. Como se eu fosse uma dor no pescoço para ele e não o contrário. “Ela não pode vir. Temos regras. As regras já existem há milhares de anos”. “Regras”, resmungo, sem entusiasmo. Sei que perdi. Olho para Rayne, que também parece levemente ferida e decepcionada. Estou certa que ela esperava conseguir um vislumbre desse lugar de convenção. Como ver Disney World ou algo assim com seus olhos obcecados pelo vampiro. “Sinto muito, Rayne”, digo, inclinando-me no carro, “No entanto, obrigada pela carona”. “Quer que eu te espere?” “Cla...” “Não”, diz Magnus, é claro. Ele realmente gosta dessa palavra. Posso dizer. Ele deve ter sido tão divertido quando era criança. “Não sei quanto tempo demoraremos. Levo Sunshine para casa quando tivermos terminado”. Levanto uma sobrancelha. “Bem, bem. Contanto que isto não implique em se transformar em um morcego e voar para casa ou algo assim”. Embora isso possa ser bem legal, mas eu não vou admitir para ele. “Uh, não. Vamos em um Jaguar XKR conversível, se você aprovar”, corrige ele, com uma voz de zombaria. Ah. “Uh, sim. Acho que seria razoável”, digo, embora por dentro eu esteja fazendo a dança do Snoopy. Um passeio em um Jaguar conversível? Quão legal é isso? É uma forma melhor do que voar como um morcego. E certamente será melhor do que nosso acabado Volkswagen. Animada, digo adeus para a minha gêmea decepcionada e sigo Magnus na escuridão. No principio, estou um pouco assustada por vagar silenciosamente pelo cemitério iluminado pela lua, mas então percebo que o único monstro verdadeiro do lugar já está na minha equipe, então eu estou provavelmente bastante segura. Chegamos em um enorme túmulo, ornamentado no centro do cemitério. Quero dizer, esta coisa é grande o bastante para andar dentro e tem uma porta e tudo. Isto totalmente diminui o resto do cemitério e parece realmente fora do lugar ao estar no centro. Olho para Magnus quando ele para no túmulo e tira uma chave de ouro que estava ao redor de seu pescoço. Eu tinha estado tão irritada antes, que não havia reparado nele completamente. Não, que eu devesse me incomodar, mas perdedor ou não, ele tinha uns belos olhos doces. Esta noite ele estava com um look europeu; usando uma jaqueta de couro negra Armani que abraça seu peito perfeitamente esculpido, e calças 25

[N/T: É um convite eletrônico. Como eu não conheço nenhuma palavra correspondente em português, deixei em inglês mesmo.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite jeans justas Diesel, que abraça perfeitamente, bem, vocês sabem, todo o resto. Seu brilhante cabelo castanho, o cabelo de Orlando Bloom puxado para trás com uma tira de couro negro, definitivamente dandoo um look de pirata rebelde. Em suma, seu look está De-licioso, com um grande D. É realmente muito ruim, ele ser a razão da ruína da minha existência e tudo mais. Magnus insere a chave na fechadura e o túmulo de mármore abre sua pesada porta. Andamos para dentro e o cheiro de mofo imediatamente toma meus sentidos. Começo a espirrar. Quando, o meu guia vampiro não me diz saúde, inicialmente penso em repreendê-lo por sua falta de educação. Então percebo que é provavelmente muito religioso para um vampiro dizer e decido dar-lhe uma folga neste momento. (Embora ele poderia ter se arriscado ao menos a dizer Gesundheit!26”.) A porta se fecha por trás de nós e durante um momento ficamos cobertos pela escuridão. O-kay. Realmente estranho. Estou, atualmente, em um túmulo real, na escuridão, com só um vampiro para me fazer companhia. Na semana passada, se tivessem jurado sobre uma pilha de Bíblias que eu estaria de acordo com isso, eu não teria acreditado. Magnus procura ao redor pela minha mão e logo, encontra-a e me leva na escuridão. E sim, lamentavelmente, devo admitir que seu contato enviou um calafrio pela minha coluna vertebral. Muito obrigada, corpo. Traindo seu próprio dono? “Olhe para as escadas”, diz, a medida que avançamos para baixo. Será que vamos para o subterrâneo? Cada vez mais curiosa, como Alice no país das maravilhas diria. Descemos. Passo depois passo depois passo. Quão profundo é para onde vamos? Parece que eu estou caminhando para baixo do edifício Empire States ou algo assim. Devem instalar elevadores nesses lugares. E se eles transformassem um deficiente em vampiro? Falo sobre um processo por discriminação prestes a acontecer. “Você está bem?”, pergunta Magnus suavemente, com seu rouco sotaque britânico vindo através da escuridão. “Sim”, sussurro de volta. “Estou bem”. Bem, bem. Admito. A situação é um pouco íntima e eu me senti um pouco quente. Quer dizer, não importa o quão irritante é Magnus, ele também está indescritivelmente sexy. E ter um garoto indescritivelmente sexy segurando a minha mão e me conduzindo as cegas através da escuridão é uma espécie de coisa sexy de uma forma muito estranha. Gah! Não posso acreditar que eu admiti isto! Quando eu terminar com esses absurdos de vampiros vou precisar examinar a minha cabeça. Depois de tudo, não penso em Magnus dessa maneira. Penso em Jake Wilder, no baile de formatura. Só em Jake Wilder. Não em Magnus. Definitivamente não em Magnus. Depois de meia eternidade, finalmente chegamos ao final da escadaria interminável e posso ouvir Magnus pressionando alguns botões computadorizados. Como um código-chave ou algo assim. Este lugar de vampiros tem uma grande segurança. Uma porta se desliza silenciosamente e passamos pela sua soleira. Dentro um completo luxo.

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[N/T: Expressão alemã que significa saúde ou boa saúde.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Suspiro enquanto meus olhos se acostumam à luz fraca e vejo no que nós entramos. Isto se parece com uma mansão. Uma mansão subterrânea. Com tetos de catedral, pisos de mármore, e os móveis eram os mais elegantes que eu já vi. Posso ver por que eles precisam de um Fort Nox 27 – como segurança aqui embaixo. É um sonho de Tomb Raider se transformando em realidade. Lara Croft teria um dia de campo aqui. “Santo lugar incrível, Batman!”, sussurro. Magnus sorri. “Impressionante, não? Nós os vampiros contamos com pequenas comodidades”. Exploro o cômodo, tem antigos sofás de veludo e lâmpadas de ouro acentuadas. As pinturas de Da Vinci e os lustres de cristal. Este lugar se parece com o Palácio de Buckingham. Se não for mais luxuoso. “Acho que você não está colocando nenhuma pressão sobre o sistema de saúde, pelo menos”. “Quando você vive durante milhares de anos, seus investimentos tendem a amadurecer e dar bons resultados”. “Evidentemente”. Rayne não brincou quando disse que poderia ter uma maior riqueza do que eu jamais poderia imaginar nem nos meus sonhos mais selvagens. Talvez ser essa coisa de vampiro não é tão ruim como eu imaginava. Em primeiro lugar, tem os garotos sexy‟s que se lançam sobre você, então você tem bastante dinheiro para comprar cada sapato Marc Jacobs de uma só vez. Muito doce. Pena que também tem o consumo de sangue e os efeitos secundários de não-poder-sair-ao-sol. Caso contrário, eu definitivamente teria que reconsiderar essa coisa toda. “Vamos lá”, Magnus diz, interrompendo meus devaneios. “Lucifent está nos esperando”.

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[N/T: Cidade americana onde fica a base do Exército Americano.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Capítulo 08 Lucifent – O rei dos vampiros e um cutie pie28. Sigo Magnus através de um hall vazio, perguntando-me onde os vampiros estão escondidos. Ou alimentando-se. Trago saliva. O pensamento me faz caminhar mais rápido alcançando os seus longos passos. Nos dirigimos para um longo corredor, ladeado por uma tênue luz de lâmpadas. Nada no lugar é particularmente brilhante. Noto. Provavelmente é difícil para os olhos de um vampiro. No final do corredor, entramos em um hall onde uma mulher magra e loira se senta por trás de uma mesa, lixando suas unhas e olhando de forma entediada. Ela se parece com alguém que eu conheço, mas eu não consigo lembrar de onde. “Olá, Marcia”, diz Magnus, cumprimentando-a educadamente. É isso! Ela se parece com Marcia Brady do The Brady Bunch. Heh. Marcia olha para cima, e seus olhos se ampliam de prazer quando caem sobre Magnus. “Oh, Magnus”, grita, sua voz é alta, glamorosa e americana. “É tãooo maravilhoso te ver! Já faz muito tempo, querido!” Hmm. Acho que esses caras não são quentes só para nós os mortais. Ele também tem groupies vampiras. Vai, cara! Eu sinto uma breve pontada de inveja. O que é ridículo. Afinal, companheiro de sangue ou não, não quero ter nada a ver com Magnus depois de ter solucionado essa coisa de vampiro. Então se Marcia o quer, ele é todo dela, ao que a mim se refere. Concentro-me de novo na conversa. “Estou encantado em vê-la também, querida Marcia”, diz Magnus em sua profunda voz de barítono. “Como você está?” A secretária do vampiro se ruboriza furiosamente. Cara, ela está mal! Marcia, Marcia, Marcia. “Muito bem, obrigada”, diz ela e depois ri. Isso tudo faz com que eu queira vomitar. “Uh, olá?”, eu intervenho, para afastar a sensação de náuseas. “Não temos toda a noite”. Marcia me envia um olhar de ódio. “Quem é está?”, pergunta, arrogantemente. “Outra recruta? Nós não estamos precisando do fundo-do-barril29 nestes dias, estamos?” “Com licença?”, digo, levantando uma sobrancelha. “Poderia repetir isso?” Vampira ou não, eu não estou gostando da atitude dessa cadela. “Senhoritas, por favor”, diz Magnus, parecendo aflito. “Marcia, nós estamos aqui para falar com Lucifent. Ele está pronto para nos ver?” Marcia me lança um último olhar, e depois mal humorada pressiona um botão no intercomunicador do seu telefone. “Os das oito horas estão aqui”, resmunga. “Mande-os entrar”. 28

[N/T: Mais uma gíria. Cutie pie, literalmente significa torta doce, ou algo assim. No Urban Dictionary, diz que significa algo como: Quando você considera alguém a pessoa mais adorável e bonita do mundo. ] 29 [N/T: Outra gíria, no original bottom-of-the-barrel, que significa alguma coisa inferior. É um insulto.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ela balança a cabeça em direção à porta de mogno ornamentada atrás dela. “Ele é todo seu”. Sigo Magnus, quando ele abre a porta e se dirige para o escritório na parte de trás, paro apenas um momento para mostrar minha língua para Marcia. Infantil, eu sei, mas, tão satisfatório. A bee-yotch30 vira um pássaro. O escritório de Lucifent é tão luxuoso como o resto da mansão subterrânea. A única coisa que falta são janelas. Eu odeio a coisa de não janelas, já que eu estou me transformando em um vampiro permanente. No entanto, o Picasso na parede recompensa um pouco a sua falta. O chão é feito de madeira brilhante e uma mesa de mogno gigante fica no centro da sala. Atrás da mesa está sentado o Haley Joel Osment, o garotinho do filme O Sexto Sentido. Ok, talvez não seja o próprio Haley Joel. Mas esse garoto se parece muito com ele, tem o cabelo todo loiro, e olhos arregalados como se estivesse alguma coisa acontecendo. Definitivamente um cutie pie. Deve ser o filho de Lucifent ou algo assim. Quero dizer, quem sabe, talvez seja o dia “Leve Seu Filho para o Trabalho” no calendário dos vampiros. “Ei, você”, digo, agachando-me e sorrindo para ele. Eu amo crianças. Tão doce e inocente e cheio de vida. Antes que ele se torne um cara mal-humorado do clube de golfe, e que sarcasticamente o garoto venderia sua mãe por um saco de níquel. “Você é tão bonito. Aposto que seu papai está muito orgulhoso de você. Quantos anos você tem?” “Oh, cerca de três mil anos, mais talvez seja mais uma centena”. Rosna o garoto, seu rosto feliz de bebê se transformando em um muito irritado olhar. “Magnus”, ele se enfurece. “O que significa isso?” Alguém alguma vez já viu aquele desenho Family Guy com o bebê, Stewie, que fala como um adulto e constantemente tenta dominar o mundo? Isso é o que este garoto está me lembrando repentinamente. Olho para Magnus que parece com raiva, assustado e nervoso, tudo ao mesmo tempo. “Lamento muito, meu Senhor”, ele diz, curvando-se para o menino. “Ela não sabe”. Ok, então. Estou totalmente perdida aqui. Eu realmente deveria ter lido aquele estúpido blog. Magnus levanta-se de sua reverência, e vira para mim. “Sunny”, ele chia, com uma voz apertada. “Este é o Senhor Lucifent, líder do Blood Coven31. Alto sacerdote da região oriental do conglomerado de vampiros dos Estados Unidos da America”. Levanto uma sobrancelha e olho o garoto que se senta atrás da gigantesca mesa. “O Haley Joel Osment aqui é seu líder destemido?”. Começo a rir. Não consigo evitar. É tão engraçado pensar neste pequeno Dennis – o pimentinha – como líder dos vampiros. Logo eu estou rindo tanto que as lágrimas começam a cair por minhas bochechas. Este é o que todo mundo tem medo? O Todo-Poderoso Lucifent? Eu mal consigo resistir ao desejo de ir beliscar as bochechas do pequeno malandrinho. “Pode calar a boca dela, por favor?”. Lucifent exige com a adorável voz estridente de um garotinho. Heh. Ele olha para mim positivamente furioso. Então Magnus faz o que ele manda.

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[N/T: bee-yotch é um insulto. Uma variação do bitch, que é piranha, cadela ou vadia. E bee significa abelha por isso o “virou um pássaro”.] 31 [N/T: Blood Coven significa algo como convenção sangrenta. Preferi deixar em inglês.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Sunny, escute-me”, diz Magnus com uma voz irritada. Uma voz mais intimidante do que a do pequeno Lucifent. “A menos que você esteja feliz com a idéia de continuar sendo um vampiro pelo resto da sua vida, sugiro que deixe de rir neste instante”. Oh. Okay, se você colocar dessa maneira... Eu engulo de volta meus risos e adoto uma expressão mais séria. “Desculpe”, resmungo. “Agora se curve ante Lucifent”, Magnus silva com o canto de sua boca. “E mostre seu respeito ao nosso senhor”. Oh, Meu Deus! Mas eu devo fazer, o que for preciso, certo? Faço uma pequena mesura, me sentindo um pouco ridícula. “Quem é essa mulher ignorante, Magnus, e por que você a trouxe para mim?”. Lucifent exige. “Estou consternado com esta demonstração de desrespeito”. Magnus arrasta de pé para pé. “Bem, veja você, senhor, houve, um...” “Um caso de erro de identidade”, digo, pensando que ele precisa de um pouco de ajuda para cuspir isso para fora. Magnus me fulmina com um olhar torturado, não me agradecendo por toda a minha ajuda na explicação. Wow, ele parece muito nervoso. E ele é normalmente tão confiante. Inclusive arrogante. Esse cara Lucifent, garoto lindo ou não, deve ser um poderoso vampiro de um círculo real. Ele é como o poderoso chefão da máfia ou coisa parecida. “O que você quer dizer, com caso de erro de identidade?”. Lucifent pergunta em uma voz firme. “Bem, esta é Sunshine Mcdonald”, diz Magnus, gesticulando para mim. “E ela tem, uh, uma irmã gêmea idêntica que se chama Rayne”. “E por que me importaria sua árvore genealógica?” Magnus engole com dificuldade. “Sua gêmea participou do treinamento. E ela foi atribuída a mim como minha companheira de sangue”. “E?”, o rosto de Lucifent está ficando cor de rosa. Acho que finalmente ele está entendendo a essência do que Magnus está querendo dizer. Para ser o rei dos vampiros, ele é um pouco lento, se você quer saber. “E eu mordi a gêmea errada”, Magnus admite, baixando os olhos para o chão, com o rosto vermelho de vergonha. “Você o quê?” Lucifent grita, inclusive ainda mais irritado do que quando eu estava rindo. Magnus se estremece como se o tivessem golpeado. “Você mordeu a pessoa errada? Alguém que não assinou o contrato? Que não fez o teste primeiro? Que não passou pelo treinamento?” Ele bate com o pequeno punho na mesa, e eu abafo outra risada. Eu não posso aguentar, o maldito está tão fofo. “Como pôde Magnus? Não valoriza seus ossos! Você é um inútil! Eu deveria ter deixado você apodrecer na prisão dos Moorish. Dei-te a vida eterna. Riquezas além do imaginável. Poder além da imaginação de um mortal. E é assim que você me paga?” Magnus parece como se quisesse se arrastar para debaixo da mesa e morrer. Eu quase me sinto mal por ele, quer dizer, ei, eu gostaria de irritá-lo tanto quanto esse individuo, provavelmente mais ainda, vendo como ele afetou diretamente a mim e a minha vida. Mas, nós todos cometemos erros. Não há necessidade deste ataque verbal. Gostaria de saber se os vampiros têm sindicatos. Magnus poderia fazer um relatório sobre esse cara. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Olha, cara, na verdade não foi culpa de Magnus”, respondo, tentando aliviar um pouco a raiva de Lucifent. Ele definitivamente precisa lidar melhor com a sua ira. “Quero dizer, que é por que Rayne e eu somos exatamente iguais. Até a nossa própria mãe não consegue nos identificar”. “Cale-se, humana”. Lucifent grunhe. Evidentemente, ele não se tornou o rei dos vampiros, só com seu encanto. “Desculpe, meu senhor”, diz Magnus, curvando-se. “Eu sei que cometi um erro terrível. E eu estou disposto a pagar o preço”. “Isso é bom para você. Por que você irá pagar, certamente”. Lucifent concorda com um sorriso de autosatisfação. Como se estivesse gostando do sofrimento de Magnus. Perdedor. “Você vai pagar muito bem”. “Você sabe, atribuindo toda a boa e fina culpa”, interrompo. “Mas precisamos de uma solução e conseguir uma orientação. Em seis dias, dizem que eu vou me transformar em um vampiro, a menos que essa coisa toda seja revertida. Então, eu estou aqui para saber como funciona a inversão. Diga como e eu ficarei muito feliz em fazer”. “Qualquer coisa para que isso aconteça”, resmunga Lucifent. “Muito bem, então. Vou dizer o que você deve fazer”.

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Capítulo 09 Bertha – a caçadora de vampiros “Então há uma maneira?”, pergunto, tentando não ficar muito animada. “A transformação pode ser revertida?” Lucifent concorda. “Na verdade”, ele diz. “É realmente, simples. Tudo o que você tem que fazer é...” De repente, milésimos de segundo antes que ele possa cuspir o conhecimento que vai me salvar da condenação eterna, sirenes de alerta começam a soar. Eles soam como algo que você ouviria em um episódio do Star Trek, momentos antes que a Enterprise se auto-destrói. Ou depois que Homer Simpson faz algo estúpido, mais uma vez na usina nuclear de Springfield. “O perímetro foi violado”, anuncia uma voz robótica feminina, seu tom estranhamente calmo e computadorizado, dando sua mensagem. “O Caçador entrou no prédio”. Lucifent pronuncia uma maldição, que nem Haley Joel deveria pronunciar, pois é um pouco desconcertante para as pessoas que estão ao seu redor. Então ele pula em sua mesa, seus olhos arregalados pelo medo. “Temos que chegar até o quarto de segurança”, grita ele, correndo em direção da porta. “Espere”, eu o chamo, lutando para ser escutada sobre todo o caos. “Como faço para voltar a ser uma humana?” “Mais tarde!”, Magnus diz, soando apavorado enquanto ele me agarra pelo braço e me arrasta em direção da porta. “Temos que nos esconder de Bertha”. “Bertha?” “Sim, Bertha”, ele repete impacientemente, arrastando-me para fora do escritório. “Bertha, a Caçadora de Vampiros”. Hmm. Não tem o mesmo toque que o seu correspondente da TV. Mas, tudo bem, que seja. Eu sigo Magnus pelo corredor adornado, rapidamente alcançando-o e depois ultrapassando Lucifent, cujas pequenas pernas não podem avançar tão rapidamente como as nossas. “Rápido, mestre”, Magnus implora. “O Caçador entrou no santuário”, anuncia a voz feminina computadorizada, prestativa. “Ufa”. Magnus pára de correr, permitindo Lucifent nos alcançar. “Ela está do outro lado do complexo. Levará uns dez minutos para chegar até aqui”. Lucifent concorda. “Nós deveríamos tentar chegar a...” “O Caçador entrou no corredor leste”. Hmm. Ou este Caçador é super rápido ou teve algum tipo de falha na Matrix. Por que, de repente, uma mulher cai de uma grade no teto, bloqueando o nosso caminho.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ela está vestida de couro preto, mas não tenha a impressão errada de que ela está sexy e atraente nele. Vamos apenas dizer que Bertha, a Caçadora de vampiros está evidentemente indo até um drive-thru muitas vezes durante o intervalo para o jantar. E couro certamente não é muito misericordioso quando se trata de batatas fritas tamanho família. Especialmente apertado, as suas calças baixas de couro permitem que o seu gordo estômago pendure-se para frente. Adicione um gorduroso rosto redondo e um cabelo loiro liso e você terá uma boa imagem mental de como esta “caçadora” é. Acho que prefiro Sarah Michelle Gellar. “Lucifent”, ela grunhe, levantando sua estaca de madeira. Wow, ela também usa aparelho de dentes. Não posso acreditar que a mortal inimiga dos vampiros vai para o dentista. “Prepare-se para morrer”. Então, com uma força incrível e mais rápido do que os meus olhos podem ver ela dá vários mortais até o final do corredor, com a carne flácida mexendo ao redor como um peixe fora da água. Para alguém tão anorexicamente desafiado, a garota sabe realmente como se mover! Então, ela estaca o coração de Lucifent. Não há nenhuma cena de luta dramática. Nenhuma troca de brincadeiras inteligentes. Apenas a estaca. E pó. E não mais Lucifent. Eu olho horrorizada como o único cara que sabe como parar a minha transformação em um vampiro se transforma em uma pilha de fumaça. Mas antes que eu possa lamentar esse fato corretamente, a Grande Bertha se vira para nós com um sorriso metálico malvado e percebo que talvez nós tenhamos maiores problemas em nossas mãos. Droga. “Corre”, Magnus grita. Eu não preciso de um segundo convite. Corremos pelo corredor, com Bertha em nossos calcanhares. Magnus me puxa para dentro de uma câmara no lado e fecha a porta com um golpe, colocando uma cadeira debaixo da maçaneta. Meu coração bate contra a minha caixa torácica enquanto vejo ele correr até a estante de livros e iniciar uma pesquisa com os olhos. O que ele está fazendo? Eu posso ouvir Bertha batendo na porta. “Este não é o momento para o clube do livro!”, exclamo. Magnus me ignora e tira um grande e empoeirado volume da prateleira. De repente, a estante de livros começa a abrir, revelando uma passagem secreta que nos leva para a escuridão. Oh. Muito ruim. “Rápido”, ele silva. Atrás de nós, Bertha está quebrando a porta, com o que parece ser uma machado. O que é estranho por que ela não tinha um machado com ela, apenas uma estaca. Mas eu não vou fazer perguntas.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu sigo Magnus para dentro do túnel escuro e a estante se fecha, cobrindo-nos completamente com a escuridão. O vampiro agarra a minha mão e começa a me arrastar por umas escadas. Eu não consigo ver nada e meu coração continua a bater contra o meu peito. Eu não consigo acreditar que uma garota caçadora de vampiros tenha transformado em pó um líder de vampiros de três-mil-anos-de-idade em um fechar de olhos. Matou ele segundos antes que pudesse me dizer como evitar que eu me transforme em um vampiro de três mil anos. E agora ela está atrás de nós. O que significa que talvez eu não precise saber as 411 formas de parar uma transformação, devido ao fato de que eu vou ser reduzida a uma pilha de pó muito antes que eu me transforme. Cremação Instantânea. Será que minha vida nunca mais será normal de novo?

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Capítulo 10 Confissões de um Cavaleiro Adolescente em sua Armadura Brilhante. Nós chegamos ao que parece ser uma porta de aço, iluminada somente por uma tocha. Magnus a abre e agarra a tocha. Entramos em um quarto minúsculo, do tamanho de um elevador, sem mobília. O vampiro localiza um painel com um teclado numérico e pressiona um código. A porta se fecha com um som metálico. Soltando um suspiro de alívio, Magnus coloca sua tocha em um suporte na parede e cai sobre o chão. Me junto a ele. “Você está bem?”, ele pergunta, virando-se para olhar para mim. Ele ainda respira pesadamente. “Sim, estou bem”, digo, por algum motivo eu fico um pouco tocada pela sua preocupação. Afinal, ele assistiu seu chefe de três-mil-anos-de-idade transformar-se em uma pilha de pó. Provavelmente isso foi muito traumático para o garoto. E ainda assim, ele está preocupado por como eu estou. “Isso foi muito perto”, diz ele, ainda com a respiração irregular. “Eu não posso acreditar que ela conseguiu pegar Lucifent”. “Sem brincadeira”, eu digo. Olho ao redor do quarto. Parece ser feito totalmente de algum tipo de metal brilhante. “Que lugar é esse?” “É um quarto de segurança”, explica Magnus. “Há alguns poucos metros de titânio sólido nos separando do resto do complexo. Ela nunca entrará aqui. Só temos que esperar. Ela irá sair eventualmente. Afinal, ela tem escola pela manhã”. “Então, deixe-me ver se eu entendi”, digo, puxando meus joelhos para o meu peito e tentando tranqüilizar meu coração. “Aquela garota é uma caçadora de vampiros?” “De fato”, Magnus diz. “Em cada geração nasce uma garota destinada a matar todos os vampiros, livrar o mundo do mal, blá, blá, blá”. Ele balança a cabeça. “O que é absolutamente ridículo. Não somos maus. Não matamos os seres humanos. Nós nos mantemos, doamos milhões para a caridade, as obras”. Interessante. “Mas os caçadores não acreditam nisso, não é?” “Por favor”, ele suspira. “Alguns anos atrás, lançamos uma campanha de relações públicas. Vampiros são pessoas também. Enviamos para a companhia matriz, Caçadores Inc., press releases 32, filmes no QuickTime33 demonstrando alguns dos mais filantrópicos dos nossos, tudo. Mais isto os convenceu? Não. Recusaram-se a ouvir. Insistiram que era seu destino, seja qual for o inferno sangrento que isso signifique. Não importa para os Caçadores Inc., que alguns dos maiores artistas e músicos do nosso tempo sejam vampiros. E que eles estejam matando os membros mais valiosos da sociedade que nunca fariam mal a uma mosca”. “Ooh, músicos? Como quem? Marilyn Manson? O cara do Nine Inch Nails? Green Day?”. Ooh, espero que Billie Joe seja um vampiro. Então talvez eu possa encontrar com ele. Talvez ele até more aqui na convenção. Você sabe, com riquezas e estrelas do rock, eu devo admitir que pode haver ALGUMAS coisas boas em ser um vampiro.

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[N/T: Press releases ou Comunicados de imprensa, ou apenas releases são documentos divulgados por assessorias de imprensa para informar, anunciar, contestar, esclarecer ou responder à mídia sobre algum fato que envolva o assessorado, positivamente ou não. É, na prática, uma declaração pública oficial e documentada do assessorado.] 33 [N/T: Quick-Time (conhecido também como QT) é uma estrutura de suporte (framework) multimídia, marca registrada, desenvolvida pela Apple, Inc., capaz de manipular formatos de video digital, mídia clips, som, texto, animação, música e vários tipos de imagens panorâmicas interativas.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Suas identidades são secretas”, Magnus, o desmancha-prazeres, explica. “Eu poderia te dizer, mais então eu teria que matar você”. “Tecnicamente eu já não estou morta?”, pergunto com um sorriso, lembrando-me de nossa conversa anterior. “Mais uma vez, você não consegue entender o conceito de „figura de linguagem‟. “Sim, sim. Então quem são os músicos?” Ele geme. “Você é como um pit bull com um osso, não é?” Sorrio orgulhosamente. “Bem, você viu Behind the Music no VH1, certo? Rockumentários de músicos talentosos que sempre morrem jovem na segunda meia hora?” “Quando voltarmos, a tragédia que abalou seu mundo”, cito com uma risadinha. “Hum, certo”. Magnus diz, revirando os olhos. “Bem, você honestamente acha que cada uma dessas estrelas só tinha realmente má sorte no departamento de acidentes trágicos?” Hmm. Eu realmente nunca tinha pensado dessa forma sobre isso antes. Eu sempre atribuí a multidão de roqueiros mortos ao: viva rápido, morra jovem, e deixe um cadáver com boa aparência, teoria de James Dean de vida. Mas será que eles já eram cadáveres de boa aparência, só para serem mortos uma segunda vez por um Caçador iludido pelo destino e com nenhuma apreciação pelo rock‟n‟roll? Você sabe, se eu sair dessa, eu deveria escrever um livro contando tudo sobre o mundo dos vampiros. Talvez eu conseguisse ir na [i]Oprah[/i]. Ou pelo menos no [i]The Daily Show[/i]... “Você se lembra aquele programa que costumava passar na TV?” Magnus continua. “Sobre uma Caçadora? Aquele simpatizante Joss Whedon34 escreveu o personagem para ser tão nobre e bom. Sempre salvando o mundo dos vampiros e dos demônios. Mas não é assim na vida real. A Caçadora na vida real é uma vingativa, feia e megera sem compaixão”. Ele olha para o teto escuro. “E agora ela matou Lucifent. Este é de fato um dia triste para os vampiros”. “Para a Sunny, também”, acrescento, franzindo o cenho. “Já que ele estava prestes a me dizer como reverter toda essa coisa de transformação em vampiro. Isto significa que eu vou ficar presa como uma sanguessuga pela eternidade? Ou até que eu vire pó nas mãos de um Caçador?” Magnus dá de ombros. “Talvez não”, diz ele. “Lucifent tem uma biblioteca inteira com textos antigos. Certamente um deles terá a resposta. Assim que sairmos daqui, podemos dar uma olhada”. Okay, isso me faz sentir um pouco melhor. Talvez haja esperança, afinal. “Oh, Lucifent”, Magnus geme repentinamente, batendo a parte de trás da sua cabeça na parede de titânio. Isto deve doer, mesmo para um vampiro. “Por que teve que ser você?” “Você parece terrivelmente chateado por um cara que estava gritando e chamando você de nomes há apenas um minuto atrás”, aventuro-me, não completamente certa de como reagir a esta exposição súbita de emoção.

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[N/T: Joss Whedon foi o roteirista de Buffy. E muitas outras séries como: Angel e Serenity. Além de ter ganhado um Oscar por Toy Story.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Magnus se vira para me olhar, seus olhos cheios de lágrimas de sangue, o qual é uma coisa grosseira, na verdade. Eu pergunto-me se ele transpira sangue, também. Essa certeza faria alguns hábitos de ginástica interessante. “Lucifent era meu pai”, explica ele, com uma voz lenta. “Meu companheiro de sangue original, embora não nos chamávamos assim naquela época. Ele foi a pessoa que me transformou em um vampiro”. “Ah”. Está começando a fazer sentido agora. Eu sinto uma pontada de pena pelo pobre Magnus. Vendo Lucifent, seu pai vampiro, transformar-se em uma nuvem de fumaça deve ser bem traumatizante para ele. Na verdade, estou espantada que ele tivesse os meios para se certificar de que eu saísse viva. “Então, por que você quis se tornar um vampiro?” Eu pergunto, curiosa. “Foi a riqueza e o poder, como Rayne quer?” Magnus balança a cabeça. “Dificilmente”, ele diz. “As coisas eram muito diferentes quando eu me transformei”. Ele estica suas pernas ao longo do chão e estira suas mãos acima de sua cabeça num bocejo. Eu recuso-me a observar como essa posição estendida realça seu abdômen tanquinho. Não, não é sequer um pontinho no meu radar. “Diferente como?” “É uma longa história, na verdade”. Dou de ombros. “Temos muito tempo”. “Muito certo”. Ele sorri, triste. “Bem, tudo começou a cerca de mil anos atrás. Quando eu servi como um dos Cavaleiros do Rei Arthur da Távola Redonda”. Espera um pouco. “Rei Arthur? Então, ele realmente existiu?” Magnus faz uma careta e dá um de seus famosos „você está brincando comigo, você é um bebê?‟ olhares. “É claro que ele existiu”, diz ele, com toda a indignação do mundo. “Oh. Okay. Mas eu pensei...” “Uh, até ontem você achava que os vampiros também não existiam”. Ele tem um ponto aí. “Então, você trabalhou para o cara? Sentado na Mesa Redonda? Em Camelot?” Tento imaginar Magnus em uma armadura brilhante, em vez de seu típico Armani brilhante. Aposto que ele era um cavaleiro muito sexy. Todas as donzelas provavelmente eram loucas por ele. Eu gostaria de saber se ele tinha uma esposa. Filhos. Ugh. Por que o pensamento de ele ter filhos me machuca tanto? Quero dizer, quem se importa? Então, ele teve uma vida mil anos antes que eu nascesse. Um grande wooph35. “Você conhecia Lancelot?” Eu pergunto, para tirar da minha mente a coisa dos filhos que machuca. “Lancelot” Magnus suspira com repulsa. “Por que todo mundo sempre pergunta sobre aquele idiota36? Só por que o amor como todas as lendas foram retorcidas para fazê-lo parecer como uma espécie de herói. O

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[N/T: No original, Big Wooph, expressão usada para demonstrar sarcasmo.] [N/T: Gente, a palavra aí é pansy, que significa algo como gay, mais de um modo pejorativo. Preferi colocar uma palavra menos forte.] 36

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite cara quase nunca aparecia para lutar. Ele estava muito ocupado transando37 com a Rainha Guinevere nas costas do rei. Quero dizer, graças a ele, o pobre Arthur perdeu seu trono e Camelot foi destruído. Então, sim”, diz ele, sarcasticamente. “Ele não é a minha pessoa favorita, eu posso dizer”. Aí vai meu sonho de infância jogado no vaso sanitário. “Não me importo com Lancelot. Como você se transformou em um vampiro? Foi por Merlim? A Dama do Lago? Ooh, eu sei. Morgan le Fay, a bruxa. Ela fez isso, não foi?” Eu prestei atenção nas lendas de Arthur na nossa unidade da aula de história do ano passado. As histórias eram muito suculentas para resistir. “Como eu estava dizendo” Magnus continua, ignorando as minhas suposições. “Nós os cavaleiros fomos enviados para as terras orientais em uma cruzada. Nossa missão era converter os pagãos e, o mais importante, encontrar o Santo Graal”. Ele se vira e olha para mim. “Este é o cálice que Jesus Cristo usou na Última Ceia”. “Eu sei o que é. Eu não sou estúpida”, digo. “Quero dizer, eu vi Indiana Jones e a Última Cruzada. E Monty Python, claro”. Magnus esfrega seu rosto. “Uh, certo. Bem, de qualquer forma, não muito tempo depois que chegamos, nosso grupo foi capturado pelos Moors, na cidade de Bethlehem. Fomos jogados na prisão. Espancados e esfomeados até que estávamos muito perto da morte. Pensei que minha vida iria acabar na prisão. Meu fim aos dezoito anos”. Magnus pausa, e em seguida, acrescenta. “Mas na verdade, foi onde tudo começou”. Assinto. “Okay, continue”. Isto está se tornando uma maldita história boa. Por um momento eu quase me esqueço que estou presa em uma profunda e escura sala subterrânea de titânio com apenas um vampiro para me fazer companhia. “Naquela época, os vampiros não tinham doadores em um banco de sangue como temos hoje. Portanto, se você quisesse obter o sangue que era necessário para sobreviver, era forçado a chupar o sangue do pescoço de seres humanos contra sua vontade. Muito ruim, eu sei, mais o que se podia fazer? Era uma época bárbara em todas as partes. Enfim, em uma noite, Lucifent chegou a prisão Moorish para procurar por vítimas. Quando ele viu a tortura que nós prisioneiros tínhamos sofrido, ele ficou horrorizado. Ele não conseguia acreditar que existia tanta crueldade”. “E isto vindo de um homem que rasga gargantas todas as noites”. Magnus franze o cenho. “Ele faz isso da maneira mais humana possível”, insiste ele, tentando deixar claro. “Ok, ok. Eu vou parar de insultar seu pai. Meu Deus”, digo, com um pouco de mau humor. Magnus balança sua cabeça, e em seguida, continua. “Assim, em um ato de paixão crua, Lucifent assassinou todos os guardas, drenando seu sangue ao invés do nosso, para seu lanche da meia-noite. Eles nem sequer virão ele chegar. Então, quando ele terminou, nos deixou livres”. “Bem, isso foi muito agradável da parte dele”, digo, tentando ganhar de volta meus pontos de escoteira. “Mas eu estava fraco demais para fugir”, explica Magnus. “Meus músculos estavam atrofiados por causa de quase um ano de encarceramento e eu não conseguia levantar. Então Lucifent me perguntou se eu gostaria de morrer, ou se preferia a vida eterna”. Magnus dá de ombros. “Você provavelmente pode adivinhar o que eu escolhi”. “Uau! Essa é uma verdadeira história!” Digo, impressionada. Tento imaginar como seria viver no século XII. Ir para as cruzadas e ser capturado, torturado, sem a Convenção de Genebra, para impedi-los de fazer o pior. “Então você é um vampiro desde então?” 37

[N/T: A palavra aí é, shagging que significa literalmente, foder. Eu preferi colocar uma palavra não tão explícita.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Sim. Através da ascensão do Império Britânico, a fundação da América, a Revolução Industrial, a Guerra Civil. Através dos Roaring Twenties38 e da Grande Depressão. A Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial. Kennedy para Khrushchev. A era Disco e Techno. A Electric Slide39 e o Boot Scootin' Boogie. Todos os casamentos da J-Lo e as mudanças de nome do P. Diddy. Diga um nome, que eu vivi através dele”. “E você é feliz? Você gosta de ser um vampiro?” Magnus fica em silêncio por um momento. “De certa forma”, diz ele finalmente. “A vida eterna é um grande presente. Tive tantas aventuras. Muitas experiências. Ao mesmo tempo, é muito... solitário”. “Solitário?” “Todos os meus amigos mortais já morreram há mil anos”, diz ele baixinho, olhando para o chão. “E até que você esteja unido com seu companheiro de sangue, o que não acontece até que você tenha mil anos e seu sangue esteja devidamente envelhecido, você não deve ter nenhum relacionamento sério”. Uau. Este garoto não teve um encontro em mil anos? Não é à toa que ele é tão esquisito! “E agora, para minha sorte, eu finalmente fui aprovado para um companheiro de sangue. Uma parceira que eu teria permissão para amar e cuidar e passar o resto da eternidade juntos. E aí eu vou e estrago tudo, mordendo a garota errada”. Ele dá um soco no chão. “Agora eu serei provavelmente condenado a andar na terra sozinho pelo resto da minha vida”. Eu estudo ele com simpatia. Pobre rapaz. Tudo o que ele queria era uma namorada agradável que gostasse dele. Em vez disso ele ficou preso a mim, uma chorona e insatisfeita. “Sem ofensa a você”, acrescenta ele, olhando para mim, com os olhos tristes. “Você é uma menina doce. Mas obviamente você não tem nenhum interesse em ser minha companheira. E para dizer a verdade, eu prefiro não ter nenhuma companheira de sangue do que ter uma que me odeia e que acha que eu sou algum tipo de monstro”. Uma pontada de culpa apunhala meu estômago. Neste tempo todo eu tenho sido egoísta. Pensando apenas em mim e no que toda essa confusão com os vampiros tem sido para mim. Eu nunca considerei em como ele provavelmente se sentia também. Ele finalmente ia conseguir a companheira de sangue que tinha esperado por um milênio. Uma companheira disposta em compartilhar com ele a eternidade. (Mesmo se fosse apenas a minha irmã gêmea boba). E agora tudo estava ferrado. “Então você ama a Rayne?” Eu pergunto curiosamente, querendo saber o quão forte é o vínculo que os companheiros pré-sangue compartilham. Magnus balança a cabeça. “Eu mal a conheço. Não temos permissão de manter muito contato antes da transformação. É parecido com os casamentos arranjados que faziam antigamente. O Conselho decide quem vai ser o seu companheiro de sangue com base em alguns algoritmos de compatibilidade muito complexos. Afinal de contas, uma vez que for transformada, estarão unidos pela eternidade, então é algo que levam muito a sério”. “E eles pensaram que você e Rayne seriam adequados?”

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[N/T: Período dos anos 1920 caracterizado por estilos de vida extravagantes, bares ilegais e prosperidade financeira.] [N/T: Estilo de dança famoso nos anos 80.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Evidentemente. E eu acho que eles provavelmente estavam certos. Eu a vi algumas vezes durante o treinamento e ela parece ser uma menina brilhante. E ela me chamou de um verdadeiro macho...”, ele acrescenta com um sorriso. “...mas ela também é obviamente muito bonita”. Eu posso me sentir corando da cabeça até os pés. Se ele acha Rayne bonita, isso significa que ele também me acha bonita, já que nós somos idênticas e tudo mais. Não que eu me importe com o que ele pensa. Realmente. Afinal de contas, não há nenhuma razão para eu começar a me interessar por esse cara. Eu preciso me concentrar em encontrar uma maneira de voltar a ser um humano novamente, e não procurar desculpas para flertar com um vampiro de mil-anos-de-idade. Mesmo que o vampiro em questão pareça com o Orlando Bloom – e que costumava servir ao Rei Arthur. Além disso, vamos ser francas aqui. Magnus é uma verdadeira dor no traseiro. Irritante. Egoísta. O tipo de cara que só pensa em si mesmo e não se preocupa com a necessidade dos outros. “Você está fria. Aqui, pegue o casaco”, Magnus diz, tirando sua jaqueta de couro e entregando para mim. Eu relutantemente a aceito. Okay, talvez não egoísta. Mas definitivamente um idiota. Malvado e arrogante. “Não se preocupe, Sunny”, diz ele, colocando um braço em volta dos meus ombros e me puxando para perto dele. Eu relutantemente encosto-me em seu abraço tão confortável. “Eu prometo encontrar uma maneira de transformá-la de volta. Não importa o que eu tenha que fazer”. Whoa. Ele não está fazendo isso fácil para mim, está?

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Capítulo 11 O alho e Sunshine e a carne crua – Oh, Meu! Ficamos no quarto de titânio durante horas. Na verdade, eu cheguei a adormecer durante um tempo, despertando com a minha cabeça no ombro de Magnus, de uma maneira embaraçosa, deixe-me dizer. Espero não ter babado sobre ele, em algum momento. Finalmente, depois do que pareceu ser uma eternidade de espera, a voz feminina computadorizada anuncia que, assim como Elvis, “A Caçadora deixou o prédio”. Saímos do quarto e nos dirigimos para a convenção principal. O lugar estava deserto. Magnus explica que a maior parte dos vampiros se alimenta a estas horas, quando a caçadora chegou e é provável que eles ainda não saibam que seu valente líder já não está entre nós. Ele me leva para a saída, dizendo-me que vai me levar para casa primeiro, e depois vai voltar para a biblioteca para pesquisar sobre a minha reversão. No inicio, eu sugiro que posso ajudá-lo a ler, mas então ele confessa que planeja se alimentar entre me levar para casa e a pesquisa, e decido que não estou pronta para participar. Quero dizer, eu sei que seus doadores estão de acordo, mas a idéia de olhá-lo drenando sangue não é o que eu chamaria de um passeio noturno divertido. E de qualquer maneira, Magnus prometeu que vai me enviar uma mensagem de texto se encontrar algo. Então, eu chego em casa aproximadamente às cinco da manhã (o passeio no Jaguar conversível foi celestial, à propósito). Eu sei que eu deveria estar esgotada, mas eu estou totalmente acordada. Vou na ponta dos pés até o meu quarto, tentando não acordar mamãe, já que eu acho que ela não acreditaria na minha desculpa “eu quebrei o toque de recolher por que eu estava escondida de uma caçadora de vampiros que matou o Haley Joel Osment diante de meus olhos”. Por sorte ela estava dormindo profundamente. Chego no meu quarto e acendo a luz. Meus olhos caem sobre uma figura na minha cama. Rayne. Ela deve ter tentado ficar acordada esperando por mim. Eu rastejo na cama ao lado dela e apago a luz. Ela se vira com um gemido suave. “Ah”, murmura. “Não percebi que você estava em casa”. “Acabei de chegar”, digo, puxando o edredom sobre mim. Depois de passar a noite em um chão de titânio duro, acho que a maciez da cama dá as boas-vindas para meu corpo dolorido e cansado. “O que aconteceu? Lucifent quis transformá-la de volta? Você é uma humana outra vez?” Suspiro. “Não. Ele estava prestes a dizer como reverter o processo. Disse que era simples e tudo mais. Mas então uma caçadora o transformou em pó”. Rayne se senta na cama. Inclusive na escuridão da madrugada posso ver seus olhos arregalados. “Uma caçadora?” “Sim, em cada geração se escolhe uma garota que é destinada para matar vampiros ou algo assim. Como em Buffy”. “Sei o que é uma caçadora”, diz Rayne com impaciência. “Só não posso acreditar que ela matou Lucifent! Isso é terrível. Uma grande perca para os vampiros de todo o mundo”. “Eu não sei”. Dou de ombros. “Ele parecia uma espécie de cretino para mim”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Sunny, Lucifent foi muito importante para a convenção. Você não sabe de nada. Se tivesse lido meu blog...” “Você quer parar de falar sobre esse blog?” Sei que estou sendo uma cadela, mas você entenderia se tivesse passado a noite que eu passei. Rayne deita novamente na cama. “Não posso acreditar que Lucifent está morto”, murmura, olhando para o teto. Quando éramos crianças pregamos estrelas que brilham no escuro por todo lugar e algumas delas ainda brilham, com diminutas luzes verdes. Que inocentes nós éramos. “Eu não posso acreditar que eu vá ser convertida em um vampiro para sempre”, replico. Meu Deus! Eu não agüento mais esse sentimento sinto-muito-por-toda-a-coisa-com-Lucifent. Sunny precisa de piedade, também. “Quero dizer, isto vai prejudicar a minha vida social. Sem mencionar a minha carreira na escola secundária”. Minha voz se quebra na última frase. Maldição, não quero chorar outra vez. Mas estou cansada e estressada e com medo, e eu simplesmente não consigo evitar. Depois que eu deixei escapar uma lágrima, iniciei uma enxurrada pelo meu rosto, como uma cachoeira. “Não quero ser... um vampiro”, sufoco. Rayne se aproxima de mim e tira uma mecha de cabelo da minha testa, estudando-me com olhos tristes. “Sinto muito, querida”, diz ela. “Continuo esquecendo o quão difícil isso deve ser para você”. Ela beija a minha bochecha, e começa a sair da cama. “Eu vou deixar você dormir um pouco”. “Você não pode ficar?” Pergunto, as palavras deixando minha boca antes que eu possa detê-las. Ela vai pensar que eu sou um bebê, mas de repente não quero ficar sozinha. Sozinha com meus pensamentos atormentando-me. Ela assente com a cabeça e volta para a cama, sem fazer perguntas. “Claro”, diz ela, acomodando-se em uma posição mais confortável. “Para que servem as irmãs gêmeas?” *** O DJ responsável pela música que toca no meu rádio relógio deveria ser fuzilado. Não, isso não seria doloroso o suficiente. Ele deveria ser castrado e deixar para ser comido por cães raivosos. Ou algo assim. “The Monster Mash” é a canção que me acorda nessa manhã – por favor. Algo inumano, eu te digo. Pressiono o botão de soneca no rádio e puxo as cobertas sobre a minha cabeça. Nunca me senti tão cansada em toda a minha vida. Sinto que vou vomitar, estou tão cansada. Eu não acho que eu tenha dormido muito antes que o sol aparecesse no horizonte. E então, eu caí em um sono como em um coma profundo, até que o DJ decidisse me atormentar com este castigo musical cruel e estranho. Mas Rayne, a maligna bee-yotch, provavelmente está com um conluio com o DJ em não me deixar dormir. Ela sacode meu ombro. “Acorda, Sun”, diz com uma voz bastante animada. Que alguém me ajude, se ela começar a cantar a canção “Good Morning” que minha mãe cantava para nos acordar, não serei responsável por minhas ações. “Temos que ir para a escola”. “Estou doente”, balbucio, resistindo as suas sacudidas. “Não está doente. Você é só um vampiro”, esclarece, como se isso fizesse tudo ficar bem. “Portanto, faz sentido que você queira dormir durante o dia”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Suas palavras me fazem saltar de repente da cama. OMG, ela está certa! Estou agindo como um vampiro. Fiquei acordada toda a noite e agora espero dormir todo o dia. Ugh. Não quero sucumbir a estes impulsos de vampira. Que eu saiba, isto poderia fazer mais difícil reverter a transformação se eu aceito tudo isso. “Já levantei”, digo, esfregando meus olhos. A luz do sol que flui através da janela parece como fogo em minha pele. Acho que eu vou usar FPS 30, esta manhã. Ou talvez um FPS 50 turbo que a minha mãe guarda no banheiro. Farejo o ar. “Ugh. Que cheiro horrível é esse?”. Pergunto, franzindo meu nariz. Rayne dá de ombros. “Cheira como o café da manhã que mamãe prepara”. “Certamente não cheira como o café da manhã que eu quero comer”, digo, saindo da cama e tentando esquivar do sol que entra no quarto enquanto sigo o caminho até o banheiro. Lavo meu rosto e percebo que estou um pouco pálida nesta manhã. Certamente Rayne ficaria feliz em se ver assim, como quando ela pintou seu rosto de branco para ficar com um look gótico. Ah, bem, tanto que eu tentei conseguir um bronzeado. Coloco o protetor solar, cuidando para não esquecer qualquer parte importante, então volto para meu quarto. Rayne já saiu, e estou mais do que tentada em rastejar lentamente para a minha cama. Mas não, devo resistir à tentação. Tenho que continuar a agir tão normal quanto for possível. Além disso, se eu for para a escola vou poder ver Jake Wilder. Jake Wilder que está loucamente atraído por mim. Falando em motivação! Olho em meu closet para ver o que posso usar. Algo que impressione Jake, de preferência. Infelizmente, devo me vestir como se tivesse oitenta hoje. Eu não acho que a minha regata e jeans normais sejam uma tendência no departamento do guarda-roupa. E também corro muitos riscos de ser queimada pelo sol. Então é melhor cobrir a minha pele tanto quanto for possível. Então escolho um suéter preto com mangas compridas que ficam por cima das minhas mãos, o meu par favorito de calças jeans Diesel, e um par de botas pretas. Agora a única coisa que está exposta é meu rosto e o meu pescoço (A marca de mordida felizmente já desapareceu!) Eu pego um par de óculos escuros na minha cômoda e um velho boné dos Red Sox. Eu me estudo no espelho (sim, à propósito, eu ainda posso ver o meu reflexo; acho que isso era um mito), sinto-me como uma espécie de celebridade de Hollywood indo até um supermercado. Não é exatamente a melhor aparência para atrair Jake, mas, ei, isso é para o que serve o Perfume Vampiro, eu acho. Satisfeita com a minha roupa, eu desço as escadas, pronta para enfrentar o mundo. Ou pelo menos a minha mãe. Mas o cheiro pútrido só fica pior enquanto eu me aproximo da cozinha. Ew! O que diabos ela está cozinhando dessa vez? Rato podre frito? Deixe-me dizer apenas para registrar aqui, a minha “sim, eu fui para Woodstock” mãe fez algumas receitas bastante estranhas nos últimos anos. (Tofu manicotti, alguém?) Então eu só posso imaginar o que ela está cozinhando dessa vez. (E, à propósito, a coisa Woodstock? Ela sempre esquece de mencionar que ela tinha cinco anos na época e que passou mais tempo correndo nua na lama e sendo perseguida pela minha avó, do que ouvindo música. Então, novamente, eu acho que um monte de adultos estavam fazendo a mesma coisa, então quem sou eu para julgar a influência cultural que o evento teve na sua existência?) “Incendiando a cozinha, mamãe?” Eu brinco quando entro no cômodo. O cheiro é quase insuportável agora, e eu tenho que dá um passo para trás para me equilibrar. É como queimado, um odor a decomposição que me faz querer vomitar. Eu pauso por um momento, piscando os olhos algumas vezes, já que eles começaram a lacrimejar como louco.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “O que está errado, querida?” Mamãe pergunta, voltando-se para a coisa horrorosa que ela está inventando, com um olhar preocupado em seu rosto. “Você parece horrível”. “Eu me sinto horrível”, eu digo, caindo em uma cadeira na cozinha, tentando resistir ao impulso de tapar meu nariz com os dedos. Tão ruim quanto o cheiro é, isto é obviamente algo que ela trabalhou intensamente e eu não posso ser rude. Só espero que ela não queira que eu coma algo disso. Mamãe limpa suas mãos no avental e se aproxima de mim. Ela coloca a palma da mão contra a minha testa. “Você não parece doente”, diz ela, franzindo a testa. “Na verdade, sua testa está gelada”. Eu afasto minha cabeça antes que ela comece a perguntar sobre a minha perfeitamente fria temperatura de vampiro. “O que é esse... cheiro?” Eu consigo perguntar, querendo mudar de assunto. Ela levanta sua cabeça confusa. “Cheiro?” pergunta ela. Ela fareja o ar. “A única coisa que eu consigo cheirar é o café da manhã que eu estou preparando”. Ela dá de ombros. “Tofu, pimenta, e um monte de alho, como você gosta”. Gah! As palavras golpeiam a minha cabeça como uma bigorna de desenho animado. Isto tem que ser. Eu já desenvolvi repentinamente a aversão estereotipada dos vampiros de alho. Um produto alimentar que eu costumava adorar. Que coisa. “Aqui, já está pronto, na verdade”, diz ela, andando até o fogão e colocando uma porção de mamute em um prato. “Você quer sal?” O que eu quero é que essa coisa toda seja jogada no lixo, honestamente. Preferencialmente no lixo do vizinho. O vizinho que vive no planeta Plutão. Isso poderia ser longe o suficiente para que eu possa suportar o fedor. Mas, o que eu devo dizer? Pergunto-me, enquanto ela traz o prato fumegante até a mesa. Mamãe sabe que é o meu prato favorito e ela fez especialmente para mim. Talvez eu possa dá uma única mordida... Oh, não. Vou vomitar. Eu salto para fora da cadeira e corro para o banheiro. Eu mal chego ao banheiro antes que meu estômago libere todo o seu conteúdo na privada de porcelana. Okay. Está decidido. Eu definitivamente não vou comer o café da manhã. Os sentimentos feridos de mamãe que se danem. “Sunny, você está bem aí dentro?” Mamãe pergunta, batendo na porta e parecendo mais preocupada do que antes. “Ela está bem” Eu posso ouvir a voz de Rayne do outro lado da porta. Graças a Deus. Ela pode me cobrir enquanto eu escovo o vômito fora dos meus dentes. “Ela não está bem, querida. Ela vomitou”. “Ela está apenas nervosa. Temos uma enorme prova de história hoje”. “Você tem certeza, Rayne?” Hmm. Mamãe parece suspeitar. Eu acho que faz sentido. Eu me refiro a todas as suas crenças em paz, amor e hippies, ela não parece que caiu de outro caminhão de nabo40 de qualquer 40

[N/T: Essa frase é uma metáfora. As pessoas que caem do caminhão de nabo seriam pessoas irremediavelmente ingênuas.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite forma. Ela sabe que eu sou excelente nas provas. É Rayne quem fica nervosa com as provas e não quer ir para a escola durante o dia do exame. “Ela está certa”, eu digo, saindo do banheiro com um sorriso. “Estou bem, mamãe. Só estou com as velhas borboletas no meu estômago. Afinal, esse teste vai contar vinte e cinco por cento da nossa nota”. “Okay. Se você está certa...” Mamãe diz, ainda parecendo duvidar. “Mas você sabe, Sunny, provavelmente você iria se sentir mais confiante se você tivesse ficado na noite passada e estudado em vez de sair. Eu nem sequer a ouvi chegar”. Droga. Eu tinha esquecido isso. “Eu estava na casa de uma colega estudando”, eu digo, cruzando os dedos atrás das costas. “Nós revisamos história e perdemos a noção do tempo”. Okay, antes que você pense que eu sou uma pessoa terrível por estar mentindo para a minha mãe, tecnicamente, não estou mentindo. Eu fui para a “casa” de Magnus na noite passada e nós falamos sobre história. A história do Rei Arthur, as cruzadas, e os vampiros, para ser exata. Mas já que não há realmente qualquer teste, para começar, eu acho que estou devendo algumas desculpas criativas sobre o que eu estudei para contar. Durante um momento parece que mamãe não acredita na minha explicação. Mas, então, ela dá de ombros. “Okay, querida. Estou feliz que você tenha estudado. Tenho que ir trabalhar”. Ela se aproxima e beija a minha testa, em seguida, faz o mesmo com Rayne. “Tenham um bom dia, meninas. E boa sorte na prova”. Olho quando ela se aproxima do closet para pegar a sua bolsa. Eu me sinto mal por mentir para ela. Pelo geral como as mães são, ela é bem legal. Não como as mães de alguns amigos meus que agem mais como carcereiros do que como pais. Ela sempre foi uma “mãe amiga”. Aquela que promete que nunca vai nos julgar por dizer as nossas coisas. O tipo que prefere que peçamos preservativos e nos orientar sobre controle de natalidade do que termos relações sexuais sem contar a ela. Ela é aberta, aceitadora e amorosa. Mas ainda não acho que ela aceitaria a coisa de vampiros. Afinal, uma “mãe amiga” não significa necessariamente igualdade. “Aceite Que a Sua Filha Está se Transformando em uma Não-Morta e Seja Legal com Isso Mamãe”. “Tchau, meninas”, diz ela, acenando quando sai. “Tchau, mãe”, nós dizemos em uníssono. Agora sozinhas, Rayne e eu soltamos um riso nervoso. “Essa foi por pouco”, digo, soltando um suspiro de alívio. “Realmente”, Rayne concorda. “Embora eu ache que ela ainda está um pouco desconfiada”. “Ela provavelmente acha que eu estou grávida e tive enjôos matinais ou algo assim. Vomitei quando vi a comida”. “Nah. Ela te conhece melhor do que isso”, Rayne diz com uma risada. “Minha pequena Sunny, a Inocente”, ela zomba, torcendo meu cabelo. “Tanto FAZ”, eu digo, fazendo um T com os meus dedos. Rayne sorri. “Agora se fosse eu que vomitasse, nós já estaríamos em um carro no caminho para uma clínica”. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Sim, é verdade, é por que você é uma garota fácil”, digo alegremente. Rayne brincando soca o meu braço. Ela acha que é engraçado, vai entender. “Na verdade, você é a garota fácil desta vez. A piranha que roubou meu companheiro de sangue”, responde ela com uma risada. “E falando nisso, como foi com o oh-tão-sonhado Magnus ontem à noite?” Por alguma razão a sua pergunta faz o meu rosto corar. Apesar de que julgando pela forma em que meu rosto está agora, é provável que nem sequer dê para notar o rubor. “Ele está bem”, digo. “Está aborrecido com o que aconteceu com Lucifent, é claro. Depois de tudo, o cara era seu pai e de todos”. “Lucifent era o pai de Magnus?” Rayne diz, levantando uma sobrancelha. Eu sorrio, feliz por finalmente saber algo que ela não sabe. “Sim”, eu digo, e relato uma versão abreviada dos acontecimentos. Quando eu termino, Rayne libera um suspiro longo e dramático. “Wow”, diz ela sonhadoramente. “Meu companheiro de sangue foi um cavaleiro da armadura brilhante. O quão isso é legal?” Dou de ombros. “Sim, ele realmente é um cara interessante quando não é tão arrogante e grosseiro”. Faço uma pausa, e logo acrescento, “Que é uns noventa por cento do seu tempo”. Não quero que Rayne pense que estou desenvolvendo alguma espécie de afeto por Magnus, já que isso não é verdade. De fato, acho que uma mudança de assunto está em ordem aqui. “Agora vá jogar fora essa mistura repugnante de alho antes que eu tenha náuseas outra vez”. “Okay. Vou levar lá para fora”. Rayne desaparece na cozinha, e momentos depois, ela e o fedor saem da casa e o ar torna-se relativamente claro novamente. À medida que o fedor desaparece, eu percebo que de repente eu estou faminta. Entro na cozinha, em busca de um lanche sem alho. Olho na geladeira. Não há muito lá. Então meus olhos caem sobre um pacote de carne de hambúrguer na parte traseira da geladeira. Minha mãe é uma vegetariana estrita e, você vê, ela me levou para aquele caminho também. Mas a minha irmã nunca poderia perder o gosto pela carne vermelha. Então, às vezes, ela cede aos seus impulsos carnívoros e desfruta de um bom hambúrguer. Fico olhando para o hambúrguer, e de repente percebo que estou com água na boca. Na verdade, eu estou com tanta ânsia de repente que eu acho que poderia estar babando um pouco. De repente, a minha mão alcança involuntariamente a carne crua, como se fosse tomada por vontade própria. Meu estômago rosna em antecipação. Parece tão saboroso. Tão vermelho. Tão delicioso. Eu olho em volta para ver se Rayne voltou. Ela provavelmente ainda está enterrando o lanche lotado com alho. Eu tenho tempo. Pego o pacote e o rasgo, avidamente agarrando punhados de carne crua e pondo-os na boca, adoro o suco sangrento que flui em minha garganta. Eu juro, um sundae de chocolate com pasta de amendoim, chantilly e calda de chocolate extra não é nem metade tão bom quanto isso. “Você sabe que isso é realmente uma boa forma de desenvolver E.coli41”. Eu giro ao redor, com a boca cheia de carne crua, para ver Rayne ali com um sorriso no rosto. De repente, percebo o que eu estou fazendo. Horrorizada, eu cuspo a carne na pia, tentando me obrigar a vomitar o resto. 41

[N/T: E.coli é um bactéria que causa diarréia. E normalmente, encontra-se em alimentos contaminados e que foram mal cozidos.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Oh, meu Deus. Eu não posso acreditar que fiz isso”, eu grito, absolutamente mortificada. “Isso é tão nojento”. “Está tudo bem. Tenho certeza que os vampiros são imunes a doenças de origem alimentar”, diz Rayne. “Mas foi tão... bruto!” Eu fico olhando para o resto da carne, lutando com o impulso quase irresistível de voltar a comer de novo. “Não posso acreditar que eu comi hambúrguer cru. É tão sangrento e nojento, e...” “Não se preocupe com isso, Sun. Você só está cedendo aos seus impulsos de vampiro, é tudo”. Rayne dá de ombros. “Embora, muito em breve você vai precisar de sangue para viver”. Estreito meus olhos. “Eu não vou tomar sangue para viver”. “Você vai se você estiver com fome”. “Não. Eu não. Eu definitivamente não vou. Atravesse meu coração e espere que eu morra. Eu juro pelo meu baile de formatura com Jake Wilder”. Eu prometo. “Eu nunca ficarei faminta novamente”. Meu estômago ronca em resposta. Uh-oh.

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Capítulo 12 Rosas são vermelhas, o sangue também... “Sunshine Mcdonald, por favor, reporte-se ao escritório do diretor”. Eu me recuperei do meu coma de sono atrasado com o meu nome sendo chamado pelo sistema de altofalante. Estou na classe de trigonometria, que eu odeio, escondida na fileira de trás, com a cabeça em minhas mãos, tentando fazer a pose de “parecer acordado enquanto dorme”. Estou tão cansada. Tão, tão cansada. Eu não sei como vou passar por essa semana, e muito menos o resto da minha existência. Se Magnus não encontrar um antídoto para vampiro, estou condenada a ser uma marginal na escola. Olho para o professor para me assegurar que ele ouviu o anúncio. Ele deve ter ouvido, já que ele simplesmente acena em direção da porta com um sorriso atrevido. Ew. Ele é o quinto professor que paquera comigo hoje. O Perfume Vampiro é ótimo para os garotos da minha idade, como Jake, mas quando começa a afetar os adultos pervertidos fica um pouco estranho. Levanto da minha cadeira, agradecendo ao Garoto Amante com um aceno de cabeça, e ele volta a calcular enormes e incompreensíveis problemas matemáticos no quadro com um ridículo sorriso em seu rosto. Maior-ew-de-idade. Estou feliz de estar no corredor, longe da classe, mas logo percebo que eu estou indo da fritura para a panela no fogo42. Eu não tenho idéia de por que estou sendo chamada ao escritório do diretor, mas normalmente esse tipo de coisa nunca é bom. Então, novamente, eu não fiz nada de errado. Eu não disse ou fiz nada estranho, não mordi nenhum dos estudantes, corri da classe de economia doméstica quando o professor anunciou que íamos fazer um pão de queijo e alho, para mais tarde culpar a minha aversão pelos carboidratos devido a minha dieta South Beach43. Chego ao escritório envidraçado e dou um passo para dentro, meu coração bate furiosamente. Eu não preciso colocar mais problemas encima de todos os outros. “Olá, sou Sunshine McDonald”, digo para a senhorita Rose, a secretária da escola, há muito tempo, sentada na recepção. “Vocês me chamaram?” A senhorita Rose olha para cima. Ela é uma mulher mais velha, provavelmente em seus sessenta anos, vestindo uma roupa cor pastel e com uma seqüência perfeita de pérolas. Obtendo um look de Barbara Bush. Mas quando ela me vê, seu sorriso recatado se transforma no que parece ser um sorriso lascivo. “Olá, querida”, ela ronrona em uma voz baixa e sensual que ninguém parecido com Barbara Bush jamais deveria ser permitido usar. “Estou tão feliz que você pôde vir até aqui”. Ela me olha da cabeça aos pés. “Você está muito bonita hoje, querida”. Dou um passo para trás, um pouco abalada. Ela foi afetada pelo Perfume Vampiro? Ela não poderia ser! Ele só funciona com homens e... Começo a rir. Não posso evitar. Tudo isto é tão absurdo. Tão surreal. Eu não posso acreditar que eu estou na escola sendo paquerada por uma avó secretamente lésbica. A senhorita Rose franze o cenho ante a minha alegria, parecendo um pouco ofendida. Pobrezinha. 42 43

[N/T: Uma metáfora. É quando você está saindo de um problema para uma situação bem pior.] [N/T: Aqui fala sobre essa dieta: http://www.dietaesaude.org/dieta-south-beach.php] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Desculpe”, eu digo, tentando com dificuldade conter a minha risada. “O diretor queria me ver?” “Não, querida”, diz a senhorita Rose, com um tom ferido. “Eu já tive a sua idade, então você pode recolher as suas flores”. “Flores?” A senhorita Rose faz um gesto para a mesa ao lado dela. Meus olhos caem sobre um enorme buquê de rosas vermelho sangue. Deve haver pelo menos cinco dúzias no vaso, todas meticulosamente organizadas por algum florista expert. “Para mim?” Eu pergunto, catalogando mentalmente pelo meu cérebro para descobrir quem poderia ter me enviado rosas. E deliciosamente, a única pessoa que eu posso pensar é Jake Wilder. É claro. Faz todo sentido. Ele não consegue parar de pensar em mim e nosso encontro para o baile é no sábado à noite. Ele quer me agradecer por ter dito sim com este “pequeno” sinal de sua apreciação. Algo para eu ficar até que ele me traga o corsage44. Caminho até as flores, e respiro por meu nariz. Sentindo seu aroma suave e poderoso. Jake é um garoto maravilhoso. Tão sensível. Tão doce. Pego o cartão, e não posso esperar para ler o que certamente será habilmente escrito em poesia, professando seu amor eterno por... Droga, as flores são de Magnus. Eu fico olhando para o cartão, no princípio estou tão perdida em meu mundo de fantasias que penso que talvez o florista entregou o buquê errado. Mas não, o cartão diz o meu nome. É só que está assinado por um vampiro em vez do meu encontro do baile. Muito decepcionante. Olho para as flores. Provavelmente ele as roubou do cemitério ou algo assim. Idiota. Por que ele iria me mandar flores, afinal? Olho para o cartão novamente. Querida Sunny, Eu sinto muito por tudo que você está passando por causa do meu erro terrível. Eu tenho certeza que a noite passada foi especialmente traumática para você. Por favor, aceite essa pequena mostra de minhas desculpas e me encontre no Club Fang hoje à noite, para discutirmos sua situação. Atenciosamente, Magnus. Libero um suspiro exasperado. Agora eu tenho que voltar para o Club Fang? Já estou atrasada na minha tarefa de casa, por ter saído nas últimas duas noites. Você sabe, se transformar em um vampiro já é ruim o suficiente sem que eu reprove na escola também. Mas, que opção eu tenho? Se eu quiser reverter esse processo, eu tenho que fazer o que ele diz. 44

[N/T: Aqueles pequenos arranjos de flores que se coloca no pulso das meninas. Tipo esse: http://www.ftd.com/corsagesboutonnieres-pcg/the-ftdreg-pure-grace-wrist-corsage/product-corsages/w8-3453/] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Sunny, querida, você gostaria de entrar e sentar no colo da senhorita Rose?”, a secretária convida, ao mesmo tempo em que ela pisca as suas pestanas brancas. “Eu estou morrendo para falar com você”. Ugh. Isso resolve tudo. Club Fang, aqui vou eu!

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Capítulo 13 As Garotas Doadoras Chego ao Club Fang em torno das oito horas. Diferente do domingo passado, nesta noite não tinha um DJ em uma jaula e ninguém estava fazendo a dança do pé-atolado-na-lama, nem havia músicas que induziam ao suicídio. Não, esta noite, o clube tinha se transformado em um café e um bar de vinhos, com os clientes divididos em várias mesas de café, olhando tendenciosamente como eles absorvem seus cappuccinos espumantes e as taças de vinho. Verifico alguns deles, tentando decidir quais são vampiros e quais são os seres humanos que amam isto. Dado que todos têm rostos pálidos, lábios vermelhos, e vestem-se uniformemente de preto, é surpreendentemente difícil saber entre as criaturas da noite os que ainda estão entre os vivos. Vejo Magnus no fundo da sala, sentado em uma mesa pequena, acompanhado de duas garotas bonitas. Ele captura meus olhos e gesticula para mim. Eu percebo que estou estranhamente animada por vê-lo, o que é muito incômodo, pois este não é o tipo de poder que eu quero que ele tenha sobre mim. Provavelmente é apenas a expectativa de me transformar novamente em um ser humano que faz com que meu coração bata mais rápido e minha respiração fique presa na garganta, lembro para mim mesma. Não é como se Magnus me deixasse animada, de qualquer maneira, modo algum ou forma, isso eu tenho certeza. Especialmente, eu observo, quando chego mais perto, não com essa roupa. Quero dizer, quem iria ficar animada quando ele usa uma camiseta preta perfeitamente moldada em seu peito bem esculpido e um par de apertadas calças pretas de couro que mostra... Okay. Bem. Eu admito, estou atraída. Muito atraída. Na verdade, eu estou disposta a apostar que eu estou mais atraída por este sexy vampiro do que eu estaria por Brad Pitt, Jude Law e Orlando Bloom juntos. Então me processe. Em poucas palavras, a atração não é o mesmo do que querer continuar sendo a companheira de sangue de alguém por toda a eternidade. Ponto. Fim da história. Quando eu chego na mesa, as duas garotas, com piercings e tatuagens ao máximo, levantam a cabeça e ficam olhando para mim hostilmente com olhos negros de rímel. Oh, deixe-me adivinhar, mais discípulas ciumentas de Magnus, que irão me odiar por que eu sou a companheira de sangue do cara. Como se eu tivesse me inscrito para esse show estúpido. “Oi”, eu digo, olhando diretamente para Magnus e ignorando as suas groupies. O cara deve ser considerado uma estrela do rock, como o vampiro Lestat, do livro Queen of the Damned da Anne Rice. Ele provavelmente iria se dar muito bem no departamento dos gritos de fãs adolescentes. “Ei”, Magnus me cumprimenta de volta, olhando para as meninas com um sorriso convencido, parecendo oh-estou-tão-orgulhoso de mim mesmo. Franzo o cenho. Será que ele espera que eu esteja ciumenta de seu fã-clube ou algo assim? Por favor. “Hmm...” Eu arrasto os pés. Devo sentar? Não há nenhuma cadeira extra. “Sente”, Magnus me instrui repentinamente, quase como se ele tivesse lido a minha mente. OMG, ele não pode fazer isso, pode? Isso seria realmente uma droga. Especialmente por que eu estava pensando como ele estava sexy com essa roupa. Tentando proteger a minha mente e não pensar em Magnus, penso em coisas aleatórias como sapatos Marc Jacobs e a raiz quadrada de pi, apenas no caso de ele ter alguma habilidade com leituras de mente, pego uma cadeira em uma mesa próxima e sento no meu lugar.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Hm, oi, sou Sunny”, digo para a garota na minha esquerda. “É um prazer conhecer vocês”, eu acrescento, esticando a minha mão para a garota da direita. “Vocês vêm sempre aqui?” As garotas ficaram olhando a minha mão, mas não a pegaram. Ela também não respondeu a minha pergunta. Qual o seu problema? Ela é muda ou algo assim? Ou incrivelmente rude? (A julgar pelos que eu já conheci na comunidade vampira, eu aposto na última) “Está tudo bem, Rachel. Você pode falar com ela”, diz Magnus, oh-sou-tão-grandioso dando a sua permissão. Nossa. Isto realmente é coisa de um vampiro-todo-poderoso, não é? Então, novamente, as pessoas o deixam sair com as suas. Como essa garota Rachel, por exemplo. Quero dizer, Magnus comandou e as duas meninas repentinamente acenderam como aqueles personagens animados da Disney World. O que é isso? Elas estão presas sob algum tipo de controle mental de Magnus ou algo assim? Ou são apenas típicas góticas obsessivas, como a minha irmã, dispostas a fazer tudo que o grande vampiro mal mandar? “Saudações, é uma honra. Eu sou Rachel”, diz a menina na minha esquerda com um tom dramático, e de forma muito reverencial. “E a minha acompanhante é, Charity”. “Oláa, Sunny”, diz Charity, com uma surpreendente voz sibilante de menina. Uau. Eu não esperava que esse tom saísse de sua boca com lábios cor de sangue. “Nós já ouvimos muito sobre você”. Elas ouviram? Elas já ouviram falar de mim? Isso significa que Magnus fala de mim. Inclusive fala de mim para as suas amigas. O que é interessante, claro, mas certamente não é uma razão para que o meu coração comece a bater como um louco. Tentando recuperar o controle do meu corpo, que mais uma vez me traí, eu estudo as meninas mais de perto. Ambas têm um longo e impossivelmente cabelo preto liso, olhos azuis suaves, e pele de boneca de porcelana. Hmm... Eu pergunto-me... “Essas garotas são...?” eu trilho por fora, não tendo muita certeza da terminologia do PC. Será que um vampiro seria considerado mortalmente desafiado? “Vocês são...?” “Vampiros?” Rachel finaliza. Meu rosto esquenta. “Uh, sim”. Ok, acho que eles são legais com a palavra V aqui. “Não”, Rachel diz, balançando a cabeça. “Ao contrário de você, estamos lamentavelmente presas a mortalidade”. “Nós queremos, no entanto”, Charity diz, no mesmo momento. “Isso seria totalmente incrível se fossêmos”. “Realmente”, sua amiga concorda, solenemente. “Se fôssemos uma criatura da noite, como minha querida amiga coloca tão eloqüentemente, seria totalmente incrível”. O-kay, então elas não são vampiras. Mas sabem sobre vampiros. Elas são como aspirantes a vampiro. Talvez elas façam parte do programa de treinamento que a Rayne fazia? “Atualmente, nós somos Garotas Doadoras”, Charity me informa. “Doa...?”, franzo minhas sobrancelhas. Então sinto como se um caminhão de dez toneladas batesse em mim. “Vocês são as doadoras de sangue de Magnus?”

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Uau. Magnus havia me dito que os vampiros contratavam seres humanos dispostos a fornecer o seu sangue, mas eu não pensei no fato de que esses doadores de sangue eram jovens mulheres atraentes. O jantar para o Garoto Mag deve ser um verdadeiro tratamento gourmet. “Sim”. Rachel acena com entusiasmo. “Nós estamos comprometidas a servir o Senhor Magnus”, diz ela, carregando no sorriso para o vampiro em questão, parecendo mais orgulhosa do que um pavão. “Oferecemos o nosso sacrifício de sangue para que ele possa sustentar a sua vida imortal”. Reviro os olhos. Como uma rainha do drama. “Então o que você está dizendo é que você, voluntariamente, deixa ele chupar o seu sangue?” Por que diabos você se inscreveria para uma coisa dessas?”Estou tentando não ser crítica aqui, mais seriamente! “Você está brincando?” Rachel franze o cenho, sua expressão me dizendo que eu fiz a pergunta mais estúpida que a humanidade já conheceu. “É uma honra proporcionar sustento para um ser tão poderoso”, explica ela. “Ao fazer isso, nós também estamos participando indiretamente da vida imortal”. “Além disso, o pagamento é ótimo!” Charity interfere. Rachel lhe atira um olhar malvado, como se fosse rude apresentar o aspecto mais mercenário do acordo. Mas Charity a ignora. “Quero dizer, para uma mãe jovem como eu, não há melhor maneira para ganhar alguns dólares extras. Definitivamente é melhor do que viver como garçonete. Agora eu posso cuidar do meu bebê, alugar um apartamento incrível, e ter dinheiro suficiente para ir para a faculdade. Tudo isso sem vale-refeição. Se trata de ganhar e ganhar, sabe? O Maggy aqui consegue seu alimento sangrento”, diz ela, franzindo as sobrancelhas para Magnus. “e eu e meu bebê ganhamos uma gorda e grande conta bancária”. Ok, então. Aqui você tem. Quero dizer, o que eu posso dizer para responder corretamente a esse discurso? “Bem, hum, estou feliz que tudo esteja dando certo para você”, eu respondo. “Não seria a minha primeira escolha de carreira, mas, ei, não é astrofísica e muita gente faz isso para ganhar a vida e fazer um bem real”. “Garotas, vocês poderiam pegar uma bebida para a Sunny?” Magnus diz, falando pela primeira vez. “Ela deve estar com muita sede”. Sem sequer uma pausa para perguntar por que eu não posso me levantar e pegar minha própria maldita bebida, ou por que ambas tem que ir, as Garotas Doadoras levantam-se e dirigem-se para o bar. “Elas são, hmm, bonitinhas”, eu observo, assistindo-as cruzar a sala. Charity está rindo sobre alguma coisa e Rachel está revirando os olhos para ela. Magnus dá de ombros. “Elas são o jantar”, diz ele, simplesmente. Como se ele estivesse falando sobre uma costeleta de porco ou algo assim. “Elas também são humanas”, protesto, sem saber por que eu sinto uma necessidade de defendê-las. Afinal, certamente elas não são vítimas indispostas. Se são estúpidas o suficiente para pensarem que os vampiro degustam seu sangue como se fosse um vinho tinto legal, então quem sou eu para dizer que elas estão sendo exploradas e utilizadas? “Quero dizer, eu sabia que você tinha seus doadores, mas é completamente estranho conhecê-las pessoalmente”. “Eu posso imaginar”, diz Magnus, girando o copo de vinho em suas mãos. “Eu debati sobre trazê-las comigo. Eu geralmente não janto fora”. Jantar fora. Um forte har har. “Isso supostamente foi uma tentativa lamentável de piada de vampiro?” Ele sorri. “Eu tentei, sim”. Ele toma um gole de vinho. “Eu geralmente vou a suas casas no início da noite, e depois continuo com a minha noite”. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Ah. Eu chamo de motim sangrento”. Veja, eu posso fazer piadas sobre vampiros também. “Então não é permitido uma confraternização com o jantar?” “Não é contra as regras”, diz Magnus, com um encolher de ombros. “Estamos autorizados a nos associar com nossos doadores se quisermos. Na verdade, eu ouvi falar de muitos doadores de vampiros que desenvolveram relacionamentos durante anos. Mas os meus doadores particulares são, como eu posso dizer isso?”, pergunta ele, olhando para as meninas rindo. “Um pouco opressoras às vezes”. “Vejo”. Bem, acho que isso significa que ele não está atraído por elas. Que alívio... ou não. Na verdade, não. De fato, para que conste, eu acho que seria totalmente bom que ele fosse atraído por elas. Se ele tivesse um relacionamento com elas, também. Por que, afinal, eu não me importaria se ele estivesse namorando. Não, realmente. “Então, por que você as trouxe aqui essa noite?” pergunto. Ele sorri. “Para você. Eu pensei que você gostaria de algo para comer”. “Há, há. Muito engraçado”. “Eu não estou fazendo uma piada dessa vez”. Faço uma careta. “Ew! Eu não bebo sangue”. Então eu ruborizo, quando me lembro do acidente com a carne crua nesta manhã. Eu realmente espero que ele não consiga ler a minha mente, por que isso seria algo embaraçoso. “Você tem que beber sangue. Você é um vampiro”. “Não. Eu não tenho e eu não vou. Eu vou pedir um hambúrguer se eu ficar com fome”. “Um hambúrguer não é...” “Um enorme hambúrguer com muito sangue”. Magnus balança a cabeça. “Um hambúrguer são calorias vazias”, diz ele. “Você precisa se alimentar com sangue humano”. “Eu não vou beber sangue humano. Fim da história”. “Você deve apenas tentar. Provavelmente você vai gostar”. “Eu não vou gostar. Eu sei que não vou”. “Você provavelmente pensou que não gostaria de couve de bruxelas na primeira vez que você teve que provar”, ele argumenta. “Eu ainda não gosto de couve de bruxelas, sem dúvidas. E eu certamente nunca, nunca, em um milhão de anos vou gostar do sangue humano”. Antes que Magnus pudesse responder com algum outro motivo idiota, para que eu deva participar deste comportamento canibal, as Garotas Doadoras retornam, carregando uma taça de vinho tinto. Salva pelas Góticas.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Aqui está o seu”, diz Charity, empurrando a bebida para mim. “Seu merlot”. Eu dou uma fungada. Tem um cheiro delicioso. Não que eu seja alguma bêbada, mas esta marca em particular tem um caloroso e picante cheiro. Eu não deveria estar bebendo vinho. Especialmente em uma noite de escola. Mamãe iria absolutamente me matar se descobrisse. Mas, novamente, eu já estou morta, não é? (Veja, eu sou boa com essa coisa de humor vampiro!) Tomo um gole. Mmmm. Espesso e forte, esta deve ser uma safra muito boa. Eu tomo mais um gole. Isto é muito bom. Realmente satisfatório. Aquece meu estômago quase de imediato, lavando para fora todo o estresse e frustrações do dia. Em meu terceiro gole, olho ao redor da sala. Engraçado, eu teria imaginado que este café totalmente improvisado só servisse material barato. Como blush em uma caixa ou algo assim. Hm, na verdade, agora que eu estou pensando nisso, por que é que um café serviria vinho, afinal? Será que eles ainda têm uma licença de bebidas alcoólicas? Então eu percebo. Oh. Meu. Deus. Eu cuspo a minha boca cheia do “vinho” de volta para o vidro, meu estômago exigente em desgosto. Eu sinto como se fosse ficar doente. Olho para Magnus, que está sorrindo presunçosamente do outro lado da mesa. É preciso cada grama da minha força de vontade para eu não bater nele. “Você me enganou!”, eu grito. “Isso é sangue, não vinho, não é?” “Eu sabia que você ia gostar”, diz ele, simplesmente. “Você me disse que era um merlot”, eu acuso Charity. Ela sorri. “O Senhor Magnus pediu para que eu chamasse assim. Soava mais... civilizado”, diz ela com uma risadinha. “E, como estamos em público, você não pode falar que está bebendo a palavra com S, por que as pessoas te segurariam e te jogariam para fora”. Eu me sinto jogada para fora neste momento. Eu não posso acreditar que eu acabo de beber o sangue de uma garota gótica. E eu não posso acreditar que gostei. Eu não posso acreditar que eu estou olhando para o vidro, querendo tomar outro gole. “Ugh. O que está acontecendo comigo?”, eu lamento. “Olha, Sunny”, diz Magnus, inclinando-se sobre a mesa e encontrando meus olhos com sua própria profundidade, sem alma. “Você vai achar as coisas mais fáceis se você abraçar seu interior vampiro”. “Mas eu não quero ser um vampiro!” Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ele suspira. “Você já deixou isso muitíssimo claro, acredite em mim. Entretanto, até conseguirmos parar a sua transformação, você deve ter em conta que está se transformando em um vampiro. Portanto, você deve fazer as coisas que os vampiros fazem. E se você não beber sangue, você irá simplesmente definhar e morrer antes que você tenha a oportunidade de mudar novamente”. Okay, eu acho que ele tem um ponto. Eu olho em torno do café, certificando-me de que ninguém está observando, então tento tomar um gole de sangue do meu copo de vinho. Logo, estou bebendo com um abandono selvagem. Rude, eu sei. Mas eu não consigo evitar. Isto tem um gosto tão delicioso. “Muito bom”, diz Magnus, como se elogiasse uma criança de um ano de idade que está comendo seus primeiros Cheerios45. “Sim, sim”, eu balbucio, entre goles. “Tudo o que tenho que fazer”. Eu não consigo admitir como é delicioso esta bebida e como eu estou morrendo por um segundo copo. “Obrigado, senhoritas”, Magnus diz, virando para as Garotas Doadoras. Ele tira uma carteira de seu bolso de trás e coloca nas mãos de cada uma um maço de dinheiro. Acho que é o pagamento por dar sangue para o vampiro. “Vocês podem ir”. Elas pegam o dinheiro e sorriem mais uma vez enquanto dão um beijo em cada bochecha de Magnus. “Obrigado, Maggy”, diz Charity. “Você é o melhor”. “Eu te vejo amanhã à noite”, Rachel acrescenta. “Até a próxima vez, meu divino imortal”. Oh, por favor. Esta garota faz Rayne parecer normal. Sem mais delongas, as garotas dizem adeus para mim e saem do café. Magnus as vê sair, então se vira para mim. “Como eu estava dizendo...” “...um pouco opressora”, eu termino, balançando a cabeça. “Eu entendo totalmente seu ponto de vista”. “Então”, Magnus diz, limpando a garganta. “Eu fiz algumas pesquisas”. Eu me inclino para frente em minha cadeira, animada. “E?” Ele faz uma pausa. “Você quer primeiro a notícia boa ou a notícia ruim?” Por que as pessoas sempre perguntam isso? É só para prolongar o suspense, você não acha? E realmente, que diferença faz o que ele diga primeiro? “A boa notícia, eu acho”. Afinal, se eu sei as boas notícias, então eu vou estar com um ânimo melhor para enfrentar a má notícia. “A boa notícia é, que de acordo com textos antigos que eu pesquisei, existe um caminho para que o processo de transformação em vampiro seja revertido. Existe uma maneira para que você possa voltar a ser humana”. “Woow”. Eu grito, levantando o punho no ar em triunfo. É uma boa notícia! “Eu sabia que existia uma maneira!”

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[N/T: Marca de sucrilhos.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Entusiasmada, eu não consigo resistir ao desejo de me apoiar na mesa e surpreender o vampiro com um beijo em sua bochecha. “Você é incrível, Magnus! Muito obrigada! Eu sabia que você ia conseguir fazer isso”. Ele afasta a minha tentativa de abraçá-lo. “Eu não disse as más notícias ainda”, ele lembra para mim. “Então, diga. Nenhum tipo de notícia ruim pode destruir o meu dia agora”. “Segundo a minha pesquisa, a única maneira de transformá-la de volta em uma humana é purificar o seu sangue. E a única substância que eu saiba que pode fazer isso é uma gota de sangue do Santo Graal”. O Santo Graal? Droga santa!

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Capítulo 14 O maldito Santo Graal?! Eu paro de celebrar, as minhas mãos presas na imagem permanente da área de dança, e olho fixamente para Magnus. “O Santo Graal?” Repito, percebendo que a minha voz se elevou em um silvo estridente. “O MALDITO SANTO GRAAL?” Magnus baixa sua cabeça, assentindo. “Eu disse que era uma má notícia”. “Como diabos você acha que vamos conseguir uma gota de sangue do Santo Graal? O Santo Graal pelo menos existe? Eu pensei que o Santo Graal fosse algo criado pela igreja... ou Steven Spielberg”. Eu bato minha cabeça contra a mesa. “Estou condenada. Condenada, condenada, condenada. Condenada a andar pela terra como uma criatura da noite para sempre. Condenada a beber sangue de doadoras excêntricas por toda a eternidade”. “Cale-se, Sunny” Magnus ordena, soando um pouco irritado com a minha exibição super dramática. “O Santo Graal existe. Eu vi com meus próprios olhos”. Olho para ele, mais uma vez esperançosa. “Você viu?” “Certamente”. “Então você sabe onde ele está?” Magnus faz uma pausa. “Er, não exatamente”. Eu sabia! Sabia que ele ia dizer isso. “CONDENADA! ESTOU CONDENADA!” Eu grito, começando a bater de novo na minha cabeça. “Você poderia manter a sua voz baixa?” Magnus sibila. “Você está perturbando os outros”. Levanto a cabeça e olho ao redor. Realmente é verdade, consegui que o Club Fang inteiro me desse um olhar malvado. “Você sabe, nem todos vêem a perspectiva de se tornar um vampiro como uma condenação”. Repreende um homem de capa negra, e um adolescente loiro-esbranquiçado que parece alarmantemente com o Spike da série Buffy. “Na verdade, alguns de nós realmente gostamos”. Ah, cara. “Hum, desculpe?” Atrevo-me, decidindo parecer humilde, uma rota ignorante. Afinal, se no sábado à noite eu serei uma bebedora de sangue para toda a eternidade, eu não quero começar com o pé errado. “Eu não pretendia ofender. Tenho certeza que é uma maneira muito agradável de passar a eternidade e tudo mais. Somente é que, bem, não é realmente a minha xícara de chá, você entende”. “Tanto faz”, responde o rapaz que parece o Spike, voltando-se para seus companheiros. “Deus, eu odeio vampiros inexperientes”, ele acrescenta, sob sua respiração. “Então, DE QUALQUER MANEIRA”, Magnus interrompe em voz alta, antes que eu possa dar o dedo para “Spike”, “Eu ainda não tinha terminado o que estava dizendo antes que você explodisse em um luto prematuro”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Oh. Desculpe”. Eu murmuro. “Vá em frente”. “Como eu estava dizendo, o Santo Graal não é um mito. É um objeto real de poder. O cálice foi usado por Cristo durante a Última Ceia, em seguida, recuperada por José de Arimatéia, que encheu o cálice com o sangue de Jesus quando ele morreu na cruz”. Encher um cálice de vinho com o sangue dos mortos. Legal; um cara normal esse José de Arimatéia. Então, novamente, depois de beber um gole da taça de Chateau de Rachel et Charity, percebo que eu realmente não posso falar. “O Santo Graal ficou escondido em Israel por muitos anos, até que os cavaleiros ingleses vieram durante as cruzadas. Eles a roubaram e trouxeram de volta para a Inglaterra”. Eu tamborilo os dedos na mesa, impaciente para que Mag chegue ao ponto. Honestamente, eu não acho que preciso conhecer toda a história do mundo aqui. “Fascinante. Realmente”, Eu digo, quando o vampiro faz uma pausa para respirar. “Agora você pode apenas me dizer como fazemos para recuperar essa coisa?” Ele me ignora, é claro, e continua com o lengalenga. Ele seria um grande professor de história. Ele é quase tão chato quanto a Sra. Dawson. “De alguma maneira a relíquia antiga caiu nas mãos da Dama do Lago, Nimue, que viveu na ilha de Avalon. E é aí que se acredita que ela está até hoje em dia. Enterrado muito abaixo do solo em uma caverna secreta sob a colina de Tor”. Agora estamos chegando a algum lugar. “Então Avalon é realmente um lugar real? Será que ainda existe? Será que podemos ir até lá e recuperar o Graal?” Eu sei que estou fazendo as perguntas mais rápido do que Magnus pode respondê-las, mas eu estou muito desesperada para evitar. “Sim, não, talvez”, responde Magnus, com total naturalidade. “Nessa ordem”. “Hum...” “Sim, era um lugar real”, esclarece. “Mais as sarcedotisas do passado já se foram há muito tempo. Agora nem sequer tecnicamente é mais uma ilha. Ao longo dos anos as águas se tornaram zonas pantanosas e os pântanos desde então secaram. O que costumava ser uma ilha agora está ligado ao continente da Inglaterra”. “Entendo”. “Nos dias de hoje, Avalon se encontrar num lugar chamado Glastonbury. Uma vila pequena e tranqüila no sudoeste da Inglaterra”. “Você acha que o Graal está lá em algum lugar?” “Talvez”. Magnus acaricia seu queixo, pensativo. Eu adoro esse perigoso rastro da sua barba por fazer no seu rosto juvenil. Eu gostaria de saber se os vampiros têm de fazer a barba. “Eu ouvi rumores de uma ordem druida antiga que ainda mora na vila. Eles guardam seus segredos intimamente, mas talvez com a persuasão certa, eles possam partilhar a sua sabedoria”. “Então, isso é bom, não é?”, pergunto esperançosamente. “Eu não vou mentir para você, Sunny. É definitivamente algo com poucas chances de êxito”. “Poucas chances de êxito, mas não impossível”. Estou determinada a ser uma Garota Otimista46 aqui. 46

[N/T: No original é: Glass-Half-Full. Que é uma expressão usada para designar uma pessoa muito otimista.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Correto”. “Então”, eu digo, querendo fazer um resumo de tudo. “Tudo o que tenho que fazer é voar para a Inglaterra, ir para Glastonbury, encontrar os membros de uma antiga ordem druida escondidos, e persuadi-los para me levar até o Santo Graal, onde eu devo ser capaz de beber uma gota de sangue purificadora que irá parar a minha transformação em um vampiro”. “Tudo antes do sábado à meia-noite”, acrescenta Magnus, olhando para o relógio. Eu suspiro. As coisas não parecem muito otimistas de repente. Eu poderia ter que mudar o meu nome para Garota Pessimista47 a partir de agora. Na verdade, poderia ser Garota-Drenada-Seca48, neste caso. Primeiramente, como diabos eu vou chegar na Inglaterra? Eu não posso exatamente sugerir uma viagem de improviso para a minha mãe. Ela terá todas as ridículas objeções – seu trabalho, minha escola, sem ninguém para cuidar do nosso gato, Missy, etc, etc. Para não mencionar o fato que os velhos hippies têm essa crença ultrapassada que os aviões são monstruosidades beberronas de gás que causam estragos no ambiente e que não deveriam ser permitido voar, exceto em emergências, como o funeral da vovó, quando não tinha tempo para chegar no híbrido Toyota Prius. Não, as minhas chances de ir para a velha e feliz Inglaterra antes de sábado à meia-noite são quase nulas. “Acho que você pode começar a me chamar de Vampira Sunny”, digo, com um suspiro desolado. Tomo outro gole do vinho de sangue. Eu poderia muito bem começar a desenvolver um gosto por essas coisas. “Espera aí”, diz Magnus. “Você não vai desistir tão facilmente, vai?” Eu olho para cima de meu copo. “Eu não estou vivendo em um mundo de fantasia, Mag. Não estou sustentando falsas esperanças. Não há absolutamente nenhuma maneira possível que eu possa ir para Glastonbury antes de sábado à noite. Estou apenas sendo realista”. Magnus pega sua própria taça e a balança criando redemoinhos do líquido, olhando-o por um momento. Então ele olha para mim. “Vou te levar”, diz ele, após uma longa pausa. Eu olho para ele, tentando ignorar o azul safira de seus olhos. “O quê?”, pergunto, embora eu tenha ouvido perfeitamente. É por que simplesmente eu não posso acreditar no que ele disse. “Para a Inglaterra. Para Glastonbury. Para Avalon. Para encontrar o Graal”. “Você vai... você vai me levar?” Repito, sabendo que eu não estou falando como a pessoa mais inteligente do mundo. Mas ainda... Magnus dá de ombros. “Claro. A convenção tem alguns jatos particulares. Eu posso pedir um amanhã de noite e podemos guiar”. Ele coloca seu copo sobre a mesa. “Eu honestamente não sei se podemos encontrar o Graal enquanto estamos lá, mas nós podemos pelo menos tentar, certo?” Eu aceno lentamente, encantada com a sua proposta. Quer dizer, com certeza ele tem coisas melhores para fazer do que passar a semana em uma tentativa absurda e em vão de perseguir o Santo Graal. E, no entanto, ele está perfeitamente disposto a anular seus planos para me ajudar. “Isso é tão... agradável da sua parte”, digo.

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[N/T: Aqui a autora usa a expressão Glass-Half-Empty. Que significa uma pessoa pessimista.] [N/T: Do original: Glass-Drained-Dry. Eu acho que a autora fez uma brincadeira aqui, criando uma expressão. Como não achei nenhum significado, fiz uma tradução literal.] 48

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ele chega mais perto e pega a minha mão na sua. Gah! Seu toque envia arrepios pelo meu braço, pelo meu corpo, e descendo pelos meus pés, como uma espécie de louca corrente elétrica. Resisto à urgência de me contrair. “Sunny”, ele diz, traçando a palma da minha mão com um dedo. Ok, ele precisa parar de fazer isso. Agora. “Eu espero que você saiba que eu me sinto terrível por todas essas coisas sangrentas que eu te fiz passar. Se houver alguma maneira de fazer algo por você, reverter o curso do que já está acontecendo, eu quero fazer isso”. Sinto meu interior se derretendo, como um picolé de limão no sol. “O-obrigado”, eu murmuro. “Eu realmente... aprecio isso”. Eu soei totalmente fraca, mas o que mais posso dizer? Ele captura meus olhos do outro lado da mesa. Eu quero afastar meu olhar, mas por algum motivo, encontrome totalmente hipnotizada. Ele realmente tem olhos incríveis. Eu me pergunto se ele nasceu com eles ou se é algo que se consegue como um beneficio por se tornar um vampiro. Supus que seria um prêmio de consolação muito bom. Perder sua alma e ganhar cativantes e irresistíveis olhos. Sim, isso seria legal, na verdade. Talvez você também perca peso e pareça como uma modelo. Sangue tem pouco carboidrato, certo? Rico em proteínas, rico em ferro... Nós ainda estamos olhando um para o outro. Isso esta ficando um pouco estranho. Eu deveria dizer algo. Desviar o olhar. Deveria deixar de pensar o que aconteceria se ele se aproximasse mais da mesa, segurasse meu queixo em suas mãos, e me beijasse até que eu ficasse sem sentido. Por que a coisa assustadora é que eu acho que eu poderia deixá-lo. Na verdade, eu acho que poderia beijá-lo de volta. E isso seria muito, muito, muito errado. “Magnus!”, grita uma voz soando torturada. “Aí está você”. Magnus se vira na direção da voz, eliminando qualquer possibilidade de beijo. Ufa. Que alívio. Afinal, eu não quero começar qualquer tipo de relacionamento – físico ou de outra forma – com uma criatura da noite, especialmente, não com Mag. Embora eu admita, que ele é muito mais agradável e nobre do que eu achava na primeira vez que lhe vi. E ele tem boa aparência... Balanço a cabeça para me livrar dos pensamentos malucos e centrar a minha atenção no cara que está se aproximando da mesa. “Jareth”, Magnus cumprimenta o nosso visitante, silencioso. Ele também está desapontado por que o nosso potencial beijo foi rudemente interrompido? Nah, estou imaginando coisas. “Como você está essa noite?” “Como eu estou?” Jareth pergunta com muita incredulidade. Ele é alto e de boa aparência como um Jude Law, um cara britânico de certa forma. Parece ter dezoito anos, mas provavelmente deve ter uns oitocentos. “Como eu estou?”, ele repete. Puxa uma cadeira e se senta. “O poderoso líder da nossa convenção foi tragicamente morto e você pergunta como eu estou?” “Estamos todos completamente devastados pela perda do mestre”, Magnus concorda, cautelosamente. “Você está? Todos vocês estão?” Jareth exige, examinando a sala com os olhos verdes fosforescentes misteriosos. Veja, eu realmente estou pensando na mesma coisa do olho que vêm com a transformação em vampiro. Quem tem olhos tão legais na vida real? (Bem, além daquela garota loira da terceira temporada do America's Next Top Model – não que eu já tenha assistido esse programa estúpido. Sério.) “Para um povo de luto, vocês parecem estar tendo um bom momento sangrento”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ele tem um ponto. Ninguém aqui no Club Fang parece particularmente triste sobre o fato de que seu líder destemido foi efetivamente transformado em pó menos de vinte e quatros horas atrás. Claro, eles estão todos vestidos de preto, mas eu sinto que é mais uma moda de todos os dias, do que qualquer coisa a ver com pagar seus respeitos para Lucifent. “Estamos todos aflitos em nossa própria maneira, tenho certeza”. Magnus responde, eventualmente. “Alguns de forma mais aberta do que outros”. “Bah! Eu não os deixaria mostrar esse desrespeito para mim”, Jareth zomba. “Mas, eu suponho que você tenha seu próprio estilo de governar. Falando nisso, quando você planeja assumir o comando oficialmente da convenção?” O que é...? Viro a minha cabeça para olhar para Magnus. O que esse cara está falando? Assumir o comando da convenção? Magnus? Magnus dá de ombros. “Eu tenho alguns negócios importantes para atender no exterior”, ele explica. “Quando eu voltar para os Estados Unidos, assumirei o meu reinado”. Minha nossa! Ele está dizendo o que eu acho que ele está dizendo? Magnus está assumindo o trono de Lucifent como rei dos vampiros? Eu não tinha idéia de que o cara estava tão alto na cadeia alimentar. Pensei que ele fosse apenas um vampiro comum, mas não! Ele é da realeza. Quão legal é isso? Hum, pergunto-me. Será que isso significa que se eu terminar de me transformar em um vampiro para sempre eu chegarei a ser rainha dos vampiros? Por que isso seria muito legal. Especialmente se houver uma tiara envolvida. Eu sempre tive uma coisa por tiaras... “Não fique fora por muito tempo”, Jareth aconselhou, severamente. Seus brilhantes olhos esmeraldas realmente são um pouco desconcertantes. “Há outros que querem tirar vantagem da sua ausência para legitimar seus próprios direitos ao trono”. “Estou ciente de suas ambições”, diz Magnus, suavemente. “E eu prometo a você, que irei levá-las muito à sério”. “Muito bem, então”, diz Jareth, evidentemente satisfeito com a resposta de Mag. “Quando você for, nós iremos publicamente apresentar o nosso apoio à você. Isto não irá pará-los, mas talvez atrase o seu ímpeto”. “Agradeço-lhe por isso, irmão”. Magnus se levanta para puxar o outro vampiro em um abraço. Midhug49, ele sussurra algo em seu ouvido que pela minha vida eu não consigo entender. Não que eu estivesse tentando espionar eles ou qualquer coisa. Eu estava apenas curiosa. E, ei, se eu vou ficar presa como uma rainha, eu acho que tenho direito de saber todas essas coisas. “Você vai ser um bom líder da convenção”, diz Jareth, antes de sair do abraço. Ele se levanta da cadeira e despede-se de Magnus. “Eu tenho muito a fazer, então eu me despeço. Boa sorte com a sua aventura no estrangeiro e espero poder conversar com você sobre vários assuntos quando voltar”. “Esperarei com impaciência”, Magnus diz, diplomaticamente, espelhando a despedida do vampiro e inclinando a cabeça. Uma vez que Jareth foi embora, viro-me para Magnus, pronta para começar as 411 perguntas sobre a coisa toda de rei. “Então que negócio é esse?”, pergunto ansiosamente. “Você é como o rei dos vampiros agora? Como é que você não me disse nada? Quer dizer, você poderia ter contado durante a nossa conversa”. 49

[N/T: Desculpe, meninas, mas não achei uma tradução para essa palavra. E no e-book em espanhol está a mesma coisa. Se alguém souber a tradução por favor avise e eu irei ajeitar no e-book que estou organziando.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Magnus dá de ombros. “Eu pensei que a política de vampiros não interessasse para você”. “Política de vampiros, não. Meu companheiro de sangue ser rei da convenção, um inferno que sim”. Magnus levanta uma sobrancelha. “Seu companheiro de sangue?” Eu posso sentir meu rosto esquentando com um forte rubor. Por que acabo de chamá-lo dessa maneira? Eu não queria. Apenas escapou. “Hum, sim. Bem, companheiro de sangue temporário, de qualquer forma, certo? Até que encontremos o Graal e tudo”. “Ah”. Magnus concorda. Se eu não o conhecesse melhor, eu diria que ele estava parecendo desapontado. O que é totalmente estranho, já que eu sei que ele não me quer como sua companheira de sangue mais do que eu quero ele como o meu. “É claro”. “Então que negócio é esse?”, eu pergunto, voltando ao assunto em questão. “Você é o rei ou o quê?” “Tecnicamente, sim. Eu sou o próximo na linha de sucessão de líder da nossa convenção”, diz Magnus. “Fui o primeiro novato de Lucifent e, portanto, sua linhagem mais direta de sangue. Pela lei dos vampiros, isso me faz líder”. “Uau. Quão legal é isso?” Eu grito. “Rei dos Vampiros. Isso tem que ser uma grande coisa. Você deve estar muito empolgado”. Magnus balança a cabeça. “Não especialmente, não”, diz ele. “A posição carrega um monte de responsabilidades e muito perigo. Há aqueles, tanto no mundo exterior e mesmo na nossa própria convenção, que procuram destruir o líder para incrementar a sua própria agenda política”. “Sim, ouvi Jareth dizer isso. Então, teremos caras de fora atrás de você? Como caras vampiros, e não apenas Caçadores?” Hmm, talvez ser rei dos vampiros, não seja uma grande coisa, afinal. “Sim, haverá „caras de fora atrás de mim‟ como você tão eloqüentemente colocou”, diz Magnus, com um sorriso triste. “Mas eu não estou preocupado. Com os homens de Jareth ao meu lado estarei bem protegido”. “Eles são como guarda-costas?” “Soldados. Jareth é líder do nosso exército real”. “Ah, eu vejo”. Uau. Essa coisa de vampiros é super-organizada. É assim todas as sociedades clandestinas, com reis, soldados e caras maus que não são nada bons... Magnus levanta de sua cadeira. “Já perdemos muito tempo. Devo fazer os preparativos para a nossa viagem para a Inglaterra amanhã”. “Certo”, eu concordo, levantando e agarrando a minha bolsa no chão. Olho para o meu relógio. “Eu preciso ir de qualquer maneira ou vou perder o toque de recolher. Não posso exatamente pegar um jato para a Inglaterra, se estiver de castigo”. Saímos do Club Fang para a noite. Eu me lembro a última vez que andamos pelo estacionamento, apenas algumas noites atrás. Na época, a única coisa que eu pensava era em ficar ali com um cara sexy. Há! Se eu somente soubesse o que estava para acontecer, eu teria acabado aos gritos na noite. Pelo menos eu acho que eu teria. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Então se você realmente tem que assumir o trono e tudo, e tratar com os caras maus, vampiros sedentos de poder que adorariam usurpar o seu poder e se tornar rei, você honestamente tem tempo para ir até a Inglaterra para me ajudar a encontrar o Santo Graal?”. Eu pergunto, voltando-me para olhar para Magnus. Sua já pálida pele parece brilhante sob o luar. Eu não sei como um vampiro pode ser tão delicioso. Isso é tão injusto. “Não me interprete mal”, acrescento. “Estou empolgada por ter a sua ajuda, já que não há nenhuma maneira em que eu possa fazer isso sozinha. Eu estou apenas tentando ser uma Garota Altruísta e tudo mais. Parece que você já tem um monte de coisa sobre o seu prato”. Magnus sorri – aquele gentil e reconfortante sorriso que ele usa apenas ocasionalmente, mas cada vez que usa me derrete mais um pouco. Eu não posso acreditar que eu pensava que ele era um idiota quando o conheci. “Você é minha companheira de sangue”, diz ele simplesmente, encontrando a minha mão e apertando com a sua. “Eu morreria por você”. Gah. Um pequeno aviso antes de me tocar seria agradável. Principalmente para que eu possa resistir ao desejo incontrolável de me transformar em uma pilha de Jell-O, muitíssimo obrigada. “Você... morreria... por mim?” Eu tento não sufocar. Eu tenho que aliviar um pouco o humor aqui. “Tecnicamente você já não está morto?” Ele ri baixinho, puxa a minha mão, e eu acabo de frente para ele. Nós estamos muito perto agora. Acabamos de ultrapassar a regra dos três metros. Eu posso sentir sua respiração no meu rosto. Suas mãos se movendo para a minha cintura. Eu falo com uma respiração rouca, tentando manter alguma aparência de controle. “Urn”, eu digo, repentinamente não mais articulada. Meu coração está batendo fora de controle e eu sinto que vou desmaiar. Como pode uma cara ter tanto sex appeal? Então eu me lembro. O Perfume Vampiro. Eu não estou realmente atraída por ele, em absoluto. É apenas aqueles feromônios dele que faz com que a minha essência flua. Há! Saio de perto dele. “Existe uma maneira que você possa desligar essa coisa de Perfume Vampiro?” Eu pergunto. “Por que essa coisa está me lançando fora do meu jogo aqui”. Ele ri e me puxa para mais perto, nossos corpos estão agora um contra o outro, minhas curvas moldam-se ao seu rígido e plano estômago musculoso. Ele parece tão bem que eu mal consigo ficar em pé. “Como minha companheira de sangue você é imune ao meu Perfume Vampiro”, ele sussurra em meu ouvido, fazendo cócegas em meu lóbulo com seu fôlego. “Qualquer atração que você sinta é toda sua”. Vê? Eu realmente estou condenada. “Eh, por favor. Você está entendo mal. Eu não, er, sinto atração por você”, consigo dizer, relutantemente puxando-me de seu abraço. “Quero dizer... um...” Ele liberta-me com um sorriso. “Certo. Nenhuma atração. Bom saber”. Não parece que ele acredita em mim nem por um segundo. O que é compreensível, já que eu não acredito em mim mesma. “Eu, hum, tenho que ir”, digo, afastando-me alguns passos. Na verdade, eu preciso abandonar esse lugar tão rápido quanto for possível – antes que eu me atire sobre ele e sucumba as paixões da noite. (Wow, soei como um romance ou o quê?) “Não quero chatear a minha mãe e ser castigada por perder o toque de recolher na terceira noite seguida”. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Magnus concorda. “Claro. Eu entendo”. Olho para ver se ele parece decepcionado, mas ele está mantendo uma completa cara de pôquer50. “É provavelmente o melhor. Tenho muito o que fazer”. “Ótimo. Okay”. Então por que eu sinto esse profundo sentimento de decepção de repente? O que eu queria que ele fizesse, me agarrar, arrastar-me de volta para a sua casa e ter seu mau caminho comigo, contra minha vontade? Ele é um cavalheiro. Um cavaleiro da armadura brilhante aposentado, treinado no código da cavalaria. Não um troglodita bárbaro sem respeito pelas mulheres. “Então, quando é que vamos para a Inglaterra?”, pergunto, voltando a caminhar em direção ao meu carro estacionado. Magnus me segue, alguns passos atrás de mim. “O mais cedo possível”, ele diz. “Eu vou tomar providências quanto ao jato particular essa noite. Estaremos amanhã no Aeroporto de Manchester às quatro horas da tarde, e partiremos de lá”. “Ok”, digo, procurando na minha bolsa pelas minhas chaves. Para desbloquear e abrir a porta da frente. “Então, até amanhã, eu acho”. “Até amanhã”, Magnus repete. Nós dois ficamos lá por um momento, como se cada um de nós estivéssemos indispostos a ser o primeiro a ir embora. Por que isso tem que ser tão estranho? Finalmente Magnus se vira para sair. “Mag?”, eu chamo por trás dele. Ele para e volta a olhar para mim. “Sim?”, pergunta ele em uma voz baixa e rouca que me deixa totalmente ligada mais uma vez. “Obrigada”. Ele acena lentamente e começa a andar novamente. Eu o ouvi murmurar algo sob a sua respiração. Algo que não consigo reconhecer muito bem. Mas algo que soa muito parecido com “Qualquer coisa por você, meu amor”. Mas estou certa que estou somente ouvindo coisas, certo?

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[N/T: Quando uma pessoa faz uma cara que não mostra absolutamente nada. Nada do que está sentindo.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Capítulo 15 Mas eu sou uma vampira, e não uma viciada! Chego em casa três minutos depois do toque de recolher. Provavelmente quebrei todos os limites de velocidade do livro para fazer isso, mas pensei que se algum policial viesse me dar uma multa, eu poderia acalmá-lo com meu Perfume Vampiro. Uma coisa tem que ser dita, com certeza este é um poder sobrenatural útil. (Exceto, é claro, quando se volta para secretárias lésbicas e professores esquisitos pervertidos. Que eu poderia passar sem). Abro a porta da frente da minha casa e dou um passo para dentro. O lugar está completamente escuro. Pergunto-me se todo mundo já está na cama. Embora eu suponha que provavelmente Rayne ainda está acordada, digitando no seu computador como de costume. O que é bom por que eu tenho que elaborar um plano com ela. Como eu não posso dizer exatamente à mamãe que eu estou saindo da cidade por alguns dias para fazer uma viagem improvisada para a Inglaterra na esperança de encontrar uma taça perdida de Cristo, que vai purificar o meu sangue e remover a mancha vampiro, minha querida irmã vai ter que me cobrir. Entro no corredor, indo nas pontas dos pés. Não preciso acordar todo mundo. Mas o meu plano Manter Silêncio é imediatamente frustrado quando eu piso acidentalmente em uma laje solta. Maldição. Uma luz se acende na cozinha, fazendo-me saltar para trás de surpresa, meu coração pulando para a minha garganta. “Sunny? É você?” Eu respiro, dando um suspiro de alívio. É apenas mamãe. Por uma fração de segundos, eu pensei que a Caçadora tivesse descoberto onde eu morava e estava fazendo um lanche à meia-noite, enquanto esperava para me transformar em pó. No entanto, é muito possível que a conversa com mamãe sobre o toque de recolher, seja ainda mais doloroso. “Sim, mamãe. Sou eu”. Olho para as escadas que levam até meu escuro e aconchegante quarto. A luz fluorescente da cozinha está me dando dor de cabeça, inclusive daqui. Mas eu sei que não há nenhuma maneira que eu consiga escapar da palestra neste momento. “Você quer Toffuti?”, ela pergunta. “Eu estou terminando de colocar em uma taça”. “Não, obrigada”, digo, relutantemente me dirigindo para a cozinha. Só minha mãe consideraria fazer sorvete de tofu. Eu prefiro Ben & Jerry‟s Chunky Monkey51 para mim e, ei, não são esses caras que trabalham para salvar o planeta, também? Eu sento na bancada de café da manhã e esfrego os olhos com os punhos. Estou tão cansada. Eu não tive uma boa noite de sono desde que esta coisa toda começou. Ao mesmo tempo, sinto-me exausta e duvido que serei capaz de dormir bem esta noite. Pelo menos até o amanhecer, e em seguida, Rayne terá que me arrastar para fora da cama. Pergunto-me se eu posso fingir estar doente e não ir para a escola... Eu realmente preciso de um bom dia de sono. “Você tem certeza que você não quer? Eu tenho xarope de alfaborra52 doce para colocar sobre”, diz mamãe, segurando o frasco. Eu me encolho. Eu não gosto dessa imitação hippie de chocolate, mesmo antes que eu me transformasse em vampiro. E eu certamente não irei desenvolver o gosto agora. 51 52

[N/T: É esse sorvete aqui: http://budgetlexicon.files.wordpress.com/2009/07/fairtrade-chunky-monkey-21.jpg] [N/T: A Alfarroba é uma opção mais saudável para quem não consegue viver sem chocolate. Fruto da alfarrobeira, árvore nativa da Costa do

Mediterrâneo, a alfarroba é uma vagem cuja polpa, quando torrada e moída, torna-se um excelente substituto ao cacau.]

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Minha mãe termina de esguichar o xarope de alfaborra no seu Toffuti e coloca o frasco e recipiente de volta na geladeira e congelador, respectivamente. Então, ela se senta na minha frente, na bancada de café da manhã, e coloca uma colher enorme na sua boca. “Mmm”, ela diz, lambendo os lábios. “Você não sabe o que está perdendo”. Eu rio. “Oh, sim, eu sei. Lembre-se que nos obrigou a comer essas coisas quando éramos crianças. Eu não gosto de sorvete natural desde a quarta série”. “Sim, e isso foi apenas por que a malvada Tia Edna corrompeu você. Um pedaço e você se tornou uma viciada em porcaria53, sem esperanças”, diz mamãe com um suspiro, tomando outra colherada. “E você nunca mais olhou para trás”. Eu sorrio. Eu sei que ela não está chateada realmente. Ela criou Rayne e eu para sermos nós mesmas. Para ter nossos próprios pensamentos, sonhos e idéias. E dietas. Ela nos ensinou o caminho, mas nunca insistiu que seguíssemos. Ela é legal com isso. “Então como foi a prova de hoje?” Mamãe pergunta, estudando-me com olhos que na superfície parecem completamente inocentes. Mas eu sei que ela está fazendo uma pergunta de peso. “Urn, tudo bem. Bem”, balbucio. Eu realmente odeio mentir. Ao contrário de Rayne, que poderia entrar nos Jogos Olímpicos da Mentira e ganhar a medalha de ouro, sem esforço. Quero dizer, eu pensei que os gêmeos deveriam ter DNA idênticos, mas de alguma maneira Rayne ficou com o gene Bom Mentiroso e eu fiquei com o Rosto Mostra Sempre Tudo. “Hum-hmm”, minha mãe diz, parecendo mais do que um pouco cética. “E sua noite hoje? Você teve uma boa noite?” “Sim, foi tudo bem”, digo, rezando para que ela não continue. Mas parece que os deuses do interrogatório não têm planos de misericórdia para mim. “Onde você esteve?” “Hm, um café em Nashua”. Serei o mais verdadeira possível, sem mencionar toda a coisa de vampiro, é claro. “Sei”. Minha mãe pressiona os lábios por um momento. “E o que você fez lá?” “Tomei café...?” Bem, dã. “E com que você foi beber café?” Contorço-me no meu assento. “Er, alguns amigos”. Por favor, não pergunte quem, por favor, não pergunte quem, por favor, não pergunte quem. “Quem?” Maldição. “Hm... com Rachel e Charity...” Que me deram uma taça do seu próprio sangue para beber. Me imagino contando a ela. Não foi tão agradável da parte delas? E então Jareth apareceu. O General dos Vampiros, 53

[N/T: No original junk food, que é aquelas comidas que não são saudáveis.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite você sabe. Foi proteger Magnus, o rei dos vampiros e meu companheiro de sangue por toda a eternidade, ao menos que eu possa ir para a Inglaterra amanhã e pegar o Santo Graal. Você não se importa se eu faltar a escola por isso, não é? Eu gostaria de saber quantos milissegundos ela levaria para discar para os homens de branco? “Rachel e Charity?”. Mamãe repete, batendo em sua têmpora com o dedo esquerdo. “Não acho que eu tenha ouvido você mencioná-las antes. Elas vão para a escola com você?” “Cara, quem está no terceiro grau, mãe?”. Replico, incapaz de deter a minha indignação por mais um momento. “Quero dizer, desde quando você se importa com quem eu saio ou o que estou fazendo?” Nossa. Esqueço toda essa coisa de mãe legal. E cada ponto de mãe legal que eu dei para ela no último ano. Acabou. Hoje à noite, ela é uma dor no traseiro como o resto das mães dos meus amigos. “Desde quando eu me importo?”, ela repete, erguendo as sobrancelhas. Uh-oh. Eu não gosto dessa coisa de sobrancelhas levantas. Nunca acaba bem. “Você quer saber desde quando? Eu acho que é desde que a sua irmã me disse que você estava estudando na biblioteca durante toda a noite. Sozinha”. Ah. Droga, eu sabia que deveria ter ligado para o celular de Rayne no caminho de casa para saber se ela tinha feito algo para que não me descobrissem. “Oh. Certo”, eu digo. Eu tenho que salvar isto ou vou ser castigada e vai ser muito mais difícil para eu ir para a Inglaterra com Magnus. “Nós estávamos estudando. Bebendo café e estudando. Realmente, esse lugar é um tipo de biblioteca-e-café. É a nova coisa “in”, na verdade. Todas as pessoas dizem que as cafeterias são as novas bibliotecas. Você toma seu café e, logo em seguida, estuda. É fantástico e...” “Sunny, você está usando drogas?” Mamãe pergunta repentinamente, à queima-roupa. Eu paro de falar imediatamente, mas eu acho que a minha boca ainda está aberta em estado de choque. “Se eu estou usando... Drogas?” Repito, incrédula. Ela tem que estar brincando, certo? “É uma pergunta simples”. Ela não está brincando. Eu posso dizer pela sua expressão oh-sou-tão-séria em seu rosto. Eu não posso acreditar! “Eu sei que é uma pergunta simples, mas por que você iria perguntar isso?” Exijo, me sentindo muito insultada nesse momento. “Parece que eu estou usando drogas?” Minha mãe dá de ombros. “Na verdade, sim, parece. Você fica fora até altas horas da noite e você mente sobre onde está. A primeira coisa que você faz pela manhã é vomitar. Seus olhos estão completamente vermelhos e suas pupilas dilatadas. Suas mãos estão tremendo e você está mais pálida do que Rayne com sua maquiagem. Então, sim, eu devo dizer, que você parece que está usando drogas”. Ok, tudo bem. Ela tem um ponto. Mais ainda... “Eu não estou”, nego, sabendo que soei hesitante. Mas como posso me defender sem contar a louca verdade, que ela de qualquer maneira nunca vai acreditar? “Sunny, você pode me dizer se você estiver”, diz mamãe, colocando a colher em seu Toffuti. “Eu sei que muitos adolescentes experimentam. Até eu me interessei muito na década de setenta. Maconha, ácido, pode Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite nomear um, eu provavelmente tentei usar. Mas se você pretende partilhar, você precisa fazer com segurança. E eu quero ter certeza que você não está fazendo nada perigoso. Eu te amo e não quero perder você”. Eu seriamente quero bater a minha cabeça contra a mesa em frustração. Não posso acreditar que a minha mãe acha que eu estou usando drogas. E eu não tenho idéia do que fazer para convencê-la do contrário. Quero dizer, tudo que ela listou é basicamente um sintoma de se transformar em um vampiro, ainda que eu não possa lhe dizer isso. “Posso garantir a você, mamãe”, digo, engolindo de volta a minha raiva. Eu sei que ela está só tentando me ajudar, mas eu estou cansada e irritada e só quero ir para cama. “Eu não estou, nem planejo a qualquer momento no futuro próximo ou distante, usar qualquer tipo de droga”. Minha mãe suspira profundamente, passando a mãe pelos longos cabelos grisalhos. Ela sempre brinca que é Rayne que causa os seus cabelos grisalhos prematuros. Esta noite, eu acho que ela está colocando a culpa em mim também. “Você sabe, eu esperava que nós tivéssemos uma relação mãe-filha, aonde você iria se sentir livre para conversar comigo sobre esse tipo de coisa”, diz ela, tristemente. “Eu sei que isso soa clichê, mas eu queria ser uma amiga sua, assim como sua mãe. Alguém com quem você gostaria de compartilhar as coisas e saber que eu não iria julgá-la por isso. Eu queria ter um tipo diferente de relacionamento com você e Rayne do que eu tive com a minha própria mãe”. “Você tem. Somos amigas”, grito, colocando a minha mão sobre o seu antebraço, sucumbindo a um ataque de culpa. “Eu conto tudo para você. Eu te amo, mamãe. Eu só, honestamente, não tenho nada dessa vez para contar. Eu simplesmente não estou usando drogas. Ponto. Fim da história”. Minha mãe balança a cabeça lentamente. Eu vejo uma lágrima escapar do canto do seu olho. Ótimo. Agora eu deixei ela totalmente aborrecida. Mas o que eu posso fazer? Eu não posso contar a verdade para ela neste momento. Não há nenhuma maneira. Mas, por manter silêncio, eu faço parecer que não confio nela. Gah, isso é tão difícil. “Sunny, eu odeio fazer isso com você”, mamãe diz, limpando sua lágrima em sua manga. “Mas eu sinto que é para o seu próprio bem”. Uh-oh. “Se você não está usando drogas, então, você está obviamente doente ou algo assim. Por que você não parece bem. Então eu quero que você permaneça aqui, até que você pareça melhor”. “Você está me castigando?” Droga. Eu não posso ficar de castigo. Tenho que ir para a Inglaterra amanhã. Como posso ir para a Inglaterra amanhã, se estou de castigo? “Não, não castigando, exatamente”. “Mas eu não posso sair”. “Correto”. “Para nenhum lugar”. “Você pode ir para a escola...” “Então como é que não é castigo?”, exijo.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ela dá de ombros. “Então acho que é. Sempre odiei esse termo. Soa tão... autoritário”. “Então, por que ser um ditador fascista?”, eu tento. “Sunny, por favor”. Minha mãe esfrega sua têmpora com seus dedos indicadores. “É tarde. Estou cansada. Você tem escola amanhã. Vá para a cama”. “Tudo bem. Tanto faz”, replico. Salto do banco onde eu estava sentada e sigo para a sala. “Que mãe legal você acabou se tornando”, murmuro sob a minha respiração, secretamente esperando que ela possa me ouvir.

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Capítulo 16 A incrível gêmea travessa. Eu marcho até as escadas, totalmente chateada, girando para a esquerda em direção do quarto de Rayne, rezando para que ela ainda esteja acordada. Se alguém sabe o que fazer em uma situação como esta, é ela. Afinal, ela é a verdadeira menina má da família McDonald. Eu estou apenas tentando alcançá-la Vejo uma fenda de luz por debaixo da porta e bato levemente. “Rayne? Você está acordada?” Eu sussurro. “Sim, claro. Entre”. Eu abro a porta e entro no quarto. Está fracamente iluminado por uma luz negra, e os recortes de morcegos e aranhas brilham com uma luz verde na parede. Ela está sentada em frente ao seu computador, com algum tipo de jogo de RPG54 na tela. Ela faz sinal para que eu entre e sente na cama com ela. “Então, como vai?”, ela pergunta ansiosamente. “Mag encontrou alguma maneira de transformá-la de volta?” “Sim, de certa forma. Ele pesquisou e disse que encontrou algo que vai purificar o meu sangue e remover toda a mancha vampiro”. “Ótimo!” “Não, não é ótimo, na verdade. Quero dizer, é ótimo que ele tenha encontrado alguma coisa, mas não tão ótimo que a coisa em questão não seja exatamente vendida no Wal-Mart”. “Ótimas coisas nunca são” Rayne balança a cabeça. “Então o que é? O olho de uma salamandra? Poeira de múmia? Um frasco de lodo do Pântano do Fedor Eterno?” “Pior. Sangue do Santo Graal”. “Ouch”. Rayne puxa os pés para cima da cama e senta de pernas cruzadas. “Como diabos você vai conseguir isso? Será que o Graal existe mesmo?” Então, eu relato tudo o que Magnus me contou sobre o Graal, o seu suposto lugar de repouso em Avalon, e nossa viagem iminente. Ela parece impressionada. “Primeiro um tour pela convenção dos vampiros, e agora férias na velha e alegre Inglaterra. Você é tão sortuda”, diz ela, quando eu acabo. “Estou totalmente enciumada”. “Por favor. Prefiro que você vá em meu lugar”, digo com um suspiro. “Não tenho nem idéia de como eu vou”. “Eu pensei que você tinha dito que Magnus tinha um avião particular. Isso é surpreendentemente legal que ele tenha um avião particular. Aposto que é todo luxuoso, com camas e tudo mais. Você sabe, se eu tivesse a oportunidade de estar com Magnus em um avião particular com camas, eu seria um membro oficial do mile-

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[N/T: O Role-playing game (RPG, traduzido como "jogo de interpretação de Personagens") é um tipo de jogo em que os jogadores assumem os papeis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente. As escolhas dos jogadores determinam a direção que o jogo irá tomar.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite high club55 antes de desembarcar. Talvez até mesmo antes de nós decolarmos”. Ela sorri malignamente quando eu bato no seu joelho. “Sim, sim”, digo, rolando os olhos. Nunca deixo de ficar espantada, como qualquer assunto que esteja em mãos, Rayne sempre consegue uma maneira de relacioná-lo com sexo. “O quê? Você não acha que eu poderia fazer isso?” Eu rio. “Você está brincando? Estou chocada ao saber que você nunca fez isso antes. Pensei que você era um membro platina do mile-high, Garota Piranha”. Agora é a vez de Rayne me golpear. “Hey! Você me bateu muito forte!” Protesto, esfregando meu joelho maltratado. “Você sabe, para um vampiro, você é uma fraca, Sun”. Rayne diz rindo, e desmorona na cama, olhando para o teto. Como o meu, o dela também é iluminado com estrelas que brilham no escuro, fixadas quando éramos crianças. “Então, quando você vai para a Inglaterra?” “Bem, eu tenho que ir amanhã à noite. Mas eu não sei como vou sair de casa. Mamãe evidentemente decidiu que eu sou algum tipo de drogada e posteriormente me colocou em prisão domiciliar”. “Você está brincando comigo? Mamãe castigou você? Uau. Ela deve estar realmente preocupada”. Rayne se senta. “Afinal, ela não é o tipo que castiga”. “Eu sei, eu sei”, eu gemo. “Mas ela acha que eu estou usando drogas ou algo assim. Por causa da forma como eu pareço e essas coisas”. “Por favor. Você usando drogas? Vamos!” Rayne bufa com desgosto. “Ela sabe que você é melhor do que isso. Quero dizer, eu posso vê-la dizendo que eu estou usando drogas. Mas você? Dá um tempo”. Eu dou de ombros, por uma vez eu não vou discutir com seu papo de Sunny, a Inocente. Eu só queria que mamãe compartilhasse de sua opinião. Isso faria as coisas muito mais fáceis. “Então, agora eu estou realmente ferrada”, digo. “Eu não quero causar a ira de mamãe, mas a minha vida como eu conheço depende dessa viagem para a Inglaterra. Eu não tenho idéia do que vou fazer”. “Hmm”. Rayne tamborila seu dedo no joelho, pensando. “Bem, por que eu não finjo ser você?”, ela sugere finalmente. “Huh?” Eu arregalo meus olhos, sentindo-me confusa. “Você quer dizer que você vai para a Inglaterra com Magnus?” “Por favor. Eu gostaria. Mas não”, diz Rayne, sacudindo sua cabeça. “O que eu quero dizer é que posso ficar de castigo por você. E você pode fingir ser eu e ir dormir na casa do meu amigo Spider. Então, você pode escapar furtivamente para a Inglaterra”. “Você tem um amigo chamado Spider?”, eu pergunto, levantando uma sobrancelha. “É um amigo homem ou uma mulher?” “Um, bem, um pouco de cada, na verdade. Longa história. Mas Sun, você está perdendo o ponto aqui”. Eu tento esquecer a imagem do andrógino “Spider” e me concentro. “Então”, recapitulo, “você estaria disposta a se sentar em casa e ficar de castigo enquanto eu viajo de jato para a Inglaterra para encontrar o Santo Graal?” 55

[N/T: Mile-high club: Quando alguém tem relações sexuais em um avião em pleno vôo, tecnicamente enquanto está pelo menos uma milha de distância do chão.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Rayne dá de ombros. “É uma droga, eu sei. Mas eu me sinto responsável por você está nessa confusão. Tão certo. Eu ficarei de castigo por você”. “Você acha que mamãe não vai perceber? Quero dizer, seria dez mil vezes infinitamente pior se ela descobrisse. E, então, você iria ficar em apuros também”. “Olá? Terra para Sunny!” Rayne diz, acenando com uma mão na frente do meu rosto. “Caso você não se lembra, nós somos tão idênticas que uma criatura super-poderosa da noite não conseguiu nos distinguir. Você acha que mamãe, a míope e tola, terá alguma dúvida?” Eu penso nisso por um momento. “Você tem um ponto”. “Claro que eu tenho”, Rayne diz, balançando a cabeça com entusiasmo. “É perfeito. Eu vou agir como uma aborrecida e certinha e ela nunca vai saber a diferença”. Tenho que morder o lábio para não responder, lembrando-me que ela está totalmente salvando a minha vida aqui e eu preciso lhe dar um pouco de folga no departamento do tato. “Okay, então. Está resolvido”, eu digo. “Amanhã de manhã, você diz para mamãe que vai ficar com o Spider e, em seguida, quando estivermos na escola nós mudamos de roupa”. “Soa como um plano”, diz Rayne, com os olhos brilhando. Ela adora coisas assim. Ela faz uma pausa de um minuto, então acrescenta, “Embora, eu tenha que dizer que eu adoraria fazer uma viagem para a Inglaterra com Magnus”. Eu olho para ela, surpresa. “Você ainda tem uma coisa por ele, não é?”, pergunto cautelosamente, tentando soar casual. Oh, por favor, não diga que você ainda tem uma coisa por ele, rogo mentalmente. Isso não seria muito bom. Minha mente vagueia até horas atrás nessa noite. Magnus acariciando as costas da minha mão. Meu corpo pressionado contra o dele. O nosso quase-beijo. Eu pergunto-me o que Rayne diria sobre as minhas atividades extracurriculares com Magnus. Ela ficaria louca? Se ela estivesse nessa situação, então eu teria uma boa idéia do que ela teria sido. E eu não quero causar a ira de Rayne. Minha gêmea suspira, longa e duramente, e atira-se dramaticamente sobre a cama. “Claro que eu tenho”, ela geme. “Ele seria meu companheiro perfeito. Quero dizer, eu não sei se ele te disse, mas eles não ligam aleatoriamente os vampiros e seres humanos como companheiros de sangue. Existem estudos científicos e tudo mais. É muito complicado. E finalmente, o Conselho decidiu que Magnus e eu deveríamos ser destinados a passar a eternidade um com o outro. E agora, por causa de um estúpido, estúpido erro, ele está preso com alguém que não quer ele”. “Eu...” Eu começo a protestar, então mordo meu lábio inferior. Definitivamente, você não quer ir por aí, Sun. “Como eles determinam a compatibilidade dos companheiros de sangue?” Pergunto, tentando soar completamente indiferente. “DNA. Seu DNA é comparado com o do vampiro para determinar a compatibilidade”, explica Rayne. “Você saberia isso se tivesse lido meu blog”. “Sim, sim, ler o blog, eu sei, eu sei”, murmuro. Mas por dentro eu estou pensando em algo completamente diferente. Por que uma coisa que você pode ou não saber sobre os gêmeos idênticos é que eles também têm um DNA idêntico.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite O que significa que, tecnicamente, se Magnus e Rayne são companheiros de sangue perfeitos... Então, Magnus e eu também somos.

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Capítulo 17 Trocando saliva com o Deus do Sexo Surpreendentemente, na manhã seguinte, as coisas começaram exatamente como o planejado. Rayne contou para mamãe sobre a sua festa do pijama na casa de Spider e mamãe fez comentários despreocupados como “Okay” e “Divirta-se”. Ela nem sequer perguntou quem ou o que era “Spider”, Graças a Deus. Nope, ela estava mais interessada em me lembrar que eu ainda estou de castigo. (Embora ela tenha usado a frase “repouso em casa até se sentir melhor” em vez da palavra com C, isso deve ser algo que ela deve ter lido no Manual da Mãe Moderna). Mas qualquer que seja a terminologia, no fundo é o mesmo: Eu só vou de casa diretamente para a escola. Não posso passear por aí. Não posso juntar $200. (Afinal, poderia usá-lo para financiar uma enorme pedra de crack para o café da manhã, certo?) Tento agir de uma forma agradável, normal e não-uso-drogas, o que acaba por ser mais difícil do que eu esperava, principalmente devido a minha exaustão, meus olhos injetados de sangue recusam-se a abrir todo o caminho até a nossa brilhante e ensolarada cozinha. Bleh. Felizmente, nesta manhã, há cenouras e panquecas de trigo-sarraceno, sem alho no menu e eu consigo engolir sem vomitar. Eles não fazem nada, no entanto, para parar a minha sede voraz por sangue que esta furiosamente dentro de mim desde que eu abri os olhos. Você sabe, quando você está em seu período e fica ansiando chocolate como uma louca? Eu tenho esse tipo de desejo por sangue nesta manhã, mas cerca de um milhão de vezes pior. Eu quero sangue. Eu preciso de sangue. Eu faria qualquer coisa para conseguir. Nojento, eu sei, mas o que eu posso dizer? Oi, meu nome é Sunny, e eu sou uma viciada em sangue. Em um momento particularmente baixo, vejo-me hipnotizada por uma veia em particular no pescoço da minha mãe. Imagine, aqui estou eu, assistindo e fantasiando sobre o delicioso e espesso sangue fluindo livremente dentro dela. Sua veia pulsa, quase como se tivesse vida própria, e eu me imagino afundando meu dentes nela e sugando como uma louca. Então mamãe me pega olhando. “O quê?” Ela pergunta, tocando seu pescoço conscientemente. “Nada, desculpa”, eu digo, arrastando meus olhos para longe do tentador pequeno pulso. Eu não posso acreditar que acabo de ser flagrada olhando para a minha mãe como se ela fosse um pedaço de costela. Eu preciso de ajuda séria. Para evitar mais constrangimentos, eu me desculpo e vou para o banheiro, trancando a porta atrás de mim. Olho para o espelho. Uau. Se eu fosse a minha mãe também pensaria que estou usando drogas. Eu pareço uma droga. Meu rosto está ainda mais pálido agora – como pálido Michael Jackson – e os meus lábios estão vermelho sangue. Se eu acabar como um vampiro por toda a eternidade, nunca terei que retocar o batom. Meus olhos estão escuros e vermelhos e as minhas pupilas estão completamente dilatadas. Eu tento esguichar um pouco de Visine56 neles, esperando que isso engane, mas não tenho certeza se faz muita diferença. E depois tem meus dentes. Mas eu não quero entrar nessa. Eu não quero assustar mais ainda você.

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[N/T: Uma espécie de colírio para olhos.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Na escola pareço como um zumbi andante. Seriamente, se eu não resolver logo esse negócio de vampiro, eu vou acabar ficando reprovada. Não há nenhuma maneira em que eu possa me concentrar no que os professores estão dizendo no meu estado atual. E eu sou totalmente incapaz de focalizar os meus olhos sob as luzes fluorescentes, ou seja, eu mal posso ler as perguntas do teste surpresa na aula de inglês. Quando a campainha final soa, fico grata por poder ir para o vestiário das garotas, onde eu deveria encontrar com Rayne para trocar de roupa e começar O Grande Truque das Gêmeas. Infelizmente, antes que eu chegue sozinha ao paraíso das meninas, sou parada por um garoto. Não é apenas um garoto qualquer, no entanto. Eu fui parada por Jake. Jake Wilder, para ser exata. Meu coração palpita um pouco enquanto ele fica na minha frente, seus escuros e pensativos olhos passam sobre o meu corpo como se eu fosse uma sobremesa gourmet e ele não come há uma semana. Ele me quer. Muito. Seu desejo irradia dele. Eu tremo. “Sunny”, ele grita, a voz normalmente de veludo e profunda, soa um pouco mais rouca do que o habitual. “Onde você esteve?” Eu sacudo minha cabeça com confusão. O que ele está falando? Eu estive na escola. Como sempre. “Hm, oi, Jake”. Eu digo, um pouco cautelosamente. “O que você quer dizer com, onde eu estive?” Eu olho para o meu relógio. O avião de Magnus sai em uma hora e eu tenho que primeiro trocar de roupa. Mas eu não posso exatamente dá um fora no Deus do Sexo agora, posso?Afinal, e se ele tiver alguma coisa de importante sobre o baile que ele precise me perguntar? Como, qual é a cor do meu vestido, pois ele precisa conseguir uma faixa57 semelhante, ou algo assim. Droga. Isso me lembra – eu ainda não tenho um vestido! Eu ainda não tive exatamente um momento para comprar um. Você sabe, essa coisa de vampiro está realmente causando estragos na minha agenda diária. “Eu estive procurando você por toda parte. É estranho, mas...” Jake corre a sua mão pelos seus cabelos aparentemente já despenteados. Honestamente, ele parece um pouco doente. Mas, novamente, eu pareço como uma morta superaquecida, então eu realmente não posso falar. “Eu não consigo parar de pensar em você. Mesmo quando eu estou dormindo...” Ele faz uma pausa, com o rosto vermelho. “Eu tenho esses sonhos em que você...” “Okay, Jake” Eu interrompo, colocando a mão sobre a boca. “Nós estamos indo muito fundo aqui no território da Muita Informação”. Mesmo que secretamente eu adoraria ouvir sobre os sonhos eróticos do Jake Wilder, especialmente se estes envolvessem a mim, eu acho que poderia me arrepender em longo prazo... De repente, sem qualquer tipo de aviso, Jake agarra-me pela cintura e me puxa para perto dele, cobrindo minha boca surpresa com um beijo profundo. Por um momento, eu não consigo respirar. A princípio, acho que é por que estou tão excitada por estar sendo beijada pelo Deus do Sexo. Então eu percebo que Jake está esmagando a minha caixa torácica. “Mmhmm”, Eu protesto. Jake afrouxa seu abraço dominante e desesperado, dando beijos ofegantes dos meus lábios para o meu pescoço. Eu faço o meu melhor para examinar o ginásio, esperando que ninguém esteja por perto para nos 57

[N/T: No original cummerbund, que é essa faixa no smoking, não sei o nome em português: http://www.carolynallens.com/for_him/accessories/cummerbunds/images/cummerbunds.jpg] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite ver – que não gosto muito de Demonstrações Públicas de Afeto. Ainda assim, por Jake Wilder, eu provavelmente deveria fazer uma exceção. Enquanto ele dá mordidinhas em meu pescoço, suas mãos viajam para cima e para baixo em minhas costas, quase me agarrando, como se ele não conseguisse o suficiente. Eu estou tão surpresa por ele estar fazendo isso, que eu fico sem palavras. Eu não acredito que Jake Wilder está me tocando no meio do ginásio da escola. Se você tivesse me dito que eu seria abordada por Jake Wilder no nosso ginásio, uma semana antes, eu teria rido muito e dito coisas como, “Sim, certo” e “Bom!”. Por outro lado, eu provavelmente não teria acreditado na coisa toda de vampiro também. Eu tenho uma mente muito mais aberta agora. “Você cheira tão bem”, sussurra Jake, os lábios viajando agora para o lóbulo da minha orelha. “Você é tão bonita”. “Hm, obrigado?” Eu digo, não sabendo exatamente o que fazer ou como reagir. Eu olho novamente para o relógio, então me repreendo por fazer isso. O que estou fazendo? Quem se importa se estou poucos minutos atrasada? Magnus é um vampiro de mil anos de idade. Ele tem uma vida eterna. Então, tecnicamente falando, ele tem todo o tempo do mundo. E quem sabe por quanto tempo mais eu poderei ficar com Jake Wilder? Quero dizer, uma vez que eu me transforme novamente em humana, eu suponho que ele voltará a não reconhecer a minha existência. Eu tenho que tirar proveito de sua intoxicação. Por outra parte, isto é um pouco doentio, não é? Quero dizer, como posso desfrutar de uma sessão de beijos com alguém que realmente não gosta de mim – que só pensa que gosta? De repente, os beijos não são mais tão sexy. Apenas, uma coisa asquerosa. E desleixado também, agora que eu estou sendo honesta. Quero dizer, quem realmente, no final do dia, gosta de uma língua viscosa cravada em seu ouvido? Mesmo que essa língua pertença ao residente escolar conhecido como Deus do Sexo. Eu empurro suavemente Jake. “Eu sinto muito”, eu digo. “Mas tenho que ir”. “Por favor, não vá!”, ele implora, seus profundos e comoventes olhos cravando em meu crânio. Nossa. Quão difícil é isso? O homem que eu amei a distância por dois anos, agora está me pedindo para que eu fique como uma espécie de filhote perdido de amor. “Sunny, eu quero você”, diz ele, alcançando uma mecha de meu cabelo e tirando-a do meu rosto. Dou um passo para trás, usando cada gota da minha força de vontade. “Você não”, eu digo, firmemente. “Você pensa que você quer, mas você realmente não quer”. Jake cobre seu rosto com um olhar de devastação. “Como você pode fazer isso?”, pergunta ele. “Desculpe, Jake, tenho que ir”. Eu dou um tapinha em seu ombro. “Coisas para fazer, pessoas para ver, você sabe como é. Eu vejo você por aí”. O Apaixonado Deus do Sexo assente desoladamente. “Nós ainda vamos para o baile, certo?”, pergunta ele. “É claro”, digo com uma voz tranqüilizadora. Se quando eu inverter essa coisa de vampiro, você ainda quiser ir comigo, eu adiciono silenciosamente enquanto dou adeus e dirijo-me ao vestiário. E isso me parece um enorme e gordo “se”.

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Capítulo 18 Partindo em um avião de vampiros Rayne está esperando por mim no vestiário. “O que aconteceu?”, pergunta ela. “Você está parecendo acabada”. “Jake Wilder aconteceu”. Rayne levanta uma sobrancelha. “Ooh, Jake Wilder. Isso é uma coisa boa, então?” “Algo assim. Eu acho. Bem, não realmente”. Eu me encosto contra o armário mais próximo e suspiro profundamente. Estou tão confusa. “Na verdade, foi estranho. Quer dizer, não me interprete mal – eu não tenho nenhum problema moral com Jake enfiando a língua na minha garganta, acredite. Mas ainda assim, o tempo todo em que ele estava fazendo aquilo, não pude deixar de pensar como ele realmente não gosta de mim. Como ele está apenas enfeitiçado por essa coisa de Perfume Vampiro e não tem idéia do que está fazendo. E, de repente, a improvisada sessão de beijos não parecia tão emocionante”. Minha gêmea assente com simpatia. “Desculpe, Sun”, ela diz. “Eu posso ver como isso é uma droga. Mas espero que você volte ao normal antes que ele saiba e então você possa ver de uma vez por todas se Jake gosta de você como pessoa. Quem sabe”, acrescenta ela, “talvez a coisa de vampiro seja apenas uma coincidência e ele realmente suspira por você há longos anos e finalmente teve coragem de falar contigo”. “Certo. E talvez você um dia acabe sendo uma bancária de investimentos com uma minivan, um marido que usa gravatas Paisley58, e três crianças Gap59”. Rayne bufa. “Touché”. “Não importa, de qualquer maneira”, digo, afastando-me do armário. “Eu tenho que me concentrar em minha missão. Jake e sua estranha nova obsessão devem esperar. Transformar-se em um ser humano tem prioridade”. Eu tiro o meu jeans e camiseta e os entrego a Rayne. Ela, por sua vez, me oferece uma saia comprida preta e uma blusa camponesa60 com um cheiro forte de patchouli. “Certifique-se de tirar toda a maquiagem do seu rosto”, eu a lembro quando ela desliza em meus jeans, queixando-se de como as suas coxas ficam. “Mamãe nunca vai acreditar na idéia da minha canalização para Avril Lavigne”. “Eu sei, eu sei”, Rayne diz. “Relaxa, certo? Tudo vai ficar bem. Ninguém vai nos pegar. Vá para a Inglaterra sem problemas, encontre o Graal, transforme-se novamente em um ser humano, e viva feliz para sempre com seu apalermado filhotinho de cachorro Jake Wilder”. “Só se pode sonhar”, eu respondo com uma pitada de talento dramático. Eu coloco a blusa camponesa e a saia, então me olho no espelho. Este não é um bom look para mim. E Magnus, são e salvo em seu novo conjunto Armani, vai ter um dia de campo. Não que eu me importe com o que ele pensa, obviamente.

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[N/T: Tipo de tecido delicado.] [N/T: Loja de roupas.] 60 [N/T: Tipo essa: http://cn1.kaboodle.com/hi/img/2/0/0/cb/2/AAAAAg0RQj8AAAAAAMstag.jpg ] 59

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Após trocar de roupa e lavar o rosto, Rayne me leva ao aeroporto, onde eu irei encontrar com Magnus. Não converso muito no caminho até lá, principalmente por que eu ainda estou muito nervosa com essa coisa toda. Quer dizer, pense nisso por um segundo. Eu estou deixando o país com um homem que mal conheço, que a propósito é uma imortal criatura da noite. Não é exatamente o seu típico 7-Eleven Cherry Slurpee61. Repentinamente, Rayne vai até o hangar privado onde Magnus disse que a convenção mantém seu jato. Eu tinha essa idéia estranha na cabeça que o Air Vampire seria um avião preto com o interior vermelho-sangue. Mas eu acho que isso seria óbvio demais, por que o veículo em questão na vida real apenas se parecia com um típico e indescritível avião particular. Eu abraço Rayne me despedindo antes de sair do carro. “Boa sorte”, ela sussurra. “Cuide bem do Magnus para mim”. “Eu irei”, eu digo, ficando com aquela sensação encantadora de culpa na boca do estômago. Talvez seja apenas a minha sede de sangue. Espero que Magnus tenha um bom suprimento a bordo, por que eu sinto que estou quase desmaiando de fome. Saio do carro e sigo para o avião. Um homem com um uniforme de piloto me cumprimenta com um sorriso amigável. “Olá”, diz ele, com um sotaque britânico. “Você deve ser a Srta. McDonald”. “Sim, sou eu”, respondo. “Mas você pode me chamar de Sunny”. Ele faz gestos para a escada que leva até o avião. “Você pode embarcar se quiser, madame”. Eu olho ao redor da pista. “Onde está Magnus?” “Lá dentro”, o piloto me informa. “Ele está tirando um cochilo no momento”. Ah, isso faz sentido. Eu pensei que era muito cedo – ainda estava com luz do dia – para ele estar levantado. Ele deve ter se escondido no avião antes do amanhecer e planejou acordar durante o vôo, quando o sol se retirasse no horizonte. Subo pelas escadas, e viro-me para me despedir uma última vez de Rayne. O sentimento nervoso começar a aparecer no meu estômago novamente. Mas eu o reprimo e tento passar com confiança para dentro do avião. Eu esqueço os meus nervos completamente quando os meus olhos caem sobre a decoração do interior do jato. Assim como a convenção, esse lugar cheira a luxo. Decorado com ouro e veludo, é uma exibição de riqueza quase obscena. Há poltronas de couro macio e televisões de plasma ridiculamente enormes. Garrafas de vinho tinto (sangue?) refrigeram em baldes de prata e laptops de última geração estão em mesas entalhadas em vidro. Este é realmente o Ritz62 dos aviões do mundo. “Por favor, sente-se em algum lugar e aperte o cinto”, diz o piloto, vindo atrás de mim. “Nós iremos decolar em breve”. Eu obedeço, ainda surpreendida com todas as extravagâncias. Ser um vampiro certamente tem algumas regalias. Então, novamente, Mag é o próximo na fila para ser rei. Pergunto-me se o avião está disponível para todos os vampiros ou apenas aqueles que estão em altos cargos. 61

[N/T: Pelo que eu pesquisei esse 7-Eleven Cherry Slurpee, seria aquele geladinho de cereja. Tipo isso: http://www.recipezaar.com/recipe/gallery.php?rid=97773 ] 62 [N/T: São hotéis.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Ligo a televisão, encantada de descobrir que isto têm filmes sobre o sol. Eu escolho uma comédia leve, ansiosa para me distrair, e me adaptar ao meu super confortável assento. Um minuto depois, eu apago como a luz. *** “Sunny?” Abro um olho, e depois outro, um pouco chateada por terem perturbado meu sono. Magnus está espiando por cima de mim, um leve sorriso tocando no canto da sua boca. “Você vai dormir a noite toda?”, ele pergunta, cutucando-me levemente no ombro. “Grumph”, eu respondo, tentando rolar de lado e ignorá-lo. Infelizmente, como uma boa menina, eu prendi meu cinto de segurança, assim eu tenho a minha capacidade de manobra limitada. “Acorde. Nós estamos aqui”, ele instrui. “Aqui?” “Na Inglaterra. Na cidade de Bristol, para ser exato”. “Que horas são?” Ele olha em seu relógio. Rolex, é claro. “São apenas três horas da madrugada no horário local. Temos que chegar à nossa casa segura antes que o sol nasça”. Eu bocejo, esticando as mãos acima da minha cabeça. “Casa segura?”, pergunto. Eu não posso acreditar que estamos na Inglaterra. Que eu dormi durante todo o vôo. Eu nem sequer tive a chance de desfrutar de todos os luxos que o avião tinha para oferecer. Maldição. Talvez no caminho de volta... Magnus concorda. “Você sabe que não podemos ficar presos na luz solar. Eu arranjei com a convenção de vampiros local para que nós fiquemos com eles até o anoitecer. Então, vamos viajar de carro para Glastonbury. É cerca de uma hora de viagem”. “Oh. Okay”, eu digo. Eu tinha esquecido a aversão de Magnus pelo sol. Isto significa que a nossa viagem vai demorar mais do que eu tinha imaginado. Eu tinha assumido estupidamente que nós chegaríamos na Inglaterra, pegaríamos o Graal, e iríamos diretamente de volta para a América, chegando pouco depois que a escola tivesse terminado. Espero que Rayne seja capaz de manter a mentira dos gêmeos por mais tempo. Eu tiro o cinto de segurança e sigo Magnus para fora do avião. Há uma limusine (claro!) esperando e um motorista apropriadamente vestido abre a porta para que nós entremos. Uma vez sentados e em nosso caminho, Magnus se vira para mim. “Então, como você está passando por tudo?”, pergunta ele, e para seu crédito soa verdadeiramente preocupado. “Bem”. “Não. Quero dizer, realmente”, ele insiste. “Está tudo bem. Você pode me dizer. Tenho certeza que foi uma terrível experiência sangrenta para você. É bastante difícil para aqueles que foram devidamente treinados. Mais passar por tudo isso completamente despreparado... Bem, eu só posso imaginar o quão difícil isso deve ser”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu aceno lentamente. “É muito estranho”, eu admito. “Minha mãe acha que eu estou usando drogas. Eu tenho todas essas estranhas ânsias. Sinto o meu estômago mal todo o tempo. È difícil ver sob luzes fluorescentes e as batidas do sol na minha pele é como se pudesse sair bolhas a qualquer momento. E,” acrescento relutantemente. “Eu sinto que estou morrendo de sede”. Aí está. Eu disse. Eu admiti que quero – faço o que for necessário – por sangue. Eu sou oficialmente uma aberração da natureza. Mas, novamente, ele também é. Magnus assente com simpatia. “Tenho certeza que você está faminta por isso. Eu tinha um pouco de vinho para você no avião, mas eu não quis te acordar. Pensei que você precisava de todo o descanso possível que você possa ter”. Ele bate levemente no meu joelho. “Agüente um pouco. Quando chegarmos à convenção, seremos capazes de te alimentar”. Oh, bem. Eu mal posso esperar.

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Capítulo 19 O estilo da convenção da Inglaterra Dez minutos depois, estacionamos em uma antiga mansão inglesa. Uma antiga e assustadora como você só vê no cinema, com portões de ferro forjado e um monte de fantasmas infelizes que circulam e assombram todos. Mas Magnus me assegura que os vampiros que vivem aqui mantêm o local livre de qualquer tipo de poltergeist. O interior da mansão é menos ostensivo do que a convenção americana. Também não é subterrâneo, o que significa que todas as janelas foram tapadas para terem certeza de que a luz do sol não entrará. Um vampiro antigo (Quero dizer, eles são todos velhos, tecnicamente falando, mas este em especial tem as mãos manchadas63 para provar) cumprimenta-nos, curvando-se ante Magnus. “É um prazer conhecê-lo, bom senhor. Ouvi dizer que você vai assumir a Convenção Seis”, diz ele em voz baixa e respeitosa. Seu sotaque me lembra aqueles que se ouvem em filmes de vampiros. Como da Transilvânia ou algo assim. Magnus devolve a reverência. “Realmente. Mas primeiro tenho que cuidar de alguns negócios importantes em Glastonbury. Então, agradeço-lhe por permitir que nós, viajantes cansados, possamos ter um lugar para descansar”. É para mim tão interessante como os vampiros são formais enquanto falam uns com os outros. É como se houvesse uma forma de falar secreta dos vampiros ao qual eles foram treinados. Então, novamente, eu acho que na época em que eles estavam crescendo como humanos essa era a forma como as pessoas realmente falavam. Eles provavelmente preferem assim e só aprendem gírias para manter as aparências entre os mortais. “É claro. É uma honra hospedar você e sua companheira de sangue”, o vovô vampiro diz. O conjunto que ele está vestindo diz totalmente aos gritos que ele quer ser Drácula, mais eu não vou abrir a minha boca grande neste momento. Quero dizer, realmente. Pelo o que sei, esse cara é o Drácula. Drac nos escolta até o final de um corredor, e subindo por uma longa escada tortuosa. Este lugar parece muito mal cuidado, para dizer a verdade. Há teias de aranha por toda parte. Se eu acabar presa como uma vampira para sempre, eu irei viver na luxuosa convenção de New England em vez disso. É muito mais estiloso. As portas dos quartos parecem como cofres de um banco, cada um com sua própria fechadura com teclado numérico. Drac escolhe uma porta, aparentemente de forma aleatória, e insere um código. A porta se abre silenciosamente para um quarto escurecido. Magnus faz uma reverência novamente. “Obrigado, meu bom senhor”, ele diz. Drac devolve a reverência, e em seguida, sai para o corredor. Magnus me conduz para dentro do quarto. Onde só tem uma cama. “Urn”. Eu olho o quarto. “Hmm”. “O que está errado?” Magnus pergunta, fechando a porta atrás de nós. Ele está de pé logo atrás de mim, e eu posso sentir sua respiração no meu pescoço, o que é um pouco desconcertante. Eu vou até o centro do quarto para adicionar espaço entre nós.

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[N/T: No original, liver-spotted, que é um tipo de doença de pele que provoca manchas marrons.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Drac não terá um segundo quarto? Quero dizer, esta é uma mansão, certo?” “Drac?” Magnus repete, erguendo uma sobrancelha em questionamento. Eu ruborizo. Esqueci que esse era apenas o meu apelido para o cara. “Você sabe, nosso anfitrião ilustre”. Magnus sorri abertamente. “Ele parece um pouco com o legendário Drácula, não é?”, ele admite. “Nós todos usávamos isso para provocá-lo quando éramos mais jovens...” “Urn, nós podemos lembrar as memórias antigas depois, Magnus? Agora nós temos que nos concentrar na grande imagem”, eu interrompo. Não quero ser rude, mas há uma questão urgente para ser tratada aqui. “Nós temos um quarto. Uma cama. E nós dois”. Magnus concorda. “Realmente. Tenho certeza que nosso anfitrião achou que nós iríamos partilhar uma cama, já que nós somos companheiros de sangue, afinal”. “Bem, nós todos sabemos o que ele achou que devia fazer, certo? Fazer nos passar por ridículo”. “Sinto muito, Sunny. Mas se eu for pedir um segundo quarto isso trará muitas perguntas. Perguntas que podem prejudicar a minha recente posição como líder da convenção”. “Ah”, eu digo, entendendo o que ele está dizendo. “Então se você dissesse como fez asneira e deu uma não autorizada mordida em alguma pobre moça inocente como eu, então as pessoas poderiam dizer que você não estaria apto para ser rei?” Ele acena. “De fato. E enquanto não me agrada a idéia de assumir a convenção, seria melhor eu fazer do que deixar que alguém que não tem os interesses da convenção no coração assumir o controle”. “Entendo”, digo. “Então temos que jogar de companheiros de sangue amorosos na frente dos outros vampiros”. “Basicamente, sim”. “E isso significa partilhar uma cama”. “Sim”. Por um momento, pergunto-me se ele está mentindo. Só fazendo isso para que ele possa estar em condições de vantagem comigo. Mas, então, toda essa grande mentira só para conseguir um pequeno booty call64. E, realmente, ele não parece do tipo que precisa enganar as suas namoradas para levá-las para a cama, não com sua aparência e atração. “Tudo bem”, eu digo. “Nós vamos dividir o quarto”. “Eu posso dormir no chão”, ele se voluntaria, parecendo todo cavaleiro em sua armadura brilhante novamente. Sacudo minha cabeça. “Eu aprecio o gesto, mas não há necessidade”. Eu aponto para a cama. “É uma king size plus. Estou certa que nós dois podemos caber nela confortavelmente”. “Tudo bem. Se você estiver certa”. 64

[N/T: Um booty call é uma chamada telefônica, de comunicação, ou visitação feita com a única intenção de organizar uma reunião para atos sexuais com a pessoa a ser contatada. É associado com sexo casual entre pessoas que tenham estabelecido uma relação casual, "amigos com benefícios", ou relacionamento mais sério, que envolve relações sexuais. Não deve ser confundido com sexo por telefone.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Yup. Positivo. E por falar em cama...”. Mesmo que eu tenha acordado há pouco tempo atrás, eu já me sinto sonolenta novamente. Chuto meus sapatos e engatinho sob as cobertas no lado esquerdo da cama. Por sua vez, Magnus retira sua camisa, revelando aquele abdômen assassino que me faz babar cada vez que eu vejo, e então se junta a mim na cama, mantendo distância, no lado direito. Então, agora nós estamos na mesma cama, mais um abismo de distância. E enquanto eu admito que nunca tinha partilhado uma cama com um individuo, mesmo platonicamente, isto não parece tão estranho. Confio completamente em Magnus, por alguma desconhecida razão, para não fazer algum negócio divertido. “Descanse um pouco”, o vampiro diz, virando de lado para ficar de frente para mim. “Nós teremos uma noite agitada tentando encontrar o Graal”. “Eu irei”, digo, bocejando. Eu abraço meu travesseiro de plumas felpudas. Esta cama é verdadeiramente de luxo, e de repente, me sinto quente e segura. “Obrigado”. “Você é bem-vinda”, ele diz, simplesmente. Então, ele sorri um pouco sonolento e o meu interior involuntariamente vira papa. “Estou feliz em fazer isso”. “Não, eu quero dizer por tudo”, eu balbucio, não completamente pronta para fechar os olhos por algum motivo. Não totalmente pronta para deixar de olhar seus belos olhos azuis, se é que vamos ser completamente honestos aqui. “Você tem uma tonelada de coisas sobre seu prato, como tudo isto de assumir a convenção. E me trazer aqui para a Inglaterra no que poderia ser uma tentativa absurda e em vão, é provavelmente a última coisa que você gostaria de fazer essa semana”. Ele tira um fio de cabelo dos meus olhos. “Não é nenhum incômodo. Realmente”. “Você sabe, Magnus”, digo, sentindo o seu toque quente e aconchegante, e pela primeira vez não tento lutar contra meus sentimentos. “Você é realmente um cara legal. Se eu quisesse ser um vampiro, você seria totalmente a minha primeira escolha para companheiro de sangue”. Ele sorri novamente, mas desta vez estou meio convencida que seus olhos ficam tristes. “Vá dormir, Sunny”, ele sussurra, inclinando-se para beijar-me suavemente na testa. “Vá dormir”. Eu vou.

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Capítulo 20 Um erro de delírio Durmo como uma pedra e acordo quando o sol se põe, sentindo-me bem descansada, embora vorazmente faminta. Abro meus olhos. De alguma forma no meio do dia, Magnus mudou de postura em seu sono e agora esta deitado com o braço envolto em mim, abraçando-me a ele. Surpresa com a proximidade e mais do que um pouco desconfortável, contorço-me para fora da cama, acordando-o no processo. Ele esfrega os olhos sonolentos. “Já é noite?”, ele pergunta. Eu olho para o relógio de cabeceira. “Yup. Oito horas da noite em ponto”. Eu me pergunto se ele tem alguma idéia que eu estava em seus braços. Espero que não, pois isso seria muito embaraçoso. “Excelente”. Ele se levanta da cama e agarra a camisa do chão, puxando-a sobre sua cabeça. “Chegou a hora de irmos para Glastonbury”. Uma vez que nós dormimos com nossa roupa, não temos muito tempo para ficarmos prontos e momentos mais tarde, eu o sigo para fora do quarto e descemos as escadas. “Como Glastonbury é, afinal?” Eu pergunto quando saímos da mansão. A limusine ainda está a nossa espera, vai entender. Gostaria de saber se o motorista dormiu. “É um povoado muito calmo, é o lar de muitos artesões e espíritas”. Magnus explica quando entramos na limusine. “É pitoresco, na verdade. Ideal para umas férias agradáveis para a maioria dos turistas”. “Legal”, eu sempre quis visitar uma dessas cidades estereotipadas do interior da Inglaterra, com casas de pedra e antiquários. “Uma vez por ano eles fazem um grande festival com grandes nomes da cena musical”, continua ele. “As multidões descem para a cidade em massa. Normalmente, mais de cem mil pessoas aparecem, se você puder acreditar. Eles acampam durante três dias em um campo, ouvem música, dançam, e fazem Deus sabe o quê com drogas. É feito para ser muito insano”. “Parece legal. Quando é o festival?” “Oh, não acontecerá até o final de junho ou algo assim. Nunca, em maio”. Eu faço uma carranca, decepcionada. “É uma pena. Parece uma explosão”. “Acredite em mim, é o melhor. Com cem mil pessoas se aglomerando na cidade, a ordem Druida escondese. Nós nunca os encontramos, e assim, nunca encontramos o Graal”. “Ah. Bem, então eu acho que seja uma coisa boa não ser essa época do ano”. Obviamente, encontrar o Graal é muito mais importante, do que participar de um grande festival inglês. “Certamente”. “Ainda assim, seria muito legal se eu pudesse ver. Cem mil pessoas em pé em um campo, todos com uma música. Você não consegue ir a um desses na América”. Magnus para por um momento, e então diz, “Se você realmente quer ver, eu posso trazê-la em junho, se você quiser”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu olho para ele, completamente surpresa. Ele está fazendo planos de vampiro comigo? Será que ele honestamente acha que iremos sair um com o outro quando eu me tornar humana? É mesmo possível manter algum tipo de relacionamento... de amizade entre um vampiro e uma humana? E se é possível, o que é que eu quero fazer? Eu quero sair com Magnus depois que eu voltar a ser humana novamente? Eu só o conheço a poucas noites, mas se eu estou sendo totalmente honesta aqui, eu meio que gosto de ficar perto dele. Ele é engraçado e interessante, leal e cavalheiro, e gostoso. O que eu não gosto? Então, novamente, o que eu vou fazer quando ele for atribuído a outra companheira de sangue? Será que ele vai me deixar como um dente de alho quente quando o Conselho lhe atribuir uma verdadeira companheira? Sua verdadeira rainha? E como vou lidar com isso? Não, eu decido. É melhor fazer uma ruptura clara. Depois que eu voltar a ser humana, isso é tudo. Cortarei todos os nossos laços. Esquecerei que os vampiros existem mesmo e voltarei para a minha chata vida normal diária. “Hm, Sunny? Você ouviu o que eu estava dizendo sobre levá-la ao festival?” Magnus diz, interrompendo meus pensamentos. Olho para cima. Ele está olhando para a janela escura. Okay, aqui vai. Hora de fazer a ruptura. Engulo com dificuldade. “Sabe, Mag, você realmente não tem um...” “Acho que nós podemos ver, afinal”. “Huh?” Magnus se inclina para trás em seu assento. “Olhe pela janela”. Eu passo sobre ele, traçando minhas mãos sobre o vidro e vejo o grupo do lado de fora. Então, eu arquejo. O festival, pelo que parece, foi adiantado em um mês. Para onde quer que eu olhe, há pessoas. Todos os tipos de pessoas. Pessoas jovens. Pessoas velhas. Pessoas com dreadlocks. Pessoas com moicanos. Pessoas vestidas com roupas de grife e pessoas vestidas de gótico. Hippies, ravers65, maconheiros, metaleiros. Toda a multidão nas ruas com um copo de plástico cheio de cerveja. “Oh, meu Deus”, eu grito. “O festival é... agora?” No segundo em que eu faço a questão, eu percebo quão óbvia é a resposta. Estamos no meio de uma multidão de pessoas. Eu volto a sentar no banco de couro. Ótimo. Simplesmente maravilhoso. Eu viajo todo o caminho para a Inglaterra e acontece que eu estou no único dia do ano, em que os druidas que estou procurando se escondem. Mais uma vez, a minha falta de sorte me surpreende. “Uau. Isso é uma droga”, digo, tristemente. “De fato”, Magnus concorda, como sempre ele não é o companheiro de sangue dos mais otimistas. “O que vamos fazer”. “Bem, não há maneira de encontrar os druidas nessa confusão”, ele diz, olhando pela janela novamente. “Eles devem estar escondidos. Nós só temos que esperar”.

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[N/T: Termo usado para pessoas que dançam em raves. Raves são aquelas festas de música eletrônica.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Mas já é noite de quinta-feira. E eu vou virar um vampiro no sábado. Isso não nos dá muito tempo”. Magnus chega mais perto e aperta meu joelho. Eu sei que ele está tentando ser reconfortante, mas isso é totalmente um não. “Eu sei, Sun”, ele diz. “É um desastre completo. Eu sinto muito”. Eu olho para fora da janela novamente, sentindo as lágrimas nos meus olhos escorrendo pelo meu rosto. De todas as coisas infelizes que poderiam acontecer, este tinha que ser o pior. Minha única oportunidade de transformação foi arruinada por um bando enorme de crianças inglesas ravers. Eles não têm escola? Não tem vida? Por que estão aqui, para arruinar a minha? Eu tento me resignar a minha vida como vampiro. Não vai ser tão ruim assim, vai? Quer dizer, eu vou ter riquezas além da minha selvagem imaginação e poderes inimagináveis. Isso vai ser divertido, certo? E, ei, se estamos sendo honestos aqui, a luz do sol é completamente super valorizada. Como é a faculdade. E se casar e ter uma família. E... Oh, o que eu estou fazendo? Não importa como imagine, isso é totalmente um golpe. Eu não quero ser um vampiro. Eu tenho certeza que isso é uma opção de vida para algumas pessoas. Mas não é para mim. Os soluços vêm com força total agora. Sufocando-me, é um duro golpe de tristeza que atormenta meu corpo. Logo, eu estou chorando tão forte que estou realmente tremendo. Todo esse tempo eu tinha esperança que de alguma forma, o processo poderia ser revertido. E agora que eu sei que estou condenada, a magnitude da minha situação me bate como uma bigorna66 da Acme do desenho animado Papa-Léguas. Isso é uma droga. Isso é totalmente uma droga. Isto é totalmente, absolutamente e inacreditavelmente uma droga. De repente, sinto braços em volta de mim, puxando-me para longe do meu poço escuro de desespero e envolvendo-me em um morno e seguro abraço. Eu pressiono a minha cabeça contra o ombro de Magnus e apenas deixo ele me abraçar enquanto choro. Deixo que ele esfregue minhas costas com seus dedos enquanto me afogo em soluços. “Shh, shh”, ele me acalma. “Vai ficar tudo bem”. “Não vai ficar tudo bem”, eu grito. “Eu vou ser um vampiro para sempre”. “Isso não é necessariamente verdade”, ele sussurra. “Nós podemos encontrar um caminho. Ou esperar até o festival acabar. O lugar vai ser completamente evacuado amanhã, isso nos dará tempo suficiente para encontrar o Graal”. Eu fungo, desejando que eu tivesse um lenço de papel para limpar meu nariz. Eu odeio ficar com coriza assim. Eu afasto-me do abraço de Magnus, de modo que eu possa olhar nos olhos dele. Ele olha para mim, parecendo solene e preocupado. “Você realmente acha que nós temos uma chance?”, eu pergunto, secando minhas lágrimas com a manga. Ele acena lentamente. “Eu acho”, ele diz. “E, Sunny, eu não quero parecer negativo aqui, mas mesmo se não conseguirmos, o que não acredito que vai acontecer”, acrescenta ele, provavelmente em resposta ao meu rosto amassado, “mas no pior dos casos”, ele chega mais perto e segura meu rosto em suas mãos. Eu sugo uma respiração. “Eu quero que você saiba que eu nunca vou abandonar você. Eu não vou deixar você se virar sozinha. Se você tiver que ficar como vampiro, eu prometo para você agora, que eu vou ser seu 66

[N/T: Bigorna é isso: http://farm1.static.flickr.com/35/73285200_0bda089a9e_m.jpg ] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite companheiro de sangue em todos os sentidos da palavra. Enquanto você quiser ou precise de mim, eu irei mantê-la segura. Você não precisa ter medo. Eu nunca te deixarei”. Esta promessa, esta confissão, o ultimato da bela criatura diante de mim, é quase demais. Meu coração se aperta e tudo rompe ao mesmo tempo. Eu não sei se vomito ou se jogo meus braços ao redor dele. “O-obrigada”, eu murmuro. “Isso significa muito para mim”. Ele não responde. Bem, não com palavras de qualquer maneira. Ele apenas se inclina e me beija.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Capítulo 21 Ele fez a mistura Ele fez o monstro misturado Não é como o nosso primeiro beijo, que aconteceu no estacionamento do Club Fang. Este foi um beijo cheio de luxúria. De vazia paixão entre dois estranhos que não sabiam nada um do outro. E não foi como o beijo que Jake Wilder me deu antes que eu viajasse para a Inglaterra. Esse foi, sem dúvida, um pouco desleixado. Esse beijo é diferente. É impossível descrever. Pelo menos, não sem soar como alguém dos romances da minha Tia Edna. Então eu fico quieta por um momento, simplesmente apreciando a suavidade de seus lábios se movendo contra os meus, esquecendo-me por um momento de toda a minha dor, minhas preocupações, meus medos e apenas relaxando em seus braços. Tomando a força e o conforto que seus lábios estão me oferecendo. (Okay, talvez eu tenha falado como uma heroína de romance por um momento, me processe). Então, contra o meu melhor julgamento, eu o beijo de volta. Por um momento, nós somos um. Saboreando, tocando, amando um ao outro. Não há mais problemas de convivência entre humano e vampiro. Apenas dois indivíduos que sentem uma necessidade inegável de se conectarem um com o outro em um nível íntimo. Insira um grande suspiro sonhador aqui. Ele se afasta primeiro, corando furiosamente. Eu observo as lágrimas de sangue escapando dos cantos dos seus olhos antes que ele as limpe. “Sinto muito”, ele murmura, voltando a olhar para fora da janela. “Eu não deveria ter feito isso”. Eu fico olhando para ele por um momento, incapaz de falar, sabendo que as minhas próximas palavras podem mudar o rumo da nossa relação para sempre. Percebo que os meus dedos estão agarrando o assento de couro e solto meu aperto. Penso nas possibilidades. Se eu ficar como um vampiro, não há nenhuma razão para não ficarmos juntos, certo? Quero dizer, nós somos companheiros de sangue; nosso DNA é compatível para que passemos uma eternidade juntos. E afinal, se eu ficar presa como uma vampira, não há mais ninguém com que eu queira ficar presa do que com o doce, perfeito e cuidadoso Magnus que beija como um deus. Pela mesma razão, se eu conseguir recuperar a minha humanidade (e vamos ser honestos aqui, esse é o plano número um), e sendo realista, seria possível manter laços estreitos com uma imortal criatura da noite? Sério. Quer dizer, como seria ter um namorado vampiro? Pelo que eu posso imaginar, nunca poderia funcionar. Nós não poderíamos casar, por exemplo. (Que data de aniversário ele colocaria na licença de matrimônio?) E depois de alguns anos, eu ia começar a envelhecer e ele ia ficar parecendo um adolescente para sempre. O que as pessoas vão dizer sobre uma velha de sessenta anos de idade com um namorado bonito adolescente? (Bem, além de “Eca”, de qualquer maneira). Quer dizer, o casal Demi e Ashton já é estranho o suficiente. Isso seria muito, muito pior. E depois tem a questão do companheiro de sangue. O Conselho irá eventualmente atribuir Magnus para uma nova e boa companheira de sangue. Alguém com quem passar a eternidade, alguém que não vai envelhecer nem se queixar da artrite. E o que eu vou fazer então? Fazer um trio? De alguma forma, eu duvido que a Sra. Nova Companheira de Sangue queira isso.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Não, não há forma de evitar isso. Não vai funcionar. E provavelmente é melhor tirar o Band-Aid de uma vez só, como se costuma dizer, ao invés de prolongar a tortura. Parar isso. Para esse crescente relacionamento agora – antes que fique mais profundo. Antes que eu me apaixone ou aconteça algo tão ridículo como isso. “Acho que nós temos que nos concentrar em encontrar o Graal agora”, eu digo com firmeza, cruzando os braços sobre o meu peito. Espero que eu pareça confiante e no controle, por que por dentro tudo é dúvida e confusão. Prendo a minha respiração, esperando a sua resposta. Será que ele vai ficar bravo? Ou me pedir para reconsiderar? Mas tudo que ele faz é balançar a cabeça e posso ver que ele engole com dificuldade. “Claro”, ele concorda, limpando a garganta. “Nós certamente devemos nos concentrar nisso”. Eu fecho meus olhos, apertando-os. Gah! Isso é tão, tão difícil. De repente, tudo o que eu quero fazer é lançar meus braços ao redor dele e continuar de onde paramos. Beijá-lo inconscientemente por toda a noite. Mas isso seria realmente estúpido. Uma satisfação impulsiva que levaria a uma vida de arrependimento. Eu posso senti-lo olhando para mim, seus belos olhos azuis cravados em meu crânio, como se estivesse tentando ler minha mente. De repente, percebo que eu nunca descobri se ele tinha o poder para fazer isso. Espero que ele não tenha. Eu não quero que ele veja a confusão que está girando em minha cabeça. “Bem, já que estamos aqui”, digo finalmente, decidindo mudar para um assunto mais seguro e menos doloroso, “talvez devêssemos sair e apreciar o festival”. Magnus olha para fora da janela outra vez, parecendo como se eu tivesse pedido para que ele jantasse o sangue de um agricultor de alho. Eu não o culpo. Eu tenho certeza que a última coisa que ele quer fazer nesse momento é atravessar uma multidão de farristas bêbados, tendo em conta que somos turistas nãomortos, sem nada melhor para fazer. “Esquece”, eu digo, indo para trás. Que se lixe. Eu não quero tornar as coisas piores. Além disso, quanta diversão nós poderíamos realmente ter em nosso deprimente estado de espírito? “Foi uma idéia idiota”. “Não, não”, Magnus protesta, olhando para mim, sua expressão totalmente ilegível. “É uma idéia muito boa, realmente. Você provavelmente nunca mais terá a chance de experimentar esse caos novamente. Pode também tirar o máximo proveito, certo?” Ele tenta sorrir, mas é totalmente uma tentativa indiferente. “Okay”, eu ladeio. “Se você estiver certo...” “Claro, eu tenho certeza. Vai ser divertido”. Eu realmente acreditaria nele, se não estivesse usando essa expressão de morte em seu rosto pálido. Mas antes que eu pudesse fazer objeções, ele orienta o motorista da limusine para que espere e abre a porta do carro. “Vamos lá”, ele diz, e isso soa para mim como uma alegria forçada. Saímos para a noite. Para a multidão. Para a loucura. “Aqui não há nada”, eu resmungo, não tendo certeza por que eu achei que isso seria uma boa idéia. Lutamos para caminhar através da multidão, e compramos dois ingressos de um cambista barbudo vestindo uma camisa do time de futebol Tottenham Hotspurs. Então nos dirigimos através das portas improvisadas e entramos no campo. E é aí que minha mandíbula cai aberta em maravilha. Wow. Tudo que posso dizer é wow.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Sério, você nunca viveu até que você tenha visto cem mil pessoas dançando ao mesmo tempo. O palco parece estar a milhas de distância e os artistas parecem formigas de onde estamos. Mas isso não parece incomodar os festeiros em nossa esfera geográfica. Eles estão dançando como se tivessem ingressos para a primeira fila – saltando para cima e para baixo com a música, gritando muito, e parecendo estar tendo um bom momento. Eu sorrio, sentindo a minha dúvida e depressão esgueirando-se para longe, substituída por uma compartilhada vibração de excitação. Quero dizer, o quão legal é isso? Nós não temos nada parecido na América. Estes ingleses sabem realmente fazer rock. Estou tão feliz que decido não voltar para o carro. “Bem, isso é um pouco desconcertante, não é?” Magnus grita no meu ouvido, evidentemente, ele não partilha os meus sentimentos entusiásticos. Então, novamente, ele é um vampiro de mil anos de idade, e eu acho que essa mania realmente não é sua cena regular. Eu, por outro lado, tenho que dizer que estou tendo um bom momento, e ele não vai arruinar tudo. Por que, eu mereço, depois de tudo que passei nessa semana. Sim, eu estou pronta para saltar e esquecer todas as coisas ruins e só descer na pista de dança. (Ou pista de grama, como é o caso) E isso significa que Magnus não está permitido ser um velho conservador e sem entusiasmo que eu posso ver que ele pretende ser. Precisamos colocar nossas diferenças de lado nessa noite. Desfrutar de nós mesmos e de nosso ambiente exclusivo. Afinal, esta pode ser uma experiência única na nossa vida. Eu quero desfrutar dela. Então, agarro-o pela mão e o arrasto para o meio da multidão. “Dance!” Eu grito para ele, mas não tenho certeza se ele pode me ouvir por causa da música. Eu começo a dançar, com a esperança que ele faça o mesmo. Ele revira os olhos e fica parado por um momento, talvez calculando quantos pontos de frieza de vampiro ele perderia se seguisse a melodia no Festival de Glastonbury. Sabendo o que sei sobre o Código Vampiro, tenho certeza que este não é um “comportamento para tornar-se” o próximo rei. Mais ainda... “Não há ninguém aqui para te ver”, eu o lembro. “E eu nunca vou contar!” Pego suas mãos e começo a dançar em torno dele, tentando forçá-lo a se mover. No começo, ele fica parado como uma estátua de pedra, em seguida, começa lentamente a balançar a cabeça seguindo o ritmo. Em seguida, outras partes do corpo seguem. Primeiramente, ele é desajeitado, só seguindo alguns movimentos. Mas quando a próxima música começa a tocar, eu posso dizer que ele já está pegando o jeito. Um momento depois, ele já está totalmente dançando. “Whoo-hoo” Eu grito, jogando meus braços ao seu redor em um grande abraço. Eu provavelmente não deveria estar fazendo coisas desse tipo, já que eu estou tentando manter nosso relacionamento em um nível platônico. Mas naquele momento, eu sinto que isto é uma coisa perfeitamente normal a se fazer. E, ei, ainda somos amigos, certo? E amigos se abraçam. Não é grande coisa. Eu o aperto. “Eu sabia que você poderia fazer isso!” Eu digo em seu ouvido. Ele ri. “Inferno Sangrento!” Então, nós dançamos. E pulamos. E rodamos. Em um momento, nós dançamos juntos agarrados um no outro como se tivéssemos tendo um encontro num baile. Eu posso dizer pelos olhares no rosto dos outros ravers que eles estão pensando que espécie de casal “antiquado” dança assim em um festival. Mas eu não me importo. Tendo as mãos de Magnus na minha cintura, me girando na pista de dança de grama, parece bom demais para mim se preocupar com o que os outros pensam. Após o que pareceu ser uma hora, nós desabamos, rindo e suados e exaustos, em uma lareira de grama próxima que está livre de pessoas. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Ufa!” Eu grito. “Isso foi divertido.” “Certamente”. Magnus se deita na grama, olhando para o céu escuro. Me junto a ele. É uma noite bonita. A lua está baixa e cheia e é quase totalmente laranja em sua intensidade. Temperatura perfeita e um céu claro, resplandecendo com alfinetadas de luz. Agradável. Sabe, se eu acabar presa como um vampiro por toda a eternidade – e nunca mais poder por o pé debaixo do sol – pelo menos eu vou ter sempre as estrelas para me fazer companhia. “Eu não dançava provavelmente há uns oitenta anos”, Magnus admite. “Desde os Roaring Twenties, eu não pensava nisso”. “Sério?” Estou surpresa. Isto é um longo tempo sem dançar. “Nem mesmo no Club Fang?” “Não é para mim”, ele admite. “Só por que eu sou um vampiro, não significa que eu esteja na cena Gótica”. “Yeah. Suponho que faz sentido”, eu lhe dou razão. “Para que se vestir de preto e desejar estar morto, quando tecnicamente você já está”. Ele sorri. “Exatamente”. “Bem, sua primeira dança em quase um século – você gostou?” “Muitíssimo. Acho que só esperarei mais uma ou duas décadas para tentar novamente”, diz ele, ironicamente. “Tanto faz, cara. Estaremos dançando novamente em cinco minutos e você sabe disso!”. “Estaremos, agora? Bem, se você está dizendo isso, deve ser verdade”. Eu rolo para ficar de frente para o seu rosto e ele faz o mesmo. “Vamos lá, admita. Você se divertiu. Você está morrendo de vontade de fazer novamente”. “Tudo bem, tudo bem. Isso foi muito agradável”, ele diz com um pequeno sorriso. “Mas não diga nenhuma palavra para ninguém quando voltarmos para a convenção. Estou tentando construir credibilidade na minha aquisição. E eu acho que “está dançando”, como você tão delicadamente colocou, não irá impressionar muitos sobre a minha capacidade de liderança”. “Quem se importa com o que eles pensam? Quero dizer, que eles se lixem! O que é que eles têm a ver com o que você faz em seu tempo livro? Você é um vampiro, não tem permissão para se divertir ou algo assim?” Ele suspira. “A Política dos Vampiros é muito complicada. E os nossos sistemas estão em vigor a quase mil anos. A maioria da nossa espécie está estabelecida com suas maneiras e não tem a amabilidade para o modernismo ou os vampiros pararam em seu tempo. É lamentável, no entanto”, acrescenta ele, após uma pausa. “Acho que nossa espécie perde um monte de boas noites fora”. “Bem, quando você for rei você pode mudar tudo isso”. “Não é tão fácil assim. Mas vamos ver”. Ele se aproxima e tira uma mecha de cabelo que estava grudado em meu rosto suado. Eu gostaria que ele não continuasse fazendo isso. Acho que é muito romântico para minha comodidade. “Você tem grandes perspectivas na vida, Sunny”, diz ele, baixinho. “Posso aprender muito com você”.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu posso me sentir corando e não tenho idéia como responder. “Obrigado?”, atrevo-me finalmente. Ele sorri, mas não fala. Por um momento, ficamos apenas olhando um para o outro. Pergunto-me se ele vai me beijar novamente, mas ele não faz nenhum movimento. Ele provavelmente está com medo que eu reaja como da última vez. Ao invés, ele fica apenas me assistindo com seus bonitos olhos azuis tristes. Eu não agüento. “Eu amo essa música! Vamos dançar”, exclamo, pulando sobre meus pés. Eu realmente não amo essa música, eu nem tenho certeza que música é essa. Ou que banda, para falar a verdade. Mas eu tenho que quebrar o feitiço de alguma maneira e esse foi o único jeito que eu pensei em fazer. Agarro-lhe pela mão e arranco-o de lá. Ele ri, e juntos voltamos para a multidão. Logo nós estamos dançando novamente e eu estou aliviada ao notar que Magnus parece ter abandonado seus pensamentos escuros e parece realmente bastante feliz enquanto se movimenta no ritmo da noite. *** Parece apenas alguns minutos mais tarde, mas deve ser horas, eu olho para o céu. O horizonte está rosado com a luz da madrugada. “É melhor irmos andando”, digo para Magnus. “Nós não queremos ser apanhados no sol”. “Uma canção mais?”, ele pede. “Eu amo Oasis”. Eu rio. Foi-se o frio e irônico vampiro que ele finge ser. Agora ele é uma criança em uma loja de doces. Olhos brilhando. Vivos. (Bem, não está tecnicamente vivo, mais você sabe o que eu quero dizer). Missão cumprida. “Tudo bem por mim. Você é o único que vai ser queimado como uma batata frita”, eu zombo. Ele suspira. “Você está certa, claro. Vamos lá”. Voltamos para a limusine, que milagrosamente ainda está esperando por nós. Acho que se você pagar alguém o suficiente, ele fica aqui até o Dia do Juízo Final. Tão legal. Eu adoraria um destes motoristas para me trazer de volta da escola todos os dias. Buscar meu almoço na pizzaria local e tê-lo quente e esperando por mim na hora do almoço. O motorista abre a porta para nós, e entramos. Se eu tivesse uma limusine, no entanto, eu refaria o chato interior. Talvez eu colocasse algumas luzes de discoteca. Tornaria realmente divertido. Pergunto-me, se a MTV nunca arrumou esse tipo de carro. O motorista entra em seu lado e coloca a chave na ignição. Logo, estaríamos acelerando de volta para o Chateau du Vampire. “Isso foi muito divertido”, eu digo, depois de um longo bocejo, afundando novamente no assento de couro. Estou tão sonolenta repentinamente. Eu acho que muitas horas de dança em um campo faz isso com qualquer garota. Não que isso não tenha valido totalmente a pena. “De fato”, Magnus concorda. “Tive um momento fantástico. O mais divertido que eu tive em séculos”. Ele sorri seu tímido sorriso. “Obrigada, Sunny”. “Qualquer coisa por você, Magnus”, eu respondo, tentando manter o humor leve. Eu não posso suportar que ele fique todo sentimental novamente. Ele vai arruinar todo o meu trabalho em manter as coisas em um nível platônico.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu fecho meus olhos, fingindo dormir, mais principalmente para evitar olhar para ele. Mas, mesmo com os olhos espremidos fechados, eu posso senti-lo do outro lado da limusine. Seu olhar. Seu desejo por mim. Eu não sei se é uma coisa de companheiros de sangue, mas posso sentir que irradia do seu corpo. Ele me quer. Eu tenho certeza disso. Tão certa como eu estou que Marshmallow Peep é o melhor doce do universo. E se eu estou sendo totalmente honesta aqui, eu também quero ele. Na verdade, eu gostaria de me aconchegar ao lado dele e trocar doces beijos sonolentos e carícias durante todo o dia. Mas eu não posso. Eu não posso fazer isso. Eu devo permanecer forte. Romper tudo isso agora, antes que seja tarde. Antes que eu me apaixone. Abro um olho e dou uma olhada nele. Ele sorri para mim. Oh, Deus, será que eu já não estou?

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Capítulo 22 Um ancião Druida ou um louco Hooligan de futebol Quando eu acordei, nessa noite, estava chovendo forte. E eu podia ouvir o vento assobiando entre as árvores. Eu saio da cama, tomando cuidado para que Magnus não acorde, afasto as cortinas pesadas e olho para fora da janela. Este é o clima estereotipado que todos dizem que a Inglaterra sempre tem, eu acho. De repente, é como se fosse uma vingança para a senhorita América. O que eu estou fazendo aqui? Em um país estrangeiro, passando a noite dançando em um campo como se fosse uma pessoa louca, com apenas um vampiro para fazer companhia? Isso não sou eu. Eu sou normal. Comum. Eu não faço coisas como isso. Eu só quero ir para casa. Mas eu não posso. Não até que eu tenha encontrado o Graal. Caso contrário, essa aventura toda não serviu para nada. De outra maneira, vou ficar presa como uma anormal pela eternidade. Eu olho para o meu relógio. Oito horas da noite. Pergunto-me o que Rayne está fazendo para lidar com mamãe. Fingindo ser eu. Ela soou um pouco entediada com a mentira quando me ligou esta manhã. Mas ela disse que eu não me preocupasse. Que ela ia cuidar de tudo. Ela nunca se estressa sobre qualquer coisa. Ela só segue o fluxo e não se importa com o que as pessoas vão dizer. Eu invejo isso nela. “Sunny?” Eu volto para a cama. Magnus está sentado, esfregando seus olhos sonolentos. Acho que eu acabei acordando ele, afinal. “Ei”, eu digo, rapidamente desviando meu olhar dele, para um ponto no chão, principalmente para evitar vêlo sem camisa e sua bagunça sexy no sono. Sério, quando eu acordo de manhã (à noite, no caso) eu pareço como a morte. Ele se parece com Brad Pitt no Oscar. “Ei”. Wow. Isso é meio estranho, realmente. As coisas ainda estão instáveis entre nós. “Então, hm, você acha que o festival acabou?” Pergunto, tentado ficar em um campo neutro. Magnus concorda. “Sim, eu ouvi falar que o Oasis seria a última apresentação. Então, eu tenho certeza que todo mundo partiu ou está dormindo em algum lugar”. “Então, você acha que os Druidas podem estar de volta?” “Espero que sim. Iremos tentar descobrir”. “Legal. Bem, o que estamos esperando? Vamos lá”. Magnus me dá um olhar engraçado, mas não comenta nada a princípio. Será que é obvio que eu quero que ele se vista e saia do quarto o mais rápido possível? “Sunny, eu acho que precisamos conversar”, diz ele, finalmente. Conversar? De repente, me sinto em pânico como um viciado. Eu não quero conversar! Se conversarmos, ele vai me dizer algo que eu não quero ouvir. Como que ele está apaixonado por mim. Ou que ele quer que Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite eu fique como vampira com ele. E então eu vou ter que escolher. E eu não quero escolher. A escolha é algo super valorizada. Quero dizer, e se eu fizer a escolha errada? Seguir meus sentimentos e decidir algo estúpido, como permanecer para sempre como vampiro? Então, o que acontece se depois de alguns meses as coisas começarem a não ir tão bem? Ele vai ficar fora até tarde, festejando com os meninos. E eu estou presa na cozinha da convenção, chorando com a minha taça de sangue. Ele vem bêbado para casa e diz que seus sentimentos mudaram. “Não é você, sou eu”, ele vai dizer, lamentavelmente. E então, ele vai sair de novo. E eu vou ficar presa, sozinha. Uma vampira sem companheiro de sangue. E eu desejarei que eu nunca tivesse sacrificado a minha humanidade, e tudo só por que um vampiro parece gostoso sem camisa. Okay, eu estou projetando um pouco aqui, mas você entende o ponto. “Não podemos falar mais tarde?” Peço. “Eu realmente quero tentar encontrar o Graal primeiro”. O rosto de Magnus parece decepcionado. Eu posso ver claramente seu desapontamento. Mas tudo que ele faz é assentir. “Tudo bem”, é a sua única palavra como resposta. Ele sai da cama, batendo nas coisas enquanto se veste. Deixando-me saber, não com palavras, que ele está irritado com a minha fuga da conversa. Bem, é difícil. Ele terá que lidar com isso. Eu preciso do sangue do Graal. Essa é a minha prioridade número um agora. Conversas sobre relações podem vir mais tarde. Logo, após tomar banho e jantar (não pergunte, eu não quero falar sobre isso!) nos encontramos mais uma vez fazendo nosso caminho para Glastonbury em uma limusine acelerando no lado errado da rua. Nós estamos silenciosos. Ambos olhamos para fora das janelas para evitar olhar um ao outro. Nós nos aproximamos dos limites da cidade. Desta vez, porém, não existem barreiras ou loucos adolescentes bêbados, para nos atrapalhar em nossa missão. Desta vez, nós podemos dirigir até a rua principal da novamente pacata pequena cidade situada em uma encosta. Nós saímos da limusine e instruímos para que o sempre paciente motorista espere. Eu olho ao redor. O lugar é totalmente encantador – uma estereotipada pequena vila inglesa com pubs e galerias de arte, e lojas aconchegantes de chá que são escritas como shoppings. Claro, tudo está fechado para a noite (com exceção dos pubs, que estão abarrotados de habitantes locais, que provavelmente estão comemorando o fato que o festival amaldiçoado já acabou por mais um ano). Eu viro ao redor, observando tudo. “Isso é tão adorável! Eu adoro pequenas cidades pitorescas como essa!”. Eu olho para uma janela escurecida. “Seria tão bom vir aqui algum dia e explorar o lugar”. “Bem, se nós não nos movermos, você não terá esse privilégio novamente”, Magnus lembra-me, com um completamente injustificado tom irritado. Ugh. O que rastejou sobre seu traseiro e morreu?67 “Okay, okay”, eu digo, abandonando a vitrine de uma loja e seguindo-o na estrada, que está revestida por altas e finas residências urbanas. “Onde estamos indo, afinal?” “Aqui”, Magnus diz, parando em frente a uma das portas de uma casa inclassificável. “Aqui? Como você sabe que é aqui?” Eu coço minha cabeça. “Parece com todas as outras casas que acabamos de passar”.

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[N/T: É uma expressão americana, o qual eu não achei um significado que tenha a ver com o contexto da estória.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Magnus aponta para a aldrava de bronze na porta. “A porta tem o sinal da deusa”, informa-me. “Druidas vivem aqui”. “Ah. Certo”. Cale-se, junte-se a ele, e não faça mais perguntas idiotas, Sunny. “Então, nós vamos apenas bater e perguntar para quem chegar na porta sobre o Graal? Você acha que eles sabem? Você acha que eles vão nos dizer se souberem?” Magnus me dá uma olhada. Cale a boca. Perguntas idiotas. Certo. Vou apenas verificar essa linda caixa com uma flor. O vampiro agarra a aldrava de bronze e dá uma batidinha curta, logo em seguida, bate com mais força. Eu quero perguntar a ele se este é um código secreto druida que ele está batendo, mas eu já aprendi a minha lição sobre perguntas idiotas. Momentos depois, a porta range ao abrir e um homem velho com uma longa barba cinza coloca a cabeça para fora. Eu olho para ele. Ele parece exatamente como o famoso Gandalf, o Cinzento, do Senhor dos Anéis. Quão legal é isso? Finalmente, após as figuras decepcionantes da Caçadora e do vampiro líder Lucifent, alguém que realmente parece com seu papel. “Posso ajudar?”, pergunta ele, com uma profunda e grave voz inglesa. “Nós procuramos uma audiência com Pendragon68”, responde Magnus. “Você pode nos ajudar?” Os olhos de Gandalf se estreitam. “O que uma pessoa como você procuraria com a nossa Ordem? Você não é deste mundo”. Wow. Ele pode dizer isso só olhando para Magnus? Eu gostaria de ter tido essa habilidade quando conheci o garoto. Então, eu não estaria em toda essa confusão. Magnus inclina a cabeça para baixo. “Sei perfeitamente que eu sou uma maldita criatura da noite, meu senhor. No entanto, tenho uma grande necessidade que eu espero que possa ser discutida. E gostaria de lembrar a você, que não é a primeira vez em que as nossas duas crenças se uniram para um nobre propósito”. “Você fala a verdade”. Gandalf abre a enorme porta. “Entre, meu filho”. Hmm. Então, os druidas e os vampiros estiveram ligados no passado? Gostaria de saber do que eles estão falando? Quero dizer, você tem os druidas, que são amantes da natureza e abraçam as árvores. Então você tem os vampiros, que gostam de beber sangue e viver em luxuosos palácios subterrâneos. Não é uma combinação comum, tanto quanto eu posso ver. Mas, ei, o que eu sei? Entramos na casa e caminhamos por um corredor estreito, aonde chegamos a um pequeno e pitoresco salão. Gandalf (que se apresentou como Llewellyn, o Pendragon, o que é evidentemente algum tipo de posição de liderança no mundo druida) nos convida para sentar e pergunta se nós gostaríamos de “Tomar chá”. “Embora, eu entendo que esta não é sua bebida favorita”, ele diz com uma piscadela. Ugh. O vovô druida está tentando me atingir, não é? Depois de dizermos que estamos bem com toda a coisa do chá e que preferimos começar logo os negócios, o velho druida senta-se em uma das cadeiras do salão e se inclina para frente, com os cotovelos sobre os joelhos, dizendo que está ansioso para ouvir nosso pedido.

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[N/T: Pendragon, como era conhecido Uther, Rei da Dumnonia e Grande Rei da Britânia, era um título cedido aos grandes reis e mais influentes entre as cidades e reinados da Britânia. Título passado de tempos em tempos, não possuía vínculo familiar ou sucessão de parentesco, pois quem determinava sua nomeação eram os druidas.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Então, Magnus explica tudo. Minha mordida acidental. Como ele está tentando reverter a transformação. Como apenas uma gota do sangue puro do Graal pode fazer isso, blá, blá, blá. “Entendo”, diz Llewellyn, quando ele acaba. “E você tem a impressão que sabemos onde o Graal está enterrado”. “Eu esperava”, Magnus concorda, “que você tivesse a bondade de nos levar até lá”. “Nós fomos escolhidos pela Deusa para sermos os Guardiões do Graal há milênios”, diz Llewellyn, sua voz fria e formal. “Essa é uma tarefa que levamos a sério. Permitir um impuro não-morto está perto do cálice sagrado seria blasfêmia”. Meu coração afunda com suas palavras. Oh, ótimo. Ele vai dificultar isto, não vai? Cara. Nós chegamos até aqui e então, nós estamos completamente abatidos. Eu só sei que estou condenada a andar pela terra como uma não-morta para sempre. Perfeito. “Eu entendo”, diz Magnus. “Embora talvez um dízimo, feito para a Deusa, a grande Mãe da Terra, facilitaria a sua opinião sobre essa ofensa”. Llewellyn franze o cenho. “Você ousa me subornar, vampiro?”, pergunta ele, irritado. “Você deveria saber melhor do que ninguém. Nossa Ordem é baseada no amor, na natureza e na pureza. Nós não somos mercenários que podem ser comprados com algo tão comum como uma moeda”. “Um dízimo de um milhão de libras”, Magnus acrescenta com uma voz calma. Minha boca fica escancarada. Também fica a de Llewellyn, embora ele a feche rapidamente. “Deixe-me...”, ele limpa a garganta. “Deixe-me consultar a Deusa em nosso Arvoredo Sagrado. Eu voltarei com sua resposta”. Ele se levanta da cadeira e sai da sala. Depois que ele vai embora, Magnus se vira para mim. “Lição número um. Todo mundo tem seu preço”, ele diz. “Mesmo aqueles que conversam com a natureza precisam pagar o aluguel e comprar comida no mercado”. Eu dou uma risadinha. “Mas um milhão de libras, Mag?” Eu pergunto, lembrando a quantia que ele ofereceu. “Isso é um monte de dinheiro. Quase dois milhões de dólares americanos se eu tiver feito a conversão direito. Tem certeza de que quer dar um milhão de libras?” “Você vale à pena”. Gah. O que eu posso dizer com isso? Eu não posso lidar quando ele diz coisas assim. Quero dizer, em um sentido que eu gosto. Isso me dá arrepios que passa por toda a minha coluna vertebral. Mas, por outro lado, me dou conta que é perigoso. Eu não posso sucumbir ao seu charme. Eu devo seguir em frente com a minha vida. “Sim, sim”, eu respondo finalmente, usando o sarcasmo para desviar os seus sentimentos. “Tanto faz”. Ansiosa para mudar de assunto, eu levanto do meu assento e encosto a cabeça na porta onde Llewellyn acabou de sair. Eu coloco meu ouvido na madeira. (Não se supõe que os druidas deveriam ser contra a destruição de árvores e, portanto, contra os objetos criados através da sua destruição, como portas de madeira? Seria como um hindu comer uma vaca ou minha mãe vegetariana usar roupas de couro).

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “É um milhão de libras, cara!”, uma voz do outro lado está dizendo. Uma voz, que na verdade, soa notavelmente como Llewellyn, ele estava usando palavras como, cara, que até agora eu não imaginava que ele usasse. “É este fantástico sangramento ou o quê?” “Sim, mais nós supostamente somos Guardiões e outras coisas”, outra voz masculina argumenta. “Você sabe. Sagrada Missão e tudo isso?” “Droga, cara. Você sabe que tipo de apartamento em Londres poderíamos conseguir com um milhão de libras? Poderíamos passar todas as nossas noite no pub Stella, assistindo futebol na televisão, e recolhendo pássaros. Vai ser brilhante”. Hmm, de alguma forma eu acho que eles não estão falando de blue-jays69 e robins70 aqui. Tanto quanto o Garoto da Natureza e sua Ordem Sagrada. Estou realmente um pouco decepcionada. Mas se eu aprendi uma coisa nessa jornada louca de vampiros, é que ninguém é realmente como você imagina que elas sejam. E, claro, neste caso, o velho líder de uma antiga ordem druida mostrou-se ser um hooligan louco por dinheiro que irá grandemente trabalhar para o nosso beneficio. “Está certo”, a outra voz concorda. “Mas vamos mostrar o Graal bem rápido. Mostrar e tirar, antes que o resto deles acorde após o festival e tenhamos que compartilhar com os outros”. “Muito certo”. Eu pulo de volta para o meu lugar, apenas a tempo de que “Llewellyn” (a propósito, estou bastante convencida agora que é um nome falso; ele provavelmente se chama Bob ou algo assim) caminhe através da porta de uma suntuosa e cerimoniosa maneira. Heh. “Boa gente da terra”, ele começa, e volta a falar como se fosse um membro do elenco do Senhor dos Anéis. “Eu já tenha a resposta de minha consulta com a Boa Mãe, que tem a própria terra em seu ventre”. Eu abafo uma risadinha. Yeah. Boa Mãe, também conhecida como, o amigo Cockney71 da cozinha, muito diferente. “E?” Magnus instiga. “E ela...” Ele faz uma pausa para ter um efeito dramático. Sinceramente, estes druidas são quase tão maus como os Góticos. “...decidiu conceder o pedido. Levando em conta que a nossa missão é resgatar e purificar o sangue de uma virgem que foi cruelmente tirada de sua inocência por uma maldita criatura do Outro Mundo”. Okay, eu sei que esse discurso é totalmente mentiroso, mais com licença, como diabos todo mundo sabe que eu ainda sou virgem? Realmente, eu quero saber. Existe algum selo na minha testa que eu não consigo ver? Algum aperto de mão secreto que eu não sei? “Por favor, diga a Boa Mãe que nós seremos eternamente gratos por sua extrema generosidade”, Magnus instrui, antes que eu possa dizer ao druida que pare de falar casualmente a palavra com V, o vampiro pega uma pasta que eu não tinha notado que ele carregava. “E que eu espero que este dízimo ajude com o bom trabalho que ela persegue”. Ou permita que estes dois caras locais bebam e consigam sexo, neste caso, mais ei, tudo está funcionando para mim.

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[N/T: Uma espécie de pássaro: http://www.originalbirdart.com/mara/mara_bluejays-lg.jpg] [N/T: Espécie de pássaro: http://www.surfbirds.com/bird-feeders/amrobinhdr.jpg] 71 [N/T: Um cockney, no sentido menos estrito da palavra, é um habitante do East End de Londres. Os falantes Cockney têm um dialeto e sotaque distintos e com freqüência empregam o calão rimado Cockney.] 70

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Llewellyn aceita a pasta, seus olhos estão brilhando com sua ganância, e abre-a. Dentro há pilhas e pilhas de notas com números elevados. “Santa mer...”, ele começa, então percebe o que estava dizendo. “Sim, esse dízimo será muito agradável para Sua Deusa”. Ele fecha a pasta e diz que volta já. Então, sai para cozinha. Magnus e eu trocamos olhares divertidos. “Eu ainda acho que ele teria aceitado muito menos por uma... Doação”, digo. O vampiro encolhe os ombros. “Eu teria lhe dado muito mais”. Eu coro novamente. Ele tem sido tão bom para mim. “Obrigada, Mag”, eu digo. “Isso realmente significa muito para mim”. “Eu sei”, ele diz em um tom muito sério. “Significa muito para mim também”.

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Capítulo 23 Caçando o Graal Cerca de quinze minutos depois, nós estamos descendo uma escadaria de pedra escura em espiral, profundamente no subterrâneo, com Llewellyn como nosso guia. Ainda mantendo essa falsa imagem de natureza, ele insiste em usar uma tocha para iluminar o nosso caminho. Mais tanto faz. Desde que cheguemos lá, acho. “Essa passagem conduz para baixo do poderoso Tor”, nosso guia turístico druida explica. “Foi cavado há milhares de anos atrás por nossos ancestrais da Ordem”. Uau. Realmente fascinante. Sabe, essa cara poderia conseguir um emprego como guia turístico para a Torre de Londres, uma vez que ele acabe com seus milhões em álcool e garotas. Chegamos ao fundo das escadas e paramos em frente a um portão de ferro forjado. Llewellyn pega em seu manto o que parece ser uma antiga chave, feita de ouro. Nada de chaves com códigos de alta tecnologia para esses caras, acho. Ele encaixa a chave na fechadura e a porta range ao abrir-se, revelando um teto baixo ao longo de um corredor cheio de teias de aranha, que leva para a escuridão. Em outras palavras, meu pior pesadelo. “Este é o caminho”, comanda Llewellyn, acenando com longos dedos da mão. Eu olho o corredor, tentando controlar a minha respiração. Eu gostaria de esquecer como sou claustrofóbica. Meu coração começa a bater em meu peito enquanto olho a dança que as luzes da tocha fazem nas paredes de barro. Eu daria meu braço esquerdo – qualquer coisa – se eu pudesse ter agora uma lanterna de cabeça72 de halogênio ou algo assim. “Está tudo bem”, Magnus sussurra em meu ouvido. Ele pega a minha mão trêmula. “Relaxa”. Fácil para ele dizer. Mas difícil para eu fazer com que as paredes parem de se fechar ao meu redor. Minha mente começa a imaginar cenários de terremotos, inundações e outros desastres naturais que podem causar com que o túnel desmorone e nos enterre vivos. Percebo que estou cavando minhas unhas na palma de Magnus e solto meu aperto. “Desculpe”, eu sussurro. “Dizem que José de Arimatéia já viajou por essas passagens”, o Guia Turístico Llewellyn vai em frente, completamente alheio a minha tensão. “Queria descobrir um lugar seguro para guardar a taça do seu primo, Jesus Cristo, cujo sangue ele tinha coletado enquanto morria na cruz. Ele sentia que esse sangue puro e sagrado poderia ter um bom uso algum dia”. “Bem pensado, Joey, meu garoto”, eu resmungo. “Ele não sentia que, com a perseguição dos cristãos nas terras orientais, o artefato estaria seguro. Então ele o confiou a nossa Ordem. E nós o temos guardado desde então”. Sim, até hoje, quando você vendeu o pobre Joey por um milhão de libras. “A taça em si está afixada a uma pedra enorme e não pode ser movida. Mas eu preparei dois frascos feitos do mais puro cristal, para você preencher”.

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[N/T: É isso aqui: http://products.isc365.com/AVCat/images%2Fproducts%2Fmain%2Fheadlamp_app.jpg] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Você deve esperar pela noite de sábado para realmente beber”, Magnus sussurra. “De acordo, com o que eu li”. Maldição. Portanto, não é uma reversão instantânea ou algo assim. Cara. Mais ainda assim, finalmente eu tenho esperança. E isso é o que importa. Chegamos a uma sólida porta feita de pedra. Usando outra chave de aspecto antigo, Llewellyn desbloqueou e a porta abriu silenciosamente. Entramos e segurei minha respiração, todos os pensamentos claustrofóbicos desaparecendo em um instante. Eu não sei quantos de vocês já viram Indiana Jones e a Última Cruzada, mas nesse filme, ele chega na sala onde o Santo Graal está guardado e há milhares de taças diferentes ornamentadas e ele tem que descobrir qual é a verdadeira, porque se ele beber da errada, ele morre. E acaba sendo a taça mais simples de todas. Bem, deixe-me dizer, isso é apenas mais um dos equívocos de Hollywood. Por um lado, a sala em que entramos parece ser feita completamente de ouro. Chão de ouro. Teto de ouro. Paredes de ouro. E há somente uma taça. Um Santo Graal. E certamente não é minha imaginação. Está à frente no centro, afixada em uma enorme pedra como Llewellyn mencionou, e é a taça mais ornamentada que eu já vi. É de ouro. Há jóias fixadas. Está malditamente decorado, esse Santo Graal. “O Graal”, Llewellyn diz, com um floreio de mão. Eu olho para Magnus para expressar meu entusiasmo. Percebo que ele de repente está suando. Na verdade, transpirando sangue, se você quer ser literal sobre ele. Ele também está ofegante e seu rosto está branco como um cadáver. “Você está bem?”, eu pergunto. Eu não o vi tão afetado assim desde que eu o provoquei com a cruz na primeira noite... É isso! Estar tão perto do artefato religioso deve deixar ele louco. Pobre rapaz. “Eu estou... bem”, ele diz com a voz firme. “É só... todo... o sangue”. Llewellyn puxa dois frascos de um bolso de sua túnica e vai até o Graal. Magnus faz um som suave de sufocamento e eu chego mais perto para apertar sua mão. Se eu soubesse o quanto isso o incomodava, eu teria sugerido que eu fosse sozinha. Eu olho novamente para Llewellyn e o vejo mergulhar os frascos na taça, enchendo-os com um líquido escuro e vermelho. Em seguida, ele seca cada frasco e dá um para mim e outro para Magnus. “Espere, Magnus não pode...” Eu começo. Eu não quero que o frasco queime a mão dele ou algo assim. “Estou bem, Sunny”, diz Magnus, aceitando o frasco. “Está selado”. Ah. Bem, como eu ia saber? Eu viro o frasco na minha mão. “Essa coisa é muito frágil, não é?” Pergunto. “Por que seria um saco se eu conseguisse chegar em casa e descobrisse que tinha acontecido algum acidente na minha bagagem de mão”. Llewellyn balança a cabeça. “É feito de cristal, é grosso e forte. No entanto, dei a cada um de vocês um frasco, em caso de algum incidente infeliz venha a acontecer”. Bem, isso foi legal da parte dele, pensar em um plano de emergência. Mais, ei, nós demos ao cara um milhão de libras, por isso nós devemos estar esperando um bom serviço, suponho. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Ótimo”. Eu coloco o frasco no bolso da minha camisa. “Então, está tudo certo?” Olho uma última vez para o Graal, desejando que eu tivesse trazido meu telefone com câmera. Eu poderia vender a foto para algum museu e recuperar o milhão que gastamos. Hm, que Magnus gastou, de qualquer maneira. “Venham, vamos sair do lugar sagrado”, diz Llewellyn, indo para a porta. “Parece que isso está causando muita dor para seu amigo”. Ele está certo. Pobre Magnus. Devemos dar o fora daqui o mais rápido possível antes que o cara tenha um ataque apoplético ou algo assim. Então eu sigo Llewellyn para fora e nós voltamos para a passagem. Eu percebo que meu coração está batendo novamente. Mais desta vez, não está batendo por causa do medo claustrofóbico. Desta vez, está batendo de alegria. “Nós conseguimos!”. Eu sussurro para Magnus, alcançando-o para dar-lhe um abraço. “Eu voltarei a ser humana novamente!” Então, por que o vampiro não parece muito feliz?

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Capítulo 24 Obrigado pelas memórias A viagem de volta para o bom e velho Estados Unidos é monótona. Na verdade, eu durmo a maior parte do tempo, acordando apenas quando o avião vai aterrissar. Eu teria dormido muito mais se Magnus não tivesse me acordado e me apressado. “Houve uma tormenta sobre o Atlântico”, explica ele. “O que fez da viagem mais longa do que o normal. Temos pouco tempo antes de o sol nascer para chegar em casa”. Eu aceno enquanto esfrego meus olhos sonolentos. “Tudo bem”, concordo. As mãos de Magnus apertam uma garrafa. “Café da manhã”, ele diz. “Pode tomar aqui ou levar”. Eu aceita a garrafa com uma risada. “Você esqueceu de perguntar se eu gostaria de batatas fritas com isso”. Ele sorri e acena para que eu o siga para fora do avião. Eu vou, e logo estamos em seu jaguar de luxo, correndo pelas ruas para chegar em casa antes do amanhecer. Ele está quieto enquanto dirige. Eu sinto que deveria dizer algo, mais não sei o quê. “Obrigada por me ajudar a encontrar o sangue do Graal”, digo finalmente. Eu já agradeci, um milhão de vezes, mas estou realmente grata pela sua ajuda, por isso acho que agradecer mais uma vez, não vai machucar. Eu certamente não poderia ter feito isso sem ele. Chegar na Inglaterra seria bastante difícil. Colocar uma oferta acima dos dois mil para os amantes do futebol – e cerveja – druidas seria totalmente impossível. “Não tem problema”, ele responde, concentrando-se na estrada em frente a ele, em vez de mim. Eu observo as suas mãos segurando o volante muito forte e me pergunto por que ele está fazendo isso. Mas antes que eu possa perguntar, ele estaciona na frente da minha casa. “Então, hm, eu tenho que beber isto amanhã?” Pergunto, vasculhando meu bolso à procura do frasco. Eu o pego em minhas mãos, admirando a maneira como o cristal captura as luzes do painel do jaguar brilhando. Magnus concorda. “Eu posso te encontrar em algum lugar, se você quiser. Para estar com você enquanto bebe”, acrescenta. “Provavelmente vai ser muito... desconcertante mudar novamente. Eu poderia ajudá-la com o desconforto”. “Claro”, eu digo imediatamente. É tão agradável da parte dele oferecer. Então, eu me lembro. “Ah, espera”. Maldição. “Eu tenho que ir para o... baile”, termino, lamentando. Magnus levanta uma sobrancelha. “Você ainda está pensando em ir para o baile?” “Bem, sim”. Eu dou de ombros. “Quero dizer, eu posso sempre beber o sangue no banheiro ou algo assim. Ou talvez batizar meu copo de ponche?” “Eu só pensei...” Magnus começa, então para. “O quê?” “Bem, sendo a sua última noite como vampira e tudo mais...” Meu coração dói quando eu percebo o que ele quer dizer. Ele queria sair. Passar uma noite comigo. Mais enquanto eu adoraria isso mais que tudo, eu devo me manter forte. Acabar com essa situação agora. Voltar

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite para a minha vida real como humana. Ir em frente com meu verdadeiro encontro Jake Wilder e esquecer que o meu companheiro de sangue vampiro alguma vez existiu. “Desculpe, Mag”, eu digo, tentando soar como se eu não me importasse com nada, mesmo isto estando muito longe da verdade. Ainda assim, eu acho que vai ser mais fácil ele lidar dessa maneira. “Eu tenho um encontro e eu não quero cancelar. É com Jake Wilder, o garoto que eu estive apaixonada por milênios. Um dos meninos mais populares da escola. Eu não posso exatamente voltar atrás agora. Seria suicídio social”. O rosto de Magnus fica triste. Ele parece absolutamente destruído. Estou um pouco surpresa. Quero dizer, eu sabia que nós compartilhamos um tempo juntos e um beijo quente, mas podia ser que ele estivesse realmente ligado a mim? Será que ele se sente por mim, como eu me sinto por ele? Eu me lembro de repente que ele queria falar comigo e eu nunca lhe dei a chance para dizer o que ele queria. Eu agito a minha cabeça. Muito tarde agora. Isto não importa. Muito em breve, eu vou ser humana novamente. E uma vez que eu for humana, não há sentido em continuar um romance com um vampiro de mil anos de idade. Devo cortar os laços agora, uma vez por todas, e começar com a minha vida humana. Uma vida que eu espero que inclua o meloso Jake Wilder. Então, por que eu me sinto tão relutante em fazer isso? Por que o meu coração de repente parece estar sendo espremido em um torninho73? “Olha, Mag”, digo com firmeza, tirando todas as dúvidas da minha cabeça. “Eu realmente aprecio todo o apoio que você me deu nesta semana. Mais é hora de eu seguir em frente. Eu tenho uma vida. Uma vida humana. Eu não posso me misturar com um não-morto, uma vez que eu volte ao normal. Vamos ser realistas. Nós dois sabemos que provavelmente essa será a última vez que nós iremos nos ver. Então, obrigada pelas memórias e eu desejo que você possa conseguir uma nova companheira de sangue”. Ugh. Eu soei tão fria. Tão malvada. Portanto, não eu. Mas o que mais posso dizer? Oh, Magnus, eu te amo tanto e meu coração está partindo por dentro? Não. Por que assim ele pode me pedir para ficar. Para se manter como vampira para sempre. E eu não posso fazer essa escolha. “O... sol vai já sair”, diz ele, finalmente, o rosto endurecido em uma máscara de indiferença. “Eu tenho que ir. Então, se você não se importa em sair do veículo...? “Ah”. A dor apunhala meu coração. Estaria eu desejando secretamente que ele não acreditasse em minhas palavras? Que ele dissesse, “Não, Sunny, eu posso ler a sua mente e eu sei que você me ama de verdade e, portanto, eu me recuso a deixar você ir”. Que ridículo. Eu não quero que ele diga isso. Eu quero que ele me deixe ir. Certo? Eu posso sentir as lágrimas brotando em meus olhos. Uma represa prestes a estourar. Então, sem outra palavra, eu abro a porta e saio do carro. Eu não volto a olhar para ele. Eu não digo adeus. Por que se eu fizer, sei que nunca serei capaz de me afastar. Em vez disso, eu corro para dentro de casa como uma covarde, não virando até que eu esteja segura lá dentro. Espiando pela janela, eu vejo seu carro sair da calçada e acelerar para a madrugada. Então, começo a chorar.

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Capítulo 25 Droga de Irmãs Gêmeas “Então, você conseguiu?” Eu viro ao redor, meu coração saltando pela minha garganta com o som da voz atrás de mim. Eu estava tão absorta em meus pensamentos torturados e nas minhas lágrimas que eu não ouvi Rayne chegando. “Sunny?”, ela diz, parecendo preocupada. “Você está bem?” Eu aceno, incapaz de falar sem engasgar no choro preso em minha garganta. “Você não encontrou o Graal, não foi?” Rayne conclui. “Oh, Sunny, eu sinto muito. Sei o quanto você estava contando com isso”. Ela se aproxima de mim com os braços estendidos, convidando-me para um abraço fraterno. “Mas, realmente, ser um vampiro não vai ser tão ruim quanto você pensa. E eu vou ajudá-la em cada passo do caminho”. Eu balanço minha cabeça. “Você... não entendeu”, eu consigo dizer. “Eu consegui o sangue do Graal”. Rayne deixa seus braços cair e olha para mim interrogativamente. “Você conseguiu?”, pergunta ela. “Você realmente conseguiu?” Eu puxo o frasco do meu bolso e seguro para que ela possa observar. “Eu realmente consegui”. “Isso é ótimo! Eu estou tão feliz por você! Você deve estar emocionada”. Ela estuda meu rosto. “Apesar de você não parecer emocionada. Você parece, eu não sei, como se tivesse perdido sua melhor amiga ou algo assim”. Eu dou de ombros. “Estou bem”. “E você esta chorando”. “Eu não estou”. “Sunny, você é uma vampira. Você chora lágrimas de sangue. Não é exatamente sutil”. Eu coloco a minha mão no meu rosto e depois olho para elas. Com certeza, está manchado de vermelho. Eca. “Okay, então eu estou chorando. Lágrimas de alegria, provavelmente”. “Sim, certo. Você acha que eu caí de um caminhão da ingenuidade? Eu sou sua irmã gêmea, lembra? Conexão psíquica e tudo isso. Então, vamos lá, descarregue. O que há de errado?” “Você vai achar que eu estou sendo muito, muito estúpida”. “Isso nunca impediu você de me dizer coisas antes”, Rayne graceja. Eu cravo os olhos nela. “Desculpa. Vamos lá, conte. Eu prometo que não vou pensar que você está sendo estúpida”. “Bem...” Eu olho para fora da janela novamente, na calçada vazia onde Magnus tinha estado em seu carro há uns momentos atrás. “Não me interprete mal. Eu quero voltar a ser humana...” “Mas?” Rayne instiga. “Mas...” Eu começo, e então irrompo em outro conjunto de lágrimas. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Mas você está apaixonada por Magnus”, diz Rayne sombriamente. Eu fico olhando para ela. “Como você...?” “Chame de intuição, eu acho. Ou a coisa do vinculo psíquico entre gêmeos que eu mencionei. Ou por que você está obviamente surtando por causa disso. Na verdade, acho que até um macaco treinado poderia pegar essa vibração de coração partido que está emanando agora. Talvez até mesmo um inexperiente”. “Oh, Rayne, é terrível”, eu choro, pronta para colocar tudo para fora. “Eu o amo. Eu realmente o amo. Ele é doce, agradável, cavalheiresco, sexy e engraçado e eu o amo até a morte”. Eu fungo de volta meu soluço. “Hm, sem trocadilhos”. “Não peguei”, Rayne concorda. “E tudo é verdade. Então, qual é o problema?” “Ele é um vampiro, dã. E depois de amanhã a noite, eu vou ser uma humana”. Esfrego meus olhos com os punhos, desejando que eu tivesse algum lenço. “Sunny, não me leve a mal nem nada, mas...” Rayne para por um momento, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as suas palavras. “Alguma vez você considerou... Não passar pela mudança? Continuar como vampira para que você possa ficar com Magnus?” “Não. De jeito nenhum. Eu não quero ser um vampiro”. Mesmo que isso signifique passar a eternidade com o cara que você está apaixonada, uma voz na minha cabeça pergunta. Eu afasto esse pensamento. “Você tem certeza?” Rayne pressiona. Infelizmente, ao contrário das vozes em minha cabeça, eu não posso calá-la tão facilmente. “Sim. Tenho certeza. Muita certeza”. Eu realmente não tenho certeza de nada. “Há muitas vantagens em ser um vampiro, você sabe”. Rayne diz, continuando o seu papo, sem perceber meu pouco entusiasmo. Por um momento, eu me pergunto por que ela se importa tanto. Quero dizer, desde quando ela se importa se eu estou viva ou morta-viva? Rayne geralmente se preocupa com nada mais além de si mesma. Eu sei que ela quer Magnus como companheiro de sangue, então qual é o beneficio que ela vai ter se ficarmos juntos? Estranho. “Riquezas além da imaginação...”, ela diz com uma voz monótona. Talvez ela ache que se eu ficar como vampira, então ela poderia estar “dentro” do mundo dos vampiros. Especialmente, desde que meu companheiro de sangue é o novo rei e tudo mais. Talvez ela ache que vai ser capaz de cortar a linha, e entrar na curta lista para ser atribuída a um novo companheiro de sangue. Tem que ser isso. Não há outra razão para que ela esteja tentando me convencer a ficar com um vampiro. Sinto a irritação na boca do meu estômago e começando a viajar até minha garganta. Ela é tão egoísta. Ela não se importa nada sobre mim e com o que eu quero. Meus sonhos, esperanças, medos e futuro. Ela simplesmente está pensando em si mesma e com o que ela pode se beneficiar. “Poderes mágicos...”, ela acrescenta à sua lista de Dez Razões Para Que Sunny Deva Permanecer Como Vampira. Cadela. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Totalmente uma cadela. “A liberdade de viajar para qualquer lugar que você goste. Até mesmo a Austrália.” Eu não posso ouvir mais. Não agora. Não neste momento. A próxima coisa que eu sei que ela vai falar é sobre seu blog novamente. Então, me ajude, se ela falar sobre seu blog novamente e o fato que eu não o li... “Se você lesse meu blog você saberia que...” GAH! “Foda esse maldito blog, Rayne!” eu explodo, muito furiosa para me preocupar se eu irei acordar mamãe. “E você sabe o quê? Foda-se você, também. Você não tem idéia do que eu estou passando. Você tem alguma noção deformada de que isso tudo é diversão e games. Bem, não é”. “Sunny...” Rayne tenta interromper. Mas estou como um rolo e acho que não vou conseguir parar de gritar. “Não é divertido ser um vampiro. Você não consegue ver o sol. Você não consegue comer pizza de alho e frango. Sua mãe te castiga por que acha que você está usando drogas e é errado você se sentir mal por que está louca para voltar a sua antiga vida. Bem, eu me recuso a me sentir culpada por querer ser humana. Por gostar-me como humana e não querer sacrificar tudo isso para ser transformada em uma louca imortal toda poderosa”. Eu estou furiosa agora. Eu sei que deveria calar a boca, mas não consigo. “Olha, Rayne. Eu quero ser um ser humano. Quero ter uma vida normal. Eu quero ir ao baile com Jake Wilder e passar um bom momento com ele! Eu quero dançar a noite toda como uma estudante regular da escola secundária e esquecer que toda essa confusão aconteceu”. “Sinto muito se os meus desejos para a minha vida não coincidem com os seus. Me desculpe se voltar a ser humana é um inconveniente para você. Mas você sabe o quê? É uma sorte difícil. Essa é a minha vida e eu vou fazer o que diabos eu quiser. Então, por que você não cai fora e me deixa em paz!”. Rayne olha para mim por um momento, como se ela simplesmente não pudesse acreditar que eu explodi sobre ela. Não é surpreendente, pois nem eu acredito nisso. Eu só não queria sair desse jeito. É só... o que aconteceu. “Você tem idéia do que eu passei, tentando cobrir você quando você se foi?”, ela pergunta com uma voz firme. “Mamãe praticamente chamou a Guarda Nacional, quando eu não deixei a casa de Spider por três dias. Mas eu confessei? Não. Eu mantive a mentira até o amargo fim. Agora eu sou a única que está de castigo”. Ela se vira para ir embora, ainda murmurando sob a sua respiração. “Essa é a última vez que eu tentei ajudá-la, sua bruxa ingrata”. A culpa cai sobre mim como uma onda. Falando em agressões inapropriadas. Acabo de brigar com ela sem qualquer motivo. Por que eu não estou brava com ela, percebo de repente. Estou com raiva de mim mesma. E todas as decisões estúpidas que eu tomei. “Rayne. Eu sinto...” Tento. Ela vira para mim, atirando adagas com seus olhos. “Não sinta”, diz ela, sua voz fria e venenosa. “Eu não sinto”. Ela se vira novamente e começa a subir as escadas. “Ah, e mais uma coisa”, acrescenta ela, parando no meio do caminho. “Já que você decidiu não ficar com Magnus como companheiro de sangue, você não se importa se eu tentar, não é? Afinal, ele era meu primeiro”. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Meu coração afunda até meus pés. Poderia isto ficar pior? “Claro”, eu resmungo, olhando para o chão. “Tanto faz”. O que mais posso dizer? Eu decidi cortar os laços com Magnus, mais não quero que ninguém fique com ele? Isso seria totalmente injusto. E, como ela disse, ela o teve primeiro. “Excelente”. Rayne diz com uma voz triunfante, enquanto ela sobe as escadas. “Obrigada, Sun. Eu mal posso esperar para lhe contar as boas notícias. Eu vou ligar para ele agora, mas eu acho que seria muito, muito melhor encontrar com ele cara a cara. Encontrar com ele sozinho e... hmmm. Delícia”. Ela sorri malignamente, enquanto vira na esquina e desaparece da minha linha de visão. Eu caio na poltrona mais próxima, soluçando. Eu tento pensar em como vai ser ótimo voltar a minha vida normal. Como o baile será maravilhoso, dançando intimamente com o Deus do Sexo Jake Wilder. Talvez ele vá me perguntar se eu quero ir até seu quarto de hotel. Talvez eu possa acabar com a Sunny, a Inocente, de uma vez por todas. Talvez ele se apaixone por mim e nós vamos nos casar, ter filhos e viver felizes para sempre. Mas a fantasia é agridoce. Por que não importa quanto eu tente, não consigo me livrar das novas visões dançando em minha cabeça. Rayne ligada a Magnus. Ele a beijando por todas as partes e sussurrando o quanto a ama. E durante milênios, eles vão sair juntos, beber sangue e falar dos anos passados. De vez em quando eles vão lembrar a semana a muito tempo atrás, quando ele acidentalmente mordeu a patética irmã gêmea por engano. Claro, até lá eu vou estar morta há muito tempo. Os vermes mastigarão meu corpo em decomposição. Ah, o que eu vou fazer?

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Capítulo 26 Preparativos para o baile “Estou tão feliz que você esteja se sentindo melhor, querida”, mamãe diz, enquanto ela mexe nos waffles que está fazendo para mim no sábado de manhã. “Eu estava ficando preocupada com você. Mas nos últimos dias você parece ter voltado a ser como era antes”. Eu me encolho com a culpa. Rayne fez um trabalho tão bom fingindo ser eu que quem acabou com problemas foi ela. E o que eu fiz? Reclamei com ela, enquanto ela só tentou ajudar. Legal, Sunny. “Sim, eu me sinto muito melhor”, eu digo. “Devo ter acabado com qualquer perturbação que tive”. É verdade. Por alguma razão, de repente eu pareço ter perdido a aparência de criatura-da-morte drogada e começado a parecer como uma boneca-de-porcelana-perfeita. Yup, pela primeira vez na minha vida, eu tenho uma pele absolutamente impecável. Mesmo as minhas chatas sardas parecem ter desvanecido durante a noite. Aleluia! Isso quase vale a pena ser um vampiro. “Estou tão feliz”, mamãe diz, trazendo um prato com waffles e colocando-os na minha frente. Yuck! Eu tenho que fingir comer? Eu timidamente pego um garfo e escolho a textura esponjosa. “Eu não quero que você perca o baile”. Ah, o baile. Eu não posso acreditar que é hoje à noite! Eu nem tenho nada para vestir! Vou ter que ir ao centro comercial o mais rápido possível. “Sim, eu mal posso esperar”, digo, dando uma mordida. Bleh. Tem gosto de papelão. “Jake vem me pegar em uma limusine”. “Ooh, isso é tão legal”, grita mamãe. Até as inocentes mães salvem-o-mundo ficam excitadas com esses marcos bobos da escola. “Você deve estar realmente animada”. Eu aceno, tentando parecer animada, o que não deveria ser tão difícil quanto é. Afinal, ir ao baile com o cara mais quente, e mais popular da escola é um sonho, certo? Então, por que estou temendo tanto? *** Naquela tarde, deslizei entre as prateleiras de roupas em uma loja do centro comercial, procurando por algo apropriado para o meu encontro dos sonhos com Jake. É engraçado. Uma semana atrás, eu te diria que isso era o auge da minha vida. Ir ao baile. Mais importante, ir ao baile com o Deus do Sexo. Mas em vez disso, eu mal consigo juntar entusiasmo para experimentar um vestido. E cada vez que eu pego um que vejo que parece meio decente, eu não consigo evitar me perguntar o que Magnus iria pensar sobre ele. Pare de pensar em Magnus, eu me repreendo pela enésima vez. Acabou. Eu nunca vou vê-lo novamente. Bem, a menos que Rayne comece a namorar com ele. Então, eu suponho que ele vai sempre estar por perto. O que é completamente bom e não me incomoda nenhum pouco. Sim, certo. Finalmente eu me decido por um caro vestido preto. Algo sexy e atrevido e muito anti-Sunny. Afinal, as garotas que saem com Deuses de Sexo devem parecer fazer parte. E, uma voz irritante na parte de trás do meu cérebro me lembra, sobre a não-tão-remota chance de que Jake só esteja influenciado pelo Perfume Vampiro, e uma vez que eu volte a ser humana vou precisar impressioná-lo. Este conjunto deve servir.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu espero. Levo o vestido até o balcão e tento pagar ao funcionário, mas ele se recusa a receber o meu dinheiro. “Não, querida”, diz ele, entregando o meu cartão de débito. “Este é por minha conta”. Eu deveria ter escolhido Armani. Decido tomar vantagem do Perfume Vampiro enquanto eu ainda o tenho. Se eu pudesse manter um poder de vampiro uma vez que eu volte, seria esse. Muito útil. *** Eu chego do centro comercial com tempo só para me preparar para o evento. Minha mãe diz que Jake ligou três vezes para se certificar que eu ainda vou. Se eu ainda vou com ele. E se eu não me importo se ele me pegar na limusine no final da tarde. Sim, sim e sim, embora eu não esteja entusiasmada com a coisa da limusine, para dizer a verdade. Isso me lembra muito meu transporte na minha recente viagem para a Inglaterra. Ou, mais incisivamente, o que aconteceu comigo e Magnus enquanto estávamos sentados no veículo em questão. Mas o que posso fazer? Eu não posso dizer exatamente para Jake que eu prefiro pegar o Toyota da minha mãe por que limusines me lembram o que eu fiz com um vampiro. Patético, eu sei. Uma vez que eu estou satisfeita de que meu cabelo e maquiagem estão tão bons como poderiam estar em tão pouco tempo, volto para meu quarto para colocar o vestido. Uau. Uma coisa impressionante sobre ser um vampiro na noite do baile – pareço impecável! Talvez seja devido ao fato que eu não tenha fome de alimento humano. Ou talvez o sangue não tenha grande quantidade de carboidratos. Mas, por alguma razão, acho que já perdi cerca de dez quilos só essa semana. E se você perder dez quilos e, em seguida, colocar um vestido, o vestido é o que te coloca. Ele molda-se ao meu corpo como se fosse feito para mim. Woow! Eu pareço tãooo bem. Sério. Não sou o tipo que se gaba, mas quando eu me estudo no espelho, eu percebo que estou de repente super sexy. Como sexy Paris Hilton, se Paris tivesse 1, 62 cm. Eu só espero que não me transforme em uma abóbora à meia-noite quando eu beber o sangue do Graal. Isso seria realmente uma droga. *** “Você já terminou de se olhar?” Eu viro. Rayne está de pé na porta, com uma carranca em seu rosto. “Vá embora”, eu rosno, lançando um olhar para ela através do espelho. Não há necessidade que ela arruíne o que certamente será a melhor noite da minha vida. “Espere. Sunny”, ela diz, ignorando o meu pedido e entrando no quarto. Gah. Eu sabia que deveria ter instalado uma tranca na minha porta. “Você tem certeza que quer continuar com isso?” “Continuar com o quê?”, eu pergunto. “Ir para o baile com Jake? É claro, eu tenho certeza. É o que eu sonhei desde que coloquei os olhos sobre o cara no primeiro ano”. “Não. Não isso. A outra... coisa”. “Você está brincando?” Eu pergunto, incrédula. Eu não posso acreditar que depois de tudo que eu disse ela ainda esteja tentando mudar minha opinião. Como se pudesse. “Acredite em mim, Rayne. Eu estou pronta Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite para sair do mundo dos vampiros. Na verdade, eu queria que já fosse meia noite. Eu tomarei o sangue do Graal como se fosse Cherry Slurpee da 7-eleven. E você sabe que eu vivo para Cherry Slurpees da 7Eleven”. “E sobre Magnus?” Meu coração afunda. Por que ela tem que me lembrar da palavra com M? Eu nunca admitiria para ela, é claro, mas eu estou sentindo falta do cara como uma louca. Querendo saber o que ele está fazendo. Como a tomada da convenção está indo. Se ele já foi coroado como rei. E, o mais importante, se já atribuíram uma nova companheira de sangue para ele. E se essa companheira de sangue é a minha irmã gêmea. Eu sei que Magnus ficou irritado com a minha decisão de ir ao baile, mas no fundo, acho que eu esperava que ele não iria sumir da face da terra. Que ele ainda estaria na minha vida. Não sei como exatamente. Afinal, ele não é o tipo que toma chá. Ou liga e pede para sair para jantar e depois pegar um cinema ou algo assim. Mais ainda... De qualquer forma, parece que não era para ser. Depois de acelerar para fora da minha calçada na noite passada, ele não me mandou um e-mail ou uma mensagem instantânea, nem nada. Ele simplesmente sumiu da minha vida como se nunca tivesse estado nela. Não que eu me importe. Estou feliz, realmente. É melhor assim. Mais ou menos. Okay, realmente não. “O que sobre Magnus?” Repito. “Quem se importa com ele?” Eu! Eu! Cale a boca, coração. Você não conta neste caso. “Oh” Rayne responde, com uma voz estranha. Na verdade, se eu não a conhecesse melhor, eu acharia que ela soou quase decepcionada. O que não faria o menor sentido, considerando que ela é a única que espera dá uma de Garota Reserva com ele. Meu desinteresse deve ser uma boa notícia para ela. Ela pode ter ele e viver como vampira para sempre que eu não vou dizer nenhuma palavra em objeção. “Ok, então”, acrescenta Rayne, após uma longa pausa. “Se você tem certeza”. Deus, qual é o problema dela? “Olha, Rayne”, eu digo, um pouco chateada, principalmente por que eu não tenha idéia do que ela está tentado fazer e toda essa conversa sobre Magnus está fazendo coisas desagradáveis em meu interior, “essa conversa está fascinante, mas eu estou um pouco atrasada. Portanto, se você não se importa, eu gostaria de acabar com o bate-papo e me preparar para o meu encontro com o Deus de Sexo”. “Ah. Eu entendo. Okay. Bem. Tanto faz”. Rayne imediatamente se vira e sai do quarto. Volto para o espelho, sentindo-me um pouco culpada por ter sido rude. O que há de errado comigo ultimamente? Ela é minha irmã gêmea. A pessoa com quem eu cresci. A única que me conhece melhor do que ninguém.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Hrmumph”, eu bufo, enquanto tiro um fio de cabelo loiro do vestido. Isso me faz perceber. Se ela me conhecesse melhor do que ninguém, ela saberia que eu estou totalmente convencida em voltar a ser uma humana nesta noite. Que eu estou apaixonada por Jake Wilder. E não por Magnus. Não. Rayne não me conhece de modo algum.

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Capítulo 27 Desesperado encontro no baile Jake é incrível. Ele alugou uma limusine. E ele está vestido com um smoking divino. O que mais eu poderia desejar em um encontro de baile? Ele vai até a porta e está com um corsage. Sua faixa é semelhante ao meu vestido. Ele sorri para mim e chama a minha mãe de “madame”, e ele nem sequer pisca o olho quando ela diz para chamá-la de Susan e explica suas loucas teorias da conspiração governamental de que o termo “madame” foi posto em prática para manter as mulheres descalças e grávidas74 na cozinha. (Sim, eu também não a entendo, às vezes). Em suma, Jake é perfeito. Um verdadeiro sonho que se torna realidade. Então, por que não consigo sentir nenhum entusiasmo? Ele diz para “Susan” que vai me trazer de volta em uma hora decente. Ele me permite entrar na limusine primeiro. Ele me oferece uma taça de champanhe em uma taça plissada. Se você procurar a palavra encontro perfeito do baile no dicionário, a bonita taça de Jake olhará de volta para você. Então, por que estou sufocando com a necessidade de bocejar? “Para a garota mais bonita da Oakridge High School”, ele diz, quando brindamos. “Por que estamos brindando à Mary Markson?” Eu pergunto com uma risadinha. Ele levanta a sobrancelha em uma honesta confusão. “Eu quis dizer você, Sunny”, ele gagueja. “Sinto muito, acho que deveria ter sido mais claro”. “Hm, eu sei disso”, asseguro. “Eu estava apenas fazendo uma piada”. Uma piada muito óbvia, eu teria pensado, mas decidi lhe dar uma folga. Eu posso dizer que ele está nervoso. Não é isso muito engraçado? O residente de Oakridge High, Deus do Sexo está nervoso por causa de mim. Quem poderia imaginar? Eu me inclino para trás em minha poltrona e tomo um gole do meu champanhe. Isso é bom. Estou indo para o baile em uma limusine de luxo, com o cara mais delicioso da escola sentado bem na minha frente. Eu dou uma espiada nele. Ele é realmente tão sexy, com aqueles olhos pensativos e um corpo de matar. Delícia. E ele é todo meu. “Estou tão feliz que você decidiu ir ao baile comigo”, Jake continua, dando-me algo que poderia se descrever como uma reverência. “Eu estava com tanto medo de te perguntar”. Imagine! Eu assustando um garoto! Um garoto como Jake Wilder com medo de mim! Muito, muito engraçado. “Estou feliz que você tenha perguntado”, digo, baixando os olhos para parecer recatada. “Eu gosto de você há algum tempo”. “Sério?” Jake parece surpreso. “É engraçado, eu não sabia que você existia até aquele dia no teatro”.

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[N/T: O termo original é: "Barefoot and pregnant". E é uma figura de linguagem. É uma frase mais comumente associada à idéia controversa de que as mulheres não devem trabalhar fora de casa e deve ter muitos filhos durante seus anos reprodutivos. Pode ter vários outros significados.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Ah, água gelada de realidade é despejada na minha cabeça. Eu tomo um grande gole de champanhe, desejando que fosse sangue. Eu percebi que estava secretamente esperando que ele dissesse que me cobiçava há anos. Então, eu poderia informar a Rayne que ele realmente gostava de mim por como eu sou e não por causa de algum estranho apelo de acasalamento dos vampiros. Mas, hum, não muito, ao que parece. Oh, bem. “Quando estávamos no palco e eu te beijei, foi como se o meu mundo inteiro mudasse naquele momento. Tudo o que eu era, tudo o que eu queria da vida – tudo desapareceu em um flash de luz. Naquele momento, eu percebi que poderia facilmente passar toda a eternidade com você”. Okay, então. Isto está ficando um pouco assustador, muito assustador, tenho que admitir. Quero dizer, não me interpretem mal - ter o amor da sua vida declamando sonetos de adoração enquanto bebe champanhe em uma limusine de luxo é extremamente legal e tudo mais. Mas saber que ele está dizendo tudo isso só por que eu inadvertidamente o enfeiticei, é uma droga. Eu pergunto para você: É tão difícil que um menino goste de mim pelo que eu sou? Para adorar e falar apaixonadamente com a real Sunshine McDonald, e não com seu alter ego vampiro? Quer dizer, como Magnus? Uma voz irritante na minha cabeça pergunta. O único cara que você sabe que não é influenciado pelo Perfume Vampiro. Não. Não é como Magnus, eu digo para a voz estúpida. Eu realmente espero me afastar de uma vez por todas dessa coisa de vampiros. Eu quero um garoto humano que se sinta dessa maneira por mim. Jake chega mais perto e começa a acariciar meu joelho. “Eu mencionei como você está bonita?”, ele pergunta. Eu abafo outro bocejo. Esta vai ser uma longa noite. *** Chegamos ao baile e desfilamos ao redor do estacionamento onde estão todos os pais, que evidentemente não tem nada melhor para fazer do que desperdiçar um monte de filme. Podem aplaudir, vibrar e tirar foto depois de foto. É claro que quando chegam perto de mim, é pior. Todos estes pais carecas e barrigudos começam a dar sorrisos lascivos e fazer ruídos como “whoo-whoo”, para grande desgosto das suas esposas. Maior-eca-de-idade. O inferno com roupa grátis, agora que eu estou vendo velhos olhando para mim, eu começo a pensar que esse Perfume Vampiro tem que ir. Após a procissão, nós caminhamos até o hotel onde está acontecendo o baile. É muito agradável. Paredes douradas, lustres de cristal pendurados no teto, e uma enorme pista de dança. No palco há um DJ tocando o Top 40 de músicas dance. Na parede mais afastada, há muitas mesas cheias de bandejas de bufê e um carrinho com as sobremesas. Um bonito ato das classes. “Por aqui!” Viramo-nos para ver vários sêniors muito populares acenando sobre a sua mesa. Primeiro, eu penso que eles estão me confundindo com outra pessoa, e então eu me lembro que estou com Jake. E só por que ele foi enganado pelo meu Perfume Vampiro não significa que ele tenha perdido todos os pontos de popularidade com as pessoas. De repente, eu me sinto muito melhor. Eu, Sunshine McDonald, segundanista um pouco geeky75, vai passar a noite na lista A. 75

[N/T: Geek é uma expressão idiomática da língua inglesa, uma "gíria" que define pessoas peculiares ou excêntricas obcecadas com tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos ou de tabuleiro etc.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Oi, Jake, oi, Sunny”, diz a referida lista A quando nós sentamos à mesa. Uau. Eles sabem o meu nome. Quão legal é isso? “Sunny, você está linda”, diz Rick, o capitão da equipe de futebol, que está sentado à minha esquerda. “Sim, você é a garota mais bonita de Oakridge”, acrescenta Sam, o jogador de basquete no outro lado da mesa. Eu posso sentir meu rosto esquentando. Uau. Esses membros da lista A são tão legais. Tão acessíveis. Tão... tão irritando as suas namoradas. Uh-oh. Eu olho ao redor da mesa. Todos os caras estão babando e todas as garotas estão me dando os piores olhares conhecidos pela humanidade. Droga. Esta coisa de Perfume Vampiro realmente pode sair pela culatra, se você não tiver cuidado. Vestidos de graça dado por encantados vendedores – bom. Fazer todas as líderes de torcida querer chutar o seu traseiro – muito, muito ruim. “Jake, vamos dançar”, digo, mesmo que nós tenhamos acabado de chegar e não há ninguém na pista de dança. Quero dizer, dançar antes de jantar? Quão ruim isso pode ser? Mas eu estou desesperada para sair dessa mesa antes que todas as meninas caiam sobre mim como em „As Panteras‟. Felizmente, Jake, é claro, ainda está enfeitiçado por mim e fará qualquer coisa que eu diga, mesmo que seja suicídio social. Assim, embora eu tenha certeza que pareceremos absolutamente ridículos sozinhos na pista de dança, ele obedece meu comando. Além disso, felizmente, Jake ainda é o cara mais popular de Oakridge. Então, logo que ele se levanta para dançar, metade da classe sênior nos segue. Eu. Uma pessoa que dita moda. Poderia me acostumar com isso. O DJ coloca uma canção lenta e Jake me puxa para perto. Encosto meu rosto em seu peito, curtindo a sensação de seu corpo, magro e musculoso pressionado contra o meu, seu peito subindo e descendo com a respiração. Ah. Isso é bom. Uma coisa normal da escola. Exatamente o que eu esperava. Bem, isso e a veia pulsando ao lado do pescoço de Jake. Mas eu não irei fazer isso. Eu não vou, sob quaisquer circunstâncias, morder meu encontro do baile. Pelo menos, não em público. “Você é tão bonita”, Jake murmura em meu ouvido. “Tão, tão bonita. Você me deixa completamente viciado”. Suspiro. Ótimo, aqui vai ele novamente. Eu gostaria que ele somente calasse a boca. Quer dizer, eu gosto de ouvir que ele me acha bonita, não me interpretem mal. É só que toda vez que ele diz isso, eu lembro quem ele é de fato na vida real, como um livro de auto-ajuda diria, só que não é para mim. Que, na realidade, tudo isso é uma ilusão que terminará logo que eu beba o sangue do Graal e me transforme em uma abóbora. Cinderela, eu sinto por você, garota. Whoa! Minha cabeça gira quando Jake decide repentinamente ser criativo na pista de dança. Ele me inclina para trás, sem qualquer tipo de advertência. Enquanto eu me esforço para manter meu equilíbrio, meus olhos caem sobre um convidado para o baile surpreendente. O que faz dois surpreendentes convidados para o baile.

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu recupero meu equilíbrio e saio do abraço de Jake. “Volto logo”, eu digo, batendo em seu braço e tentando parecer controlada. “Eu só quero dizer um oi para alguém”. Dizer “oi” ou “o que diabos você pensa que está fazendo aqui e por que o trouxe?” para ser mais exata, mas Jake não precisa saber os detalhes sórdidos da minha conversa com os convidados. “Apresse-se, querida”, diz ele, inclinando a cabeça para plantar de maneira inesperada uma demonstração pública de afeto, beijando meus lábios. “Vou sentir sua falta em cada segundo que esteja longe”. “Rápido. Certo. Ok”. Eu concordo, afastando-me. Uma vez que estou em uma distância segura, eu viro e avanço para a tigela de ponche. Eu vou matá-la. Eu vou matá-la. Eu vou matá-la. Eu mataria ele, também, se já não estivesse morto. “O que você está fazendo aqui?” Eu sibilo para a minha irmã, que está vestida (surpresa, surpresa), com um vestido preto rendilhado de princesa Gótica que é completamente inadequado para um baile. Rayne faz uma carranca. “Legal ver você também, irmã”, diz ela. “Você não é um sênior. Você não está na lista de convidados”. “Realmente. Ah, cara. Talvez eu... ohhh”, ela dá um grito excessivamente dramático. “Talvez eu tenha entrado escondida”. Ela esfrega seu rosto com as mãos. “Oh, choque, horror. Chamem a polícia. Eu entrei no baile de Oakridge da classe sênior. Passando por todos os professores e os espiões da Segurança Interna. Todo o caminho até a tigela de ponche. Cuidado, classe sênior... há uma maligna segundanista em seu hotel”. Reviro os olhos. “Você não é tão engraçada. E você ainda não respondeu a minha pergunta”. “Qual é?” Rayne pergunta docemente. Eu odeio ela. Eu absolutamente a odeio. Você pode se emancipar de sua irmã gêmea? Se assim for, eu definitivamente irei amanhã apresentar os documentos. “O. Que. Você. Está. Fazendo. Aqui?” pergunto, soletrando lentamente, com os dentes cerrados. “E. Porque. Você. Trouxe. Ele. Aqui?” “Ele?” Rayne pergunta, em uma voz ridiculamente inocente. Como se ela não tivesse nem a menor idéia de quem estou falando. “Ah, você quer dizer Magnus?”, ela conclui. “Bem, eu precisava de um companheiro e ele não estava fazendo nada e...” Aperto as minhas mãos em punhos, não completamente convencida de que não deveria terminar isso e bater nela. A proximidade do orientador da classe sênior, Senhor Moody, é a única coisa que me impede no momento. “Esta é minha noite”, eu rosno para ela. “Minha. Estou com um par que é o cara mais sexy de Oakridge High. E eu me recuso a deixar que você estrague isso”. “Não vou estragar nada. Nós estamos aqui apenas para dançar e beber ponche”. “Sim, certo. Eu te conheço muito bem, irmã”, eu cuspo. Meu estômago está agitado com fúria. “Você veio para me embaraçar. Para exibi-lo na minha cara”. “Realmente, Sunny, você deve trabalhar em seus problemas de raiva”, diz Rayne com um tsk-tsk. “Eu não tenho idéia do que você está falando, mas você soa como se precisasse de ajuda séria”. Ela pega a concha e Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite derrama ponche em um copo. “Volte para seu par e desfrute o baile. Magnus e eu vamos ficar fora da sua vista”. “Sim, não se preocupe, nós jamais íamos querer estragar a sua noite dos sonhos”, Magnus concorda, chegando por trás de Rayne. No segundo em que eu coloco os olhos sobre ele, tudo dentro de mim começa a enlouquecer de uma vez e eu sinto que vou desmaiar. Minhas mãos começam a tremer. Meu estômago está enjoado. Meu coração dói. Lágrimas formam no fundo dos meus olhos e de repente fica difícil respirar. Ele parece tão bem. Vestido com um elegante terno. Ele cortou seus longos cabelos para um cumprimento perto de sua orelha, mechas caindo casualmente em seu rosto. Seus incríveis olhos azuis parecem ainda mais azuis, se isso for possível. Mas o calor ao qual eu encontrava conforto está muito longe. Ao invés, ele olha para mim com um olhar gelado. Gulp76. Preciso de tudo dentro de mim para não me atirar em seus braços e chorar e chorar, esperando que ele me abrace e me console dizendo que tudo vai ficar bem. Mas ele não vai me dizer isso nesse momento. Ele vai me afastar e envolver o seu braço em torno da cintura de Rayne para me mostrar que ela agora é sua nova companheira de sangue. E mais tarde eles vão voltar para a convenção e rir da forma ridícula como eu agi no baile e como claramente eu ainda estou segurando uma tocha77 por Magnus, mesmo que tecnicamente eu tenha terminado com ele primeiro. Eu olho para Jake. Meu par dos sonhos. Ele e seus amigos estão golpeando uns aos outros na parte de trás, e tendo um magnífico momento. Um cara passa com um frasco de prata cheio, com deus sabe que tipo de álcool e Jake toma um grande gole. Então eles riem um pouco mais, evidentemente, tão satisfeitos com a delinqüência juvenil. Eu me encolho, gostaria de saber o que Magnus acha de seu comportamento imaturo. De repente, sinto-me muito velha e cansada. Eu olho para Magnus e Rayne, piscando para tirar as lágrimas. Como eu poderia ter sido tão estúpida? Como eu pude deixar Magnus ir? Ele é tudo o que eu sempre quis em um namorado. Ele é doce, leal, agradável, engraçado, e oh-tão-bonito. Ele fez tudo que estava em seu alcance para me ajudar na minha missão de recuperar a minha humanidade, mesmo que isso fosse contra seus interesses. E eu tinha sido tão ingrata. Na verdade, eu nem sequer lhe agradeci devidamente por tudo o que ele fez. Eu apenas disse, “Obrigada pelas memórias, cara”, e o abandonei como um mau hábito, logo que eu tive o que queria e que ele não poderia mais me ajudar. Eu nem sequer concordei em me reunir com ele esta noite, para um apropriado adeus. Eu sou a maior perdedora do planeta. Eu não mereço ele. Na verdade, eu não mereço ninguém. Eu mereço ser uma solteirona, morando sozinha, com cinqüenta gatos para cuidar. Eu dou uma espiada em Magnus e de repente todas as desculpas estúpidas que tenho dito do por quê nós nunca iríamos funcionar, parecem ser ridículas e ingênuas. E, repentinamente, todas as razões pela qual eu queria ficar como humana parecem inconseqüentes. Eu quero ficar com Magnus. Não importa o que eu tenha que desistir. Ele vale à pena por tudo.

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[N/T: Som que é feito ao engolir.] [N/T: Expressão americana. Se você segura uma tocha por alguém, é por que você está apaixonada por ela/ele e não é correspondido ou a pessoa não sabe.] 77

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Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Mesmo a minha alma. Mas é tarde demais. Não é? Rayne olha de Magnus para mim e novamente para Magnus, sua expressão ilegível. “Eu tenho que fazer xixi”, ela anuncia repentinamente, sem cerimônia. E antes que eu possa dizer, “Faça o que você tem que fazer”, ela já se foi. Deixando-me sozinha com Magnus. Este era um plano dela o tempo todo? Poderia minha maligna irmã gêmea que roubou meu namorado ser uma santa disfarçada? Pergunto-me... Fico olhando para Magnus. Ele olha para mim. Pode-se cortar a tensão na sala com uma faca. Sei que cabe a mim fazer o primeiro movimento. Eu sou a culpada dessa confusão toda. Ele se abriu para mim. Disse-me como se sentia. E eu joguei tudo de volta em seu rosto. Eu sou a única que precisa reparar os danos. E eu estou pronta para fazer isso agora. “Magnus, eu estou...” “Sunny, você está aí!” Antes que eu posso protestar, braços se envolvem em torno da minha cintura por trás. Eu viro. Jake está sorrindo para mim, parecendo como um perdido e um pouco bêbado filhote de cachorro. Eu olho para trás para Magnus, que está observando a cena com olhos frios. Isso não é bom. “Eu procurei você por toda parte, meu amor”, diz Jake, abraçando-me apertado. Gah! Vá embora, cara! Você está estragando tudo. Mais Jake não vai embora. Ao contrário, ele se inclina para mim e começa a beijar torpemente o meu pescoço. “Oh, Deus, eu te amo tanto, Sunny”, ele murmura muito alto. Realmente muito alto. Magnus estreita os olhos. “Eu tenho que ir”, murmura. “Não, Mag, espere!” Eu grito. Mas ele já está saindo do salão. Vampiros podem realmente se mover rápido quando querem. Eu tenho que chegar até ele. Para lhe dizer como me sinto, antes que seja tarde demais! “Eu imploro para você, Sunny, meu amor, por favor, nunca me deixe!” “Oh, vá para o inferno, Jake” eu grito, enquanto me contorço para fugir. Eu sei muito bem que estou amaldiçoando minha única chance para fazer parte da lista A da escola. Para namorar um Deus do Sexo e ser invejada por todos os meus amigos. Mas eu realmente não me importo. Na verdade, eu não me importo se eu virar a maior rejeitada social que Oakridge High já viu. Enquanto eu conseguir falar com Magnus. Mas Jake não me deixa ir sem luta, então eu dou-lhe um pouco de persuasão. Em outras palavras, eu piso em seu pé. Duro. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite

Com saltos pontiagudos. E a força dos vampiros. Ele me deixa ir, dando grasnidos de dor. Espero que eu não tenha feito um buraco em seu pé. Oh, bem, não há tempo para checar agora. Eu corro para a saída do salão. Isto é como uma Cinderela às avessas, embora eu não tenha certeza se Magnus vai deixar um sapatinho de cristal para trás. Talvez um mocassim Prada...? Estou fora, antes que eu consiga alcançar ele. Ele está andando pelo estacionamento, com a cabeça baixa e passos lentos. Ele parece que perdeu seu melhor amigo. O que ele não sabe é que sua melhor amiga quer ele de volta. Muito. “Magnus!” Eu grito. Ele para no meio do caminho, mas não se vira. Corro até ele, e pego as suas mãos. Estou tão sem ar, que não é mesmo engraçado. Eu realmente preciso de algum tempo de qualidade na academia quando tudo isso acabar. “Magnus” repito, ofegante. Cruzamos os olhares. Seu olhar está tão triste que quebra meu coração. “Eu sinto muito. Eu não quis dizer...” “Sunny, eu...” ele diz. E, de repente, estamos falando, rindo e chorando tudo ao mesmo tempo. Desculpando, explicando, pedindo perdão. “Eu amo você, Magnus”, eu digo, depois que ambos paramos para respirar. “Eu não percebi isso. Ou talvez eu percebi, mas eu não queria que fosse verdade. Eu pensei que seria muito complicado. E eu estava muito preocupada em ser normal. Mas eu não me importo mais. Eu te amo. Quero ficar com você. Para sempre. Não importa o que seja necessário”. “Eu também te amo, Sunny”, ele diz, alcançando e limpando as lágrimas sangrentas dos meus olhos. “Morder você acidentalmente foi o melhor erro que eu já cometi na minha vida”. Own. Ele é tão doce. Tão maravilhoso. Tão... Então, ele me beija. Nossas bocas encontram desajeitadamente um ao outro, procurando desesperadamente tudo da outra pessoa. Procurando e encontrando, devo acrescentar. Encontrando aceitação. Desejo. Amor. Emoção. É tão maravilhoso que eu mal posso suportar. Ele me ama. Magnus me ama. É inacreditável para mim compreender quão maravilhoso é isso. Enquanto nos beijamos, seus braços me envolvem e me puxam para mais perto. Nos encaixamos perfeitamente. Como se fossemos feitos um para o outro. E talvez sejamos. Afinal, eu sei que temos o DNA compatível. Eu honestamente não me importaria de beijá-lo todas as noites. Nunca vou voltar para o baile. Nunca terei que enfrentar meu par louco e obcecado. Fazer desta a minha nova realidade e esquecer tudo sobre o mundo. Se eu tiver Magnus ao meu lado, tenho certeza que poderei fazer isso em grande estilo. Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Então, Magnus se afasta, olhando para o relógio. Primeiramente, eu fico irritada. Como, olá? Será que ele tem algum lugar que precisa ir ou algo assim? “Está quase na hora”, ele diz. Sacudo minha cabeça com confusão. “Hora? Para quê?” “Para você beber o sangue do Graal”. “Mas...” Estreito meus olhos. “Eu não vou...” Será que ele não ouviu nenhuma palavra que eu disse? Eu o amo. Eu quero ficar com ele. E isso significa dar minha humanidade por ele, obviamente. Será que ele não me quer? “Não?” Ele parece confuso. “Não, Magnus”. Eu sacudo minha cabeça. “Você não entendeu? Eu não vou beber. Eu vou ficar como vampira para que eu possa ficar com você”. Ele franze a testa e segura minhas mãos, levando-as até seu peito. Eu não posso sentir seu coração batendo, mas isso provavelmente é só por que ele não tem um. “Não, Sunny”, ele diz com firmeza. “Huh? O que você quer dizer com não?” “Eu não permitirei que você continue como vampira, por minha causa”. “Mas...?” Será que ele não quer ficar comigo? Ou tudo isso era algum tipo de farsa? Eu posso sentir meu coração dilacerando por dentro. “Mas, eu te amo”, digo, quase com medo de admitir novamente. Ele sorri docemente e se inclina para frente para beijar minha testa. “Eu também te amo”, ele sussurra. “E é por causa disso que eu não posso permitir que você se torne uma criatura da noite. Quero que você tenha o dom da vida que eu nunca pude ter”. “Mas eu pensei que você tinha dito que gostava de ser um vampiro”. “Tem seus momentos”, ele diz com um encolher de ombros. “Mas, ao mesmo tempo, pode ser uma vida solitária. E para sempre é muito tempo para viver”. Ele me puxa para um abraço apertado. “Eu não quero que você sofra o que eu sofri. Eu quero que você seja exatamente como é. A humana que eu tanto amo”. “Mas depois, mas depois...” Eu não consigo formar uma frase. Isso não está acontecendo da maneira que eu tinha planejado. Não que eu realmente tivesse planejado isso, mas se eu tivesse, este não seria o cenário. Na minha versão planejada, ele estaria emocionado por eu querer ficar como vampira. Nós destruiríamos o frasco com sangue e iríamos para a convenção, aonde seríamos nós dois para sempre. É isso! Isso é o que eu preciso fazer! Eu retiro o frasco da minha bolsa, e antes que eu possa ter dúvidas, eu o jogo no chão. Então, eu o esmago com o pé. Sangue e vidro saem voando, manchando de uma vez meus adoráveis stilettos78. Suspiro fortemente. Aí está. Está feito. Acabou. Para sempre. Não voltarei novamente.

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[Tipo esse sapato: http://rebirthofaman.files.wordpress.com/2009/10/stilettos.jpg] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite Eu sou uma vampira adolescente. “Por que você fez isso?” Magnus grita, parecendo horrorizado. “Por que eu quero ser uma vampira”, eu digo, teimosamente. Oh, Deus, o que eu fiz? O que me possuiu para fazer isso? Jogos de pânico em velozes e furiosos. “Mas você não precisava” Magnus insiste, não tornando mais fácil. Por que ele não pode apenas ficar feliz? Por que ele não pode jogar seus braços em torno de mim e dizer que estava esperando que eu fizesse isso? Que eu o fiz o vampiro mais feliz e que mal pode esperar para passar a eternidade comigo. Ou fazer alguma coisa além de olhar para mim com um olhar incrédulo no rosto, dizendo coisas como, “Mas você odeia ser um vampiro”. “Eu mudei de idéia”, digo com firmeza. Não há necessidade de lhe mostrar minhas dúvidas e medos sobre essa total loucura. “Eu comecei a apreciar a coisa toda de vampiros nos últimos dias. E eu acho que seria uma forma encantadora de passar a eternidade”. “Você só está dizendo isso por que acha que é o que eu quero ouvir”, diz Magnus, suspirando profundamente. “Mas você realmente não quer dizer isso. Sunny, eu te conheço muito bem”. Deus. Isso não está saindo como eu esperava que saísse. Em tudo. Onde estão todos os abraços sensíveis? Levar-me para a convenção para comemorar a minha nova não-vida? “Bem, o que está feito, está feito”, eu digo, dando um casual encolher de ombros. “Não posso voltar atrás agora” Eu olho para o Graal esguichado na calçada. Pergunto-me se eu poderia ficar de joelhos e lamber... Não. Isso é ridículo. Já está feito. Já está feito. Eu sou uma vampira estou mais do que animada com isso. “Você quer ir para... dentro?” Magnus pergunta abruptamente. “Talvez dançar ou algo assim?” Dançar? Eu fico olhando para ele, incrédula. Como ele pode pensar em dançar em um momento como este? Acabei de sacrificar a minha humanidade e tudo o que ele pode pensar é em dançar? Sacudo minha cabeça, muito deprimida para falar. “Não, eu estou bem”, eu digo, embora, naturalmente, eu não estou realmente. Não realmente bem em tudo, se você quer saber a verdade. “Tudo bem”, ele diz. “Você se importaria se eu fizesse algo? Tenho que usar a sala do pequeno vampiro”. Eu sorrio, sem vontade. “Vou esperar aqui”. Eu encosto-me ao carro mais próximo, observando como ele volta para dentro. Eu o amo. Muitíssimo. Eu não tenho dúvidas sobre isso, e eu realmente quero ficar com ele para sempre. Então, por que estou tão deprimida? Eu tomei a minha decisão. Não há como voltar atrás agora. Claro que eu sacrifiquei a minha humanidade, mas foi pelo cara que eu amo. Assim, vale totalmente à pena. Eu provavelmente vou aprender a amar ser um vampiro. Vou ser atribuída para as minhas próprias Garotas Doadoras (Ou talvez, Machos Doadores sexy, heh, heh!). Eu vou viajar o mundo. Reinar como rainha ao lado de Magnus. Nós vamos vencer os Caçadores maus, etc. Parece incrível. Muito melhor do que a escola. É claro que a transição vai ser um pouco difícil. Eu nunca vou poder contar para mamãe – ela só me trancaria em um lugar onde os médicos furariam toneladas de agulhas em mim e fariam todos os tipos de experimentos loucos como se eu fosse algum tipo de rato de laboratório. Ugh. Não, seria melhor que a minha mãe pensasse que eu estou morta. Eu vou fingir um acidente de carro ou algo assim. Essas coisas sempre parecem acontecer durante os bailes de qualquer maneira. Claro, ela vai ficar Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite triste à princípio. Mas ela vai eventualmente aceitar a vida sem sua filha. E, de qualquer forma, ela ainda terá Rayne. Bem, até que Rayne chegue ao topo da lista de espera novamente e torne-se uma vampira. Suspiro. Pelo menos, eu vou sair da escola, lembro-me, melhorando um pouco. Todos os testes surpresas e projetos complicados? Nunca mais. Embora, eu perca o papel de protagonista de Bye Bye Birdie. Uau, minha morte realmente vai estragar a peça. Que eu saiba não há substituto para a substituta. Sem querer posso ter arruinado toda a peça da escola e o trabalho árduo de todos. Eles totalmente iriam me matar, se eu não já estivesse fingindo estar morta. E depois, há o hóquei de grama. Mas as minhas companheiras de equipe vão ficar bem sem mim. Bem, pelo menos, todos contra Salem. Salem é bastante difícil. E, finalmente, há Audrey. Minha melhor amiga. Ela vai realmente ficar chocada quando voltar da Disney World, na segunda-feira e descobri que eu deixei a escola, o hóquei de grama, e a peça. Ah, e que eu estou morta, também, é claro. Ah, cara. Legal, agora eu estou percebendo que já é tarde demais. “Sunny, você está bem?” Eu olho para cima. Magnus voltou de sua viagem para o banheiro, e está olhando para mim com um grande olhar preocupado em seu rosto. No começo eu não tenho idéia do por que, então eu percebo que estou chorando. Estúpidas lágrimas de sangue. “Estou bem. Maravilhosa. Muito feliz”, eu digo, limpando meu rosto. Eu não quero que ele pense que eu estou tendo segundos pensamentos. Não que eu esteja, realmente. Pelo menos não sobre ele. Ele fecha o espaço entre nós e pega minha cabeça em suas mãos. Correndo os dedos pelo meu cabelo, ele me puxa para mais perto e me beija. De repente, estou me sentindo muito melhor. Preocupações sobre a escola, pais e amigos evaporaram com a sensação dos seus lábios nos meus. Eu posso fazer isso. Eu posso ficar como vampira. Ficar com Magnus. Ser feliz e viver uma vida eterna. Seus beijos trilham pelo meu rosto até meu pescoço. Eu amo beijos no pescoço. E sendo a namorada de um vampiro, eu acho que vou começar a experimentar muitos destes. E, em seguida, uma dor lancinante brota pelo meu corpo inteiro. “Ow!” Eu grito, afastando-me. “Por que diabos você acabou de me morder?”

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Capítulo 28 Garotos que mordem Eu pulo para longe, minha mão indo para o meu pescoço como um déjà vu79. “Isso dói!” Eu choro. Na verdade, doe muito mais do que na primeira vez que ele fez isso, há uma semana no Club Fang. A mordida no Club Fang foi apenas uma dor no meu pescoço, por assim dizer. Isso parece como um veneno disparando em cada veia do meu corpo – da minha cabeça aos pés, até as pontas dos meus dedos. “Sunny, sente-se”, Magnus comanda. Atordoada e sentindo uma enorme dor, deixo que ele me arraste até o meio-fio. Luto para respirar. “O que você fez comigo?” Eu choro. Sinto que estou morrendo. Não que eu saiba o que se sente ao morrer, mas eu tenho certeza que isso não pode estar longe na escala de dor. Minha cabeça dói. Meu corpo dói. Eu sinto meu estômago doente. É horrível. Magnus retira os dentes implantados e mostra-os para mim. “Sinto muito, Sunny”, diz ele, solenemente. “Pensei que era o melhor”. “O que foi?” Soluço, implorando que a dor vá embora. Meu corpo inteiro está tendo convulsões quase como se eu tivesse tendo um ataque. “Você me envenenou?” Ele suspira e abre a outra mão. Eu fico olhando para ele, então ele me mostra. O outro frasco do Graal. E ele está vazio. Eu coloquei dois e dois juntos80. “Sinto muito, Sunny”, diz Magnus. “Eu sei que você disse que queria ser um vampiro, mas honestamente eu não acredito em você. Na verdade, eu estou disposto a apostar um litro de sangue que você só disse isso por que você quer ficar comigo”. Abaixo minha cabeça com vergonha. A dor física abrandou um pouco, mas a angústia mental está apenas começando. O que eu posso dizer? Claro, ele está certo. Mas não quero que ele pense que estou fazendo qualquer reflexão sobre meus sentimentos por ele. “Então, eu acho que não era para ser”, eu digo, com um suspiro. Ótimo. Agora estou feliz por estar voltando a ser humana, mas deprimida como um inferno por perder Magnus. “O que não era para ser?” Magnus pergunta, gentilmente. Eu olho para cima com surpresa. “Você e eu juntos”. Ele sorri aquele sorriso doce que é a sua assinatura e pega as minhas mãos. Tremo quando ele acaricia as minhas palmas.

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[N/T: Déjà vu é uma reação psicológica, para por vezes tornar um local mais acolhedor, fazendo com que sejam transmitidas idéias de que já se teve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, etc.. O termo é uma expressão da língua francesa que significa, literalmente, já visto.] 80 [N/T: Expressão americana. Usada, normalmente, quando para adivinhar a verdade sobre uma situação, usa-se parte de pedaços de informações que você sabe sobre e os junta.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Você esta brincando?”, ele pergunta. “Vampira ou humana ou, inferno, se você decidir um dia se tornar um lobisomem ou elfo, eu nunca vou deixar você ir”. Por um momento, me sinto tentada a perguntar se existem realmente lobisomens e duendes lá fora, assim como vampiros, mas então o impacto de suas palavras me golpeia. “Sério?” Eu pergunto, sufocando as palavras por causa das minhas lágrimas de felicidade. “Você quer ficar comigo de qualquer maneira? Mesmo que eu não seja sua companheira de sangue?” Ele assente. Seus olhos estão cheios de amor. “Mas vai ser difícil...” “Vamos fazer que funcione”. “E se te atribuírem...?” “Você não precisa se preocupar”. “Mas e se os outros vampiros...” “Eu vou cuidar deles”, Magnus coloca um dedo nos meus lábios. “A senhorita protesta muito81”, ele cita. Sorrio timidamente. “Como me encontrou?” Ele ri e, em seguida, seu rosto fica sério. “Sunny, eu amo você. Não importa como. Nós vamos fazer com que as coisas funcionem. Tenho plena confiança no nosso relacionamento”. Ele faz uma pausa e acrescenta, “Você pode não ser minha companheira de sangue, mas certamente você é minha alma gêmea”. Own. Na verdade, muito own. Eu o amo tanto. Então, antes que eu posso pensar em algo tão agradável para responder, ele me beija. Muito. Eu te daria mais detalhes, mais eu acho que iria acabar sendo muita informação e realmente, quem quer isso? Além disso, uma menina tem que ter alguns segredos, certo? Só basta dizer, que eu alegremente o beijei de volta. Humano para vampiro. Vampiro para humano. Ei, isso funciona para nós.

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[N/T: Aqui ele cita uma frase de Hamlet de Shakespeare.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


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Epílogo Entrada 407 do Blog Autor: Rayne MacDonald Então, aí está. Minha irmã, Sunny, é oficialmente um membro da raça humana novamente. (E sim, suas sardas estão de volta, nhém-nhém!) Ela e Magnus (que nunca foi realmente o meu tipo de qualquer jeito, eu preciso de alguém muitooo mais sombrio) são oficialmente um item. Namorado e namorada. Vampiro e humana. Não importa, eles estão nauseantemente felizes juntos. E Magnus se instalou como o Mestre oficial da Blood Coven, Região Leste dos EUA. Tudo fica bem quando termina bem, certo? Bem, nem tanto. Para abreviar uma longa história, aqui estou eu andando pelos corredores da Oakridge na segunda-feira após o baile, me sentindo muito bem comigo mesma. Dando o dedo para vários atletas idiotas, evitando os professores que querem me colocar na detenção por matar aula para ir fumar lá no “Bloco”, flertando como o novo garoto que está usando uma camisa do Interpol. (Ele não é tão bonito mais, evidentemente, tem bom gosto para música.) Você sabe, um típico dia Rayne. De repente, do nada, um cara velho agarra meu braço e começa a me arrastar para um corredor lateral. “Você deve vir comigo”, ele diz, numa voz urgente. Eu estou quase pronta para fazer um tae kwon do em seu traseiro, mas então percebo que é o Senhor Teifert, o professor de teatro de Sunny. “Cara, eu acho que você me confundiu com a minha irmã gêmea”, digo, enquanto ele me arrasta para os bastidores do auditório. “Eu sou Rayne. Sunny é a que está em sua peça, não eu”. O professor puxa a porta e a fecha com um som alto e sinistro. Hmm, efeitos de som legal. Eu poderia usar isso no meu filme. (Sunny já comentou que eu sou uma crescente cineasta? Eu vou ser o próximo Tim Burton ou David Lynch). “Eu sei quem você é, Rayne” o Sr. Teifert diz, coçando a cabeça careca. Eu levanto uma sobrancelha. “Ah. Então, uma explicação do por que me arrastou para cá seria uma boa, não acha?” Ele acena. “Sim, sim, claro” Ele toma uma respiração profunda. “Agora, prepare-se. Isto pode ser um pouco difícil de entender no início...” Hm, ele não vai dizer que está apaixonado por mim, não é? Isso seria extremamente grave. Quero dizer, claro, eu já namorei meu professor de Inglês por duas semanas no último semestre, mas ele era um australiano sexy de vinte e dois anos de idade que gostava de Nietzsche. O Sr. Teifert é praticamente um ancião – tem pelo menos quarenta, eu diria – e não é tão sexy ou bonito ou australiano. Além disso, uma vez eu o peguei cantando show tunes82, por isso eu sempre pensei que ele fizesse parte do outro time. “O que eu vou dizer a você pode ser um pouco chocante”, ele continua com um tom extremamente sério. Nossa, muito drama, o cara é um professor de teatro.

82

[N/T: Um show tune é uma música popular originalmente escrita como parte de um álbum de um "show" (ou musical), especialmente se a música em questão virou "padrão", mais ou menos presas nas mentes da maioria das pessoas do contexto original.] Comunidade Traduções e Digitalizações de Livros - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057


Mari Mancusi – Blood Coven 01 – Boys That Bite “Choque. Surpresa. Eu entendo. Conta logo”. Afinal, eu estou atrasada para a minha aula. Não que isso normalmente me incomode. Ele limpa a garganta. “Muito bem, então. A cada geração uma menina nasce destinada a matar vampiros”. Eu fico olhando para ele. “Você sabe sobre Bertha?” Eu pergunto incrédula. “Você sabe sobre os vampiros?” Ok, ele estava certo. Eu estou chocada. E surpresa. E tudo mais. Eu não tinha idéia que o professor careca, velho e geeky soubesse sobre o Outro Mundo. Acho que é por isso que ele agiu de modo estranho quando Sunny e eu estávamos brincando no auditório na semana passada. “Bertha, hm, teve alguns problemas de pressão arterial”, ele gagueja. “Ela está temporariamente aposentada dos negócios de caça”. “Eu entendo...” digo lentamente. “Muitos passeios ao drive-thru para Bertha depois dos assassinatos, suponho”. “Não, eu não acho que você entenda”, o Sr. Teifert diz. “O que estou tentando dizer, Senhorita McDonald, é que você é a próxima na linha”. “Próxima na linha?” Engulo com dificuldade, não estou gostando para onde isso vai dar. “Próxima na linha para o quê, exatamente?” O Senhor Teifert sorri e estende a mão. “Parabéns, Rayne McDonald. Você é a nova escolhida. A nova Caçadora oficial de Vampiros do Caçadores Inc.”. Continua...

FIM

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Esta obra foi digitalizada/traduzida pela Comunidade Traduções e Digitalizações para proporcionar, de maneira totalmente gratuita, o benefício da leitura àqueles que não podem pagar, ou ler em outras línguas. Dessa forma, a venda deste e‐ book ou até mesmo a sua troca é totalmente condenável em qualquer circunstância. Você pode ter em seus arquivos pessoais, mas pedimos por favor que não hospede o livro em nenhum outro lugar. Caso queira ter o livro sendo disponibilizado em arquivo público, pedimos que entre em contato com a Equipe Responsável da Comunidade – tradu.digital@gmail.com Após sua leitura considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois assim você estará incentivando o autor e a publicação de novas obras. Traduções e Digitalizações Orkut - http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=65618057 Blog – http://tradudigital.blogspot.com/ Fórum - http://tradudigital.forumeiros.com/portal.htm Twitter - http://twitter.com/tradu_digital Skoob - http://www.skoob.com.br/usuario/mostrar/83127

FEITO POR: Carol maia

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