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O Baile Tupiniquim
O baile tupiniquim
Personagens
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As personagens são fantasmas que pairam no espaço aprisionadas num tempo histórico de um passado recente. Louco Político Hippie Eterna virgem Pós-estudante Homem de negócios Homem nu Religiosa Emigrante retornado Militar Nacionalista fascista
Espaço
Salão de baile de uma sociedade recreativa decadente. Na entrada do salão um grande placar com as fotografias dos formandos de 88, sob as suas desfocadas fotografias, alguma informação como nome, hobby, sonho de consumo etc. No salão uma pista de dança, um pequeno palco, o espaço é margeado por cadeiras formando um grande círculo, as cadeiras estão personalizadas com uma placa com o nome dos seus ocupantes, os nomes são os mesmos dos crachás que identificam atores e público ativo. Pendurado no teto uma grande faixa com os dizeres; 30º baile anual dos formandos do curso superior de epistemologia aplicada turma do ano da mudança. O espaço é decorado com rolos de papel higiênico, balões, cravos vermelhos e um globo de espelhos. No pequeno palco um microfone e 02 cadeirastronos, sobre as cadeiras 02 coroas e 02 faixas rei-rainha do baile, sobre as cadeiras um grande relógio marca o tempo real ao mesmo tempo que imagens são projetadas no seu interior, na entrada do salão um grande espelho.
Figurino
Os atores vestem roupas datadas da década de 80 (seus trajes têm uma tonalidade pálida independente das suas cores originais, o figurino sofre um tratamento com talco e naftalina), crachás de identificação, chapéus de festa infantil e cravos vermelhos no peito. Os atores e o público ativo (33, três para cada ator) usam chapéu de festa, crachá de identificação e um cravo vermelho no peito.
Contracena
Direta-ativa, os atores contracenam diretamente com o público ativo. O público participa diretamente no acontecimento, não existe espaço para uma apreciação distanciada da cena, vive-se a representação, não há a contemplação passiva, seus olhos cruzam-se, os corpos tocam-se, seus odores e suas respirações misturam-se num único corpo.
Registo interpretativo
Hiper naturalismo
Linguagem estética
Simbólica/expressionista
Tema
O espetáculo retrata o espírito emocional do brasil atual, que se encontra mergulhado num marasmo absoluto, onde a inércia prevalece nas atitudes das classes que movimentam ou deveriam movimentar o destino político dessa nação, o acontecimento é estruturado no sentimento acumulado nesses 30 anos de liberdade condicionada, herança última dos ideais libertários da constituição de 1988, tendo como foco principal os estados de alma que marcam nosso cotidiano contemporâneo. Vive-se nos dias presentes uma letargia total, uma nação adormecida, entorpecida pelo frenesi do ideal classe média, onde negros e outros seres inferiores, escravizados durante séculos, são hoje renegados na terra de seus exploradores, como se fossem invasores desconhecidos, onde jovens perambulam desnorteados pela dura realidade atual, anestesiados pelo marketing institucional, comercial e
político que determina os destinos dos sujeitos incautos que navegam sem rumo neste sonho sem fim. Existem dois níveis visíveis no universo ficcional das personagens, o primeiro é o que denota com sua estética e forma e conota com seu comportamento, representando seu ser social coletivo, o outro nível representa seu ser único/pessoal/inacessível e denota um comportamento confessional e conota um sentimento de impossibilidade.
Sonoplastia
António variações Reportagens radiofônicas das décadas 80 e 90 do século XX Pascal comelade Titãs
Iluminação
Luzes vermelhas, amarelas e azuis Globo de espelhos
Vídeo
Imagens de manifestações sociais políticas, artísticas, religiosas, desde a década de 80 do século XX até a atualidade são projetadas na pista de dança do salão.
Os panfletos subversivos
São panfletos que circulavam e que circulam na calada clandestina, representam os ideais de várias organizações políticas que viviam e vivem na clandestinidade.
Os nomes dos crachás
São nomes de batismo permitidos pelo poder (Nuno, Isabel, Antônio, Miguel, Maria, João, Carlos, Pedro, Sofia, Ana, Jorge, Manuel, Nuno, Paulo, José, marta, Sílvia, Mário, Jorge, luís, Luísa, Manu, Teresa, Paula, Sofia, joana, Ricardo, Victor, vitória, Daniel), além do nome cada crachá contém outras informações básicas, exemplo: João, presidente do clube de história, hobby xadrez desportivo, qualidade passivo emocional, sonho de consumo casa própria.
Esboço básico do roteiro o baile
Dramaturgia em processo de construção
Começa afinal…
Na entrada do salão um grande placar com a identificação do espaço: sociedade recreativa desportiva e cultural amigos da constituinte, sob o placar um painel com as fotografias dos formandos de 88, sob as suas desfocadas fotografias, alguma informação como nome, hobby, sonho de consumo, etc., pendurados ao lado do placar 30 cravos vermelhos, 30 crachás com a identificação dos formandos e 30 chapéus de festa infantil.
As portas se abrem, o homem nu recepciona o público, veste apenas um tapa sexo estilizado, uma gravata borboleta e um chapéu de festa infantil, segura nas mãos um cravo vermelho e carrega ao pescoço um crachá com seu nome (João), convida o público passivo a ocupar seu lugar na plateia, pode-se ouvir ao fundo uma música datada do Antônio variações.
Contra luz vermelha na plateia passiva, o palco encontra-se às escuras. O homem nu distribui os crachás, os cravos e os chapéus de festa pelo público ativo, que ainda não adentrou o espaço cénico.
Cessa a música do Antônio variações. Gradativamente pode-se ouvir ao fundo, notícias radiofônicas das décadas de 80 a 90.
A contra luz da plateia desaparece por completo. As luzes do espaço da representação acendem-se, o salão de festas está vazio. O espaço é dominado por luzes amarelas, vermelhas e azuis.
No fundo da cena um grande telão onde são projetadas imagens do universo acadêmico da década de 80.
Pendurado no teto uma grande faixa com os dizeres; 30º baile anual dos formandos do curso superior de epistemologia aplicada turma do ano da mudança.
No pequeno palco do salão, duas cadeiras ao fundo, nas cadeiras duas coroas uma de rei e outra de rainha e duas faixas com os seguintes dizeres: rainha do baile 2018 e rei do baile 2018, acima das cadeiras, um grande relógio onde imagens são projetadas marca o tempo real.
O espaço é decorado com rolos de papel higiênico, balões, cravos vermelhos e um globo de espelhos.
O público ativo (33) começa a entrar no salão de festa 1 a 1, entram por uma escadaria localizada no fundo do palco, é a entrada do salão, nessa entrada um grande espelho, sobre o espelho um foco de luz branca a pino.
O público ativo usa chapéu de festa infantil e traz no peito do lado direito um crachá com seu nome e do lado esquerdo um cravo vermelho. Suas cadeiras estão marcadas com seus nomes.
Depois do público ativo estar sentado nos seus respetivos lugares, gradativamente o som das reportagens começa lentamente a desaparecer ao mesmo tempo que pouco a pouco a música de pascal comelade começa a invadir a cena.
As personagens começam a entrar 1 a 1, cada entrada tem o tempo de 30 segundos (olhar no espelho, arrumar-se mirar o salão e descer as escadas).
Enquanto cada personagem está entrando em cena, os que antecederam a sua entrada já estão realizando outras ações específicas.
Quando uma personagem está ao lado de alguém do público ativo, ou dançando com alguém, segrega-lhe o seu texto e a sua história individual, que posteriormente num momento específico vocifera em alto e bom-tom para todo o público (ativo e passivo) presente.
As personagens são espetros que pairam no tempo e no espaço. Todas, independente dos seus humores individuais, que disfarçam suas verdades, carregam um grande peso metafórico, seus semblantes estão carregados e entristecidos.
Os textos que saem das suas bocas assumem um tom confessional.
07:30 - entra em cena a eterna virgem, antes de adentrar o salão olha-se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Veste um vestido de noiva com véu e grinaldas, seu olhar é vago e distante. Em todos os anos é sempre a primeira a chegar ao baile.
09:00 - entra em cena o militar, antes de adentrar o salão olha-se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Veste roupas gastas da tropa, no peito tem uma medalha de mérito, tem as duas pernas inutilizadas, locomove-se com muletas, seu olhar é vago e distante.
O militar vai dançar sozinho.
A eterna virgem vai dançar sozinha.
10:00 -entra em cena o louco, antes de adentrar o salão olha-se no espelho e arrumase, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Sua roupa é neutra e gasta, carrega a tiracolo vários objetos pendurados pelo corpo, seu olhar é vago e distante. Enquanto entrava em cena a eterna virgem foi até a mesa de bebidas.
O militar foi sentar-se nalgum canto.
A eterna virgem convida alguém para dançar.
O militar foi até a mesa de bebidas.
A eterna virgem vai sentar-se nalgum canto. 11:00 - entra em cena o pós-estudante, antes de adentrar o salão olha-se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Usa um traje académico velho e empoeirado, seu olhar é vago e distante.
Enquanto entrava em cena o militar foi até a mesa de comidas.
O louco isola-se num canto qualquer.
O militar dança só. O pós-estudante foi dançar.
A eterna virgem vai dançar sozinha.
O louco foi dançar.
O militar depois de guardar alguns salgadinhos no bolso convida alguém do público ativo para dançar.
A eterna virgem vai sentar-se nalgum canto e retira da sua bolsa fotografias de cerimônias de casamento.
O louco vai sentar-se num canto qualquer.
12:00 -entra em cena o emigrante, emigrante retornado, antes de adentrar o salão olha se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Sua roupa é neutra e gasta, carrega a tiracolo uma velha mala, seu olhar é vago e distante. Enquanto entrava em cena a eterna virgem foi até a mesa de bebidas.
13:00 - entra em cena o homem de negócios, antes de adentrar o salão olha-se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa
cadeira num canto qualquer. Usa um belo fato muito gasto, traz a tiracolo uma pasta de documentos, usa na cintura uma boia de naufrago, seu olhar e vago e distante.
A eterna virgem vai sentar-se nalgum canto.
O militar volta para a mesa da bebida.
14:00 - entra em cena o político, antes de adentrar o salão olha-se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Está dignamente vestido, fuma um grande charuto, seu olhar é vago e distante.
Enquanto entrava em cena o homem de negócios faz ligações no celular.
O louco convida alguém do público para dançar.
A eterna virgem vai sentar-se num canto qualquer, reza uma ave-Maria. O pósestudante vai sentar-se num canto qualquer.
15:00 - entra em cena a hippie, veste roupas coloridas dos anos 80, carrega a tiracolo uma grande bolsa, antes de adentrar o salão olha se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Tem um olhar vago e distante.
O louco convida alguém do público ativo para dançar.
A hippie vai dançar sozinha.
O militar vai sentar-se num canto qualquer.
A eterna virgem convida alguém para dançar.
16:00 -entra em cena o nacionalista, antes de adentrar o salão olha se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Veste um traje negro tipo skin head e botas da tropa, carrega a tiracolo um bastão de beisebol, seu olhar é vago e distante. Enquanto entrava em cena a eterna virgem foi até a mesa de bebidas.
17:00 – entra em cena o homem nu, antes de adentrar o salão olha se no espelho e arruma-se, vira-se para o salão mira a sua totalidade e vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Veste apenas uma gravata borboleta e um tapa sexo tipo os nativos da papua nova-guiné, seu olhar é vago e distante.
18:00 –a hippie convida alguém do público ativo para dançar. O político convida alguém do público ativo para dançar.
19:00 –o louco vai sentar-se num canto qualquer.
O nacionalista vai sentar-se nalgum canto.
O homem de negócios vai até a mesa de bebidas e faz outra ligação.
A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
O nacionalista dirige-se até o microfone e lê um manifesto.
Nacionalista - nós abaixo-assinados brasileiros de gema fiéis descendentes de camões raça de aventureiros que desbravou meio mundo senhores de África e Ásia signatários diretos dos grandes homens que moldaram essa terra bendita abençoada por Fátima pequeno nicho encrustado no cu da Europa vimos através deste abaixo assinado exigir do senhor doutor suposto engenheiro civil atual capitão deste nau que ruma sem direção a reboque da grande saxocatólicaapostólicaeuropa que se digne em fechar nossas fronteiras terrestres aéreas e marítimas para negros amarelos
vermelhos brancos e outras cores que supostamente tenham passado despercebidas na nossa criteriosa análise e que não satisfaçam o nosso padrão de raça europeia para que num futuro próximo não nos transformemos em seres com orelhas negras narizes amarelos e bocas que comem tudo. Enquanto o nacionalista lê seu manifesto as outras personagens cantam em voz baixa o hino nacional. Enquanto essa personagem discursa, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena.
20:00 –a eterna virgem vai sentar-se num canto qualquer. Tira do bolso um maço de fotografias de homens anônimos, escolhe uma e contempla-a incessantemente. Não a larga para nada. Desabotoa dois botões do seu vestido, tira um frasco de perfume da sua bolsa e pulveriza seus seios.
A hippie senta-se num canto qualquer e enrola um charro. O pós-estudante convida alguém para dançar.
O homem nu serve ao público ativo um cálice de ginjinha.
21:00 –o louco isola-se num canto qualquer e começa a toca uma pequena concertina desconcertante.
A hippie convida alguém para dançar.
O louco vai dançar sozinho.
O militante político convida alguém do público ativo para dançar.
22:00 – a hippie vai sentar-se nalgum canto.
O louco volta para a mesa das bebidas. Tira uma pequena garrafa vazia do bolso e despeja no seu interior um copo de vinho. Guarda-a novamente no bolso.
O político vai sentar-se num canto qualquer.
23:00 –o louco vai dançar sozinho.
O homem de negócios convida alguém do público ativo para dançar. A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana. Emigrante retornado - (enquanto fala, mira nos olhos a pessoa do público com quem está dançando ou na sua proximidade, esse mesmo texto já foi repetido outras vezes para todas as pessoas com quem já teve algum contato) T1- 1969… era fim de tarde, faltava pouco tempo para os 02 anos da tropa, já não aguentava mais aquele calor insuportável, aquele cheiro putrefato da morte diária, aquela comida enlatada, naquela tarde sem qualquer aviso prévio nosso acampamento foi invadido por uma sombra negra, o silêncio habitual dos últimos dias foi quebrado pelo zumbido das balas que rasgavam nossa carne, uma chuva intensa de granadas explodiam em todo o lado, uma delas arrebentou minhas duas pernas…nesses quase dois anos perdemos muitos companheiros mas matamos uma carrada de pretos…meu irmão mais velho é que teve sorte conseguiu fugir para a França quando foi convocado, era meio comunista, andava metido com subversivos como meu pai costumava chamá-los… é que estava certo, lá em África a situação era pra esquecer, nós não sabíamos mais o que estávamos lá a fazer, o sangue, o medo e o esquecimento era rotina diária, enquanto aqui, o mesmo sangue sob a pele de outra cor, mas também aqui a mesma dor, o mesmo medo e o mesmo esquecimento pontuavam nossos brandos costumes, hoje já não consigo mais esquecer as imagens que marcaram aqueles tempos atrozes, da carne negra manchada com o sangue vermelho comum a todos nós…hoje porém aqui, a dor, o medo e o esquecimento ainda assolam nossos dias romanos, mas agora o sangue que já não escorre, esconde-se sob peles multicoloridas, que pouco a pouco tornam-se maioria, que falta nos faz um general, hoje qualquer um pensa que sabe o que é melhor para o brasil,
mas o brasil que eles conhecem é aquele das agendas noticiosas dos jornais das 20 horas, os lobos emergentes que esquartejam o país como uma alcateia faminta que pensa em comer sua última refeição antes do inverno que se avizinha. T2- quando lá chegamos, o mundo parecia infinito, eu era muito criança, tínhamos viajado durante 4 dias num velho caminhão que meu pai comprou em Luanda, depois de muita poeira chegamos no meio do nada, em 10 anos meu pai transformou aquilo que parecia infértil, numa grande propriedade agrícola, tínhamos de tudo, uma grande casa, muitos empregados e uma boa vida... Um dia o primo Joaquim chegou assustado e nós pegamos em tudo que fosse de valor e fugimos para a África do sul, lá éramos pretos, escravos dos senhores vermelhos, minha mãe depois de meses a lavar sanitas e escadas imundas morreu subitamente, foi nessa altura que meu pai resolveu voltar para o brasil, aqui as coisas não estavam melhores, o pior é que nós não tínhamos absolutamente nada, o único bem que meu pai não vendeu quando fomos para África foi uma pequena propriedade, deixada de herança p minha avó numa terrinha distante, lá eu cresci e quando cresci vim estudar pra , vivi em muitos quartos miseráveis, enfrentei filas intermináveis nas cantinas universitárias, lavei cuecas e meias rotas em lavabos húmidos, mas quando terminei o curso voltei desesperado pra terrinha, pelo menos lá o quarto era só meu e a comida era boa, meu pai morreu logo depois da minha chegada, parece que esperava o meu regresso, foi a depressão que o matou pouco a pouco, quando viu que tinha cumprido sua missão deixou-se ir, agora vivo sozinho com as ovelhas e a vaquinha mimosa, planto umas hortaliças, uns grãos e umas batatas, não preciso de muito, o que me mata é esse abandono.
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena. Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
25:00 - a hippie vai beber qualquer coisa.
O pós-estudante vai sentar-se num canto qualquer.
O homem nu convida alguém do público ativo para dançar.
O louco vai beber um copo.
O emigrante retornado convida alguém do público ativo para dançar.
A eterna virgem vai dançar sozinha.
O nacionalista vai sentar-se nalgum canto.
A religiosa vai dançar sozinha.
O homem de negócios vai dançar sozinho e faz uma ligação, são negócios internacionais
O político vai sentar-se noutro lugar canto.
O militar vai sentar-se nalgum canto, retira do bolso uma flan e lustra suas antigas medalhas.
A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
Louco- todas as noites dos finais de semana o bairro alto está entulhados de seres anônimos, nos bares pequenos e apertados corpos chocam-se inadvertidamente, nas ruas traficantes misturam-se com putos bêbados descaídos nas suas sarjetas estreitas, turistas nórdicos desavisados passeiam calmamente com seus olhares babados e seus sorrisos de criança feliz, um grupo de negros aproxima-se das loiras geladas exibindo seu exotismo na encruzilhada frágil, bandos de jovens e não tão jovens protegem-se em bandos infantis, as vozes misturam-se num frenesi babilónico, e as línguas molhadas em qualquer parte do mundo, ligam seus corpos anônimos, caras cansadas perpetuam seus espaços marcando sua presença com sua decadência urbana, noutros cantos da noite cadáveres humanos cavalgam no dorso de cavalos selvagens, alguns vendem seus corpos minguados e infectados, outros
assaltam a liberdade individual com suas fraquezas humanas, enquanto isso os senhores da noite deliciam-se nos templos elitistas do saber que essa terra encerra, celebrando nas paredes fechadas de condomínios desconhecidos seus planos planificados na massa humana que inadvertidamente movimentam-se na calada da noite tórrida do verão da terra eterna, onde as tardes findam com bandos de pássaros que desfalecem em voos rasantes no colo amigável do velho Tejo.
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena. Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
27:00 – a hippie vai sentar-se num canto qualquer.
O pós-estudante vai dançar sozinho.
O homem nu vai sentar-se nalgum canto.
A hippie vai sentar-se nalgum canto.
O louco vai dançar sozinho assobia e uiva como um cão vadio, retira do bolso uma pequena garrafa e bebe seu conteúdo.
O militar vai até a mesa de comida. Retira da sua mala velhas fotos de África, contempla-as por um bom tempo.
O nacionalista distribui discretamente panfletos subversivos.
A eterna virgem vai sentar-se nalgum canto. Desabotoa mais 02 botões do seu vestido, amarra-a transformando-a numa mini blusa, sua barriga fica à mostra. Retira o frasco de perfume e pulveriza sua barriga.
O político convida alguém para dançar.
O homem de negócios convida alguém do público ativo para dançar. A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
29:00- pós-estudante (enquanto fala, mira nos olhos a pessoa do público com quem está dançando ou na sua proximidade, esse mesmo texto já foi repetido outras vezes para todas as pessoas com quem já teve algum contato) O que falta nesse país é apostar na formação, eu por exemplo tenho 02 licenciaturas, 01 pós graduação, 01 mestrado e um doutorado, já escrevi 03 teses, fiz os programas Erasmus e Leonardo, conclui 06 estágios não remunerados e 15 programas de voluntariado, falo inglês, francês, italiano, alemão e um bocadinho de finlandês, e claro, espanhol, tudo isso só acrescentou pontos à minha formação, quando não estou a trabalhar à minha formação faço um part time num bar decadente do bairro alto, já fiz 35 entrevistas de trabalho, mas como não tenho experiência não tenho tido sorte, me chamaram uma única vez, para garoto de programa num bordel. Confundiram meu doutoramento em relações internacionais com relações interpessoais, fiquei lá uma semana. Mas depois de levar no cu durante uma semana já não conseguia mais sentar, por isso resolvi fazer uma formação em como portarse numa entrevista de trabalho, é importante saber qual a estratégia certa a ser utilizada em cada situação, a minha sorte é que vivo com meus pais, cama e roupa lavada, namoro a 8 anos com a mesma pessoa, ela fica insistindo que chegou o momento de nós nos casarmos, mas eu disse-lhe que nós só nos cansaremos depois de eu estar a trabalhar numa empresa que me dê futuro, além do mais ela ainda nem terminou a sua pós graduação de aperfeiçoamento nos estudos do ócio lusitano do baixo Alentejo, e depois ainda há que fazer um mestrado e um doutorado sem contar que a única língua que ela fala é o inglês, até ela fazer tudo isso temos pelo menos mais 7 anos de namoro tranquilo.
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena.
Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto, sem abandonar as ações específicas que estão executando.
31:00 - o político vai dançar sozinha.
O pós-estudante vai sentar-se num canto qualquer, retira do bolso um livreto de palavras cruzadas.
O homem nu vai dançar sozinho.
A eterna virgem convida alguém do público ativo para dançar. O louco vai para a mesa das bebidas. Volta a encher sua pequena garrafa com o vinho de um copo. Volta a guardar sua pequena garrafa. Enquanto bebe parece falar sozinho, fala com mesmo.
O militar vai dançar sozinho.
A hippie vai sentar-se noutro canto. Observa atentamente por um momento uma pessoa da plateia ativa, abandona-a e percorre todo o espaço da representação a procura de outra pessoa, fixa seu olhar num indivíduo incauto.
O político vai sentar-se nalgum canto.
O nacionalista convida alguém para dançar.
O homem de negócios vai sentar-se num canto qualquer, abre sua valise que está cheia de dinheiro, pega num maço e joga-as para o alto, espalhando-se pelo chão.
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena.
33:00- homem de negócios (enquanto fala, mira nos olhos a pessoa do público com quem está dançando ou na sua proximidade, esse mesmo texto já foi repetido outras vezes para todas as pessoas com quem já teve algum contato) 2 trilhões, 5 trilhões, 20 trilhões, 50 trilhões, 100 trilhões de reais, 300 mil imigrantes legalizados, 700 mil imigrantes legalizados, 1.200 mil imigrantes legalizados, 1800 mil
imigrantes legalizados, 500 mil imigrantes ilegais, 1 milhão de imigrantes ilegais, 2 milhões de imigrantes ilegais, 3 milhões de imigrantes ilegais, 5 milhões de imigrantes ilegais, 1 milhão de desempregados, 2 milhões de desempregados, 3 milhões de desempregados, 5 milhões de desempregados, 10 milhões de desempregados, 15 milhões de desempregados, população ativa 10.000.000, população ativa 30.000.000, população ativa 50.000.000, população ativa 100.000.000, competições mundiais, estádios de futebol, metropolitanos, submarinos modernos, f-16s encaixotados, ota, comboios de alta velocidade, campos de golfes, privatizações obscuras, lava jato, construções de escolas e hospitais, encerramento de escolas e hospitais, apito dourado, casa pia, Fátima Felgueiras, viagens fantasmas, assaltos a banco, tráfico de drogas, prostituição feminina, contrafação, golpes financeiros, castelos medievais, pegadas dos dinossauros, cidades romanas, sítios arqueológicos, templários, aquedutos seculares, praias com bandeiras azuis, 20 por cento de alérgicos crônicos, 50 por cento de obesos, 60 por centos de frígidas, 40 por cento de impotentes, 10 por cento de deficientes, 20 por cento de toxicodependentes, 40 por cento de alcoólicos, 30 por cento depressivos, 30 por cento de homossexuais, 30 por cento de heterossexuais, 40 por cento de abstêmios, 5 por cento de licenciados, 15 por cento com ensino médio, 30 por cento com ensino fundamental, 40 por cento com ensino básico 10 por cento de analfabetos, 250 milhões de celulares, 25 milhões de computadores, 100 milhões de televisores, 25 milhões de carros, 25 milhões de imóveis residenciais, 200.000 bares, 100.000 escolas, 3000 salas de cinemas, 1000 salas de espetáculos, 2400 universidades, nenhuma revolução, contabilizando a soma astronómica de 30 trilhões de reais, provenientes de uma massa quantitativa de 200 milhões de individualidades com necessidades básicas, possibilitando-nos a exploração de todas as áreas emergentes de que todos necessitam. Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
35:00 - a religiosa vai sentar-se num canto qualquer. Abre sua bíblia e começa a ler seus versículos.
O pós-estudante bebe um copo.
O homem nu vai comer qualquer coisa.
A hippie vai sentar-se num canto qualquer. Retina da sua bolsa um papelote de cocaína e esnifa.
O louco convida alguém para dançar.
O militar vai sentar-se nalgum canto.
O político vai sentar-se nalgum canto.
A eterna virgem vai sentar-se nalgum canto. Enrola a parte de cima da sua longa saia transformando-a numa mini-saia, retira da sua bolsa o perfume e pulveriza suas pernas.
O nacionalista convida alguém para dançar.
O homem de negócios vai dançar sozinho.
A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
36:00- nacionalista
Eu por mim fechava todas as fronteiras, e todos que não fossem brasileiros tinham que deixar o brasil em 30 dias, não queremos cá ninguém, não nos servem pra nada, que voltem pra suas terras, não queremos cá pretos, chinocas, ucranianos e muito menos brasileiros, são uma praga, estão em todos os lados, daqui a pouco já não haverá mais brasileiro no brasil, só em França, eu não sou contra os estrangeiros, só não gosto que s cá fiquem, se quiserem vir aqui gastar o seu dinheiro tudo bem, mas ficar cá pra tirar trabalho a um português isso é que não pode, depois de expulsarmos todos os parasitas estrangeiros vamos à caça dos homossexuais, outro dia fomos a
uma manifestação em simpatia à gnr e fomos expulsos só porque estávamos usando cruzes suásticas, no brasil não temos liberdade, na Alemanha é que é bom, semana que vem vou falar para milhares de pessoas, lá existe mais consciência, aqui estamos apenas a começar, (canta)...ouviram do Ipiranga...
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena.
Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
39:00 –a hippie vai sentar-se noutro canto. A religiosa convida alguém para dançar.
O pós-estudante vai sentar-se num canto qualquer.
O homem nu convida alguém para dançar.
O louco isola-se num canto qualquer, pega no pequeno teclado e produz notas desconexas enquanto uiva e late como um cão.
O militante vai dançar sozinho.
A eterna virgem bebe alguma coisa. Enquanto bebe procura alguém na plateia ativa, quando encontra fixa seus olhos no sujeito. Baixa suas longas meias até a canela, tira da sua bolsa o perfume e pulveriza suas pernas.
O militar vai sentar-se nalgum canto.
O político vai sentar-se nalgum canto.
O homem de negócios vai sentar-se nalgum canto, recolhe do espaço as cédulas que havia espalhado anteriormente, junta-as e guarda-as na sua valise.
A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana. 41:00- – hippie (enquanto fala, mira nos olhos a pessoa do público com quem está dançando ou na sua proximidade, esse mesmo texto já foi repetido outras vezes para todas as pessoas com quem já teve algum contato) T1- não sou ninguém nesta vastidão que cerca todas as terras que a vista permite ver, sou um desavisado sujeito lançado na luz intermitente, que vaga nas entrelinhas cósmicas dos lábios secretos da boca do homem, que transformou um simples recanto de relva queimada, transportando os mares do ser por trajetos dantes percorridos por cavaleiros blindados, que na procura sensata da razão viram-se perdidos nas florestas úmidas das cavernas carmins, que fazem o caminhar de um novo ser, que desfrutará dos nossos pecados e que sacrificados pelo tempo presente, marcharão pálidos e perdidos rumo ao abismo escuro e fétido T2- se perguntar quem sou eu, digo-te rapidamente se não sabe, sou carne que apodrece, sou sangue que escorre, sou vísceras rasgadas, sou lágrimas amargas, sou feridas abertas, sou sonhos infindáveis, sou promessas não cumpridas, sou homem que sente dor quando seu coração recebe de punhos fechados, porradas que esmagam os soluços aparentes, sou uma fração do meu próprio tempo, sou frio e duro como a vida deseja, e de tudo que sou, nada sou, e nada sendo, algo sou, T3- hoje como todos os dias o acaso encontra-se escondido entre caras e almas ausentes de qualquer valor histórico nesta imensidão de águas, que invadem o diaa-dia da humanidade como se o ostracismo de um doente terminal habitasse as montanhas nas grandes giras do vácuo na imensidão do espaço cósmico, deslocando seu corpo presente entre orações e lamentações desejadas por algum ser invisível sem dó nem piedade, matando a essência da vida que escorre entre fragmentos dos átomos que rodeiam as incertezas presentes no valor desmantelado do nada, fazendo do nada viver. T4- talvez precisemos nos afastar da realidade dos nossos sonhos que diariamente são esquecidos e trocados por migalhas jogadas aos pombos, que alimentam-se nas praças sujas dos jardins descuidados das cidades esquecidas pelos senhores que dominam o universo, como se fossem animais domesticados ps angústias e sofrimentos que toda a humanidade que chora sobre seus mortos, esquecidos no
vazio dos corações dos amantes que reivindicam apenas a carne no gozo supremo do prazer efêmero dos seres sem vida, plástificadosmassificados-codificados com rótulos marcando suas tentações demoníacas com a carne do senhor salvador, encharcando com o sangue dos inocentes que vagueiam sem rumo em direção incerta, na incerteza que marca sua trajetória diária fazendo do seu viver apenas estímulos nulos, que nada mais são do que abstrações inadequadas para o momento que vem a seguir, cravando em sua carne marcas dementes e decadentes, que g em sua alma e queimam seu peito infeliz, na esperança de alcançar o inatingível e palpável mundo real
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena.
Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
43:00 – a hippie vai sentar-se num canto qualquer.
O pós-estudante convida alguém para dançar.
O homem nu vai sentar-se nalgum canto.
O louco vai dançar sozinho.
O político convida alguém do público ativo para dançar.
O homem de negócios vai dançar sozinho.
O nacionalista vai sentar-se nalgum canto, retira da sua pasta um abaixo-assinado e recolhe assinaturas pelos espetadores.
A eterna virgem dirige-se à sua vítima e convida-a para dançar.
O emigrante retornado vai sentar-se nalgum canto, vomita.
A religiosa vai dançar sozinho.
A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
45:00- eterna virgem- (veste vestido de noiva véu e grinaldas, seu olhar é vago e distante) Hoje como todos os dias o acaso encontra-se escondido entre caras e almas ausentes de qualquer valor histórico nesta imensidão de águas, que invadem o diaa-dia da humanidade como se o ostracismo de um doente terminal habitasse as montanhas nas grandes giras do vácuo na imensidão do espaço cósmico, deslocando seu corpo presente entre orações e lamentações desejadas por algum ser invisível sem dó nem piedade, matando a essência da vida que escorre entre fragmentos dos átomos que rodeiam as incertezas presentes no valor desmantelado do nada, fazendo do nada viver, talvez precisemos nos afastar da realidade dos nossos sonhos que diariamente são esquecidos e trocados por migalhas jogadas aos pombos, que alimentam-se nas praças sujas dos jardins descuidados das cidades esquecidas pelos senhores que dominam o universo, como se fossem animais domesticados ps angústias e sofrimentos que toda a humanidade que chora sobre seus mortos, esquecidos no vazio dos corações dos amantes que reivindicam apenas a carne no gozo supremo do prazer efêmero dos seres sem vida, plástificadosmassificadoscodificados com rótulos marcando suas tentações demoníacas com a carne do senhor salvador, encharcando com o sangue dos inocentes que vagueiam sem rumo em direção incerta, na incerteza que marca sua trajetória diária fazendo do seu viver apenas estímulos nulos, que nada mais são do que abstrações inadequadas para o momento que vem a seguir, cravando em sua carne marcas dementes e decadentes, que em sua alma e queimam seu peito infeliz, na esperança de alcançar o inatingível e palpável mundo real
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena. Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
45:00- a hippie vai dançar sozinha.
O pós-estudante convida outra pessoa para dançar.
O homem nu dança sozinho.
O louco vai sentar-se nalgum canto.
O político vai comer qualquer coisa.
O emigrante retornado vai sentar-se nalgum canto.
O nacionalista dança sozinho.
A eterna virgem abandona seu parceiro de dança no meio do salão e vai beber qualquer coisa. Enquanto bebe retira da sua bolsa um maço de fotografias escolhe uma dentre s e fixa-a insistentemente.
O militar vai sentar-se nalgum canto.
O homem de negócios convida alguém para dançar.
A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
47:00- religiosa. (enquanto fala, mira nos olhos a pessoa do público com quem está dançando ou na sua proximidade, esse mesmo texto já foi repetido outras vezes para todas as pessoas com quem já teve algum contato)
Todos os anos vou a aparecida do norte, quando era mais nova costumava ir a pé, hoje em dia vou em excursões com minhas irmãs lá da igreja, é mais animado, nós podemos cantar pra nossa senhora ou podemos ver o programa daquela menina; a Fátima não sei o que, porque hoje todos os ônibus têm televisão. Quando o santíssimo papa João Paulo beatificou a nossa senhora eu estava lá, foi muito divertido, passamos a noite a rezar, nós acampamos mesmo ao pé das escadas na traseira do altar de vossa santidade, quando os bispos que o sustentavam ficaram ao seu lado, nós conseguíamos ver um bocadinho da sua careca, era uma careca muito bonita, parecia um espelho divino, quando nós tiramos uma fotografia a luz do flash refletiu na careca e a única coisa que se consegue ver é um vulto negro com um grande sol ao fundo, mas o que eu mais gosto lá na congregação são os bailaricos que fazemos aos domingos nos finais das tardes, dançamos todas ao som das músicas do Daniel, o único senão e que somos todas senhoras, era bom se tivéssemos algum cavalheiro com quem pudéssemos bailar, mesmo assim é bom, todos os anos fazemos uma representação do martírio de santa Apolônia, este ano vou fazer o papel da virgem imaculada, eu gostaria de fazer de santa Apolônia, mas como não tenho dentes, não posso…
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena. Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
49:00 – a religiosa volta para o seu canto, tira da bolsa uma fotografia de um pênis sagrado.
O pós-estudante vai beber qualquer coisa.
O homem nu vai sentar-se nalgum canto.
A hippie senta-se nalgum canto retira da bolsa vários frascos de comprimidos faz um coquetel com s e engole todos de uma só vez.
O político convida alguém do público ativo para dançar.
O nacionalista vai dançar sozinho.
O militar vai sentar-se nalgum canto.
A eterna virgem dança sozinha. Sua dança é muito sensual e provocativa. Enquanto dança procura alguém da plateia ativa. Quando a encontra dança provocantemente.
O emigrante retornado volta para a mesa dos copos. O louco vai sentar-se nalgum canto, tirar os sapatos e as meias, retira do bolso um corta unhas e apara as unhas dos pés.
O político vai sentar-se nalgum canto. Enquanto caminha para o seu canto aperta a mão de algumas pessoas, com um sorriso amarelo na boca. A música começar a baixar gradativamente até desaparece por completo, os únicos sons audíveis são provenientes das movimentações das personagens que dançam e agem na cena. A musicalidade que preenche o espaço é basicamente humana.
51:00- homem nu (enquanto fala, mira nos olhos a pessoa do público com quem está dançando ou na sua proximidade, esse mesmo texto já foi repetido outras vezes para todas as pessoas com quem já teve algum contato)
Nesta região não há estrelas, o sol não brilha há tempos, aqui somos pedras imaculadas, pedra calcário desgastada pelo tempo, eterno carrasco dos nossos atos, somos cavaleiros na tempestade, seres abandonados, nascemos nesta casa e somos lançados ao mundo como um cão sem dono. A nossa vida nunca acaba, os dias parados no tempo marcam a eternidade etérea da vida, as grandes coisas têm, antes de as usarmos, máscaras monstruosas, que depois se cravam nos corações humanos e marcam o nosso destino com sangue e dor. Ouçam crianças o som da morte, este mundo é uma grande serpente sem princípio, nem fim, com o único desejo de poder e nada mais. Desperta, sacode seus sonhos minha pequena criança, escolhe o dia e o signo do teu dia, escolhe a sua divindade, está outra vez na sua hora, escolha agora. Cante sob a lua, entre novamente na floresta, entre no sonho lascivo, venha aonde tudo se estilhaça e dança, como fadas nos doces bosques do
outono. Adentre agora na terra dos justos, dos fortes, dos sábios. Quem dentre vós correrá com o caçador?
A música começa a subir gradativamente, até preencher todo espaço da cena. Enquanto essa personagem fala, todas as outras personagens olham fixamente para ela, no entanto sem abandonar as ações específicas que estão executando.
53:00- a eterna virgem vai dançar sozinha.
O pós-estudante convida alguém para dançar.
O homem nu dança sozinho.
O louco vai sentar-se nalgum canto.
O militante dança sozinho.
O político vai dançar sozinho.
O pós-estudante vai beber qualquer coisa.
A hippie senta-se nalgum canto. Tira da sua mala vários frascos de comprimidos coloridos e engole uma mão cheia.
O louco vai dançar sozinho. O louco convida alguém do público ativo para dançar.
O louco vai dançar sozinho.
O militante vai sentar-se nalgum canto.
55:00 –a música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena. Todas as personagens abandonam o que estavam
fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
57:00 – a música desaparece por completo. Aplausos. O rei e da rainha do baile (homem nu, alguém do público) estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
59:00 – uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam. Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olhamse no espelho e saem).
61:00 – o tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força. O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
63:00 – a contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena. Se você
Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa
Se você não quer nada por que não vai embora…
65:00 – black out.
Esboço roteiro individual das personagens de o baile
Dramaturgia em processo de construção
O nacionalista radical da extrema direita
Depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Passa pela plateia discretamente um abaixo-assinado contra a imigração, senta-se disfarçadamente ao lado de alguém e tenta convencê-la a assinar o documento.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança de salão.
Senta-se num canto qualquer e lê algumas passagens de '' a minha luta''.
Dança sozinho uma dança punk.
Bebe.
Retira da sua mochila 02 punhais, 01soqueira, 01 arma paralisante, 01 pistola automática, alguns trapos de limpeza e alguns frascos, limpa as armas, enquanto limpa mira-as com admiração e respeito.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas. Convida alguém para dançar uma dança latina.
Come.
Retira da sua mochila um maço de panfletos, são panfletos que defendem as ideias neonazistas e nacionalistas, distribui-os sorrateiramente pelo público presente.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho hip-hop.
Senta-se num canto qualquer e cantarola a melodia do hino nacional.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança lenta.
Vai para um canto qualquer retira do bolso um canivete e limpa com as unhas das mãos.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Fixa alguém do público mira nos seus olhos enquanto limpa sua pistola automática.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma polca.
Senta-se num canto e retira da mochila uma revista pornográfica com mulheres asiáticas.
Come.
Senta-se num canto qualquer, tira do bolso uma fotografia amarrotada, é a foto de uma mulher negra, olha para com ternura e desgosto, beija o retrato.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança techno.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo
observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma música de sofrência. A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena.
Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo. Aplausos. O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam.
As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
O pós-estudante
Depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar um rock'roll.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa uma ficha de emprego, preenche-a e entrega a uma pessoa do público.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Senta-se
num canto qualquer, retira da sua bolsa todos os seus diplomas e certificados, currículo, teses e dissertações e mostra-os para alguém do público, depois da demonstração deixa para esta pessoa um currículo.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma dança ritualista.
Senta-se num canto qualquer e lê os classificados.
Come.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa uma ficha de emprego, preenche-a e entrega a uma pessoa do público.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma lambada.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho um reggae.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa uma ficha de emprego, preenche-a e entrega a uma pessoa do público.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança lenta.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa uma ficha de emprego, preenche-a e entrega a uma pessoa do público.
Dança sozinho uma dança folclórica.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa uma ficha de emprego, preenche-a e entrega a uma pessoa do público.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança africana.
Come.
Retira da sua mochila um maço de panfletos, são panfletos que que são distribuídos nas saídas das estações do metrô, distribui entre o público.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Dança sozinho uma dança heavy metal.
Senta-se num canto qualquer e tira um livro e estuda chinês.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena. Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo. Aplausos. O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam. As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
Homem nu
O homem nu – (tapa sexo tribal estilizado, tipo de algumas tribos da papua nova guiné, gravata borboleta) recepciona o público que chega, primeiro convida o público passivo a entrar e ocupar seus lugares na plateia, deixa de fora 14 pessoas, chamaas uma a uma, coloca um chapéu de festa infantil na sua cabeça, um crachá no seu pescoço e entrega-lhe um cravo vermelho e pede-lhe para adentra o espaço e ocupar
o lugar com o seu nome. Depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Vai até a mesa da comida, pega numa bandeja e em alguns guardanapos, coloca alguns salgadinhos e serve algumas pessoas.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar um bolero.
Vai até a mesa da bebida, pega numa bandeja coloca alguns copos com vinho e serve as pessoas.
Dança sozinho uma dança tribal.
Bebe.
Vai até a mesa da bebida, pega numa bandeja e recolhe os copos vazios pelo salão.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar 01 balada lenta.
Come.
Retira da sua bolsa a tiracolo alguns envelopes fechados (são cartas de amor antigas), procura entre as pessoas seus destinatários, entrega 07 cartas.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Dança sozinho uma dança trip.
Tira da sua bolsa alguns boletins para a votação do rei e rainha do baile, nos boletins a seguinte inscrição: 30º baile anual dos formandos do curso de pós-graduação em epistemologia aplicada turma da mudança votação rei/rainha do baile 2018 candidatos rei a), b), c), rainha a), b), c), entrega e boletim e uma caneta para cada pessoa.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança sevilhana/cigana.
Retira da sua bolsa um saco transparente e vai recolher os boletins de votação, depois vai até o palco e amarra o saco no microfone.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Pega num balde e numa esfregona e limpa o pequeno palco.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho um mantra indiano.
Retira da sua bolsa alguns incensos e acende-os na entrada ao lado do espelho.
Come.
Retira da sua bolsa um punhado de pétalas de rosas e espalha-as pelo espaço.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança alegre infantil.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes. Dança sozinho um vira português.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena.
Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo.
Aplausos.
O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam. As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
A hippie
A hippie depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa cigarros, isqueiro, mortalha, haxixe, enrola um charro e fuma, retira da sua bolsa muitas fotos de homens, escolhe uma das pessoas da plateia e interage com ela.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança bimba, continua agarrada a foto. Depois da dança abandona a pessoa e joga a foto pelo espaço.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa vários frascos de remédios, despeja um bocado de cada frasco nas mãos e engole-os todos com um gole de vinho.
Dança sozinho uma dança rock anos 50.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa uma pastilha de ecstasy, toma-o, retira algumas fotografias e escolhe uma.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança lenta e sensual, continua colada a foto.
Depois da dança abandona a pessoa e joga a foto pelo espaço.
Come.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa um papelote de cocaína, um cartão, uma capa de cd, faz um canudo e snifa a coca, retira da bolsa algumas fotos, escolhe uma pessoa e interage com ela.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Dança sozinho uma dança break.
Senta-se num canto qualquer tira da bolsa uma pequena garrafa de whisky, bebe, tira da bolsa algumas fotos, escolhe uma pessoa e interage com ela. Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo
observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar um tango, continua agarrada a foto.
Depois da dança abandona a pessoa e joga a foto pelo espaço.
Senta-se num canto qualquer, tira da bolsa algumas fotos e escolhe uma pessoa e interage com ela.
Bebe.
Com a foto a tiracolo procura pelo espaço alguém que se parece com a pessoa da fotografia.
Senta-se num canto qualquer, tira da bolsa um jogo de cartas de Tarol e lê a sua sorte, tira da bolsa algumas fotos e escolhe uma pessoa e interage com ela.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho um techno transe. Sempre colada a foto, depois de dançar abandona a foto no espaço.
Senta-se num canto qualquer, retira da bolsa um papelote de heroína, uma seringa, água, limão, colher, isqueiro, limão, prepara um chuto, tira da bolsa algumas fotos e escolhe uma pessoa e interage com ela.
Come.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa um punhado de velhas fotografias, são fotos de casamentos de jovens casais, olha atentamente para cada uma e jogaas indiferentemente pelo espaço.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma marcha nupcial. Depois de dançar abandona a pessoa e jogo a foto pelo espaço.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma dança ritualista.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena.
Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo. Aplausos. O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam. As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
O homem de negócios
Depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Senta-se num canto qualquer e retira da sua pasta um bloco de notas, uma caneta e uma calculadora, retira do bolso do casaco um monte de faturas, anota seus valores no bloco e realiza a contabilidade.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma música lenta. Quando termina a dança, dá à pessoa um cartão pessoal.
Senta-se num canto qualquer retira da sua pasta um saco de moedas, separa-as em montes de 10 cêntimos, enrola-os em fita-cola e volta a guardá-las na pasta.
Senta-se num canto qualquer retira da sua pasta algumas promissórias de dívidas em é a credora, anda pelo espaço e entrega-as a algumas pessoas do público.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas;
Dança sozinho uma dança tribal.
Senta-se num canto qualquer tira da pasta um cofre porquinho, pega nos montes de moedas e 1 cêntimo e coloca moeda a moeda no porquinho.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar dança festiva da idade média, continua agarrada a foto.
Depois da dança abandona a pessoa.
Dança sozinho uma dança psicodélica.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer retira da sua pasta um maço de cédulas de 100 euros, anda pelo espaço enquanto joga o dinheiro ao ar, guarda com uma nota de 100 euros.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma lambada, dá à pessoa a nota de 100 euros. Depois da dança abandona a pessoa e tira-lhe a nota de 100 euros.
Come.
Senta-se num canto qualquer, retira da pasta muitos anéis, coloca-os nos dedos das mãos, retira da pasta uma quantidade infinita de joias e enfeita-se como uma árvore de natal.
Bebe.
Caminha pelo espaço exibindo sua riqueza.
Senta-se num canto qualquer, tira da pasta alguns títulos de propriedade de terrenos na lua (pode-se ler em letras grandes: título de propriedade eu sou proprietário de um terreno na lua, assina-os e entrega-os a algumas pessoas.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma dança tradicional portuguesa.
Senta-se num canto qualquer, retira da pasta celular, faz uma ligação (pode-se ouvir: compra...vende...compra...).
Come.
Senta-se num canto qualquer retira da sua pasta um jornal económico, anota no seu bloco os índices da bolsa.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar a dança do patinho. Depois da dança abandona a pessoa a sua sorte.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma dança de roda.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma
Música folk invade a cena.
Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo.
Aplausos.
O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam.
As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena.
A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
O político
Depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Senta-se num canto qualquer tira do bolso do casaco um pente e um pequeno espelho, penteia-se, retira do bolso um frasco de after shave, exagera na colónia.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança popular africana.
Senta-se num canto qualquer, retira do bolso um maço de pequenos panfletos, nos panfletos apenas a sua foto com um sorriso amarelo e a frase: eu prometo, caminha pelo espaço e entrega-os a algumas pessoas.
Dança sozinho uma balada romântica.
Senta-se num canto qualquer tira do bolso alguns panfletos, são panfletos com o seu programa eleitoral, distribui-os a algumas pessoas.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Dança sozinho uma dança erótica.
Senta-se num canto qualquer e tira do bolso alguns rebuçados e alguns cartões com o seu número de candidato, anda pelo espaço e distribui os rebuçados e seus cartões.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança de acasalamento, depois da dança dá 01 rebuçado e 01 cartão à pessoa e abandona-a no meio do salão.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer tira do bolso alguns balões coloridos, enche-os e entrega-os a algumas pessoas.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança caribenha. Depois de dançar dá o balão à pessoa abandona-a no meio do salão.
Come.
Senta-se num canto qualquer tira do bolso uma folha em branco e uma caneta, prepara o seu discurso de campanha.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Vai até o pequeno palco e ensaia seu discurso no microfone.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo
observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma marcha popular de stº Antônio.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho um rock deprimente.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes. Dança sozinho uma dança folclórica de luta.
Senta-se num canto qualquer, retira de um dos bolsos uma lista enorme de propostas eleitorais, risca com uma caneta as que são inviáveis de realização, risca quase todas, com exceção da proposta do estudo da situação económica e social.
Come.
Senta-se num canto qualquer retira do bolso uma escova e uma flan de engraxar, escolhe uma pessoa e dá-lhe graxa.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena.
Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo. Aplausos. O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam.
As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena. Se você
Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
O louco
Depois de todos entrarem, adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Senta-se num canto qualquer liga seu teclado e toca uma canção disforme.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma dança sensual/sexual.
Senta-se num canto qualquer pega no seu violão quebrado e toca uma canção disforme enquanto assobia e uiva como um cão.
Dança sozinho uma dança rock anos 50.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer abre um dos sacos de lixo e retira do seu interior diversos pequenos objetos, interage com cada um deles.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar a dança da maçã.
Come.
Senta-se num canto qualquer pega no seu violão quebrado e toca uma canção disforme enquanto assobia e uiva como um cão.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Dança sozinho uma dança break.
Senta-se num canto qualquer e tira um livro e estuda chinês.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma valsa.
Senta-se num canto qualquer abre um dos sacos de lixo e retira do seu interior diversos cadernos antigos e amarrotados, folheia cada um deles, pega num lápis e anota alguma coisa em um deles.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Senta-se num canto qualquer pega no seu teclado e toca uma canção disforme enquanto assobia e uiva como um cão.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho um funk.
Senta-se
num canto qualquer, retira de um dos sacos algumas cartas, e lê superficialmente um a uma.
Come.
Senta-se num canto qualquer retira da sua bolsa um punhado de velhas fotografias, são fotos da guerra do ultramar, depois de olhar cada foto, joga-as indiferentemente pelo espaço.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo
observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar uma marcha militar. Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ele, quando essa pessoa percebe que está sendo observado, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma dança psicodélica.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma
Música folk invade a cena.
Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas. 32- a música desaparece por completo.
Aplausos.
O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam. As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em
ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
Eterna virgem
Adentra o espaço cênico, para em frente ao espelho, arruma-se, vira-se para o salão, percorre com seus olhos todo o espaço, toma consciência dos presentes e entra finalmente.
Vai sentar-se numa cadeira num canto qualquer. Veste roupas fechadas e pudicas, seu olhar é vago e distante. Em todos os anos é sempre a primeira a chegar.
Vai até a mesa de comidas.
Senta-se nalgum canto, retira da sua bolsa um frasco de perfume, desabotoa um botão da sua camisa e coloca 02 gotas de perfume no pescoço, olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Dança sozinho uma dança rock anos 50.
Vai sentar-se num canto qualquer, tira do bolso um maço de fotografias de homens anônimos, escolhe uma e contempla-a incessantemente. Não a larga para nada. Desabotoa dois botões da sua pudica camisa, tira um frasco de perfume da sua bolsa e pulveriza seus seios. Olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Convida alguém para dançar. Abandona a pessoa no meio do salão.
Senta-se nalgum canto, retira da sua bolsa um frasco de perfume, desabotoa um botão da sua camisa e coloca 02 gotas de perfume no pescoço, olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Vai dançar sozinha.
Senta-se num canto, enrola a saia na cintura, perfuma-se, tira do bolso um maço de fotografias de homens anônimos, escolhe uma e contempla-a incessantemente.
Come. Vai sentar-se nalgum canto. Desabotoa mais 02 botões da sua camisa, amarra-a transformando-a numa mini blusa, sua barriga fica à mostra. Retira o frasco de perfume e pulveriza sua barriga, tira do bolso um maço de fotografias de homens anônimos, escolhe uma e contempla-a incessantemente.
Bebe alguma coisa. Enquanto bebe procura alguém na plateia ativa, quando encontra fixa seus olhos no sujeito, baixa suas longas meias até a canela, tira da sua bolsa o perfume e pulveriza suas pernas.
Convida alguém para dançar, abandona seu par no meio do salão.
Senta-se num canto qualquer.
Vai para um canto retira da sua bolsa algumas cartas de amor, são cartas de possíveis pretendentes, lê uma delas em meio a soluços e lágrimas.
Vai até a mesa das bebidas e bebe dois copos duma só vez.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas.
Bebe.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo
observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
A eterna virgem dança sozinha. Sua dança é muito sensual e provocativa. Enquanto dança procura alguém da plateia ativa. Quando a encontra dança provocantemente para ela.
Senta-se num canto qualquer, solta o cabelo, tira da bolsa fotografias, escolhe uma delas, retira da bolsa uma caixa de fósforos e queima-a.
Vai até a mesa da comida.
Dança sozinha.
Senta-se num canto qualquer, tira da bolsa uma estátua de sto Antônio, acende uma vela e faz um pedido a santo Antônio, levanta-se, retira da bolsa um batom vermelho sangue, adorna sua boca exageradamente, depois desfila pelo salão como se buscasse a sua próxima vítima.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas. Convida alguém para dançar. Abandona seu par.
Vai até a mesa das bebidas, bebe dois copos, e começa a recompor-se, sobe as meias, desce a saia, abotoa a camisa, prende o cabelo, quando termina seu estado e exageradamente desleixado, está triste e angustiada, desesperada.
Senta-se num canto qualquer e olha disfarçadamente para uma pessoa do público que não esteja olhando para ela, quando essa pessoa percebe que está sendo observada, deixa de olhá-la e busca outra pessoa para olhar sorrateiramente, faz este jogo com 03 pessoas, e repete o mesmo jogo mais 03 vezes.
Dança sozinho uma dança psicodélica.
A música do pascal comelade desaparece por completo ao mesmo tempo que uma música folk invade a cena. Todas as personagens abandonam o que estavam fazendo e convidam alguém do público ativo para uma dança tradicional, formam todos uma grande roda. Colocam todos os cravos nas suas respetivas bocas.
A música desaparece por completo. Aplausos. O político deixa a roda vai até ao pequeno palco, pega nas coroas e nas faixas, volta para a roda e coroa o rei e a rainha do baile (homem nu, alguém do público) que estão no meio da roda e são coroados e enfaixados.
Uma música com parecença ao tango argentino invade a cena. O rei e a rainha dançam. As personagens e o público voltam aos seus afazeres.
Enquanto dançam a eterna virgem observa-os dum canto qualquer. As outras personagens começam a sair 1 a 1, com exceção da eterna virgem. Quando saem repetem os gestos efetuados nas suas respetivas entradas, só que desta feita em ordem inversa (olham do alto das escadas o salão p última vez, olham-se no espelho e saem).
O tango argentino desaparece por completo e a música tocada durante todo o baile volta com força.
O rei abandona sua rainha no meio do salão e sai de cena. A eterna virgem observa por um instante a rainha sozinha no meio do salão e sai de cena, repete todos os gestos da sua entrada.
As luzes do salão começam pouco a pouco a desaparecer até a escuridão total. A música preenche todo o espaço. Cessa a música por completo.
A contra luz vermelha da plateia passiva acende-se. A música dos titãs invade a cena.
Se você Está aqui É porque você veio Se você Veio até aqui É porque Você está aqui Se você está aqui É porque Você está atrás de alguma coisa Se você não quer nada por que não vai embora…
– Black out.
Panfleto manifestação pela cidadania pela nação sábado 14 horas concha acústica
O partido nacionalista convida todos os autênticos brasileiros de berço e de raça e que já não suportam mais ser minoria no seu próprio país a comparecerem sábado às 14 horas na praça do Martins Muniz vestidos de negro e de cabeça raspada (as mulheres é permitido cabelo longo desde que presos com uma fita negra) lembramos que não se esqueçam de trazer um taco de beisebol, caso a manifestação, a princípio pacífica, encontre pelo caminho negros amarelos ou outra qualquer cor que não seja o negro dos nossos sonhos, aconselhamos que verifiquem se suas botas da tropa têm biqueiras de aço, aconselhamos que tragam seus r.g.s para evitar que elementos estranhos infiltrem-se disfarçados de nativos. O partido conseguiu, com muito esforço, que estivessem presentes camaradas das terras germânicas e radicais livres do nosso país Hermano, onde irão nos honrar com a canção como é bela a nossa terra, cantada em à capela pelos castrados de olhos azuis, finalizando a sua visita com a dança do umbigo com passos marcados por castanholas, logo após da intervenção dos nossos convidados marcharemos em silêncio (marcando nossos passos apenas com o som surdo dos tacos de beisebol que a cada passo tocam a biqueira das
nossas botas) p avenida da liberdade até o marquês de pombal, onde em silêncio urinaremos nos pés da estátua do marquês e defecaremos na entrada do sef. Contamos com a sua participação. Aparece. Pelo país, p língua, pelo ideal.