REVISTA
ANO 7 - EDIÇÃO #14 - 2019
IZOLDA CELA
VICE-GOVERNADORA É EXEMPLO DE GESTÃO CONSCIENTE NO CEARÁ
Happy Hour
TÔPPO ROOFTOP CHEGA A FORTALEZA COM FESTA NAS ALTURAS
Designer de estampas PROFISSIONAIS CRIATIVOS DÃO IDENTIDADE A PRODUTOS
Beleza e equilíbrio
HARMONIZAÇÃO FACIAL É TENDÊNCIA ESTÉTICA ENTRE FAMOSOS MULTI PERFIL BUSINESS
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EXPEDIENTE DIREÇÃO-GERAL Felipe Moura EDIÇÃO Gabriela Ramos Jéssica Colaço TEXTOS Emanoela Campelo de Melo Gabriela Ramos Jéssica Colaço Stéphanie Sousa
#14 ANO 7 - EDIÇÃO - 2019
54 PARA DEGUSTAR
A Revista MultiPerfil é uma publicação semestral cujo foco é contar as histórias de sucesso de empreendedores cearenses ou que atuem no Estado e inspirar pessoas a serem gestoras do próprio futuro.
FOTOGRAFIA Marília Camelo CAPA Marília Camelo PROJETO GRÁFICO DESIGN GRÁFICO Miguel Karbage REVISÃO Síria Mapurunga COORDENAÇÃO DE MARKETING E COMERCIAL Cristiano Matos DIGITAL Multus Comunicação IMPRESSÃO E ACABAMENTO Hally S.A. Gráfica e Editora 5.000 exemplares
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EMPREENDER
68 BELEZA & SAÚDE
86 CAPA
96 LIFESTYLE
125 POINT MP
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editorial
FOTO DIEGO SOUZA
Visionários
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mpreendedorismo, histórias de sucesso e de superação sempre foram nosso foco na Revista MultiPerfil. Nesta edição, decidimos dar destaque a uma maneira um pouco diferente de empreender, enaltecendo a trajetória de mulheres que conquistaram espaço em diversas esferas da sociedade. Elas transformam realidades, defendem diariamente as pautas pela igualdade e, sobretudo, são fonte de inspiração. Na capa, ninguém menos que Izolda Cela, primeira mulher eleita e reeleita vice-governadora do Estado e cuja atuação contribuiu para os notórios resultados em educação que o Ceará alcançou nos últimos anos. Ainda nesta edição, valorizamos as histórias de Maria da Penha, Olga Freire, Dora Andrade e Katiana Pena, nomes do Especial Mulheres que Inspiram, representam todas as figuras femininas que se doam diariamente em prol do bem coletivo. Afinal, promover iniciativas de impacto social é, também, uma forma de empreender. As narrativas dessas mulheres, além de exemplares, nos alertarem para a urgência de debater os assuntos re-
lacionados à representatividade feminina, plantando em nossos corações sementes de esperança em tempos prósperos. Pois, sabendo de todos os obstáculos que enfrentaram e quanta mudança conseguiram fazer, renovamos a nossa própria força para sermos, também, agentes de mudança. Cases visionários nas áreas da estética, beleza, moda, eventos e gastronomia também preenchem as páginas desta edição da MultiPerfil. Nossa seleção de colaboradores traz um rico conteúdo que aborda desde questões empresariais até bem-estar. É com muita satisfação e de coração aberto que apresentamos a 14ª edição da revista para você. Boa leitura!
FELIPE MOURA DIRETOR GERAL
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No próprio
RITMO de PRODUÇÃO MARCAS DE SAPATOS ARTESANAIS CEARENSES APOSTAM NA EXCLUSIVIDADE DOS PRODUTOS E NO SLOW FASHION NA FABRICAÇÃO POR GABRIELA RAMOS / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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xclusividade, conforto e compromisso com a sustentabilidade do meio ambiente: esse é o tripé da produção de calçados feito à mão no Ceará. No contexto de uma indústria calçadista pulsante no Estado, maior produtor de pares do Brasil, o diferencial são itens autorais, com histórias para contar, e que são a cara de quem compra. Foi pensando em trazer diferencial para as terras alencarinas que Renata Fernandes teve um insight durante uma viagem à Europa sete anos atrás. Correndo os olhos pelas vitrines italianas, deu de cara com alpargatas e imediatamente pensou: “em Fortaleza esses calçados vão bombar”. Decidiu, então, levar alguns pares para vender. Um sucesso! Assim começou a longa história de amor com a Feel Store. “Não viajei pensando em comprar produtos para revender. Foi algo que me veio na hora. Trouxe 34 pares e vendi muito rápido. Procurei opções parecidas e depois decidi que começaria uma nova marca, quando surgiu a Feel”, diz Renata. O conforto é a principal preocupa-
RENATA FERNANDES, DA FEEL STORE, DIZ QUE O OBJETIVO DA MARCA É PROPORCIONAR CONFORTO, ATENDENDO OS DIFERENTES ESTILOS
ção da empresária, por isso o nome da empresa, que, em inglês, significa “sentir”. O material de tecido, linho e algodão é adequado ao clima quente. Já os modelos atendem diferentes estilos: do despojado ao arrumado, sempre leves e confortáveis. Como trabalha com modelos exclusivos, a produção é de até 500 pares de sapatos por mês, vendendo para todos os estados do Brasil. Renata afirma passar por certa dificuldade para encontrar o material adequado no Ceará. Em alguns casos, precisa importar para garantir a exclusividade. Para a empresária, o amor pelo negócio, em vê-lo crescer como um filho, é o principal combustível do seu trabalho. “Não é só pelo financeiro, mas pela felicidade de ver as pessoas usarem meu produto. Isso é o motor de quem trabalha com marcas autorais aqui no Ceará”, ressalta. Renata está sendo atendida por uma consultoria e planeja expandir os negócios, mas sem perder a identidade da empresa. “Vamos trabalhar com algo voltado para franquias, desde que seja dentro de uma loja no
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empreender shopping, num pub”, explica. A ideia é abrir duas novas unidades em outros estados. Para dar conta da demanda, alguns processos deverão ser readaptados, com maquinário adequado. Porém, o trabalho artesanal fará parte de 90% do processo, garante a proprietária da Feel.
ARTESANATO LOCAL Já a artesã Ana Carine Medeiros, idealizadora da Áurea Inspira, pensou seu negócio a partir de uma disciplina sobre slow fashion quando cursava graduação em Design de Moda na Universidade Federal do Ceará (UFC). “Nessa cadeira, aprendi sobre as texturas, sobre artesanato, conheci muitas coisas da cultura local e aí começou a se desenhar a ideia de juntar isso com o calçado. Vem também de uma consciência pessoal de valorizar o feito à mão para que seja passado de geração a geração”, destaca a designer. Os acessórios da marca são todos veganos, e os materiais de origem local. Segundo Ana, a busca é sempre utilizar matérias-primas orgânicas, algodão cru; juta, que é uma fibra têxtil vegetal; e a carnaúba. Com capacidade de produção de 200 calçados por mês, com a ajuda de artesãs e de um sapateiro, o negócio existe há três anos. Atualmente, o projeto é criar parcerias com lojas cuja identidade se aproxime da proposta da marca. “A Áurea surgiu nessa ideia de desacelerar, de repensar a moda, de voltar a fazer à mão”, destaca Ana Carine.
SLOW FASHION Artesão da marca vegana Borandá, Olga Moara tem uma produção ainda mais reduzida, de no máximo 12 pares de calçados por mês. Isso porque é responsável por todas as
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ANA CARINE MEDEIROS, DA ÁUREA INSPIRA, USA EM SEUS PRODUTOS MATÉRIAS-PRIMAS ORGÂNICAS
etapas de construção dos modelos. “O veganismo, já está dito, não faz parte da subindústria do couro, da exploração animal. O artesanal, eu acredito muito, é uma forma mais inteligente de lidar com a produção, para ser justo com quem faz, com quem compra e com o meio ambiente”, ressalta. A ideia de iniciar a marca começou ainda no período da faculdade com uma amiga, quando cursava Oceanografia, no final de 2014. Porém, os trabalhos foram interrompidos com a ida de Olga à Nova Zelândia por conta da faculdade. Lá, também fez cursos de sapataria artesanal e aprofundou conhecimentos. O retorno efetivo com a marca, já sem a colega da Oceanografia, faz cerca de um ano, na volta ao Brasil. Para elaborar cada calçado, conta, além das conversas com quem encomenda, utiliza referências da própria rotina e dos produtos artísticos aos quais tem acesso. Na defesa da produção artesanal, Olga destaca que esse tipo de trabalho possibilita uma maior atenção da mão de obra em todo o processo, com domínio da produção. Além disso, como os calçados são feitos por encomenda, evita-se o descarte por falta de dono. “A partir da Revolução Industrial (iniciada na Inglaterra do século XVIII), os sapateiros pararam de ter domínio da produção por causa da mecanização, realizando apenas uma etapa do processo. Então, eles desaprenderam a fazer um sapato inteiro”, explica. Apesar disso, ressalta que boa parte dos clientes é atraído pela beleza dos itens. “É importante as pessoas entenderem que o tempo de produção é completamente diferente, então o preço é diferente. Há lojas que vendem muito barato, e eu nem
sei como fazem isso. Se a gente pensa num processo de fabricação justa, não tem como ser o mesmo valor”, diz. Segundo ela, há certa dificuldade de encontrar matéria-prima para a sua produção, mas sempre é possível achar um jeito de deixar os modelos lindos e confortáveis, além de apoiar o direito dos animais. ■
OLGA MOARA, DA BORANDÁ, TEM COMO FOCO O VEGANISMO E A PREOCUPAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE
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Artista de CORTES e CORES COMEMORANDO UMA DÉCADA DA MARCA AUTORAL QUE LEVA SEU NOME, O ESTILISTA IURY COSTA RELEMBRA SUAS INFLUÊNCIAS E CONTA SOBRE OS PROJETOS
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POR GABRIELA RAMOS / FOTOS MARÍLIA CAMELO
etalhos pelos corredores e cômodos da casa. Um escorregador e um playground feito de tecidos e tudo mais como manda a imaginação infantil. Foram assim os primeiros anos de vida do estilista Iury Costa, de 30 anos, acostumado com o mundo da moda desde a mais tenra idade. Tão natural era estar entre texturas, cortes e cores, que sua criatividade se expandiu naquele universo, influenciado pelo ofício dos pais, empresários donos de uma marca de roupas. As primeiras lembranças de Iury, portanto, são envoltas nos movimentos dos tecidos, que povoavam seu mundo imaginativo. Sucesso desde as suas primeiras criações, ainda como estudante universitário, o jovem artista explodiu no Dragão Fashion de 2009, ovacionado nacionalmente pela ousadia de suas tendências cosmopolitas, influenciadas por grandes nomes da moda mundial. “Já muito jovem eu comecei a ir [ao Dragão Fashion] mais pelo movimento, pelo glamour. Quando fui pela segunda vez, fui com o olhar de uma pessoa que tinha entrado na faculdade e se identificado com a atmosfera. Achei incrível o desfile, a trilha sonora, a forma como as pessoas se vestiam, o comportamento, a ansiedade. Todas as emoções que envolviam a moda me chamaram
muita atenção. ‘É isso que eu quero’, eu pensei”, relembra. O boom veio a partir de um concurso de novos talentos do evento de dez anos atrás, quando a grife Iury Costa ganhou visibilidade. Segundo ele, o alcance o assustou na época e, às vezes, ainda o assusta. “Até hoje faço as coisas como eu fazia antes. Eu faço porque eu amo. Tem todo o sentimento do amor nesse processo”.
REFERÊNCIAS A marca de varejo Iury Costa, de acordo com ele, é preocupada com todos os processos, contando desde a história da mão de obra até a do cliente final. Para isso, procura se envolver com a cidade, informando-se e se conectando a ela. As referências da sua própria vida são a tônica do trabalho. “Não é só uma blusa. É uma blusa que foi pensada. Tem uma coleção com o nome Jambo, por exemplo. Na frente da minha casa tinha um pé dessa árvore e, sempre que florescia, a calçada ficava da cor da fruta, cheia de florzinhas rosas. Fiquei olhando para a cor e só pensava naquela memória. Essa cor vai ser jambo, porque lembro da minha infância, a minha casa, a minha história”, decidiu. Iury destaca que a maturidade possibilitou enxergar melhor dentro de si para trazer detalhes da sua própria
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empreender história nas peças, transformando em imagem, cor e forma. “A maneira como minha mãe se vestia, como eu via as mulheres que achava interessantes vestidas, a maneira como eu me vestia, são influências. Eu tenho uma roupa inspirada na minha farda de quando eu era criança no pré-escolar, porque minha farda era linda”, conta. Para ele, os dez anos da marca são uma mostra da evolução dele mesmo, que continua cosmopolita, mas repaginado: pensa do local ao global. Durante o período de intercâmbio em Londres, aos 25 anos de idade, em 2012, ele afirma ter reforçado o orgulho de ser brasileiro e fortalezense, por poder enxergar e valorizar ainda mais a própria identidade. Além disso, Iury diz ter sido muito bem recebido fora do país, na condição de brasileiro apresentando um trabalho autoral. A partir daí, percebeu que precisava aprofundar a relação de amor com sua cidade: assinar Iury Costa Fortaleza, como fazem os grandes estilistas com o nome de suas marcas. “Eu amava Londres, foi incrível, mas tinha mil momentos em que eu pensava: que saudade do calor da minha terra, das cores da minha cidade, do vento da minha casa. Coisas pequenas, mas com muito valor”, diz. Pensar o local com uma visão global foi uma das transformações ao longo dessa década. Assim, destaca que as peças podem ser usadas em qualquer lugar do mundo. “A pessoa vai se sentir segura, moderna, cuidada, valorizada no sentido de mão de obra, de história, de base, de fundamento”. Com duas lojas na capital cearense, uma no Iguatemi e outra no RioMar, pretende futuramente reformular os projetos, com
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foco em novas linhas, no interior dos estabelecimentos, e no relacionamento com quem faz a grife acontecer. Sobre essa amizade com quem consome seus produtos, Iury relembra o primeiro vestido de noiva, ainda no começo da marca, de uma cliente com quem mantém vínculo com seu trabalho até hoje. “A primeira mulher para quem fiz um vestido de noiva foi uma pessoa que acreditou no meu trabalho, apesar de eu ser muito novo na época. Eu consegui atender à necessidade e realizar o sonho dela. E ela fez um
depoimento muito lindo, divulgado nas redes sociais, em que conta os detalhes observados que a fizeram querer entrar na loja”. Portanto, sua preocupação é conseguir manter conexões com antigas e novas clientes, compondo histórias. De acordo com o criador, a proposta é manter o posicionamento relevante e coerente com essa história de dez anos, jovem de pensamento e de ideia: uma grife irreverente e descolada, apesar de sofisticada. O trabalho como estilista-artista evolui, expandindo-se nos movimentos da sua própria vida. ■
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CRIME DIGITAL
De acordo com essa lei, tais atos devem ser punidos rimes digitais podem ser definidos com multa ou mesmo prisão. Em condutas mais graves, como condutas criminosas cometidas como roubar informações sigilosas e comerciais, a pricom o uso da tecnologia de informasão pode chegar até dois anos. Além disso, caso ocorra ção e comunicação e também crimes divulgação, comercialização ou repasse gratuito do manos quais o objeto da ação criminosa terial obtido com a invasão de privacidade, a pena pode é o próprio sistema informático. Ulser aumentada. Já a Lei 12.735/12 determina a instalatimamente, tem-se escutado muito ção de delegacias especializadas falar em “Hate speech” (discurso e torna crime condutas realizadas de ódio): qualquer ato de comunimediante uso de sistema eletrônicação que inferiorize uma pessoa co, digitais ou similares que sejam por características como etnia, praticadas contra sistemas inforraça, religião e orientação sexual. matizados. O alto índice de crimes virtu Em 2014, foi sancionado ais no país se deve, entre outros o Marco Civil da Internet (Lei fatores, à falsa sensação de ano12.965/2014), que implantou menimato que tem levado muitos indidas como a retirada de conteternautas a publicarem conteúdos údos ofensivos do ar mediante ofensivos contra inúmeras pessoordem judicial, dando ainda mais as, famosas ou não, na maioria das suporte às vítimas de conteúdos vezes de cunho preconceituoso, intimidadores. Vale lembrar ainda ou até mesmo incitarem o crime. que muitos dos comentários ofenDessa forma, por muito tempo a sivos publicados na rede também internet foi tida como “terra de podem caracterizar os crimes de ninguém”, onde esses delitos não ameaça, calúnia, difamação e ineram punidos. júria. Dessa forma, encontrarão Entretanto, atualmente a reaWERNER FEITOSA É ADVOGADO E ATUA EM DIVERSAS ÁREAS amparo no Código Penal. lidade é diferente. Em 2012, foram DO DIREITO. É FUNDADOR DO ESCRITÓRIO Portanto, ao contrário do que sancionadas duas leis que definem WERNER FEITOSA ADVOGADOS ASSOCIADOS, se acreditou por muito tempo, a crimes na internet, alterando o COM SEDES EM FORTALEZA, BRASÍLIA E SÃO PAULO. internet não é um ambiente sem Código Penal para instituir peregulamentação legal, tampouco nas para alguns delitos veiculados anônimo. Ofender alguém com comentários de cunho pela rede. Uma delas é a Lei dos Crimes Cibernéticos discriminatório, propagar conteúdo ilícito, invadir dis(12.737/2012), conhecida como Lei Carolina Dieckman, positivos e divulgar informações sigilosas são atos ileque criminaliza atos como invadir computadores, violar gais e passíveis de punição. ■ dados de usuários ou “derrubar sites”.
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tem punição, SIM!
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especial MULHERES QUE INSPIRAM
Juntas, fortes e conscientes
EXEMPLO DE VIDA E FIGURA ESSENCIAL NA LUTA PELO FIM DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, A FARMACÊUTICA MARIA DA PENHA ENCONTROU, NO APOIO DE OUTRAS MULHERES, PARTE DA FORÇA PARA BUSCAR JUSTIÇA
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POR JÉSSICA COLAÇO / FOTO DANI LOPES
ão valiosa quanto a independência e a consciência das mulheres sobre seus papéis na sociedade é a percepção de que uma mulher inspira outras a partir de histórias de coragem, justiça, amor e mudança. Não é preciso ser forte, multitarefas, vaidosa ou assumir diversos clichês associados às figuras femininas. Para inspirar, basta fazer algo de bom e, de alguma forma, promover uma mudança positiva na sociedade ou mesmo na própria vida. A farmacêutica Maria da Penha é um desses casos. Ela preside um instituto que leva o seu nome, além de dar nome à lei que é considerada um marco na luta pelo fim da violência doméstica. Maria teve de enfrentar tribunais e trâmites penais contra a violência antes mesmo de o termo feminicídio ser difundido. Foi em casa que ela sofreu duas tentativas do crime cometidas pelo então marido: primeiro, um tiro, que a deixou paraplégica; e, depois, uma tentativa de choque elétrico no banho. “Toda a minha história, os detalhes de como aconteceu o crime, eu me senti extremamente infeliz pelos julgamentos nos quais os agressores de mulheres eram defendidos pela Justiça como pessoas que, apaixonadas pelas suas vítimas, não tiveram estrutura para aceitar o rompimento e, por isso, segundo os advogados dos réus, cometiam esses crimes, hoje definidos como feminicídio”, conta. Somente oito anos depois do crime, aconteceu o pri-
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meiro julgamento, mas que não teve a sentença cumprida. A esse fato se sucederam mais julgamentos, pedidos, recursos, até que em 2001 - 28 anos após quase ter sido assassinada pelo companheiro -, e com a ajuda de órgãos jurídicos internacionais, Maria da Penha viu o Estado ser responsabilizado por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica praticada contra as mulheres no Brasil. A própria Maria da Penha reconhece que, nesse longo processo, não foi exatamente a questão da violência contra a mulher, mas o desejo de justiça pelo crime do qual foi vítima o que a moveu. Posteriormente, a união com outras mulheres lhe conferiu uma consciência de coletividade. “Eu me integrei, depois de alguns anos, aos movimentos de mulheres que começaram a ter força em Fortaleza, e comecei a perguntar e entender a questão da violência contra a mulher”, lembra. São justamente essas mulheres que inspiram até hoje a luta da farmacêutica. “Eu tenho uma admiração profunda por todas que contribuíram pra eu chegar até aqui, que me ensinaram muito sobre a cultura do machismo, porque alicerçaram toda uma luta. Eu consegui, através do que elas fizeram, dar mais espaço à causa do fim da violência contra a mulher”, agradece Maria. Em 2001, a Lei Maria da Penha foi sancionada e permitiu não apenas mudar, mas também salvar a vida de muitas mulheres que não tinham apoio legal e penal para se libertarem de relacionamentos agressivos. Os avanços foram muitos desde essa data, mas ainda há
muito a melhorar para a plena aplicação da lei. “É preciso que haja um compromisso público com os gestores dos pequenos municípios para que as mulheres desses locais tenham onde se fortalecerem e se inteirarem sobre como agir no caso pessoal delas. Quem favorece isso é o Centro de Referência da Mulher, onde elas podem se informar sobre seus direitos e decidir o que fazer da própria vida de uma maneira segura”, determina Maria, fazendo questão de deixar claro que a luta dela é praticamente uma missão de vida.
“Pra onde me convidam, eu conto essa história, foi através de uma persistência muito grande. Sem esses movimentos e essas pessoas que me influenciaram positivamente, eu não teria alcançado o que nós mulheres alcançamos”, reforça Penha, consolidando a máxima da união como caminho para a força, especialmente feminina. ■
Maria da Penha
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REQUINTE no ‘GRANDE DIA’ ROSALVO PONTE COMPLETA 31 ANOS DE CARREIRA COMO UM DOS PRINCIPAIS DECORADORES DO BRASIL POR EMANOELA CAMPELO DE MELO / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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niversário, casamento, bodas, encontros corporativos e daí por diante. O “grande dia” pode ter diferentes significados e motivações, mas tem em comum expectativas tanto de quem o promove como dos convidados. Surpreender é tarefa árdua designada aos profissionais mais competentes do mercado. A perfeição nos detalhes de um grande evento depende diretamente de saber lidar com os imprevistos e também de evitá-los. Um galpão de cimento batido e teto formado por telhas simples. Pensando assim, de pronto, pode-se até duvidar: será que um ambiente como esse pode ficar bom o suficiente para ser palco de um suntuoso casamento? Para Rosalvo Ponte, decorador de festas com vasta experiência no ramo, qualquer lugar é lugar. A transformação começa em saber tirar de cada espaço o melhor e fazer de cada data um momento único e inesquecível aos contratantes. Até ser reconhecido na decoração de eventos, passaram anos na vida de Rosalvo. Já criança, percebeu a própria aptidão na arte de criar. Natural de Sobral, ajudava a mãe nas festas infantis que ela realizava. Autodidata, ele passou a ser responsável pelos desenhos dos painéis decorativos e até mesmo por pintar super-heróis em bolos. Dos cinco irmãos, ele é o único a trabalhar com decorações; o ensinamento sobre a importância do profissionalismo e da honestidade veio dos pais, segundo Rosalvo. “Tudo que era decoração lá em casa diziam: vai lá, chama o Rosalvo”, recorda. A primeira festa profissional com a sua assinatura foi aos 15 anos. Hoje, aos 46, são 31 anos de carreira somados e muitas boas histórias para contar. “Comecei a trabalhar e não parei mais. Fiz metade de Engenharia Civil, fiz metade de Arquitetura e me formei em Design de Interiores. Eu ficava me deslocando entre Fortaleza e Sobral. Resolvi permanecer em definitivo na capital, porque é onde o mercado é mais amplo”, conta. Primeiro, veio a Rosalvo Ponte Decorações. Depois, foi a vez de patentear o nome Rosalvo Ponte Atelier de Criação. Logo no início da carreira, percebeu que preferia trabalhar com o público adulto. Entregar mais que o esperado é a especialidade do decorador, para quem a surpresa é a “cereja do bolo”. Carinho e cuidado dão um toque bem acabado em cada projeto. “Criei um processo há alguns anos porque tinha receio de trocar cores e texturas dos eventos. Aí veio o estúdio de cores. Em seguida, apresentamos um proje-
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to em 3D para o cliente ter a sensação de como aquele momento vai acontecer. Festa tem de ser viciante (para quem decora). Se for trabalhar com festa colocando o financeiro na frente, não aguenta muito tempo. É preciso ter amor pela profissão. Escolher o que gosta e trabalhar com isso”. Segundo ele, o financeiro é consequência, e não foco. Para isso, um bom profissional de decoração deve buscar a identidade do cliente. “Minha maior marca é não repetir projeto e preencher o ambiente desde a entrada até o fim do buffet”, pontua, lembrando que os temas diferentes do convencional o desafiam diariamente
EVOLUÇÃO Com o passar do tempo e fortalecimento da tecnologia, o décor de festa evoluiu. Rosalvo recorda que, nos
seus 31 anos de carreira, passou por diversos momentos. Há alguns anos, não era incomum ele sequer ter contato direto com os noivos, porque era frequente os pais da noiva contratarem o serviço e ficarem responsáveis por todas escolhas e decisões. Essa transição do mundo externo reflete diretamente no estilo dos eventos adotados. Se antes o clássico era maioria, hoje o contemporâneo sobressai. “Antigamente, as noivas se preocupavam até com o que a avó ia gostar. Hoje, também tenho de ser multimídia. É um monte de coisa ao mesmo tempo para poder estar em evidência”, conta. Para ele, concorrência boa é positiva. Quando as pessoas se preocupam em se aperfeiçoar e entregar um bom serviço, destaca Rosalvo, a concorrência é de igual para igual. “Uma noiva contrata antecipado, entende? É um processo de confiança no qual é preciso ter seriedade ao lidar com os sonhos. Não deixar os clientes vulneráveis é essencial. Temos toda uma equipe de suporte e apta
a realizar festas com esmero. Todo o nosso processo é anotado e, independente de qualquer coisa, a festa não para”, destaca. Ao todo, são 28 pessoas que trabalham junto ao decorador, em um atelier de dois mil metros quadrados que comportam 60 mil unidades decorativas. Para manter em ordem todo o material, há equipe interna de cenografia, costura, carpintaria, pintura e serralheria. É devido ao extenso estoque que o espaço de telha e cimento batido se transforma. Propor soluções é mais um dos diferenciais do especialista. “O bom profissional surge de uma forma mais evidente nos contratempos, na hora de improvisar com as dificuldades. Hoje, é mais fácil se tornar decorador, claro, mas será que essas pessoas conseguem sair de contratempos? Entrar em um ambiente e sentir qual é aquele evento e segmentar os estilos é mais um diferencial só dos melhores”, acrescenta Rosalvo Ponte. ■
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Comunidades em foco
FOTO MARÍLIA CAMELO
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s áreas econômica, social, cultural e de saneamento atualmente são alguns dos pilares de atuação de cooperativas em todo o Ceará. Além de prestarem serviços às comunidades, algumas dessas iniciativas são responsáveis por geração de emprego, capacitação e treinamento técnico de inúmeros moradores, que se tornam cooperados, em municípios de menor arrecadação. É assim que atua a Cooperativa de Trabalho em Serviços Complementares de Asseio, Conservação e Limpeza Ltda (Coopservice), fruto da parceria entre dois amigos iniciada há dois anos. Apesar de encabeçar um projeto ainda recente, carrego comigo o amor pela área social há pelo menos 20 anos, desde que cheguei a Fortaleza. Uma das nossas iniciativas para os associados, por exemplo, é a distribuição mensal de 50 cestas básicas, em diferentes cidades. Já de forma mais geral, enquanto cooperativa, prezamos por ser referência em serviços especializados de conservação e limpeza de ambientes internos e externos, guarda e proteção de patrimônio de terceiros - tudo isso não só satisfazendo os clientes, como também auxiliando os nossos cooperados com cursos, treinamentos e com ênfase no âmbito social. No início, alguns amigos parceiros nos indicavam certas cidades para atuar, mas, hoje em dia, os próprios prefeitos nos procuram para fechar parcerias, reflexo do nosso bom trabalho. Atualmente, estamos presentes em Acopiara, Ocara, Senador Pompeu, General Sampaio, São Gonçalo do Amarante, Tejuçuoca, Monsenhor Tabosa, Quixeramobim, Ipueiras, São João do Jaguaribe e Guaraciaba do Norte. Pacajus é um exemplo de município onde ainda não estamos oficialmente presentes, mas que já recebeu alguns de nossos investimentos. No último mês de maio, a Coopservice promoveu um Dia das Mães na cidade, evento que reuniu várias pessoas da comunidade e de regiões vizinhas e também contou com a presença e o prestígio de políticos. Nós temos parcerias com grandes empresas do Estado e estamos satisfeitos com o resultado do nosso traba-
lho, mas temos ainda grandes projetos em mente, como a implantação de uma clínica popular em Pacajus, onde pretendemos trabalhar com preços diferenciados de consulta. Pensar as cooperativas de forma ampla, como apoio aos municípios, possibilita-nos pensar alto, na busca pelo desenvolvimento das regiões. ■
ADRIANO BRAGA É EMPRESÁRIO E FUNDADOR DA COOPSERVICE.
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UM LUGAR no mercado de trabalho ESTAR ATENTO ÀS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E AMPLIAR CADA VEZ MAIS O CONHECIMENTO SÃO DICAS DE PROFISSIONAIS PARA QUEM ESTÁ BUSCANDO SE CONSOLIDAR NAS CARREIRAS DO FUTURO POR EMANOELA CAMPELO DE MELO / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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lcançar o sucesso profissional é o sonho de muitos. Mas, estar bem preparado para as exigências do mercado na rotina de trabalho é quesito básico para alcançar essa meta. Em um cenário de constante mudança, ter conhecimento acerca do que é promissor ou não é essencial no processo de preparação.
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UMA DAS FUNDADORAS DA MAX WORLD, KATIANNE VIANA BUSCA SEMPRE ATUALIZAR OS PROFESSORES E ALUNOS
Para a professora de inglês Andrezza Soares, da Max World, o domínio de uma segunda língua é ferramenta importante para currículos ligados às mais diversas áreas de atuação. Segundo ela, o candidato tem de estar preparado desde o desempenho na fala até mesmo à autopromoção. O marketing digital é outra aposta da professora, que defende não existir “futuro profissional sem o marketing digital”.
Quando pensa nesse futuro próximo e os porquês da aposta, a docente garante que isso se deve ao rápido avanço da tecnologia e popularização das redes sociais. É por meio da web que muitas coisas acontecem e o ramo privado cresce. As oportunidades de crescimento e reconhecimento do trabalho podem estar na tela de um aparelho eletrônico. “O marketing digital é a nova
maneira de divulgação das marcas. O foco no desenvolvimento do produto e da empresa está na web e é preciso acompanhar a tecnologia. É muito importante que o profissional esteja alinhado às novas exigências, buscando especialização constante e trocando experiência com os demais da área”, conta Andrezza. A respeito de como e em quê investir na hora de se preparar, a professora garante que participação
de cursos e eventos segmentados é uma boa estratégia para se atualizar profissionalmente, adquirir conteúdo e fazer um bom networking. “A melhor forma de ter destaque é ser bem sucedido no seu segmento. Para ser um case de sucesso em qualquer profissão, é necessário investir nela e buscar criar inovações, porque o mercado é bastante competitivo, e a concorrência sempre bate à sua porta”, destaca. ■
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IMERSA NA ÁREA FINANCEIRA DESDE CEDO,A CONSULTORA FINANCEIRA LARISSA FALCÃO JÁ ALCANÇOU O PRIMEIRO MILHÃO ANTES MESMO DOS 30 ANOS
SSO CE SU Caminho de
POR STÉPHANIE SOUSA / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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ão houve influência familiar. O caso é de identificação desde sempre, desde cedo. Larissa Falcão, 29, mostrava inclinação para o mundo das vendas ainda criança, até mesmo nas brincadeiras. “Eu brincava de negociar, de vender coisas, anotava reuniões imaginárias com holandeses, chineses, na minha agenda”, recorda. O interesse precoce se transformou em uma carreira de sucesso marcada por um feito em especial: a conquista do primeiro milhão antes dos 30, fruto de muita economia. Aos 18 anos, em 2007, já ingressava no curso de Contabilidade, na Universidade Federal do Ceará (UFC). Foi nessa época que, lendo uma revista, deparou-se com uma reportagem sobre um empresário que conseguiu o primeiro milhão aos 30 anos. “Aquilo ficou na minha cabeça. Eu queria fazer a mesma coisa”, recorda. Além da formação pela UFC, ela
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também conta com dois MBA, sendo um em Finanças Corporativa e o outro em Finanças, Investimentos e Banking. Ainda no segundo semestre da faculdade, foi aprovada em um concurso da Caixa Econômica Federal, onde atuou por nove anos, trabalhando tanto com pessoa jurídica como com investimentos. O olhar observador e o pensamento a longo prazo foram essenciais na construção da trajetória de sucesso. Apesar de ter iniciado cedo no mercado, a cearense relembra ter encarado jornadas maiores do que a carga a ser cumprida, praticamente “pagando para trabalhar”. Foi assim, fazendo concessões, que Larissa entendeu o caminho. “Como funcionária pública, eu tive de voltar casinhas, e até ganhar menos, para aprender”, confessa. Um dos momentos decisivos foi a escolha de sair do cargo público, em 2018, para trabalhar em uma empresa privada. Uma opção talvez impensável
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para alguns, mas que, para ela, foi um diferencial. “É uma zona de conforto grande ter um grande banco por trás do seu nome, ser a ‘Larissa, da Caixa’. Difícil é você vender, mesmo que ofereça um serviço melhor, quando ninguém te conhece”, exemplifica. Hoje, atuando na gestão de patrimônios, a ousadia do passado tem rendido bons frutos. Sempre antenada, ela é uma das poucas profissionais cearenses a deter o “CFP”, uma certificação norte-americana de planejador financeiro - um dos mais altos graus de conhecimento técnico na área.
PERSPECTIVA Larissa aponta que, antes de tudo, é necessária uma mudança de perspectiva quando se quer economizar e atingir um objetivo. “As pessoas acham que você só vai juntar dinheiro quando ganhar muito. E ganhar muito é relativo. É importante saber que, quando você começar a ganhar mais, os gastos não podem acompanhar. Este é um dos grandes desafios”. Também não existe um tipo ideal de investimento. Segundo ela, isso é variável. “O primeiro e principal passo é estar comprometido com o objetivo”, pontua. Já os erros mais comuns, segundo a consultora, são o desconhecimento sobre o valor total que se ganha mensalmente e, consequentemente, o descuido com os gastos.
REFERÊNCIA A carreira de Larissa Falcão também tange questões sociais. A cearense é embaixadora da ONG paulista “Bem Gasto”, que surgiu em 2017, por iniciativa da instituição de ensino superior Insper, e hoje conta com mais de 60 voluntários. “Fazemos workshops, palestras, captamos parceiros para a ação. Eu divulgo a ONG e entro com o meu conhecimento. É uma realização pessoal”, dispara. ■
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Guia Básico DE ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA
01. Ter um objetivo definido. É muito frágil juntar dinheiro só por juntar;
02. Estar comprometido com o objetivo; 03. Saber, na ponta do lápis, quanto se
ganha. Muita gente realmente não sabe. É preciso sentar, listar as receitas e despesas. Água, aluguel, luz, comida, academia;
04. Se tiver de remover gastos, fazer uma
triagem realista do que é supérfluo e o que é essencial. E é importante compreender o viés psicológico do processo. Às vezes, o é supérfluo para uma pessoa pode ser muito importante para outra.
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FOTO MARÍLIA CAMELO
N
A tendência do ALUGAR
ão é novidade que o Ceará, terra de praias paradisíacas e povo acolhedor, sempre teve forte apelo turístico - com investimentos cada vez maiores na área. Nesse contexto, o aluguel de carros é um negócio crescente. Os turistas, claro, são os grandes beneficiados por esse tipo de serviço, mas moradores locais e até empresas também são o público-alvo das locadoras. No caso de empresas privadas, frequentemente surge a pergunta: “Por que alugar carros, em vez de comprá-los?”. Pelo seguinte: é mais fácil alugar do que adquirir um carro hoje em dia. Alugando, você não precisa arcar com seguro, IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e manutenção. Supondo que o carro tenha um problema, o cliente não precisa ir até a oficina; ele busca a própria locadora, que resolve a situação. Outro ponto positivo para o consumidor é que quando se aluga um carro por um período maior, o preço cai bastante. No final das contas, seja na locação para pessoas físicas ou empresas, a vantagem principal se resume sempre a uma palavra: praticidade. Foi pensando nisso e na minha veia para o empreendedorismo que resolvi unir essas duas paixões - o turismo e os negócios. O resultado foi a Top Rent a Car, minha empresa de locação de automóveis, com contratos mensais, trimestrais, de seis meses e anuais. Tudo começou em 1999, com apenas um carro e em casa. Na época, muita gente tentava investir em locadoras, justamente devido ao nosso turismo local. Muitos, porém, quebravam com poucos meses de negócios, geralmente por não conseguirem arcar com todas as despesas geradas por um negócio como esse. Felizmente, meu caso foi diferente e sigo firme no mercado há 20 anos. Na Top Rent a Car, oferecemos aluguel de carros populares, a exemplo do Onix, Gol e Palio; executivos, como o Voyage, o Cobalt, o Corolla e o Honda Civic; e também modelos 4x4, como a Hilux e o Triton. A pro-
cura é grande durante o ano todo, mas alguns períodos merecem destaque, como o intervalo entre o final de dezembro e o início do ano letivo. A busca por carros 4x4, especificamente, é intensificada bastante entre agosto e novembro, quando as férias na Europa e nossa época de maiores ventos no Ceará coincidem. Nesse momento, um grande número de turistas chega com a intenção de conhecer, principalmente, as praias de Paracuru, Flecheiras e Cumbuco. Também oferecemos o serviço de transfer, que ocorre quando o cliente não tem interesse em alugar, mas de nos contratar para transportá-lo a um destino específico. ■
LÚCIO MENEZES É EMPRESÁRIO E PROPRIETÁRIO DA TOP RENT A CAR.
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Barbearias em
ALTA
B
arbeiro de coração, empreendedor por vocação. É assim que Sullivan Amaro, de 34 anos, começa a falar de si, durante a nossa conversa. De origem humilde, o cearense tem uma bagagem grande de experiências - foi vendedor de picolé, ainda criança; depois, de roupas na famosa Feira da Sé, em Fortaleza; teve uma locadora de DVDs e até arriscou a carreira de modelo. Com tantos trabalhos distintos, foi também de uma
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NO CONCORRIDO MERCADO DA BELEZA MASCULINA, A SULLIVAN BARBER SHOP SE REINVENTA E APOSTA AGORA EM UMA NOVA LOJA VOLTADA PARA O PÚBLICO INFANTIL POR STÉPHANIE SOUSA / FOTOS MARÍLIA CAMELO
maneira improvável que ele chegou ao atual posto. Visitando clientes da empresa de automação comercial do pai, conheceu Mirtes e Irailton Linhares, nomes por trás do então tradicional salão D’Linhares. “Eu percebi que os cabeleireiros deles eram todos homens, e achei aquilo interessante. Até que um dia o Irailton me convidou pra trabalhar lá, porque alguns dos funcionários deles estavam indo embora. De início, achei improvável, não me imaginava fazendo isso. Mas, fiquei com a ideia na
cabeça e resolvi arriscar”, relembra. De início, Sullivan apenas lavava cabelos e observava os demais profissionais em ação. Quando não estava no trabalho, fazia especialização em cursos técnicos e estudava. O esforço se traduziu em uma espécie de ultimato, mas dos bons, daqueles cheios de confiança. “Um dia, o Irailton chegou pra mim com uma proposta, dizendo: ‘olha, você já pode começar a cortar, vou te pagar o salário de cabeleireiro. Se em três meses você não tiver aprendido, eu fecho a empresa’”, recorda. Em dois meses, ele já tinha os próprios clientes e, em três, já recebia comissões para além do salário. Dessa maneira, passou seis anos na D’Linhares, fazendo cortes em homens e mulheres, realizando procedimentos químicos e maquiagem. A experiência seguinte foi em uma barbearia, onde atuou por dois anos.
INVESTIMENTO Depois de oito anos trabalhando para outras empresas, Sullivan finalmente conseguiu abrir o próprio negócio e empreender, como sempre quis. O processo, no entanto, não se deu de repente. “Eu já vinha me capitalizando desde a época da D’Linhares, quando comprei meu primeiro carro. Aos poucos, fui adquirindo algumas coisas que poderiam combinar com a barbearia, antes mesmo de ter um ponto alugado. Arranjos, quadros... eu comprava e guardava. Já estava tudo idealizado na minha cabeça”, explica. O negócio começou, basicamente, com ele e outros dois barbeiros (Guerra e Santos), e, hoje conta com outros quatro profissionais de corte e barba (Jovani, Marujo, Igor e Alan), uma manicure (Aline), duas recepcionistas (Carol e Samara),
um funcionário de serviços gerais (Jonh) e a esposa de Sullivan, Eveline, na administração.
PÚBLICO INFANTIL Para Sullivan, o diferencial do seu negócio é o investimento massivo em perfeição. “A meu ver, não adianta colocar charutaria, bar e outros serviços dentro da barberia e deixar de lado o principal”, garante. Foi pensando em atender o público da melhor forma possível que o barbeiro decidiu dar um novo passo e abrir a Sullivan Barber Kids, voltada exclusivamente para o público masculino infantil. A ideia surgiu após perceber que, apesar da alta demanda, não existia nenhuma barbearia voltada para
meninos. “Durante a minha pesquisa, encontrei vários salões unissex para crianças, mas algo totalmente dedicado a meninos, não encontrei, nem no Ceará, nem no restante do Brasil”, reforça. O espaço, previsto para ser inaugurado no mês de julho, irá contar com cinco barbeiras, as responsáveis pelos cortes de cabelo dos pequenos. No lugar de cadeiras convencionais, carrinhos confortáveis, com um tablet em cada. Certificados de “primeiro corte”, com fotos feitas na hora para guardar de recordação, também farão parte da experiência. “Tudo isso foi pensado para que a criança se sinta em casa, quase no próprio quarto, em um espaço lúdico”, conclui. ■
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MARKETING DIGITAL na SAÚDE: um oceano de possibilidades
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FOTO MARÍLIA CAMELO
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profissionais da Saúde proporciona. Pacientes e convites marketing digital continua ganhando para palestrar e dar entrevistas são as consequências. força em todas as esferas e, para profisMas, até ser reconhecido como tal, é preciso estudo. O sionais da Saúde, tem se mostrado cada mercado da comunicação nesse setor é um oceano azul vez mais importante, pois a forma de de possibilidades. Porém, não basta apenas vislumbrar consumir conteúdo tem mudado drasos bons resultados. É preciso habilidade, responsabiliticamente. Trabalho com marketing dade e bastante conhecimento sobre as normas dos conmédico desde 2014, quando aconteceu o “boom” do meio selhos de cada profissão, tornando digital. E foi justamente por ter indispensável estar atento a pelo previsto essa mudança nos dias menos quatro competências: code hoje, que mergulhei de cabeça nhecer bem o código de ética, nesse segmento anos atrás. pois existem regras de publicidaPor muito tempo, trabalhei de bastante complexas; criar um com profissionais da Saúde e já coconteúdo dinâmico e atrativo, nhecia as restrições de divulgação com linguagem menos formal; jae exposição, as regras dos conmais esquecer de colocar o númeselhos, principalmente o de Mero de registro na descrição da rede dicina. Hoje, carrego bons cases social e nas imagens publicadas; em minha jornada. Já contamos utilizar fontes confiáveis e que com vários clientes recém-espenão comprometam a sua autoridacializados. Esses, inclusive, são os de como profissional. que mais gosto de citar, porque a Compartilhar esse conhecipartir deles é possível “começar mento e um pouco mais é uma das do zero”, como costumam dizer. E minhas propostas. Eu e meus cofoi justamente o que ocorreu com legas possuímos uma visão ampla o meu primeiro cliente. Trabalhei de mercado e valorizamos muitoda a elaboração de identidade ARIADNA ALVES É ESPECIALISTA EM MARKETING DIGITAL to o empreendedorismo “raiz”, visual, criação de site e gerenciaE FUNDADORA DA UPDATE GROUP, AGÊNCIA QUE ou seja, extrair o melhor de um mento de redes sociais. Um ano CUIDA DE COMUNICAÇÃO EM MEIOS DIGITAIS candidato a empreendedor para e meio mais tarde, o pequeno E PREPARA PROFISSIONAIS DE DIVERSAS ÁREAS PARA ATUAREM NESSAS PLATAFORMAS. alcançar o sucesso. Em outras paconsultório dele se transformou lavras, o “bicho de sete cabeças” em uma clínica sofisticada e bem que muitos chamam de presença digital se transforma localizada, no coração de Fortaleza. O jovem médico se num mundo de possibilidades. Inovar, ser diferente, ser transformou numa autoridade. melhor: só depende de você. ■ E, falando em autoridade, é isso que o marketing para
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Por trás da estampa POUCAS VEZES FALADA, MAS CHEIA DE REPRESENTANTES DE PESO NO CEARÁ, A PROFISSÃO DE DESIGNER DE ESTAMPA É ESSENCIAL NA DEFINIÇÃO DE COLEÇÕES E IDENTIDADES DE MARCAS POR STÉPHANIE SOUSA / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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stá na roupa dos departamentos de fast-fashion, nas vitrines de grifes requintadas, nos desfiles das semanas de moda, nas roupas de banho, nas paredes, nos itens de decoração, nos panos de mesa, de cama, nos calçados. Onde quer que sejam aplicadas, é bem verdade que as estampas fazem toda a diferença. Dentro de um universo tão amplo como o da moda, são incontáveis as profissões, mas é curioso que uma delas às vezes passe despercebida a olhares desatentos: os designers de estampas. No Ceará, temos Alan Jones, Isaac Monteiro e Juliana Azevedo como representantes desse papel fundamental no mercado. Cada um com sua bagagem, estilo e perspectiva, os três compartilham a paixão pela construção conjunta de identidades para produtos das mais diversas marcas.
JULIANA AZEVEDO TEM O TRABALHO MARCADO PELA PRESENÇA DE TEXTURAS BI E TRIDIMENSIONAIS
ALAN JONES SE INSPIRA EM VIAGENS PARA COMBINAR CORES E ESTAMPAS
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Alan Jones, 39, desenha desde a infância. A brincadeira, mais tarde, daria lugar a um estilo de vida. Por falta de incentivo, o cearense acabou apostando na área da Gastronomia durante certo tempo. No entanto, não demorou muito para perceber que acreditar em sua essência era o certo a se fazer. Fez faculdade de Design Gráfico, estudou na Gracom Escola de Efeitos Visuais e em outros cursos de especialização na área. No início meio tímido, passou a mostrar seu trabalho para algumas indústrias, a entrar em contato com marcas, até começar a desenvolver identidades visuais para projetos. “Não foi fácil. Acho que quando sentimos que está difícil, é porque estamos no caminho certo. Tem sido assim em tudo na minha vida”, enfatiza. Hoje, Alan possui o próprio negócio, Studio de Estampas, e tem cinco anos de atuação firme na área. Os insights para os trabalhos vêm de uma maneira orgânica. Ele é forte adepto de viagens “bleisure” (“business” + “leisure”), que se propõem a unificar os negócios e os momentos de lazer e descontração. “Acredito muito nessa fusão. Depois das experiências em viagens, faço testes de combinações de cores e mãos à obra”, explica. Já Juliana Azevedo, 45, une a produção de estampas à projeção de texturas bi e tridimensionais para superfícies. Antes mesmo de se graduar, na segunda turma
de Design de Moda da Universidade Federal do Ceará (UFC), já contava com rica experiência internacional, na Université de la Mode, Lumière Lyon II, em Lyon, cidade francesa. Por lá, realizou estágio obrigatório na Brochier Soieries, empresa de renome da área têxtil e de estamparia, e desenvolveu trabalhos para o Museu Solomon R. Guggenheim em Nova Iorque; o Museu de Belas Artes, em Lyon; e o Louvre, em Paris. Depois de desbravar o mercado em outros países, Juliana se permitiu descobrir novas paixões. Casou-se e deixou Fortaleza para viver em São Paulo, onde se dedicou à área acadêmica, criando cursos especializados e atuando como professora. “Meu principal trabalho lá foi o projeto ‘Designers e Artesãos, Extratos da Moda Brasileira’, que virou um livro, um documentário e duas exposições: uma em São Paulo e outra em Lyon. Foi bem rico!”, lembra. Mais tarde, de volta à terra do sol, em 2005, passou a desempenhar cargos de coordenadora e gerente de produto, na indústria da confecção. Hoje, ela comanda o ateliê A Casa que Nos Habita. Outro exemplo de descoberta precoce da vocação é o de Isaac Monteiro, 31. Envolvido no universo da moda desde os tempos de colégio, trabalhou na empresa de confecção dos pais e, naturalmente, decidiu cursar Estilismo e Moda. À graduação, uniu cursos diversos de ilustração, fotografia, pintura digital e um MBA em Design Gráfico e Digital. Tal como as especializações, as vivências se acumulam: desde o primeiro estágio, com o estilista Mark Greiner, a uma passagem por fábricas de bolsas e acessórios em couro, concursos de novos talentos e atuação em uma marca de alfaiataria italiana. Atualmente, Isaac executa sua versatilidade em três marcas - Pena, Cholet e Republic Paradise - de públicos e propostas totalmente diferentes.
PROPÓSITOS Enquanto o processo de produção dos designers guarda algumas semelhanças, o resultado final e o propósito das criações são peculiares. Para além da natural importância de compreender e atender bem as demandas do cliente, Alan Jones reforça que procura estampar nas criações as suas crenças, experiências e personalidade. “Todo designer tem seu estilo, seu traço, sua essência e valores. Valores esses que são expostos na combinação de cores, na harmonia da estampa”, aponta. Seguindo o mesmo raciocínio, Isaac complementa essa ideia. “A estampa é uma forma de transmitir para
ISAAC MONTEIRO EXPRESSA A CRIATIVIDADE COM ESTAMPARIA PARA MARCAS DE PÚBLICOS BASTANTE DISTINTOS
o consumidor as inspirações da coleção, o mood ou uma mensagem. O consumidor perpetua essa mensagem para o mundo”, conclui. Por sua vez, Juliana gosta de pensar a estamparia como um processo mais poético, um percurso criativo que denuncia o lugar que cada um percorreu e onde quer estar. Em comum, a habilidade ímpar de traduzir tudo isso em estampas.
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O VALOR da estampa Ex-funcionário da Xerox do Brasil, onde trabalhava na área de licitações, Claudio Soeiro, 50 anos, é diretor de negócios e representante de empresas de tecidos no Estado. O encanto pelo mundo fashion já existia na juventude, quando chegou, inclusive, a ter uma confecção, aos 19 anos. Depois da passagem pela área financeira e administrativa da Racco, resolveu abraçar de vez a moda como profissão, aproveitando todo o know-how adquirido. Hoje, trabalha com marcas de tecidos - para as quais viabiliza a comercialização de produções de Alan Jones e Juliana Azevedo, por exemplo e, também, com empresas fornecedoras de aviamentos decorativos e personalizados. “As estampas em tecidos de moda contribuem para a expansão de um dos mais belos trabalhos na cadeia produtiva brasileira, representando um mercado que está crescendo cada vez mais, adquirindo chancela, inclusive, no exterior”, pontua Claudio. O diretor de negócios ainda explica a importância das estampas como um condutor de mensagens e pautas. De acordo com o profissional, elas transmitem com maior assertividade, para o consumidor final, as ideias e conceitos trabalhados em determinada estação ou servem para reforçar o branding de cada marca. ■
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Por que contratar um cerimonial?
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erimonial é um conjunto de regras e formalidades necessárias para a realização de eventos civis, militares e religiosas. Em se tratando de eventos matrimoniais, cerimonialista é a pessoa responsável por organizar e realizar todos os protocolos, desejos e vontades dos noivos em seu casamento. O trabalho desse profissional é auxiliar os noivos desde o início. Quando um casal decide realizar uma celebração, nós ajudamos no passo a passo, direcionando por cada caminho: como fazer a festa; quem contratar; qual o melhor fornecedor para o evento; qual a data certa para começar a ver cada item que envolve o casamento, a cerimônia e a recepção. Os noivos podem contar com o cerimonialista para dois tipos de assessoria: completa e cerimonial do dia. A primeira inicia na assinatura do contrato e vai até o final da recepção. Isso envolve indicações, orçamentos, acompanhamentos, definição de metas, layout, datas, convites, lembranças, vestido, decoração, DJ, som, iluminação, músicos, reuniões com fornecedores, definição de roteiros e protocolos. Enfim, orientação de cada etapa no exato momento de realização. Os noivos podem ainda nos dizer o quanto há para investir e fazemos com que o casamento caiba nesse valor, com qualidade e satisfação. O cerimonial do dia é realizado em torno de 40 dias antes do casamento. Nesse caso, começamos a listar todos os contratos fechados, fazemos reuniões, definimos roteiros, protocolos, ensaios e também onde ficará cada elemento da cerimônia para que tudo saia devida-
mente como o previsto. É importante esse trabalho, pois é a hora que mais causa dores de cabeça para todos. A função do cerimonialista é conferir se tudo corre como o esperado para que os noivos não precisem se preocupar com nada. Ressalto, porém, que a presença de familiares, noivos e padrinhos ansiosos no local do evento antes da recepção, muitas vezes, causa transtornos, pois a montagem de todos os serviços tem seu tempo certo de realização. Contrate um cerimonialista ou um cerimonial e aproveite a sua festa sem preocupações. ■
JAIME COSTA É JORNALISTA E CERIMONIALISTA ESPECIALISTA EM CERIMÔNIAS SOCIAIS E CORPORATIVAS.
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para degustar
COMER BEM em
DOMICÍLIO O CHEF DE CULINÁRIA FÁBIO DE LUCCA OPTA PELA PRATICIDADE QUANDO FAZ AS REFEIÇÕES EM CASA COM A FAMÍLIA POR JÉSSICA COLAÇO / FOTOS MARÍLIA CAMELO
“
A cozinha e a sala de aula são meus refúgios. Não existe lugar no planeta onde me sinta mais realizado e mais tranquilo. Sabe aqueles dias onde tudo parece dar errado e você quer apagá-los da sua história? Pois é, na cozinha não sinto vontade de apagar nada". A fala do chef de culinária e professor de Gastronomia, Fábio de Lucca, mostra na prática o
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ditado "trabalhe com algo que você realmente gosta, e você nunca precisará trabalhar na vida". A felicidade de Fábio enquanto trabalha é vista logo na chegada. Nos bastidores, sente prazer em receber os amigos, próximo à churrasqueira ou ao bar. "É amor por cozinhar para os outros", como diz. O ato de amor serve para deixar pessoas próximas a Fábio felizes. Só há dis-
puta entre ele e a sogra para saber de quem é a vez em ir para a cozinha. "Quando estou sozinho ou apenas com minha esposa e filho, gosto de praticidade. Não sou exigente para comer. Já passei dessa fase. Então, resolvo a fome com um sanduíche, um arrozinho com bife acebolado ou até mesmo com o velho e bom miojo, mas claro que dou uma ajustadinha no tempero com azeite, páprica, tomilho, queijo ou o que tiver na mão no dia", desmistifica ele sobre chef ser aquele que sempre opta pelo mais elaborado. E por falar em pratos elaborados, Fábio de Lucca fala com apreço sobre eles. A cozinha mediterrânea é uma das suas paixões. Peixes, azeites, ervas e especiarias dão o toque. Há também os dias que o sangue italiano prevalece e não há comida melhor do que uma boa massa com molho encorpado. Mixar elementos na cozinha é o que move a paixão do chef e o desafia a sempre juntar de
forma certeira os ingredientes junto à maciez, cremosidade, crocância e frescor. "Quando não estou trabalhando e resolvo cozinhar, o que mais gosto de comer são pratos que me remetem a sabores fortes e intensos. Para citar alguns: filé à parmegiana, massas à bolonhesa, rabada, polenta frita, costela, cupim, costela suína, suíno à Cordon Bleu, frango frito e, claro, feijoada", especifica.
CARREIRA Hoje, Fábio de Lucca sabe que sua atividade profissional é bem vista pelo público, mas nem sempre foi assim. Antes de chegar a ser coordenador de graduação e pós-graduação na sua área, o chef conta que, nos anos 1990, ser cozinheiro não era visto “com bons olhos”. Foi com os programas de TV e divulgação na mídia que a profissão passou a ser valorizada. O primeiro prato, preparado
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para degustar
aos dez anos de idade, foi um pão caseiro recheado com presunto, queijo e tomate, batizado pela matriarca como "rolo marítimo". Ao recordar da história, ele lembra que até ali "tudo parecia normal", mas no meio do caminho mãe e irmão montaram um pequeno negócio com foco em alimentos e bebidas, de nome Cantina da Vovó Dalila. Os produtos mais pedidos eram salgados e sanduíches. Fábio estudava perto da cantina e sempre procurava ajudar. Em 1989, inaugurou o primeiro McDonald’s na cidade onde morava. Sem que fosse proposital, Fábio estava cada vez mais ligado à Gastronomia. Abriu restaurante, criou cardápio, e o boca a boca aumentou. Em 2017, Fábio assumiu pela primeira vez a coordenação do curso de Gastronomia. "Se as coisas dão errado, me sinto desafiado a corrigir, a buscar meios. É nessa hora que a magia acontece. Gosto muito da cozinha mediterrânea. Tudo tem muita cor e muito sabor. Às vezes, o sangue italiano prevalece, também sou das massas, molhos encorpados e não dispenso o churrasco. Tudo junto e misturado, mas sempre com muito equilíbrio. Não acredito em temperos especiais, todos são. O que existe é o tempero certo, na hora e na quantidade certas. Quando se trabalha com insumos de qualidade, frescos, bem escolhidos, tudo fica mais fácil", acrescenta De Lucca. ■
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Truques na cozinha DE ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA
01. Trabalhe primeiro o sabor, depois
a cor, então a textura e, por último, o aroma;
02. Se não quer que uma proteína perca umidade, não pode levá-la ao forno;
03. Nunca cozinhe a massa até estar
totalmente macia. Ela continuará cozinhando após retirada da panela;
04. Carne bem passada é carne dura.
Se quer maciez e sabor, deixe a carne levemente rosada por dentro;
05. O mais gostoso do feijão é um caldo bem temperado e grosso.
Receita em 12 passos MASSA COM RAGU DE OSSOBUCO 01. Selar o ossobuco em fio de azeite; 02. Deglaçar panela com vinho tinto seco. (deglaçar é soltar o queimadinho do fundo com algum líquido); 03. Incluir cebola, pimentão e alho em brunoise (cubos bem pequenos); 04. Incluir tomate concassê (tomate sem casca e sem semente) picado; 05. Adicionar canela, tomilho e sal; 06. Cobrir de água e fechar à pressão por 35 minutos; 07. Abrir a pressão, retirar ossos e cortar carne em ragu (picadinho); 08. Voltar para a pressão por 25 minutos, completando a água se necessário; 09. Reservar o ragu; 10. Cozinhar o espaguete em água e sal (pode ser qualquer outra massa); 11. Montar um ninho com o espaguete e cobrir com ragu 12. Finalizar com manjericão fresco para decorar
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para degustar
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AL TU RAS Entreter-se nas
SITUADO NO ALTO DE UM PRÉDIO, O TÔPPO ROOFTOP CONSOLIDA A TENDÊNCIA DE HAPPY HOUR EM COBERTURAS NA CAPITAL POR EMANOELA CAMPELO DE MELO / FOTOS DIVULGAÇÃO
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conceito do que há de melhor em rooftops espalhados pelo mundo chegou até Fortaleza e se consolidou. Agora, a capital está no roteiro dos Happy hours e festas no topo de prédios imponentes. Um dos points que se enquadra nessa definição, o Tôppo Rooftop se destaca especialmente pela carta de drinks, desenvolvida em colaboração com empresas internacionais. “Temos parceria muito forte com a Pernod Ricard, que tem grandes marcas, como Absolut, Balantines, Chivas, entre outras. Recentemente, acrescentamos os drinks compartilhados de quase um litro servidos nas próprias garrafas”, conta Kleiton Holanda, um dos sócios do empreendimento. Entre as bebidas mais pedidas, estão o Tropical Gin e o Moscow Mule, esse último é tradicionalmente servido em uma caneca de cobre, decorada com limão na borda. As opções individuais variam de R$ 22 a R$ 29. Outros queridinhos do público são os drinks coletivos. Para acompanhar, os fundadores também pensaram em um cardápio requintado e prático. Kleiton explica que as comidas levam a assinatura do Le Pain Le Café. “Escolhemos pratos rápidos e práticos. Bruschetta, tartar, filé e ceviche” Com isso, ir ao Tôppo é sinônimo de aproveitar uma bela vista do pôr do sol, junto de um cardápio atraente e com drinks exclusivos. “O Tôppo é um ambiente aberto à família, aos casais, aos amigos. Fica entre um restau-
rante e um clube. Ao longo da noite, vai virando uma baladinha, na qual todo mundo fica mais animado. Quem vai se surpreende bastante com essa sistemática. É um espaço que não existia em Fortaleza. O acesso até lá em cima e a vista de toda orla de Fortaleza encantam o público”, destaca Kleiton Holanda.
FUNCIONAMENTO POR DEMANDA Visitar o local, contudo, exige programação, uma vez que o Tôppo realiza eventos quinzenais e, além disso, recebe eventos e grupos com horário agendado. Inovações. A tendência, segundo Kleiton, é que novos espaços assim surjam em Fortaleza, já que a capital permanece aberta a investimentos desse porte. “Procuramos por um lugar assim durante mais de um ano. Sabíamos que precisávamos de um espaço que pudesse comportar eventos de grande natureza, com música ao vivo. Foi quando surgiu o rooftop do LC Corporate. Até os prédios residenciais, hoje, implantam coberturas como área comum para os moradores. Temos confiança de que o projeto se firmou, e queremos investir nele por muito tempo”, promete. ■ ▼ TÔPPO ROOFTOP AV. BARÃO DE STUDART, 300 ALDEOTA, FORTALEZA – CE @topporooftop
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MULHERES QUE INSPIRAM
Lições de amor ao próximo POR MEIO DA ASSOCIAÇÃO PETER PAN, OLGA FREIRE REVESTE DE ESPERANÇA AS POSSIBILIDADES DO TRABALHO VOLUNTÁRIO
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exercício do amor, em todas as suas dimensões, é algo realizado diariamente por Olga Freire, presidente e uma das fundadoras da Associação Peter Pan. A entidade sem fins lucrativos oferece atendimento humanizado a crianças em tratamento contra o câncer e se empenha em buscar o diagnóstico precoce da doença. “Ver uma criança sofrendo e ver essa dor refletida no coração da mãe ou do pai é muito forte”, confessa Olga sobre a realidade com a qual se depara em sua missão. “Contudo, a convicção de que podemos fazer a diferença nesse momento difícil, tanto no conforto moral, como na união de pessoas, empresas e Estado para transformar essa paisagem e ser instrumento de esperança e de cura é o que fortalece nossos corações voluntários”, determina. Foi a doutrina espírita, conta Olga, que a despertou para o trabalho humanitário, caminho, segundo ela, que permite “consolidar na alma
POR JÉSSICA COLAÇO / FOTO MARÍLIA CAMELO
o amor pela família universal e não somente pela consanguínea” e se aproximar de Deus. Acolher famílias abaladas pelo câncer foi consequência da história de vida dela, que perdeu o pai para a doença e, com isso, se sensibilizou ainda mais com crianças, pais e mães que experimentam esse sofrimento. “Só quem faz o bem sabe quanto é gratificante cuidar daqueles que sofrem mais do que nós e, assim, nós vamos ascendendo em nossa alma a bendita luz do verbo servir”, garante. O trabalho de Olga e demais voluntários da Associação cresceu e, hoje, o nome Peter Pan se refere ao hospital que atende mais de 2.400 pacientes do Ceará e estados das regiões Norte e Nordeste. Em abril, foram inaugurados 14 leitos no centro pediátrico. “A Associação construiu não apenas um hospital lindo e humanizado, onde funcionam ao mesmo tempo a medicina e o amor ao próximo. Construiu paredes transcendentes na sua missão e sua missão se materializou em amor”, define a presidente.
A lista de figuras femininas que plantaram esse amor em Olga é extensa e detalhada: “Pela dedicação, minha mãe Anaíde Espíndola Freire, minha babá Guiomar e minha avó de criação Mementa. Minha irmã mais velha, Ana Freire, pela lealdade. Pela alegria, minha tia Lalá e, pela tolerância, minha tia Nazira”, cita. No trabalho social, Olga destaca Madre Teresa de Calcutá, Cecília Rocha, Aparecida Conceição Ferreira e Anália Bueno, mas concentra a admiração maior de amor e fé em Maria de Nazaré. “Ela é a grande figura inspiradadora para a humanidade inteira. Exemplo inesquecível do maior símbolo da vontade de Deus sobre nós”. Sobre ser exemplo e instrumento de amor, Olga espera impactar positivamente em dois pontos. Um deles é a consciência da busca constante por ser alguém melhor. “E o segundo é pela coragem. A coragem de lutar contra as próprias imperfeições e hoje buscar sempre ser melhor do que ontem e amanhã melhor que hoje”, finaliza. ■
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VEGANISMO
na CULINÁRIA NORDESTINA COM O MAIOR NÚMERO DE ADEPTOS, O VEGANISMO TEM ESTIMULADO A REINVENÇÃO DE PRATOS CLÁSSICOS PARA ATENDER A TODOS OS PÚBLICOS SEM PERDER O SABOR POR GABRIELA RAMOS / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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uem tem restrições alimentares acaba sendo obrigado a se privar das maravilhas da culinária nordestina. Pensando em resolver esse problema, a “rainha do acarajé”, Silvia Santos, criou o acarajé vegano há cerca de um ano. Por conta do sucesso do prato e do pedido do público, ela começou um novo projeto de expansão do cardápio vegano, com o risoto de shiitake e o feijão vegano, à base de leite de coco e azeite de oliva. A identificação de Silvia com os pratos começou em 2014. Forçada a parar de comer carne depois de um problema alimentar, ela descobriu um universo que parecia distante. Quem diria ser possível, sim, viver sem proteína de origem animal?, refletiu no decorrer do processo. “Tive de ficar três meses sem comer carne. Foi quando percebi a dificuldade de comer fora de casa. Na minha vida, o veganismo surgiu por essa questão. Agora que estou melhor, não sou 100% vegana, mas conseguiria viver assim sem problema. Achava impossível e agora vejo que quem consegue tem qualidade de vida”, conta, enfatizando que admira quem segue à risca a causa. Silvia relata melhoras na saúde com a mudança dos hábitos alimentares. Por ter sentido na pele a dificuldade de comer fora, notou a grande demanda de pessoas que deixavam de experimentar suas especialidades. Com sensibilidade e tino para os negócios, ela passou a criar novas possibilidades. “Eu não era íntima desse público, não tinha contato. Depois que passei a conhecer, gostei demais, por isso estou abraçando esse projeto aos poucos”, diz. Preocupada em não incluir nas receitas nenhum ingrediente animal, Silvia tem todo o cuidado na releitura dos pratos. A história de Silvia com a culinária baiana vem desde 2011, quando vendia sua especialidade na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza. Porém, sua proximidade com as comidas nordestinas foi uma herança das matriarcas da família, a mãe e a avó. Quando criança, em Juazeiro do Norte, no Sul do Ceará, observava a dedicação de ambas na cozinha. A mãe cozinhava para eventos pequenos, como casamentos de pessoas da região. Já a avó, hoje com 94 anos, continua cozinhando e segue como uma inspiração para Silvia. Foi com base nesses dois modelos que ela decidiu ingressar na profissão, aos 19 anos de idade. Hoje, quase duas décadas depois, rememora suas primeiras influências. Com a prática, Silvia conta que optou por se aventurar nos temperos mais fortes, por isso a escolha
pela comida baiana. Atualmente, com um espaço localizado no bairro Parquelândia, a cozinheira vê essa nova tendência de público crescer mais intensamente. São três opções de acarajé: o tradicional (inteiro), o vegano e o trinchado (com os itens em separado). Além disso, foi lançada, também para veganos, a opção “rodada de amigos”. “São duas porções de vatapá, duas porções de caruru, uma porção de salada, a pimenta, e seis unidades médias do acarajé. Ele sai nessa opção, porque tem pessoas que não comem um ingrediente, e outra pessoa que come. Fica bem à vontade para servir um só prato”, explica. Há também o prato nordestino, recheado com carne de sol, para aqueles com alergia aos frutos do mar. Criativa e sensível, Silvia diz buscar perpetuar a culinária local para os mais variados gostos e demandas. Segundo ela, o objetivo é poder atender bem todo tipo de público que quiser experimentar os sabores regionais. ■ ▼ COZINHA DO ACARAJÉ AV. JOVITA FEITOSA, 2444 - PARQUELÂNDIA FORTALEZA – CE @cozinhadoacaraje
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Filtro para sorrir PROCEDIMENTO QUE SE DIFUNDE CADA VEZ MAIS, A IMPLANTAÇÃO DE LENTES DE CONTATO DENTAIS DEIXA SORRISOS ILUMINADOS E COM RESULTADO A CURTO PRAZO POR EMANOELA CAMPELO DE MELO / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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erta vez, o escritor francês Jean Commerson definiu que “o sorriso é o arco-íris do rosto”. É fato que o ato transparece algo agradável e tem poder de contagiar quem está no entorno. E se, ao sorrir, ainda houver por ali dentes bonitos e saudáveis? Ter um sorriso harmonioso e branquinho é sonho comum até mesmo daqueles menos vaidosos. Na busca por conquistar o sorriso perfeito, as lentes de contato dentais são fortes aliadas. A tendência na odontologia estética é indicada para diversas finalidades, entre elas, corrigir espaçamentos, desalinhamentos e até mesmo encobrir manchas. As lentes de contato têm atraído cada vez mais adeptos. Dentre os famosos, o procedimento já é considerado “queridinho” por proporcionar resultados perfeitos em curto espaço de tempo. A alta procura vem sendo destacada nos últimos anos pela Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, que divulgou recentemente um aumento de aproximadamente 300% na procura pelo
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beleza & saúde tratamento. O 'boom' das lentes dentais aconteceu na década de 1980, nos Estados Unidos, segundo o odontologista André Pessoa, um dos profissionais habilitados a realizar o procedimento no Ceará. Naquela época, de acordo com Pessoa, as lentes eram feitas com porcelana de espessura considerada grossa para os dias de hoje. Com o passar dos anos e a disseminação da tecnologia, as porcelanas ficaram cada vez mais finas e precisas e passaram a ser denominadas de 'lente', pela semelhança com aquelas usadas para melhorar a visão.
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PASSO A PASSO ATÉ AS LENTES Fazer um planejamento de cada caso e ir de acordo com a simetria do rosto do paciente é essencial para um resultado satisfatório, reforça André. “Quanto menos desgastarmos os dentes, melhor. Há todo um processo de harmonização, e, hoje, com a tecnologia, o paciente já tem um protótipo de como vai ficar o resultado”, adianta. “Alguns pacientes chegam querendo colocar as lentes, mas têm a mordida errada. Aí é preciso começar a reposicionar o sorriso. Além disso, se invadirmos o espaço da fala, com sons de S e F, que passam pelos espaços dos lábios e dos den-
Cinco dicas PARA PROLONGAR A VIDA DAS LENTES DENTAIS
01. Vá ao dentista a cada seis meses; 02. Evite alimentos duros ao extremo; 03. Use fio dental diariamente; 04. Opte por escovas de dente macias; 05. Dedique, no mínimo, um minuto para cada escovação.
tes, o paciente pode começar a falar cuspindo e chiando. Isso é sinal de invadir o espaço onde não deveria", destaca o profissional. Sobre a vida útil das lentes de contato dentais, André Pessoa garante que, com o planejamento correto, é possível prolongar o investimento feito. Ele destaca ainda que toda reabilitação precisa de acompanhamento, e o paciente deve cooperar com a higienização correta. Não causar danos à gengiva, articulações e encaixe dos dentes são alguns dos pontos os quais merecem maior atenção nesse processo.
“Uma lente de contato pode durar mais de 15 anos. Tudo isso depende muito do paciente. Com o objetivo atendido, a gente precisa de manutenção. Sempre lembro que as lentes devem ser feitas o mais próximo do desenho natural do dente para manter a saúde da gengiva. Lente não mancha e lente não pega pigmentos. É um trabalho que vai além da estética”, garante Pessoa. ■
▼ DR. ANDRÉ PESSOA RUA PEREIRA VALENTE, 578 MEIRELES, FORTALEZA – CE TEL.: 85 9 8703.1888
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especial MULHERES QUE INSPIRAM
Desbravadora de realidades HÁ 28 ANOS, A BAILARINA DORA ANDRADE USA A DANÇA PARA TRANSFORMAR A VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E DENUNCIAR AS INJUSTIÇAS SOCIAIS
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relevância artística e social da bailarina Dora Andrade, 60, faz dela uma personalidade inspiradora. Afinal, em 28 anos da Escola de Desenvolvimento e Integração Social para Criança e Adolescente (Edisca), da qual é diretora, reescreveu a realidade de mais de quatro mil crianças e adolescentes da periferia de Fortaleza. Por meio de espetáculos de dança impactantes, fez importantes denúncias sociais. “Vi transformações na vida dessas pessoas que me senti extremamente honrada de ter feito parte. Reside aí o milagre que eu vejo acontecer na Edisca diariamente, a força pra seguir atuando”, admite. Força, aliás, é algo muito presente na essência e no trabalho de Dora, que seguiu no ramo social utilizando a arte como ferramenta de transformação humana. “Na década de 1990, sobretudo no Nordeste do Brasil, acho que pouquíssimas pessoas estavam refletindo sobre arte-
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POR JÉSSICA COLAÇO / FOTO MARÍLIA CAMELO
-educação. Eu fui trocando a roda com o carro andando, aprendendo e verificando dia a dia que a minha intuição foi assertiva. De fato, o que eu estava fazendo trazia resultado e tocava as pessoas numa dimensão muito mais ligada ao espírito do ao que intelecto ou a qualquer outra coisa”, reflete. A crença na educação e na arte como caminhos certos de mudança é também herança da mãe da bailarina, a professora universitária que, segundo Dora, era uma mulher à frente do próprio tempo e a pessoa mais generosa que ela conheceu. “Ela ensinou na UFC (Universidade Federal do Ceará), mas também largou tudo e foi trabalhar com educação em pequenas cidades do interior do Estado. Ela via na educação a única ferramenta capaz de trazer a redenção do nosso povo”, conta. Além do impacto coletivo, a própria Dora foi transformada pelo trabalho que fazia junto à Edisca, num processo em que ela e a organização social praticamente amadureceram juntas. “Hoje, eu sou uma mulher
mais capaz do que era quando iniciei esse trabalho. Mas, quando falo de capaz não me refiro somente à questão de domínios de técnica. Me refiro, sobretudo, à questão de resiliência e à adaptação ao cenário, que precisa ser veloz muitas vezes”, revela. Ela confessa ter recomeçado a vida algumas vezes, reinventado-se à frente da instituição que dirige. Todas essas mudanças não ocultaram, contudo, um aspecto fundamental na essência de Dora: a sensibilidade com a condição alheia e a urgência em denunciar realidades injustas. “Se eu pudesse inspirar alguém, seria mostrando mostrando que uma mulher simples, nordestina, pôde fazer algo transformador e não precisou de nada especial. Não precisa ser uma heroína, detentora de títulos acadêmicos, basta ter a vontade de servir, basta se indignar o suficiente e juntar essa indignação à ação”, define. ■
Dora Andrade
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Acupuntura no alívio de dores
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rganizar a própria agenda, planejar a entrega de um trabalho no prazo ou mesmo desfrutar de um simples jantar de aniversário podem se tornar um desafio diante da incerteza imposta à pessoa que sofre com dores crônicas. Após experimentar vários tratamentos e seus efeitos adversos, um número crescente de pessoas tem descoberto na acupuntura uma forma de aliviar a intensidade das dores agudas, algumas delas resistentes a outros tratamentos isoladamente, além de atuar na prevenção de novas crises. Algumas técnicas de manipulação para o relaxamento dos músculos como ventosaterapia, Gua Sha, massagem chinesa Tuiná e massagem craniofacial, podem ser associadas no tratamento da enxaqueca, da fibromialgia e de outras dores. Apesar do crescente destaque desta técnica milenar, ainda há algumas pessoas receosas em experimentar os seus efeitos. Talvez isso se deva ao fato da nossa cultura ocidental propagar desde a infância o medo de agulhas, sendo estas associadas principalmente a injeções ou exames de sangue. Entretanto, as agulhas de acupuntura são muito delicadas, seu material flexível permite que sejam muito finas, já que não são usadas para injetar nenhuma substância. As agulhas da acupuntura são da espessura de um fio de cabelo! Sabe-se hoje que a acupuntura estimula o organismo a produzir substâncias analgésicas, as endorfinas, e outros neurotransmissores, desenvolve mecanismos de adaptação ao stress, melhora o sono, diminui a ansiedade, além de possuir efeito anti-inflamatório que ameniza as dores. Assim é possível utilizar a Medicina Tradicional Chinesa e associá-la a outras opções de tratamento como ventosas, óleos essenciais e ainda a eletroacupuntura, na qual são usados micro-impulsos elétricos associados às “agulhinhas do bem”, como são carinhosamente chamadas pelos pacientes. ■
CLÉBIA VIEIRA @draclebiavieira.acupuntura É MÉDICA, ACUPUNTURISTA, ANESTESIOLOGISTA E MEMBRO DO COLÉGIO MÉDICO BRASILEIRO DE ACUPUNTURA
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O equilíbrio dos
traços
A HARMONIZAÇÃO FACIAL, TÃO EM ALTA ENTRE OS FAMOSOS, É UMA TÉCNICA RÁPIDA COM RESULTADOS EFETIVOS, SEM A NECESSIDADE DE LONGOS PERÍODOS DE RECUPERAÇÃO POR GABRIELA RAMOS / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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FOTO SHUTTERSTOCK
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ara passar a imagem mais condizente com a nossa personalidade, o rosto merece cuidados. O desenho dos traços, porém, são compostos não apenas pela carga genética dos antepassados, mas também pelos procedimentos estéticos que podem nos esculpir ainda melhor. Para isso, tem sido bastante comum a utilização da harmonização facial como método para deixar o rosto mais belo, dentro dos padrões atuais, e, consequentemente, mais harmônico. A técnica tem sido bastante difundida por famosos que passaram pelo procedimento, como a cantora Joelma (ex-banda Calypso), o ginasta Diego Hypólito, a cantora Kelly Key, dentre tantos outros. Conforme a cirurgiã-dentista pós-graduada em harmonização orofacial, Aline Silveira, em geral todos os processos oferecidos no mercado têm o mesmo objetivo: rejuvenescer o paciente. “A questão é que, na harmonização, os procedimentos são realizados por profissionais que podem atuar na área, como, por exemplo: médicos, biomédicos e dentistas. São procedimentos com o nível mais avançado de estudo e técnica. Alguns procedimentos de harmonização só podem ser realizados por profissionais prescritores e injetores, como o nosso caso, dos cirurgiões-dentistas”, explica Aline. Segundo ela, dentre os procedimentos estão a aplicação de toxina botulínica, preenchimentos faciais com ácido hialurônico, uso de bioestimuladores, fios faciais e emagrecimento facial. “A harmonização realizada pelos cirurgiões-dentistas interfere em todas as regiões da face, desde o couro cabeludo até a região do osso hioide, também conhecido como o ‘pomo de Adão’, e também de tragus a tragus (área frontal da orelha), com os mais variados materiais. Obviamente, sem esquecer os dentes,
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pois sem eles é impossível deixar uma face harmônica”, detalha. De acordo com Aline, é fundamental atualização em cursos de pós-graduação para estar afinada com as melhores e mais modernas técnicas. “Eu sou uma profissional que amo o que faço, procuro trazer o que há de melhor na estética a nível nacional e internacional, trabalhando sempre com produtos regulariza-
A CIRURGIÃ-DENTISTA PÓS-GRADUADA EM HARMONIZAÇÃO OROFACIAL, ALINE SILVEIRA, PROCURA TRAZER O QUE HÁ DE MELHOR NA ESTÉTICA A NÍVEL NACIONAL E INTERNACIONAL
dos e de excelente qualidade. Meu atual investimento em educação tem sido uma residência em módulos mensais em Brasília”, conta. Aline Silveira destaca que o principal objetivo do seu trabalho é melhorar a autoestima dos pacientes. “Tive uma cliente que desejava ter lábios volumosos. Ao final do procedimento de preenchimento, ela se emocionou bastante com o resultado. Isso nos faz sentir que
podemos, sim, ajudar. É muito satisfatório”, comenta. Para isso, ela diz procurar ouvir com sensibilidade, enxergando por trás do relatado e adequando necessidades e anseios.
RESULTADO NATURAL Para a biomédica Fabíola Rabelo, a beleza do rosto está ligada à juventude, proporção e simetria. Conforme a especialista, a grande vantagem da harmo-
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beleza & saúde nização está em proporcionar um aspecto natural, além da rapidez do procedimento, com efeitos praticamente imediatos sem a necessidade de pós-operatórios complicados ou longos períodos de recuperação. “Embora os procedimentos estéticos mais tradicionais não ofereçam um resultado tão rápido, eles são excelentes aliados da harmonização facial e, quando aliados, dão resultados satisfatórios”, complementa. Antes de fazer o procedimento, é preciso avaliar os históricos de alergias e uso de medicação rotineira para garantir a segurança do cliente. Além disso, não é indicado para mulheres em período de gestação. “Inicio pelo incômodo do paciente, seus desejos de mudança. Essa é a nossa relação de satisfação: atender ao desejo dentro das possibilidades disponíveis e sempre utilizando um mapeamento facial”, ressalta. Conforme Fabíola, é possível alongar, definir ou dar volume às áreas do rosto, além de emagrecer, reduzir papadas, amenizar olheiras, hidratar e rejuvenescer a pele. Com uma clínica no Litoral Leste cearense, em Cascavel, o Espaço Fabíola Rabelo Estética Avançada, inaugurado no final do ano passado, oferece outros tipos de tratamentos corporais e capilares. “Sempre senti falta (em Cascavel) de um espaço que aliasse em um único lugar saúde, beleza e bem-estar”, conta. Para atender as mais variadas demandas, além das graduações em biomedicina e biologia, Fabíola é tricoterapeuta, tem pós-graduação em Citologia Esfoliativa e Oncohematologia e em Estética Avançada. ■
▼ DRA. ALINE SILVEIRA @dra.alinesilveira draalinesilveira.com.br RUA VICENTE LINHARES, 500, SALA 1803 ALDEOTA, FORTALEZA – CE FABÍOLA RABELO ESTÉTICA AVANÇADA RUA PADRE VALDEVINO NOGUEIRA, 2170 CASCAVEL – CE TEL.: (85) 3334.2011 / 9 9874.0333
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A BIOMÉDICA FABÍOLA RABELO INAUGUROU NO MUNICÍPIO DE CASCAVEL UM ESPAÇO QUE ALIA SAÚDE, BELEZA E BEM-ESTAR
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om a correria do dia a dia, as pessoas têm procurado cada vez mais soluções rápidas, indolores e práticas. No que diz respeito a tratamentos ortodônticos, não é diferente. Os usuários de aparelhos que têm uma agenda cheia se incomodam muito em ter de dividir o tempo entre reuniões e os cuidados com o sorriso, que pode não ficar agradável enquanto se está no meio de uma refeição. Também desagradam os frequentes machucados ou fios soltos por ocasião de algum pequeno imprevisto. Para evitar esse tipo de problema, os alinhadores, confeccionados em acrílico transparente, encaixam-se em torno dos dentes sem causar desconforto ou dor. Com uma estrutura removível, as placas do aparelho ortodôntico invisível, geralmente, são substituídas até que o alinhamento ocorra por completo. Mas qual a diferença entre o aparelho estético e o invisível? Enquanto o estético nada mais é do que uma versão mais discreta do aparelho fixo metálico convencional, em cor clara, o invisível é mais parecido com uma placa de bruxismo (como aquela utilizada por quem range os dentes ao dormir) e serve para corrigir problemas ortodônticos mais leves e discretos. No estético, o sistema funciona igual ao aparelho fixo convencional, só que com bráquetes feitos de policarbonato, porcelana ou safira, muito parecidos com a cor dos dentes naturais, em vez do aparelho metálico. Já o invisível é uma moldeira, uma fina película transparente e removível, usada quase sempre para corrigir apenas pequenos defeitos de alinhamento dos dentes. O aparelho invisível pode ser removido a qualquer
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FOTOS SHUTTERSTOCK
Alinhadores
momento pelo usuário e é justamente chamado de invisível por ser ainda mais discreto que o transparente. Sua higienização também é muito mais simples, já que o aparelho é removido na hora da limpeza bucal e da alimentação. No entanto, o aparelho invisível não serve para corrigir problemas mais graves, por este motivo cada caso deve ser muito bem avaliado. Agora, não existem mais desculpas para ter dentes tortos e desalinhados. ■
FOTO FERNANDO RODRIGUES
CÍNTIA ALVES É ODONTOLOGISTA, EMPRESÁRIA E PROPRIETÁRIA DA CLÍNICA DRA. CÍNTIA ALVES ODONTOLOGIA.
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Gestora
consistente PRIMEIRA MULHER ELEITA E REELEITA VICE-GOVERNADORA DO ESTADO, IZOLDA CELA CONTA COMO TRANSFORMOU UMA CARREIRA SEM ASPIRAÇÕES POLÍTICAS EM UMA TRAJETÓRIA DE MUDANÇAS REAIS PARA O CEARÁ POR JÉSSICA COLAÇO / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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elejar é um termo usado com frequência pela vice-governadora do Estado, Izolda Cela, 58, quando fala do trabalho que ela ajuda a desenvolver na gestão. A palavra se refere a um ofício constante e obstinado e se encaixa bem no perfil da sobralense que não tinha a menor perspectiva de se envolver com política e, hoje, ocupa o segundo cargo mais importante no executivo estadual. É uma das idealizadoras do programa de alfabetização infantil que inspirou o governo federal a desenvolver uma iniciativa do mesmo tipo. Ao currículo de gestora, somam-se ainda dois importantes fatos: Izolda é a primeira mulher eleita e reeleita vice-governadora do Estado e também a primeira a assumir a administração do Ceará durante as viagens do Governador Camilo Santana. “Eu acho que pude dar minha ajudinha, né?”, diz, visivelmente desconfortável ao falar sobre as conquistas que alcançou na trajetória de vida pública. Isso porque, de fato, Izolda não é uma personalidade pública. Chegou a recusar o primeiro convite para ser secretária adjunta de Sobral, em 2003, junto do então secretário municipal Ivo Gomes, na gestão de Cid Gomes como prefeito da cidade. “Aquilo me assustava um pouco, aquela coisa parecia meio sem jeito, muitas dificuldades, muito desestímulo. Eu até dizia pro Ivo [Gomes] que ele precisava de alguém com mais experiência, e eu ajudaria de outro jeito. O que me fez assumir? Não sei. Mas, nessas coisas, às vezes você sente uma convocação mais interna, alguma coisa fez sentido”, lembra Izolda. Ainda com algumas incertezas e cautelas quanto ao papel a ser exercido, Izolda aceitou o cargo, e começou a peleja. Da educação em Sobral à vice-governadoria do Estado, passando pela Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), Izolda desempenhou um incansável e centrado trabalho de articular municípios e demais forças para priorizar a educação, considerada pela gestora como uma ferramenta de prevenção, inclusive de saúde. “Você trabalha e acompanha as crianças, estimula cada uma dentro das necessidades, é um espaço que permite contato com os pais, você pode orientá-los, orientar os professores”, explica. Os resultados do trabalho são expostos em números. De acordo com os dados divulgados no ano passado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Sobral e o líder do país em qualidade de ensino público nas escolas de anos iniciais e do 6º ao 9º ano. Já o estado do Ceará, segundo a mes-
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capa ma pesquisa, abriga 82 das 100 melhores escolas do Brasil, do 1º ao 5º ano; e 52 das 100 melhores do 6º ao 9º ano. “Nossos resultados vêm melhorando ao longo do tempo. Claro que os desafios são muito grandes. O Ceará tem resultados maravilhosos? Nada disso, nada disso. Tem muita peleja ainda pela frente pra gente aprumar essas escolas”, pondera a vice-governadora.
ALUNA APLICADA, GESTORA DISCIPLINADA O vínculo de Izolda com a educação, apesar de hoje ser bastante evidente, não foi algo que surgiu como vocação, e sim uma experiência construída. Filha de uma professora, ela conta que ser disciplinada e obter bons resultados nas avaliações nunca foram um problema. “Eu era mais estudiosa mesmo, mas também me enturmava com toda a ecologia da turma, gostava muito dos que eram diferentes. Mas, tinha isso de cumprir os deveres”, esclarece. Ela faz questão de salientar a gratidão pelos professores que teve, e que foram essenciais na formação do caráter dela. “Eles têm claramente um peso importante na minha vida, nos meus valores”, reforça Izolda, que cursou o ensino básico em Sobral e depois se mudou para Fortaleza. Na universidade, formou-se em Psicologia e, com as atividades práticas exigidas no curso, aproximou-se da área da educação trabalhando a ludoterapia com crianças, em escolas. “Cheguei, inclusive, a montar uma escola com uma amiga. A gente tinha muita vontade de montar um projeto educacional mais afinado com o que a gente considerava importante para a formação da criança, de ambiência escolar, metodologia, e começamos essa experiência”,
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detalha, falando sobre o espaço de ensino, voltado aos anos iniciais, o qual ajudou a coordenar em Sobral. Mais à frente, como professora concursada da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), reforçou o vínculo com a área pedagógica ao levar o ensino da Psicologia para os professores em formação. Até o chamado para a vida pública entrar na trajetória de Izolda. Em Sobral, ela ficou de 2001 a 2006 na Secretaria Municipal de Educação, sendo três anos como adjunta e os outros três como titular da pasta. Nesse período, a decisão política de priorizar a alfabetização e um diagnóstico detalhado da situação do ensino no município, conta Izolda, foram essenciais para mudar o cenário escolar em Sobral.
PASSOS MAIORES Em 2007, após eleito governador do Estado, Cid Gomes convidou Izolda para assumir a educação no Ceará, processo que, segundo ela, “foi outra onda”. “A secretaria do Estado tem um escopo mais amplo, uma rede com muita demanda, a do Ensino Médio. Foi bem desafiador, e tínhamos dois focos: melhorar a aprendizagem em Português e Matemática da rede e implementar uma rede de escolas de educação profissional”, lembra. Logo no primeiro ano, como secretária estadual da Educação, Izolda implantou o Programa de Alfabetização na Idade Certa (Paic), uma espécie de pacto entre governo estadual e municípios para priorizar o ensino. “Tínhamos certeza de que, para melhorar com mais ritmo, era preciso ter um espaço de coordenação, de diretrizes claras, incentivos, apoio, acompanhamento, e isso foi feito de forma muito horizontal”.
O Programa, criado a partir das pesquisas feitas pelo Comitê pela Eliminação do Analfabetismo Escolar, inspirou o surgimento, em 2012, do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), implantado em todo o País. “Uma coisa que acho muito legal é termos passado por várias eleições municipais, e até estaduais, tivemos percentual alto de renovação nos municípios e não vimos nenhuma quebra de adesão ou parceria [ao Paic]. Os resultados seguiram melhorando, e acho isso um sinal bom para o Estado, porque é um valor que compromete as gestões”, comemora Izolda, lembrando sempre que o mérito dessas conquistas é coletivo, e não apenas dela como gestora.
MAIS UMA VEZ, A MUDANÇA Zona de conforto parece não combinar com as missões que o destino reserva para Izolda: estabelecida na Seduc, vem novamente um convite que a faz ter cautela, que é a candidatura à vice-governadoria. “Pensar em estar numa função de cargo eletivo não estava no meu horizonte. Eu até dizia ‘de jeito nenhum’. A política é muito importante, as pessoas que querem trabalhar, estar a serviço, têm que se dispôr a ocupar esses lugares. Então, não adiantava correr, não tem outro jeito de mudar as coisas e a vida das pessoas”, reconhece. Como braço direito do governador Camilo Santana, Izolda foi designada, entre outras atividades, para articular o Pacto Ceará Pacífico, um conjunto de políticas públicas, executadas por diversos órgãos e secretarias, como fim de redução da violência. “O governador me designou para ajudar na articulação entre as instituições, acompanhar
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capa as agendas de natureza intersetorial. O maior desafio é com relação às políticas de prevenção”. Nesse pacto, segundo ela, duas frentes de trabalho conduzem as ações. Uma delas é de repressão, que mais recentemente passou a contar com iniciativas de parceria entre a Secretaria de Segurança Pública, as universidades e inovações tecnológicas; e a outra é de prevenção social, com o objetivo de diminuir as condições de vulnerabilidade que levam boa parte dos jovens a entrarem para o crime. “Isso aí é o desafio, por conta das condições que temos de pobreza, urbanização insuficiente. Mas estamos pelejando”, retoma. De peleja em peleja, Izolda não pode negar a contribuição essencial na transformação de várias realidades no Ceará - embora não assuma isso com tanta facilidade. Não sei se tenho essa sensação de poder mudar uma realidade. Mas, tenho tido a graça de agregar pessoas boas em torno dessas causas. Isso aí é uma coisa que acho que até tenho serventia”, brinca, com a tranquilidade cautelosa de quem sabe que ainda tem muitas missões pela frente. ■
Mulher Política Longe de assumir apenas para si a conquista de ser a primeira mulher na vice-governadoria, Izolda Cela atribui, na verdade, esse pioneirismo a uma evidência do quanto vivemos em uma sociedade machista. “Especialmente nesse espaço da política, ocupado predominantemente por homens”, argumenta. Segundo ela, a maior representatividade feminina depende muito mais de uma participação maior das mulheres do que de iniciativas como as cotas partidárias reservadas para as figuras femininas. “Nós mesmas precisamos ter esse sentido de garantir a nossa representação, a gente também tem esse poder. A gente podendo se movimentar e apoiar o fortalecimento feminino nas assembleias e câmaras, é muito importante”, estabelece.
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Katiana Pena
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MULHERES QUE INSPIRAM
Movimento de mudança
A ARTE E O SENSO DE COLETIVIDADE DA BAILARINA KATIANA PENA A FAZEM TRANSFORMAR TODOS OS CONTEXTOS EM QUE ELA ATUA
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trajetória da bailarina e coreógrafa Katiana Pena, 36, traz passagens inspiradoras desde quando ela era menina e começou a participar das atividades de um circo em troca de alimento, no Bom Jardim, bairro da periferia de Fortaleza. “Eu fui pela comida, não pela expertise que eu descobriria ali. Meu contato com a arte foi graças a Deus, e fui de alma e corpo”, descreve. Das manobras acrobáticas no circo, Katiana deu passos maiores e chegou na Edisca, onde permaneceu por 17 anos, de aluna à professora. Em seguida, assumiu um trabalho com dança no Centro Cultural do Bom Jardim, levando para o bairro onde morava as mesmas oportunidades e transformações às quais ela teve acesso. “Saí da Edisca e queria fazer um experimento na minha comunidade, queria doar mais. Queria que as pessoas conhecessem a dança mais ali do bairro, que fosse próximo da casa delas, que pudessem ouvir o som do
POR JÉSSICA COLAÇO / FOTO MARÍLIA CAMELO
balé clássico e não precisassem pegar três ou quatro ônibus pra assistir isso”, lembra. Essa atividade, contudo, não foi suficiente para dar vazão a toda a energia de Katiana, que queria devolver o apoio recebido da comunidade por meio de algo com a assinatura dela. “Resolvi fazer uma sala de dança na minha casa. Todo mundo achou uma loucura por conta dos meus filhos e do meu marido, mas era o meu sonho, e eu não podia mais esperar, queria fazer a minha dança no meu bairro”. Foi assim que, em 2015, surgiu a base do Instituto Katiana Pena, organização que oferece aulas de dança e atividades de incentivo à leitura e escrita para crianças e adolescentes do Grande Bom Jardim. A vocação para atuar em prol do coletivo é vista por Katiana como um dom divino, desenvolvido ainda mais devido às lições aprendidas em família, especialmente com a mãe, uma das mulheres em quem ela mais se espelha. “Ela me inspira muito por ser uma guerreira, ter conse-
guido, analfabeta, colocar tanta gente boa no mundo”, orgulha-se. Katiana cita, ainda, a também bailarina e fundadora da Edisca, Dora Andrade, e a coreógrafa Deborah Colker como referências de vida e de trabalho. Sobre ser um exemplo para outras pessoas, Katiana afirma que deseja inspirar para que todos sejam humildes. “A questão da caridade é uma característica que não abro mão e quero que as pessoas se inspirem muito nisso. Dessa humanidade que eu carrego dentro de mim”, finaliza. ■
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Portugueses Recortes
FOTOS ALEXANDRE SERRA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA PEDRO ROCHA E LUÍS FRANCISCO RIBEIRO PRODUÇÃO E STYLING JFD IDEAS AND DETAILS APOIO DE PRODUÇÃO CARLA MELO VIDAL MAKE UP AND HAIR CARLA PALHARES FALCÃO MODELO ANDRÉIA NASSER LOCAÇÃO THE ONE PALÁCIO DA ANUNCIADA AGRADECIMENTOS SOWHAT MAGAZINE
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equipe da MultiPerfil, em parceria com a Sowhat Magazine, cruzou o oceano para conhecer a história de Portugal de um jeito diferente: por meio da moda, provando que roupas, calçados e todas as outras peças do universo fashion não são apenas tendência, mas também registro da cultura e do patrimônio de um povo. Neste ensaio, cujo cenário foi o The One Palácio da Anunciada - situado num palácio do século XVI, no centro de Lisboa -, três elementos importantes da história portuguesa são evidenciados. Um deles é o centenário Theatro Circo, da cidade de Braga, que inspirou a coleção da jovem designer Carla Pires, “Carather”. Outro contemplado são os Lenços de Amor, como eram chamados os paninhos bordados por jovens, no século XVIII, entregues aos amados com desenhos florais e frases que eram verdadeiras declarações de amor. Essa tradição é expressa nos sapatos da Namorarte e nos vestidos da True Love, ambas marcas da região de Vila Verde, onde a prática do bordado amoroso foi imortalizada. Outro componente característico da cultura portuguesa, a cortiça - produto do qual Portugal é o maior exportador no mundo - é destaque nas peças da Casa Grigri. A marca foi premiada diversas vezes ao apresentar o fio de cortiça, matéria-prima que permite, entre outras criações, a confecção de roupas com toque leve e delicado.
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COORDENADO VENCEDOR 1ยบ PRร MIO CONCURSO NAMORAR PORTUGAL 2019 (LISBON SCHOOL OF DESIGN DO PORTO)
SAPATO NAMORARTE MODELO FLOR DE LARANJEIRA
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VESTIDO EM MALHA E FIO DE CORTIÇA - CASA GRIGI
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VESTIDO EM MALHA E FIO DE CORTIÇA - CASA GRIGI
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VESTIDO - DRAMA BY CARLA PIRES DESIGNER ACESSÓRIOS - SFERA
COORDENADO VENCEDOR PRÉMIO BMCAR NO CONCURSO NAMORAR PORTUGAL 2019 (ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS)
VESTIDO TRUELOVE
VESTIDO - AMOUR GLAMOUR LISBOA SAPATOS – PRIMARK
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Uma aventura
na Patagônia Chilena
FOTOS FRANCISCO IBARRA
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e há algum tempo me perguntassem que lugares do mundo eu gostaria de conhecer, certamente a Patagônia não entraria na minha lista top 10, ou sequer seria uma opção.. Porém, a vida me veio com as suas doces surpresas e me presenteou com uma viagem para a parte chilena desse destino inesperado, numa excursão de uma semana, em março deste ano. A Patagônia é uma região geográfica dividida en-
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tre dois países, Argentina e Chile. Como turista, você pode escolher qual lado visitar ou visitar os dois. Mas, já adianto que se trata de uma extensão muito grande a qual não é possível explorar por completo numa simples viagem. Fiz algumas pesquisas na internet e descobri um lugar incrível, de muitas belezas naturais e, por isso, partimos com boas expectativas de conhecer uma paisagem bem diferente da cearense. Saímos de Fortaleza para São Paulo. De lá, fomos a
Santiago, no Chile, e, depois, à cidade de Balmaceda. É uma pena, mas não temos voos diretos da Capital cearense. Chegamos cansados, porém felizes, no principal aeroporto da região de Aysen (faixa territorial que abrange a Patagônia Chilena). Logo, fomos arrebatados pelo frio, já que as temperaturas abaixo de zero são comuns no inverno, podendo alcançar -2°C. Como é uma área muito grande, e a maioria das atrações naturais são bem distantes umas das outras, foi necessário contratar serviços de transfer, que é o mais comum. Não se alugam muitos carros, pois quase sempre é preciso um guia autorizado para realizar a maior parte dos passeios. O ideal é já sair de Fortaleza com tudo acertado, mas, se não conseguir, na saída do aeroporto podem ser encontradas algumas opções. Além do famoso Parque Nacional Torres del Paine, declarado Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), existem muitos parques e reservas com belezas naturais riquíssimas. Em Aysen, a fauna e flora são um destaque, com árvores centenárias e algumas frutas locais para serem saboreadas. Um capítulo à parte são os lagos, identificados pela cor intensa, do azul ao verde, mais parecendo uma pintura diante dos nossos olhos. Para quem é mais aventureiro e esportista, é possí-
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vel apostar no trekking, que se trata de uma trilha para caminhada. No Parque Nacional da Patagônia, é possível subir montanha acima e observar monumentos esculpidos pela natureza, como a Pedra Cravada, além de desenhos e pinturas rupestres de mais de 7 mil anos. Para chegar ao local, situado na cidade de Chile Chico, é necessário pegar uma barca e, para entrar, ter o acompanhamento de um agente autorizado. Nosso parceiro foi a Patagonia Xpress. Os passeios exclusivos também fazem parte da aventura para que o turista tenha a experiência de como é viver na Patagônia, conhecendo melhor os costumes, andando a cavalo, sentando-se à mesa com as pessoas do povoado e suas famílias.
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Uma viagem que gera não apenas conexão com a natureza, mas também com as pessoas da região. A culinária é outro ponto interessante, com muita carne de cordeiro assada na brasa, sempre acompanhada de um vinho chileno. De entrada, tortilhas fritas, batatas e uma salada ao estilo do nosso vinagrete. Como aperitivo, não deixe de experimentar o pisco sour feito com pisco, bebida típica chilena; e calafate sour, um drink docinho feito com um berry (fruto silvestre) da região. Vale a pena também conhecer as cervejarias artesanais, pois, além de degustar diversos tipos, você ainda poderá ver como são produzidas e saber um pouco da história da marca. O mais difícil nessa experiên-
cia, sem dúvidas, é a partida. Diante de tanta conexão com a natureza e, principalmente, com as pessoas, essa é uma viagem na qual sua mala pode até não voltar mais cheia, mas o seu coração sim. A Patagônia chilena é tão envolvente e encantadora que fica sempre um gostinho de quero mais. O desejo é de voltar para conhecer todos os detalhes desse lugar tão ao Sul do planeta e de reencontrar um dos povos mais acolhedores e amorosos do mundo. ■
RANY ALCÂNTARA É PUBLICITÁRIA INSPIRADA POR HISTÓRIAS INOVADORAS DE EMPREENDEDORISMO, NAS MAIS DIVERSAS ÁREAS.
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Personalidades traduzidas
em cores
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e uma coisa não temos dúvidas, brasileiro gosta de muita cor, muita estampa. Seja no vestuário ou nos acessórios, existe em nós essa alegria de colorir nosso dia a dia. Estamos acompanhados por estampas nas mais variadas situações: no trabalho, na praia, na serra e na balada. Elas são, sem dúvida, uma forma de expressão muito forte, que nos representam e contam um pouco de nós, da nossa personalidade, do nosso astral e até da nossa história. As estampas são versáteis e podem ser dispostas de muitas maneiras, usadas em diversas combinações de cores, formatos e texturas. Pode-se também misturar de tudo: listras, flores e formas. Por entender o poder do recurso do design de estampas, sempre quis explorar as possibilidades desse tipo de ilustração do universo fashion. Com a Mariá, marca autoral idealizada por duas mulheres, eu e minha mãe, Lucivan Pinto, o desejo em comum de criar histórias e de levar mais personalidade a todas as pessoas é evidente. Por meio de mochilas e acessórios, usamos a estampa como ponto forte de expressão. Nós costumamos dizer que não produzimos apenas mochilas, mas criamos uma companheira para o cotidiano: da faculdade, da academia, do trabalho, da sua viagem dos sonhos. Porque é preciso identificação para levar, por onde for, aquela mochila com a qual carrega tudo o que se precisa. Nossos modelos são versáteis: uma só peça pode ser usada de diversas formas, tornando-se muitas em uma só. Além das mochilas, o design de estampas fica incrível em malas, nécessaires, térmicas e bolsas, todas com personalidades variadas. Oferecemos, portanto, modelos para quem gosta de algo básico e para aqueles que procuram ousar mais. Dentro dessa proposta, desenvolvemos coleções cáp-
MARINA PINTO @euvoudemaria É IDEALIZADORA E DESIGNER DA MARCA MARIÁ
sulas, através de uma pesquisa com nossos clientes; e são eles quem escolhem os temas para uma nova coleção. Eles costumam sugerir astrologia, década de 1990, sertão, praia, bike, mapa-múndi, florais. Fazemos, então, uma triagem de todas as ideias e escolhemos a mais desejada, criando assim uma nova Mariá a cada temporada, sempre com a ajuda de quem irá usar os produtos. Nós, seres humanos, comunicamos de formas variadas, e uma das grandes fontes de expressão, aos olhos da Mariá, é o modo de se vestir. Por isso acreditamos na importância de conhecer a história da peça, de seu idealizador e produtor, para assim criarmos essa identificação. Vestimos não só uma peça, mas um ideal. Com um consumidor cada vez mais preocupado com a história daquele produto, e com o sentido de cada compra, há uma dedicação nossa para gerar essa ligação, com a transparência nos processos e a aproximação entre o produtor e o cliente. Essa conexão faz com que tenhamos muitas Mariá’s mundo afora. ■
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A hora da
FESTA PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS EM REALIZAR SONHOS CONTAM UM POUCO SOBRE O TRABALHO DE GARANTIR A FESTA PERFEITA POR GABRIELA RAMOS / FOTOS MARÍLIA CAMELO
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rasileiro gosta de comemorar as datas especiais, deixando-as marcadas na memória e nos registros fotográficos. Seja com um minievento ou uma festa suntuosa, um dia importante não pode passar em branco: a festa de casamento, os 15 anos da filha ou o chá revelação da gravidez tão esperada. Porém, realizar uma comemoração demanda muita preparação e expertise, com profissionais qualificados para garantir o sucesso da festa. No coração de Fortaleza, no boêmio bairro Benfica, o Mercado do Café atrai todo tipo de cliente por conta das especialidades culinárias e do estilo rústico e colonial, segundo a proprietária do espaço, Valesca Henrique. Para atender aos pedidos dos frequentadores do café, ela decidiu abrir dois espaços de buffet: um para 30 pessoas e outro para 80, onde é possível realizar diferentes cerimônias, como casamentos, aniversários e eventos corporativos. A equipe de Valesca é responsável pela confeitaria já conhecida pelos clientes, com doces, chocolates e bolos, incluindo de casamento. Há pacotes fechados, mas, também, personalizados, em que o cardápio é todo preparado ao gosto do cliente. “Tenho uma equipe de brigada,
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lifestyle com garçom, maître, sommelier. Além da cozinha quente que oferecemos, com entrada, prato principal e as comidinhas”, explica. Conforme Valesca, a proposta inicial do negócio, inaugurado no primeiro semestre de 2017, era de oferecer um café de qualidade na região. Porém, a ampliação veio por uma demanda dos próprios frequentadores, que procuravam o local para realizar suas festas. “A gente fez uma sala que, hoje, quem quiser fazer seu evento no Mercado do Café, consegue. O espaço funciona à parte da casa”, diz. A grande procura, segundo ela, é pelas especialidades do cardápio. Valesca salienta que tudo é fornecido pelo espaço, desde a comida à louça e decoração, facilitando a vida do contratante.
LUZ NA SUA FESTA Quem faz uma festa quer assegurar que a decoração e o espaço fiquem impecáveis, garantindo ótimos registros, em foto e vídeo, do grande dia. Já pensou no tamanho da dor de cabeça quando a iluminação não está adequada naquela data especial? Para evitar esse problema, o proprietário da Agitte Eventos, empresa de equipamentos de iluminação, Patresse Facundo, garante que tudo estará nos conformes. “Por trás de um evento, há todo um processo, desde o atendimento ao cliente, passando pelas revisões de equipamento e reuniões, antecipadamente, para definir local, cores, acesso para a estrutura de montagem e desmontagem, com todo um cronograma”, explica. Segundo ele, para evitar imprevistos, a empresa trabalha com manutenção preventiva. Além disso, cuida da segurança dos profissionais responsáveis por montar o espaço, com a supervisão de engenheiros elétrico e civil, trabalhando dentro das normas. Ele ressalta que, para realizar uma
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celebração, primeiramente é necessário planejamento, por isso é fundamental contratar uma empresa conhecida no mercado. “A parte da iluminação é um item muito importante que anda casada com a decoração. Não adianta o cliente gastar rios de dinheiro na decoração e não investir na luz certa, porque sem a iluminação essa decoração não fica aparente”, detalha Patresse, salientando que a empresa realiza de pequenos a grandes eventos com o mesmo cuidado em todas as etapas de preparação. ■
PATRESSE FACUNDO, DA AGITTE EVENTOS, GARANTE A ILUMINAÇÃO ADEQUADA NAS DATAS ESPECIAIS
O MERCADO DO CAFÉ OFERECE DOIS ESPAÇOS DE BUFFET: UM PARA 30 PESSOAS E OUTRO PARA 80.
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Arte na pele CADA VEZ MAIS POPULARES E PROCURADAS, AS TATUAGENS DIZEM MUITO NÃO SÓ DOS CLIENTES, MAS TAMBÉM DAQUELES QUE ENCONTRARAM NELAS UMA PROFISSÃO POR STÉPHANIE SOUSA / FOTOS MARÍLIA CAMELO E DEIVYSON TEIXEIRA
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m objeto especial, o nome da mãe, do pai, do filho, um número, uma data, um rosto. Um traço. São diversas as formas de expressar lembranças, preferências, sonhos, saudades na pele. Seja com uma carga de significado embutido, ou simplesmente para embelezar a pele e dar um upgrade no estilo, as tatuagens são, inegavelmente, um forma de arte. No Ceará, Débora Teixeira e Vandin Carvalho são bons exemplos de “tattoo lovers” que resolveram apostar na área como meio de vida. Débora Teixeira, 32, formada em Estilismo e Moda pela Universidade Federal do Ceará (UFC), trabalhou durante anos no universo fashion, mantendo contato com artes plásticas, design e artes visuais. Ao mesmo tempo, sempre nutriu curiosidade pela história da tatuagem tanto que possui várias espalhadas pelo corpo. A possibilidade de transformar a identificação com tattoos em profissão veio de maneira espontânea, de um simples convite de um amigo antigo, o tatuador Thiago Saicol, com quem trabalha até hoje. “Ele viu em mim um potencial de aprendizado rápido, por conta do meu interesse no assunto e por ter conhecimento básico de desenho livre. Foi uma jornada que começou sem querer, mas hoje eu tento me profissionalizar cada vez mais”, explica Deby - como gosta de ser chamada. Inserida no mercado há apenas três anos, ela já conta com a validação dos clientes e também dos artistas com quem convive e trabalha. Hoje, o trabalho de Deby é voltado principalmente para o estilo “fineline”, de traços finos, geralmente lettering de frases e nomes. No início da trajetória de tatuadora, por outro lado, ela trabalhou com outras modalidades. “Eu fazia tatuagens old school, que é o ideal para o início do aprendizado, pois é a base de tudo nesse ofício”, justifica. Ela também pontua que o minimalismo é presença constante e orgânica em suas ilustrações.
IDENTIDADE Os desenhos que misturam traços delicados com minimalismo não são a única característica marcante do trabalho de Deby. Com um público quase exclusivamente feminino, a profissional paulista aborda o feminismo como tema frequente, algo que caminha lado a lado com suas convicções e posicionamento de vida. No primeiro contato com uma cliente, a apresentação vem em forma de combo: mãe, ilustradora e feminista. “A pessoa que me procura já não perde tempo se
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o que ela deseja riscar na pele agride um desses pilares, porque não teria como haver troca, emoção e afeto no desenvolvimento dessa arte”, elucida. Esse engajamento ainda levanta a questão da representatividade feminina no ramo. Apesar do crescente número de mulheres tatuadoras recebendo reconhecimento, Deby avalia que o cenário precisa melhorar. “Eu tenho sorte e sou uma exceção por nunca ter sofrido preconceito nem assédio no meu trabalho, mas conheço lojas e realidades bem diferentes da minha. O machismo ainda é regra. É preciso haver mais destaque para as mulheres na tatuagem, sim”, conclui.
DEBY TEIXEIRA HOJE TEM UM TRABALHO VOLTADO PRINCIPALMENTE PARA O ESTILO "FINELINE"
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lifestyle PLURALIDADE Vandin Carvalho, 33, já está no mercado há cerca de 15 anos. Ainda criança, demonstrava paixão pela ilustração - em sala de aula, na escola, costumava desenhar os professores. Por volta dos 18, quando se tatuou pela primeira vez, o amor pelos desenhos tomou uma nova forma. “Tatuei o rosto do meu irmão, que havia falecido, na costela. Fiquei observando o procedimento e achei muito interessante. Fiz várias perguntas ao tatuador, ele me deu umas sugestões e já saí de lá decidido a comprar os materiais pra começar a tatuar”, relembra. Mesmo com as dificuldades de se conseguir os materiais padronizados e liberados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na época, Vandin conseguiu dar o start no próprio negócio - ainda em casa, como começa a maioria dos tatuadores. Pouco depois, passou a atender os clientes em um estúdio montado na casa dos pais, onde atuou sozinho por 11 anos. Se no início ele usava amigos próximos para praticar, essa realidade logo se converteu em clientes fiéis. Quando o assunto é estilo de tattoo, Vandin garante: desenvolve trabalhos de todos os tipos. Isso porque, vindo de mais de uma década trabalhando sozinho, não poderia se dar ao luxo de perder clientes. Com a prática, aprendeu de tudo um pouco. Mas um fator talvez tenha sido (e ainda seja) definitivo em relação à sua pluralidade: a especialidade em tatuagens realistas. Modalidade extremamente visada pelo público, a tatuagem realista se diferencia das demais a começar pelo traço. Nesse estilo, linhas não são utilizadas. “A gente usa a agulha de linha, nesse caso, apenas para fazer certos detalhes, porque se você traça uma linha, deixa de ser realismo e passa a se assemelhar com um desenho comum”, define o tatuador. Outro ponto importante é o estudo que esse tipo de trabalho requer. Isso porque, de acordo com Vandin, uma série de técnicas deve ser levada em consideração. “A meu ver, quem faz tatuagem realista, faz qualquer tipo de tattoo. Digo isso porque o realismo requer que você estude muito a anatomia do corpo, posições, músculo, simetria dos olhos, boca, nariz. Não adianta fazer um rosto e colocar os olhos numa distância errada, não fazer o sombreamento direito e colocar profundidades erradas. É algo bem minucioso”, detalha. Atualmente, Vandin possui duas unidades da Tattoaria Carvalho em atividade, nos shoppings Aldeota e Via Sul, e se divide entre elas alternando as semanas de trabalho em cada bairro. O sucesso também é marcado
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por premiações, a exemplo da Tattoo Week, maior convenção de tatuagens do mundo. Ele participou das edições de 2017 e 2018, levando os prêmios de 1º e 2º lugar, respectivamente, na categoria de temas brasileiros. ■
VANDIN CARVALHO, HÁ 15 ANOS NO MERCADO, DESENHA TODOS OS TIPOS DE ESTILOS
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ma oportunidade de respiro e alegria a cada novo lugar registrado. É assim que o jornalista Renato Bezerra, 37, define o significado da fotografia para ele. “Acaba servindo como uma válvula de escape do que me aflige”, acrescenta. O interesse pelos registros fotográficos surgiu ainda na adolescência, de maneira tímida, mas foi somente em 2014, com a primeira viagem internacional, para o Chile, que ele descobriu a vocação para eternizar momentos em cliques. De lá pra cá, já foram dezenas de locais visitados, economia de dinheiro
para novas viagens, aquisição de equipamentos para fotos ainda mais surpreendentes, e registros que encantam, a exemplo da imagem acima, de janeiro de 2019, no Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité. “O ambiente estava bem calmo e só se ouvia o canto dos pássaros, uma delícia em contraste ao dia a dia da Capital. A viagem foi na companhia de duas amigas, para conhecer a Rota do Café Verde”, explica. ■ OS REGISTROS DE VIAGEM DE RENATO BEZERRA PODEM SER VISTOS NO INSTAGRAM DELE, @KRENATO21.
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